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ESTUDAR PRAGMÁTICA NA

LÍNGUA FALADA:
REFLEXÕES PARA A COLETA DE
DADOS EMPÍRICOS

Elisabetta Santoro (USP)


Algumas perguntas para começar...

1. O que é Pragmática linguística?

2. A Pragmática pode ser considerada um


nível de análise da língua?

3. Como começa a Pragmática como


disciplina?

4. O que estuda a Pragmática linguística?


O que é a Pragmática linguística?
• A Pragmática é um campo da linguística, pois
estuda uma parte da língua e de um
determinado ponto de vista.

• É uma disciplina jovem, ligada à ideia do agir


linguístico (do grego prâgma = ação, fato)

• Há muitas definições de pragmática. Vejamos


uma...
Uma definição de Pragmática
Segundo Crystal, Pragmática é:

“O estudo da língua do ponto de vista dos usuários,


especialmente em relação às escolhas que fazem, às
imposições que encontram usando a língua na
interação social e aos efeitos que seu uso da língua
provoca nos outros participantes no ato de
comunicação” (1997, p. 301).
[The study of language from the point of view of users,
especially of the choices they make, the constraints
they encounter in using language in social interaction
ant the effects their use of language has on other
participants in the act of communication.”] (tradução
minha).
Uma definição de Pragmática
Segundo Crystal, pragmática é:

“O estudo da língua do ponto de vista dos usuários,


especialmente em relação às escolhas que fazem, às
imposições que encontram usando a língua na
interação social e aos efeitos que seu uso da língua
provoca nos outros participantes no ato de
comunicação” (1997, p. 301).
[The study of language from the point of view of users,
especially of the choices they make, the constraints
they encounter in using language in social interaction
ant the effects their use of language has on other
participants in the act of communication.”] (tradução
minha).
Uma definição de Pragmática
Segundo Crystal, pragmática é:

“O estudo da língua do ponto de vista dos usuários,


especialmente em relação às escolhas que fazem, às
imposições que encontram usando a língua na
interação social e aos efeitos que seu uso da língua
provoca nos outros participantes no ato de
comunicação” (1997, p. 301).
[The study of language from the point of view of users,
especially of the choices they make, the constraints
they encounter in using language in social interaction
ant the effects their use of language has on other
participants in the act of communication.”] (tradução
minha).
Uma definição de Pragmática
Segundo Crystal, pragmática é:

“O estudo da língua do ponto de vista dos usuários,


especialmente em relação às escolhas que fazem, às
imposições que encontram usando a língua na
interação social e aos efeitos que seu uso da
língua provoca nos outros participantes no ato de
comunicação” (1997, p. 301).
[The study of language from the point of view of users,
especially of the choices they make, the constraints
they encounter in using language in social interaction
ant the effects their use of language has on other
participants in the act of communication.”] (tradução
minha).
Isso significa que...

... se em teoria podemos dizer tudo que


queremos ou nada, na prática somos
guiados por normas relativamente claras
que se estabilizam a partir do costume e do
uso...
A Pragmática pode ser considerada um
nível de análise da língua?
• Fonologia - fonema (unidade mínima portadora de
sentido)
• Morfologia - morfema (formação das palavras que são a
base do nível da análise lexical)
• Sintaxe - palavras (ordem em que as palavras são
colocadas em sintagmas, orações, frases, textos)
• Semântica - abrange todos os níveis já que todas as
unidades são portadoras de sentido
• Tudo isso é, de alguma forma, uma abstração, que nos
ajuda a entender melhor a língua, mas não dá conta da
dimensão da comunicação e da ação inerentes à
língua utilizada em contextos reais.
• Par isso, há as teorias de análise do texto e do
discurso - texto (linguística textual, semiótica, análise
do discurso) e a Pragmática...
A Pragmática = uso da língua
• Pragmática = nível de análise que se interessa pelo uso
da língua e por tudo que permite entendê-lo
• Exemplo que está na Concise Encyclopedia of Pragmatics
(Clyne, 1998: 246)

You have five days off. What are you going to do?
[Você tem cinco dias sem trabalho. O que vai fazer?]

