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PILULA MAÇÔNICA - Nº1

O significado da palavra "BRETHREN"

- a palavra "Brethren" é uma antiga forma do plural de "brother", e não é


usada em circunstancias normais. Ela é usada com frequencia para distinguir
"irmãos de sangue" e "irmãos" membros de comunidades religiosas ou fraternais,
que é o caso da Maçonaria.
É encontrada principalmente nos Rituais ingleses (incluindo Nova
Zelandia) e Rituais americanos. Outras fraternidades, distintas da Maçonaria,
também a usam. Parece haver um senso comum em usá-la, e seu uso frequente e
continuado, o justifica amplamente.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇONICA - Nº 2

CARTA CONSTITUTIVA

Nos primórdios, uma Loja era independente, formada por si só, sem nenhuma
cerimônia, normalmente auxiliada por outras da vizinhança, se um numero suficiente de
Irmãos decidissem formar e inaugurar uma delas.
Mas, em 1722, a Grande Loja da Inglaterra recém formada em Londres,
determinou, baseada em sua importância recém adquirida, que cada nova Loja na Inglaterra
deveria ter uma patente, e desde aqueles tempos todos os Irmãos que resolvessem formar
uma nova Loja, empenhavam-se para obter a permissão, a certificação, em forma de carta,
da Grande Loja.
Esta nova Loja ficava, então, unida e subordinada à Grande Loja da Inglaterra,
como uma filial, se comprometendo em trabalhar de acordo com seu sistema, e se manter
dentro dos antigos landmarks e dentro das diretrizes estabelecidas.
Então, a tal Loja era chamada justa, perfeita e regular.
Temos hoje, conforme nos orienta o Mestre Alec Mellor (Dicionário da
Francomaçonaria), que nenhuma Loja ou Capitulo pode existir regularmente sem um título
de constituição, chamado Carta Constitutiva (em inglês, Warrant ou Charter) que é ao
mesmo tempo, a sua certificação de nascimento e, de certa forma, seu alvará de
funcionamento.
Henry Wilson Coil nos esclarece que não há uma essencial diferença entre
Warrant e Charter, mas ambas as palavras, nos primórdios eram usadas para descrever a
autorização, emitida pelo Grão Mestre, consentida pela Grande Loja, de modo oral
primeiramente, em seguida por escrito, para a constituição de uma nova Loja.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PÍLULA MAÇÔNICA - Nº 3

OLD CHARGES (Antigas Instruções)

Este é o nome popularmente dado a mais de 100 antigos Manuscritos em


inglês ou (ocasionalmente) em escocês, de aproximadamente 600 anos atrás.
Eles parecem ter servido nas Lojas Operativas Inglesas para alguns
propósitos, como, por exemplo, no Livro das Constituições e Rituais.
Eles são frequentemente achados escritos em pergaminhos com
aproximadamente 1,8 metros de comprimento por 22,8 centímetros de largura.
Eles geralmente consistem em três partes:
- uma Invocação ao "Poder do Senhor no Céu", etc
- uma História Tradicional diferindo largamente daquelas que usamos
hoje em dia, começando com Lamech, incluindo Euclides e indo até o tempo de
Athestan.
- Instruções, em Geral ou no Particular, as quais são regras para uma
boa conduta da ordem (Craft) ou para a conduta dos Maçons, individualmente.

As duas últimas versões bem conhecidas estão agora no Museu Britânico.


A mais antiga, o REGIUS, é considerada datar de 1390, e o COOKE, de 1425.
Entretanto, evidencias internas indicam que o COOKE foi transcrito de um
Original, mais antigo que o REGIUS.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


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PILULA MAÇONICA - Nº 4

Fanáticos e Fanatismo

Em termos religiosos, temos que, segundo os dicionários, fanático “é


quem, ou que se julga inspirado por Deus”. De modo geral fanático “é quem, ou
que se apaixona demasiadamente por uma causa ou pessoa”.
Podemos aprofundar esta nossa pesquisa consultando trabalhos do
pranteado Ir.:Nicola Aslan, em seu Grande Dicionário Enciclopédico, onde é dito
que os fanáticos eram os sacerdotes antigos dos cultos de Isis, Cibele, Belona,
etc., que eram tomados de delírio sagrado, e que se laceravam até fazer correr
sangue. A palavra tomou, assim, o sentido de misticismo vulgar, que admite
poderes ocultos, que podem intervir graças ao uso de certos Rituais. Emprega-se,
também, para indicar a intolerância obstinada daquele que luta por uma posição,
que considera evidente e verdadeira, e que está disposto a empregar até a
violência para fazer valer suas opiniões e para converter a outros que não aceitam
as suas idéias. Dai tomar-se o termo, por extensão, para apontar toda e qualquer
crença, quer religiosa, ou não, desde que haja manifestação obstinada por parte
de quem a segue.
Esta palavra vem do latim fanum, Templo, lugar sagrado. Fanaticus era,
em latim, o inspirado, o entusiasmado, o agitado por um furor divino. Pos-
teriormente, tomou o sentido de exaltado, de delirante, de frenético. E, finalmente,
o de supersticioso.
Desse modo, podemos agora definir o Fanatismo como sendo a dedicação
cega, excessiva, ao zelo religioso; paixão; adesão cega a uma doutrina ou sistema
qualquer, inclusive político. Podemos afirmar que o abuso das praticas religiosas
podem levar até a exaltação que impedem o fanático a praticar atos criminosos
em nome da religião ou de um poder político.
Conforme a Enciclopédia Portuguesa Ilustrada temos que: o fanatismo é
uma fé cega, irrefletida, inconsciente, e a maior parte das vezes independente da
própria vontade, que algumas pessoas sentem por uma doutrina ou um partido. O
fanatismo é uma auto-sugestão, que se sente independente da própria vontade e
que faz sentir uma paixão desordenada a que nos abandonamos. Enquanto o
fanatismo não intervém nas relações sociais dos indivíduos, não deve ser
considerado perigoso; mas não sucede o mesmo quando os seus efeitos se
manifestam numa sociedade compacta, onde reina a diversidade de crenças e
opiniões. O fanatismo causou males em todas as sociedades antigas, e na Idade
Media viram-se também excessos produzidos por ele, principalmente o fanatismo
religioso.
A Maçonaria condena o fanatismo com todas as suas forças. Em vários
Graus, as instruções giram em torno desta execrável paixão, considerada como
um dos inimigos da Ordem Maçônica.
M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto
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PILULA MAÇÔNICA Nº 5

Collegia Fabrorum e as Guildas

O Collegia Fabrorum era uma Associação romana na época (iniciada em


500a.C.) das grandes conquistas de cidades pelos romanos, até o ano
aproximadamente 400 d.C. Os guerreiros destruíam as construções de todos os
tipos, na subjugação dos povos e devido a selvageria das batalhas, e esse grupo
de construtores, talhadores de pedras, artistas, carpinteiros, etc, iam atrás
reconstruindo o que era de interesse para as tropas e aos comandantes de Roma.
Tinha um caráter religioso, politeísta, adorando e oferecendo seus trabalhos, aos
seus deuses protetores e benfeitores. É possível que, com a aceitação do
Cristianismo pelos romanos, essa associação tenha se tornado monoteísta
(Cartilha do Aprendiz – José Castellani – Ed. A Trolha)
As Guildas eram Associações corporativistas, auto protetivas, que
apareceram, na Idade Média, depois de 800 d.C. Eram grupos de operários,
negociantes e outras classes. Existiram, com o passar do tempo, diversos tipos de
“Guildas”: religiosas, de ofício, etc, entre outras. No caso das de oficio, se auto
protegiam, e protegiam seus membros e, muito importante, protegiam seus
conhecimentos técnicos, adquiridos pelos membros mais velhos e experientes, e
os transmitiam, oralmente, em segredo, em locais afastados e adequados, longe
de pessoas estranhas ao grupo formado. Como eram grandes, precisavam de
sinais de reconhecimento, palavras de passe, etc. E, obviamente, de pessoas
que coordenassem, que vigiassem tudo isso. Também é obvio, que para que a
Guilda tivesse continuidade, precisavam de jovens, que seriam por um
determinado tempo, aprendizes desses conhecimentos. Na festa de
confraternização, comiam juntos, dividiam o mesmo pão entre eles ( do latim “cum
panis”, gerando, talvez, a palavra “Companheiro”). Etc, etc, etc. O leitor Maçom , já
entendeu aonde eu quero chegar.
A que mais se destacou e evolui grandemente, foi a Guilda dos
Construtores em alvenaria, principalmente de igrejas e palácios. Como a Igreja
Católica Apostólica Romana, na época, dominava tudo, e os padres, por dever de
ofício, eram os únicos letrados, nada mais natural que os mestres (de maneira
bem ampla) fossem eles. Como sacerdotes, eram venerados, e porque
ensinavam, eram mestres. Há uma teoria, e é a minha também, que “Venerável
Mestre” derivou disso aí explicado: Venerável por ser sacerdote e Mestre porque
ensinava!
Posteriormente, essas confrarias perderam essa predominância da Igreja,
apesar de não deixarem de serem altamente religiosas, e geraram os Ofícios
Francos (ou Francomaçonaria) formados por artesões com privilégios ofertados
pelo Feudo e pelo Clero.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 6

Maçonaria Especulativa

Até 1717 d.C., quando houve a fusão de quatro Lojas inglesas, semente da Grande
Loja Unida Inglaterra, a Maçonaria é chamada de “Maçonaria Operativa”, pois o “saber” ,
o conhecimento das coisas, era empírico, adquirido de maneira prática. As ferramentas e
o manuseio estavam sempre presentes. O Maçom Operativo era um profissional da arte
de construir.
A partir dessa data, a Maçonaria começou a ser denominada de “Maçonaria
Especulativa”.
A palavra “especulação” vem do latim – specullum – cuja tradução é espelho.
Como nos esclarece, Ir Nicola.Aslan (Dicionário Enciclopédico): “é a ação de especular,
que significar indagar, pesquisar, observar, espelhar, as coisas físicas e mentais, para
estuda-las atentamente, para observa-las cuidadosamente, minuciosamente, do ponto de
vista teórico. Disso extraímos idéias e formulamos hipóteses”.
Bernard Jones (Compendium) nos esclarece: “os Maçons aceitos” elaborando ou
adquirindo o conhecimento da Ordem, caíram sobre o termo favorito, embora fosse
inadequado, pois não havia outro que melhor qualificasse suas intenções. Distinguiram-se
dos talhadores de pedras, denominando-se “Maçons Especulativos”.
Os “aceitos” começaram a fazer parte da Ordem, em torno de 1600 d.C., e nada
mais justo do que chamá-los de especulativos, pois na maioria das vezes faziam parte da
ala social da Maçonaria, como mecenas ou colaboradores, e, literalmente “não metiam a
mão na massa”.
O “especulativo” era o planejador, o calculista, o pesquisador, e não o homem de
ação ou o profissional braçal. Na profissão de construtores, seja de qualquer época,
sempre foi exigido um “trabalho especulativo”, ou seja, a teoria adquirida pelo Mestre-de-
Obra, desmembrada na geometria, nas teorias dos planos, na resistência dos materiais,
nas forças resultantes nas vigas e arcos de sustentação, etc. Desse modo, o trabalho que
usasse de ferramentas e manuseio, era o “prático”, ou “operativo”.
Devemos esclarecer que o termo “especular” pode significar a atividade pela qual,
pessoas se propõem obter lucros ou vantagens, em negociações ou afins.
Obviamente, não tem nenhuma ligação com o termo, semelhante, usado na
Maçonaria.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017

Trabalho 61
PILULA MAÇÔNICA Nº 7

“Hiram Abi” ou “Hiram Abif”?

Hiram, é o nome do arquiteto que, segundo a lenda maçônica, foi


encarregado de dirigir os trabalhos da construção do Templo de Salomão.
Segundo a Bíblia, em algumas passagens, era filho de uma viúva da tribo de Dan
e de um tírio (da cidade Tiro) chamado Ur. Em outras, era filho de uma viúva da
tribo de Neftali, “porém seu pai era tírio e trabalhava o bronze”.
Entretanto, qual o nome correto, “Hiram Abi” ou “Hiram Abif”?
Essa dúvida é muito comum e poucas pessoas sabem qual o modo certo.
Na verdade os dois estão certos, conforme explico abaixo:
A palavra Ab, do original hebraico, significa “pai” (muitas vezes
equivalente a amigo, conselheiro ou enviado) e dependendo do sufixo que
recebe pode ter o significado de “meu pai” ou “seu pai”.
Desse modo, conforme a “Encyclopaedia” de Albert G. Mackey, quando
usamos o sufixo “i” tem o significado de “meu” e quando usamos “if” tem o
significado de “seu”. A palavra Ab, com seus sufixos é encontrada nos Livros dos
Reis e nos das Crônicas, em referencia a Hiram, o Construtor. Quando o Rei
Hiram de Tiro, respeitosamente fala dele, chamando-o “meu pai”, encontramos
Hiram Abi e quando o escritor do Livro das Crônicas fala dele e do Rei Salomão,
na mesma passagem, chama-o de “pai de Salomão” – “seu pai”, encontramos
Hiram Abif.
A única diferença resulta da diferente denominação dos pronomes meu e
seu, em hebraico. Portanto, quando os Maçons escrevem ou falam dele, Hiram, o
Construtor, o correto é Hiram Abif.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017

Trabalho 59
PILULA MAÇÔNICA Nº 8

Aprendiz

A palavra tem origem no tempo dos Maçons Operativos. Os Maçons da Idade


Média formavam um grupo seleto, e era a mais alta classe de artesãos naquele tempo.
Isso requeria boa saúde, personalidade de moral impecável e alta inteligência do obreiro,
para o mesmo ser um excelente Maçom Operativo, permitido trabalhar nas grandes casas
de Deus, as magnificentes Catedrais, que era o seu trabalho.
Os operativos eram orgulhosos de suas habilidades, de sua reputação e da
rigorosidade de suas leis.
Para se tornar um Maçom, um jovem era escolhido, normalmente filho de um
Maçom, para servir por aproximadamente sete anos no aprendizado, antes de ser
permitido fazer e submeter aos seus superiores, sua “peça de mestre” e ser admitido
como um “Companheiro” da Ordem.
Antes dele começar o aprendizado, ele passava por uma prova, num curto
período de tempo, onde deveria mostrar ser possuidor das qualificações necessárias de
habilidade, decência e probidade. Somente depois disso é que ele era “registrado” como
Aprendiz. É por isso que na Maçonaria inglesa e americana, ainda se encontra, na
maneira de escrever, esse fato: “Entered Apprentice”. Ou seja, só depois de um
determinado tempo, após aprovação, é que ele era registrado.
Originalmente um Aprendiz não era considerado como membro da Ordem,
mesmo após ter sido registrado no livro da Loja. Somente após ter passado seu
aprendizado e ter sido aceito como “Companheiro” é que ele se tornava um legítimo
membro da Ordem Maçônica. Esse comportamento foi aos poucos se modificando e após
1717, aprendizes iniciados numa Loja faziam parte do conjunto constituinte da Ordem.
O Ritual nos ensina que o Aprendiz é o símbolo da juventude, o Companheiro é o
símbolo da maturidade e o Mestre o da velhice. Provavelmente esse conceito é derivado
do fato que, de modo geral, discípulos, iniciantes, são jovens; os experimentados são
homens já formados na idade; e os criteriosos e informados, formam o grupo mais idoso.
Isso é comum, em se tratando de grupos humanos.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017

Trabalho 23
Pílula Maçônica nº 9

Nossa tríplice aclamação HUZZÉ

Mestre José Castellani deixa bem claro em seu “Consultório Maçônico –


Ed. A Trolha” que o “tríplice Huzzé” trata-se de uma aclamação (aplaudir,
aprovar ou saudar alguém com alegria) e não uma exclamação (bradar, gritar,
vociferar). Apesar de origem controversa, é muito provável que derive do vocábulo
árabe Uzza, que é uma aclamação a um ente divino e um dos nomes de um dos
deuses deles.
É usado no Rito Escocês Antigo e Aceito, substituindo a palavra inglesa
Huzza (mas cuja pronuncia é “huzzé”) cujo significado é uma aclamação de
saudação ao Rei (Viva o Rei!). É a mesma aclamação, com outra palavra, usada
pelos franceses – Vivat – também para saudar o Rei.
Como o Rito Escocês teve sua origem na França, é possível que tenha sido
introduzida no Rito nessa época, obviamente usando o vocábulo inglês. Aliás, na
língua inglesa existe o verbo to huzza, que significa aclamar.
Para o historiador francês maçônico Albert Lantoine, essa palavra é
sinônimo de Hurrah!, extremamente conhecida no mundo todo.
No famoso dicionário “Michaellis” temos que: huzza – interjeição (de
alegria), viva, hurra – v. gritar “hurra!”, aclamar.
Em suma, é uma aclamação de alegria, e corresponde ao “Vivat” dos
latinos.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
Pílula Maçônica nº 10

Segredo e Mistérios Maçônicos

Segredo – fato ou circunstância mantida oculta; o que a ninguém deve


ser dito (Michaelis).
Segredo Maçônico – segundo Nicola Aslan (Dicionário Enciclopédico), a
Maçonaria Operativa mantinha em rigoroso segredo processos técnicos que
asseguravam a sobrevivência da arte e dos Talhadores de Pedra, enquanto os
modos de reconhecimento garantiam trabalho e proteção para aqueles que
viajavam de um lugar para outro.
Hoje, na Maçonaria Especulativa não há mais segredos técnicos e os
mesmos Sinais, Toques e Palavras constituíram e constituem o famoso “segredo
da Maçonaria” que as autoridades civis e eclesiásticas, sempre desconfiadas,
nunca quiseram acreditar. Porém, segundo Alec Mellor (Dicionário da
Francomaçonaria), existe “O Segredo” que é um conceito totalmente filosófico, de
conteúdo variável, concebido por alguns como o estado de iluminação interior que
se alcança pela Iniciação, que a linguagem humana não poderia traduzir e,
portanto, trair, pois as palavras correspondem a conceitos, enquanto o
pensamento iniciático transcende o pensamento conceitual.
Mistério – o que é inexplicado, mas que nos deixa perplexos e incita à
investigação. Indica tudo que é ocultado, e que é conhecido de uns poucos, que
guardam segredo.
Mistérios – era o conjunto das cerimônias do culto religioso que,
antigamente, era praticado ocultamente, e ao qual se podia assistir se fosse
iniciado. Diz-se também que os mistérios eram centros de instrução e de
educação da antiguidade, e que eram divididos em Pequenos Mistérios
(instrução primaria) e Grandes Mistérios (instrução superior).
Alguns livros ingleses nos dizem que “Jogos de Mistério” (peças
teatrais) eram a mais popular forma de entretenimento na Idade Media. Cada
Guilda (associação, corporação) ou profissão tinha seus dramas próprios
preferidos. A maioria era de origem bíblica. Eles eram produzidos, encenados, e
simulados pelos membros da corporação, primeiro nas igrejas, e depois nas
praças públicas, para as quais eles eram expulsos quando os jogos (encenações)
se tornavam muito impetuosos e irreverentes (desrespeitosos) para as autoridades
sacerdotais. Esses dramas eram chamados mysteries, não porque eles tratavam
de mistérios, magias, fantasmas ou coisas secretas, mas porque eles eram
produzidos pelas associações ou mysteres . Esta palavra é uma variante da
palavra francesa “mestaire”, cujo significado é: uma ordem ou associação ( com
o sentido de guilda).
Então essas encenações ficaram conhecidas na Inglaterra como
“mysteres’ ou “mysteries”, por que elas eram produzidas pelos “mestaires” ou
guildas.
A expressão “Mistérios da Francomaçonaria” significa as cerimônias ritualísticas,
ou o trabalho em Loja.
M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto
PILULA MAÇONICA Nº 11

ALEGORIA

A palavra Alegoria tem sido definida como “uma descrição de um evento


sob a imagem de outro”, o objetivo sendo impor uma verdade moral através de
uma estória. Alegoria é exprimida em linguagem figurativa ou descritiva,
conduzindo a uma abertura ou significado literal e, ou, a um dissimulado ou algo
figurativo.
Segundo Ir.: Nicola Aslan, no seu “Dicionário Enciclopédico”, temos o que
segue abaixo:
“existem duas espécies de Alegorias: uma que pode ter a extensão de um
poema, a outra que pode ser contida em algumas palavras (Nas asas do Tempo
voa a Tristeza). Quase todos os apólogos e os provérbios são alegorias.... sendo
a Maçonaria, como a definem os anglo-saxões, “um sistema particular de moral,
velado por alegorias e ilustrado por Símbolos”, quase todas as lendas maçônicas
são mais ou menos alegorias, inclusive a lenda do terceiro Grau, que deve ser
interpretada como ensinando a ressurreição, o que se percebe pela própria lenda,
sem qualquer acordo ou convenção””.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇONICA Nº 12

O que é Simbolismo? Por que é importante na Maçonaria?

Simbolismo é o uso e interpretação de símbolos e emblemas. Um


Símbolo é a representação visível de algum objeto ou coisa, real ou imaginária,
empregado para transmitir, exprimir, uma certa idéia.
Todas nossas idéias são exprimidas por símbolos; até uma idéia , em
geral, é exprimida por “uma lâmpada acessa” que também é um símbolo. As
palavras são símbolos. No uso ordinário, entretanto, por um símbolo nós damos
significado a um objeto, o qual declara uma idéia.
A bandeira é o símbolo de um país; o leão da coragem; o carneiro da
inocência; o Esquadro é símbolo da virtude Maçônica.
Tem sido declarado que “o Simbolismo da Maçonaria é a alma da
Maçonaria”. E isto tem que ficar claro ao Aprendiz, pois não deve ser encarado
como uma declaração de idéias, mas deve ser dirigida com ênfase para ele, para
que fique retido em sua mente.
Simbolismo é talvez o ramo mais difícil da Francomaçonaria, e sobre ele
se tem dito e escrito as mais insensatas e absurdas coisas. A Francomaçonaria é
repleta de símbolos. Mas onde, muitas vezes, somente existe um genuíno
simbolismo, alguns irmãos nos convidam, ou impõem, a aceitar uma grande
quantidade de escondidos e profundos significados simbólicos. Muito dessa
quantidade é chamado de misticismo e é justamente o absurdo mencionado
acima.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇONICA Nº 13

A MAÇONARIA OPERATIVA

Na Idade Média os maçons eram distintos. Era essa a sensação generalizada


na Inglaterra, França e Europa Central, pois enquanto os outros trabalhadores
trabalhavam para os senhores feudais, sem sair de seu vilarejo, os maçons eram
especialistas e serviam aos reis, clero e nobreza e viajam para todos os cantos
desses paises. Trabalhavam as pedras e erigiam castelos, mansões, catedrais e
abadias. As informações abaixo foram extraídas do “Compedium” de Bernard
Jones e “Enciclopédia” de Wilson Coil

Inglaterra

A vida profissional era bem estabelecida. Existiam dois tipos de maçons: os


“rústicos” que cortavam e moviam os blocos para o alicerce, a base que sustenta
a construção, e os “especialistas” que faziam o trabalho na superfície dos blocos
para detalhes da arquitetura, em geral, e o acabamento e ornamentação.
Pertenciam a Grêmios que eram compostos pelos principais empregadores
do ramo e, as vezes, controlados por um funcionário real. Tinham “deveres”
(Charges) estabelecidos por esses Grêmios. O primeiro era com Deus: deviam
crer na doutrina da Igreja Católica e repudiar todas as heresias. O segundo era
com o Rei, cuja soberania deviam obedecer. O terceiro era para com seu Mestre,
o empreiteiro das obras (não existia o grau de Mestre. Apareceu na Maçonaria
Especulativa). Formavam sindicatos, ilegais, pois contrariavam as determinações
salariais dos grêmios, e se reuniam secretamente correndo o risco de penalidades
da lei.

França

Os maçons eram, como na Inglaterra, a elite dos trabalhadores.


Diferentemente, formaram uma organização que não tenha paralelo na Inglaterra:
a “Compagnonnage”. Os “Compagnons” (companheiros), seus membros, que
algumas vezes eram trabalhadores com outros ofícios, formavam uma forte
organização. Os reis e governos da França não aprovavam essa situação e, por
diversas vezes, ditaram leis e decretos contra a Companonnage (1498, 1506,
1539...). Em 1601, um estatuto proibia que se reunissem em mais de três nas
tabernas. Em 1655, a Faculdade de Sorbone, proclamou que os compagnons
eram malvados e ofendiam as leis de Deus.

