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MBA EM AUDITORIA

&
PERÍCIA CONTÁBIL

MÓDULO DE AUDITORIA E PERÍCIA


AMBIENTAL
PROFESSOR: PAULO ANTONIO BASTOS BRAGA

Realização FUNDAÇÃO SÃO JOSÉ

Novembro/2002

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PAULO ANTONIO BASTOS BRAGA.

Formação:

Engenheiro Químico pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - Centro de


Tecnologia, Pós-Graduado em Engenharia Sanitária e Ambiental pelo
Departamento de Engenharia Sanitária da Universidade Estadual do Rio de Janeiro,
Pós-Graduado em Planejamento e Gestão Ambiental pela Universidade Veiga de
Almeida e Mestrando pela UFRJ. Exerceu nos dois últimos anos o cargo de Diretor
de Meio Ambiente da Secretaria de Meio Ambiente de Magé. Atualmente Diretor
Executivo da Universidade do Meio Ambiente da Serra dos Órgãos – UNIMA.

Consultor Ambiental:

• Saneamento: Elaboração de Projetos para Estações de Tratamento de


Esgotos - ETE, Estações de Tratamento de Águas – ETA, Estação de
Tratamento de Despejos Industriais – ETDI, Aterros Sanitários e Sistema de
Coleta de Lixo Urbano.
• Gestão Ambiental: Prática na Elaboração de Relatórios, Pesquisas de
Campo, Conhecimentos de Legislação Ambiental, Licenciamento
Ambiental, Implantação de Sistemas de Gestão Ambiental - ISO 9000 e
14000 e Elaboração de Estudo de Impacto Ambiental.

e-mail: ambientaltec@aol.com site: www.unimasite.hpg.com.br

Prefácio

O objetivo deste material é bem modesto e apenas apresenta uma tentativa de


apresentar a base teórica e metodológica utilizadas em Auditorias Ambientais.

O conhecimento de princípios econômicos aliados à fundamentação teórica


dos métodos de valoração e à Contabilidade possibilitará uma melhor seleção dos
processos estimativos de valoração por parte dos usuários deste material.

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1.0 - Introdução

Inspirada na Auditoria Contábil, elemento integrante dos sistemas de gestão


empresarial, a Auditoria Ambiental surgiu na década de 70 nos Estados Unidos visando à
redução de riscos e promover o cumprimento da legislação pertinente. Cabe ressaltar que
ela também auxilia as instituições a se resguardarem contra futuras críticas. Assim sendo,
sua visão pró-ativa em relação a questões ambientais foi rapidamente incorporada à função
gerencial de algumas empresas.

É inegável que todas as atividades econômicas causam impacto sobre a sociedade e


o meio ambiente e, portanto, geram custos sociais e ecológicos. A economia convencional
trata esses custos, por mais vultosos que sejam, como circunstâncias exteriores. Estes são
excluídos do balanços patrimoniais e repassados pelo sistema para a população em geral,
para o meio ambiente e para as gerações futuras. Tais fatos impulsionaram a inspeção da
variável ambiental na gestão empresarial. Assim, a Auditoria Ambiental é a ferramenta
usada para avaliar sua eficiência e eficácia.

2.0 - O Valor Econômico dos Recursos Naturais


O valor econômico dos recursos ambientais geralmente não é observável no
mercado através de preços que reflitam seu custo de oportunidade. Então, como identificar
este valor econômico?

Em primeiro lugar deveremos perceber que o valore econômico dos recursos


ambientais é derivado de todos os seus atributos e, segundo, que estes atributos podem
estar ou não associados a um uso. Ou seja, o consumo de um recurso ambiental se realiza
via uso e não-uso.

Um bem é homogêneo quando os seus atributos ou características que geram


satisfação de consumo não se alteram. Outros bens são, na verdade parte de classes de bens
ou serviços compostos. Nestes casos, cada membro de classe apresenta atributos
diferenciados, como por exemplo automóveis, casas, viagens de lazer e também recursos
ambientais. Logo, o preço de uma unidade j do bem Xi, Pxij, pode ser definido por um vetor
de atributos ou características aij, tal que:

Pxij = Pxi (aij1, aij2,...., aijn)

No caso de um recurso ambiental, os fluxos de bens e serviços ambientais, que são


derivados do seu consumo, definem seus atributos.

Entretanto, existem também atributos de consumo associados à própria existência


do recurso ambiental, independentemente do fluxo atual e futuro de bens e serviços
apropriados na forma do seu uso.

Assim, é comum na literatura desagregar o valor econômico do recurso


ambiental (VERA) em valor de uso (VU) e valor de não-uso (VNU).

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Valores de uso podem por sua vez, desagregados em:

ƒ Valor de Uso Direto (VUD) – quando o indivíduo se utiliza atualmente de um recurso,


por exemplo, na forma de extração, visitação ou outra atividade de produção ou
consumo direto;

ƒ Valor de Uso Indireto (VUI) – quando o benefício atual do recurso deriva-se das
funções ecossistêmicas, como por exemplo, a proteção do solo e a estabilidade
climática decorrentes da preservação das florestas;

ƒ Valor de Opção (VO) - quando o indivíduo atribui valor em seus usos direto e
indireto que poderão ser optados em futuro próximo e cuja preservação pode ser
ameaçada, como por exemplo, o benefício advindo de fármacos desenvolvidos com
base em propriedades medicinais ainda não descobertas de planta em florestas.

Uma expressão simples deste valor é a grande atração da opinião pública para
salvamento de baleias ou sua preservação em regiões remotas do planeta, onde a maioria
das pessoas nunca visitarão ou terão qualquer beneficio de uso.

Há também uma controvérsia na literatura a respeito do valor de existência


representar o desejo do indivíduo de manter certos recursos ambientais para que seus
herdeiros, isto é, gerações futuras, usufruam de usos diretos e indiretos (bequest value). È
uma questão conceitual considerar até que ponto um valor assim definido está mais
associado ao valor de opção ou de existência. O que importa para o desafio da valoração, é
admitir que indivíduos podem assinalar valores independentemente do uso que eles fazem
hoje ou pretendem fazer amanhã.

Assim, uma expressão para VERA seria:

VERA = (VUD + VUI + VO) + VE

Valor Econômico do Recurso Ambiental


Valor de uso Valor de não-uso
VUD VUI VO VE
Bens e serviços Bens e serviços Bens e serviços Valor não associado ao
ambientais apropriados ambientais que são ambientais de usos uso atual ou futuro e que
diretamente da gerados de funções diretos e indiretos a serem reflete questões morais,
exploração do recurso e ecossistêmicas e apropriados e consumidos culturais, éticas ou
consumidos hoje apropriados e consumidos no futuro altruísticas
indiretamente hoje

Note, entretanto, que um tipo de uso pode excluir outro tipo de uso do recurso
ambiental. Por exemplo, o uso de uma área para agricultura exclui seu uso para
conservação da floresta que cobria aquele solo. Assim, o primeiro passo na determinação
do VERA será identificar estes conflitos de uso. O segundo passo será a determinação
destes valores.

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Neste contexto, tenta-se explicitar o grau de dificuldade para encontrar preços de
mercado (adequados ou não) que reflitam os valores atribuídos aos recursos ambientais.
Esta dificuldade é maior à medida que passamos dos valores de uso para os valores de não-
uso. Nos valores de uso, os usos indiretos e de opção apresentam, por sua vez, maior
dificuldade que os usos diretos.

Sendo assim, a tarefa de valorar economicamente um recurso ambiental consiste em


determinar quanto melhor ou pior estará o bem-estar das pessoas devido a mudanças na
quantidade de bens e serviços ambientais, seja na apropriação por uso ou não.

Desta forma, os métodos de valoração ambiental corresponderão a este objetivo à


medida que forem capazes de captar estas distintas parcelas de valor econômico do recurso
ambiental. Na medida em que estes valores (cistos ou benefícios) possam ocorres ao longo
de um período, então, será necessário identificar estes valores no tempo. Neste método,
observa-se o valor do recurso ambiental E pela sua contribuição como insumo ou fator na
produção de um outro produto Z, isto é, o impacto do uso de E em uma atividade
econômica.Todavia, conforme será discutido a seguir, cada método apresentará limitações
nesta cobertura de valores, a qual estará quase sempre associada ao grau de sofisticação
(metodológica e de base de dados) exigido, às hipóteses sobre comportamento do
indivíduo consumidor e aos efeitos do consumo ambiental em outros setores da economia.

Assim, estima-se a variação de produto de Z decorrente da variação da quantidade de bens


e serviços ambientais do recurso ambiental E utilizado na produção de Z. Este método é
empregado sempre que é possível obterem-se preços de mercado para a variação do
produto Z ou de seus substitutos. Duas variantes gerais podem ser reconhecidas: método
da produtividade marginal e método dos bens substitutos.

Tendo em vista que tal balanço será sempre pragmático e decidido de forma
restrita, cabe aos analista que valora explicitar, com exatidão, os limites dos calores
estimados e o grau de validade de suas mensurações para o fim desejado.

Em suma, a adoção de um método dependerá antecipadamente de:

ƒ objetivo da valoração;
ƒ hipóteses assumidas;
ƒ disponibilidade de dados e conhecimento da dinâmica ecológica do objeto que está
sendo valorado.

3.0 - Métodos de Valoração Ambiental

No contexto ambiental a complexidade é ainda maior, como exemplo, devido a sua


possibilidade de esgotamento, o valor dos recursos ambientais tende a crescer no tempo de
admitirmos que seu uso aumenta com o crescimento econômico. Como estimar esta
escassez futura e traduzindo-a em valor monetário é uma questão complexa que exige um
certo exercício de futurologia. Assim sendo, alguns especialistas sugerem o uso de taxas de
desconto menores para os projetos onde se verificam benefícios ou custos ambientais
significativos ou adicionar os investimentos necessários para eliminar o risco ambiental.

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3.1) Método Função de Produção (MFP)

É uma das técnicas de valoração mais simples e, portanto, largamente utilizada.


Neste método, observa-se o valor do recurso ambiental E pela sua contribuição como
insumo ou fator na produção de um outro produto Z, isto é, o impacto do uso de E em uma
atividade econômica.

Assim, estima-se a variação de produto de Z decorrente da variação da quantidade


de bens e serviços ambientais do recurso ambiental E utilizado na produção de Z. Este
método é empregado sempre que é possível obterem-se preços de mercado para a
variação do produto Z ou de seus substitutos. Duas variantes gerais podem ser
reconhecidas: método da produtividade marginal e método dos bens substitutos.

Para fornecer melhor entendimento sobre os métodos com base na função de


produção, é necessário uma construção analítica. Suponha uma função de produção de Z,
tal que o nível de produção de Z é dado pela seguinte expressão:

Z= F(X,E)

Onde:

X - é um conjunto de insumos formado por bens e serviços privados;


E - representa um bem ou serviço ambiental gerado por um recurso ambiental que é
utilizado gratuitamente, ou seja, seu preço de mercado pE é zero. Note que E
representa, assim, um valor de uso para produção de Z.

Sendo pz e px os preços de Z e X, a função do lucro ( π) na produção de Z seria:

π = pz Z – px X – pe E = pz F(X,E) – px X

O produtor ajusta assim a utilização do seu insumo de forma a maximizar o seu


lucro. Assumindo que a variação de Z é marginal e, portanto, não altera seu preço, a
variação de lucro seria:

∂π/∂X = pz ∂F/∂X - px = 0 e ∂π/∂E = pz ∂F/∂E

Ou seja, a variação de lucro do usuário de E é igual ao preço de Z multiplicado pela


variação de Z quando varia E.

3.1.1) Método da produtividade marginal

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O método da produtividade marginal assume que pz é conhecido e o valor
econômico de E (VEE) seria:

VEE = pz∂F/∂E

Observe que VEE, nestes casos, representam apenas valores de uso diretos ou
indiretos relativos a bens e serviços ambientais utilizados na produção. Vale ressaltar que a
estimação das funções de produção F não é trivial quando as relações tecnológicas são
complexas.

Além do mais, as especificações de E em F são difíceis de serem captadas


diretamente na medida em que E corresponde geralmente a fluxos de bens ou serviços
gerados por um recurso ambiental que dependem do seu nível de estoque ou de qualidade.
Logo, se faz necessário conhecer a correlação de E em F ou, se possível mais
especificamente, as funções de dano ambiental ou as funções dose-resposta (DR) onde:

E = DR (x1,x2, ...., Q)
Onde: xi – são as variáveis que, junto com o nível de estoque ou qualidade Q do
recurso, afetam o nível de E. Assim:

∂E = ∂DR / ∂Q

Estas funções DRs procuram relacionar a variação do nível de estoque ou a


qualidade (respectivamente, taxas de extração ou poluição) com o nível de danos físicos
ambientais e, em seguida identificar o efeito do dano físico (decréscimo de E) em certo
nível de produção específico.

Um exemplo de DR são as que relacionam o nível de poluição da água (Q) que


afetam a qualidade da água (E) que, por sua vez, afeta a produção pesqueira (Z). Outro
exemplo, é o nível de uso do solo (Q) que afeta a qualidade do solo (E) e, assim, afeta a
produção agrícola (Z). Determinada a DR, é possível estimar a variação do dano em
termos de variação do bem ou serviço ambiental que afeta a produção de um bem.

Exemplo:

Valorando oCusto da Erosão do Solo

As perdas de produtividade e impactos s externos negativos resultantes da erosão


do solo fazem parte do custos social da produção agropecuária. Entretanto, estes custos são
muitas vezes negligenciados pelos produtores e pelo poder público. Isto ocorre, em parte,
pelo fato das consequências da degradação do solo serem, em muitos aspectos,
desconhecidas, às vezes indiretas ou difusas, e perceptíveis somente em longos períodos de
tempo. Uma das causas mais importantes é o fato desses custos serem totalmente refletidos
nos preços de mercado dos insumos e produtos agrícolas, sendo assim facilmente
negligenciados na tomada de decisão tanto privada como pública. A mensuração dos
custos da erosão do solo aparece, neste contexto, como um importante instrumento para a
conscientização quanto a necessidade de investimentos voltados a conservação do solo. De
modo geral, os estudos de valoração dos custos de erosão utilizam as seguintes abordagens:
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1- Custo de reposição – Enfoca a perda de nutrientes do solo decorrente do
processo erosivo. Esta abordagem se baseia no custo de repor os nutrientes
(geralmente, os estudos enfocam nitrogênio, fósforo e potássio) perdidos no
solo através do uso de fertilizantes. Além disto, o custo de reposição focaliza
apenas um dos impactos da erosão nas propriedades dos solos e não provê
necessariamente um indicador do valor econômico do solo como um recurso.

2- Análise da produtividade marginal – Esta abordagem trata de medir o efeito da


erosão na produtividade agrícola. O custo da erosão é medido pela quantidade
de produto agrícola que deixou de ser produzido em função da ação da erosão.
É importante frisar que a valoração do impacto da erosão no rendimento das
lavouras não é trivial cisto que diversos fatores influenciam a produtividade
agrícola, dificultando, assim, o isolamento do efeito da erosão.

3- Preços hedônicos – Trata-se uma abordagem alternativa que utiliza os preços


das propriedades para estimar o valor econômico da erosão do solo. Analisa,
através de métodos estatísticos, o diferencial de preço ou aluguel de
propriedades que apresentam taxas de erosão distintas. Este tipo de abordagem
exige dados sobre os preços das propriedades e um mercado para propriedades
rurais bem desenvolvidos, restringindo sua aplicabilidade em países em
desenvolvimento.

Bojö(1996) destaca a multiplicidade de conceitos para se avaliar a magnitude dos


custos de degradação do solo, fundamentados em três conceitos:

ƒ Perda Bruta Anual Imediata (PBAI): refere-se a perda de produção bruta nas
çavouras ou outra medida do valor econômico de degradação do solo,
observada num determinado ano, em função da degradação de terra no ano
anterior.

PBAI = P dQ

onde P = preço econômico/tonelada produzida e dQ = produção corrente em


toneladas perdidas em função da degradação da terra no ano anterior.

ƒ Perda Bruta Futura Descontada (PBFD): dado que perda do solo é


irreversível, a perda de capital natural em qualquer ano específico terá um
impacto na produção em todos os anos futuros quando comparado com a vida
econômica do solo. Para um horizonte temporal de ‘n’ anos em uma taxa de
desconto r, assumindo uma perda anual constante, a expressão formal é:
(1 + r )n
PBFD =
r (1 + r )

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Entretanto, se for utilizando um horizonte temporal infinito, a expressão pode ser
simplificada para:
PBAI
PBFD =
r

ƒ Perda Bruta Acumulada Descontada (PBAD): este conceito ilustra o fato de


que a degradação dos solos pode ser um processo cumulativo, onde a
degradação da terra observada em cada ano é acompanhada por outra. Esta
medida é particularmente útil para análise de investimentos em conservação,
visto que constitui um benefício de um investimento que interrompe o processo
cumulativo e pode ser assim formalizada:
r PdQt
PBAD = ∑
t = 1 ( 1 + r )t

3.1.2) Métodos do Mercado de Bens Substitutos (2º Método)

P = f (Y,R)
P = f (Y,R + S)
DELTA P = (x1,x2, ..., R,S); como desejamos R e S é o substituto, teremos que fazer R
tender a zero nesta função.

Exemplo: S = produção de caneta para valorar R = árvores (madeira).

1- Custo de Produção:

S representa os gastos incorridos pelo consumidor / usuário para repor R.

Ex: Custo de adubação para repor a fertilidade do solo.


Custo de adubação = S
Fertilidade do solo = R

Exemplo: Custo de construção de piscinas para repor praias poluídas.

2- Gastos Defensivos ou Custos Ativados:

S representa gastos incorridos pelo consumidor / usuário para naõ alterar o produto
P que depende de R.

Exemplo: Avaliação prévia dos gastos com estação de tratamento de águas.

Água boa qualidade = recurso R


Consumo de água pela população = P
ETA = S que garante a qualidade de R (água)

3- Custo de Controle:

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Exemplo: gastos com filtros de emissão de poluentes

Uso de água =P
Água de boa qualidade = R
Preço dos filtros = F

3.2) Método de Função de Demanda

3.2.1) Método da Valoração Contingente (MVC)

Até, então, estivemos discutindo métodos de valoração de recursos ambientais que


se baseiam em preços de mercado de bens privados cuja produção é afetada pela
disponibilidade de bens e serviços ambientais, ou que são substitutos ou complementares a
estes bens ou serviços ambientais. Ou seja, utilizam-se de mercados de recorrência que
transacionam bens e serviços privados para derivar preferências associadas ao uso de
recursos ambientais.

Assim, observou que estes métodos captam alguns valores de uso direto e indireto
na medida em que estes são associados ao consumo dos bens privados. Mesmo que para
alguns casos a mensuração de valores de opção possa ser considerada, a estimação do valor
de existência com estes métodos é impossível por definição. Isto porque o valor de
existência não se revela por complementaridade ou substituição a um bem privado, uma
vez que o valor de existência não está associado ao uso do recurso e, sim a valores com
base unicamente na satisfação altruísta de garantir a existência do recurso.

Mesmo restritos a valores de uso, os métodos acima analisados exigem hipóteses


sobre as complexas relações técnicas de produção ou de dano entre o usos do recurso
ambiental e o nível do produto econômico. O conhecimento destas é determinante das
magnitudes esperadas de variações de bem-estar, que definem, por sua vez, a trivialidade
do método adotado.

Igualmente restritivas são as transformações das funções de demanda dos mercados


de recorrência e funções de demando do recurso ambiental que requerem algumas
hipóteses rígidas sobre estes mercados para evitar esforços significativos de moldagem e
de levantamento de dados, quase sempre com ajustes insatisfatórios de vieses estimativos.

Conforme procuramos indicar, a escolha do método apropriado tem que ser


decidida na base da especificidade de cada caso em termos de que parcela do valor
econômico que está se querendo medir vis a vis as informações disponíveis.

Considere as medidas de disposição a pagar (DAP) e aceitar (DAA), relativas a


alterações da disponibilidade de um recurso ambiental (Q), que mantém o nível de
utilidade inicial do consumidor.