• É possível entender o sentido do exemplo, mas:


- não sabemos nem quem é o TU, nem quem é o EU
- não sabemos quais são os dias de que se fala
- não sabemos quando e onde foi pronunciada a frase
- não sabemos seu objetivo e como a interpreta quem a
ouve
Como começa a Pragmática como disciplina?
• Sucessão de fases na Linguística do séc.
XX, em busca de novos paradigmas para
explicar os fenômenos ligados à língua
• Interface Semântica/Pragmática como
paradigma de transição, após o paradigma
estrutural e o gerativo-transformacional que
não davam conta de explicar os fenômenos
da significação
• A Pragmática nasce no âmbito da Filosofia
da linguagem como campo interdisciplinar
Os filósofos da linguagem e a
Pragmática
• Frege (1892) parece ter sido um dos primeiros a
detectar, em suas investigações lógicas, o problema
da pressuposição e sua relação com o contexto.
• Peirce, no final do século XIX, referiu-se à relação
dos signos com seus interpretantes, como uma das
partes da semiótica, e pode ter sido o inspirador do
trabalho de Morris (1938), que lançou a Pragmática,
oficialmente como a área da Semiótica que estudaria
a relação entre os signos e seus usuários.
• Em seu trabalho sobre a Lógica e Matemática, de
1939, Carnap também sublinha a necessidade de
uma disciplina como a Pragmática, que seria um dos
ramos da Semiótica, ao lado da Semântica e da
Sintaxe, e teria como objeto de estudo a língua em
contexto.
A Pragmática em sua fase de
autonomia
• Austin (1962) produziu sua teoria sobre os
“atos de fala” (How to do Things with
Words?) que Searle (1969) aprofundaria
numa das mais divulgadas tendências da
moderna Filosofia da Linguagem...
• Com essas obras considera-se iniciada a fase
da Pragmática que alguns sugerem chamar
de “fase da autonomia”...
O que estuda a Pragmática linguística?

Entre outras coisas, a Pragmática trata de:

a. Ambiguidade/não dito/implicaturas
b. Dêixis (dêiticos pessoais, espaciais e temporais)
c. Atos de fala (“falar é agir”)
d. Cortesia (ou polidez)
e. Interação e organização da conversação
Da Filosofia à Linguística
• É curioso que filósofos e não linguistas tenham sido os
primeiros a perceber a necessidade de analisar os
aspectos da linguagem que entram no campo de estudo
da Pragmática
• A abordagem filosófica da teoria dos atos de fala usava
apenas exemplos fictícios
• Na passagem da Filosofia da linguagem à Linguística,
passa-se de exemplos criados ad hoc a dados empíricos
• De fato, a pesquisa linguística em Pragmática não pode
prescindir de dados empíricos, pois os dados permitem
analisar os mecanismos adotados pelas diferentes línguas e
observá-los em uso
• A escolha da metodologia mais adequada para coletar
dados é, no entanto, sempre muito delicada e depende
dos objetivos de cada pesquisa
Validade interna e validade externa
dos dados
A partir de considerações sobre a validade
externa e a validade interna dos dados, é
possível:

1. pensar nas características das diferentes


metodologias

2. imaginar uma “hierarquia” de


metodologias, da mais livre à mais
controlada
VALIDADE EXTERNA
Refere-se ao fato de que os resultados de uma
pesquisa possam ser generalizados, passando das
amostras escolhidas para toda a população.

Para tanto, reputa-se, entre outras coisas,


imprescindível gravar a fala dos informantes em
situações que eles não sintam como “estranhas”, isto
é, que não sejam distantes de sua habitual prática
linguística.