Alemanha e centro da Europa

Os maçons eram chamados de Steinmetzen, e, da mesma forma, eram a


elite dos trabalhadores. Suas atividades eram também reguladas por corporações
do ramo. Havia Lojas importantes de Steinmetzen em Viena, Colônia, Berna e
Zurich, mas todas aceitavam a liderança dos maçons de Estrasburgo. Inclusive, o
imperador Maximiliano I proclamou um decreto em que dava força de lei ao seu
código de conduta (diferente do que foi escrito para Inglaterra e França). Essa
liderança durou até 1685, quando a cidade foi invadida pelo exercito de Luiz XIV e
anexada à França.

Escócia

Os Grêmios de maçons eram mais antigos do que os da Inglaterra. Em 1057,


o rei Malcolm III Canmore outorgou uma Carta, com o poder e obrigação de
regular o oficio, à Companhia de Maçons de Glasgow.
Infelizmente, por não haver em abundancia a pedra franca na região, tiveram
menos êxito para manter a boa posição já citada. Inclusive, nesse país foi
modificada a regra para os “aprendizes ingressados” de tal modo que, o
aprendizado ficou com um lapso de tempo mais curto, do que na Inglaterra, por
exemplo. Os mestres mais antigos, qualificados, para se protegerem
profissionalmente, começaram a usar uma palavra secreta que era transmitida
entre eles, para o reconhecimento entre si. Essa palavra chave ficou conhecida
como a “Palavra Maçônica”.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇONICA Nº 14

Lojas, Ordem e Obediências Maçônicas.

Brethren, vejam o que nos ensina o escritor francês, Ir Marius Lepage,


sobre o acima mencionado:

As Lojas podem existir sem Grandes Lojas ou Grandes Orientes, garantindo


sua federação. O inverso, porém, não é verdadeiro. Nem Grande Loja, nem
Grande Oriente podem existir sem as Oficinas chamadas “azuis”, que são a base
de qualquer Potencia ou Obediência.
Assim, fica muito claro a diferença entre a Ordem e a Obediência Maçônicas.
A Ordem (em inglês é chamada de Craft) – a Franco-Maçonaria tradicional e
iniciática – não tem origem historicamente conhecida. Usando a expressão
habitualmente empregada, podemos dizer que ela data de “tempos imemoriais”.
“...antes do século XIV nada encontramos que se possa ligar, com provas
irrefutáveis, à Maçonaria. Todos os documentos que possuímos estabelecem que
foi da Maçonaria Operativa que saiu nossa Ordem, e demonstram apenas isso, a
não ser para aqueles que suplementam fatos e fontes com a imaginação...”
(F.Marcy, l´Histoirie du Grand Orient de France).
As Obediências, ao contrário, são criações recentes, das quais é possível –
embora com algumas dificuldades e imperfeições – descrever o nascimento, e
cuja existência, a partir daí, é bem conhecida na maior parte dos pormenores.
Entretanto, se a Ordem é universal, as Obediências, sejam elas quais forem,
mostram-se particularistas, influenciadas pelas condições sociais, religiosas,
econômicas e políticas dos países em que se desenvolveram.
A Ordem é, por essência, indefinível e absoluta: a Obediência está sujeita a
todas as variações da fraqueza congênita ao espírito humano.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇONICA Nº 15

PALAVRAS

O termo “palavra” é entendido, como sendo a expressão de uma idéia e o


conjunto de sinais que esta representa graficamente.

Palavra do Maçom – esta peculiaridade da Maçonaria Escocesa, é a que eu me


refiro na “Pílula nº13”. Supõe-se, segundo Nicola Aslan (Dicionário
Enciclopédico), ter consistido de duas palavras, provavelmente acompanhada de
um sinal. Era claramente esotérica e usada, presumivelmente, como um meio de
reconhecimento. Albert G. Mackey (Enciclopédia) complementa: “nas atas e nos
documentos das Lojas da Escócia, durante os séculos XVI, XVII e XVIII, a
expressão “Mason Word” é constantemente usada. Este contínuo uso indicaria
que apenas um conjunto de palavras era então conhecido”.

Palavra de Passe – é a que se pronuncia ao dar-se os Toques e os sinais de


reconhecimento.

Palavra Perdida – continuando com o Mestre Nicola Aslan, temos que a história
lendária da Maçonaria refere-se a uma lenda segundo a qual teria existido,
outrora, uma Palavra de valor transcendente, objeto de grande veneração, e que
teria sido conhecida apenas por alguns poucos. Com o decorrer dos tempos, esta
Palavra teria sido perdida e substituída por outra. Esta lenda entrou no sistema
escocês e, segundo ela, Hiram Abif, construtor do Templo de Salomão, teria
gravado esta palavra sobre um Triângulo de ouro, o qual era levado em seu
pescoço e com o lado gravado sobre o peito e....continua a lenda que não é, no
momento, objeto deste estudo.

Palavra Sagrada – é uma palavra peculiar a cada Grau e que deve ser dita
baixinho ao ouvido, como um sopro, e com muita precaução. Vejam o que diz o
Bro Albert G. Mackey a respeito: é o termo aplicado à palavra capital ou mais
proeminente de um Grau, indicando assim o seu peculiar caráter sagrado, em
contra posição com a Palavra de Passe, que é entendida simplesmente como um
mero modo de reconhecimento. Diz-se muitas vezes, por desconhecimento,
“Palavra secreta”. Todas as palavras importantes da Maçonaria são secretas.
Mas somente algumas são Sagradas.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇONICA Nº 16

RETIRADA DOS METAIS NA INICIAÇÃO

Qual seria a origem do costume de retirar o dinheiro e as substâncias


metálicas do Candidato quando está sendo preparado para a sua Iniciação? A
resposta é muito subjetiva, deste modo vou dar a mais lógica encontrada nos
livros pesquisados.
Muitos homens se deliciam, se encantam, se iludem com metais como
ouro e prata, para seu interesse próprio, não tendo nenhum outro padrão que os
substituam e, para esses homens tudo gira em torno de tais metais.
Como a decisão de entrar na Maçonaria é somente dele, o Candidato
deve ter o desejo de renunciar a tudo isso como sendo sua prioridade, pois na
Ordem o que menos importa é sua riqueza e posição.
O Ir Lional Vibert, em seus escritos “Vestígios dos Antigos Dias” sugere
(como pura especulação) que isso pode ser uma lembrança dos Tempos
Operativos quando o mais obvio caminho de ensinamentos para um Maçom
Operativo eram as lições de pobreza, caridade e humildade e que sua maior
riqueza eram as ferramentas de trabalho com as quais podia obter seu sustento e
da sua família.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 17

Venerável Mestre e Vigilantes.

Brethren, mais uma vez vamos recorrer aos conhecimentos do


inesquecível Ir.:José Castellani – Consultório Maçônico – Ed. A Trolha :

“Os poderes do Venerável Mestre são legitimados, não na eleição,


mas sim, na posse, ou seja, na Instalação, pois instalação é sinônimo de
posse, mesmo que não haja a Cerimônia de Instalação, que é própria do
Ritual de Emulação (Rito York) e que foi copiada pelos demais Ritos.
Assim, um Vigilante, na ausência do Venerável Mestre, pode assumir
o primeiro Malhete da Loja e despachar todos os assuntos administrativos. Só
não poderá atuar em algumas cerimônias Litúrgicas, que são privativas de
quem tem o poder de fato e de direito: o Venerável Mestre que foi empossado
(Instalado) no cargo”.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 18

Esclarecendo: Tronco de Solidariedade e Reflexão no Átrio.

Segundo o mestre Castellani – Consultório Maçônico – Ed. A Trolha,


temos as definições que seguem abaixo;
- o Tronco tem origem na França, daí seu título, pois, em francês, a
palavra “tronc” tanto significa tronco de árvore como caixa de esmolas. As
igrejas francesas têm, logo à entrada, uma caixa de coleta, onde se lê,
simplesmente a palavra TRONC. E o nome primitivo, em Maçonaria, era
Tronco da Viúva, ou seja, Caixa de Esmolas da Viúva (já que os Maçons são
Filhos da Viúva). Nem se sabe por que cargas d’água ele passou a ser Tronco
de Beneficência ou Tronco de Solidariedade, já que “caixa de esmolas de
beneficência” é redundância.

- no Rito Escocês Antigo e Aceito, é comum, no Átrio, antes da entrada


no Templo, o Mestre de Cerimônias solicitar a um dos Obreiros presentes que
faça uma oração, ou invocação, ou reflexão, ao fim da qual todos os Irmãos
devem dizer “Assim Seja”. Sem criticar ou desmerecer tal ato, devo esclarecer,
porém que, essa prática não pertence ao Rito Escocês Antigo e Aceito, mas
sim, ao Rito Adoniramita.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº19

LOJA

Nos tempos da Maçonaria Operativa, quando os Maçons começavam a


ereção de uma Catedral ou qualquer outra construção em pedra, eles
construíam uma choupana ou galpão, o qual era referido como a “Loja”.
Esse galpão era usado como um salão de trabalho e também como
moradia temporária para os trabalhadores mais jovens. Quando eles se
reuniam para discutir planos, aprenderem, ou qualquer outro assunto ligado à
atual obra, estava constituída a Loja.
Lionel Vibert, em seu trabalho “A Loja nos Tempos Medievais” declara
que a construção contratada frequentemente tinha uma clausula que dizia que
a “Loja” seria construída pelos Maçons envolvidos na referida obra. Em York no
ano de 1428, Maçons recrutados em todas as regiões vizinhas eram
conhecidos como os “Maçons da Loja”. Como foi dito, os jovens trabalhadores
(aprendizes?) da Fraternidade, viviam e trabalhavam na Loja, obedecendo as
“Antigas Regras dos Construtores”.

A palavra “Loja” (Lodge) vem do francês “loge” significando uma


estrutura temporária. A aplicação do nome do lugar, designando um evento ou
fato, é comum no uso corriqueiro de qualquer língua.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 20

PEDREIRO LIVRE (Free Mason)

Qual seria a origem desse nome? Quando, onde e por que foi dado?
Algumas supostas respostas, dadas a seguir, foram baseadas no
conteúdo do livro do Ir.:Bernard Jones “The Freemason’s Guide and
Compendium”.
Na verdade, muitas explicações são dadas sobre esse assunto. O que
se sabe é que nos tempos das construções das Catedrais, os Maçons eram
divididos em duas categorias: os maçons “rústicos”, quebradores de pedras,
que extraiam os blocos e davam uma preparação preliminar aos mesmos, e os
“especialistas” cujo trabalho era o de “acabamento” das referidas pedras,
dando corte, formato e acabamento conforme o requerido na etapa final da
construção.
Esses últimos eram os mais qualificados do grupo de Maçons.
Podemos dizer que eram verdadeiros artistas na arte de acabamento em
pedras. Estes maçons é que foram chamados de “Freemasons”.
Aparentemente esse nome foi usado nos primórdios dos Operativos.
Bernard Jones esclarece que a palavra “free” tinha muitos significados
e é difícil precisar qual deles foi utilizado no termo “Freemason”. Três deles
serão dados a seguir:
1) “Free” pode indicar a pessoa que era imune a leis e regras
restritivas, particularmente com a liberdade de ir e vir para diversos
lugares, conforme a necessidade do seu trabalho.
2) Muitos Maçons de hoje acham que o termo foi aplicado
originalmente, àquele fisicamente livre, que não era servo, muito menos
um escravo.
3) O “Freemason” seria talvez aquele que trabalhava na pedra
livre (free stone) que é um tipo de pedra calcárea, fácil de manusear,
não muito dura.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº21

LANDMARKS.

Isto é um assunto sobre o qual se pode escrever páginas e mais


páginas. Isso só para definir o que é um “Landmark”.
Mais uma vez vou recorrer ao “Compendium” do ilustríssimo Ir.:Bernard
Jones. Landmarks podem ser definidos como “aquelas coisas que, sem a
aceitação pela Maçonaria, a mesma deixa de ser a Maçonaria”.
Nos antigos tempos, citados na Bíblia, terras planas sem marcações
evidentes, marcas (landmarks) de contornos e limites eram de grande
importância, e grandes esforços eram feitos devido a necessidade de respeitá-
los. O Deuteronômio XXVII, 17 menciona: “maldito aquele que remover as
marcas (landmarks) de seu vizinho”. Provérbios XXII, 28 temos: “Não remover
as antigas marcas (landmarks) que foram fixadas por seus pais”.
Portanto, é dessa idéia bíblica de algo que não deve ser removido, que
o antigo conceito Maçônico foi erigido. Melhor do que a idéia de uma elevada
quantidade de “marcas”, fixadas, das quais condutas devam ser tomadas e
seguidas.
O termo “landmarks” é encontrado em todos os Graus Simbólicos, nos
quais sempre é mencionado a necessidade imperativa de obedecê-los.
Mesmo a Grande Loja Unida da Inglaterra, enquanto possuir o poder
de ditar certas leis e regulamentos, deve estar sempre atenta para que os
Antigos Landmarks sejam preservados.
Definições específicas podem ser dadas;
1- Princípios que tem existido desde tempos
imemoriais, em leis escritas ou não, os quais são identificados
como a essência e forma da Ordem; os quais a grande maioria
dos membros concorda, que não podem ser mudados, e os quais
cada Maçom é compelido manter intactos, sob as mais solenes e
invioláveis penalidades.
2- Um limite fixado para checar qualquer inovação.
3- Uma parte fundamental da Maçonaria que não pode
ser mudada sem destruir a identidade da Maçonaria.
Usos e costumes já aceitos por longo tempo, NÃO são
necessariamente Landmarks. Observando isso, muitas listas feitas por diversos
autores Maçônicos, como exemplo Albert Gallatin Mackey, seriam reduzidas
nos seus 25 itens. Sobre isso deve ser lido a Obra do nosso querido Ir.:Jose
Castellani “Consultório Maçônico” onde é feito um “pente fino” sobre os 25 itens
do Mackey, e de outros, e fica claro que, pelas definições obtidas, nem tudo
que está lá, é Landmarck.
Finalizando, um escritor americano disse que “Landmarck é algo que,
sem o qual, a Maçonaria não pode existir, e determina os limites até onde a
Grande Loja Unida da Inglaterra pode ir. Alguma coisa na Maçonaria que a
GLUI tem o direito de mudar, NÂO é um Landmark.
O teste é: poderia a Maçonaria permanecer essencialmente a mesma
se algum particular princípio for removido?
M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017
PILULA MAÇONICA Nº 22

COMPANHEIRO E COMPANONNAGE NA MAÇONARIA

É sabido que, até o ano de 1738, quando houve a revisão da


Constituição de Anderson feita em 1723, havia somente dois graus na
Maçonaria: o Entered Apprentice (vide Pílula Maçônica nº 8) que é o nosso
APRENDIZ e o Fellow Craft que é o nosso COMPANHEIRO.
O grau de Master, que é o nosso MESTRE, apareceu somente após
1738, como mencionado, inclusive com o aparecimento da Simbologia,
Alegorias, Lendas, etc, que na fase Operativa da Maçonaria não existiam,
mesmo porque nessa fase, a Maçonaria era muito ligada à Igreja Católica e
isso não era permitido.
Por sua vez, o COMPANONNAGE, era uma Associação de
Trabalhadores de uma mesma profissão que tinha, também, uma assistência
mútua, e era requisitada pelos Cavaleiros Templários, para construção e/ou
reconstrução de suas fortalezas ( quem tiver oportunidade visite a Fortaleza de
Tomar em Portugal) e seus membros também eram chamados de
“companheiros”.
E como escreveu nosso pranteado Mestre Ir.:Castellani, no livro
Cartilha do Companheiro: “não se deve, todavia, confundir o Grau de
Companheiro Maçom, com o Companonnage – associação de companheiros –
surgido na Idade Média, em função direta das atividades da Ordem dos
Templários...e existente até hoje, embora sem as mesmas finalidades da
organização original, como ocorre, também, com a Maçonaria. O
Companonnage foi criado porque os Templários necessitavam, em suas
distantes comendadorias do Oriente, de trabalhadores cristãos; assim
organizaram-nos de acordo com sua própria doutrina, dando-lhes um
regulamento chamado Dever. E esses trabalhadores construíram formidáveis
cidadelas no Oriente Médio e, lá, adquiriram os métodos de trabalho herdados
da Antiquidade, os quais lhes permitiram construir, no Ocidente, as obras de
arte, os edifícios públicos e os templos góticos, que tanto tem maravilhado,
esteticamente, a Humanidade”.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


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PILULA MAÇONICA Nº 23

APRENDIZ PODE FALAR EM LOJA?

É sabido que, em muitas Lojas por nós conhecidas, os Aprendizes


estão proibidos de se manifestarem na “Palavra ao Bem da Ordem em Geral e
do Quadro em Particular”.
Mas, para sabermos o que é correto, referente a esse assunto, vamos
recorrer mais uma vez, ao Mestre José Castellani, resumindo e usando nosso
palavreado, o que nos diz, em seu livro “Consultório Maçônico – Ed. A Trolha”.
“essa proibição não é constitucional nem regimental. Tradicionalmente,
sabe-se que as sociedades iniciaticas, geralmente de cunho religioso, nas
quais os Neófitos limitavam-se durante um certo tempo, a ouvir e a aprender.
Era o caso do Mitraismo persa – culto do deus Mitra, o Sol – que era
composto de sete etapas; na primeira o neófito era o Corvo, por que o corvo,
no Mitraismo, era o servo do Sol e porque ele pode imitar fala, mas não criar
idéias próprias, sendo assim, mais um ouvinte, do que um participante ativo.
Idem para as Escolas Pitagóricas, onde existiam três etapas: Ouvintes,
Matemáticos e Físicos.
Em Maçonaria, todavia, não existe essa tradição, mas, sim, o
Simbolismo. Ou seja, simbolicamente, o Aprendiz é uma criança, que não sabe
falar, mas só soletrar. Isto é simbólico e não pode ser levado ao pé da letra. O
Aprendiz pode e deve falar em assuntos inerentes ao seu Grau, ou nos que
interessem a comunidade, de maneira geral”.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 24

LUZES

Este é um assunto muito controverso, pois como é subjetivo, diversas


opiniões são dadas, por diversos autores. Estou considerando o que há de mais
razoável em uma série de livros considerados como “sérios” da Maçonaria.
Segundo o grande Mestre Nicola Aslan, no seu “Dicionário
Enciclopédico”:
“em Maçonaria, a palavra Luz tem um significado de Verdade,
Conhecimento, Ciência, Saber, instrução e prática de todas as virtudes. Diz-se
que um profano “recebe a luz”, quando é Iniciado”.
Albert G. Mackey, na sua “Enciclopédia”, escreve:
“Luz é uma palavra importante do sistema maçônico, transmitindo um
sentido mais longíquo e oculto do que geralmente pensa a maioria dos leitores. É,
de fato, o primeiro de todos os Símbolos apresentados ao Neófito e que continua a
ser-lhe apresentado na carreira maçônica. Os maçons são enfaticamente
chamados de “filhos da Luz”, porque são, ou pelo menos são julgados possuidores
do verdadeiro sentido do Símbolo; ao passo que os profanos, os não Iniciados,
que não receberam esse conhecimento, são, por uma expressão equivalente,
considerados como estando nas trevas”.
São consideradas, na Maçonaria inglesa principalmente, dois tipos de
“Luzes”: as Luzes Emblemáticas da Maçonaria e as Luzes Simbólicas da Loja.
As Luzes Emblemáticas se dividem em duas:
- Luzes Maiores, que são a Bíblia, o Esquadro e o Compasso.
- Luzes Menores representado pelo Venerável Mestre, pelo Primeiro
Vigilante e pelo Segundo Vigilante.
As Luzes Simbólicas da Loja são as velas, ou lâmpadas, que são
acessas durante as Lojas: três para o grau de Aprendiz (uma no Oriente, uma no
Ocidente e outra no Meio-Dia), cinco para o grau de Companheiro (três no
Oriente, uma no Ocidente e uma no Meio-dia) e nove para o grau de Mestre (.três
no Oriente, três no Ocidente e três no Meio-Dia).

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017

Trabalho 58
PILULA MAÇÔNICA Nº 25

IDADE DA MAÇONARIA

Não existe, realmente, uma data que possa ser dada como a data de
origem da Francomaçonaria. Entretanto, sem dúvidas, pode ser dito, que ela se
desenvolveu, paralelamente, nos países da Europa e nas Ilhas Britânicas durante
a Idade Média. A Maçonaria atual, chamada Especulativa, também, sem duvidas,
se desenvolveu nas Ilhas Britânicas (Escócia, Irlanda e principalmente, na
Inglaterra) e se espalhou para a Europa e restante do Mundo.
Um dos primeiros registros escritos conhecido hoje em dia, é o Manuscrito
de Halliwell ou Poema Regius escrito em torno de 1390 da nossa era. Muitos dos
nossos Símbolos Maçônicos vieram da Maçonaria Operativa dos tempos
Medievais.
Existe a “Carta de Bolonha”, menos conhecido, mais antigo do que o
citado acima, datado de 1248. Lá é citado que haviam “Sociedades de Mestres
Maçons e Carpinteiros” em anos anteriores à data mencionada. Esse documento é
conservado até hoje no Arquivo do Estado de Bolonha.
A Maçonaria Moderna, dita Especulativa, como é hoje conhecida, data da
formação da Grande Loja de Londres e Westminster, posteriormente, Grande Loja
Unida da Inglaterra, a qual foi originada em Londres em 1717.
Do século precedente a essa data, existem amplas evidencias da
existência de Lojas Operativas, e durante os anos que antecederam 1717, essas
Lojas Operativas mudaram gradualmente suas características, com a introdução
de pessoas que não eram Maçons pela profissão e eram chamados de Não-
Operativos ou Especulativos. Eram os Aceitos.
O Ritual das Lojas Operativas era de característica bastante elementar,
consistindo no Candidato ser obrigado a se sujeitar “ao livro de deveres e
obrigações” (the Book), mantido pelos membros mais antigos (Elders), e em
concordar com as Obrigações (Charges) lidas para ele. Levou muitos anos até o
Ritual ter o conteúdo e a forma que tem hoje e, de acordo com referencias e
informações disponíveis, ele assumiu a presente forma em torno de 1825.
Concluindo, de acordo com escritores sérios, incluindo o pessoal da Loja
Quatuor Coronati, parece não haver dúvidas que a Maçonaria se originou na Idade
Média (opinião inclusive do Mestre Castellani).
É temeroso, por falta de provas e evidências concretas, afirmar que a
Maçonaria deve origem na época do Rei Salomão, nos Antigos Egípcios, nos
Essênios, etc, etc.
Uma drástica distinção deve ser feita entre a Ordem Maçônica, como
uma organização, e as Lendas e Tradições, através das quais os ensinamentos
da Ordem são ensinados. Para bom entendedor, meia palavra basta. Para os
fanáticos, uma Enciclopédia é insuficiente.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 26

“Teísmo” , “Deísmo” e “Agnosticismo”

Teísmo : é a doutrina de um Deus, Eterno, auto suficiente, Onisciente,


Onipresente, impregnando toda a criação, Criador, Preservador, Protetor, e
Benfeitor de todas as coisas e do Homem. É a negação, o oposto do ateísmo – a
doutrina na qual não há nenhum Deus. Idem para o politeísmo – doutrina na qual
se tem muitos deuses e mesmo do Deísmo, cuja definição vem no parágrafo
abaixo.

Deísmo : é a crença em Deus, com base somente na Leis Naturais e na


Razão. Ela rejeita a revelação sobrenatural e todos os elementos sobrenaturais de
uma religião. Desse modo, é um sistema ou atitude dos que, rejeitando toda
espécie de revelação divina, e portanto a autoridade de qualquer igreja, aceitam,
todavia, a existência de um Deus, destituído de atributos morais e intelectuais, e
que poderá ou não haver influído na criação do Universo
Muitos “livres pensadores”, principalmente da Inglaterra e da França na época
do século XVI e XVII foram classificados como deístas. Percebe-se claramente
que na realização da primeira edição do Livro das Constituições do reverendo
James Anderson, em 1723, há uma tendência de abandono ao cristianismo,
liberando as crenças e o pensamento, quando afirma que “Um maçom fica
obrigado por ocasião de seu ingresso, a obedecer a Lei Moral e se ele entender
corretamente a Arte, ele nunca será um ateu estúpido, e nem tampouco um
libertino irreligioso. Porque desde os "tempos imemoriais", os maçons eram
obrigados, em todos os países, a seguir a religião de seu país de origem, qualquer
que ela fosse; mas atualmente o maçom é obrigado a ter aquela religião, com que
todos ou a maioria concorda....” .