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A expressão acima, evidencia diferentes pontos, com distintas combinações de
renda e de provisão de recursos ambientais, que se encontram na mesma curva de
indiferença relativa a um determinado nível de utilidade. Como a função de utilidade U
não é observável diretamente, o método de valoração contingente estima os valores de
DAA e DAP com base em mercados hipotéticos. A simulação destes mercados hipotéticos
é realizada em pesquisas de campo, co questionários que indagam ao entrevistado sua
valoração contingente (DAA ou DAP) face a alterações na disponibilidade de recursos
ambientais (Q).

Neste sentido, busca-se simular cenários cujas características estejam o mais


próximo possível das existentes no mundo real, de modo que as preferências reveladas nas
pesquisas reflitam decisões que os agentes tomariam d fato caso existisse um mercado para
o bem ambiental descrito no cenário hipotético. As preferências, do ponto de vista da teoria
econômica, devem ser expressas em valores monetários. Estes valores são obtidos através
das informações adquiridas nas respostas sobre quanto os indivíduos estariam dispostos a
pagar para garantir a melhoria de bem-estar, ou quanto estariam dispostos a aceitar em
compensação para suportar uma perda de bem-estar.

A grande vantagem do MVC, em relação a qualquer outro método de valoração, é


que ele pode ser aplicado em um espectro de bens ambientais mais amplo. A grande
crítica, entretanto, ao MVC é a sua limitação em captar valores ambientais que indivíduos
não entendem, ou mesmo desconhecem. Enquanto algumas partes do ecossistema podem
não ser percebidas como geradoras de valor, elas podem, entretanto, ser condições
necessárias para existência de outras funções que geram usos percebidos pelo indivíduo.
Nestes casos, o uso de funções de produção e de danos poderia ser mais apropriado,
embora com as limitações já assinaladas.

Se as pessoas são capazes de entender claramente as variações ambientais que estão


sendo apresentadas na pesquisa e são induzidas a revelar suas verdadeiras DAP ou DAA,
então este método pode ser considerado ideal. Existem vários outros fatores, entretanto,
que podem levar à discrepância entre as preferências reveladas nas pesquisas e as
verdadeiras preferências.

O interesse pelo método da VC tem crescido na última década, entre outros motivos
destaca-se o próprio aperfeiçoamento das pesquisas de opinião e, principalmente, o fato de
ser a única técnica com potencial de captar o valor de existência.Por outro lado, a aplicação
do MVC não é trivial e também envolve custos elevados de pesquisa.

Um guia para aplicação do método do Valor Contingente:

1- Amostragem probabilística é fundamental: no mínimo uma curva normal;


2- Evitar respostas vazias (tomar cuidado na formulação das mesmas);
3- Usar entrevistas pessoais (isoladamente);
4- Treinar o entrevistador para ser neutro;
5- Resultados devem ser apresentados por completo com desenho da amostra,
questionário, método estimado e base de dados disponíveis;
6- Realizar pesquisa piloto para testar o questionário;
7- Ser conservador adotando poções que substituem a medida monetária a ser
considerada;
8- Preferir usar o DAP (disposição a pagar) ao invés de DAA (disposição a
aceitar);
9- Usar referendo (método);
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10- Oferecer informação adequada sobre o que está sendo medido;
11- Testar o impacto de fotografias, videos, etc. Para avaliar se as respostas estã
visadas emocionalmente;
12- Ajudar a identificar os possíveis recursos ambientais substitutos que
eventualmente permanecem inalterados;
13- Identificar com clareza as alterações na disponibilidade do recurso que está
sendo valorado;
14- Administrar o tempo de aplicação do questionário (máximo de cinco
minutos por pessoa).
15- Incluir qualificações para respostas sim ou não;
16- Incluir outras variáveis explicativas relacionadas com uso do recurso;
17- Checar se as informações do questionário são aceitas como verdadeiras pelo
entrevistado;
18- Entrevistados devem ser lembrados de suas restriçoes orçamentárias ou seja,
sua DAP representa menor consumo de outros bens;
19- O veículo de pagamento deve ser realista e apropriado às condições
culturais e econômicas;
20- Questões específicas devem ser usadas para evitar o viés da parte-todo;
21- Evitar o uso de lance inicial em simulações do tipo leilão;
22- Em questionário com formato escolha dicotômica o lance mais alto deve
alcançar 100% de rejeição e o máximo de 100% de aceitação;
23- Ter cuidado no processo de agregação para considerar a poluição relevante.

4.0 -Exemplos:

4.1) Estuário de Mersey na Grã-Bretanha

Recurso ambiental – estuário e seus habitantes naturais


Construção ambiental;
Método da valoração contingente;
Área de interesse científico;
Estuário com alimentação para peixes e aves.

1º ) valor de uso – valoração contingente;


2º) valore de opção e existência – valoração contingente;
3º) valor de uso, opção e existência – valoração/custo de reposição

Valores Métodos Resultados – quanto as


pessoas estão dispostas a
pagar
Uso Valoração contingente (*)117 visitações
49,90 fundo de preservação
Opção e Existência Valoração Contingente 8,50
Uso, opção e Custo de Reposição 14,40
Existência (**)

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(*) Perceba que o uso direto é maior que o de opção.
Neste caso, o resultado foi: DAP = 0,00169 HINC + 2,709 VISS

Está disposto a pagar 2% salário do trabalhador


Salário
(**) Os lotes somente seriam vendidos para quem não afetasse a área.

Dificuldades do uso do método: amostras e dificuldades em relação a forma de pagamento.

4.2) Floresta de Robinhood

Identificação dos recursos ambientais: árvores, água, fauna, flora, paisagem, lazer,
balanço térmico, valor histórico, conservação, pequisa, balanço hídrico.

Escolha do método:
Recurso Valor de Uso Direto Valor de Opção Valor de Existência
Hídrico * * *
Fauna e Flora * * *
Paisagem e Lazer * * *
Balanço Térmico * * *
Valor Histórico *

Escolha dos Métodos:

1- Conservação dos Recursos Hídricos:

Função de Produção:
Área = função da área florestada
Ex: 1000 L 10 ha
Se a área da floresta for de 1000 ha, então teríamos 106 L
Se o litro de água custa R$1,00/1000L, então para 106 L teremos R$ 1.000,00
Assim, a floresta para abastecer a cidade vale R$1000,00

Custo de Degradação (dano):


1 há 1000 m3 / min
Se a área é de 1000 há, a retenção será de 106 m3/min
Suponha que consigamos reter apenas 500.000 m3/min. Agora a Engenharia nos fornece o
gráfico. Teremos que analisar: casas cheias, carros alagados, barracos arrastados, etc.
Hedônico: suponha um prédio em rua que sobe, e outra em baixada. Esta última valerá
menos.

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Custo de Controle: por exemplo a saúde.

Morbidade Mortalidade
(doente)
Produção ?
Sacrificada, ou
seja: quanto este
trabalhador deixou
de produzir
Custo de controle, Talvez uma análise de
ou seja: quanto sensibilidade
custa para tratar
este trabalhador

4.3) Ilha de Daniel Boni - Impacto sobre o Turismo

Análise da recreação:

a- habitantes da ilha fazem excursões de apenas umdia até os Parques Nacionais;


b- estrangeiros praticam o ecoturismo internacional percorrendo longas distâncias com
objetivo de entrar em contato com ambientes naturais e exóticos.

Este estudo enfatiza o ecoturismo internacional no qual assume-se que as famílias que
viajam para um único país como o que contém a Ilha de Daniel Boni, comprometem-se
com uma variedade de atividades incluindo visita à sítios para apreciar a vegetação, vida
animal, etc. Poucos viajam até a ilha para visitar um Parque Nacional específico.

Propor um modelo neste caso requer:

Informações sobre os intinerários possíveis


Informações de como cada família distribui seu tempo entre as atividades
Informações específicas dessas atividades.

Levando em conta as características do ecoturismo praticado na ilha, podemos dizer


que:

Famílias buscam maximizar utilidades (U) em função de fluxos de serviços


recreativos (ZR) e não recreativos (ZNR).

Assim, U = U (ZR, ZRN)

Porém, ZNR = ZNR (xrn, trn) – é uma combinação de uma cesta de


bens/mercadorias com o tempo.

Além disso, ZR = ZR (xti, ti, vi) - é uma função dos serviços de viagem, o tempo
de viagem, com excursões no país i.

Todavia as excursões de ecoturismo no país i (vi) não são necessariamente iguais.

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Dependem de:

Um pacote de atividades j = Aji (pode ser tanto para ver lêmures, como uma visita a
determinada praia específica ou visita a um parque para observar pássaros)

Utilização de serviços domésticos = Xji


Tempo para viajar aos locais de atividades = Tji

Assim, Vi = Vi (Aij, Xij, Tij)

Conclusão: a questão dos turistas é maximizar sem bem estar através das excursões
de ecoturismo (Vi) e dos bens/serviços (XRN).

Logo:

U = U (Vi, XRN), maximizar.

Valoração dos Benefícios Econômicos Potenciais Gerados Pelo Ecoturismo:

Foram utilizados três métodos:

Dois desses métodos baseados na análise da demanda por recreação:


a- um modelo típico de custo de viagem por zonas;
b- um outro modelo aleatório de utilidades que agrega informação por indivíduo.

Além disso, o método de valoração contingente dicotômico é também adotado.


Nestes dois modelos assume-se que haverá um aumento de 10% no nível de qualidade dos
guias, material para educação e capacidade de interpretação de áreas naturais.

Bem, a conclusão é que a criação do parque é percebida como um aumento na


qualidade das oportunidades de ecoturismo em ilha de Daniel Boni.

Tendo em vista a aplicação dos método selecionados foram realizadas pesquisas em


questionário sobre o visitante da Reserva Florestal de Perinet. O motivo foi a proximidade
à nova área do parque, pequena distância da capital, reputação de ser um dos últimos
habitats de lêmures.

Para a pesquisa:
a- questões sobre o custo de uma excursão para ilha de Danile Boni
b- perguntas sócio-econômicas
c- processo decisivo de escolha do país de destino
d- perguntas sobre o DAP para visitar o Parque

Também foram utilizado dois cenários distintos:

a- quanto o turista estaria disposto a pagar para visitar o novo parque, sabendo que lá
teria a oportunidade de ver o mesmo número de lêmures e pássaros que viu na
visita a Perinet,
b- teria a oportunidade de ver o dobro de lêmures e pássaros em Perinet

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Os turistas receberam informações sobre o novo parque que estava sendo criado e
então eram indagados se estariam dispostos a pagar uma quantia a mais para visitar o
parque.

Resultado Obtidos:

A renda total varia de US$ 3 mil a US$ 300 mil.


O turista médio tem 38,5 anos e 15 anos de escolaridade.
Os principais turistas são de países europeus (Itália, Inglaterra, França)
A duração da viagem varia de 3 a 100 dias
Os visitantes passam na Reserva de Parinet, em média, 2 dias

Os gastos observados variam entre US$ 335 e US$ 6363 e o custo médio da viagem
é de US$ 2874.

A variável dependente no modelo típico de custo de viagem (MTCV) é a soma do


nº de viagens de ecoturismo que cada indivíduo fez ou planeja nos próximos 5 anos.

A variável dependente no modelo aleatório de utilidades (MAU) é a probabilidade


de visitar o lugar j. As variáveis de renda e educação, neste modelo, são combinadas com o
Custo Variável (INC * COST) e (EDA*COST).

Conclusão: os resultados sugerem que o ecoturismo dever ser implantado como


uma importante fonte potencial de recursos pra áreas de conservação.

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TRANSPARÊNCIAS

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ALGUNS ACONTECIMENTOS IMPORTANTES

1. Década de 70 – surge nos EUA a Auditoria Ambiental.


2. 1972 – Conferência das Nações Unidas Para o Meio Ambiente e
Desenvolvimento (UNCED), Estocolmo. Inicia-se o desenvolvimento
sustentável.
3. Acidentes Ecológicos.
4. 1930 – Floresta da Tijuca.
5. 1937 – Parque Nacional de Itatiaia.
6. 1965 – Código Florestal (Lei 4771).
7. 1975 – Fundação da FEEMA.
8. 1977 – FEEMA implanta o SLAP.
9. 1981 – Lei 6938 – Dispõe Sobre a Política Nacional de Meio Ambiente.
10. 1986 – Resolução 001 CONAMA.
11. 1987 – Clube de Roma ( “Our Common Futue”). Meio ambiente
ecologicamente equilibrado e desenvolvimento sustentável.
12. 1988 – Lei dos Selos Verdes (“Blue Angel”). Conceito de qualidade
ambiental de certificação.
13. 1988 – Constituição Federal Brasileira.
14. 1991 – Lei Estadual 1898 – Dispõe Sobre a Realização de Auditorias
Ambientais.
15. 1992 – Rio 92. (Declaração do Rio, Agenda 21, Convenção da
Diversidade Biológica).
16. 1992 – Código de Águas (Lei Estadual 11.996, Lei Federal 7663).
17. 1997 – Rio + 5.
18. 1997 – Resolução 237 CONAMA.
19. 1998 – Lei Federal 9605 – “Lei do Crimes Ambientais”.

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ALGUNS TERMOS IMPORTANTES

♦ EPIA: Estudo Prévio de Impacto Ambiental (são estudos realizados previamente por
ocasião da implantação de atividades que poderiam causar impactos ambientais).

Art. 225,VI;
Lei Federal n. 6938/81, Art. 9 , III;
Resolução CONAMA n. 001/86 e 237/97;
Constituição Estadual, Art. 258, X;
Lei Estadual n. 1356/88;
Deliberação CECA n.1.078/87

♦ RIMA: Relatório de Impacto de Meio Ambiente (documento que relata de forma


objetiva as conclusões do EPIA).

Decreto Federal n. 88.351/83, art. 18;


Resolução CONAMA 001/86 e 237/97;
Lei Estadual 2.535/96;
Deliberação CECA 2.117/90

♦ LICENCIAMENTO AMBIENTAL: procedimento administrativo pelo qual o órgão


ambiental competente licencia a localização, instalação, operação e a ampliação de
empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva
ou potencialmente poluidoras ou aquelas que sob qualquer forma causem degradação
ambiental. (Art.1, I, da Resolução CONAMA 237/97).

♦ AÇÃO POPULAR: é o remédio constitucional de qualquer cidadão para anular atos


e/ou contratos administrativos lesivos ao patrimônio Público Federal, Estadual e
Municipal ou que atentem contra a moralidade administrativa, o meio ambiente e o
patrimônio histórico e cultural.(Art5, LXXIII CF e regulado pela Lei 4.717/65).

♦ AUDIÊNCIA PÚBLICA: procedimento de consulta à sociedade ou a grupos


interessados em determinado problema ambiental ou potencialmente afetados por um
projeto, através da discussão pública do RIMA. (Resolução CONAMA 001/86, Art.
11,& 2, 9/87 e 237/97, Art. 3 e a Lei Estadual 1356/88, Art. 6 e a Deliberação CECA n.
1.344/88).

♦ INFRAÇÕES AMBIENTAIS ADMINISTRATIVAS: toda ação que viole as regras


jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente (Art. 70,
caput, da Lei 9.605/98 – Lei dos Crimes Ambientais e LOM/RJ, Art. 481).

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LEGISLAÇÃO

Constituição Federal

a) Legislativa: Art. 24, VI e Art. 30, I


b) Administrativa: Art. 23,VII
c) Suplementar: Art. 30, II

Lei Federal 9.605 (12/02/98) – Lei dos Crimes Ambientais.

Lei Estadual 1898 (RJ-26/11/91).

Decreto estadual 21.470 A (RJ-05/06/95) – Regulamenta a Lei 1.898.

Legislação Municipal Básica no Rio de Janeiro:

- Lei Orgânica do Município.


- Plano Diretor (Municípios com mais de 2.000 habitantes).
- Leis Municipais (Uso e ocupação do solo, Código Tributário, Orçamento,
Código de Obras, Política Municipal de Meio Ambiente).
- Decretos Municipais.
- Convênios com órgãos federais e estaduais.
- Legislação Ambiental da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro/98.

Deliberações CECA/CN n° 3.427 (RJ-14/11/95)


Aprova e manda publicar o Documento DZ – 056.R – 2 – Diretrizes para
realizações de Auditoria Ambientais – CECA.

Licenciamentos: Resoluções CONAMA 001/86 e 237/97 – Descrição de


atividades que têm que realizar EPIA-CONAMA

ISO 14.000 - voltada para Gestão Ambiental

NBR ISO14.010 - Diretrizes para Auditoria Ambiental – Auditoria de Sistemas de


Gestão Ambiental.
NBR ISO 14.011 - Diretrizes para Auditoria Ambiental – Critérios de Qualificação
para Auditores Ambientais.
NBR ISO 14.012 -Sistemas de Gestão Ambiental – Diretrizes Gerais Sobre
Princípios, Sistemas e Técnicas de Apoio

NR 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais.

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Sistema

Meio Governo e Desenvolvimento


Empresas Sustentável

Sistema

Auxilia na implantação
de: 1-Filosofia de controle
Contabilidade
ambiental
Ambiental
2- Elaboração de
políticas

Auxilia na
A avaliação de impactos mensura as tomada de
conseqüências do desenvolvimento das decisão !
atividades econômicas da empresa sobre o
meio ambiente

Financeira Não Financeira

No corpo das
No relatório da
demonstrações financeiras
administração da
e notas explicativas
empresa

1- Despesas do período atual ou anterior


Passivo tem origem nos gastos
2- Aquisição de bens permanentes
ambientais
3- Existência de riscos desses gastos
virem a se efetivar (são as chamadas
contingências)

Avalia eficácia das ações de


controle aferindo a qualidade
final do processo de controle Entra
ambiental.
(Avaliação sistemática) AUDITORIA

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CUSTOS, ATIVOS E PASSIVOS AMBIENTAIS

♦ Não guardam maiores novidades com relação às já utilizadas pela


empresa de forma genérica para as demais transações realizadas pela
empresa, exceto com relação à definição legal do CUSTO
AMBIENTAL, e a adequada mensuração e contabilização do PASSIVO
AMBIENTAL.

♦ PASSIVO AMBIENTAL deve ser reconhecido nos relatórios


financeiros se é de ocorrência provável e pode ser razoavelmente
estimado, existindo vários padrões de contingências que devem ser
usados para caracterizar o que seria um evento de ocorrência provável.
Contudo persistem dificuldades, em alguns casos, na estimativa do valor
de um passivo ambiental, principalmente quando o mesmo não for
liquidado no curto prazo, e para o qual, deverá ser provisionado um
valor razoável, sendo registrados os detalhes dessa estimativa em notas
explicativas.

♦ Para o passivo ambiental que não é liquidado no curto prazo expressa-se


preferência pela medição através do Método do Valor Presente de uma
estimativa de custos e despesas futuras, realizadas com base em
outros custos correntes que a atividade requer e supondo a existência de
norma legal.

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CONTINGÊNCIAS, RECUPERAÇÕES E ATIVOS DE VIDA LONGA

A dificuldade no registro dos itens tradicionais aumenta quando se examina o


tratamento a ser dispensado às contingências, às recuperações e aos ativos de vida
longa.

• Contingências: surge de uma situação de risco potencial cuja efetivação está


vinculada a um evento com determinada probabilidade de ocorrência no futuro. Ou
seja, a materialização de ganho ou perda para a empresa dependerá da ocorrência, ou
não, de um evento futuro para caracterizar sua emergência. São declaradas apenas nas
notas explicativas, e, se e quando o evento contingente ocorrer, sua emergência
acarretará a constituição de um passivo ambiental.
• Ativos de vida longa: o custo atual relativo a gastos futuros decorrentes da restauração
de locais ou ao fechamento e/ou remoção de ativos de vida longa que a empresa
incorre, e que tem como uma obrigação futura a desembolsar, devem ser reconhecidos
como passivo ambiental no momento da identificação da necessidade de implementar a
remediação, e não postergada até que atividade seja encerrada ou o local fechado.