Considera-se também que as gravações precisam


ser secretas para não influenciar a fala dos
informantes (“dados naturalísticos”).
VALIDADE INTERNA
Refere-se à interpretabilidade da pesquisa e deve
permitir dizer se as variações presentes nos dados
podem ser consideradas causadas pelas variáveis
escolhidas

A validade interna está relacionada aos fatores que


podem diretamente influenciar os resultados

A validade interna é avaliada considerando se as


diferenças encontradas na variável dependente
(aquela que medimos para ver quais são os
efeitos da variável independente sobre ela) se
relacionam diretamente com a variável
independente (aquela que pode “causar” o
resultado)
Um exemplo
Em uma pesquisa sobre PEDIDOS:
quero saber se um diferente

GRAU DE IMPOSIÇÃO
(variável independente)

produz uma

JUSTIFICATIVA MAIS LONGA


(variável dependente)
DO MENOR AO MAIOR CONTROLE: ALGUMAS DAS
METODOLOGIAS UTILIZADAS EM PESQUISAS DE
PRAGMÁTICA LINGUÍSTICA
Controle mínimo sobre as produções dos informantes
(validade externa)
Gravação secreta (interações não guiadas)
Gravação consentida (interações não guiadas)
Gravação participante (interações não guiadas)
Tarefas interativas (interações não guiadas)
Role-play aberto (duração não determinada)
Role-play semi-aberto (duração não determinada)
Role-play fechado (roteiro pré-estabelecido,
resposta reduzida a uma fala)
Discourse Completion Test oral (as falas de um
dos dois interlocutores são dadas e o informante
precisa completar oralmente)
Discourse Completion Test escrito (as falas de
um dos dois interlocutores são dadas e o
informante precisa completar por escrito)
Escolha múltipla
Controle máximo sobre as produções dos informantes
(validade interna)
Problemas no uso de metodologias com
máxima validade externa
(“dados naturalísticos”)

1. Paradoxo do observador (LABOV, 1970)


2. Impossível neutralidade do processo de
transcrição (OCHS, 1979)
3. Recorte do pesquisador
4. Questões éticas e legais
5. Difícil replicabilidade
Algumas desvantagens das metodologias
com máxima validade interna

• Dados coletados a partir da escrita (como o


DCT escrito ou a escolha múltipla) não
contêm traços de oralidade e são
caracterizados pela falta de espontaneidade

• Não se pode excluir que as produções dos


informantes se distanciem demasiadamente
de seu repertório “real”
Exemplo de DCT escrito fechado
(Discourse Completion Test)
(1) Você está na casa de um amigo que o
convidou para jantar:

Amigo: Você quer mais um pedaço de bolo?


Você: _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _
________________________________
Amigo: Ah, vai, só mais um pedacinho...
Você: _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _
________________________________
ROLE-PLAY SEMI-ABERTO
Solução intermediária que:

1. Conserva as peculiaridades da língua


falada e da interação
2. Permite circunscrever o ato de fala que se
quer estudar
3. Fornece a possibilidade de comparar um
número potencialmente elevado de atos de
fala realizados nas mesmas condições
4. Cria um corpus ampliável e replicável
CORRETIVOS UTILIZADOS PARA AUMENTAR A
PROXIMIDADE COM DADOS “NATURAIS”

1. Recriação do setting para que os informantes


possam melhor evocar suas rotinas linguísticas

2. Definição de contextos e situações nos quais os


informantes poderiam se encontrar em sua vida
real

3. Respeito da identidade e da real relação entre os


informantes de cada dupla

4. Input com a descrição da situação entregue por


escrito a apenas um dos dois informantes

5. Além disso, não são estabelecidos limites de turnos


de fala ou de tempo
INSTRUMENTOS NECESSÁRIOS PARA
COLETAR OS DADOS
1. Situação a ser gravada será entregue por escrito a
apenas um dos dois interlocutores
2. Ficha bio-linguística
(ver questionário grupo de pesquisa)
3. Termo de consentimento livre e esclarecido
4. Equipamento para gravação em áudio e
possivelmente vídeo (pode ser até um bom
“celular”, mas façam um teste antes para ver se a
gravação é audível!)

Após a gravação, os role plays precisam ser


transcritos para que possa começar a
análise…
Para concluir...
Metodologias muito abertas permitem uma
elevada validade externa dos dados, mas não
são muito adequadas para o estudo de
fenômenos determinados, além de ser também
dificilmente replicáveis

Metodologias com maior validade interna nas


quais a produção dos informantes é mais
controlada podem produzir dados mais
facilmente comparáveis e ajudar a
circunscrever e estudar aspectos específicos da
língua
Uma dupla em... ação!

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