Agnosticismo : doutrina que ensina a existência de uma ordem de


realidade incognoscível. Tem posição metodológica pela qual só se aceita como
objetivamente verdadeira uma proposição que tenha evidencia lógica satisfatória.
Mantém a atitude que considera a metafísica como algo fútil. É diferente do
Ateísmo que é a doutrina (se é que pode ser assim chamada) daqueles que não
crêem em Deus ou nos deuses. Os ateus são ímpios, não tendo fé em nada.
Incrédulos.
(Pílula baseada nos diversos artigos do Mestre José Castellani)

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 27

A letra “G”

Muitas das informações abaixo relatadas foram tiradas da Coil´s Masonic


Encyclopedia – William H. Coil.
A letra “G” é um símbolo bem conhecido na Francomaçonaria, apesar de não ser
muito antigo. A época em que foi adotado é desconhecida, mas, provavelmente, não foi
muito antes do meio do século XVIII.
Não derivou das Constituições Góticas nem das Old Charges ou de qualquer outro
manuscrito do tempo dos Maçons Operativos. Não foi mencionada em nenhum ritual
antigo, anterior ao de Samuel Prichard – A Maçonaria Dissecada – de 1730. Assim
mesmo, nesse último, o seu significado não estava totalmente desenvolvido. Esse foi o
primeiro Ritual exposto que dividia os trabalhos da Maçonaria em três Graus: Aprendiz,
Companheiro e Mestre.
É surpreendente que somente depois de 1850, aproximadamente, que a letra “G”
começou aparecer no meio do Compasso e do Esquadro entrelaçados, como se vê hoje
em dia em distintivos de lapela ou emblemas. E é suposto que tenha sido originado por
projeto de algum criativo joalheiro e não por ação de alguma autoridade Maçônica.
Anteriormente a essa data, sempre eram vistos a letra “G” num lugar e o
Compasso e Esquadro em outro. Se refletirmos um pouco sobre esse “ajuntamento”, algo
nos alertará que isso é uma incongruência, pois o lugar da letra “G” é suspensa, acima do
2º Vigilante (REAA) no Ocidente. O Compasso e o Esquadro estão sempre no Oriente.
Além de que, os últimos mencionados são “Grandes Luzes” e a letra “G” não é.
Percebe-se que o significado do símbolo não é esotérico, pois o mesmo é exposto
em lugares público nos Templos, fazendo parte da decoração dos mesmos.
Alguns pesquisadores acham que a letra “G”, nos locais onde a língua é de origem
inglesa ou mesmo grega, simboliza Deus (God). Creio que o mesmo não se aplica em
locais onde a língua é de origem latina.
Mackey em sua “Enciclopédia” nos esclarece o que segue:
“Não há dúvidas que a letra G é um símbolo moderno, não pertencendo a nenhum
antigo sistema de origem inglesa. É, de fato, uma corruptela de um antigo símbolo
Cabalístico Hebreu, a letra “yod”, pela qual o sagrado nome de Deus – na verdade o mais
sagrado nome, o Tetragramaton – é expresso. Esta letra “yod” é a letra inicial da palavra
“Jehovah”, e é constantemente encontrada entre os escritos Hebreus, como a abreviação
ou símbolo do mais santo nome, o qual, sem a menor dúvida, não pode nunca ser escrito
por inteiro.
Primeiramente adotada pelo Cerimonial Inglês e, sem mudanças, foi transferida
para a Maçonaria do Continente e pode ser achada como símbolo nos Sistemas
Maçônicos da Alemanha, França, Espanha, Itália, Portugal, e em todos os outros paises
onde a Maçonaria foi introduzida.”
Muitas vezes nos vem em mente a pergunta: por que a letra “G” só aparece no
Segundo Grau?
A resposta é relativamente simples. É aceitação geral que o significado da letra “G”
é “Geometria”. O Segundo Grau, de Companheiro, relaciona-se com os mistérios da
Natureza e da Ciência, sendo aí o lugar correto para a Geometria.
E a título de informação, sabe-se que o Segundo Grau foi consideravelmente
modificado entre 1730 e 1813 para trazer mais harmonia entre o Primeiro e o Terceiro
Grau.
M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto
PILULA MAÇÔNICA Nº 28

Maçonaria e os Antigos Mistérios Egípcios

Muitas vezes nós lemos ou ouvimos afirmativas que a Maçonaria atual teve origem
nos antigos Mistérios Egípcios.
A Maçonaria Especulativa derivou das Lojas dos Maçons Operativos da Idade
Média. Não será possível aqui rever toda a História, mas a opinião Maçônica reputável é
que não há fundamento para a alegação que nós tivemos nossa origem nos antigos
Mistérios Egípcios. É sabido que não muitos anos atrás esta versão de nossa origem era
largamente mantida entre experimentados e zelosas Maçons.
Entretanto, na certeza pode ser declarado que, para autênticos historiadores, não
há nenhuma evidencia direta conhecida que possa ser aceita, fazendo a conexão.
Vejam o que nos diz Albert G. Mackey - Enciclopedia: “Da mesma forma como os
antigos construtores procuravam suas origens fazendo-as remontar primeiro ao construtor
da Torre de Babel e depois a Salomão e seu templo, alguns dos novos maçons queriam
vincular sua instituição às antigas filosofias religiosas dos Orientes próximo e distante. As
interpretações de origem mística acrescentadas compõem uma verdadeira colcha de
retalhos simbólico/filosófica que podemos chamar de sincretismo maçônico e que foi
penetrando, sendo aceito e incorporado em diferentes graus nos países para onde a
Maçonaria se expandiu. O que a maioria dos autores que abordam este tema parece não
compreender é que, quando descrevem os ritos egípcios, estão falando de específicas
manifestações filosófico/religiosas dos egípcios, não da Maçonaria. O que existe de
comum entre a Ordem Maçônica e aquelas antigas manifestações religiosas é, em certa
proporção, o método iniciático e alguns elementos simbólicos, mas a Maçonaria não
constitui, de maneira alguma, uma versão atualizada daquelas organizações”.
Nicola Aslan – Dicionário Enciclopédico - abordando o mesmo tema,
acrescenta: “Dentro da vasta bibliografia...constam as obras de escritores que foram
buscar o berço da Maçonaria nas mais variadas e inesperadas sociedades da
antiguidade, do Egito, da Grécia e de Roma. Nela encontramos obras vinculadas as
hipóteses mais espetaculares, tornando a Ordem Maçônica a herdeira e sucessora dos
pitagóricos, essênios,iniciados nos mistérios, albigenses, maniqueus e até mesmo
templários. Contudo, são meras hipóteses que não conseguem resistir a um exame mais
sério”.
Brethren, depois do exposto, que cada um tire suas conclusões.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 29

Estágios da Evolução da Maçonaria

Nosso Ir.:Douglas Knoop, famoso historiador Maçônico, num de seus trabalhos


para a Loja Quatuor Coronati da Inglaterra, expressa a opinião dele, descrevendo qual
parece ter sido a evolução que uma Loja Maçônica sofreu através dos tempos. Ele dividiu
essa evolução em três estágios descritos abaixo.
“1) Lojas Operativas: organizações permanentes desempenhando certas
funções profissionais. Entre os membros, poderia ter havido alguns “Não-Operativos” mas
que não podiam se manifestar e desse modo, os “Não-Operativos” não exerciam
nenhuma influência nos trabalhos e na política da Loja.
2) Lojas de Maçons Aceitos: nos séculos XVII e XVIII, em Lojas ocasionais ou
semi- permanentes, eles seguiam as práticas em voga principalmente nas Lojas
Operativas Escocesas, ou seja, a leitura de uma versão das “Old Charges”, junto com as
formalidades, associada com a comunicação da “Palavra do Maçom” (Mason Word). Tais
Ritos de “Aceitação”, juntamente com as devidas Cerimônias, sofreram um gradual
processo de modificação, e é impossível dizer exatamente em que estágio eles deixaram
de ser “Aceitos” e se tornaram “Especulativos”. O principal interesse dos Maçons Aceitos
era, provavelmente, a antiqüidade da Loja.
3) Lojas de Maçons Especulativos: nas quais, a leitura dos Antigos Deveres
(Old Charges) e a prática de alguns usos incipientes e frases associadas com o
fornecimento da Palavra do Maçom (Mason Word) tem sido quase que inteiramente
substituídas pelo ensinamento de um peculiar”Sistema de Moralidade, velado em
Alegorias e ilustrado por Símbolos”. A característica fundamental dessas Lojas é
“Moralização” usando a expressão do Bro Rylands.”

Como foi dito acima, essa é a opinião desse estudioso maçônico, que após
diversas pesquisas, chegou a essa conclusão exposta. Insistimos na palavra “opinião”,
pois certeza mesmo, ninguém tem sobre este assunto.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 30

Maçonaria e Religião

A Maçonaria, dita Especulativa, redigiu as famosas “Constituições” em 1723,


tendo como principais mentores o Reverendo Anderson, que era pastor protestante e
“Doutor em Divindade” e o teólogo da época, Jean Theophile Desaguiliers, que era
Capelão do Príncipe de Gales.
É interessante de se notar que a Maçonaria Operativa cresceu e prosperou sob o
patrocínio e controle da Igreja Católica Romana e os dois Maçons acima descritos, apesar
de possuírem pensamentos teológicos definidos, exigiram que a Maçonaria tivesse
somente “um princípio Criador”, que denomina “Grande Arquiteto do Universo”, sem
nada acrescentarem sobre reencarnação, ressurreição, inferno, paraíso, etc, etc, etc.
Nosso Mestre Eleutério Nicolau da Conceição, no seu livro “Maçonaria –
Ed.Madras”, pg 88, nos explica:
“a razão é simples: a nova instituição que estava sendo moldada a partir da
antiga guilda de pedreiros tinha como princípio fundamental a fraternidade – acima das
divisões humanas, tendências políticas, filosóficas ou religiosas. Se optassem por uma
das definições teológicas já existentes na época, estariam filiando a Maçonaria à
instituição que emitira aquele conceito, e desse modo, afastariam todos aqueles que
pensassem de maneira diferente; se propusessem uma nova concepção, estariam dando
à Ordem os contornos de uma nova religião, e assim afastariam também os sinceros
adeptos de todas as outras. Como nos ensina o Landmark 21 (Mackey), a Maçonaria
jamais pretendeu ser uma religião, ou favorecer qualquer daquelas já existentes.
Simplesmente deixa a seus membros a decisão de escolherem o caminho religioso que
mais lhe agradar. O princípio de proibir discussão de religião e política dentro dos
trabalhos de Loja deve-se à necessidade de evitar confronto de idéias, que pela sua
natureza envolvente venham a suscitar animosidades que acabem por prejudicar a
harmonia e fraternidade das reuniões, porquanto questões religiosas e políticas tem sido
historicamente motivadoras de sangrentos conflitos, às vezes entre pessoas de uma
mesma nação. Assim, enquanto não se alinha com qualquer das religiões já existentes, a
Maçonaria também não deseja apresentar-se como sendo uma possível substituta. Não
existe no pensamento maçônico a pretensão de apresentar a instituição como detentora
de verdades mais amplas, superiores e profundas do que aquelas das religiões, sendo
portanto, desprovido de significado falar-se de “Deus maçônico”, ou de “conceito
maçônico de Deus”.
Contudo, mesmo sem desenvolver qualquer teologia, os landmarks estabelecem
a importância fundamental de estar o Maçom vinculado a uma religião que admita um
princípio criador, cuja caracterização, entretanto, é função dessas religiões, não da
Maçonaria.”

Portanto, aos fanáticos religiosos, e a todos aqueles que acham que “Maçonaria”
é a palavra mágica que resolve todos os problemas do mundo, fique claro que a
Maçonaria, em termos de religiosidade tem suas normas bem definidas, conforme
explicado acima.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 31

LÚCIFER

A palavra LÚCIFER tem uma origem tremendamente simples. Entretanto, foi e é


fruto dos “oportunistas” religiosos que, normalmente visando obtenção de bens materiais,
se aproveitavam e se aproveitam da ignorância e da fé das pessoas. Desse modo, devido
à convenientes interpretações, tem essa palavra, hoje, diversos significados.
A origem correta é: portador(a) da luz (do Latim lucis = luz e ferre = carregar,
portar, trazer. Idem para o grego heosphoros), e era o nome dado ao planeta Vênus,
que é visível antes do alvorecer e que, simbolicamente, seria o portador da luz do Sol
que em breve estaria brilhando.
Segundo o pesquisador iconográfico Luther Link, é dito que Isaias, na Bíblia fez
uma designação descritiva aplicada a uma metáfora referente aos excessos de um “rei da
Babilônia”, e não a uma entidade em si: “Como caíste do céu, o Lúcifer, tu que ao ponto
do dia parecias tão brilhante”
Isaias não estava falando do Diabo. Usando imagens possivelmente retiradas de
um antigo mito cananeu, Isaías referia-se aos excessos de um ambicioso rei babilônico.
(Wikipédia)
Aproveitemos as informações dessa Enciclopédia: “A expressão hebraica (heilel
ben-shahar) é traduzida como “o que brilha”. A tradução “Lúcifer” (portador de luz), deriva
da Vulgata latina (uma das versões da Bíblia) de Jerônimo e isso explica a ocorrência
desse termo em diversas versões da Bíblia.
Mas alguns argumentam que Lúcifer seja satanás e por isso, também foi o nome
dado ao anjo caído, da ordem dos Arcanjos. Assim, muitos nos dias de hoje, numa nova
interpretação da palavra, o chamam de Diabo (caluniador, acusador), ou Satã (cuja
origem é o hebraico Shai'tan, Adversário). Os judeus o chamam de heilel ben-shachar,
onde heilel significa Vênus e ben-shachar significa "o luminoso, filho da manhã". Alguns
judeus interpretam Lúcifer como uma referência bíblica a um rei babilônico. Mais tarde a
tradição judaica elaborou a queda dos anjos sob a liderança de Samhazai, vindo daí a
mesma tradição dos padres da Igreja.
Segundo a igreja católica, Lúcifer era o mais forte e o mais belo de todos os
Arcanjos. Então, Deus lhe deu uma posição de destaque entre todos os seus auxiliares.
Segundo a mesma, ele se tornou orgulhoso de seu poder, que não aceitava servir a uma
criação de Deus,"O Homem", e revoltou-se contra o Altíssimo. O Arcanjo Miguel liderou
as hostes de Deus na luta contra Lúcifer e suas legiões de anjos corrompidos; já os anjos
leais a Deus o derrotaram e o expulsaram do céu, juntamente com seus seguidores.
Desde então, o mundo vive esta guerra eterna entre Deus e o Diabo; de seu lado Lúcifer
e suas legiões tentam corromper a mais magnífica das criaturas mortais feitas por Deus, o
homem; do outro lado Deus, os anjos, arcanjos, querubins e Santos travam batalhas
diárias contra as forças do Mal (personificado em Lúcifer). Que maior vitória obteria o
Anticristo frente a Deus do que corromper e condenar as almas dos humanos aos
infernos, sua morada verdadeira?”
Abrindo parenteses: dá para se perceber que a imaginação do ser humano não
tem limites. Anjo... Arcanjo...o mais forte e belo dos Arcanjos...auxiliares de
Deus...Caramba! é interessante como se dá um “comportamento totalmente humano” à
Deus e muitos aceitam como se fosse a coisa mais natural do mundo!
Na Enciclopédia do Mestre Nicola Aslan temos: “Entre os cristãos, esse nome
acabou por ser aplicado ao espírito do Mal. Esta denominação nasceu, em certos Padres
da Igreja, por alusão a várias passagens de Isaias...em que o profeta anuncia a queda do
rei da Babilonia e o assombro que ela causa, nestes termos – Como é que caiste do céu,
tu, Lúcifer, astro da manhã? – Os padres aplicaram a palavra ao demonio, anjo caído.”
Sem mais comentários.

M.:I.:Alferio Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 32

Comportamento Ritualístico

Existem normas básicas para postura e comportamento em Loja.


Abusando e usufruindo mais uma vez dos conhecimentos do Mestre
Castellani, vamos ver o que ele escreveu no seu “Consultório Maçônico”
editado pela “A Trolha”:

Em Lojas Simbólicas, em qualquer Grau e em qualquer Rito, nosso


comportamento ritualístico deverá ser:
1- NÃO SE FAZ SINAL DE ORDEM, QUANDO EM
CIRCULAÇÃO, pois só em pé e parado é que o Maçom pode
fazer o Sinal. A exceção é a “Marcha do Grau”, para entrada no
Templo. Fora disso, tanto a circulação dos Irmãos que circulam
por dever de oficio, quanto a dos demais que a fazem
esporadicamente, deve ser feita sem Sinal.
2- NÃO SE FAZEM OS SINAIS COM INSTRUMENTO
DE TRABALHO e isso vale tanto para o Sinal de Ordem
quanto para saudação. Assim, Veneráveis e Vigilantes, na
abertura e fechamento dos trabalhos, devem deixar os
malhetes sobre suas mesas, fazendo os Sinais com as mãos,
só usando os malhetes para as baterias. Da mesma forma, os
demais portadores de instrumentos (espadas, bastões) não
devem usá-los para Sinais.
3- QUANDO SENTADOS, OS IRMÃOS NÃO FAZEM
SINAIS DE ESPÉCIE ALGUMA, pois vale repetir, só em pé e
parado é que o Maçom pode fazer sinais. Assim é errado os
Veneráveis e Vigilantes responderem à saudação com o Sinal,
devendo limitar-se a um simples aceno, com inclinação da
cabeça. Estão também, duplamente errados, os Veneráveis e
Vigilantes que fazem Sinais como os Malhetes e estando
sentados; isso, ritualisticamente, é horrível, mas ocorre,
infelizmente, na maior parte das Lojas. A única exceção a essa
regra é o Banquete Ritualístico.

M.:I.:Alferio Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 33

Como Entender e Estudar o Simbolismo


Deve ser lembrado, antes de mais nada, que o Maçom deve ter um
comportamento essencialmente pratico em suas ações e idéias, principalmente
quanto à origem de certos objetos ligados à Maçonaria.
Em outras palavras, uma explanação simples e obvia de um símbolo
Maçônico, é preferível a uma explanação fantástica, altamente imaginativa ou
romântica.

Seis pontos devem ser considerados:

1- A Ordem (Francomaçonaria) tem origem nas


Guildas Maçônicas na fase Operativa, na Idade Média.
2- As várias referências Egípcias e Orientais nos rituais
maçônicos representam acréscimos ou adições, feitas de
tempos em tempos nos rituais originais, mais antigos.
3- O Simbolismo só se transformou em algo
proeminente, notório, na Maçonaria, em tempo passado,
relativamente curto.
4- A posse de nossos Símbolos por outros corpos
organizacionais, Sociedades e Ritos, e vice-versa, não indica,
por si, nenhuma conexão entre essas organizações e a
Maçonaria, ou, de nenhuma maneira, indica a origem da nossa
Ordem Maçônica.
5- A influência que possa ter existido na Maçonaria, de
Rituais de antigos Ritos Iniciáticos, na certeza, não ocorreu
antes da terceira década do século XVIII.
6- Com respeito a alguns Maçons que acham que a
Maçonaria é derivada dos “mistérios” do Antigo Egito e que,
todos nossos símbolos são de origem egípcia, deve ser ficar
esclarecido que esses “mistérios” não são bem conhecidos e
muitos deles estão totalmente perdidos.

Finalmente deve ser dito que alguns objetos encontrados na


Maçonaria, que numa primeira visão parecem ser Símbolos Maçônicos, mas
que com uma analise mais rigorosa, veremos que não são. É necessário o
devido cuidado para distinguir entre genuínos Símbolos Maçônicos daquelas
coisas chamadas “Símbolos”, devido uma fértil imaginação e/ou um super
entusiasmo maçônico.

( livre tradução de livros ingleses e neo-zelandeses)

M.:I.:Alferio Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 34

Tenha orgulho de ser Maçom!

O candidato quando é Iniciado, Elevado e Exaltado, fica enlevado com


as “estórias” mostradas nos Rituais, baseadas na Bíblia. Fica encantado com
os fatos enevoados ligando a Maçonaria com os acontecimentos Bíblicos. Fica
convencido e soberbo de saber que, como Maçom, é um descendente direto
dos construtores do Templo do Rei Salomão!
De Aprendiz passa para Companheiro e depois para Mestre e,
raramente, pergunta quem planejou o Templo ou quem acompanhou todos os
trabalhos feitos em ouro, prata e pedras preciosas. Quem esculpiu, quem
decorou as obras de arte. Fica plenamente satisfeito em saber que tudo foi
feito por Hiram , que era o filho de uma viúva da tribo de Naftali.
Com o passar do tempo, ele começa a perceber que são lendas e nada
mais!. Ele lê alguns livros maçônicos idôneos, e fica assombrado e chocado ao
aprender que, sem dúvida alguma, os atuais Maçons são descendentes dos
construtores dos palácios, dos monastérios e das catedrais, na Idade Média, da
Inglaterra, Alemanha, França, etc, e nada mais. Seu panorama mental sobre a
Maçonaria fica nublado, seu orgulho fica abalado e sua admiração,
contentamento no seu curto sonho maçônico fica minimizado.
Isto é um retrato real e frequentemente ocorre!
O que deve ficar claro para todos nós é que os Maçons não são
descendentes de simples trabalhadores. Nossos ancestrais não eram simples
talhadores de pedras, pedreiros, escultores, etc. Eles eram os maiores artistas,
especialistas em trabalhar e construir em pedras na Idade Média.
Poucos homens podem construir um galpão usando serrote, martelo e
pregos. Mas, a maioria deles não consegue construir a sua própria moradia.
Eles não sabem como ler uma planta. Eles nada sabem sobre resistência dos
materiais. Eles nada sabem sobre códigos de construções. Para obter sua casa
eles precisam empregar um arquiteto e um construtor, os quais tenham o
conhecimento especializado requerido.
Hoje em dia nós temos a eletrônica e os computadores, mas na Idade
Média, todo esculpido era obra da experiência e da habilidade manual. Não
havia livros e desenhos especializados. Mesmo hoje, as modernas construções
dificilmente se igualam na beleza das proporções, no vigor, na suntuosidade e
na magnificência das Catedrais, dos Castelos, dos Mosteiros, das Abadias
feitas pelos Mestres Construtores dos quais a Maçonaria é descendente.
Pessoas simples não fariam esse tipo de construção, cuja estrutura,
grandeza, resistência e beleza, desafiam os séculos, nas intempéries e nas
guerras. Nossa Ordem escolhe hoje em dia, os futuros Aprendizes, com
bastante critério. Os construtores de Catedrais da Idade Média também
procuravam e escolhiam aqueles que tinham conhecimento, caráter e
habilidade para aprender. Quando se tornavam Companheiros, tinham orgulho
de seu trabalho. Sabiam que não podia falhar e davam o melhor de si, por toda
sua vida.
Não é este, para todos nós, o maior motivo de orgulho, em sermos
descendentes desses homens especiais?
(livre tradução e adaptação do artigo do Bro Richard Shields Jr- USA)
M.:I.:Alferio Di Giaimo Neto
PILULA MAÇÔNICA Nº 35

GUILDAS E CORPORAÇÕES DE OFÍCIO

A Idade Média, que vai do Século V ao Século XV, da nossa era, teve
um período conhecido como Era do Obscurantismo, que apesar do nome, teve
um desenvolvimento na agricultura, no comércio e na vida urbana. As cidades
se desenvolveram, principalmente no final da Idade Média, e isso fez com que
um grande número de artífices a elas se dirigisse e se associasse, formando
primeiramente as Guildas e depois as Corporações de Oficio.
Conforme nos esclarece o Ir.: Joaquim R.P.Cortez, em “Maçonaria,
Origem, Teoria e Prática”, a definição de Feudo seria:
“Um marco tradicional nesse período, é a concentração de algumas
atividades dentro e nas proximidades de um castelo. Estes são geralmente de
pedras, bastante fortificados, empoleirados nos altos de um morro para permitir
uma visão privilegiada de seus arredores, muitas vezes cercados por um fosso
e pertencentes a um senhor local. Neles se concentram todos os materiais
necessários à guerra ou à sua própria defesa. Temos, então, perfeitamente
delineado o feudo, com o seu senhor, o seu castelo e sua área de dominio.
À volta desses lugares fortificados, e que se tornaram pontos de
referência, passou a se acumular um agrupamento humano que prestava
serviços ao castelo. Esses foram os primeiros núcleos de formação das
cidades. Com a derrocada do Feudalismo, houve um constante deslocamento
das populações, que se viram livres dos trabalhos nos campos, para as
aglomerações urbanas que passaram a experimentar uma época de grande
crescimento.”
A pesquisadora Anne Fremantle nos esclarece no seu livro “A Idade da
Fé”: “Cresciam as cidades e cresciam as Guildas, que eram associações
formadas pelos comerciantes e artesãos. O diretório das Guildas, escolhido por
eleição, esforçava-se para manter a boa qualidade e preços dos produtos
locais. Uma prova do seu crescente poder pode ser dada, por exemplo, pelo
monopólio usufruído pelos tintureiros de Derby, na Inglaterra, onde ninguém
podia tingir panos até a distância de dez léguas de Derby, senão em Derby.”
Durante o decorrer da Idade Média, as Guildas foram evoluindo
passando para Corporações de Mercadores, posteriormente para
Corporações de Artífices e, nos primórdios do Renascimento, transformou-se
em Corporações de Oficio. O pesquisador Edward McNall Burns em “História
da Civilização Oriental”, nos deixa bem claro esses eventos, relatando o
segue abaixo.
“Tanto as Corporações de Ofício como as de Mercadores, de-
sempenhavam outras funções, além das relacionadas diretamente com a
produção ou o comércio. Desempenhavam o papel de associações religiosas,
sociedades beneficentes e clubes sociais. Cada corporação tinha seu santo
padroeiro e seus membros comemoravam juntos os principais dias santificados
e festas da igreja. Com a secularização gradual do teatro, as representações
de milagres e mistérios foram transferidas para a feira e as corporações
assumiram o encargo de apresenta-Ias. Além disso, cada organização acudia
as necessidades de seus membros que adoecessem ou se encontrassem em
dificuldades de qualquer espécie. Destinavam fundos a socorrer viúvas e
órfãos. Um membro que já não fosse capaz de trabalhar ou tivesse sido posto
na prisão pelos seus inimigos, poderia contar com os colegas para ajuda-lo.
Até as dívidas de um confrade sem sorte poderiam ser assumidas pela
corporação se fosse sério o estado de suas finanças.”
E, resumindo o que nos diz o Ir. Joaquim R.P.Cortez sobre a origem da
Maçonaria Operativa, no seu livro a “Maconaria Escocesa” pg35-36 - Editora
Trolha, do qual esta Pilula foi baseada:
Nos diz que, no final da Idade Média, as Corporações de Oficio já
estavam bastante evoluidas e cumpriam todas as suas finalidades.e haviam
diversas Corporações de Oficio. A associação dessas Corporações poderia ter
gerado a Maçonaria Operativa, crescendo e se aperfeiçoando com o passar do
tempo.
Qualquer outro ponto de origem da Maçonaria, fora das Corporações
de Oficio, ao final da Idade Média, será, sem duvidas, mera suposição ou
puramente lendário.