Ex: Para plataformas de exportação de petróleo e usinas de energia nuclear, tanto os


gastos prévios que viabilizam o fluxo de benefícios no futuro, quanto os gastos posteriores
de desmonte, recuperação e descontaminação devem ser vinculados ao período no qual
deve será auferido o referido fluxo de benefícios.

Ao passar do nível da contabilidade operacional, que diz respeito ao registro


individualizado das transações, para o da contabilidade gerencial, que se refere ao
fornecimento de informações sintetizadas nas demonstrações contábeis, fica ressaltada a
importância das nota explicativas que, no âmbito da contabilidade ambiental, têm seu
campo de abrangência ampliado com relação às demonstrações contábeis tradicionais.
Essas notas devem abordar todas as informações consideradas relevantes que afetam, ou
possam afetar, o desempenho global da empresa, e portanto devem incluir comentários
sobre os seguintes assuntos:

¾ Multas ou penalidades pela não conformidade com a regulação;


¾ Total de gastos ambientais capitalizados durante o período;
¾ Compensações para terceiros devido a danos ambientais causados no passado;
¾ Base de mensuração do passivo ambiental, sua natureza, período de ocorrência e
condições de pagamento;
¾ Incerteza significativa sobre o valor total e/ou períodos de competência de passivos
ambientais.

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CUSTOS AMBIENTAIS

♦ Custo é um dos elementos essenciais da Gestão Estratégica das empresas.

♦ A mensuração dos custos ambientais tem esbarrado nas limitações dos instrumentos da
contabilidade, já que pela sua natureza, a maioria desses custos se enquadra na
classificação de CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO, ou o CONSUMO DOS
RECURSOS ocorre concomitantemente ao processo produtivo normal, dificultando,
com isso, sua identificação.

♦ As metodologias usadas na identificação dos custos ambientais:


i. Custeio por absorção;
ii. Custeio variável;
iii. Custeio por atividade.

CUSTEIO POR ATIVIDADES


Por suas características o sistema de custeio por atividade se mostra mais
adequado para identificar e mensurar os custos ambientais, dado que seu objeto de custos
são as atividades relevantes, desenvolvidas com fins específicos.

Serão definidos a partir da identificação e mensuração dos recursos


consumidos pelas atividades de controle, preservação e recuperação ambiental.

Embora ainda não represente a solução plena para todos os problemas de


gerenciamento dos recursos consumidos na proteção do meio ambiente, mostra-se como
subsídio eficiente para a gestão econômico-ambiental.

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ANÁLISE DE RISCOS ACIDENTAIS

♦ É uma metodologia probabilística que trabalha com variáveis randômicas que são
essencialmente as probabilidades de falha nos equipamentos (ou suas freqüências
esperadas de falhas) e probabilidade de falhas humanas. Essas falhas criam os
chamados Eventos Iniciadores com potencial de dano.

♦ Algumas catástrofes:

¾ Acidente com navio Exxon Valdes no Alasca (24/03/1989): derramou mais de 40.000
toneladas de petróleo no mar, e custou à Exxon mais de US$13 bilhões (exemplo de
impacto financeiro).

¾ Chernobyl na Ucrânia (26/04/86): inutilizou uma área de 12.000 Km2 por talvez mais
de 300 anos para qualquer utilização, além de contaminar solos e alimentos por vasta
área em toda Europa – cerca de 25.000 Km2 estão com nível de radioatividade acima
dos limites considerados seguros.

¾ Hg em Minamata (numa bacia do Japão).

¾ Cs em Goiana.

♦ Assim, uma Análise de Risco serve como técnica de aprendizado para os


responsáveis pela instalação de riscos envolvidos. Um método muito utilizado numa
Análise de Risco é a avaliação por Árvore de Eventos, que inicia-se com a definição e
seleção dos Eventos Iniciadores.

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ANEXOS

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ANEXO 1 – LEI 1898/91
LEI Nº 1.898, de 26 de novembro de 1991.
Dispõe sobre a realização de auditorias ambientais.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Faço saber que a Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro decreta e eu
sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º - Para os efeitos desta Lei, denomina-se auditoria ambiental a realização de
avaliações e estudos destinados a determinar:
I - os níveis efetivos ou potenciais de poluição ou de degradação ambiental provocados por
atividades de pessoas físicas ou jurídicas;
II - as condições de operação e de manutenção dos equipamentos e sistemas de controle de
poluição;
III - as medidas a serem tomadas para restaurar o meio ambiente e proteger a saúde
humana;
IV - a capacitação dos responsáveis pela operação e manutenção dos sistemas, rotinas,
instalações e equipamentos de proteção do meio ambiente e da saúde dos trabalhadores.
Art. 2º - Os órgãos governamentais estaduais encarregados da implementação das políticas
de proteção ambiental poderão determinar a realização de auditorias periódicas ou
ocasionais, estabelecendo diretrizes e prazos específicos.
Parágrafo único - Nos casos de auditorias periódicas, os procedimentos relacionados à
elaboração de diretrizes deverão incluir a consulta à comunidade afetada.
Art. 3º - As auditorias ambientais serão realizadas às expensas dos responsáveis pela
poluição ou degradação ambiental.
Art. 4º - Sempre que julgarem conveniente para assegurar a idoneidade de auditoria, os
órgãos governamentais poderão de terminar que sejam conduzidas por equipes técnicas
independentes.
$ 1º - Nos casos a que se refere o caput deste artigo, as auditorias deverão ser realizadas
preferencialmente por instituições sem fins lucrativos, desde que asseguradas a capacitação
técnica, as condições de cumprimento dos prazos e valores globais compatíveis com
aqueles propostos por outras equipes técnicas ou pessoas jurídicas.
$ 2º - A omissão ou sonegação de informações relevantes descredenciarão os responsáveis
para a realização de novas auditorias durante o prazo mínimo de 2 (dois) anos, sendo o fato
comunicado à Procuradoria Geral de Justiça.
Art. 5º - Deverão, obrigatoriamente, realizar auditorias ambientais periódicas anuais as
empresas ou atividades de elevado potencial poluidor, entre as quais:
I - as refinarias, oleodutos e terminais de petróleo e seus derivados;

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II - as instalações portuárias;
III - as instalações destinadas à estocagem de substâncias tóxicas e perigosas;
IV - as instalações de processamento e de disposição final de resíduos tóxicos ou
perigosos;
V - as unidades de geração de energia elétrica a partir de fontes térmicas e radioativas;
VI - as instalações de tratamento e os sistemas de disposição final de esgotos domésticos;
VII - as indústrias petroquímicas e siderúrgicas;
VIII - as indústrias químicas e metalúrgicas.
$ 1º - Os órgãos governamentais encarregados da implementação das políticas de controle
da poluição definirão as dimensões e características das instalações relacionadas nos itens
VI e VIII do caput deste artigo que, em função de seu pequeno porte ou potencial poluidor,
poderão ser dispensadas da realização de auditorias periódicas.
$ 2º - O intervalo máximo entre auditorias ambientais periódicas será de 1 (um) ano.
Art. 6º - Sempre que constatadas quaisquer infrações deverão ser realizadas auditorias
trimestrais até a correção das irregularidades, independentemente da aplicação de
penalidade administrativas.
Art. 7º - As diretrizes para a realização de auditorias ambientais em indústrias poderão
incluir, entre outras, avaliações relacionadas aos seguintes aspectos:
I - Impactos sobre o meio ambiente provocados pelas atividades de rotina;
II - Avaliação de riscos de acidentes e dos planos de contingência para evacuação e
proteção dos trabalhadores e da população situada na área de influência, quando
necessária;
III - Atendimento aos regulamentos e normas técnicas em vigor no que se refere aos
aspectos mencionados nos Incisos I e II deste artigo.
IV - Alternativas tecnológicas, inclusive de processo industrial, e sistemas de monitoragem
contínua disponíveis no Brasil e em outros países, para a redução dos níveis de emissão de
poluentes;
V - Saúde dos trabalhadores e da população vizinha.
Art. 8º - Todos os documentos relacionados às auditorias ambientais, incluindo as
diretrizes específicas e o currículo dos técnicos responsáveis por sua realização, serão
acessíveis à consulta pública.
Art. 9º - A realização de auditorias ambientais não exime as atividades efetiva ou
potencialmente poluidoras ou causadoras de degradação ambiental do atendimento a outros
requisitos da legislação em vigor.
Art. 10 - O Poder Executivo regulamentará a presente Lei no prazo de noventa dias
contados a partir de sua publicação.

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ANEXO 2 - ANÁLISE DE INVESTIMENTOS

Determinação de Prioridades, Ações e Procedimentos Para a Gestão Ambiental:

De modo geral, as restrições orçamentárias impõem à sociedade a necessidade de


responder duas perguntas fundamentais relativas à proteção ambiental:

a) quais os recursos ambientais em que devemos concentrar esforços?


b) quais métodos devemos utilizar para atingir os objetivos desejados?

Percebe-se, então, que devemos definir prioridades quanto ao que queremos


conservar e onde. Até hoje, a abordagem predominante tem se baseado no critério
ambiental, biológico ou geográfico. Faz-se, assim, necessário o conhecimento e
entendimento de nossa biodiversidade, que será um pré-requisito para a aplicação do
critério econômico.

A literatura sobre o critério econômico propõe, no gerenciamento dos recursos


naturais, o seguinte:

a. Análise Custo-Benefício (ACB);


b. Análise Custo-Utilidade (ACU);
c. Análise Custo-Eficiência (ACE).

Nossa discussão apontará o ACE como sendo mais proveitoso quando as


prioridades já estão definidas e o ACB e ACU, em caso contrário.

Determinação de Prioridades Utilizando o Critério Econômico:

Análise Custo – Benefício (ACB)

Este critério econômico é mais utilizado para a determinação de prioridades na


avaliação de políticas. Seu objetivo é comparar custos e benefícios associados aos
impactos das estratégias alternativas de políticas em termos de seus valores monetários.

Benefícios são aqueles bens e serviços ecológicos, cuja conservação acarretará a


recuperação ou manutenção destes para a sociedade. Já os custos representarão o bem-estar
que se deixou de ter em função dos recursos da economia para políticas ambientais em
detrimento de outras atividades econômicas.

A estimação dos valores monetários, que é o tema central desta apostila, reflete
valores econômicos baseados nas preferências dos consumidores. Conforme veremos com
detalhes a seguir, utilizando mercados de bens privados complementares e substitutos para
serviços ambientais, ou mesmo mercados hipotéticos para esses serviços, é possível
capturar a disposição a pagar das pessoas por mudanças na provisão ambiental.

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Assim, com esta técnica será possível identificar as estratégias cujas prioridades
aproveitam os recursos. Ou seja, aquelas cujos benefícios excedam os custos, o que
significa maximizar recursos disponíveis da sociedade e conseqüentemente otimizar o bem
estar social.

As estratégias são ordenadas de acordo com o valor presente dos benefícios


líquidos. Esta ordenação permite que os tomadores de decisão definam prioridades,
adotando primeiro as estratégias cujos benefícios são mais elevados.

Uma análise custo-benefício é a comparação dos custos de investimentos e


operação (c ), incorridos a cada momento do tempo (t) para realizar uma ação, versus
os respectivos benefícios (b) gerados ao longo do tempo.

Esta comparação permitirá analisar a viabilidade da ação. Existem três indicadores


de para esta técnica:

a. Valor presente líquido (VPL):

(b − c)
VPL = ∑ (1 + i) n

Calcula-se a diferença do valor descontado dos benefícios sobre o valor descontado


dos custos. Se o VPL ≥ 0 indicará viabilidade e a ações podem ser ordenadas de acordo
com a magnitude do VPL.

b. Relação Custo/Benefício

B/C =
∑ b(1 + i) n

∑ c(1 + i) n

Neste caso a viabilidade será indicada por B/C ≥ 1, sendo as ações indicadas pela
magnitude de B/C.

c. Taxa Interna de Retorno

VPL = 0

A taxa interna de retorno será a taxa para a qual VPL é nulo.

A valoração apresenta três problemas:

• tentar compreender um sistema sem conheceer a essência;

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• saber reconhecer os bens – recursos naturais – quantitativamente e qualitativamente.
Por exemplo, o serviço que a natureza nos fornece: qualidade do ar, prejudicada pela
quantidade de poluentes;

• direito de poluição: pode ser negociado, vendido, trocado, etc.

O pensamento Neoclássico, trata as relações de troca internas ao sistema, não


levando em conta as externalidades (que são ineficiências na alocação ótima dos recursos
naturais).

Planejamento e Avaliação de Projetos Industriais:

A Decisão de Investimentos na I. Q. :
Mercado

Tamanho Localização

Tecnologia e
Engenharia
Receitas e Investimentos
Custos

Avaliação do Projeto

Elementos Básicos:

a- Vida útil: horizonte de planejamento, ou seja, até quando é razoável. Por exemplo,
imagine um caso de uma ponte cuja concessão seja de 20 anos. Então, nestes casos
fica fácil dizer que a vida útil é de aproximadamente 20 anos.

b- Investimento ou Capital Fixo: refere-se aos bens imobilizados que em princípio não
serão transacionados e isto gera uma imobilização de recursos por período longo. Por
exemplo, tudo que gastamos até a data da inauguração. Assim, vai desde as despesas
preliminares, até terrenos, construções e edificações, equipamentos, instalações e
terminará em bens intangíveis (marcas, patentes, aquisição de tecnologias, know-how,
dentre outros).

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c- Capital de Giro: é uma imobilização de recursos (dinheiro empatado) destinados
a fazer frente às operações de produção e comercialização. Assim, precisamos de
dinheiro em caixa, estoque de produtos, estoque de matéria-prima, vendas a prazo,
etc.

Logo, o investimento total será igual ao investimento fixo mais capital de giro.
Cabe aqui uma observação: para a indústria o mais importante é o investimento fixo e não
o capital de giro. Já para o comércio será ao contrário.

d- Depreciações: é um custo, porém, apenas contábil, isto é, a empresa não retira do


bolso para entrar nos custos operacionais. Porém, é uma parcela somada aos custos
operacionais, de modo a levar em conta a limitação da vida útil do investimento.

Curvas de Depreciação (Método Linear):

D = (I-L)/n, onde: D = depreciação anula, I = investimento fixo, L = valor residual, n =


vida útil.

O valor de L é geralmente considerado como sendo zero.

O valor de n pode, assim, ser considerado: 25 anos para construções e prédios, 10


anos para máquinas e equipamentos e 4 anos para veículos.

e- Receita: quantidade vendida x preço (depende do estudo do mercado, pois os


projetos são muito sensíveis tanto ao preço, quanto à quantidade. Assim, errando-se
pouco, teremos um erro muito grande no projeto).

f- Custos Operacionais: a classificação dependerá da natureza do projeto.

g- Lucro Operacionais: receita menos custos e despesas operacionais.

h- Lucro Tributável: lucro operacional menos os objetos isentos do imposto de


renda (depreciações).

Aplicação: Investimento = 100, vida útil = 5, valor residual = 0, receita anual = 50,
custos operacionais =20, financiamento = 50, juros = 10%aa, amortização (sistema
americano) – cota única o final do 5º período, depreciação linear = 5 anos, imposto de
renda = 40% do lucro tributável.

a- Fluxo de Caixa antes do Imposto de Renda e Sem Financiamento: (FC-I)

Ano Investimento Receita Custos Operacionais FC - I


0 -100 -100
1 50 -20 -30
2 50 -20 -30
3 50 -20 -30
4 50 -20 -30
5 50 -20 -30
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OBS: Caso haja valor residual, este entrará na coluna do investimento no ano 5.

b- Fluxo de Caixa com Imposto de Renda e Sem Financiamento: (FC-II)

Ano Investim. Receita Custo FC-I Deprec. Lucro I. R. FC-II Lucro


Operac. Tribut.l Líquido
0 -100 -100 -100
1 50 -20 30 -20 10 4 26 6
2 50 -20 30 -20 10 4 26 6
3 50 -20 30 -20 10 4 26 6
4 50 -20 30 -20 10 4 26 6
5 50 -20 30 -20 10 4 26 6

Depreciação = 100/5 = 20
FC-II = Receita – (custo operacional + imposto de renda) = 50 –24 =26
Lucro Líquido = FC-II – Depreciação = 26 –20 = 6 (é o que interessa aos sócios e
acionistas).

Assim, fica marcante a diferença entre caixa e lucro. Neste caso o caixa seria 26
(onde está incluído o valor da depreciação deixado pelo imposto de renda). Todavia o lucro
foi apenas de 6.

c- Fluxo de Caixa com Imposto de Renda e com Financiamento: (FC-III)

Continuação do quadro anterior.

FC-II Financiamento Juros Amortização Lucro Lucro I. R. FC-III


Operac. Tributável
II
50 -50
6 5 5 2 23
6 5 5 2 23
6 5 5 2 23
6 5 5 2 23
6 5 -50 5 2 -27

Lucro Tributável II = Lucro Tributável I - Juros = 50 – (20 + 20 +5) = 5


Fluxo de Caixa III = 50 – 20 – 5 – 2 = 23

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EXEMPLO – Calcular o VPL para uma taxa mínima de atratividade i = ima

a- Caso 1: Uma Alternativa

Ano Investimento Receita Custos Fluxo de Caixa


0 100 -100
1 60 20 40
2 75 25 50
3 92 32 60

i = ima = 10%

VPL =

b- Duas ou Mais Alternativas de Mesma Vida Útil:

Neste caso será a de maior VPL.

c- Duas Alternativas com Vida Útil Diferentes:

Alternativa Custo Inicial Vida Útil Valor Residual Custo Anual


A 400.000 4 anos 40.000 10.000
B 600.000 8 anos 80.000 20.000

Qual o melhor equipamento?


40.000

400.000 10.000 10.000 10.000

80.000

20.000 20.000 20.000


600.000

VPLA = -400.000 – 10.000 X


(1 + 0,1)4 − 1 + 40.000 X
1
= - 375.825
(1 + 0,1)4 X 0,1 (1 + 0,1)4
Analogamente, VPLB = -669.378

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A pergunta é: “Será que podemos comparar os dois valores, uma vez que as vidas
úteis são diferentes?”.

Geralmente o procedimento escolhido seria o mmc entre as vidas úteis. Neste caso,
seria 8. Assim, poderíamos fazer as comparações.

Taxa Interna de Retorno:

Se TIR for maior que ima , então será viável.

Suponha uma ima = 8% para os casos abaixo:

a- Uma Alternativa:

Ano 0 1 2 3 4 5 6
Fluxo de Caixa 300 50 70 60 70 80 80

VPL (i) = 0

TIR = i = 9,04%

Assim, a alternativa será viável.

b- Duas ou Mais Alternativas de Mesma Vida Útil:

Alternativa A: processo automatizado, investimento inicial de 20.000, economias


anuais 3116, durante 10 anos.

Alternativa B: processo menos automatizado, investimento inicial de 10.000,


economias anuais 1628, durante 10 anos.

VPLA = -20.000 + 3116 X (1+i)10 – 1 / (1+i)10 X i = 0

TIRA = 9%

Analogamente, TIRB = 10%

Perceba que na alternativa A estamos investindo 20.000 e TIRA = 9% e na


alternativa B estamos investindo 10.000 e TIRB = 10%. Para saber qual a melhor, teríamos
que saber o que fazer com os 10.000 restantes.

Alternativa A: 20.000 com TIR = 9%


Alternativa B: 10.000 com TIR = 10%
10.000 com ima = 6%

Assim, disponde de várias alternativas não podemos afirmar que aquela com maior
TIR é necessariamente a melhor. Neste caso, a melhor será a alternativa A, pois teremos
uma aplicação de 8% (10% +6%, uma vez que os capitais são iguais).

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A metodologia do INVESTIMENTO INCREMENTAL pode ser utilizada para
chegar-se mais rapidamente a esta conclusão:

A = B + (A-B)

Ou seja:

3116 1628
1488
= +

20.000 10.000 10.000

Esta última parcela será o investimento incremental, bastando, assim, determinar a


TIR desse investimento. Fazendo os cálculos chegaremos a TIRii = 8%.