M.:I.:Alferio Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 36

Loja Regular

Segundo Albert G. Mackey, na “Encyclopedia of Freemansory” está definido o que


segue abaixo:
“uma Loja trabalhando sob autoridade de uma Carta Constitutiva legal, é dita
regular. Essa palavra foi primeiramente usada nas Constituições de Anderson, em 1723.”
Alec Mellor – Dicionário da Francomaçonaria complementa:
“a noção de Regularidade aplica-se às Potencias, às Lojas e aos Maçons. Um
Maçom é regular quando ele passa por uma Iniciação em uma Loja justa, perfeita e
regular”.
Percebe-se claramente que somente é “regular” a Potencia que tem a chancela
da Inglaterra, ou então, a chancela da Maçonaria Norte Americana (que a Maçonaria
Inglesa teve que aceitar, muito a contragosto).
No mundo, hoje, conforme relatado no livro “Ramos da Acácia – Editora A
Trolha”, existem dois blocos maçônicos: o “bloco regular” que são reconhecidos pela
Grande Loja Unida da Inglaterra, ou pelas Grandes Lojas dos EUA, e o “bloco irregular”,
no caso de não ser reconhecido.
Desse modo, a Inglaterra, por ter sido a primeira obediência institucionalizada,
arroga-se o direito de ser a única do poder de emitir Warrants de reconhecimento,
aceitando, por tabela, que a poderosa Maçonaria Norte Americana, que também os emita.
No Brasil, a única Potência Maçônica reconhecida pela Maçonaria Inglesa é o
GOB (em 06 de maio de 1935). As Grandes Lojas Estaduais (da cisão de 1927) são tidas
como “regulares” através das Grandes Lojas Americanas.
E, para finalizar e para que cada um tire as suas próprias conclusões, vou
citar mais um parágrafo do “Ramos da Acácia”, citado acima, na página 38:
“Na Maçonaria, a norma fundamental é a Constituição de Anderson (1723) e suas
fontes são os Landmarks, institutos nos quais foi baseada. Os antigos postulados, as Old
Charges, os Landmarks, são anteriores à norma fundamental (Constituições) e não
expressam qualquer noção de submissão a qualquer instituição e nem mesmo nas
Constituições inexistem afirmativas de que uma Loja Regular é aquela que pertença à
Grande Loja de Londres. Portanto, a Maçonaria Regular, do ponto de vista LEGAL, é a
que observa, imperativamente, os critérios tradicionais. Já a Maçonaria "Regular",
politicamente, é aquela que tem o tratado de reconhecimento com a Grande Loja Unida
da Inglaterra”.

M.:I.:Alferio Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 37

Cavaleiros Hospitalários

Os Hospitalários ou Cavaleiros Hospitalários, de São João de Jerusalém, foram


originariamente uma Ordem militar-religiosa formada, também, durante as Cruzadas. Seu
remanescente existencial atualmente é a Suprema Ordem Militar de Malta.
O grupo foi formado no 11º século em Jerusalém; seus membros foram irmãos
vinculados a um hospital dedicado à São João que cuidava de peregrinos doentes ou
necessitados. Em 1113 este grupo recebeu a aprovação papal como ordem regular. Seu
primeiro superior (Grão Mestre) foi Gerard de Martignes. Seu sucessor foi Raymond du
Puy que reconstituiu a Ordem e começou engajar seus membros em operações militares
para o Reino Latino de Jerusalém.
Após 1187, a Ordem moveu seu quartel general para a cidade de Acre. Os
membros continuavam a cuidar de doentes, guardavam as estradas e lutavam. Eles se
tornaram rivais dos Templários na arte de guerra cruzada.
Em 1310 mudaram primeiro para Chipre e depois para a ilha de Rhodes, na qual
a Ordem governou como um estado independente até a chegada do turco Otto. Em 1530,
o Sagrado Imperador Romano, Carlos V, concedeu Malta para os Hospitalários. Eles
defenderam a ilha contra os turcos até que Napoleão I expulsou todos eles em 1798. A
Ordem estava declinando e, finalmente seu quartel general foi finalmente estabelecida em
Roma. E, de 1805 a 1879 não tiveram Grão Mestre.
Reconstituída em 1879, os Hospitalários continuam hoje como uma Ordem onde
clericais e membros fiéis, ambos engajados em trabalhos de caridade e assistência
médica. Ela é internacional na qualidade de seus membros e de suas atividades. A
vestimenta da Ordem é um manto negro com a cruz de malta de oito pontas, na cor
branca.

M.:I.:Alferio Di Giaimo Neto


CIM 196017

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PILULA MAÇÔNICA Nº 38

Supremos Conselhos do REAA


Comentamos em “Pilula Maçônica” nº 37, sobre a regularidade e legitimidade
de Lojas Simbólicas. Estabeleceu-se, como vimos, que é legítimo o que é
reconhecido pela Grande Loja Unida da Inglaterra; mas, diante da importância mundial
da Maçonaria norte-americana, também é considerado legítimo o que é reconhecido
pelas suas principais Grandes Lojas, como as de Nova lorque, Ohio, Texas,
Massachussets, Virgínia, entre outras.
Já foi dito anteriormente: “os ingleses criaram a moderna Maçonaria,
registraram a patente e abriram "franchising" (franquia); e que quem quis a franquia,
tem que agir de acordo com o franqueador”
No caso de Supremos Conselhos do Rito Escocês Antigo e Aceito, a
coisa é um pouco diferente. Conforme declarado, alguns anos atrás, pelo Mestre José
Castellani, no “Consultório Maçônico” – Editora Trolha” temos:
“convencionou-se em Congressos dos Supremos Conselhos e por consenso,
que só pode haver um Supremo Conselho por país. A exceção está nos Estados
Unidos, onde são admitidos dois: um na jurisdição Sul (é o primeiro Supremo
Conselho do mundo) e o outro na jurisdição Norte. Afinal de contas foram os norte-
americanos que criaram o Supremo Conselho, a 31 de maio de 1801, pondo Ordem
no caos (Ordo ab Chao), o caos que era a concessão indiscriminada de Altos Graus,
sem um poder moderador, que disciplinasse essa concessão. Diga-se, a bem da
verdade, que eles sabem o que fazem, pois são raríssimos os Maçons colados no 33
Grau, que representa o mais alto galardão do Rito; existem, inclusive, Estados norte-
americanos que possuem apenas um Maçom colado no Grau 33, pois o Grau 32 é o
máximo e o 33 só é concedido aos realmente fora de série, por méritos
extraordinários. Bem diferente, portanto, do que ocorre no Brasil, onde há a maior
concentração de Graus 33 por milímetro quadrado, do mundo. E muitos são tão
desconhecedores do Rito, que deveriam reverter ao Grau de Aprendiz por toda a
eternidade.
No Brasil existem dois Supremos Conselhos Nacionais, ambos
disputando, ainda, a legitimidade. Um - que podemos rotular como "de Jacarepaguá"
- nasceu em 1927, de uma dissidência no Supremo Conselho Original (fundado a 12
de novembro de 1832); e o outro que podemos rotular como "de São Cristóvão" - que
em 1927 foi reconstituído, a partir dos membros remanescentes, que não participaram
da dissidência. O primeiro acabou sendo reconhecido na Convenção de Paris, em
1929, onde não faltaram os lances de bastidores; o segundo, julgando-se prejudicado
por essa decisão, luta, baseado em documentação da época, pelo reconhecimento
internacional, com a conseqüente biterritorialidade no país. Nesse caso, é claro que os
"Supremos Conselhos Estaduais" - surgidos após a cisão de 1973, da qual se
originaram os Grandes Orientes Independentes, não têm a mínima chance de
qualquer reconhecimento por Supremos Conselhos considerados regulares e
legítimos”.

Devo deixar bem claro que estou transmitindo a opinião e os fatos colhidos
pelo Mestre Castellani, tempos atrás.

M.:I.:Alferio Di Giaimo Neto


CIM 196017

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PILULA MAÇÔNICA Nº 39

Bandeira Pirata dos Templários

A história da Ordem dos Templários já foi mencionada em diversos


livros e é do conhecimento da maioria dos maçons. Resumindo, podemos dizer
que essa Ordem teve um grande poder, um enorme prestígio, acumulou uma
grande quantidade de conhecimentos e técnicas, principalmente referentes à
navegação, além de uma incontável fortuna.
A maioria sabe, também, que o Símbolo representado por um crânio
(ou caveira) sobre duas tíbias cruzadas pertence à Ordem dos Templários.
Inclusive, quem teve a felicidade de ter assistido a palestra proferida pelo
nosso querido Irmão Jamil El Chehimi (hoje no Orinte Eterno) sobre esse
assunto, viu claramente esse Símbolo.
Condensando um capítulo do livro “Regnum” do Ir.:Carlos Alberto
Gonçalves – Editora “A Trolha”, citando o historiador Juan Atieza, temos o
que segue abaixo:
“A Ordem dos Templários nasce, desenvolve-se, alcança seu zênite,
decai e desaparece após um período de duzentos anos (1118 – 1312).”
“O Rei Felipe, que já vinha desviando seus olhares e sua cobiça para o
imenso patrimônio e a enorme fortuna templária em solo francês, contava com
as condições perfeitas para levar a cabo suas idéias e executar o seu
ambicioso plano: A extinção da ordem dos Templários, com o apoio do Papa.”
“Na noite de 13 de outubro de 1307, Felipe desencadeou um forte
ataque surpresa a todas as dependências templárias francesas, capturando 15
mil homens, além do seu Grão Mestre Jacques de Molay e sua guarda de 60
homens. Porém, apesar dos esforços de Felipe, nem todos os templários foram
aprisionados, tendo logrado escapar 24 homens e toda a frota naval
templária existente em portos franceses.”
Afinal que aconteceu com essa frota que navegou para locais
desconhecidos? Muitos historiadores concordam que tenha incorporado as
frotas portuguesas (talvez pela afinidade entre Portugal e a Grã Bretanha) e as
frotas Escocesas.
Baigent e Leigt, em “O Templo e a Loja” afirmam:
“a frota templária escapou em massa dos diversos portos do
Mediterraneo e do norte da Europa e partiu para um misterioso destino onde
poderia encontrar asilo político e segurança. Esse destino seria a Escócia, via
Portugal, onde uma parte dela seria incorporada.”
“coincidência ou não, a pirataria européia começou nessa época e seu
padrão sugere que muitos piratas não eram meros flibusteiros que atacavam
qualquer um, mas “piratas” muito curiosos que limitavam sua atenção aos
navios do Vaticano e outros, leais ao catolicismo (espanhóis, franceses,
italianos, etc)”
“quando a Inquisição espanhola foi estabelecida no Novo Mundo, depois
de 1492, os “piratas templários” estenderam seus ataques ao Caribe e, até
mesmo, aos portos do pacífico, do Peru e do México, tudo em nome de uma
guerra naval que foi travada por mais de 200 anos”.

M.:I.:Alferio Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇONICA Nº 40

Loja Quatuor Coronati

Esta Loja, registrada sob o nº 2076 na Grande Loja Unida da Inglaterra,


tem o orgulho de manter o lugar de primeira Loja de Pesquisa Maçônica do
mundo. Está localizada em Londres e seus membros são todos reconhecidos
como sendo os mais notáveis conhecedores de assuntos sobre Maçonaria.
Os tratados, os artigos da Loja, ou seja, os “Arts Quatuor Coronatorum”
são totalmente aceitos como os mais competentes no assunto. Há um Circulo
de Correspondentes no mundo todo. A Loja tem também prestado enorme
serviço à Ordem através de publicações de cópias exatas de importantes
manuscritos, os Old Charges, etc.
Os “quatuor coronati” (os quatro mártires coroados, apesar de que na
verdade eram nove (09) na estória relatada) têm sido, por longo tempo,
considerados como os Santos Patronos da Ordem Maçônica.
A breve estória sobre eles é a seguinte: o Imperador Dioclesiano visitou
as pedreiras de Pannonia onde haviam quatro profissionais altamente
qualificados na “arte de esquadrejar pedras”. Eles eram Cristãos e mantinham
isso em segredo, fazendo todos seus trabalhos em nome do Senhor. A eles foi
unido um outro profissional, de igual comportamento, inspirado no exemplo dos
outros quatro.
Esses trabalhadores recusaram os pedidos do Imperador de fazerem
uma estátua do deus pagão Aesculapius. Foram martirizados sendo colocados
em caixões de chumbo e jogados no rio.
Dioclesiano tinha um Templo erigido a esse deus pagão e ordenou a
seus soldados de fazerem oferendas a esse deus. Quatro soldados também
cristãos se recusaram e, consequentemente, foram martirizados por
açoitamento até a morte.
Alguns anos mais tarde, uma Igreja foi erigida e dedicada aos “Quatro
Mártires Coroados” (Four Crowned Martyrs), apesar de comemorarem o total
de nove mártires.
A referencia de estarem sendo “coroados” se presume estar ligado
com o dito popular “a coroação do mártir” dando a entender as ricas
gratificações, póstuma, para todos aqueles que morrem pela fé.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇONICA Nº 41

DESCRISTIANIZAÇÃO DA MAÇONARIA

As “Old Charges” mostram que na Maçonaria Operativa os maçons


eram, sem dúvidas, Cristãos Trinitários. Entretanto após a formação da Grande
Loja de Londres e Westminster, em 1717, na Inglaterra, houve uma
“descristianização” durante a formação da Maçonaria Especulativa.
A mudança se concretizou em 1723 na Constituição de Anderson,
onde, no Capítulo referente a “Deus e Religião” ficou estabelecido que as
opiniões religiosas seriam particulares e a Ordem (Craft) teria a Religião que
todos os homens concordam.
Isto, obviamente, era baseado na política dessa nova Grande Loja para
evitar discussões religiosas e políticas, sendo estas os principais motivos de
discórdia e destruição da harmonia na época.
Devemos observar que os maçons já tinham conhecimento, naqueles
tempos, dos perigos apresentados nas discussões sobre religião e política. A
Grande Loja foi formada logo após a rebelião abortiva de James Stuart, o
“Antigo Pretendente” (filho de James II).
Opiniões políticas e religiosas eram conduzidas de modo duro e
amargo, e a desunião entre os Whigs (Hanoverianos) e os Toris (Stuarts) era
muito profunda. O primeiro grupo era, na maioria, Protestantes e o segundo
grupo, Católicos Romanos.
Uma introdução de qualquer tendência na Política e/ou Religião na
Francomaçonaria, naquele estágio, poderia ser desastrosa.
Consequentemente, essa alteração na base religiosa da Ordem
permitiu que Judeus, Muçulmanos, Budistas e outros não-Cristãos, mas que
acreditam em um Supremo Criador, se tornem membros da francomaçonaria.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 42

Arquitetura

Brethren,

Vejam o que nos diz o Bro Robert Macoy no seu “A Dictionary of


Freemasonry”:
“arquitetura é uma das primeiras profissões que o homem tornou
propícia para si, e como consequencia, foi o primeiro passo no
desenvolvimento de sua mente. Surpreendentemente, tem a ciência da
Arquitetura crescido e tem sempre honrado e tornado respeitável um arquiteto
experiente!
A ciência começou com a construção de simples cabanas; o próximo
passo foi erigir “altares” nos quais se ofereciam sacrifícios para os deuses ( na
minha opinião, a situação aqui é invertida: me parece que o homem primeiro
construiu os altares e, posteriormente, para se proteger, construiu as barracas
ou cabanas). De sua fértil e própria imaginação seguiram-se moradas e casas
mais complexas, após as quais, em rápida sucessão, vieram os palácios para
suas princesas, pontes sobre rios de fortes correntezas, para que pudessem,
cada vez mais, manter contatos com seus vizinhos e amigos. Piramides e
torres, orgulhosamente apontando para os céus
Catacumbas de enormes dimensões para o sepultamento de seus
mortos, e o mais deslumbrante Templo em honra do Grande Arquiteto do céu e
da terra.
Nós, então, adotamos o título de “Maçons” para nossa nossa antiga
Ordem, em alusão a mais antiga e honrável ocupação profissional do ser
humano. As ferramentas de trabalho da Maçonaria Operativa se tornaram
nossos Símbolos, por que não acharíamos nada melhor, nem mais expressivas
do que elas.
Nenhuma outra ocupação é tão extensa e que tem tão estreita ligação
com as outras. Tem inumerávéis caminhos, nos quais faz tremendo esforço,
para entrar no Templo Imperecível dos conhecimentos.”

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 43

Possível Origem Das Três Batidas

O uso de batidas para chamar a atenção de pessoas presentes em uma reunião é


um antigo costume. Tanto é verdade que, numa fabrica de tecidos, em 1335, em York
Minster, Inglaterra, foi registrado os detalhes de uma construção que estava sendo feita
nessa fabrica, por um grupo de Maçons Operativos. Ali é mencionando o trabalho em si,
descanso, etc, e menciona, também, que os Maçons eram chamados após a refeição
para assumirem novamente o trabalho, por batidas dadas na porta da Loja. Esta Loja,
como já foi dito em outras Pílulas, sem duvida, deveria ser um abrigo coberto perto da
referida construção.
Hoje em dia, na Maçonaria Especulativa, as batidas foram deliberadamente
variadas para distinguir os três Graus Simbólicos, uns dos outros.
Muitas das praticas maçônicas tem forte semelhança com as praticas
Eclesiásticas, apesar que, muitas vezes, falta uma evidencia definitiva. Entretanto, é fato
que a Maçonaria Operativa foi empregada largamente nas construções de Catedrais e
outras construções para a Igreja, onde podemos supor que as praticas e costumes dos
monges, abades, etc, não eram inteiramente desconhecidas dos integrantes da
Maçonaria Operativa, da qual a Maçonaria Especulativa derivou.
Um exemplo do uso eclesiástico de batidas é visto quando um novo Bispo esta
sendo entronado. Ele se aproxima da porta Leste da Catedral e com três pancadas nesta,
com o seu Bastão Pastoral, obtém a atenção do Deão e dos membros do Capitulo, dos
quais ele obterá permissão para entrar na conclusão da Cerimônia para sua total
introdução no Episcopado.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 44

Esotérico e Exotérico

Brethren,

Vejam duas palavras muito semelhantes, mas de significado totalmente


diferente. O “Novo Dicionário Básico da Língua Portuguesa – Aurélio” nos
relata o que segue abaixo:

- ESOTÉRICO: 1) diz-se do ensinamento que, em escolas filosóficas da


antiguidade grega, era reservado aos discípulos completamente instruídos. 2)
todo ensinamento ensinado a circulo restrito e fechado de ouvintes. 3) diz-se
de ensinamento ligado ao ocultismo. 4) compreensível apenas por poucos;
obscuro; hermético.
- EXOTÉRICO: 1) diz-se do ensinamento que, em escolas filosóficas da
antiguidade grega, era transmitido ao publico sem restrição, dado o interesse
generalizado que suscitava e a forma acessível em que podia ser exposto, por
se tratar de ensinamento dialético, provável, verossímil.

Referente à Maçonaria, temos alguns relatos de conceituados Mestres:


Octaviano Bastos: “na Maçonaria, a parte esotérica ou interna só é
conhecida dos estudiosos e compreendida dos homens de alma e faculdades
privilegiadas, e por isso o esoterismo da Ordem constitui a Iniciação íntima em
todos os segredos e tendências Maçônicas”.
Albert G. Mackey: “as palavras esoterikós, interno, e exoterikós, externo,
derivam do grego e foram usadas, em primeiro lugar, por Pitágoras, cuja
filosofia foi dividida em exotérica, isto é, aquela que ensinava a todos; e a
esotérica, ou aquela ensinada a alguns poucos selecionados; dessa forma, os
seus discípulos foram divididos em duas classes, de acordo com o grau de
Iniciação que tinham atingido ... esse modo dúplice de instrução foi imitado por
Pitágoras dos sacerdotes egípcios, cuja teologia eram de duas espécies – uma
exotérica dirigida para o público em geral e a outra esotérica, e limitada a um
número selecionado de sacerdotes e aos que possuíam ou estavam para
receber o poder real. Dois séculos mais tarde, Aristóteles adotou o sistema de
Pitágoras, e no Liceu de Atenas, de manhã, comunicava aos discípulos
selecionados as suas sutis e ocultas doutrinas., e a tarde, ensinava sobre
assuntos elementares a uma assistência indistinta”.
Nicola Aslan: “como em todas as escolas filosóficas e iniciáticas são
inúmeros aqueles que não passam do umbral. Por isso, inúmeros Maçons, que
não passaram do estudo do aspecto social da Maçonaria, não tendo
conseguido compreender ou se interessar ao aspecto esotérico e iniciático da
Instituição, tem-se mostrado desiludidos. Porem, se por seus próprios esforços
conseguirem retirar a venda que tem sobre os olhos, há de lhes aparecer uma
visão deslumbrante da “Luz” iniciática e maçônica”.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 45

O que a Maçonaria não é...