Qual seria, então, nossa interpretação? Fazer a alternativa B é fazer a alternativa A,


mais um investimento incremental (hipotético) com TIRii = 8%, que é maior que ima = 6%.
Logo, fazer a alternativa B é melhor.

c- Duas Alternativas de Vida Útil Diferentes:

Neste caso, faríamos o mmc das informações fornecidas como vida útil e
recairemos no item b.

Método do Custo Anual ou Método do Valor Anual Uniforme Equivalente:

Equipamento Preço Valor Vida Útil Custo Anual de Custo Anual de


Residual Manutenção Operação
A 100 10 5 anos 10 15
B 120 15 8 anos 11 16

Ima = 10%

Alternativa A:

10
1 2 3 4 5

25 25 25 25 X
100

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Ou seja: qual seria o valor X de uma série uniforme (sem pagamento em zero) que
seria equivalente à alternativa A.

CAA = 25 + 100/ [ (1+i)n –1 / (1+i)n x i]- 10/ [(1+i)n –1 / i] = 49,74

P = R (1+i)n –1 / (1+i)n x i , P = 100 (ou seja, transforma o 100 em 5 pedacinhos iguais


periódicos equivalentes).

Como o 10 não está em zero, teremos que leva-lo ao período zero para aplicarmos a
fórmula. Então:

10 / (1+i)n = R (1+i)n – 1 / (1+i)n x i.

Agora basta fazermos a mesma coisa para a alternativa B, que resultará em 48,18.
Assim, será a melhor opção.

Obs. Com estas informações agora podemos determinar o Tempo de Uso de um


equipamento ou instrumento com menor custo anual (Vida Econômica).

Ex: Se compramos hoje um carro por 28.000, daqui a quanto tempo devo vende-lo para
amortizar o meu investimento?

Ano 1 2 3 4
Revenda 20.000 15.000 10.000 5.000
Custo de 4.000 6.000 8.000 10.000
Manutenção

Primeiro Ano: Segundo Ano:


20.000
15.000

28.000 4.000 28.000 4.000


6.000

Realizando todos os cálculos relativos aos quatro anos chegaremos à conclusão de


que a melhor opção será a de 3 anos.

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ESTUDO DE CASOS

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ESTUDO DE CASO 1 - VAZAMENTO
Uma pequena instalação funciona com gás altamente inflamável presente em
tanques e tubulações metálicas. O escapamento desse fluido formará uma pluma de gás
que, transportada pelo vento, poderia ter quatro conseqüências:

1-incendiar-se, queimando materiais, vidas, equipamentos, ninhos ou casas porventura em


seu caminho;
2-explodir, destruindo tudo;
3-nem explodir, nem incendiar-se por falta de fonte de ignição, e assim prosseguir
dispersando-se de modo inofensivo;
4-explodir ou incendiar-se numa área onde não haja qualquer tipo de vida ou material
relevante.

Definindo o Evento Iniciador, associa-se lhe uma freqüência esperada de


ocorrência, através de análise de confiabilidade ou banco de dados. Por exemplo, no
caso de vazamentos descobre-se que pode ocorrer uma vez a cada 30 anos. Daí segue-se
pelos ramos da árvore, multiplicando-se a freqüência esperada inicial pelas probabilidades
no caminho de cada ramo da árvore. Ao final de cada seqüência obter-se-á uma freqüência
esperada ponderada pelas probabilidades daquele caminho. A partir dessa freqüência
esperada ponderada que nesse exemplo simples é:

(1/30). 0,7 . 0,5 . 0,4 = aproximadamente 5/1.000 anos, pode-se estimar a freqüência de
dano, multiplicando-se a freqüência ponderada deste ramo pelas suas conseqüências. Se a
conseqüência desse ramo fosse a morte de 10 pessoas, então teríamos:

R3 = (5/1000) . (morte de 10 pessoas) = 5 mortes a cada 100 anos, que corresponde a


0,05 mortes/ano ou como é mais usado em Engenharia 5,00 . 10-2 mortes/ano.
Associando cada conseqüência (neste caso a morte de uma pessoa), a um valor monetário,
digamos US$10 milhões, chegaremos facilmente ao custo anual dos acidentes gerados por
este evento iniciador, que resultaria em:

risco(anual) . custo de conseqüência = custo anual


0,05 mortes/ano . (custo da morte, US$ 10 milhões) = US$ 500 mil/ano

EI norte – 0,7 sem ignição – 0,5 R1=0

com ignição – 0,5 ausência de vida – 0,6 R2=0

R3 = risco de morte
presença de vida (10 pessoas) – 0,4

sul – 0,3 (área desértica a frente) R4=0


(freqüência = 1 a cada 30 anos)

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ESTUDO DE CASO 2 - AVALIAÇÃO DOS INVESTIMENTOS PARA
O PROGRAMA DE DESPOLUIÇÃO DA BAIA DE GUANABARA.
Generalidades:

Recurso Ambiental (R): Baia de Guanabara


Objetivo: Análise de custo / benefício

VALORES ESTIMADOS MÉTODO UTILIZADO


Valor de uso relativo ao aumento da Gastos defensivos
oferta de regularização do abastecimento
de água
Valor de uso relativo à diminuição do Produtividade marginal
desperdício com racionalização do
consumo de água
Valor de uso relativo ao saneamento de Valoração contingente com transferência
residências de funções
Valor de uso relativo à recuperação Valoração contingente
ambiental de rios e valões
Valor de uso relativo à recuperação Custo de viagem e valoração contingente
ambiental das praias
Valor de uso relativo à recuperação do Produtividade marginal
setor pesqueiro
Valor de uso relativo ao aumento da Produtividade marginal
demanda do setor turístico
Valor de uso relativo à diminuição de Custos evitados
cheias

População beneficiada total: 5 milhões


Investimentos totais: US$ 793 milhões
Área da Baia de Guanabara: 381 Km2
Bacia hidrográfica: 4234 Km2

Fontes de Poluição da Baia de Guanabara:


• Parque industrial com 6000 industrias
• REDUC – lançamento de 1,75 t/dia de óleo
• 16 terminais marítimos de petróleo- lançamento de 0,5 t/dia de óleo
• 2 portos comerciais (Niteroi e Rio de Janeiro)
• 2000 postos de serviço e 40 estaleiros – lançamento de 1 t/dia de óleo.
• Esgôtos domésticos – 544 t/dia
• Vazadouros de lixo às margens dos rios que contribuem para a BG – 5000 t/dia
• Favelas
• Desmatamentos e aterros clandestinos

Conseqüências diretas ao ser humano: doenças veículadas pelos recursos hídricos.


Outras consequencias: assoreamento da Baia, obstrução de córregos, enchentes, redução da
pesca, destruição de mangues, etc.

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Metodologias:

Avaliação econômica dos investimentos em saneamento básico, drenagem e


resíduos sólidos, com finalidade de dar diretrizes à melhor configuração dos projetos e
garantir a viabilidade econômica.

O estudo de custo – benefício foi realizado apenas para os componentes de custo


saneamento e drenagem com taxa de desconto de 11%a.a.

BENEFÍCIOS CUSTOS
Melhoria das condições sanitárias para Construção de redes coletoras de esgoto,
1,2 milhão de habitantes redes de abastecimento de água, coleta de
lixo e dragagem
Melhoria das condições estéticas e de Construção de coletores-tronco, coleta de
habitação lixo e dragagem
Criação de novas oportunidades de Construção de ETE’s
recreação para população próxima à Baia,
evitando congestionamento de trânsito
para deslocamento até praias oceânicas
Ampliação da oferta de atrativos Construção de ETE’s
turísticos, recuperação da pesca de
espécies de importância econômica.

ABASTECIMENTO DE ÁGUA

A setorização dos sistemas e a micromedição induzem ao consumo mais racional da


água e portanto, menor desperdício, ou seja, diminuição de perdas e aumento de oferta.

• Setorização

O calculo dos benefícios foi feito por “gastos defensivos” .

Para o cálculo destes benefícios obteve-se, através de um levantamento de campo,


valores análogos a DAP das famílias diretamente afetadas pelo projeto.

Os custos forma calculados baseados nos preços de eficiência através do custo


marginal dos sistemas da empresa de saneamento regional.

B=109,7 Milhões C=78,5 Milhões

• Micromedição

No caso de micromedição utilizou-se a técnica de “produtividade marginal”


considerando-se o aumento da oferta (D.R.) com a racionalização do consumo, reduzindo
recursos que seriam investidos em manutenção e operação para o consumo poupado.
Utilizou-se como base os preços da empresa de saneamento regional.

B=158,5 Milhões C=76,8 Milhões

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ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Avaliou-se o custo-benefício de investimentos específicos em redes-coletoras,


coletores-troncos, recuperação ambiental e melhorias da qualidade da água da B.G.,
identificando impactos na estética, pesca e turismo.

• Redes coletoras

Utilizou-se o “MVC” e a obtenção da DAP de cada família para o serviço de coleta


de esgoto.

Foi utilizado o procedimento de “transferência de função” , isto é, adotou-se como


base dados e resultados de pesquisas similares já realizadas em outras regiões (São Paulo e
Fortaleza).

B=187,4Milhões C=92,1 Milhões

• Coletores-troncos

Foi utilizado o “MVC” com aplicação de 500 questionários do tipo referendo (2


valores) para obter a DAP

B=215,6Milhões C=110,2Milhões

TRATAMENTO DO ESGOTO

Foi realizada a análise de C/B para tratamento de 40% do volume total de esgoto
lançado.

Os parâmetros de qualidade da água considerados para o esgoto tratado foram a


DBO, coliforme total e oxigênio dissolvido.

Considerou-se também o tratamento primário em 95% do volume considerado em


detrimento de considerar o tratamento secundário.

Para esta análise utilizou-se o “MVC” para valoração da balneabilidade, esportes


náuticos e estética, método da “produtividade marginal” para atividades turísticas e
pesqueiras.

• Balneabilidade

Método de valoração contingente em 1674 famílias com avaliação da DAP para


banho de mar.

Foi utilizado também o método de custo de viagem para calculo da balneabilidade.


Ambos os métodos chegaram a valores altos da DAP para obter-se a balneabilidade das
praias da B.G..

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• Atividade turística e pesca

a) turismo

Calculou-se o ganho incremental de 50% de turistas permanecendo mais um dia do


RJ para ir ao banho de mar na B.G., e adotou-se a contribuição deste valor aos setores
economicos em 40%.

b) pesca

Analisando dados coletados diretamente das colônias de pescadores da região,


observou-se que atualmente muitas espécies não são mais encontradas na B.G..

O volume pescado atualmente equivale a 33% do volume de peixe pescado a 10


anos atrás e 17% do volume de camarão.

c) viabilidade econômica agregada

Os custos associados aos benefícios do tratamento de esgotos refletem os


investimentos para expansão e manutenção da rede coletora e esgotos, e dos coletores-
troncos e os investimentos de operação e manutenção de ETE’s.

B=582,4Milhões C=347,5Milhões

DRENAGEM

A avaliação dos C/B da drenagem dos rios foi realizada por “custos evitados” .

Avaliou-se os prejuízos à população por ter casas e ruas alagadas assim como
custos de lançamento de lixo carreado das ruas para a B.G..

Aproveitando-se da pesquisa/MVC para coletores-troncos, foi inserida uma


pergunta para captar os prejuízos causados à população afetada direta (casas alagadas) e
indiretamente (com impossibilidade de sair para trabalhar por causa das ruas alagadas).

B=10,3Milhões C=9,5Milhões

AVALIAÇÃO CRÍTICA DO ESTUDO

O estudo é bastante ilustrativo por apresentar um caso real avaliado por vários
métodos, inclusive em alguns casos, comparando-se resultados obtidos por dois métodos,
porém não foram avaliados os viezes nos resultados obtidos por MCV já que não se
mencionaram os aspectos da singularidade ecológica da B.G. e valores da não-uso.

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ESTUDO DE CASO 3 - AUDITORIA AMBIENTAL NO ATERRO
SANITÁRIO

PROGRAMA DE AUDITORIA DO ATERRO SANITÁRIO

OBJETIVO

ESCOPO

PROGRAMA DE AUDITORIA - ATERRO DATA FEITO


POR
1.Verificar sistema de impermeabilização com finalidade de
constatar possíveis vazamentos e percolação no solo. Verificar
ainda se foi feita com material artificial e/ou natural .(NBR
10.157/dez 97)
2.Verificar monitoramento de gases oriundos da decomposição
orgânica / biológica do lixo.(NBR 10.157/dez 97)
3. Constatar a adequação do plano de emergência e treinamento de
funcionários. (NBR 10.157/dez 97)
4. Verificar a existência de uma rede de drenagem superficial com
objetivo de evitar deslocamento e/ou arraste de chorume para locais
não determinados, causando possíveis contaminações locais
tóxicas, que poderiam acarretar reações, até mesmo violentas.(NBR
10.157/dez 97)
5. Confrontar o catálogo de materiais recebidos com TAB I e II,
com finalidade de constatar segregações que ocasionem
combinações químicas e físico-químicas indesejáveis .(NBR
10.157/dez 97)
6. Verificar se o aterro está localizado a uma distância mínima de
200 m de qualquer coleção hídrica ou curso de água (caso contrário
verificar critérios OECA) .
(NBR 10.157/dez 97)
7. Verificar se a vegetação existente é uma atenuante de vetores e
erosão .
(NBR 10.157/dez 97)
8.Verificar a existência mínima de 500 m de núcleos populacionais,
incluindo os catadores (NBR 10.157/dez 97). Para zonas
residenciais de no mínimo 2 Km.
9.Verifiacar se o aterro é executado em áreas sujeitas a inundações,
em período de recorrência de 100 anos .(NBR 10.157/dez 97)
10. Verificar a existência de monitoramento em número de 4 ( um a
montante e 3 a jusante) de modo que as variáveis possam ser
verificadas ao menos 4 vezes ao ano. (NBR 10.157/dez 97)

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11. Verificar a distância mínima de 15 Km da cabeceira das pistas
de aeroportos em todo Estado do RJ (Lei 2794 - 17/09/97).
12. Verificar se o aterro recebe escombros, entulhos, e resíduos de
construção, reforma ou demolição de edificação de qualquer
natureza. Em caso positivo averiguar (solicitação de cópia)
licenciamento e fiscalização do Município. (Lei 1546 - 17/01/90).
Verifique, também, se a descarga é feita em pontos que são
previamente determinados em conjunto com SMO, SMU e SMAC.
13. Avaliar a existência de discussão com a comunidade em relação
a instalação do aterro .
14. Solicitar licença de operação da FEEMA.
15. Verificar destino dado aos resíduos perfurantes e cortantes.
(NBR 9190)
16. Constatar se os abrigos onde é feita a coleta seletiva de lixo,
segue normas e padrões de construção e instalação de Serviço de
Saúde do Ministério da Saúde.
17. A partir de que data, iniciou-se a utilização do aterro?

USO DO APARELHO " NANO TEM"

18.Constatar a existência de águas subterrâneas. Entre a superfície


do aquífero e o nível mais baixo do lençol freático de existir no
mínimo 1,5 m de solo insaturado. (NBR 10.157/dez 97)
19. Constatar coeficiente de permeabilidade do solo de
aproximadamente 5. 105 cm/s .(NBR 10.157/dez 97)
20. Verificar sistema de drenagem para coleta de percolados,
instalado logo após impermeabilização e seu dimensionamento de
modo a evitar formação de uma lâmina de líquido percolado
superior a 30 cm sobre a impermeabilização .
(NBR 10.157/dez 97)

PLANO DE ENCERRAMENTO DO ATERRO SANITÁRIO:

21. Verificar a existência de:


a- monitoramento de águas subterrâneas por um período de 20 anos
(NBR 10.157/dez 97)
b- manutenção do sistema de drenagem. (NBR 10.157/dez 97)
c- manutenção de tratamento dos percolados (NBR 10.157/dez 97)
d- existência de aves de rapina

22. Verificar medidas de proteção ambiental relativas à :


a- contenção dos taludes do aterro (NBR 10.157/dez 97)
b- contenção das encostas adjacentes ao aterro (NBR 10.157/dez 97)
c- contenção das encostas das jazidas de material (CÓDIGO IT -
1302 DELIBERAÇÃO CECA No 3326 - 29/11/94).
23. Quais medidas estão sendo tomadas com relação a
preservação ambiental?

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A ESTAÇÃO DE TRATAMENTO
ESTAÇÃO DEDE CHORUME. - CHORUME
TRATAMENTO

Canaletas ao Alcalinidade básica


Lagoa
Redor
Final

Tanque de
Homogeinização

Tratamento

Tanque de
Lodo Decantador Eletrocoagulação onde
primário por descarga entre
placas ocorre uma
desestabilização
coloidal das partículas
Tanque de (↑ P)
Acúmulo
Sobrenadante
Tratamento
Secundário

Aerador Sobrenadante
Reciclo Mecânico
(~60d)
Filtro
de areia
Alto turbilhamento –
bactéria consome substrato
(decomposição orgânica)

Tanque
de
Polimento
Tanque de Nano Filtração
Água Polimento Mesh 10-9

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PREFEITURA DA CIDADE DO PAPO FUNDO
CONTROLADORIA GERAL DO MUNICÍPIO
AUDITORIA GERAL

___________________________________________________________________

RELATÓRIO DA AUDITORIA GERAL ESPECIAL

RAG Nº X
_______________________________________________________________
____

ENTIDADE AUDITADA: COMPANHIA MUNICIPAL DE LIMPEZA URBANA

TIPO DE AUDITORIA: AUDITORIA ESPECIAL

CÓPIA PARA AÇÃO:

CÓPIA PARA INFORMAÇÃO:

O. S

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I – INTRODUÇÃO

Em cumprimento à Ordem de Serviço nºX , realizamos os trabalhos de auditoria


ambiental, na Companhia Municipal de Limpeza Urbana.

II - OBJETIVO

Este exame objetiva a identificação dos riscos ambientais provenientes das


atividades operacionais da COMP. URBANA e os pontos de controle existentes no lixão de
xxx e no aterro controlado de X, sob responsabilidade da empresa, abrangendo os aspectos
legais e geofísicos.

III – ESCOPO

• Inspeção geofísica no lixão de X, com o uso dos equipamentos de


magnetometria (medida de campo magnético) e gamaespectrometria
(medida de radioatividade gama).
• Análise ao cumprimento das normas emanadas pela ABNT, em especial,
a norma NBR 10.157 de dezembro de 1997 e a Lei n. 9.605, de fevereiro
de 1998 – Lei dos Crimes Ambientais.
• Análise da adequação dos procedimentos contábeis aplicados pela
empresa, no registro de valores relacionados às atividades com impactos
no meio ambiente.

IV – CONCLUSÃO

De acordo com os exames efetuados , limitado ao escopo descrito , somos de


opinião que há riscos e impactos ambientais provenientes das atividades operacionais no
Lixão de X e Aterro Controlado de X, dentre os quais destacamos:
• Vazamento de chorume para área externa ao Lixão de X.
• Camada de argila insuficiente para cobertura do lixo
• Ausência de catálogo de resíduos recebidos – Lixão de X
• Constatação de existência de lixo radioativo
• Disposição incorreta de resíduos hospitalares.

Somos de opinião, também, de que estes riscos e impactos ambientais não vêm
sendo adequadamente evidenciados nos demonstrativos contábeis da empresa, como a
ausência de procedimentos contábeis para contingências ambientais.

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Alertamos ainda, para a possibilidade de ocorrência de futuras ações judiciais contra
a Prefeitura da Cidade do Papo Fundo, tendo em vista, o reflexo das atividades operacionais
da COMP. URBANA no meio ambiente, que por ventura não atendam integralmente as
exigências legais, conforme detectado em nossos exames.

Rio de Janeiro, de julho de 2000.

V - PONTOS DE AUDITORIA

01 – CONSTATAÇÃO DE EXISTÊNCIA DE LIXO RADIOATIVO

Constatamos no lixão de X, a existência de material radioativo, em especial, urânio


e tório, em descumprimento à lei n. 1.228, de 17 de novembro de 1987, que determina a
proibição de depósitos de lixo atômico ou rejeitos radioativos no Estado do Rio de Janeiro,
sejam proibidos. (vide foto n. 1)

Ressaltamos que nossos testes não permitiram precisar os índices de contaminação


encontrados, basicamente em virtude de não termos acesso às tecnologias necessárias a
uma avaliação técnica mais específica, porém salientamos que o descumprimento legal
sujeita a empresa a possíveis ações judiciais.

Portanto, não reunimos condições de avaliar os impactos ambientais no presente e


no futuro.

RECOMENDAÇÃO Nº 01

Recomendamos estudos urgentes visando a constatação dos índices radioativos


existentes no local, bem como suas conseqüências, de modo que seja atendida a lei e
preservada a saúde humana.

02 - CAMADA DE ARGILA INSUFICIENTE PARA COBERTURA DO LIXO

Constatamos em inspeção física realizada, que a camada de argila que cobre o solo
do lixão é de baixa espessura.

Este fato, aliado a possíveis erosões, ocasiona sulcos no solo recoberto e


conseqüente afloramento de lixo para a superfície. (vide fotos ns 01, 02 e 03).

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RECOMENDAÇÃO Nº 02

Recomendamos que a camada impermeabilizante seja construída com materiais de


propriedades químicas compatíveis com os resíduos, com suficiente espessura e resistência
de modo a evitar rupturas devidas, entre outras, aos seguintes motivos: a pressões
hidrostáticas e hidrogeológicas; contato físico com o líquido percolado ou resíduo, e
tensões da instalação da impermeabilização ou aquelas originárias da operação diária,
conforme preceituado pela Norma Regulamentadora NBR 10.157 de dezembro/97.

Considerando que o lixão já se encontra desativado, recomendamos, também,


estudos visando a recomposição da cobertura do solo e o uso de material que minimize a
exposição do lixo.

03 – VAZAMENTO DE CHORUME PARA ÁREA EXTERNA AO LIXÃO X

Verificamos em nossas inspeções físicas e nos testes efetuados com equipamentos


geofísicos, que vem ocorrendo vazamento de chorume para as áreas externas ao lixão,
inclusive no Canal de X.

Isto ocorreu, devido à característica de baixa impermeabilidade do solo do lixão, o


qual não foi preparado para receber resíduos de natureza industrial e urbana. Acrescenta-se
que a vala construída para contenção do chorume não apresentou a eficiência esperada.

RECOMENDAÇAO Nº 03

Recomendamos que a COMP. URBANA avalie o impacto ambiental desse


extravasamento, em especial para o Canal de São X

Alertamos que existe o risco de ações judiciais contra a Prefeitura da Cidade do Rio
de Janeiro oriundo da possibilidade de contaminação por parte da população vizinha, bem
como pelo fato de que o terreno contaminado pertence à Cia. INDUSTRIAL. Julgamos
oportuno que se estude a reconstituição da vala com material de baixa permeabilidade.

04 – AUSÊNCIA DE CATÁLOGO DE RESÍDUOS RECEBIDOS – LIXÃO DE X

Constatamos a ausência de catálogo de materiais recebidos referentes ao período em


que o aterro encontrava-se em operação. A inexistência deste catálogo facilita a ocorrência
de incompatibilidade físico-químicas de resíduos, tais como mistura entre líquidos alcalinos
corrosivos com líquidos diversos de limpeza, gerando calor ou reação violenta ou mistura
entre soluções aquosas em geral com potássio, gerando fogo, explosão ou geração de calor
e geração de gases inflamáveis ou tóxicos.

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RECOMENDAÇÃO Nº 04

Considerando que o o lixão de X encontra-se fora de operação, recomendamos a


criação e implantação de programa de monitoramento para que sejam considerados os
riscos oriundos de misturas incompatíveis, notadamente os riscos advindos de materiais
radioativos (urânio e tório).

Quanto ao aterro controlado de X, tendo em vista a inexistência deste catálogo,


recomendamos maior controle e registro sobre a entrada de resíduos perigosos.
Este controle deve seguir as especificações contidas na NBR 10.157, de
dezembro/97, a qual estabelece em sua tabela 2, as incompatibilidades de resíduos que
devem ser consideradas quando do recebimento destes.

Isto minimizaria a possibilidade de encontrar materiais como urânio e tório, como


observado no lixão de X e descrito no Ponto de Auditoria nº. 01

05 – DISPOSIÇÃO INCORRETA DE RESÍDUOS HOSPITALARES

Notamos a existência de capsulas de medicamentos, seringas e agulhas a céu aberto,


sem sinalização adequada e fora da área do aterro destinada a este fim, em descumprimento
à lei n. 2061 de 28 de janeiro de 1993, que determina a incineração de tais resíduos (vide
foto 5).

RECOMENDAÇÃO Nº 05

Recomendamos que seja cumprida a lei nº 2.061 de 28 de janeiro de 1993, a qual


determina que toda e qualquer espécie de lixo hospitalar sejam incinerados.

06 – AUSÊNCIA DE PROCEDIMENTOS CONTÁBEIS PARA CONTINGÊNCIAS


AMBIENTAIS

A Norma Regulamentadora - NBR 10.157/dez 97 determina o monitoramento de


águas subterrâneas, a obrigatoriedade de reflorestamento da área e outras medidas de
proteção ambiental inerentes ao lixão, durante o prazo de 20 anos após o término de suas
atividades. Nenhuma das medidas exigidas por norma legal foi objeto de
contingenciamento por parte da empresa e evidenciada em suas demonstrações contábeis.

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RECOMENDAÇÃO Nº 06

Considerando que a contingência surge de uma situação de risco potencial cuja


efetivação está vinculada a um evento com determinada probabilidade de ocorrência futura,
a contabilização ou sua citação em notas explicativas deve ser imediatamente efetuada.

Recomendamos que a COMP. URBANA siga os Princípios Fundamentais de


Contabilidade, fazendo a mensuração e o correto registro contábil destes passivos
ambientais.

ÍNDICE DESCRIÇÃO PÁGINAS EMBASAMENTO


A/1 Ordem de Serviço 1
B/1 Relatório de Ambiental 2 até 12
B/1.1 Ponto 01: Anomalias Radioativas 5 13, 20, 95
B/1.2 Ponto 02: Extravasamento de Material 5 13, 14, 18
B/1.3 Ponto 03: Baixa Camada de Argila 6 14, 15, 16
B/1.4 Ponto 04: Disposição Incorreta Lixo Hospitalar 6 17, 95, anexo 01
B/1.5 Ponto 05: Ausência de Procedimentos Contábeis 7 104 (9.3.1 até 9.3.6)
B/2 Relatório Fotográfico 8 até 18
C/1 Relatório da SCAN – Caracterização Geofísica 19 até 21
D/1 Memorando Descritivo – Inspeção no Aterro 22 até 23
E/1 Memorando – Fotocópia Contrato 24
F/1 Contrato 54 / 95 25 até 33
G/1 Termo Aditivo 34 até 36
H/1 Contrato 134 / 95 37 até 49
I/1 Concorrência Pública: Recuperação do Aterro 50 até 82
J/1 Ofício: Chefe de Gabinete 83
L/1 Resposta ao Ofício: 84
M/1 Ofício: Procurador Geral 85 e 86
N/1 Resposta ao Ofício 87 até 92
O/1 Ofício: SCAN 93
P/1 Legislação 94 até 99
Q/1 ABNT – NBR 100 até 106
R/1 Drafts

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ESTUDO DE CASO 4 – AUDITORIA DE SGA - MANUAL DO
SISTEMA DE GERENCIAMENTO AMBIENTAL DO
LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS PR3

SUMÁRIO
1. POLÍTICA AMBIENTAL
2. TERMO DE ABERTURA
2.1. Objetivo
2.2. Abrangência
3. DADOS HISTÓRICOS
4. OBJETIVOS E METAS AMBIENTAIS
5. QUADRO DE REFERÊNCIAS CRUZADAS
5.1. Sistemas de Gerenciamento
5.2. Aspectos ambientais
5.3. Requisitos legais e corporativos
5.4. Programas de Gestão Ambiental
5.5. Estrutura e Responsabilidade
5.6. Treinamento,conscientização e competência
5.7. Comunicação
5.8. Controle Operacional
5.9. Preparação e atendimento a emergências
5.10. Não conformidade e ações corretiva e preventiva
5.11. Registros

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1.0. POLÍTICA AMBIENTAL

O laboratório de análises clínicas PR3 está comprometida com um gerenciamento


ambiental eficaz buscando a prevenção da poluição, através da melhoria contínua de nossos
processos em parceria com nossos colaboradores, fornecedores e prestadores de serviços.
Nossa Política Ambiental está apoiada nas seguintes diretrizes:

• Atingir os objetivos e metas ambientais estabelecidos, revisando sempre que


necessário ;
• Identificar e avaliar os aspectos ambientais significativos resultantes de nossas
atividades, produtos e processos, estimulando a redução e ou prevenção de seus
impactos sobre o ambiente e vizinhança local;
• Manter a comunicação interna e externa referentes às preocupações ambientais de
seus colaboradores, clientes, fornecedores e demais partes interessadas;
• Atender a legislação municipal, estadual e federal bem como às diretrizes desta
EMPRESA e a outros requisitos pertinentes ao nosso segmento;

-----------------------------------------------------------------------
Gerente Geral

2.0 - TERMO DE ABERTURA

2.1.Objetivo

¾ Implementar, manter e aprimorar o Sistema de Gerenciamento Ambiental.


¾ Assegurar a conformidade com a legislação vigente, políticas, objetivos, metas
ambientais, procedimentos sistêmicos, programas, procedimentos padrões de
Operação e instruções de trabalho ambientais.
¾ Documentar os papéis chave, responsabilidades e a performance ambiental.
¾ Incluir desenhos e esquemas de planos necessários para a documentação das
atividades ambientais, incluindo itens como: esquema dos planos de emissões
atmosféricas, efluentes (sanitários, industrial e pluviais); equipamentos para o
controle de vazamentos; e esquema dos planos de coleta e estocagem de resíduos.

2.2.Abrangência

Documentação do SGA

A estrutura da documentação do Sistema de Gestão Ambiental está representada no


esquema da figura abaixo, e seu conteúdo deve estar conforme as descrições que se
seguem:

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MGA

PGA

IGA’s

REGISTROS

• MANUAL DE GESTÃO AMBIENTAL (MGA) – estabelece, em termos gerais,


o escopo do SGA, que está projetado para assegurar conformidade com a atual
política ambiental e com cada elemento da ISSO 14001. Fornece um sistema de
referência que permite que outros componentes do SGA sejam facilmente
localizados, visando facilitar o entendimento mais rápido de como o sistema é
projetado, para melhorar o desempenho ambiental no local.
• PROCEDIMENTOS DE GESTÃO AMBIENTAL (PGA) – têm o intuito de
sistematizar os procedimentos relacionados com os requisitos de gestão ambiental
que se aplicam ao SGA conforme o ISO 14001.
• INSTRUÇÃO DE GESTÃO AMBIENTAL (IGA’s) – conjunto de padrões que
definem as informações necessárias para o desempenho ambiental eficaz das
atividades relacionadas com os processos operacionais, estabelecendo o que,
quando, quem, onde, porque, e como as atividades envolvidas devem ser realizadas
e controladas.
• REGISTROS – toda a evidência objetiva que deve ser mantida para demonstrar de
que aquilo que devia ser feito está sendo feito atendendo aos requisitos
especificados pelo SGA.
• INFORMAÇÕES AMBIENTAIS ADICIONAIS - documentos relacionados
com o SGA tais como: Normas, Análise Críticas Ambientais, Documentos
Técnicos, Folhas de Dados de Segurança e outras pertinentes.

Rio de Janeiro, de 2000

Elaboração:

Aprovação:

xxxxxxx
(Gerente Geral)

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3.0 - DADOS HISTÓRICOS

O LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS PR3 atua no ramo de serviços


patológicos, assim descritos: exames de sangue, fezes, tecidos e secreções (citologia,
culturas e preventivos).

A empresa possui aproximadamente 150 pessoas, incluindo funcionários e


terceirizados. Está situada no Rio de Janeiro/RJ, atuando no ramo da patologia.

Nossa filosofia é equilibrar ao máximo a proteção ambiental e a prevenção da


poluição com as nossas necessidades sócio-econômicas; sendo assim procuramos atingir e
demonstrar um desempenho ambiental adequado, controlando os impactos de nossas
atividades, produtos e serviços ao meio ambiente e atendendo às normas e regulamentações
dos órgãos ambientais vigentes.

4.0- OBJETIVOS E METAS AMBIENTAIS

• Segurança dos funcionários com utilização de EPI e Aterramentos.


• Controle da geração, manipulação, estocagem de lixo comum (doméstico) e
infectante (contaminado).
• Controlar a emissão de efluentes líquidos e gasosos.
• Minimizar a geração de resíduos e efluentes.
• Planejar e elaborar um sistema interno de controle às infecções.

Objetivos Ambientais

• Planejar e elaborar plano de treinamento para as funções que desempenham


atividades que tenham impacto significativo ao ambiente.

Metas Ambientais

• Atendimento pleno aos requisitos legais pertinentes


• Reduzir o risco de resíduos sólidos gerados com a adução de requisitos nos
próximos 5 anos.
• Reduzir a geração de efluentes líquidos em pelo menos 70 % nos próximos 5 anos
• Realização de 80 horas / ano de treinamento na área ambiental por funcionário
chave

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QUADRO DE REFERENCIAS CRUZADAS

Requisito Título Código do Procedimento


4.1 Sistemas de Gerenciamento PGA 1
4.2 Aspectos e Impactos Ambientais PGA 2
4.3 Requisitos legais e outros requisitos PGA 3
4.4 Programas de Gestão Ambiental PGA 4
4.5 Estrutura e responsabilidade
4.6 Treinamento, Conscientização e PGA 6
Competência
4.7 Comunicação PGA 5
4.8 Controle Operacional
4.9 Preparação atendimento a PGA 5
emergências
4.10 Ações corretiva e preventiva PGA 5
4.11 Registros PR02
4.12 Auditorias Ambientais
4.13 Análise Crítica pela Administração

4.1 - Sistemas de gerenciamento

O LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS PR 3 estabelece e mantém seu


Sistema de Gerenciamento Ambiental para assegurar a conformidade com as leis e
regulamentações aplicáveis a localização e características da unidade bem como à Política,
Objetivos & Metas Ambientais definidos pela EMPRESA.

A EMPRESA estabelece e mantém procedimentos documentados para identificar,


controlar e acessar aos regulamentos e legislações ambientais vigentes e aplicáveis aos
aspectos ambientais de suas atividades , processos e serviços.

É delegada responsabilidade e autoridade para as atividades e operações que tenham


impacto significativo ao meio ambiente, assim como são fornecidos os recursos necessários
de modo a assegurar a conformidade com as regulamentações aplicáveis e com as políticas
ambientais da EMPRESA. Com o intuito de reforçar este comprometimento, fica definido
que:

• É responsabilidade dos gerentes, chefes e supervisores iniciar a ação de prevenir a


ocorrência de quaisquer não conformidades, identificar quaisquer problemas
relativos ao gerenciamento ambiental, assim como de providenciar e verificar a
implementação das soluções.

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• O LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS PR 3 fornece recursos e material
necessários à gestão, execução do trabalho e atividades relacionadas ao
gerenciamento ambiental.
• Limpeza, manutenção e transporte são serviços terceirizados, sendo necessária a
disseminação desse sistema entre as empresas prestadoras de serviços.
• As diretrizes para o sistema de Gerenciamento estão relacionadas no Procedimento
de Gestão Ambiental PGA – 1.

4.2 – Aspectos ambientais

O LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS PR 3 estabelece e mantém


procedimentos para identificar os aspectos ambientais de suas atividades, processos,
produtos ou serviços que possam por ela ser controlados e sobre os quais a EMPRESA X
tenha influência, a fim de determinar aqueles tenham ou possam ter impacto significativo
sobre o meio ambiente e que sejam relevantes para a conformidades com leis,
regulamentações e política da corporação.

O LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS PR 3 assegura que os aspectos


relacionados a estes impactos significativos são considerados na definição de seus objetivos
ambientais.

As diretrizes para identificar os aspectos ambientais estão descritos no


Procedimento de Gestão Ambiental PGA – 2.

4.3 - Requisitos legais e corporativos

O LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS PR 3 estabelece e mantém


procedimentos documentados para identificar, controlar e acessar aos regulamentos e
legislações ambientais vigentes bem como às recomendações ambientais da EMPRESA e
aplicáveis aos aspectos ambientais de suas atividades , processos, produtos e serviços.

As diretrizes para identificar, controlar e acessar os regulamentos e legislações


ambientais vigentes estão no Procedimento de Gestão Ambiental – PGA 3.

4.4 - Programas de gestão ambiental

O LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS PR 3 estabelece e mantém


programas de gestão ambiental para atingir seus objetivos e metas, e inclui:

• A atribuição de responsabilidades em cada função e nível pertinente da organização,


visando atingir os objetivos e metas;
• Os meios e o prazo dentro do qual eles devem ser atingidos.
• Segurança dos funcionários com utilização de EPI.
• Treinamento e conscientização dos funcionários.

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• Controle de geração, manipulação e estocagem de lixo comum (doméstico) e
infectante, principalmente os do tipo A (biológicos).
• Controle e emissão de efluentes líquidos e gasosos.
• Planejar e elaborar todo o sistema de recebimento de matéria-prima, produtos e
serviços das firmas terceirizadas.

Para projetos relativos a novos empreendimentos e atividades, produtos ou serviços,


novos ou modificados, os programas são revisados, onde pertinente, para assegurar que a
gestão ambiental se aplica a esses projetos.

As diretrizes para o programa de gestão ambiental estão relacionadas no


Procedimento de Gestão Ambiental PGA – 4.

4.5 - Estrutura e responsabilidade

As funções, responsabilidades e autoridades devem ser definidas, documentadas e


comunicadas a fim de facilitar uma gestão ambiental eficaz.

A administração da EMPRESA X fornece recursos essenciais para a implementação


e o controle do sistema de gestão ambiental, abrangendo recursos humanos, qualificações
específicas, tecnologia e recursos financeiros.

A Gerência Geral do LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS PR 3 determina


que o representante da administração, independentemente de outras atribuições, tem
funções, responsabilidades e autoridade definidas para:

• Assegurar que os requisitos do sistema de gestão ambiental sejam estabelecidos,


implementados e mantidos de acordo com políticas, objetivos e metas ambientais;
• Relatar à alta administração o desempenho do sistema de gestão ambiental, para
análise crítica, como base para o aprimoramento do sistema de gestão ambiental.

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DIRETOR

GERÊNCIA LABORATÓRIO
DE APOIO
Administração Exames

Comercial e Financeira sangue

Operacional urina e fezes

Ambiental tecidos

Segurança e Higiene do Trabalho secreções

1- Alocação de recursos pela diretoria


2- Assegurar o cumprimento das Normas e Legislação (identificar se as práticas estão
conforme)
3- Relatar o desempenho do Sistema de Gestão Ambiental
4- Gerenciar os recursos humanos próprios e terceirizados
5- Execução (fazer executar) os procedimentos para que se atinja os objetivos e metas.
6- Garantir a segurança e saúde dos profissionais envolvidos com atividades de risco,
mitigando a possibilidade de contaminação externa para a comunidade.
7- Manter reuniões periódicas com as gerências a fim de que sejam cumpridos os objetivos
e metas, garantindo a execução da filosofia da política ambiental da empresa.

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4.6 - Treinamento, conscientização e competência

O LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS PR 3 estabelece e mantém


procedimentos para a identificação de necessidades de treinamento e determina que todos
os colaboradores cujas tarefas possam criar um impacto significativo sobre o meio
ambiente recebam treinamento apropriado.

A EMPRESA estabelece e mantém procedimentos para que seus empregados ou


membros, em cada nível e função pertinente, estejam conscientes:

• da importância da conformidade com a política, objetivos, metas ambientais,


procedimentos e requisitos do SGA
• dos impactos ambientais significativos, reais ou potenciais, de suas atividades e dos
benefícios ao meio ambiente resultantes da melhoria do seu desempenho pessoal;
• de suas funções e responsabilidades em atingir a conformidade com a política,
objetivos, metas ambientais, procedimentos e requisitos do SGA.