Brethren,

Na maioria dos livros maçônicos nós temos uma série de afirmativas


dizendo o que é a Maçonaria. Vamos fazer um caminho paralelo e fazer
algumas afirmativas para esclarecer o que a Maçonaria não é (extraído de
livros Neo Zelandeses).

1) A Maçonaria não é uma Instituição de Caridade, apesar de que


ela realmente pratica Caridade. Devemos deixar claro que
“Caridade” não consiste necessariamente somente de doação em
dinheiro.
2) A Maçonaria não se ocupa somente de providenciar
benefícios por doença ou morte de seus Obreiros. Isso é uma
função especifica da área “fraternal” da nossa Ordem. Igualmente,
a Maçonaria, como regra geral, não providencia assistência para
maçons idosos ou maçons enfermos. Nada impede que ela o faça,
inclusive, que dê assistência em causas meritórias na
comunidade, como um todo.
3) A Maçonaria não é uma religião. Ela tem uma filosofia própria, a
qual está em harmonia com todas as crenças, e que transcende a
fé sectária. Cada Irmão deverá venerar conforme sua própria
opinião e devoção.
4) A Maçonaria não existe, nem deve ser usada, para promover
os Obreiros em si, muito menos para promover interesses de
negócios ou atividades comerciais.
5) A Maçonaria não é um “Clube Social”, apesar de ter uma vida
social entre seus membros. Alguns Irmãos tendem, realmente, a
fazer disso a maior parte de suas vidas Maçônicas. É um erro que
deve ser corrigido, quando ocorre.

Enfim, a Maçonaria é um peculiar Sistema de Moralidade velada em


Alegorias e ilustrada por Símbolos.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 46

Soberano ou Sereníssimo?

Brethren,

Muitas vezes recebemos informações através da Rede Colméia ou de


outras fontes, sobre os Grãos Mestres das Grandes Lojas brasileiras e o titulo é
de “Sereníssimo”. Quando se relata algo sobre o Grão Mestre do Brasil, o
título usado é de “Soberano”. Na maioria das Obediências do mundo o título é
“Sereníssimo”.
Não há nada de errado, somente acontecimentos ao longo da historia da
Maçonaria brasileira, que vou procurar elucidar, conforme o que segue abaixo.

Tempos atrás, aqui no Brasil e em mais alguns outros países, existia uma
única autoridade máxima para o Supremo Conselho dos Altos Graus e para o
Grão Mestre das Lojas Simbólicas. Seu titulo era de “Soberano Grande
Comendador Grão Mestre”.
Houve um encontro Maçônico em Lausane, Suíça, em 1925, onde ficou
decidido que uma única pessoa não poderia ocupar os dois cargos ao mesmo
tempo. Posteriormente, o Brasil, acatando essa decisão, fez a devida correção,
porem o titulo de “Soberano” continuou sendo usado para o Grão Mestre das
Lojas Simbólicas, ao invés de “Sereníssimo”, o que era de se esperar.
Posteriormente foi oficializado e assim ficou até hoje.

NOTA: esta pequena pesquisa foi baseada em historiadores brasileiros,


principalmente no maior deles, que foi o Mestre Castellani.
Como a finalidade das Pílulas Maçônicas é transmitir conhecimentos dos
grandes escritores e historiadores maçônicos, se alguém tiver uma outra
versão, ou detalhes, para o que foi descrito acima, queira, por favor, nos
comunicar. Como já dissemos, não somos dono da verdade.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 47

Ahiman Rezon

Vamos falar de um assunto pouco comentado, mesmo porque não é do


interesse dos descendentes dos ingleses fundadores da Grande Loja de
Londres em 1717, que se tornou a “Loja Mãe” de toda comunidade Maçônica
mundial. Ou seja, se uma Obediência quer ser reconhecida no meio Maçônico
mundial, tem que ser reconhecida pela Grande Loja Unida da Inglaterra (GLUI).
Apesar de que, e são pedras no sapato da GLUI, as grandes Lojas dos EUA,
estão reconhecendo as Obediências com o mesmo valor da GLUI.
Ahiman Rezon foi um caprichoso nome dado por Laurence Dermott
para o “Livro da Constituição” da Grande Loja dos Antigos, primeiramente
publicado em 1756. Muita tinta e papel tem sido gasto para se saber a origem,
o significado e a interpretação desse titulo, apesar de que atualmente não tem
tido tanta importância, como teve no passado. Essa importância se diluiu com a
formação da Grande Loja Unida da Inglaterra em 1813.
Abrindo parênteses sobre essa “união” da Grande Loja dos Antigos
(1751) e da Grande Loja dos Modernos (1717), não se iludam os mais
afoitos, pois o fato de que os Grãos Mestres das duas Grandes Lojas, apesar
de irmãos de sangue, tenham se unido, não foi, aparentemente, um rasgo de
fraternidade. O que realmente ocorreu foi que Napoleão estava nos
calcanhares da Inglaterra e toda e qualquer união deveria ser feita para
enfrentar o “Grande Conquistador”. Dessa união foi formada a Grande Loja
Unida da Inglaterra (GLUI).

Voltando ao nosso Ahiman Rezon, é interessante notar que esse titulo


tem sido explicado numa grande variedade de interpretações, tais como: “A
Vontade de Irmãos Selecionados”; “A Lei para Irmãos Preparados”; “Segredos
de um Irmão Preparado”, etc, e nenhuma decisão satisfatória foi obtida até
agora. O nome é supostamente de origem hebraica, provavelmente inspirada
em alguma tradução Bíblica, na qual Dermott esteve interessado. Mas há
diversas outras hipóteses.
Nicola Aslan nos revela em seu “Grande Dicionário Enciclopédico”:
“Foi esse o nome dado ao Livro das Constituições da Grande Loja
dos Antigos Maçons da Inglaterra, que resultou da dissidência iniciada, por
volta de 1745, pelo irlandês Laurence Dermott, autor do “Ahiman Rezon”,
contra a primeira Grande Loja da Inglaterra que ele passou a chamar “dos
Modernos”. Essa dissidência teve como finalidade o reerguimento da
Maçonaria Britânica, que, felizmente, após varias décadas, conseguiu realizar.
O livro cuja primeira edição foi lançada em 1756 tinha, segundo o
costume da época, o seguinte título prolixo e propagandístico: “Ahiman Rezon:
ou um Auxílio a um Irmão; mostrando a excelência do segredo, e a primeira
causa ou motivo da Instituição da Maçonaria; os Princípios da Ordem; e os
benefícios que se obtém da estrita observância dos mesmos; também os
antigos e novos regulamentos. Pelo irmão Laurence Dermott, Secretário”
Assim, no próprio titulo do livro, o autor dá a verdadeira interpretação
de Ahiman Rezon, o seja, “um auxilio a um Irmão”.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


PILULA MAÇÔNICA Nº 48

Quem inventou a Maçonaria?

Algumas Organizações, de um modo geral, semelhantes ou não à


nossa Ordem, foram idealizadas, projetadas e, finalmente, estabelecidas. Por
exemplo, podemos citar a o “Escotismo” que foi fruto de uma pequena
experiência com um grupo de jovens, planejada, por seu fundador Lord Robert
Baden Powell, na Inglaterra em 1907. Com o êxito dessa experiência, foi
planejado e desenvolvido um movimento sem fins lucrativos, agora totalmente
estruturado, com suas leis, símbolos, deveres, etc, que é um sucesso até hoje.
E quem inventou ou planejou a Maçonaria?
Baseado em pesquisas feitas em livros ingleses e neo-zelandeses,
pode ser dito que ninguém ou qualquer grupo de indivíduos descobriu, planejou
ou inventou a Maçonaria. Ela é uma Instituição que se desenvolveu
gradualmente ao longo de um período de anos, e muitas pessoas tomaram
parte e colaboraram com seu crescimento.
A nossa Ordem criou raízes dentro das Lojas dos Maçons Operativos e
nós podemos seguir seu curso desde o começo através do “Cerimonial”
(Iniciação, Colação de Grau, Instalação, etc).
Muito simbolismo tem sido enxertado no “Ritual” (Inglaterra) em
tempos mais ou menos recentes e mesmo a eminência do Templo do Rei
Salomão e a Lenda de Hiram Abif, aparecem, com já dito, em tempos
comparativamente recentes.
A Grande Loja de Londres e Westminster (posteriormente transformada
na Grande Loja Unida da Inglaterra em 1813) foi fundada em 1717, mas a
Lenda de Hiram Abif somente aparece imprimida em 1730 no “livro” de Samuel
Prichard denominado “A Maçonaria Dissecada”.
Uma Lenda alternativa referente aos “Filhos de Noé” foi achada nos
Manuscritos de Graham em 1726.
A maneira de se expressar, a “linguagem” do “Ritual”, foi extraída da
Literatura Inglesa da época compreendida entre 1790 e 1820 e, a partir desse
período, o “Ritual” assume a presente forma. Ele foi, também, enxertado com
passagens da Bíblia e pensamentos de escritores ingleses famosos na época.
Em torno de 1825, o “Ritual” foi praticamente estabelecido e somente
pequenas alterações foram feitas. Relíquias da antiga forma do “Ritual” são
ainda encontradas em livros catequéticos, na forma de perguntas e respostas.
Uma das maiores mudanças foi o abandono desse tipo de ensinamento
(perguntas e respostas) e estabelecendo o tipo encontrado no atual “Ritual”.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 49

Simbolismo da “Luz” na Maçonaria

Já comentamos sobre Simbolismo e sobre alguns Símbolos


pertencentes à Maçonaria. Vamos agora comentar sobre o termo simbólico
“LUZ”, que foi traduzido e adaptado da “Masonic Holy Bible” dos EUA,
Wichita, Kansas.
“LUZ é de longe o mais importante e misterioso termo na Maçonaria,
que é assim aceito pela maioria dos membros da Fraternidade. É o primeiro
dos símbolos apresentado ao Iniciado, e continua sendo apresentado a ele
com varias modificações através de todo seu futuro progresso na vida
Maçônica.
Ela representa, como é geralmente aceito, “Conhecimento, Verdade ou
Sabedoria, mas ela contem dentro de si uma alusão muito mais difícil de
compreender dentro da essência da Maçonaria Especulativa, e abraça, dentro
dela, o significado de todos os outros símbolos contidos na Ordem.
Maçons são enfaticamente chamados de “filhos da Luz” porque eles
estão, ou deveriam estar, na posse do verdadeiro significado do símbolo;
enquanto os profanos ou não-iniciados estão, pela analogia da expressão, na
“Escuridão”.
Em todas as antigas religiões e em todos os “antigos mistérios”, a
reverencia para a LUZ, como uma emblemática representação do ETERNO
PRINCIPIO DO BEM, é predominante.
Isto foi verdade no Hebraísmo e Judaísmo, e é verdade no
Cristianismo; isto é verdade do começo ao fim do Ritual da Maçonaria. no
sentido mais predominante.
A maior LUZ da Maçonaria é a Palavra de Deus; maçons são
empenhados em solicitar dessa fonte de verdadeira luz e dos princípios da
Ordem e crescer avançando na LUZ.
A fonte original de toda verdadeira LUZ MAÇONICA é Deus; somente
os homens que caminham nessa luz podem evitar a “escuridão”; somente
esses homens são ditos „filhos da Luz””.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 50

Liberdade, Igualdade e Fraternidade

Nós sabemos que a Maçonaria no mundo teve duas vertentes


principais: a Inglesa e a Francesa. No Brasil, apesar de estarmos estritamente
ligados com a Grande Loja Unida da Inglaterra, e reconhecidos por ela, a
nossa origem é francesa, igualmente como todas as Obediências Maçônicas
dos paises da América Latina.
É, portanto, muito comum ouvirmos nas Lojas brasileiras a trilogia
“Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, o que não é comum nas Lojas dos
EUA, ou na Nova Zelândia, por exemplo, locais onde a origem foi inglesa.
Muitos Maçons alegam que essa divisa maçônica., foi usada durante a
Revolução Francesa, em 1789, provando que esta última foi articulada e
planejada pela Maçonaria.
Nada mais falso! Vejamos o que nos diz o historiador maçônico Alec
Mellor, francês, em seu “Dicionário da Francomaçonaria e dos Francomaçons”:
“é inteiramente falso que essa divisa republicana seja de origem
maçônica. Louis Blanc e outros autores pretenderam que o seu inventor teria
sido Louis Claude de San Martin, o “filosofo desconhecido”. O historiador mais
autorizado da vida e do pensamento desse ultimo, Robert Amadou, mostrou
que ele não o foi”.
“A senhora B.F.Hyslop examinou uma boa quantidade de diplomas
maçônicos emitidos de 1771 a 1799 na Biblioteca Nacional. Encontrou somente
dois nos quais as três palavras encontram-se reunidas. Quase todos
comportam: “Salvação-Força_Uniao”, ou falam do Templo onde reinam “o
Silencio, a União e a Paz” (ver Anais da Ver. Francesa, jan. 1951)”.
“A 1ª Republica empregou bastante a divisa: “Liberdade, Igualdade ou
a Morte”, mas não é preciso dizer que tal programa ideológico jamais foi o da
Francomaçonaria. Somente na 2ª Republica apareceu a “divisa tripla””.
“Não foi a Republica que tomou a divisa emprestada da Maçonaria,
mas sim esta ultima que a tomou emprestada da Republica”.
O Mestre Castellani nos diz, em seu “Consultório Maçônico”, editora A
Trolha: “A trilogia foi tomada da 2ª Republica Francesa, instalada após a
revolução de 1848, e não como muitos pensam, da 1ª Republica, proclamada
em 1893, algum tempo depois da Revolução Francesa, já que a divisa era
“Liberdade, Igualdade, ou a Morte””.
“Não é verdade, portanto, como costumam afirmar Maçons ufanos, que
essa divisa republicana tenha origem maçônica, já que ocorreu foi exatamente
o contrario: a divisa maçônica é que tem origem na Republica Francesa”.
Seria muito bom para todos os Maçons do mundo:
Se a Liberdade fosse melhor entendida e que se
respeitasse os limites do próximo, pois nossa liberdade termina
onde começa os direitos de nosso Irmão.
Se a Igualdade fosse disseminada com mais
intensidade e a diferença entre os Obreiros fosse minimizada e
que todos ficassem no mesmo Nivel.
Se a Fraternidade, esteio básico para que possa existir a
Maçonaria, fosse bem entendida e aplicada.
M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto
PILULA MAÇÔNICA Nº 51

Os Três Pontos

A data de 1717 é tida como a divisória entre a Maçonaria Operativa e a


Maçonaria Especulativa. Houve, nesta última, a partir dessa data, um incremento
na Ritualística com novos eventos na Iniciação e nos demais acontecimentos.
Essa Ritualística tinha sua “fala” decorada e era proibido fazer cópias
manuscritas. Com o passar dos anos, houve uma perda do controle e começaram
a aparecer cópias no ambiente maçônico do mundo todo.
Para dificultar o entendimento, caso essas cópias caíssem em mãos de
profanos, as palavras foram abreviadas. Essa supressão de fonema ou de sílaba
no final da palavra denomina-se “APOCOPE” (Castellani).
Esse sistema era, e é ainda, usado também em documentos transferidos
entre Potências Maçônicas. Na Inglaterra, EUA, Nova Zelândia e Austrália essa
abreviação é feita por um ponto, somente. Na França, e paises da América Latina,
que é o caso do Brasil, a abreviação é tripontuada.
Nos países onde houve influencia da Maçonaria Francesa, é comum
colocar os três pontos no final da assinatura, ou entremeados na mesma. Não se
sabe bem o motivo de tal comportamento. Provavelmente, uma maneira, não
oficial, de reconhecimento entre Maçons.
O conjunto de três pontos não é um Símbolo e nem representa nada
na Maçonaria, e é usado somente em alguns países. Mesmo assim, não faltaram
Maçons de mente fértil que inventaram representações para eles como o Delta
Sagrado, as Três Luzes da Loja, etc, etc, etc, etc....
Albert G.Mackey em sua Enciclopédia Maçônica deixa isso bem claro:
“não é um Símbolo; simplesmente uma abreviatura. Qualquer coisa fora
desse sentido é futilidade”.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017

Trabalho 58
PILULA MAÇÔNICA Nº 52

Lembrando aos Aprendizes que...

Nos volumes do “Consultório Maçônico” Ed. A Trolha, Mestre Castellani


deixa bem claro, principalmente aos Aprendizes, o que segue abaixo:
Trono e Altar são coisas diferentes. Trono é uma cadeira ou poltrona,
normalmente num nível elevado, onde o Venerável Mestre da Loja senta. Altar é
uma mesa, ou pedestal quadrado, onde são realizadas certas cerimônias. O Altar
do Venerável Mestre (ou de Salomão) fica em frente do Trono. É onde fica a
Espada Flamígera, o castiçal para três velas e onde, antigamente, eram feitos
alguns juramentos.
Sólio é sinônimo de trono.
Existem três tipos de Altares no Templo (R.E.A.A.): Altar do Venerável
Mestre, Altar dos Juramentos e o Altar dos Perfumes. Os Vigilantes não têm
altares. Eles têm mesas, sem a mínima necessidade de serem triangulares,
comumente encontradas nos nossos Templos.
Telhar e Trolhar são coisas totalmente diversas. Trolhar, na Maçonaria, é
alisar as asperezas, aparar as diferenças entre os Obreiros. Normalmente,
realizada pelo Venerável Mestre.
A Trolha, que é uma “colher de pedreiro”, é usada para alisar a
argamassa. Por isso que, principalmente nos EUA, o Venerável Mestre usa um
“botom” representando uma Trolha, na lapela.
Telhar, na Maçonaria, é verificar, através de perguntas, se uma pessoa é
realmente Maçom e se está no Grau requerido. Ou para verificar se um Maçom
está inteirado de conhecimentos num determinado Grau.
Cobrir o Templo é protegê-lo de tal forma que, pessoas que estão fora
não saibam o que está ocorrendo dentro dele. É um erro crasso pedir aos
Aprendizes, ou Companheiros, ou Mestres, cobrirem o templo
temporariamente. O Templo é que será coberto para eles. Ou seja, eles não
saberão o que ocorrerá dentro desse Templo, num determinado período de
tempo. Quem cobre o Templo é o Cobridor Externo.
No local onde está escrito (inclusive em alguns rituais), referindo-se ao
Salmo 133: “ ...; como o orvalho de Hermon, que desce sobre...”, está errado!
Hermon não é um tipo de orvalho. Hermon é uma montanha que produz orvalho
nas suas encostas. Portanto, o correto é: “... ;como o orvalho do Hermon, que
desce sobre....”.
Aclamação é aprovar, saudar, através de brados. Diferente, portanto, de
exclamação.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 53

As Duas Colunas Externas dos Templos

Desde as épocas mais remotas da Civilização, a mente humana se volta


para os “deuses” na procura de esclarecimentos e auxílio divino para a vida
cotidiana.
Temerosos e, consequentemente, devotos, os primitivos ofertavam
comidas, objetos e sacrifícios para aplacar a ira dos “deuses” que se manifestava
pela intempérie e animais selvagens. O local onde eles faziam essas oferendas
era “solo sagrado”, provavelmente, num recanto sombrio de uma floresta, e só os
mais “esclarecidos” podiam fazê-las.
Com a evolução e certa estabilidade, o ser humano rudimentar tornou-se
observador do céu e do horizonte. E ele começou a perceber que o Sol (sem
dúvidas um dos deuses) nem sempre sumia no horizonte no mesmo local.
Percebeu que o Sol se deslocava para a direita por um determinado tempo.
Parava por um período e retrocedia no sentido contrário e parava novamente,
agora no lado oposto. E repetia tudo novamente.
Percebeu, também, que a claridade (horas de sol) variava com esse
deslocamento. E, mais importante, associou o tempo frio, a neve, a alta
temperatura, as chuvas, etc com esse deslocamento, e com a melhor época de
plantio, de enchente dos rios, etc.
Com isso, o “solo sagrado” foi deslocado para o cume de um pequeno
monte, onde o sacerdote podia observar o horizonte e verificar onde o Sol estava
se pondo e fazer seus presságios dos sinais observados. Para melhor controle,
os sacerdotes colocaram nos dois extremos atingidos pelo Sol, duas
estacas, que posteriormente se transformaram em colunas.
O “solo sagrado”, agora fixo num determinado local, recebeu para melhor
proteção dos sacerdotes (augures) uma cobertura, e posteriormente, paredes
feitas de pedras, transformando-se num Templo do passado.
Devo esclarecer que a palavra Templum vem do latim e era a
denominação dada a essa faixa do horizonte, entre as duas colunas, onde as
adivinhações eram feitas. O Sacerdote contemplava aquela região e tirava as
conclusões.
Com o passar dos tempos, os Templos, locais agora onde os adoradores
iam rezar e fazer suas oferendas, mantinham na frente, na parte externa, as
duas colunas. Virou tradição. Todos os Templos construídos, mesmo sem
saber o “por que” daquilo, tinham as duas colunas.

Hoje nós sabemos que o deslocamento do Sol é aparente (quem se


desloca é a Terra) e os pontos assinalados pelas estacas são os Solstícios (de
Inverno e de Verão) e o meio deles assinala o Equinócio.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 54

Solstícios e Equinócios

A Astronomia é uma ciência extremamente importante, mas não é de


nosso interesse, e nem tenho capacidade para isso, de fazer um tratado sobre os
Solstícios e os Equinócios.
Vou simplesmente dar algumas definições e conclusões, da maneira mais
pratica possível e, no final, fazer uma observação, que ao meu ver é de extrema
importância pois definiu eventos religiosos importantes.
É sabido que a Terra tem movimento de rotação em torno de seu próprio
eixo e gira em torno do Sol num trajeto com formato de uma elipse. Entretanto, se
tomarmos um ponto da Terra como “referência”, aparentemente, o Sol nasce no
Leste e se põe no Oeste. Só que não nasce sempre no mesmo local. Ele caminha
num sentido (para a direita, por exemplo), permanece parado por um período, e
volta no sentido contrário até atingir o outro extremo. Permanece parado por um
período e recomeça tudo outra vez. Leva seis meses para ir de um extremo a
outro e, portanto, um ano para voltar ao mesmo extremo.
Essas aparentes “paradas”, que são as posições da Terra nos extremos
mais longos da elipse, são chamados de “Solstícios” de Verão e de Inverno.
Abaixo da Linha do Equador ocorrem em 24 de dezembro e em 24 de junho,
aproximadamente. Acima da Linha do Equador, as datas são as mesmas, e onde
é Verão é Inverno e vice-versa.
O “Equinócio” é quando o Sol encontra-se no meio dos dois extremos. E,
obviamente, temos também dois: o de Outono e da Primavera.
O mais interessante de tudo que foi escrito é que, nos Solstícios, a
quantidade de horas de sol (claridade) e de escuridão varia durante o período de
24h do dia , e se alterna.
Desse modo, no Solstício de Verão a quantidade de horas de claridade é
muito maior que a escuridão, durante as 24h de um dia. E ao contrário no Solstício
de Inverno.