O pessoal que executa tarefas que possam causar impactos ambientais significativos
deve ser competente, com base em educação, treinamento e/ou experiência comprovada.

É de responsabilidade dos Recursos Humanos identificar funções específicas e


tarefas para as quais um treinamento é necessário.

São mantidos os registros dos treinamentos apropriados.


As diretrizes para identificar as necessidades de treinamento e conduzir os processos estão
descritas no Procedimento de Gestão Ambiental PGA – 6.

4.7 – Comunicação

Com relação aos seus aspectos ambientais e sistema de gestão ambiental, a


EMPRESA X estabelece e mantém procedimentos para:

• comunicação interna entre vários níveis e funções da organização;


• recebimento, documentação e resposta a comunicações pertinentes das partes
interessadas externas.

O LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS PR 3 considera os processos de


comunicação externa sobre seus aspectos ambientais significativos e registrar sua decisão.
As diretrizes para a comunicação estão descritas no Procedimento de Gestão Ambiental
PGA – 5.

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4.8 - Controle operacional

O LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS PR 3 identifica as operações e


atividades associadas aos aspectos ambientais significativos identificados de acordo com
sua política, objetivos e metas.

O LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS PR 3 planeja estas operações e


atividades, incluindo as de manutenção de forma a assegurar que estas atividades e
processos sejam executados sob condições controladas e específicas através de um
planejamento que inclui:

• O estabelecimento e manutenção de procedimentos documentados, para abranger


situações onde sua ausência possa acarretar desvios em relação à política, objetivos e
metas ambientais;
• A estipulação de critérios operacionais nos Procedimentos Padrão de Operação
(POP`s) e as Instruções de Trabalhos (IT`s) e que estes estejam em conformidade com
as leis ambientais aplicáveis;
• O estabelecimento e manutenção de procedimentos relativos aos aspectos
ambientais significativos identificáveis de bens e serviços utilizados pela EMPRESA
X, e da comunicação dos procedimentos e requisitos pertinentes a serem atendidos
por fornecedores e prestadores de serviços cujas operações consideradas pertinentes
ao Sistema de Gerenciamento Ambiental da EMPRESA, obrigatoriamente
incorporam as recomendações ambientais.
• Todo equipamento e processo que tenha sofrido alguma modificação/revisão deve
ter sua aprovação em termos ambientais. Tais revisões são documentadas e
asseguradas que as possíveis conseqüências ambientais foram avaliadas e que um
controle/prevenção da poluição é fornecido e estabelecido de acordo com os
requisitos.

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4.9 - Preparação e atendimento a emergências

O LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS PR 3 estabelece e mantém


procedimentos para identificar o potencial e atender a acidentes e situações de emergência,
bem como para prevenir e mitigar os impactos ambientais que possam estar associados a
eles.

A EMPRESA analisa e revisa, onde necessário, seus procedimentos de preparação e


atendimento a emergências, em particular após ocorrência de acidentes ou situações de
emergência.

A EMPRESA testa periodicamente tais procedimentos, onde exeqüível.

Todos os materiais perigosos/poluentes, equipamentos e operações e atividades


críticas são identificadas.

As atividades de prestadoras de serviços nas instalações da planta ou trabalho de


construção perto de um equipamento crítico, são avaliados quanto ao seu risco, além disso,
é realizada uma Análise de Riscos onde irá se determinar aonde existe a necessidade das
ações mitigadoras.

O Gerente de Meio Ambiente determina se uma abordagem ofensiva ou defensiva é


a mais adequada para a instalação.

O Plano de Emergência define responsabilidade, requisitos de pessoal necessários


durante uma situação de risco.

O LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS PR 3 estabelece e mantém


procedimentos para aviso, notificação e comunicação a equipe de emergência, serviços
externos, autoridades governamentais, ambientais, áreas industriais, comerciais e
residências vizinhas.

O plano de emergência inclui provisões para a parada segura de toda a fábrica ou


parte dela.

Cópias do plano de emergência ficam em locais disponíveis para o uso de serviços


externos de emergências.

Os equipamentos de proteção e emergência sempre estarão disponíveis para se lidar


com vazamentos e liberação que possam ser prevista.

É fornecido treinamento de rotina para o pessoal responsável pela emergência e,


além disso, são feitos testes e exercícios periodicamente para manter as habilidades de
respostas.

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As diretrizes para atendimento emergencial estão definidas no Procedimento de
Gestão Ambiental PGA – 5.

4.10 - Não conformidades e ações corretiva e preventiva

O LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS PR 3 estabelece e mantém


procedimentos para definir responsabilidade e autoridade para tratar e investigar as não-
conformidades, adotando medidas para mitigar quaisquer impactos e para iniciar e concluir
ações corretivas e preventivas.

Qualquer ação corretiva ou preventiva adotada para eliminar as causas de não


conformidades, reais ou potenciais, deve ser adequada à magnitude dos problemas e
proporcional ao impacto ambiental verificado.

Todos os problemas ambientais ou emissões não rotineiras são notificadas a tempo e


relatadas, de acordo com a política, de maneira emergencial às agências governamentais
competentes ( FEEMA ). Estes relatos contem:

• Tipo de material e quantidade liberado.


• Meio para o qual ocorreu a liberação (água, ar e solo).
• Ações planejadas para corrigir e/ou diminuir os impactos.

As diretrizes para a condução dos processos de ações corretivas e preventivas estão


no Procedimento de Gestão Ambiental – PGA 5.

4.11 – Registros

O LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS PR 3 estabelece e mantém


procedimentos para a identificação, manutenção e descarte de registros ambientais. Estes
registros incluem registros de treinamento e análises críticas pela Alta Administração.

Os registros ambientais são legíveis e identificáveis e permitem rastrear a atividade,


processo, produto ou serviço envolvido. A EMPRESA X possui um sistema central de
arquivos( indexado) para documento/registro ambiental, e pessoal familiarizado de forma a
se recuperar prontamente para estar sempre disponível para a inspeção de auditores
internos, externos e governamentais.

Os registros são protegidos de perdas, avarias ou deterioração tendo um tempo de


retenção de 5 anos suficientes para garantir tanto o cumprimento dos requisitos legais
quanto os da políticas da EMPRESA.

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SISTEMA DE GERECIAMENTO
1- A empresa criou um banco de dados, em meio digital, de todas as legislações e
regulamentos vigentes e aplicáveis aos aspectos ambientais de suas atividades,
processos e serviços, com o objetivo de manter um acervo de fácil acesso.
2- A empresa manterá convênios com instituições normativas que facilitem a
atualização do banco de dados.

ASPECTOS AMBIENTAIS

1- A empresa estabelece e mantém procedimentos para identificar aspectos ambientais de


suas atividades, processos, produtos e serviços que possam por ela ser controlados.

a- Credenciamento na Rede Brasileira de Calibração – RBC – a fim de que seus


instrumentos e equipamentos estejam corretamente aferidos e dentro dos padrões
estabelecidos (fornos, autoclaves, microscópios, balanças analíticas, sistemas de
esterilização).
b- Implantação do Programa de AutoControle – PROCON.
c- Questionários e Pesquisas que são divulgados para a população vizinha ao Laboratório.
d- Realização de auditorias internas com o objetivo de apontar as não conformidades.
e- Avaliação crítica da Administração.
f- Registro de reclamações para funcionários e vizinhança.
g- Criação de formulários para programação da manutenção preventiva e corretiva.
h- Brigada de Incêndio.
i- Terceirização do monitoramento de efluentes líquidos.

2- A empresa emite um relatório mensal com caracterização e quantitativos dos agentes


poluidores.

3- A empresa emite um relatório mensal com caracterização e quantitativos dos agentes


poluidores.

REQUISITOS LEGAIS

Resíduos Infectantes – ABNT – NBR 12808 e NBR 9191


Resíduos Pérfuro - Cortantes - ABNT – NBR 12809
Resíduos Infectantes – ABNT – NBR 12807 e NBR 9191
Manuseio e Equipamentos de Proteção Individual – ABNT – NBR 12809
Características do Carro de Coleta – NBR 12810
Armazenamento Externo – NBR 12810

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Detalhamento:

ABNT – NBR 10.004: Resíduos Sólidos – classificação


ABNT – NBR 12.807: Resíduos de Serviço de Saúde – terminologia
ABNT – NBR 12.809: Manuseio de Serviço de Saúde – procedimento
ABNT – NBR 12.810: Coleta de Resíduos de Saúde – procedimento
ABNT – NBR 9.191: Especificações de Sacos Plásticos
ABNT – NBR 7.500: Símbolos de Riscos e Manuseio para Transporte e
Armazenamento de Material

Brasil Ministério do Meio Ambiente – dispõe sobre a definição e classificação dos resíduos
de serviço de saúde – DZ 1311

NBR IS0 9001 e IS0 14000


NT-202.R10 – Critérios e Padrões para Lançamentos de Efluentes Líquidos
NT-213.R 4 – Critérios e Padrões para Controle de Toxicidade em Efluentes Líquidos
DZ-924.R 7 – Diretriz de Implantação do Programa de AutoControle –
PROCON
DZ-703 – Roteiro para Apresentação de Projetos para Tratamento de
Efluentes Líquidos

CONAMA 003/91 e 020/86

DIRETRIZES

Para que a interpretação de cada parâmetro possa se apresentada, deve-se


inicialmente definir e selecionar a norma ambiental a ser obedecida

Conforme os usos e benefícios da águas dos rios das Bacias Hidrográficas do Estado
do Rio de Janeiro é que deve ser selecionada a norma a ser seguida

No caso em questão o Rio PRESERVAÇÃO, que faz parte da Bacia da Baía de


Sepetiba, tem suas águas classificadas para os seguintes usos benefícios:

* Preservação da flora e fauna naturais


* Uso estético
* Diluição de despejos
* Abastecimento Industrial
* Navegação

Como as condições mais rigorosas condizem com os critérios para preservação da


flora e fauna naturais, a norma selecionada foi a NT 323, referenciada nos resultados das
análises apresentadas no QUADRO GERAL DO MONITORAMENTO DA QUALIDADE
DAS ÁGUAS DO RIO PRESERVAÇÃO.

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A NT 323 – Critérios e Qualidade de Águas para Preservação da Flora e Fauna
de Água Doce – Naturais, faz parte integrante do Sistema de Licenciamento de Atividades
Poluidoras, pertence ao acervo da legislação ambiental da FEEMA e portanto estabelece as
faixas e/ou limites máximos e/ou mínimos de vários parâmetros que devem se monitorados
para a preservação da fauna e flora naturais de água doce.

A interpretação dos resultados das análises realizadas nos laboratórios Físico-


Químicos e de Microbiologia do Centro de Pesquisas de nossa firma contratada segue, para
cada parâmetro, conforme abaixo:

pH

A NT aceita variação de 6,0 a 9,0

Devem ser observadas variações significativas na concentração do pH, comparando


os resultados das coletas das amostras das águas fluviais à montante e à jusante
Deve ser observado se ocorre concentração do pH indo de encontro ao pH do nosso
efluente

Resposta

Nas 6 latas coletadas as variações nas concentrações de pH são mínimas mostrando


que as águas fluviais não sofrem nenhuma interferência significativa

Cor e Aspecto
A NT refere-se a:
Corantes artificiais virtualmente ausentes
Materiais Flutuantes virtualmente ausentes
Óleos e graxas virtualmente ausentes
Substâncias que comunicam gosto ou odor virtualmente ausentes

Reposta:

As águas do Rio PRESERVAÇÃO quer a montante, quer a jusante do laboratório


apresentam-se comumente claras e límpidas, isentas de aparentemente da presença de
materiais flutuantes, óleos e graxas, de odor e de corante artificiais

Após períodos de chuvas intensas, as águas do canal adquirem uma coloração


laranja, certamente causada pela argila arrastada das margens do rio quando ocorrem
alterações do seu nível de água.

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Nitrogênio Amoniacal

O nitrogênio amoniacal não é limitado pelas normas da legislação ambiental, mas


sua presença em corpos hídricos adjacentes ao nosso laboratório, em altas concentrações,
ou seja, em concentrações superiores acima de 10,0 mg/ L, indica contaminação por
chorume.

Assim, o nitrogênio amoniacal, proveniente da degradação de proteínas é um


indicador característico da poluição.

Respostas: Todos os valores encontram-se abaixo do máximo recomendado.

OD

A NT aceita como valor mínimo para concentração de OD o valor de 4,0 mg/L. De


acordo com esta norma, a presença de OD acima desse valor é garantia de preservação da
flora e fauna naturais.

Quando qualquer despejo sem tratamento prévio ocorre num corpo hídrico, seja
industrial, sanitário ou de chorume, o OD decresce bruscamente, e para tanto, a demanda
química e bioquímica de oxigênio também será alterada, ou seja, o consumo de oxigênio
será quase que total. Portanto uma taxa de OD baixa, por exemplo, menor que 1,0 mg/L é
sinal de poluição. Uma prova de que ocorreu um despejo indevido naquelas águas.

Todos os valores de OD mínimo de 5,5 mg/L e máximo de 7,6 mg/L encontram-se


acima do mínimo recomendado.

Como o chorume bruto do Laboratório apresenta concentração de OD em torno de


0,6 mg/L e uma carga orgânica muito alta, deve ser observado se ocorrem variações
significativas na concentração do OD comparando os resultados das coletas da amostras das
águas fluviais efetuadas a montante e jusante do Laboratório.

Resposta

Nas 6 latas coletadas no Rio PRESERVAÇÃO, as variações nas concentrações de


OD são mínimas e podem ser consideradas irrisórias.

DQO

A concentração de DQO não é limitada pela NT. A presença de DQO em corpos


hídricos adjacentes ao laboratório em altas concentrações, indica contaminação por
qualquer efluente com carga orgânica alta, ou seja, com muitas macromoléculas e
substâncias complexas a serem degradadas quimicamente e que demandarão uma alta
quantidade de oxigênio para o processo de degradação.

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Portanto uma DQO alta (maior que 200 mg/L) seria uma indicação característica de
poluição, ou melhor, da ocorrência de um despejo indevido naquelas águas ou sem
tratamento adequado. Todos os valores de DQO mínimo de 20 e máximo de 88 mg/L
podem ser considerados baixos.

Resposta

Nas 6 latas coletadas no Rio PRESERVAÇÃO, as variações nas concentrações de


DQO são mínimas e podem ser consideradas irrisórias.

DBO

A NT aceita um valor máximo para DBO de 10,0 mg/L. De acordo com essa norma,
a DBO abaixo desse valor é garantia de preservação da fauna e flora naturais.

A presença de DBO em corpos hídricos adjacentes ao laboratório, em altas


concentrações, indica contaminação por qualquer efluente com carga orgânicas alta, ou
seja, com muito macromoléculas e substâncias complexas a serem degradadas
biologicamente e que demandarão uma quantidade alta de oxigênio para o processo de
biodegradação.

Todos os valores medidos de DBO mínimo de 3,1 e máximo de 10,5 apresentam-se


dentro da faixa.

Resposta

Nas 6 latas coletadas no Rio PRESERVAÇÃO, as variações nas concentrações de


DBO são mínimas e podem ser consideradas irrisórias.

Metais

A NT limita os seguintes metais em:

Metais valores máximos


Cu 1,0 mg/L
Cd 0,01 mg/L
Cr 0,05 mg/L
Pb 0,1 mg/L
Zn 5,0 mg/L

Esta NT não limita a presença de Fe e Ni para preservação da flora e fauna naturais.


Limitamos como parâmetro os seguintes valores 5,0 mg/L e 0,5 mg/L, retirados da NT 327
– Critérios de Qualidade de Água para Irrigação de Hortaliças que possam ser
ingeridas cruas e frutas que se desenvolvam rentes ao solo. Esta NT é bem mais rigorosa
que a NT 323.

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PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL
1- Para os resíduos tóxicos do laboratório

Objetivo: redução de toxicidade no lixo gerado pelo laboratório.


Meta: redução em 40% nos próximos 3 anos das substâncias geradas.

Ações:
a- utilização de reagentes que neutralizem totalmente ou parcialmente os tipos tóxicos.
b- controle da manipulação correta de produtos químicos.
c- criação de um cargo de supervisão dos serviços terceirizados relacionados à
limpeza, coleta e armazenamento dos resíduos sólidos.

2- Para os efluentes líquidos gerados no laboratório

Objetivo: redução e tratamento de efluentes


Meta: eliminação de 70% de carga orgânica e das características inorgânicas em 30% nos
próximos 2 anos.

Ações:
a- diminuição do consumo de água.
b- máquinas especiais para lavagem de vidrarias.
c- sistema de separação de efluentes tóxicos e não-tóxicos.
d- encaminhamento para estações diferenciadas de tratamento de efluentes orgânicos e
inorgânicos.
e- precipitadores para particulados existentes em suspensão nos efluentes.

3- Programa de treinamento

Objetivo: 1- capacitar funcionários para o manuseio técnico e correto dos


equipamentos e reagentes
2-melhoria para o atendimento ao público
3-criação de programas de treinamento

Meta: atingir 80 horas/ ano implementadas

Ações:
a- treinamento de chefias em cursos de especialização apropriados
b- incentivos através de gratificações para funcionários

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4- Programa de gerenciamento de materiais perigosos

Objetivo: redução de riscos de acidentes e minimizar a quantidade de material que é


enviado para descarte nos aterros e empresas responsáveis pela incineração quando for o
caso
Meta: reduzir em 20% nos próximos 2 anos

Ações:
a- treinamento de pessoas responsáveis
b- planos de acompanhamento gradual e registro

A empresa estudará um programa alternativo se uma determinada meta ficar difícil


de ser atingida – PLANOS ALTERNATIVOS

Toda vez que forem mudadas ou revisadas a política, meta e objetivos o programa
será reestruturado de acordo com as mudanças necessárias, ficando como registro as
tabelas, gráficos e relatórios do laboratório.

5- Comunicação

1- Interna

a- circulares de procedimentos pelos gerentes das áreas fins e outras


b- sinalização audiovisual
c- mensagens em contra-cheque
d- quadro de avisos

2- Externa

a- criação de cartas e ofícios


b- criação de um livro de sugestões e reclamações para a comunidade na portaria da
empresa

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6- Emergências

Objetiva estabelecer diretrizes para situações de emergência através da criação de


planos

O atendimento emergencial será feito através de:

a- equipes treinadas internamente se a situação que ocorrer estiver confinada à área do


laboratório

b- equipes externas ao laboratório se a situação que ocorrer estiver oferecendo risco às


comunidades vizinhas, através de firmas prestadoras desse serviço

7- Não-conformidades, ações corretivas e preventivas

a- treinamento de funcionários para definir responsabilidades e autoridade


b- criação e treinamento de auditores internos para investigar as não-conformidades
c- elaboração de planos e ações que visem mitigar, corrigir ou prevenir impactos que
possam surgir
d- relatórios para agências governamentais competentes (FEEMA), contendo: tipo e
quantidade do material, como e para qual meio ocorreu a liberação do material,
ações propostas pelo laboratório

8- Treinamento, conscientização e competência

1- Procedimento para identificação de necessidade de treinamento

a- avaliações visuais de manipulação de instrumentos, reagentes, dentre outros


b- realização de auditorias internas

2- Procedimento para conscientização

2.1- Funcionários

a- palestras
b- criação de manuais
c- demonstração in loco dos procedimentos corretos

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2.2 – Terceirizados

a- palestras para diretoria das firmas contratadas com finalidade de difundirem entre
seus funcionários
b- sanções pelo não cumprimento dos procedimentos determinados pelo laboratório

2.3- Comunidade

a- panfletagem
b- jornais

3- Procedimento para Treinamento e Competência de seus funcionários através do RH

a- avaliação do funcionário através de entrevistas


b- participação em cursos de especialização
c- aulas práticas
d- visitas a outros laboratórios do ramo

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ESTUDO DE CASO 5 - PLANO DE MANEJO DE MADEIRA

Estudo de Caso: Exercício Utilizando Estratégia de Abatimento de Emissões

CUSTOS ENVOLVIDOS NAS ATIVIDADES EXTRATIVAS MADEIREIRAS NO


PARÁ

São apresentados os custos associados a extração de madeira sem manejo e os


custos associados a extração de madeira com manejo e ao plano operacional de manejo. Os
enefícios são oriundos do manejo em termos de produtividade, redução de desperdícios de
madeira e diminuição dos danos ecológicos à floresta.

Na exploração manejada, o volume de madeira explorada foi de 30% maior do que


na exploração sem manejo (38,6 m³/ha x 29,7 m³/ha). O aumento no volume extraído na
exploração manejada estava associado á menor perda de madeira durante a derrubada e
extração das árvores (ver seção de desperdícios de madeira).

Cenário de Referência / Alternativo – Os custos e benefícios da exploração da madeira


com e sem manejo

Tabela 5 – Estimativas de custos, receita bruta e lucro da exploração de madeira manejada


e convencional no Pará, 1996.

Custos Manejada US$/1m³ Convencional¹ US$/0,75 m³


Derrubada da madeira² 0,25 0,30
Abertura de estradas 0,21 0,17
secundárias³
Abertura de pátios4 0,07 0,13
Arraste de toras até o pátio5 1,31 1,03
Embarque das toras6 2,6 1,9
Transporte até serraria7 15,00 11,2
Preço da madeira8 5,00 5,00
Custos do manejo9 1,8 0
Outros custos10 4,1 3,14
Custo Total 30,3 22,9
Receita Bruta11 40,0 30,0
Receita Líquida 9,7 7,1

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Notas:

1. Em função das perdas de madeira no corte e arraste convencional apenas 0,75 m³ de


madeira é extraída por m³ derrubado. Para contabilizar essa perda de oportunidade de obter
receita (custo de oportunidade), os custos e receitas de 1 m³ extraído (manejo) são
comparados aos custos e receitas de extração de 0,85 m³ (convencional). Nas notas de
rodapé, abaixo, a menos que seja observado, o custo de exploração convencional foi
calculado por m³ e depois multiplicado por 0,75.

2. O custo do corte da madeira na exploração sem manejo foi estimado em US$ 0,30/m³ de
acordo com a Tabela 3. Esse custo seria o mesmo para 0,75 m³, dado que 25% da madeira é
perdido.

3. No caso da exploração convencional o custo de abertura de estradas foi de US$ 0,23/m³


(Tabela 2). Esse custo expresso por 0,75 m³ serus 0,17 (US$ 0,23 x 0,75). Cálculo similar
feito para abertura dos pátios.

4. Baseado nos custos estimados na Tabela 4.

5. Foram considerados os custos de embarcar toras documentadas pelo IMAZON em 11


áreas de exploração.

6. Foi considerado que a floresta fica a 100 km da serraria e que o custo de transporte por
km foi US$ 0,15/m³/km, obtido em entrevistas com extratores e madeireiras em
Paragominas, PA, 1996.

7. O valor médio de 1m³ de madeira em pé para uma distância de 100km foi US$ 5/m³.

8. Considerou-se o custo do manejo (US$ 72,3) dividido pelo volume explorado (40 m³/ha).

9. Existem outros custos associados com a exploração madeireira. Por exemplo, estradas
primárias são abertas e mantidas e, um capataz dirige os trabalhos de exploração. Foi
assumido que esses custos seriam similares para as áreas com e sem manejo, embora em
um esquema de manejo em larga escala tais custos possam ser diferentes.

10. A receita do manejo seria o preço médio por m³ ofertado pelos madeireiros pelas toras
postas no pátio da serraria em 1996. A receita da exploração convencional foi obtida
multiplicando o preço em m³ multiplicado por 0,75 m³

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CENÁRIODE ALTERNATIVO

OS CUSTOS DO PLANEJAMENTO DO MANEJO FLORESTAL

Elaboração do Plano de Manejo. O custo da coleta de informações, análise e redação do


plano de manejo varia em função do tamanho da área a ser manejada. Os honorários para
elaboração projeto dependem do tamanho da área trabalhada, sendo que o valor por hectare
diminui à medida que o tamanho da área aumenta. Na Amazônia Oriental, o valor médio é
USS 0,9 /hectare para áreas de manejo com mais de 7.500 hectares. Além disso, há o custo
de vistoria prévia do IBAMA estimado em US$ 1,6 /hectare (Tabela 6).

Censo de Florestas. A implantação do plano anual de exploração tem início com a


demarcação do talhão, abrir trilhas de orientação e fazer o censo das árvores são gastos em
média US$ 20/hectare; sendo US$ 1,7/hectare para demarcar o perímetro do talhão para
orientar o censo das árvores e, finalmente, US$ 9,4/hectare para avaliar e mapear as árvores
(Tabela 6).

Corte dos Cipós. O corte seletivo de cipós deve ser feito pelo menos 18 meses antes da
exploração. O custo varia em função da densidade de cipós na floresta. No caso desse
estudo, onde a densidade de cipós era elevada, o custo do corte de cipós ficou em torno de
US$ 17,5/hectare.

Consultoria. É comum contratar os serviços dos escritórios de consultoria florestal para


analisar os dados do censo e produzir o mapa de exploração. O custo deste serviço varia
muito. Baseando-se no custo para um trabalho realizado na região do Pará, o custo médio é
de US$ 14/hectare onde o custo médio para realizar esse serviço foi de US$ 3.500 para uma
área de manejo em torno de 250 hectares (Tabela 6).

Demarcação. A demarcação das estradas, pátios e ramais de arraste, bem como da direção
de queda das árvores a serem extraídas é feita antes da exploração. O custo médio dessa
atividade é de US$ 15/hectare (Tabela 6).

Custo Total do Manejo. Estimou-se o custo total do manejo em US$ 72,3/hectare (Tabela
6), ou aproximadamente US$ 1,8/m³ de tora extraída, considerando um volume médio
explorado de 40 m³/hectare (US$ 72,3/40 m³/ha).

É importante ressaltar que o custo do manejo varia de acordo com o tipo de floresta.

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Tabela 6 – Estimativa dos custos de manejo florestal no Pará, 1996.

Atividade Valor US$¹


Elaboração do plano de manejo 0,9
- Demarcar talhão² 1.7
- Abertura de trilhas de orientação³ 8.8
- Mapeamento das árvores4 9.4
- Corte de cipós5 17.5
- Taxa de vistoria prévia6 1.6
Consultoria para análise e
elaboração do mapa de 13.44
exploração
Orientação da demarcação da 15.0
exoploração7
TOTAL 68.3

Notas:

1. Custos expressos na época do desembolso. Os valores referem-se ao dólar americano no


câmbio oficial. O custo de mão-de-obra incluiu o valor do salário mínimo (US$
112/mês), bem como os encargos sociais e benefícios (US$ 50), totalizando US$
162/mês ou US$ 7,4/ dia (22 dias). Os gastos com alimentação por pessoa estimado em
US$ 2, incluindo alimentos, gás e salário da cozinheira. Acrescentou-se o equivalente a
10% desses gastos com despesas administrativas.

2. Para demarcar 250 hectares de floresta por ano, seriam abertos 6.330 metros de trilhas
ou 25m/ha. Uma equipe de cinco pessoas demarca, em média 170 m/hora a um custo de
US$ 11,5. Portanto, o custo total seria de US$ 1,7 /hectare (US$ 11,5/170 m x 25
m/hectare).

3. Foram abertos cerca de 173 metros de trilhas por hectare. A equipe de trabalho
composta por um balizador e dois ajudantes abriu em média 170 metros de trilhas por
hora. O custo dessa equipe foi de US$ 7,7/hora. Portanto, o custo total de mão-de-obra
foi de US$ 7,9/hectare (US$ 7,7/170 m x173 m). O custo de depreciação dos materiais
utilizados (bússola, tripé, fita métrica, facões, fitas coloridas) somou US$ 0,9/hectare.
Desta forma, o custo total foi de US$ 8,8/hectare.

4. O custo para identificar, avaliar e mapear as árvores, considerando um anotador (3


salários), um mateiro identificador (3 salários) e dois ajudantes (1,5 salário cada), foi
US$ 8,0/hectare. Os custos de materiais para marcação das árvores (pregos e placas)
foram US$ 1,4/hectare, totalizando, portanto, US$ 9,4/hectare.

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5. Para cortar os cipós presentes em 1 hectare de floresta foram necessárias 10,3
horas/homem a um custo hora de US$ 1,7. Portanto, o custo por hectare foi de US$
17,5 (10,3 horas x US$ 1,7 /hora).

6. O IBAMA cobrou US$ 1,7/hectare para as taxas de vistoria prévia.

7. Foi gasto 0,03 diária para demarcar 1 hectare de floresta e 0,27 diária para orientar a
marcação dos ramais de arraste, pátios de estocagem e ajustar a direção de queda das
árvores. O custo da equipe foi de US$ 48/dia, incluindo o orientador (3 salários) e dois
ajudantes (1,5 salário cada). O custo de demarcação da estrada por hectare foi de US$
1,4 (0,03 dia equipe/hectare x US$ 48 dia equipe). O custo da orientação da derrubada,
demarcação dos ramais de arraste e pátios foi US$ 13 (0,27 dia equipe/hectare x US$ 48
dia equipe). Para demarcação da exploração foram gastos cerca de 30 metros de fita
plástica colorida/hectare a um custo de US$ 0,5 que, somados aos custos de mão-de-
obra, totalizam aproximadamente US$ 15/hectare.

Fonte: IMAZON, 1998,n°10.

CENÁRIO ALTERNATIVO

OS CUSTOS E BENEFÍCIOS DO MANEJO A LONGO PRAZO

Os benefícios do manejo a longo prazo podem ser estimados através do valor presente da
receita líquida da exploração da madeira com e sem manejo para o primeiro e segundo
corte. Para isso, é preciso estimar o volume e o número de anos para um segundo corte.
Estudos do IMAZON mostram, através de simulações, a estimativa do ciclo do corte e o
volume disponível no segundo corte com manejo e convencional.

Tabela 7 – Estimativa dos volumes de madeira explorado com e sem manejo florestal para
um ciclo de corte de 20 anos, Pará, 1996.

Volume Explorado (m³/há)


1° corte 2° corte Total
Exploração manejada e
tratamentos silviculturais 38,6 39,0 77,6
Exploração sem manejo e
se, tratamentos 29,0 16,0 45,8
silviculturais

Fonte: IMAZON, 1998, n°10.

O cronograma das atividades com e sem manejo é apresentado na Tabela 8 de acordo com
o ciclo de corte de 20 anos.

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Tabela 8 – Cronograma de atividades para a colheita de madeira com e sem manejo¹.

Atividades Exploração Manejada e Exploração sem manejo e


tratamentos sem tratamentos
silviculturais silviculturais
20 anos 20 anos
Consultoria para elaboração do 1,5 -
plano de manejo²
Demarcação de talhão² -1,20 -
Abrir trilhas de orientação do -1 -
mapeamento das árvores²
Mapeamento das árvores² -1 -
Cortar cipós² -1,10 -
Taxa de vistoria² 0,20 -
Analisar dados e elaborar mapa de -1,20 -
exploração²
Orientar exploração² 0,20 -
Anelar árvores indesejáveis³ 1,10 -
Instalar parcelas permanentes4 -1 -
Medir parcelas permanentes4 -1,5, 10,15 -
Pagar imposto rural5 -2 até 20 -1 até 20
Comprar terra6 -2 -1

Notas:

1. Cronograma assume o ano zero como o ano da primeira colheita.

2. Os custos são apresentados na Tabela 6.

3. Um identificados de plantas (3 salários) e um ajudante (1 salário) marcam por dia as


árvores a serem aneladas em 15 hectares. O custo diário desta equipe é US$ 36,54 (US$
29,26 salário + US$ 4,0 alimentação e US$ 3,32 administração). Portanto, o custo para
marcar as árvores a serem aneladas seria de US$ 2,43/hectare (US$ 3/15 hectares). Um
homem anelou por dia as árvores de 1 hectare. O custo diário deste trabalhador seria de
US$ 12,7/hectare. Para manter o rápido crescimento das árvores seria necessário repetir
este tratamento 10 anos após o primeiro anelamento, de acordo com De Graaf (1986).

4. O IBAMA determina que seja instalada uma parcela de monitoramento de 1 hectare


para cada 200 hectares de floresta manejada antes da exploração e, que as árvores
destas parcelas sejam remediadas a cada cinco anos. Com base nas hipóteses anteriores,
considerando uma equipe de trabalho que gastaria três dias para identificar e marcar as
plantas, o custo seria de US$ 316,3 ou equivalente a US$ 1,58/hectare para 200
hectares. Para repetir as medições a cada cinco anos, o custo seria de US$ 206,3 que
resultam em US$ 1,03/hectare.

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5. Com base nas regulamentações do imposto rural analisadas por Almeida e Uhl (1996),
o imposto foi estimado em US$ 0,19/hectare, US$ 0,50/hectare, US$ 1,0/hectare e US$
1,50/hectare, respectivamente, para o ano da exploração, e nos anos 1,2, 3, após a
exploração. Nos anos restantes, o imposto seria de US$ 2,0/hectare.

6. O preço da terra de US$ 80,0/hectare (exclui o valor da madeira contida na floresta) foi
usado para calcular o custo do capital investido na terra ao longo do ciclo do corte.

QUESTÃO:

a) Calcule para um primeiro cenário – Cenário de referência, onde não se aplica nenhuma
técnica sustentável, os custos de extração da madeira sem manejo e os custos de pagar
imposto rural e o custo de compra da terra.

b) Para o segundo cenário – Cenário alternativo, onde se aplica o manejo florestal, o custo
do planejamento do manejo florestal, o custo de extração da madeira com manejo, o
custo de pagar imposto rural e o custo de compra da terra.

c) Compare os custos finais com e sem implementação do manejo.

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RESULTADOS DO MANEJO FLORESTAL

A adoção do manejo florestal resulta em redução do desperdício, aumento na


produtividade da exploração, diminuição da quantidade de árvores comerciais danificadas e
melhoria expressiva da segurança do trabalho.

a) Redução do desperdício de madeira no corte e arraste – As perdas de


madeira no volume derrubado foram reduzidas de 26% sem manejo para apenas
1% na área manejada. Portanto, para 1 m³ em tora extraído em uma floresta
manejada, apenas 0,75 m³ és extraído em uma exploração convencional. Usando
esse raciocínio, estima-se que foram salvos 10 m³/hectare com manejo (Tabela
1).

Tabela 1 – Volume e proporção da madeira desperdiçada na exploração convencional e


manejada no Pará, 1996.
Perda em % do volume Tipo de desperdício
derrubado Manejada (%) Convencional (%)
Erro na altura do corte de 0,0 0,7
derrubada
Rachadura 1,0 4,0
Erro no desponte 0,0 2,3
Toras não encontradas pela equipe 0,0 19,0
de arraste
Total de perdas em %¹ 1,0 26,0
Total de perdas em m³/hectare 0,40 10,4
Fonte: IMAZON, 1998, n°10.
¹Considerando a exploração de 40 m³/hectare.

b) Maior produtividade na abertura de estradas e pátios – Na exploração


manejada, houve um ganho na eficiência (37%) no tempo de uso da máquina
para abrir estradas e pátios de estocagem. Essa diferença pró-manejo resultou,
em grande parte, da redução da densidade de estradas (em 33%) e pátios (em
70% - vide tabela 2).

Tabela 2 – Produtividade e custo da abertura de estradas e pátios na exploração madeireira


manejada e convencional no Pará, 1996.
Parâmetros Manejada Convencional
Abertura de estradas secundárias:
Custos (US$/m³) 0,22 0,23
Densidade (metros/m³) 0,6 0,9
Tempo (min. Máquina/m³) 0,32 0,38
Abertura de pátios:
Custo (US$/m³) 0,07 0,18
Densidade (m²/m³) 1,6 5,2
Tempo (min. Máquina/m³) 0,1 0,3
Total (estradas e pátios):
Tempo (min./m3) 0,4 0,7
Custo total (US$/m³) 0,29 0,41
Fonte: IMAZON, 1998, n°10.

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Na exploração convencional, a densidade de estradas foi maior porque estas
foram abertas pouco a pouco, seguindo a concentração de árvores derrubadas. Uma prática
que leva à abertura de estradas tortuosas e com ramificações desnecessárias.

O número de pátios na exploração convencional foi maior por duas razões.


Primeiro, sem planejamento, os operadores de trator têm apenas uma vaga noção do
número de árvores que serão extraídas do pátio. Portanto, o número de pátios abertos
excede o necessário. Segundo, os tratoristas preferem pátios maiores para facilitar a
manobra das máquinas e caminhões.

Na operação manejada, os pátios em função da informação prévia sobre o


volume a se extraído e também em virtude do planejamento da operação de corte e arraste.

c) Maior produtividade no corte – O custo da derrubada foi similar nos dois tipos
de exploração para o caso da equipe com duas pessoas: US$ 0,31/m³ com
manejo e US$ 0,30/m³ na exploração convencional, enquanto o custo do corte
de uma equipe de três pessoas (dois motesserristas e um ajudante), atuando em
uma área manejada, foi apenas de US$ 0,25/m³ (Tabela 3). Essa vantagem pró-
manejo decorre de uma maior produtividade propiciada pela atuação de dois
motosserristas com funções distintas: um exclusivamente no corte e outro no
traçamento das toras e remoção dos obstáculos para o arraste.

Tabela 3 – Produtividade e custos do corte de árvores com e sem manejo no Pará, 1996.

Tipo de N° de árvores M³ cortado por M³ cortado / Custo (US$/m³)


Operação cortadas por dia dia hora-homem
2 pessoas 22 117 9,5 0,30
(convencional)
2 pessoas (manejo) 15 125 7,8 0,31
3 pessoas (manejo) 34 262 10,9 0,25
Fonte: IMAZON, 1998, n°10.

Os custos de mão-de-obra foram estimados como descrito na nota 1. da


Tabela 4.

d) Maior produtividade no arraste de toras – Com a adoção do manejo, houve


um aumento significativo na produtividade do arraste (Tabela 4). Por exemplo,
na área manejada foram arrastados 34 m³ por hora contra 23 m³ na exploração
não convencional, utilizando nos dois casos um trator florestal (skidder). A
diferença pró-manejo foi menor no caso do arraste com trator de esteira (28
m³/hora e 27 m³/hora) com e sem manejo, respectivamente), uma vez que o
potencial de aumentar a velocidade de trabalho desta máquina é limitada. O
ganho de produtividade no arraste ocorreu devido ao planejamento e ao uso do
mapa de exploração.

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Tabela 4 – Desempenho médio e custo do arraste de toras na exploração manejada e não
manejada de acordo com o tipo de máquina usada no Pará, 1996.

Trator Florestal Trator de Esteiras


Manejada Convencional Manejada Convencional
Volume (m³) 34 23 28 27
puxado/hora
Velocidade de 98 73 56 48
deslocamento com
carga (metros/min.)
Volume médio 5,4 6,3 4,9 5,0
arrastado/viagem
(m³)
Custo (US$/m³)¹ 1,31 1,95 1,41 1,37
Fonte: IMAZON, 1998, n°10.

¹Os custos operacionais do skidder foram estimados em US$ 44,4/hora ou US$ 0,74/minuto
e os do trator de esteiras foram US$ 0,61/minuto (sem guincho) e US$ 0,66/minuto (com
guincho).

e) Redução dos danos ecológicos – A adoção do manejo contribui de forma


significativa para a redução dos danos à floresta. Essa redução foi consistente
entre todos os indicadores usados para expressar os danos da extração, tais como
a área do solo afetada, a abertura do dossel e os danos às remanescentes. A
redução de danos tem implicações positivas para a regeneração da floresta e,
consequentemente, para o volume de madeira disponível no futuro. Na
exploração convencional, a extração de uma árvore afeta 488 m² de florestam
enquanto na exploração manejada afeta apenas 336 m² (arraste com trator de
esteiras) e 370 m² (arraste de skidder).

f) Maior segurança durante o corte – A utilização de técnicas adequadas e o


treinamento da equipe de corte reduziu signficantemente (em até 18 vezes) os
riscos de acidente de trabalho.