Como o Sol, nas religiões das civilizações antigas era considerado como
um dos “deuses”, essa variação crescente da sua presença durante seis meses
nos dias, foi base de uma religião muito antiga chamada “Solis Invictus” (e
também do Mitraismo).
Recapitulando, o Solstício de Inverno, acima da Linha do Equador, que foi
onde as civilizações mais se desenvolveram, no dia 24 de dezembro tinha uma
quantidade maior de horas de escuridão do que as de claridade. E, a partir desse
dia, essa religião comemorava sua festa máxima que era o “Natalis Solis
Invictus” que era quando o Sol começava a aumentar sua presença ao longo dos
dias, até o próximo Equinócio quando as horas de escuridão e claridade seriam
iguais. Esse dia era de extrema importância para os adeptos dessa religião: era
quando o “Sol nascia e crescia em força e vigor”.
O cristianismo, na época de Constantino, o Grande, foi alçada à
condição de religião de Estado, apesar de que ele próprio, até próximo a sua
morte, pertenceu a religião “Solis Invistus”. A festa máxima era o nascimento de
Jesus Cristo, que era comemorada em 06 de janeiro.
Entretanto, como foi uma religião “imposta” pelos governantes, as
convicções antigas permaneceram e eram também comemoradas. Para resolver
esse problema, as festas católicas tiveram as datas trocadas, coincidindo com
as antigas festas do “Solis Invictus”.
Inclusive, a data de nascimento de Jesus que era comemorada em 06
de janeiro, foi trocada para a data de 24 de dezembro, por Constantino em
521 d.C.
Desse modo, a atitude de um déspota daquela época, que por interesses
político e temporal, influenciou, e continua a influenciar, no comportamento de
milhares de pessoas, no tocante as suas convicções religiosas.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 55

A Loja de York

A cidade de York, apesar de nos seus primórdios ter tido outro nome, já
nasceu famosa pois essa província foi escolhida pelos romanos para conter as
residências dos Imperadores e dos altos comandantes durante a estadia deles no
norte da Inglaterra (estamos falando da época aproximada de 50 a.C). O antigo
nome era Eboracum e foi considerada a capital do norte desse país por muito
tempo.
Referente à Maçonaria, conta-se muita coisa, e não se sabe se é lenda ou
história verdadeira. É dito que no ano 926 d.C, nessa cidade, teria sido realizada
uma Assembléia Geral de Maçons, convocada pelo príncipe Edwin, irmão ou
filho do Rei Saxão Athelstan.
A finalidade desta Assembléia era a de gerar uma Constituição que serviria
de lei única para a Fraternidade dos Maçons. Essa Constituição, também
chamada de “Manuscrito de Krauser” (foi dito ele ter feito a tradução do original)
foi acreditada por muitos durante muito tempo, porém dúvidas apareceram sobre
sua existência e veracidade. Em 1864, J.G.Findel foi designado pela Maçonaria
alemã para descobrir o documento original, mas nada encontrou.
A Loja de York era de considerável idade tendo originalmente sido uma Loja
Operativa. Sabe-se que em 1705, essa Loja e outras fundaram uma espécie de
Federação. Em 1725, estimulada pelo sucesso da Grande Loja de Londres e
Westminster , essa Federação transformou-se em uma Grande Loja sob o título de
“Grande Loja de Toda a Inglaterra”, com sede em York e redigiu 19 artigos que
deveriam ser seguidos.
De 1740 até 1760 esse corpo ficou mais ou menos dormente, mas em 1761
a Grande Loja dos Modernos deu uma Carta Constitutiva a uma Loja em New
York o que estimulou o interesse da Grande Loja original, resultando então na
formação de 14 Lojas em Yorkshire, Lancashire e Cheshire.
Em 1790 a “Grande Loja de Toda Inglaterra” abateu Colunas (foi extinta),
tendo seus antigos registros preservados, até hoje, pela Loja de York nº 236.
Não se sabe com certeza como que foi seu Ritual usado naquela época,
ainda que numerosas Lojas americanas se dizem hoje do Rito de York, o qual
permanece em vigor nos EUA.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 56

As Seis Grandes Lojas da Inglaterra

Nos séculos XVIII e inicio do século XIX ocorreu na Inglaterra uma


formação simultânea de “Grandes Lojas”, começando pela primeira em todo o
mundo, que foi a Grande Loja de Londres e Westminster, em 1717.
Posteriormente, algo semelhante ocorreria, também, nos demais países.
Baseando-me em livros de origem inglesa, inclusive um pequeno livro
(The History of English Freemasonry), editado pela Grande Loja Unida da
Inglaterra, a mim ofertado pelo meu Irmão gêmeo Pedro Américo, vou expor
abaixo um resumo das seis Grandes Lojas que apareceram na Inglaterra
naquela época.
A primeira delas foi a “Grande Loja de Londres e Westminster”,
de 1717, a mãe de todas as Grandes Lojas do mundo, que permaneceu ativa
ao longo dos anos, transformando-se, em 1813, na Grande Loja Unida da
Inglaterra (GLUI).
A segunda delas, apareceu em 1725: a antiga Loja da cidade de
York, norte da Inglaterra, transformou-se na “Grande Loja de Toda a
Inglaterra”. Entretanto, sua influencia se restringia nas províncias de York,
Cheshire, e Lancashire. Ela existiu por algumas décadas, elegendo seus
próprios Grãos Mestres, erigindo também suas próprias oficinas de Royal Arch
e Cavaleiros Templários.
Dessa Grande Loja apareceu uma outra em 1779, que será a 4ª em
nossa seqüência..
A terceira Grande Loja foi a “Grande Loja dos Antigos” em 1751,
a qual, juntando-se, em 1813, com a primeira mencionada acima, também
conhecida como a dos “Modernos”, formou a “Grande Loja Unida da
Inglaterra” (GLUI).
A quarta foi formada em 1779. Com a responsabilidade e
autoridade da Grande Loja de Toda Inglaterra foi formada a “Grande Loja do
Sul do Rio Trent”, constituída de antigas Lojas que estavam em desacordo
com as diretrizes da primeira Grande Loja.
Em 1788, ajuntou-se com a terceira das Grandes Lojas, a “Grande Loja
dos Antigos” e parou de existir.
A quinta delas, e é a que existe hoje, foi formada em 1813. A
primeira Grande Loja juntou-se com a “Grande Loja dos Antigos” para dar ao
mundo maçônico a “Grande Loja Unida dos Antigos Maçons, Livres e
Aceitos da Inglaterra”, conhecida por todos hoje em dia como a “Grande Loja
Unida da Inglaterra” (GLUI)
A sexta e ultima apareceu e sumiu da seguinte forma: após a
união, descrita acima, em 1813, houve dificuldades com algumas Lojas e
quatro delas, afastadas da GLUI, formaram em1823, estabelecida em Wigan, a
“Grande Loja dos Maçons Livres e Aceitos da Inglaterra de acordo com as
Antigas Constituições” depois de dois anos ficou inativa até 1838. Em 1844,
teve uma aceleração das atividades até 1858, e depois foi decaindo aos
poucos, sendo que em 1866 foi o ano em que suas ultimas Atas foram
registradas.
M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto
PILULA MAÇÔNICA Nº 57

Aquisição e Desenvolvimento de um Mestre Maçom

No caso de uma Loja Maçônica querer adquirir um novo membro na


Ordem, o primeiro passo é a Sindicância. E, como é sabido, o conjunto de
informações conseguidas sobre um profano, denomina-se “Sindicância”.
É extremamente importante a seriedade com que os Sindicantes deverão
fazer esse trabalho exigido pela Loja. Mais importante ainda, é a indicação feita
pelo proponente. Se o candidato foi indicado por ser amigo do proponente e não
por ter qualidades e virtudes que o transformarão em um bom Maçom, segue-se
uma Sindicância imperfeita.
O proponente, antes de mais nada, deve saber muito sobre a Maçonaria
para poder esclarecer o candidato que fará, sem duvidas, uma série de perguntas:
o que é; para que serve; sua história; metas; etc, etc.
Se o proponente não responde com clareza e certeza, o candidato poderá
se tornar um Maçom, sem saber o principal, confiando no amigo que disse que a
Maçonaria é uma “coisa legal! Você vai gostar!”.
O processo de Iniciação é importantíssimo. O candidato, vendado, é
conduzido em diversas passagens e deve estar confiante, sem temor, crendo que
está entre pessoas nobres e diferenciadas. Cerimônias com passagens bisonhas,
gracejos, brincadeiras perigosas ou de mau gosto, fazem que ocorra uma má
Iniciação, gerando um Maçom que nunca levará a sério a nossa sublime Ordem.
Uma vez Aprendiz Maçom, receberá este, uma série de Instruções sobre
a Simbologia, sobre as Ferramentas do Grau, etc, para que processe o
desbaste da “pedra bruta”.
Enfim, Maçonaria é estudo...estudo...estudo...
E o Aprendiz mal instruído devido a didática pobre do instrutor, da falta de
leitura dos clássicos maçônicos, da falta de conhecimento e cumprimento da
Legislação Maçônica, das pavonices e vaidades em Loja, das incoerências
ritualísticas, etc, dará um Companheiro despreparado e desmotivado. Tudo pode
ser agravado pela pressa no “aumento de salário”.
Ensinar, é transmitir conhecimento. Conhecimento sólido, abrangente que
se transformará no alicerce de um verdadeiro Mestre Maçom.
Instruções mal dadas, transmissão precária de conhecimentos, não exigir
trabalhos sérios e bem pesquisados, farão um mau Aprendiz, que será um
péssimo Companheiro e um Mestre ridículo.

(esta Pílula foi feita em conjunto com o Ir.; Fernando Tulio Colacioppo
Sobrinho – CIM 205702).

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA - Nº 58

Tradição Maçônica

A manutenção da Tradição de nossa Ordem faz com que a pratiquemos,


agora no século XXI, periodicamente e de forma constante, conforme Rituais
estabelecidos em 1790, aproximadamente.
É por meio da Tradição que grupos humanos mantém seus costumes,
seus hábitos, suas conquistas morais e sociais, entre outras coisas. A cultura
adquirida é assim mantida. Desse modo, a manutenção dos parâmetros
estabelecidos nesses Rituais é que permite que a Maçonaria seja secular. Se
assim não fosse nossa Ordem já teria se pulverizado.
Ao contrário do que muitos pensam, nossa Ordem não desconsidera a
evolução e os atuais meios de comunicação e a tecnologia. Repare que,
mantendo a Tradição, e ao mesmo tempo, a tecnologia é aplicada na medida do
possível. Vamos dar alguns exemplos: o Pavimento de Mosaicos permanece o
mesmo, porém o material do qual é feito muda. O que antigamente era somente
feito de granito preto e mármore branco, hoje existe variedade enorme de
materiais sintéticos que os substituem.
A função do Secretário era antigamente executada totalmente através de
manuscritos. Hoje nós usamos os recursos dos computadores. Inclusive, existem
Lojas nas quais as Atas são enviadas pela Internet e a concordância é feita na
próxima Loja.
O “Tempo de Estudos” era feito somente através da leitura do Trabalho.
Hoje nós temos uma série de recursos fornecidos pela mais alta tecnologia, como
o uso de computadores e projeção em tela, comandados a distancia. Além de
outros recursos áudio visuais.
As Colunas “J” e “B” antigamente eram fundidas em metal, e
posteriormente feitas em pedras e gesso. Hoje a tecnologia do Plástico está
adiantadíssima e nos permite que as mesmas sejam feitas com esse material
extremamente leve e durável.
A manutenção imutável do Ritual através da Tradição, faz com que a
Ordem também seja imutável ao longo dos séculos. Isso não quer dizer que ficará
ou está obsoleta.
Mesmo assim, pequenas mudanças ocorrem. Apesar do rigor em manter
a tradição, o GOB reconhece hoje seis Ritos. Ou seja, pequenas mudanças foram
feitas no Ritual original e geraram derivativos, cuja única finalidade, ao meu ver, foi
satisfazer a vaidade de pessoas, pois a essência desses Ritos são iguais.
Qual a necessidade do GOB ser reconhecido pela Grande Loja Unida da
Inglaterra? O GOB não funcionaria do mesmo modo sem esse reconhecimento?
A resposta é sim. Entretanto, esse reconhecimento, mantém a Tradição, e não
permite mudanças radicais, fazendo com que o Sistema permaneça imutável, não
descambe e nem se modifique alterando as características originais.
Por que o MacDonald´s é igual no mundo todo? Se você quiser montar
um no seu bairro, vai ter que fazer exatamente conforme descrito no contrato do
franchise, e nada poderá ser mudado, ou não será feito. Por que? Porque essa
é a maneira de preservar algo que deu certo, é bom e teve sucesso!

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA - Nº 59

TERIA SIDO JESUS, UM ESSÊNIO?

Teria, realmente, Jesus pertencido à seita judaica dos Essênios?


Aparentemente, de acordo com as opiniões, dadas abaixo, de alguns
escritores famosos sobre o fato, escritores historiadores, que são os que se
aplicam neste caso, tudo nos leva a crer que, não. Em caso afirmativo, a
conclusão mais razoável é que se Jesus conviveu com os Essênios, tendo
assimilado algumas de suas figuras e idéias, deles se afastou, divergindo em
pontos fundamentais.
Vamos abrir parênteses para dar uma excelente definição de
“historiador”, de Cervantes: “Os historiadores devem ser precisos, verídicos e
totalmente imparciais; nem o interesse, nem o medo, o ódio ou a afeição
poderiam afastá-los da senda da verdade, da qual a história é a mãe, a
conservadora das grandes ações, o testemunho do passado, o exemplo e o
ensinamento para o presente e a advertência para o futuro”.
Deste modo, vejam a opinião de Eleutério Nicolau da Conceição, no
livro “Maçonaria – Raízes Históricas e Filosóficas”,Ed. Madras pg 177 :
“Certos livros afirmam que Jesus e Batista tinham sido Essênios, mas que
Jesus era um grau superior ao de João. Por ocasião de seu batismo, Jesus
se teria dado a conhecer por sinal, toque e palavra....etc. Parece incrível que
histórias desse tipo sejam repetidas sem que aqueles que o fazem, tenham
levantado perguntas óbvias: como aquela informação teria chegado ao
escritor? Os autores desses artigos não exercitaram seu pensamento critico
para perguntar como o autor original teria acesso a essas informações
desconhecidas de todos os estudiosos do tema, que buscam avidamente
referencias palpáveis, verificáveis na arqueologia e documentos antigos, da
passagem pela Terra do Jesus histórico”
Continuemos obtendo mais depoimentos de escritores, como, por
exemplo, James H. Charleswort – no livro “Jesus dentro do Judaísmo”, pg 74 :
“....Assim como não existem dados sustentando a idéia de Jesus ter sido
Essênio, já que não há qualquer referencia a ele nos documentos
conhecidos, não se pode tampouco afirmar que nunca houve contato entre
ambos os grupos, cristãos e Essênios. Existem, contudo, oposições
evidentes nos ensinamentos e praticas de Jesus comparados com os da
seita zadokita: os Essênios eram rigorosos cumpridores da lei, guardando o
sábado com maior rigor até do que os fariseus. Jesus ensinava: “o sábado
foi feito por causa do homem, não o homem por causa do sábado”. Em
certas ocasiões mandou seus discípulos que colhessem espigas (trabalhassem)
para se alimentar no sábado.Os Essênios superiores praticavam todo um ritual,
mantendo rigor ainda maior em relação a estranhos, e o compartilhar de refeições
era para eles um ato sagrado, apenas com os membros de seu grupo; Jesus era
acusado pelos fariseus de comer com publicanos e pecadores, a ralé da época, o
que, se feito por um Essênio, provocaria sua expulsão da Ordem.Por último, os
Essênios tinham uma cerimônia na qual amaldiçoavam seus inimigos; enquanto
Jesus ensinava: “Amai vossos inimigos e orai por aqueles que vos perseguem”.
Igualmente, o historiador John P. Meir – no livro “Um Judeu Marginal”,
Imago, 1993, pg 100, nos relata, com muita sabedoria: “Seja como for (e não há
como verificar tal afirmação), não existem indicações de que Jesus tenha
tido contato direto com a comunidade de Qumrãn, em qualquer tempo. Ele
não é mencionado nos documentos encontrados em Qumrãn, ou próximo a
ele, e sua atitude independente com relação à interpretação estrita da Lei
Mosaica é a própria antítese dos rigorosos membros da seita Qumrãn, que
consideravam até os fariseus muito indulgentes. Tudo isso não evitou que
alguns escritores imaginosos vissem Jesus e Batista em alguns textos de
Qumrãn, o que apenas mostra que a fantasia intelectual não conhece
limites!”

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 60

Viver de modo Maçônico

Desde a época do aparecimento do Homem na Terra, tem havido a


necessidade de um serviço humanitário – um serviço fraternal que pode
beneficiar a todo ser humano. Hoje, em todo país civilizado do mundo, o bem
social do indivíduo tem se tornado a preocupação mundial. A Francomaçonaria
com a sua historia, tradição e as lições administradas em seus vários graus,
preenche essa necessidade.
Cada pessoa vem a este planeta com um propósito. Como Maçons,
nós temos uma missão a cumprir. Nós estamos cientes que nossa vida é por
tempo limitado, e é nosso dever e responsabilidade completar esta missão
nesse terminado espaço de tempo.
Como Maçons nós projetamos diariamente uma imagem sobre
pessoas que estão em contato conosco, e as influenciamos.
A Fraternidade Maçônica está alicerçada no rochedo da dignidade
humana. Este é o conceito básico de todas as lições em todos os Rituais da
Ordem. O principio fundamental da Fraternidade é que cada homem é
individual e deve ser tratado como tal. Em cada homem há uma, ou mais
qualidades que merecem respeito.
A teoria da Maçonaria Especulativa é que o maior esforço deve ser
direcionado na direção do desenvolvimento do caráter e no aperfeiçoamento da
vida mental, espiritual, ética e moral do Obreiro. Esta teoria é sensacional e
eterna, mas deve ser repartida ou ela vai parar de fluir.
Deste modo, lideranças maçônicas dedicadas podem levar para longe
essa teoria e prestarem grande serviço para a humanidade. O mundo está
pronto e esperando por isso. Será um remédio para o vírus da ilegalidade e
corrupção que está afetando o corpo inteiro da humanidade nos dias de hoje.
Maçonaria não é para qualquer pessoa. Nós guardamos muito
bem nossos portais e aceitamos somente aqueles que nós acreditamos
que somarão mais vigor. Tanto o pobre como o rico, bate em nossas portas,
e são admitidos, pois temos aprendido que “a vida de um homem não consiste
na abundancia das coisas que possui”.
A Maçonaria escolhe homens bons, educa e os prepara para atuarem
na vida profana, repletos de intenção de construir uma nova e melhor
sociedade – um monumento que crescerá em perfeição com o passar dos anos
e constituir um crescimento legal para o futuro.
Nossa caridade não é avaliada inteiramente em termos de dinheiro
corrente. Caridade vem do coração do individuo e é uma das grandes lições
ensinada em todos os graus da Ordem. Como maçons, é nosso dever pratica-
la atenciosamente todos os dias de nossa vida, não somente para os membros
de nossa grande Fraternidade, mas a todos, indistintamente.
Nossa Ordem é educacional e caridosa, cuja estrutura é derivada dos
construtores medievais das grandes catedrais. Com conhecimento e habilidade
eles erigiram as superestruturas que maravilharam a todos. Como construtores
de melhores homens nesta era de conflitos e confusões, que estão
transtornando o mundo de hoje, nós podemos fazer a Maçonaria um modo de
vida e uma mais valorosa contribuição para todos.
Então, o que tem inspirado homens de todos os tipos, presidentes de
países, de grandes indústrias, de grandes instituições de ensino, comerciantes,
liberais, pesquisadores, e pessoas simples como eu e você, nestes últimos
trezentos anos, a dar seu tempo e talento para promover esta antiga Ordem?
É a elevação moral e espiritual que recebemos do fato de fazermos
alguma coisa valer a pena. É a satisfação do trabalho fecundo um com outro,
lado a lado, como membros da mais antiga Fraternidade do mundo. É a
concordância da necessidade de servir a humanidade, o estado e o país onde
vivemos – e mais importante de tudo, é aquele espírito fraternal, repleto de
amor e afeição que nos une e cimenta, como pedras vivas, para a construção
do Grande Templo.

(este artigo foi baseado e adaptado dos discursos do M.W. Bro Roger
White nas Lojas de Maine, EUA.).

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 61

Trolhar e Telhar

É interessante, na Maçonaria, como certas coisas realizadas, praticadas,


ou palavras ditas ou interpretadas erradamente por Veneráveis Mestres, se
espalham numa velocidade vertiginosa e tendem a se tornarem aparentemente
verídicas. Desse modo, é muito comum, Veneráveis e Vigilantes saudarem
Obreiros, cruzando o Malhete no peito. Ou então, em Lojas no R.:E.:A.:A.:, o
Mestre de Cerimônia andar em esquadria, parecendo “robot”, devido “achismo” do
Venerável que confundiu os Ritos.
Nesta Pílula, vamos aprofundar nosso estudo nas palavras TELHAR e
TROLHAR, que tendo significados, na Maçonaria, totalmente diferentes, na
maioria das vezes, são ditas uma substituindo a outra, como se fossem iguais.
Nos Dicionários, temos que o substantivo “trolha” é definido como uma
“colher de pedreiro”, que é usada para colocar e/ou alisar a argamassa que está
sendo usada. É utilizada para estender a argamassa e cobrir todas as
irregularidades, fazendo que o edifício construído fique parecido como se formado
por um único bloco.
O substantivo “telha” é definido como peça, geralmente de barro cozido,
usada na cobertura de edifícios. A palavra telha vem do latim: “tegula”. Daí temos
“telha” em português; “tuille” em francês; “tyle” em inglês. Temos em inglês,
"tyler" como cobridor. Temos em francês, "tuileur" como cobridor. Em português,
apesar de existir a palavra “telhador” o mais comum foi não usar a raiz da
palavra e ficou "cobridor", denominação para aquele que coloca telhas, cobre,
oculta, protege uma área de um edifício.
Entretanto, na Maçonaria, os verbos derivados dessas duas palavras,
têm os significados dados abaixo.

Trolhar: é esquecer as injúrias, as desavenças entre os Irmãos. É


perdoar um agravo, dissimular um ressentimento, perdoar uma falta de outro
Obreiro. É reforçar os sentimentos de fraternidade, de bondade e de afeto, que
unem todos os membros da família maçônica. Esses sentimentos devem ser
contínuos, sem falhas, sem asperezas e sem rugosidades. Se isso ocorre em uma
Loja, o Venerável Mestre deve se inteirar do que está ocorrendo e “trolhar” os
envolvidos. Por isso que, na Inglaterra, o Símbolo com o formato de uma “colher
de pedreiro” é usada pelos Mestres Instalados (Nicola Aslan).

Telhar: é verificar, através de perguntas, se uma pessoa é realmente


Maçom e se está no Grau requerido. Ou para verificar se um Maçom está inteirado
de conhecimentos num determinado Grau. Visitantes são “telhados” pelo Cobridor,
com essa finalidade. Cobrir o Templo é protegê-lo de tal forma que, pessoas que
estão fora não saibam o que está ocorrendo dentro dele. É um erro crasso pedir
aos Aprendizes, ou Companheiros, ou Mestres, cobrirem o templo
temporariamente, em Colação de Grau ou Instalação. O Templo é que será
coberto para eles. Ou seja, eles não saberão o que ocorrerá dentro desse
Templo, num determinado período de tempo, pois o Templo estará “coberto”
(Castellani). Quem cobre o Templo é o Cobridor Externo, não o Aprendiz ou o
Companheiro ou o Mestre.

(Pílula feita em parceria com o Bro Fernando Túllio Colacioppo


Sobrinho CIM 205702 )

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 62

As Cruzadas e suas causas

Numa definição simples, dizemos que as “Cruzadas” foram expedições


militares que foram formadas entre os séculos XI e XIV para se tomar a Terra
Santa dos Muslims (é a pessoa que segue fielmente o Islamismo). A palavra
cruzada, a qual é derivada do Latim crux, é uma referência para a determinação
bíblica que os Cristãos carregavam sua cruz (Matt. 10:38). Os Cruzados usavam
uma cruz de tecido vermelho costurado em suas túnicas para indicar que eles
tinham assumido a cruz e que eram soldados de Cristo.
As causas das Cruzadas foram muitas e complexas, mas prevalecendo
claramente que as crenças religiosas foram de maior importância. As Cruzadas
continuaram a antiga tradição da peregrinação para a Terra Santa, a qual era
freqüentemente imposta como penitência; agora, entretanto, eles assumiam o
duplo papel como peregrinos e guerreiros.
Tal como uma peregrinação armada, era considerada como uma guerra
justa, por que ela pelejava para recapturar a Terra Santa.
Jerusalém tinha estado sob o domínio dos Muslims desde o século VII,
mas as peregrinações não haviam sido interrompidas desde o século XI, quando o
turco Seljuk começou a interferir com os peregrinos cristãos.
Para os Cristãos, o simples nome de Jerusalém evocava visões dos fins
dos tempos e a cidade da eterna bem aventurança. Para ajudar recuperar a Terra
Santa, executou-se o ideal do cavaleiro Cristão.
Encorajados pelo Papa, pela esperança do mérito eterno, e pela oferta de
indulgências, milhares de pessoas foram motivadas a abraçar a causa.
Considerações políticas também foram importantes. As Cruzadas foram a
resposta ao apelo de ajuda do Império Bizantino, intimidado pelos turcos
comandados por Seljuk. No ano de 1071 tinham ocorrido, conjuntamente, a
captura de Jerusalém e a decisiva derrota da Armada Bizantina em Manzikert,
criando o medo de futuras vitórias turcas. Em adição, a esperança do Papa para a
reunificação da área Leste com a do Oeste, a ânsia dos nobres por terras, num
tempo de colheitas deficientes, a pressão populacional no Oeste, e uma
alternativa para combater em “casa”, foram os maiores impulsos.
As Cruzadas foram igualmente o resultado de circunstâncias econômicas.
Muitos participantes foram seduzidos pelas fabulosas riquezas do Oriente; uma
campanha no exterior significava um escape das pressões da sociedade feudal,
na qual os filhos mais jovens (chamados de “secundões) das famílias
freqüentemente careciam de oportunidades econômicas. Em larga escala, as
maiores autoridades da Europa e as crescentes cidades da Itália (Genova, Pisa e
Veneza) viam as Cruzadas como uma estabilização e extensão da rota comercial.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 63

PRANCHETA

A “Prancheta”, também chamada de “Tábua de Delinear”, "Prancha a


Traçar" ou "Prancha de Delinear", é constituída por duas figuras e um ponto,
móvel, desenhadas (ou esculpidas, ou pintadas, etc) sobre uma placa retangular
de madeira, ou outro material semelhante. As dimensões usuais desse retângulo é
de, aproximadamente, 40cm x 50cm,, nada impedindo que tenha outros valores.
Uma das figuras é constituída por duas linhas paralelas horizontais e duas
linhas paralelas verticais, também chamada de Cruz Quádrupla, e por duas retas
que se cruzam em angulo reto, ou não, formando um “X”. Essas figuras estão uma
ao lado da outra, podendo ser tanto na horizontal como na vertical. Nas pesquisas,
tanto do Mestre Nicola Aslan, bem como nas do Mestre Jules Boucher, nada é
mencionado sobre isso.