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ESTUDO DE CASO 6- VAZAMENTO DE PRODUTO QUÍMICO EM
RIOS

1. Introdução

Realizamos aos 08 dias do mês de outubro de 2002 vistoria técnica nas instalações e
nas atividades da Empresa em questão, objetivando elaborar este Parecer Técnico e
identificar os possíveis riscos de contaminação de suas atividades, bem como fazer um
levantamento das conformidades com relação a legislação ambiental vigente e os possíveis
impactos ambientais que a referida empresa causou ao meio ambiente e a comunidade
circunvizinha.

A área em questão apresenta ação antrópica bastante acentuada, caracterizada por


desmatamentos e construções irregulares. Como conseqüência, a vegetação é constituída
por árvores frutíferas, espécies arbóreas e ruderais, além de plantas ornamentais. Neste
sentido, as margens do rio Santo Aleixo encontram-se bastante comprometidas pela
ausência de mata ciliar.

2. Considerações Preliminares

a- Considerando que recebemos na data 08/10/02 (às 9:00 h) denúncia


sobre lançamento de produtos químicos nas águas do Rio Santo
Aleixo, com conseqüente perecimento de animais da fauna aquática
local.
b- Considerando que a empresa está localizada na zona de
amortecimento área de preservação ambiental, conhecida como APA
Petrópolis, bem como em faixa marginal de proteção do Rio Santo
Aleixo, em conformidade com a redação dada pela Lei nº 7803/89,
que versa: “ ... ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água desde
o seu nível mais alto em faixa marginal cuja largura mínima será de
30 (trinta) metros para os cursos d'água de menos de 10 (dez)
metros de largura”
c- Considerando que a Secretaria de Meio Ambiente solicitou apoio do
Batalhão de Polícia Florestal e da FEEMA.
d- Considerando que a Secretaria de Meio Ambiente mobilizou a rádio
comunitária local para que a população fosse avisada para o risco de
consumir os peixes da área contaminada e a utilização direta das
águas para quaisquer outros fins.
e- Considerando que a Secretaria de Meio Ambiente solicitou apoio da
Defesa Civil do Município para que fosse feita interdição da área.
f- Considerando que a Secretaria de Meio Ambiente não encontrou no
local responsável técnico e que tivemos que solicitar a presença do
vigia.

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g- Considerando que o vigia, em declaração, informou estar cumprindo
ordens do proprietário do empreendimento.
h- Considerando que a Secretaria de Meio Ambiente em cooperação
com o Batalhão Florestal, solicitou a presença de um perito da
Polícia Civil no local, para que se pudesse avaliar tecnicamente o
dano.
i- Considerando que a equipe aguardou a presença do Perito.
j- Considerando que foi solicitado apoio da Empresa P, especializada
em processamento de produtos do tipo Classe I e II, para avaliação
dos produtos armazenados e correta destinação.
k- Considerando que a Secretaria de Meio Ambiente documentou,
através de fotografias, os fatos ocasionados pelo derramamento
conforme Anexo 1.

3. Descrição da Situação

Constatou-se no local que a empresa processava produtos químicos de origem


orgânica e inorgânica, destinados à fabricação de corantes (utilização de pigmentação de
origem desconhecida).

Verificou-se o armazenamento inadequado de produtos químicos sem especificação,


que encontravam-se dispostos diretamente sobre o piso acimentado em tambores de 200 L e
bombonas. Os tambores de armazenamento encontram-se em péssimo estado de
conservação e em alguns casos os produtos estavam espalhados pelo piso, fora das
especificações técnicas de armazenamento e segurança.

Há um laboratório de análise química que ainda dispõem de vários reagentes (ácido


sulfúrico, tiossulfato de sódio, hidróxido de sódio, iodo, dentre outros), armazenados em
frascos de vidro e plástico.

Constatou-se um tanque de 10.000 L em péssimo estado de conservação, contendo


substância química. Informações dadas pelo vigia foi de que a substância no tanque era um
sulfidrato. Todavia, sem análise laboratorial, não pudemos identificar, ainda, a composição
do mesmo, além da presença de metais pesados. O tanque foi esvaziado através de uma
mangueira ligada a uma canaleta existente na parte interna do galpão, que conduziu toda a
substância para uma caixa de passagem e posterior tanque de equalização/cisterna (este
procedimento foi realizado pelo vigia da empresa, com autorização do proprietário).
Ressaltamos, ainda, que uma torneira, com água corrente, encontrava-se aberta, talvez na
tentativa de diluir o produto que estava sendo despejado.

Verificou-se, ainda, que várias bombonas e tambores de 200 L estavam em posição


de despejo junto as canaletas, o que caracterizou um aumento de demanda química no
efluente que ora fora descartado.

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4. Fontes de Poluição

4.1) Águas Residuárias

Encontrou-se no local um grande despejo de efluente industrial nas águas do


Rio Santo Aleixo, sem nenhum tipo de controle ou tratamento.

O efluente tinha características de coloração escura e forte odor, além de provável


elevada DQO – Demanda Química de Oxigênio. Apresentava tendências ácidas pelo forte
odor e ardência na vista. Acredita-se que tais características tenham provocado alterações
significativas no pH e no oxigênio dissolvido nas águas do Rio Santo Aleixo com
conseqüente mortandade de espécies da fauna local.

4.2) Resíduo

Constatou-se a contaminação do solo em local próximo ao tanque de equalização/cisterna


(lodo químico).

5. Identificação dos Impactos

5.1) Impactos no Meio Biotico

Foi delimitado um polígono entre o Bairro da Capela e a ponte do Rio Magé –


sob a Rodovia Rio Teresópolis. As águas do rio Santo Aleixo apresentavam uma coloração
negra com forte odor, que se espalhava ao longo do rio e de suas margens, causando grande
mortandade de peixes das mais diversas espécies.

Os impactos no meio biótico e antrópico foram observados tanto nas espécies da


fauna aquática quanto em outros animais que utilizam as águas do rio para saciar a sede.

Segundo informações de moradores, os mesmos relataram ocorrência de intoxicação


de animais de pequeno e grande porte (cães e cavalos) provenientes da ingestão de algum
produto com elevada toxicidade. Além dos impactos ambientais diretos descritos, pode-se
descrever como impacto potencial nos meios biótico e antrópico, os relacionados ao próprio
homem que depende do rio para inúmeras atividades como a pesca (meio de subsistência),
o banho, o lazer e a irrigação de plantações. Outro fato importante a ser considerado é o
relacionado aos efeitos da bioacumulação na cadeia alimentar tanto do ser humano quanto
das aves que alimentam-se dos peixes.

Não foram registradas ocorrências, até o momento, de danos diretos a saúde


humana, visto que a população realizou verdadeiro mutirão para coleta dos peixes que
ainda estavam com sobrevida, antes da chegada da equipe da Secretaria de Meio Ambiente
e da Defesa Civil. Segundo informações de moradores locais, todo pescado coletado seria
utilizado para o consumo.

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Pode-se concluir, contudo, que apesar da não identificação do(s) produto(s)
químico(s) lançado(s) nas águas, o mesmo teve impacto letal sobre a fauna aquática da
região, a jusante do ponto de lançamento do efluente.

Não se tem registro, ainda, sobre os efeitos do(s) produto(s) químico(s) sobre a
vegetação da faixa marginal do rio, tampouco sobre os efeitos e conseqüências sobre a
utilização para o banho e, indiretamente na cadeia alimentar por meio de ingestão de
hortifutigranjeiros pelos moradores locais.

Após percorrermos o polígono demarcado como área diretamente atingida, pode-se


estimar uma mortandade de aproximadamente 500 Kg de peixes.

Entre os peixes coletados, foram identificadas espécies utilizadas para


ornamentação, como o cascudo (Ancistus sp) e o acará, possivelmente pertencente aos
gêneros Acharictys e Aequidens ( Portaria do IBAMA nº 62-N/92, Artigo1º), além de
outros utilizados no consumo da população ribeirinha, como o peixe viola, a traíra, o bagre,
a piaba ( Moenkhausia sp).

5.2) Impactos no Meio Fisico

A área diretamente atingida correspondente ao terreno da empresa e ao ponto de


lançamento direto do efluente sem qualquer tratamento nas águas do Rio Santo Aleixo.

Dentre as principais considerações a serem traçadas sobre os impactos no meio


fisico podem-se destacar:

• Contaminação do solo
• Contaminação das águas superficiais

6. Considerações Complementares

Considerando que a referida empresa quando de sua operação não estava em


conformidade com as seguintes leis e/ou normas ambientais:

• Constituição Federal, Art 176 e 225


• Lei 6938/81 - Política Nacional de Meio Ambiente (SLAP)
• Lei 4771/65 - Código Florestal
• Lei Federal 9605/98 em seus artigos: Art. 33, 40, 54 e 56

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6.1) Outras Normas e Padrões Ambientais

• NT-202R.10 – Critérios e Padrões para Lançamento de Efluentes Líquidos


• DZ-1310 e DZ-1311 – Manifesto de Resíduos e Destinação Final de Resíduos,
respectivamente.

7. Ações Realizadas pela Secretaria de Turismo e Meio Ambiente

Ação 1: Interdição da área diretamente atingida.

Procedimento 1: Foi solicitada a presença da Defesa Civil do Município que providenciou


o isolamento das seguintes áreas: porção externa com vazamento direto no solo, porção do
rio a partir do ponto de lançamento direto, isolamento do galpão onde estão armazenados os
produtos químicos.

Ação 2: Localização dos responsáveis pela empresa e sua adequação à Legislação


Ambiental vigente

Procedimento 2: Solicitação dos Projetos, Licenças e Plano de Controle Ambiental pela


empresa responsável pela área

1- Apresentar plano de ação para adequação da referida empresa com relação ao


atendimento das normas ou leis ambientais citadas neste parecer.
2- Apresentar Plano de Controle Ambiental;
3- Apresentar programa de recuperação de áreas degradadas;
4- Apresentar projeto de medidas mitigadoras e compensatórias das atividades
impactantes com cronograma físico de execução;
5- Apresentar manifesto de resíduos;
6- Apresentar Licença de Operação da FEEMA.

Ação 3: Coleta de amostras para análise do material (efluente coletado) e levantamento de


informações sobre os impactos no meio antrópico

Procedimento 3: Sugestão de análise das amostras em laboratório especializado e cadastro


da população atingida.

1- Foram coletadas duas amostras do material potencialmente causador da mortandade


de peixes. A coleta foi realizada diretamente no tanque de equalização/cisterna (01
amostra) e proveniente diretamente do tanque de 10.000 L (01 amostra).

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2- Questionário para comunidade através da associação de moradores para avaliar a
extensão do dano à saúde pública, incumbindo ao proprietário da empresa o custeio dos
exames laboratoriais, caso necessário.

Ação 4: Solicitação de representante de uma empresa especializada em processamento e


destinação final de produtos perigosos para análise quanto a remoção adequada dos
produtos.

Procedimento 4: A Secretaria de Meio Ambiente solicitou o comparecimento no local, de


empresa especializada, que enviou um orçamento dos trabalhos a serem realizados
referentes a classificação, entamboramento e destinação final dos resíduos presentes no
galpão e derramados no solo, sendo o proprietário responsável pelo custeio desta atividade.

1 - A Secretaria de Turismo e Meio Ambiente não realizou a remoção da borra química


presente no solo, através de mistura com areia e conseqüente entamboramento, por não
dispor de equipamentos especiais para a operação, nem de local adequado para sua
disposição.

Ação 5: Avaliação de Impactos Ambientais – AIA (Anexo 2)

Procedimento 5: A Secretaria de Turismo e Meio Ambiente utilizou Método de Análise


Ambiental do Tipo Rede de Interações de Fluxo, como forma de avaliar impactos sociais,
econômicos e naturais. A Tabela do Anexo 2 demonstra o resultado do índice de interações
prováveis e reais, ocasionados pelo despejo de produto químico nas águas do rio Santo
Aleixo.

Ação 6: Análise Preliminar de Perigo – APP das instalações de processamento


químico (Anexo 3)

Procedimento 6: A Secretaria de Turismo e Meio Ambiente utilizou o Método APP para


avaliação do risco de contaminação pelo produtos químicos ao meio ambiente.

8. Conclusões:

Pela análise da Avaliação de Impactos Ambientais – AIA, conforme tabela de fluxo


em anexo, pode-se constatar que a remoção dos produtos químicos armazenados no galpão
(S5) influenciará os aspectos sociais, econômicos e naturais de forma positiva, na área
delimitada pelo polígono de influência direta. A presença de substância tóxica nas águas do
Rio Santo Aleixo (N3) foi grande fator de impacto negativo de influência direta.

O nível de intoxicação e/ou contaminação da população (S1) foi o fator que menos
se pode avaliar em função da indisponibilidade imediata de dados.

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Pela análise realizada através do método Analise Preliminar de Risco - APP, pode-
se identificar os principais riscos ambientais referentes a três cenários de grande impacto
encontrados no local do vazamento, adotando como sistema de avaliação, as instalacões da
empresa. A APP poderia ser utilizada também, para analise dos riscos ambientais no meio
externo a empresa, diretamente no sistema Bacia Hidrográfica, contudo, para uma avaliação
melhor seria necessária a disponibilidade de dados quantitativos (analises químicas, exames
laboratoriais, analise de fatores de exposição, população atingida, ou seja, adultos, crianças,
homens, mulheres, etc.) o que não dispomos no momento.

No cenário 1, a ausência de estação de tratamento de despejos industriais causou um


risco critico de impacto ao meio ambiente físico, biótico e antrópico. No cenário 2, a forma
de acondicionamento dos produtos químicos em desacordo com as normas e diretrizes
técnicas ocasionou um risco sério de impactos ao meio ambiente antrópico. No cenário 3, a
presença de reagentes abandonados causou um risco critico ao meio ambiente antrópico.

A empresa encontra-se atualmente com suas atividades paralisadas. Todavia, o


galpão encontra-se com produtos químicos armazenados, sem qualquer controle e
responsabilização técnica pelos mesmos.

A Secretaria de Meio Ambiente providenciou o pronto atendimento à denúncia, o


que minimizou a extensão do dano.

Informamos, ainda, que nenhuma documentação pertinente à empresa foi


apresentada à esta Secretaria.

A Secretaria de Meio Ambiente juntamente com o Batalhão Florestal, conduziu


abertura de inquérito criminal que resultará na responsabilização civil e criminal dos
responsáveis pela empresa. Segundo Registro de Ocorrência nº XXX, lavrado na Delegacia
de Polícia Civil, a empresa poderá ser multada no montante correspondente a R$100.000,00
(Cem Mil Reais), sem prejuízo das demais penalidades previstas em lei.

ANEXO 1- Relatório Fotográfico

Fotos 01,02 e 03 - Registro de mortandade de peixes às margens do Rio Santo Aleixo.


Foto 04 – Tanque de equalização de armazenamento de substâncias químicas.
Foto 05 – Registro de despejo direto através de canalização, no Rio Santo Aleixo.
Foto 06 – Registro da língua negra de produto químico no Rio Santo Aleixo, próximo ao
local da canalização de despejo direto.
Foto 07 e 08– Produto químico derramado no solo nas proximidades do tanque de
equalização e que foram conduzidos por valas abertas diretamente para o rio.

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ANEXO 2 – Avaliação de Impacto Ambiental

A Avaliação de impacto ambiental é um instrumento da Política Nacional do Meio


Ambiente como processo de avaliação dos efeitos ecológicos, econômicos e sociais que
podem advir de implantação e/ou operação de atividades antrópicas (IBAMA,1995).
Atualmente é considerada como instrumento de avaliação de risco e impactos cumulativos.

Tabela de Listagem de Fatores

N1 - Variação do pH da água

Negativo
Método de Análise Ambiental – Rede de Interações

N2 - Queda da taxa de O2 na água


N3 – Substância tóxica na água
N4 – Material particulado na água
N5 –Degradação do habitat
N6 – Influência na cadeia alimentar
N7 – Contaminação do solo
Social (S) Natural (N) Econômico (E)

N8 – Contaminação da fauna de peixes


local
N9 – Degradação da microflora
Listagem de Fatores

N10 – Contaminação das plantações


NETWORK

irrigadas
S1 – Contaminação e/ou intoxicação
da população
S2 – Nível de vida da população
agrícola e pesqueira
S3 – Incômodo pelo odor e coloração
da água
S4 – Restrição de uso da água
E1 – Impacto no comércio local
E2- Impacto na agricultura local
(susbsistência e comercial)
E3 – Impacto no comércio de pescado
Positivo

S5 - Remoção dos produtos


armazenados no galpão

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Tabela de Fluxo para Avaliação de Impacto Ambiental - AIA

Fluxo 2 2 2 0 1 2 2 2 2 2 2 1 1 2 2 1 1 1
S/E N1 N2 N3 N4 N5 N6 N7 N8 N9 N10 S1 S2 S3 S4 S5 E1 E2 E3
N1 0 1 0 0 1 1 1 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0 0 7
N2 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 4
N3 1 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 16
N4 1 1 0 0 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 15
N5 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 1 1 0 0 1 1 1 0 7
N6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 1 0 0 0 4
N7 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1 0 1 1 0 1 0 1 0 12
N8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 1 1 0 1 6
N9 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 1 1 0 1 6
N10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 1 1 1 0 5
S1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 2
S2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 4
S3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 1 0 0 3
S4 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 1 1 1 1 6
S5 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 17
E1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 1 3
E2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1 0 0 0 3
E3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1 1 0 0 4

Impacto: 0 – pouco importante 1 – importante 2 – muito importante

O Índice de Interações (I.I) será definido como o quociente entre o número de


interações prováveis e o número de interações reais, apresentados na tabela anterior.
I.I = 124 / 324 = 0,38

O fator 0,38 demonstra o grau de comprometimento dos fatores naturais, sociais e


econômicos pelo risco ocasionado pelo vazamento do produto nas águas do Rio Santo
Aleixo. Reflete, ainda, um comprometimento abaixo de 50% da sustentabilidade do
polígono afetado.

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ANEXO 3 – Análise Preliminar de Perigo / APP

A APP é uma técnica qualitativa cujo objetivo consiste na identificação dos cenários
de acidentes possíveis em uma dada instalação (perigo, causas e efeitos), classificando-os
de acordo com categorias preestabelecidas de “freqüência de ocorrência”, de “gravidade” e
“risco”.

Os efeitos e/ou impactos são as conseqüências danosas advindas da consumação dos


perigos identificados.

Categoria Denominação Característica


A Freqüente 1 Ocorrência esperada até 1 ano
B Provável 1 Ocorrência esperada até 2 anos
C Improvável 1 Ocorrência esperada de 3 a 4 anos
D Remoto 1 Ocorrência esperada até 5 anos

A categoria de gravidade diz respeito a indicação qualitativa do grau de severidade


das conseqüências (efeitos/impactos) de cada cenário ambiental identificado na análise.
Esta avaliação foi efetuada com base critérios distintos, em função do tipo de dano previsto,
se a integridade física de pessoas ou ao meio ambiente.

Categoria Denominação Característica


Ì Baixa Não ocorrem lesões no público externo
II Moderada Lesões leves no público externo
III Séria Lesões sérias no público externo
IV Crítica Mortes ou lesões graves no público externo

Fluxo de Intervalo Intensidade do Capacidade


Carga de Tempo Impacto Suporte do Categoria Denominação
Poluidora Meio
Alta I Baixa
Pequeno Baixa Média I Baixa
Baixa II Moderada
Baixo Alta I Baixa
Grande Média Média III Moderada
Baixa II Séria
Alta I Baixa
Pequeno Média Média II Moderada
Baixa III Séria
Alto Alta II Moderada
Grande Alta Média II Séria
Baixa IV Crítica

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A classificação do risco é indicação qualitativa do nível do risco de cada cenário
acidental identificado na análise, com base nas indicações anteriores das categorias de
freqüência e gravidade. A matriz utilizada para classificação de risco dos cenários encontra-
se apresentada na tabela abaixo:

Categoria de Atividades
Baixa Moderada Séria Crítica

Frequente Sério Sério Crítico Crítico


Frequência
Categoria

Provável Moderado Sério Sério Crítico


Improvável Moderado Moderado Sério Sério
de

Remota Baixo Moderado Moderado Sério

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