A “Prancheta” é uma das “Jóias Fixas” da Loja (as outras são a “Pedra
Bruta”, onde trabalham os Aprendizes, e a “Pedra Cúbica”, onde trabalham os
Companheiros) e é nela, a Prancheta, é onde trabalham os Mestres.
São "Esquadros" colocados de forma simples, outras vezes sobrepostos
formando quadrados, constituindo o Alfabeto Maçônico, e reproduzindo, desse
modo, o equivalente às letras do nosso alfabeto. Um item bastante importante é o
"ponto" que é usado com critério, para diferenciar a letra "a" da letra "b", ou letra
"o" da letra "p", como exemplos. Na verdade, existem dois tipos com origens
diferentes, com pequenas diferenças entre si: um sistema denominado “Alemão” e
outro denominado “Inglês”. Ambos são lidos, sempre, da direita para a esquerda,
Em Loja, a Prancheta fica apoiada no Altar, na parte inferior, na direita do
Venerável Mestre quando sentado no Trono.
Segundo Jules Boucher, ignora-se a origem desse alfabeto maçônico.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 64

Grade do Oriente

As igrejas católicas foram, sem dúvidas, juntamente com o Parlamento


Inglês, os principais arquétipos dos Templos Maçônicos, sendo o primeiro deles
erigido na Inglaterra, em 1776 (Castellani – Consultório Maçônico – Ed. A Trolha).
Esses Templos tem a orientação dirigida do Ocidente para o Oriente, tendo a
direita, de quem entra, o Sul, e na esquerda, o Norte.
Normalmente, mas nem sempre é obedecido, o Ocidente é uma vez e meia
maior do que o Oriente, no comprimento. Nos Templos onde se praticam alguns
Ritos, como o R.:E.:A.:A.:, por exemplo, existe uma grade baixa, conhecida como
Balaustrada, ou Gradil, ou Grade do Oriente, com uma passagem no meio dela,
separando o Oriente do Ocidente. Nos templos onde se praticam os Ritos de York
e Schroeder, ela não existe (Castellani - idem).
Nesses Templos onde existe a Grade do Oriente, ela nada mais é, do que
uma separação física, delimitando as duas áreas citadas acima. Nas Igrejas,
existe algo semelhante, a qual separa o Presbitério da Nave, e que a Maçonaria,
sabiamente copiou.
Assim, o Oriente dos Templos Maçônicos onde ficam o Venerável Mestre,
autoridades Maçônicas, Mestres Instalados, etc, assemelha-se ao Presbitério,
onde ficam os Sacerdotes. O Ocidente, onde ficam os demais Obreiros,
assemelha-se à Nave, onde ficam os fiéis.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 65

Free Masons

Por que será que apareceu o termo “Free Mason – Maçom livre”? Esse
termo foi originado na época dos Maçons Operativos, na Inglaterra, Escócia ou
Irlanda .
Há muitas teorias, e estou me baseando em artigos de escritores ingleses:
um homem era um Maçom livre porque seus antecedentes não eram escravos e
ele não era um escravo
Ele era assim chamado porque ele era livre dentro da Guilda a qual
pertencia ou era livre das leis da Guilda a qual pertencia e podia, então, viajar e
trabalhar em outros locais ou outros países, conforme suas necessidades, desejos
ou quando era requisitado. Isso nos leva a conclusão que havia dois tipos de
Maçons: o Maçom que fazia um serviço mais rústico e um outro tipo que fazia um
serviço que requeria mais habilidade, mais conhecimentos, mais destreza. Era
este último que dava o acabamento, a beleza, a arte nas construções: era o
artesão especializado, o artista! E era requisitado, obviamente, pelos reis, alto
clero e nobres. Esse era, provavelmente, o Free Mason.
Pessoas com essas habilidades não são feitas. Elas nascem artistas e se
desenvolvem, ou não. Não se produz um Michelangelo, ou um Leonardo da Vinci,
ou um Rafael. Eles aparecem independentemente de nossos desejos (que fique
claro que não estou afirmando que esses últimos citados fossem maçons
operativos. São somente exemplos de artistas).
O Free Mason podia ter sido assim chamado porque ele trabalhava um
tipo de pedra, adequada e fácil de se trabalhar manualmente, chamada
“freestone”, existente nas Ilhas Britânicas. Elas podem ser cortadas, cinzeladas e
esculpidas facilmente.
Ele podia ser sido chamado de “livre” quando tinha terminado seu
aprendizado, na fase de Aprendiz e se tornado um Companheiro dentro da Ordem
(Fellow).
Ele podia ter sido chamado de “livre” quando saiu do estado de servo
feudal e legalmente se tornado livre.
Em algum tempo, os Maçons foram chamados de “ Free Mason – Maçom
livre” por alguma dessas razões mencionadas acima, ou talvez devido a todas
elas.
O consenso, conforme dou a entender no terceiro parágrafo, tende para a
teoria de que o termo Free Mason era devido a sua habilidade, seu conhecimento
e sua destreza que o tornavam livre de determinadas condições, leis, regras e
costumes, as quais limitavam maçons com menores habilidades, na época das
construções das grandes Catedrais.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 66

Maçom Aceito

O termo “Aceito” aparece muitas vezes nos documentos atuais da


Maçonaria Simbólica e, obviamente, é de total interesse dos maçons.
Membros da “Companhia de Maçons de Londres” e da antiga “Companhia
da Cidade” foram “aceitos na Ordem” e considerados e mantidos como Maçons
nas Lojas. Após essa “Aceitação”, homens se tornavam Maçons, conforme
anotações na seção de procedimentos das citadas companhias. Elias Ashmole,
por exemplo, foi um dos “Aceitos”.
O Maçom Aceito do século XVII na Inglaterra, era essencialmente
diferente de um membro operativo, e talvez até, mais importante. Nessas
companhias de Maçons deveria ter, nessa época, maçons operativos, juntamente
com os “aceitos”, que eram homens que nunca haviam tocado numa ferramenta
de trabalho em toda sua vida. Eram aristocratas, cavalheiros, que foram admitidos
devido seu patrimônio ou pela gentileza dos demais sócios. Mas, o Maçom Aceito
era, originalmente, tanto em caráter, como para todos os propósitos práticos, um
Maçom como qualquer outro.
Dessa pratica em uso, cresceu ao longo do tempo, o uso das palavras
“Aceito” ou “Adotado” para indicar um homem que tinha sido admitido dentro da
irmandade dos maçons simbólicos. Existem poucas referencias históricas,
entretanto, não há nenhuma duvida que os maçons, mais geralmente conhecidos
como Maçons Aceitos, foram se tornando bem conhecidos no ultimo quarto do
século XVII.
Nas Lojas da Maçonaria Escocesa Operativa era comum o uso do
termo “Admitido” entre os seus membros. Aliás, na pequena nobreza e nas
famílias conceituadas, também era comum o uso desse termo.
Livre e Aceito - Apesar do termo “Maçom” estar em uso nos dias da
idade média e candidatos serem “aceitos” na Francomaçonaria, na metade do
século XVII, a primeira vez que apareceu a frase “Maçom Livre e Aceito” foi em
1722, cinco anos após a Primeira Grande Loja ter sido fundada. Isso ocorreu no
título de um panfleto, que hoje é conhecido como “Roberts´ Pamphlet”, imprimido
em Londres em 1722. O título era: “As Antigas Constituições pertencentes a
Antiga e Respeitável Sociedade dos Maçons Livres e Aceitos ”. Oficialmente,
a frase foi usada pelo Dr.Anderson na segunda edição das Constituições em 1738
e ao longo do tempo, foi adotada pelas Grandes Lojas da Irlanda, Escócia e
grande numero das Grandes Lojas dos EUA.
A teoria admitida é que as duas palavras entraram em conjunção para um
objetivo comum, pois muitas antigas Lojas tinham entre seus membros, “Maçons
Aceitos” e outros que eles chamavam de “Freemasons – Maçons Livres”.
Isso, tanto na Maçonaria Operativa, como na Especulativa. Então, foi
razoável aceitar o termo “livre e aceito” para cobrir os dois grupos que se
expandiam rapidamente e que estavam em fusão.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


PILULA MAÇÔNICA Nº 67

O Ritual na Maçonaria

Um “Ritual” é a forma de conduzir, com procedimentos e cerimoniais


anteriormente estabelecidos, todas as cerimônias de um determinado Rito
Maçônico.
Portanto, na Maçonaria, é o livro que contem as fórmulas e demais
instruções necessárias para a prática uniforme e regular dos Trabalhos Maçônicos
em geral. Cada grau tem o seu Ritual particular e também cada espécie de
cerimônia, havendo Rituais de Iniciação, de Banquete, etc. A forma de abrir e
fechar os Trabalhos, assume a forma de um diálogo com a repetição de certos
fatos relativos à Ordem (Nicola Aslan – Grande Dicionário Enciclopédico – Ed.
Trolha).
E por que se usa um Ritual na Maçonaria? Por que há uma forma fixada
para abrir e fechar uma Loja? Por que não fazer isso tudo com um golpe do
Malhete?
A Maçonaria usa o ritual pelo mesmo motivo que um ator usa o “script”:
para estar seguro que cada Oficial da Loja saiba, na certeza, o que tem para falar
e fazer, e, muito importante, o que os demais Oficiais falarão e farão.
O Ritual está enraizado na tradição da Maçonaria. A repetição dos
acontecimentos e das “falas” está em linha com a Natureza – o surgimento e o pôr
do Sol – o fluxo e refluxo das marés – as mudanças das estações do ano, etc.
As repetições nos dão a oportunidade de ver, mais e mais as belezas das
nossas Cerimônias. É possível que, sem o uso do Ritual, a Maçonaria Simbólica,
pararia de existir.
Além do mais, a maioria das pessoas não sabe ouvir. Já foi dito que
deveríamos ter cursos de “Escutatória”, juntamente com os de Oratória.
Nosso Irmão Sérgio Marcondes da Loja Jacques de Molay deixa claro seu
pensamento sobre o Ritual: “...como função primordial na seqüência ritualística. A
manutenção da ordem e da disciplina. Afinal, quantos de nós não aprenderam
mais a ouvir e falar no momento oportuno com a ritualística nas Lojas?
Aprendemos até a entrar com formalidades em alguns ambientes graças a nossa
soberana ritualística. Ela serve essencialmente para nos educar e tornar perenes
as Instituições”.
Na Inglaterra, EUA, Nova Zelândia e Austrália, o Ritual é decorado,
exigindo muito trabalho e força de vontade dos Oficiais da Loja. Com isso, apesar
de exigir mais sacrifício, esse comportamento valoriza e dignifica um pouco mais
as funções dos Oficiais.
A prática do uso do Ritual parece ser um instinto profundo enraizado na
natureza humana. Desse modo, o Ritual está presente nas cerimônias religiosas,
nas preces, e em outras cerimônias com as quais estamos acostumados no nosso
dia-a dia, incluindo: Batismo, Casamento, Funeral, Júri e muitas outras.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 68

Lance o balde onde você está!

Brethren,

Saindo um pouco da nossa seqüência de assuntos Maçônicos, quero


apresentar uma tradução de um pequeno artigo, que em 1961 era comentado pelo
Past Máster da “Cortage Grove Lodge nº51”, Oregon, EUA, Mr. Elbert Bede.
Dizia ele que Booker T. Washington, famoso educador da raça negra,
quando queria encorajar seu povo, contava a estória de um veleiro, parado devido
à calmaria reinante no litoral norte da América do Sul. A tripulação da embarcação
estava em desespero devido à falta de água potável. Todos estavam com sede,
necessitando tomar água o mais rápido possível.
Nisso, uma outra embarcação se aproximou e o capitão da embarcação
necessitada mandou mensagens explicando a necessidade de água fresca. Ele
obteve como resposta: “lance o balde onde você está!”. O capitão não
entendeu porque deveria lançar o balde no mar e trazer água salgada.
Por mais três vezes mandou mensagens mostrando a necessidade de
água potável. E por mais três vezes recebeu como resposta: “lance o balde onde
você está!”. Finalmente, ele mandou que lançassem o balde e o mesmo veio
cheio de água fresca e potável.
Milagre! Foi o primeiro pensamento de todos na embarcação necessitada.
Não! Simplesmente eles estavam na foz do rio Amazonas, que lança milhares de
toneladas de água fresca mar adentro, e eles não haviam se apercebido de tal
fato. Ali, as margens são tão distantes que se tem a impressão de estar em mar
aberto.
Todos tinham tido a oportunidade de matar a sede, mas a oportunidade
não havia sido reconhecida.

Mr. Bede complementava seu comentário: “não está aqui uma lição para
nossa vida na Maçonaria e na nossa vida do dia-a-dia? Muitos reclamam que as
oportunidades nunca aparecem onde eles estão. A verdade é que falhamos em
reconhece-las. Se trabalhamos numa firma grande, achamos que as
oportunidades estão nas firmas pequenas. E vice versa. Nas Lojas a mesma
coisa. Se me dessem chance eu faria isso, ou seria aquilo, etc. O segredo é esse:
LANCE O SEU BALDE ONDE VOCE ESTÁ!
E você verá as coisas acontecerem. Os exemplos estão em todas as
partes do mundo. Em todas as áreas.

Pois é...podíamos ao menos pensar sobre isso.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 69

Justa, Perfeita e Regular

Por que são usados os termos “Justa, Perfeita e Regular” para


descrever uma Loja Simbólica? Muitas vezes nós ouvimos essa expressão e nos
passa despercebidos seu significação e a consideração devida. Muitas vezes são
pronunciadas em bom tom, para enfatizar algo e repercutir de maneira adequada.
Essa expressão é usada para descrever uma Loja Simbólica e garantir
que seus membros, Aprendizes, Companheiros e Mestres, são verdadeiramente
membros da Pura e Antiga Maçonaria.

Uma Loja é JUSTA quando as Três Grandes Luzes Emblemáticas estão


presentes.

Uma Loja é PERFEITA quando o número de obreiros está dentro do


requerido constitucionalmente.

Uma Loja é REGULAR quando está trabalhando na presença de Carta


Constitutiva, emitida por uma autoridade maçônica legal.

Dessa maneira, como afirma Nicola Aslan no “Grande Dicionário


Enciclopédico”, a Loja Justa, Perfeita e Regular é a que goza de pleno uso de
todos os seus direitos Maçônicos, completamente independente de qualquer outra
Loja e sem outras limitações a não ser aquelas estabelecidas na Constituição e
nos Regulamentos Gerais da Obediência da qual é jurisdicionada.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 70

Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

Uma boa parte dos Maçons do Brasil, principalmente aqueles com o peito
cheio de ufanismo, com um desvanecimento típico dos que vêm a Maçonaria em
todas as coisas e causadora de tudo que ocorre, acha que a Revolução Francesa,
em 1789, usou essa divisa maçônica.
Inclusive, esse pessoal acha que a Maçonaria promoveu e articulou a
Revolução Francesa. Sabe-se hoje que isso não é verídico.
Na verdade, a história nua e crua é bem diferente. Na época da
Revolução Francesa existiu a trilogia: “Liberdade, Igualdade ou a Morte (Liberte,
Égalité ou la Mort)”. Os detalhes de como apareceu, encontram-se em livros de
história e não serão citados. Somente em 1848, portanto quase 60 anos depois,
no momento político na França, denominado pelos franceses de “2ª Republica” é
que a trilogia citada se transforma em “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”.
Aí, nessa época, é que ocorreu o inverso do que boa parte dos Maçons
pensa: a Maçonaria Francesa adotou essa divisa e, devido a influencia e a
disseminação da mesma em todo o mundo maçônico, a divisa foi junto, chegando
ao Brasil e em toda América Latina.
Alec Mellor, conceituado historiador francês, no “Dicionário da Franco-
Maçonaria e dos Franco Maçons” (Coleção Arcanum, primeira edição brasileira
em 1989, pela Livraria Martins Fontes Editora Ltda) deixa bem claro aos leitores
que na 1ª Republica Francesa apareceu a divisa “Liberdade, Igualdade ou a
Morte” e que não foi ideologia maçônica.
Na 2ª Republica se transformou em “Liberdade, Igualdade e
Fraternidade” e que a Maçonaria tomou tal divisa emprestada à Republica.
Esse hábito que a Maçonaria tem em adotar Símbolos, Emblemas,
Divisas, etc, é muito salutar, no sentido de incutir força moral em seus
ensinamentos.
Desse modo, como exemplo, ela foi buscar e adotou a “Estrela de Cinco
Pontas” e promove, através dela, todo esoterismo cabível e adequado. Esse
Símbolo é muito antigo e muitos Maçons acham que a Maçonaria, por possuí-lo, é
tão antiga quanto ele.
Ledo engano: esquecem que esse Símbolo só apareceu na Maçonaria
na sua Fase Especulativa, de 1717 para cá.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 71

O elemento mitológico “Fênix” e o símbolo esotérico


“Ouroboros”

Brethren, vamos buscar mais alguns ensinamentos, extraídos dos artigos


do Mestre José Castellani:

O “mito”, em geral, é uma narração que descreve e retrata em linguagem


simbólica a origem dos elementos e postulados básicos de uma cultura. É um
fenômeno cultural complexo e que pode ser encarado de vários pontos de vista.
Como os mitos se referem a um tempo e lugar extraordinários, bem como a
deuses e processos sobrenaturais, têm sido considerados com aspectos de
religião. A Maçonaria, entre outros, refere-se com freqüência, a um mito e a um
símbolo, que descreveremos a seguir:

“Fênix” – ave lendária na região da Arábia, era consumida pelo fogo a


cada período de tempo, e a mesma Fênix, nova e jovem, surgia de suas próprias
cinzas. Deste modo, quando sentia próximo o seu fim, ela juntava em seu ninho,
madeira bem seca e palha, que exposto aos raios solares se incendiava e,
juntamente com a ave, ardia em chamas. Confiante e a espera da própria
ressurreição, pois o fogo que a consumia não lograva matá-la, surgia do resíduo
da combustão de seus ossos, uma larva, cujo crescimento ocasionava o
aparecimento, novamente, da própria Fênix. Assim, a Fênix é o símbolo da
imortalidade de nossa alma e da materialidade de nossos corpos. Fixa a
idéia de que o “corpo” se reduz a cinzas, enquanto que a “alma” é eterna.
Há quem vê nesse mito, o caráter cíclico dos acontecimentos, mas
existe um símbolo esotérico, mais apropriado para essa interpretação, que é o que
descrevo a seguir, com o nome de “Ouroboros”:

“Esoterismo”, vocábulo arcaico grego, referia-se aos ensinamentos


reservados, normalmente obras de grandes filósofos, sobre a origem do mundo,
nossa origem e nosso fim, transformando-se em verdadeiros tratados, dados a
pessoas preparadas, ou em preparação, com condições de absorve-los,
conhecidos como “adeptos” ou “iniciados”. É o oposto de “Exoterismo”, que
referia-se ao conhecimento comum, transmitido ao público, em geral.

“Ouroboros” – importantíssimo símbolo esotérico, de origem muito


antiga, representada pela serpente que morde a própria cauda, nos dá a
entender o caráter cíclico de todas as coisas. Significando que, como afirmava
Ir Castellani, “todo começo contém em si o fim e todo fim contém em si o
começo”. É o símbolo do tempo e a continuidade da vida.
Os “ciclos” se completam, e conforme os ocultistas, os retornos
promovem a renovação perpétua. Deste modo, como nos dizia o Ir Varoli Filho “É
possível que tudo o que existe já tenha existido”. O “Eclesiastes” já proclamou
que não há nada de novo sob o sol. Escavações arqueológicas, descobertas de
áreas semelhantes a campos de aviação, mapas antigos como os do almirante
turco Piri Reis, revelando verdades surpreendentes, nos faz crer, que um ciclo
semelhante ao nosso tempo atual, nos precedeu.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM . 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº72

Abater Colunas

Em todos os Templos das Lojas Simbólicas existem, próximas à porta de


entrada, muitas vezes no Átrio, outras vezes pelo lado de dentro do Templo, duas
colunas com as letras “B” e “J”. Na minha opinião, devem estar no lado de dentro,
pois são consideradas como Símbolos Maçônicos.
Entretanto, o termo “abater colunas” não se refere à essas colunas, mas
à outras, que ao meu ver, são muito mais importantes, como veremos a seguir.
As Colunas “B” e “J”, determinam, principalmente, o local que deve ser
ocupado em Loja, respectivamente, pelos Aprendizes e pelos Companheiros. Há
diferenças, dependendo do Rito em que a Loja está trabalhando. Assim, para o
Rito Escocês Antigo e Aceito, a Coluna “B” está à esquerda de quem adentra o
Templo, e a Coluna “J”, à direita. Formam, pois a Coluna dos Aprendizes e a
Coluna dos Companheiros. Considerando, simbolicamente, que ao longo do
Oriente-Ocidente da Loja está a Linha do Equador, temos, então, a Coluna do
Norte e a Coluna do Sul, sempre citadas em nossos rituais.
Além dessas existem ainda, no R.:E.:A.:A.: as Colunas Zodiacais.
Além dessas, existem outras “Colunas”, simbólicas, importantíssimas.
Desse modo, simbolicamente, a Loja está apoiada em três colunas: a Coluna do
Venerável Mestre, ou a “Coluna da Sabedoria”; a Coluna do Primeiro Vigilante ou
a “Coluna da Força”; e a Coluna do Segundo Vigilante ou a “Coluna da Beleza”.
Portanto, abater colunas, é derrubar as colunas que sustentam,
simbolicamente, uma Loja, ou seja, é abater as Colunas da Sabedoria, da
Força, e da Beleza!
“Abater Colunas”, segundo Mestre Nicola Aslan, no seu Dicionário
Enciclopédico: “é quando uma Loja Maçônica não se reúne mais com
regularidade, nem mesmo para renovar os mandatos de sua administração, e por
falta de Obreiros suspende os seus Trabalhos”.
Dizemos, então, que “abateu colunas” ou “adormeceu”. Os
procedimentos exigem, que para uma Loja continuar trabalhando, existam ao
menos sete Obreiros, sendo, pelo menos, três Mestres.
Somente como esclarecimento, deve fique claro que: “estar entre
Colunas” ou “falar entre Colunas” estamos nos referindo à essas últimas colunas
citadas, ou seja, as Colunas da Sabedoria, da Força e da Beleza, e não, estar
entre as Colunas “B” e “J”, ou entre as Colunas Zodiacais.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM . 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 73

Instalação do Venerável Mestre

É uma cerimônia Maçônica, repleta de simbolismo e alegorias, tendo por


finalidade a transmissão do cargo de Venerável Mestre, que é a autoridade
máxima de uma determinada Loja. Ao ocupar o “Trono de Salomão”,
alegoricamente falando, o obreiro deverá ficar revestido de poder e sabedoria e,
durante um ou dois anos, assumirá o veneralato da referida Loja.
Segundo alguns historiadores maçônicos essa cerimônia foi, a princípio,
típica do Rito praticado na Inglaterra, metade do século XVIII, quando ainda
haviam lá duas emergentes Obediências: a dos Modernos e a dos Antigos, que
posteriormente, em 1813, se uniram e formaram a GLUI.
Segundo Albert G. Mackey, a Instalação é mais antiga, surgindo
juntamente com as Constituições de Anderson, em 1723, elaborada por
Desaguliers
Inclusive, em 1827, devido à pequenos desvios que começaram a surgir,
foi criado, pelo Grão Mestre, na Inglaterra, um “Conselho de Mestres Instalados”
com a finalidade de coordenar todas as atividades contidas no Ritual de
Instalação.
Com o passar dos tempos, todos os demais Ritos, como o R.:E.:A.:A.:,
por exemplo, copiaram e adotaram essa prática Maçônica.
O novo Venerável Mestre é “Instalado” pelo Mestre Instalador, que pode
ser um Grão Mestre, ou um ex- Venerável Mestre, e sua comitiva. Em seguida, o
novo Venerável Mestre instala todos os Oficiais de sua Loja que realizarão suas
funções, sob juramento, até que sejam substituídos por outros, instalados da
mesma forma.
Na verdade, esse ato de dar posse de um cargo, dando o direito de
exercer os privilégios inerentes, é bem antiga e já era praticada pelos antigos
romanos, que instalavam seus novos sacerdotes, normalmente pelos Augures
(sacerdotes que prediziam o futuro).
A origem do nome “instalação”, em português, vem da palavra francesa
installer que por sua vez vem do latim medieval Installare (stallum significa
cadeira, e in é estar dentro, adentrar).
Outras associações iniciáticas, também possuem Instalações. Os padres
da Igreja Católica, por exemplo, também são instalados em suas paróquias.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM . 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 74

Erro não! Tentativa de acerto.

Na Maçonaria, os Aprendizes, por alguns meses ficam calados, quietos na sua


Coluna, absorvendo os modos e maneiras de se comportarem em Loja de acordo com o
Rito usado, e isso e é totalmente normal.
Entretanto, com o passar desses meses, esses Aprendizes devem se liberar da
inibição inicial e começar a expressar suas opiniões sobre Peças de Arquitetura, que são
os Trabalhos apresentados por outros Aprendizes. Além do mais, devem apresentar
também suas Peças de Arquitetura, além daquelas exigidas pelo regulamento da Loja.
O que ocorre é que, muitas vezes, com medo de errarem e de serem criticados,
esses Maçons se retraem e geram uma auto castração da criatividade e da iniciativa, na
participação dos trabalhos da Loja. Ficam como passarinhos na muda das penas: quietos
e calados!
Entretanto, existe uma diferença muito grande em “errar” deliberadamente e
“fazer uma tentativa de acerto”. Ninguém gosta de cometer erros ou de fazer trabalhos
inadequados. Entretanto, quando fazemos algo de modo bem intencionado, convicto de
estarmos certo e, assim mesmo, ficar provado que algo era inverídico, isso não deve ficar
caracterizado como um erro, mas como uma tentativa de acerto. Devemos aprender com
as nossas tentativas de acerto. Com as dos outros, também! É por isso que estudamos
História. Para aprendermos, ou deveríamos aprender, o que não deve ser repetido e
como não deve ser repetido.
Se encararmos o “erro” como uma “tentativa de acerto” veremos que, mesmo
ocorrendo fatos ou trabalhos inadequados, nossa auto estima e confiança aumentam,
fazendo com que continuemos trabalhando, tomando decisões, dando opiniões.
Temos que ter em mente que é humanamente impossível “acertarmos” todas as
vezes. Portanto, essas “tentativas de acerto” devem ser como uma aprendizagem. Em
cada “tentativa de acerto” faremos cada vez melhor o que foi proposto. Thomas Edson
falava e fazia exatamente o que está descrito acima
É isso que a vida, em geral, nos tem mostrado. As grandes descobertas não
foram realizadas de uma única vez, mas, passo a passo, aprendendo com falhas
anteriores e, inclusive, falhas dos outros.
Por isso, meus Irmãos Aprendizes, façam Trabalhos, participem, colaborem com
suas idéias e opiniões pois, não trabalhar, não participar e ficar calado é improdutivo e
menos gratificante.
Pessoas que não tentam fazer ou falar algo, com medo de errar, não se
desenvolvem!
Todos os Aprendizes bem intencionados devem parar de pensar que podem estar
cometendo “erros” e, sim, pensar que estão fazendo “tentativas de acerto”.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM . 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 75

Cores na Maçonaria.

O estudo do significado das cores, na Maçonaria, é de vital importância pois


permite facilidades e melhor entendimento no estudo do Simbolismo. Elas figuram
e estão presentes em todos os Ritos e em todos os Graus. É muito importante que
se estude, também, o simbolismo das cores para que possamos entender o seu
significado nos nossos paramentos, painéis e estandartes. Na natureza, o “Arco
Iris” formado pelas gotículas de água refletindo a luz solar tem as seguintes cores
(de dentro para fora): violeta, anil, azul, verde, amarelo, laranja e vermelho.
No Rito Escoces Antigo e Aceito percebemos que há uma estreita ligação
entre suas cores usadas e o que está descrito acima. Assim, nesse Rito, que é
composto de 33 Graus, o mesmo é dividido em cinco secções. Nelas é que
aparecem as definições das cores na Maçonaria, conforme descrito abaixo:

- A “Maçonaria Azul” compreende os Graus Simbólicos, ou seja,


Aprendiz, Companheiro e Mestre.
- A “Maçonaria Verde” que refere-se às Lojas de Perfeição, que
compreende os grau do 4 ao 14.
- A “Maçonaria Vermelha” que refere-se às Lojas Capitulares
(Capítulos Rosa-Cruz), que compreende os grau do 15 ao 18.
- A “Maçonaria Negra” que refere-se às Lojas do Conselho Kadosh,
que compreende os grau do 19 ao 30.
- A “Maçonaria Branca” que que refere-se às Lojas do Consistório e
Supremo Conselho, que compreende os graus do 30 ao 33.
-
De acordo com Mestre Nicola Aslan, em seu Dicionário Enciclopédico,
temos:
- AZUL: é simbolicamente, na Maçonaria, a cor do céu no seu infinito, como
infinita deve ser a tolerãncia condicionada nas atitudes dos Maçons nos tres
primeiros graus – Aprendiz, Companheiro e Mestre.
- VERDE: essa cor simboliza, precisamente, a transição, a passagem da
“pedra cúbica” para a “pedra polida”. Esse polimento é a abertura da mente do
Mestre para novos e surpreendentes conhecimentos.
- VERMELHO: é a cor do elemento fogo. É a cor do sacrificio e do ardor
que deve animar o comportamento dos Rosa-Cruzes.
- PRETA: é a cor do luto e da tristeza que atormentam o Iniciado quando
acredita que o seu desejo de excelsitude, o seu sacrifício e o seu ardor têm sido
vãos.
- BRANCA: é a cor que simboliza a paz e a serenidade do Iniciado que
alcançou a plenitude da Iniciação, quando desenvolveu em si a espiritualidade
pura, livre de toda sentimentalidade.
Infelizmente, é comum se ouvir, mesmo em trabalhos de Mestres, sobre
“Maçonaria Azul” e “Maçonaria Vermelha” informando que a vertente da
Maçonaria oriunda da França, com tendências revolucionárias, é a “Maçonaria
Vermelha” e a vertente mais conservadora, mais comportada, oriunda da
Inglaterra, é a “Maçonaria Azul”. Entretanto, essas afirmativas não encontram
respaldo dos historiadores maçônicos, sérios.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM . 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 76

A Colméia e a Maçonaria.

A Colméia, e consequentemente a ação das abelhas, teve seu


aparecimento anteriormente no Egito, Roma antiga e no mundo Cristão, antes de
fazer parte do Simbolismo da Francomaçonaria.
No antigo Egito, nos esclarece o Mestre Nicola Aslan no seu Dicionário
Enciclopédico, “a Colméia tinha interpretações místicas. Representava as leis da
natureza e princípios divinos. Lembrava que o homem devia construir um lugar
onde pudesse trabalhar, e isto era representado pelo Templo. Dentro desse
Templo todos devemos estar ocupados numa produção cooperativa e mútua”.
No século XVIII a Francomaçonaria adotou a Colméia como um símbolo do
trabalho, ou seja, como símbolo da diligência, assiduidade, esforço, da atividade
constante.A Colméia e suas abelhas simbolizam também a Sabedoria, a
Obediência e o Rejuvescimento.
Desde então, este simbolo maçônico tem aparecido, e antigamente com
mais frequencia, nas ilustrações maçônicas.
Na “Enciclopédia da Francomaçonaria” de Albert G. Mackey, é dito que os
maçons devem “observar as abelhas e aprender como são laboriosas e que
notável trabalho elas produzem, prevalecendo os valores da sabedoria, apesar de
serem frágéis e pequenas”.
Em outras literaturas, temos encontrado também que: “a Colmeia é um
emblema do trabalho assíduo, ensinando-nos um comportamento racional e
inteligente, laborioso e nunca descansarmos enquanto tivermos ao nosso redor
Irmãos necessitados, aos quais podemos ajudar, sem prejuizo para outros”.
E, para finalizar, podemos citar Ralph M. Lewis, na sua interpretação
mística desse Simbolo: “o homem deve modelar suas ações e seu corpo fisico de
modo que possa conter e preservar as riquezas, doçuras e frutos de seu trabalho
e experiências, não para um uso egoísta, mas para ajudar e fortalecer aos outros”.
P.S.: este pequeno trabalho é uma homenagem ao meu apoiador e
incentivador, Irmão Fernando Tulio Colacioppo Sobrinho, idealizador, e
“abelha incansável” da REDE COLMÉIA, que muito tem colaborado para a
Maçonaria do Brasil.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM . 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 77

Lembrando aos Maçons que...

Nada melhor do que os artigos no Consultório Maçônico do Mestre José


Castellani para definir e nos posicionar em relação a certas palavras usadas na
Maçonaria. Temos:
Filosofismo, palavra cuja raiz vem de “filosofia” (estudo geral sobre a
natureza de todas as coisas e suas relações entre si; os valores, o sentido, os
fatos e princípios gerais da existência, bem como a conduta e destino do homem)
é muitas vezes usada designar os Altos Graus de alguns Ritos, principalmente o
REAA. A aplicação está errada, pois filosofismo tem como significado: mania
filosófica ou falsa filosofia.
Venerança, termo muitas vezes usado designar o cargo do Venerável
Mestre de uma Loja está errado, pois apesar supormos ser um neologismo do
linguajar maçônico, o correto é Veneralato, tendo similaridade com as palavras
terminadas em “el”. Coronel – Coronelato. Venerável – Veneralato.
Escocismo, palavra usada para nos referirmos ao REAA. Esse uso está
errado, pois o correto é pegarmos a palavra e acrescentarmos o sufixo “ismo”
(formador de nomes seitas, doutrinas, vícios, etc). Assim : ingles - inglesismo.
Portugues - portuguesismo. Escocês - Escocesismo.
Kadosch, palavra designando a Oficina Litúrgica que trabalha nos graus
19 a 30 do REAA, está com a grafia errada, pois o correto é Kadosh (sagrado,
em hebraico). Igualmente para Conselho Kadosh (e não Conselho de Kadosh).
O Primeiro Conselho do REAA teve sua fundação em Charleston, no
estado da Carolina do Sul, EUA, em 31 de maio de 1801, liderada por Frederic
Dalcho, usando a divisa “Ordo ab Chao” (Ordem no Caos) tirando a Maçonaria da
anarquia em que se encontrava, nos Altos Graus.. Há uma versão histórica de que
esse Primeiro Conselho foi organizado por Frederico II, rei da Prússia, em 1786.
Não há nada de verídico nisso, pois em 1786, Frederico já estava bastante
doente, e velho para a época, vindo a falecer nesse mesmo ano. Além disso, por
que motivo esse fato ficaria oculto na Europa até 1802, quando começou a
aparecer nos EUA.? A verdade é a Europa nunca aceitou esse importante
episódio maçônico ser fruto de um país “selvagem” como os EUA, na época, e
criou mais uma “lenda”.
Elias Ashmole não redigiu os Rituais de Aprendiz, Companheiro e Mestre
Maçom em 1646, 1647 e 1649, respectivamente. Isso é balela do ultrapassado
escritor maçônico Jean-Marie Ragon (1781-1862). A Grande Loja Unida da
Inglaterra não menciona isso. O próprio Ashmole, em seu “Diário” assinala
somente duas passagens maçônicas: uma em 1646 e outra em 1682. Portanto, 36
anos depois. O grau de Mestre, cujo Ritual se diz ter sido feito por Ashmole em
1649, só apareceu cerca de oitenta anos depois! Além disso, Ashmole foi Iniciado
em 16 de outubro de 1646. Como poderia ter escrito o Ritual de Aprendiz, nesse
mesmo ano?
M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto
CIM . 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 78

Sessão Magna

As Sessões de uma Loja, de acordo com o Regulamento Geral da


Federação (RGF) estão regulamentados pelos artigos 108 a 113.
Para melhor elucidação, transcreve-se o art. 108:
“Art. 108. As sessões das Lojas serão ordinárias, magnas ou
extraordinárias.
As magnas se subdividem em: sessões magnas privativas de Maçons
e sessões magnas, sendo admitido a presença de não-maçons (conferencias,
palestras, como exemplo).
Essa última, admitindo a presença de não-maçons, tem uma ritualística
própria que está descrita abaixo, juntamente com alguns esclarecimentos:
Essa sessão é chamada também de Magna Pública. Muitas Lojas
chamam-na de “Sessão Branca” o que é um erro, pois dá a entender que existe
uma “Sessão Negra” o que não é verdade.
Essa Sessão deverá ser aberta sempre no Grau de Aprendiz, estando
presentes os Irmãos do quadro da Loja e Irmãos visitantes de outras Lojas, se for
o caso. A rigor deveria ser aberta ritualisticamente com os membros da Loja e, só
depois disso liberar a entradas dos Irmãos visitantes.
Em seguida, após golpe de malhete, advertir a todos que será feita a
entrada dos visitantes não-maçons e que todos os sinais maçônicos estão
suspensos.
O Mestre de Cerimonias obedecendo os protocolos próprios (espadas,
etc), dá entrada do pessoal, orientará e colocará, como é costume em nossas
Lojas, as mulheres nos assentos do lado direito de quem entra (Coluna da Beleza
– 2º Vigilante) e os homens nos assentos da esquerda (Coluna da Força – 1º
Vigilante).
Após isso, caso exista altas autoridades Maçônicas, elas deverão entrar
e, em seguida entra a Bandeira Nacional, considerada a maior autoridade. Isso
tudo obedecendo os protocolos do Rito praticado.
Após as solenidades, faz-se o inverso, terminando com o encerramento
Ritualístico da Sessão.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM . 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 79

A Europa antes dos Templários

Como muito já se escreveu sobre os Templários, vamos no situar no


tempo, regredindo e relatando alguns séculos antes do aparecimento da referida
Ordem, para melhor entendimento e compreensão.
Costuma-se situar a Alta Idade Média entre os séculos V e XII, mais ou
menos. Esta é uma cronologia tradicional que os historiadores, de modo geral,
adotaram, por ser mais cômoda. No entanto, é preciso lembrar que o termo Idade
Média foi inventado pelos humanistas do Renascimento dos séculos XV e XVI.
Esses humanistas criaram esse conceito para provar que o brilho da cultura
clássica havia mergulhado numa “Idade das Trevas”, renascendo somente a partir
de 1500.
A chamada Idade das Trevas ocupou somente uma parte da Alta Idade
Média e pode-se dizer mesmo que houve uma certa estagnação na produção
cultural e material. Mas, posteriormente, esta estagnação e o ritmo do
desenvolvimento cultural e material foi retomado, superando, rapidamente, os
níveis da produção da Antiguidade Clássica Romana.
Quando o Império Romano começou a sofrer dos males que o levariam
ao fim, no ano de 476, os povos chamados germânicos começaram a penetrar e a
se instalar além das fronteiras do moribundo império. O encontro entre os mundos
bárbaros e romanos produzirá a síntese de um novo sistema social, conhecido
pelo nome de feudalismo.
Entretanto, na Europa Oriental, o Império Bizantino surgiu como
contraponto a essa situação. O desenvolvimento das suas cidades, a força do seu
comércio, o esplendor da corte e o poder de seu imperador formavam um vivo
contraste se comparados com a história européia ocidental deste período.
A Igreja Cristã, tremendamente influente nesse período, a princípio era
uma só. Sua autoridade máxima era representada pelo Papa, em Roma.
Entretanto, os choques de interesses entre a Igreja de Constantinopla, dominada
pelo seu imperador bizantino, e a Igreja de Roma, poderosa e independente,
tenderam a crescer com o passar do tempo.
Essa diferença se situava principalmente nos rituais e dogmas. Os
constantes choques levaram a Igreja Bizantina a não mais reconhecer a
autoridade da Igreja Católica de Roma, a partir do ano de 867. No entanto, os
conflitos continuaram até 1054, com o rompimento definitivo.
Esse episódio ficou conhecido como o Grande Cisma do Oriente. A
partir daí a Igreja de Bizâncio ficou conhecida como Igreja Ortodoxa Grega.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM . 196017
nº 80 - O significado de “Loja” na Idade Média

Conforme explicação no artigo escrito “Irmãos na Idade Média” do Irmão N.B.Spencer,


da Nova Zelandia, 1944, temos que:

“os Maçons da Idade Média, usavam a Loja (ver Pilula Maçônica nº 19) como um
local de trabalho, reservado aos olhares de curiosos. A pedra não trabalhada,
disforme, era trazida das pedreiras e era trabalhada, conformada e colocada no
esquadro, dentro dessa área coberta, chamada de “Loja”. Essa Loja era colocada,
evidentemente, ao longo das grandes construções e podia ter janelas somente em tres
dos seus lados”.

Na antiga Maçonaria Especulativa já era comum serem feitas as perguntas:


- quantas Luzes Fixas há na Loja? “Três” é a resposta.
- Para que são usadas? “Para ser a fonte de luz aos homens e iluminar o seu trabalho”
é a outra resposta.

Desse modo, o Venerável Mestre e os dois Vigilantes, que fazem o trabalho que exige
maior habilidade, devem estar sentados abaixo das janelas no Leste, Sul e Oeste, e os
Aprendizes que fazem trabalhos mais simples, não necessitam da mesma quantidade de
luz, se sentam ao Norte, onde não há janela.
nº 81 - O que é o “Poema Regius”

Como o próprio nome diz, é um poema, muitas vezes chamado de “Manuscrito


Regius” ou “Manuscrito Halliwell”. É considerado o mais antigo documento
manuscrito dos “Antigos Deveres” (Old Charges) da Francomaçonaria.

É datado de aproximadamente 1390 e está escrito em ingles arcaico, sendo, portanto,


difícil de ser lido sem ajuda de especialistas. Está preservado no Museu Britânico para
qual foi presenteado pelo Rei George II.

Sua importância não foi reconhecida até 1840 quando a primeira versão foi imprimida
por J.O Halliwell. A razão de ter sido, por longo tempo, não reconhecido como um
documento Maçônico, foi porque ele estava indexado com o título de “Um Poema de
Deveres Morais”.

O Manuscrito Regius foi recentemente reimprimido por Knoop, Jones e Hamer no


artigo “Os Dois Mais Antigos Manuscritos”. A tradicional história nessa versão,
começa com a estória de Euclides e em adição, instruções Maçônicas que contêm muita
orientação, em geral, comportamental e algumas de cunho religioso.

O Manuscrito Regius contém, também, a lenda do “Quatuor Coronati” versando sobre


os quatro mártires coroados (ver Pílula Maçônica nº 40).

(artigo extraido de livros Neo Zelandeses).


nº 82 - Abraço Fraternal Maçônico

Segundo o grande Mestre Nicola Aslan, no “Dicionário Enciclopédico da Maçonaria,


editora “A Trolha”, o Abraço Fraternal, ou Tríplice Abraço, dos Maçons consiste em
passar o braço direito por cima do ombro esquerdo do Irmão e o braço esquerdo por
baixo do braço direito do mesmo. Estando os dois nessa posição, batem brandamente
com a mão direita as pancadas que constituem a bateria do Aprendiz. Feito isso,
invertem a posição dos braços. Por fim, invertem-se novamente, voltando a primeira
posição, repetindo-se sempre, a formalidade da bateria. Dá-se o abraço toda vez que um
Oficial titular de um cargo retornar ao seu lugar, provisoriamente ocupado por um
substituto.

Além do mencionado acima, o Abraço Fraternal Maçônico é dado também no Ritual da


Iniciação.

O abraço dado sinceramente prova, melhor do que tudo, a verdadeira fraternidade


maçônica.

Seguramente, e já fui questiomado sobre isso, o Abraço Fraternal Maçônico não tem
nada a ver com os "cinco pontos da perfeição". Somente dois movimentos são
semelhantes. Inclusive, no primeiro caso o abraço é dado ao Recipiendário pelo
Venerável Mestre na Iniciação do mesmo. No segundo caso, estamos nos referindo ao
Grau de Mestre. Portanto, se tivessem algum relacionamento, o Triplice Abraço só
poderia ser dado aos Irmãos que tivessem chegado ao terceiro Grau Simbólico, o que
não ocorre.
nº 83 - Reunião em Família

Brethren,

A título de esclarecimento, vamos comentar o que segue abaixo:

1. Existe uma Loja Extraordinaria, conforme Regulamento Geral da Federação


(RGF), denominada "Conselho de Família" que é constituida para conciliação de
seus membros (Art. 108-113 e Art. 223).
2. Existe um outro tipo de Loja denominada "Loja de Familia", que segundo o
Mestre Nicola Aslan em seu "Grande Dicionário Enciclopédico Maçônico" é a
denominação às Sessões destinadas exclusivamente aos assuntos administrativos
e particulares de uma Oficina.
3. Existe um outro evento maçônico, que é colocar uma Sessão Ordinaria "em
família", muito comum no R.E.A.A. A sessão é interrompida para discussão de
um assunto, ou para a apresentação de um Trabalho, ou para Instruções dos
Graus.

Muitas vezes, na apresentação de um Trabalho com projeção de imagens, por exemplo,


os Obreiros deixam suas posições iniciais, inclusive os Oficiais, e se sentam de frente
para a tela.

Nas Instruções, pode-se formar um círculo, de tal modo que, todos os envolvidos na
Instrução, estejam face a face.

Para realizar isso, o Venerável avisa, e ele tem autoridade para isso, que com o bater de
seu malhete e dizendo que a "Loja está em familia", a Ritualistica não será mais
seguida. Para interromper, bate com seu malhete e declara "em Loja meus Irmãos".

No Rito de York também existe algo parecido, quando a sessão é interrompida por
alguns minutos para os Obreiros beberem algo e comerem alguns “salgadinhos”.
Posteriormente, entram em sessão novamente e depois realizam o ágape.
nº 84 - A Grande Loja dos “Antigos” na Inglaterra

Já foi esclarecido anteriormente que, além da Primeira Grande Loja de Londres, houve
outras e a mais importante, a grande rival, foi a dos “Antigos” fundada por um irlandês,
pintor de paredes, de sobrenome Dermott. Sabemos também que em 1813 elas se
uniram, dando origem a Grande Loja Unida Inglaterra.

Na minha opinião, o nome deveria ser “Tradicionalistas” em vez de “Antigos” pois


pretendiam, como veremos abaixo, manter, de maneira extremamente rígida, as antigas
tradições maçônicas e apelidaram, de modo pejorativo, os membros da Primeira Grande
Loja, de 1717, de avançados, modernos.

Os membros das Lojas dos Antigos, até recentemente eram chamados de “separatistas”,
mas investigações tem mostrado que nenhum dos fundadores pertenceu a qualquer uma
das Lojas aderentes a Primeira Grande Loja. Portanto, esse termo “separatistas” parece
não ser aplicado, no caso.

Eles eram, na maioria, Irlandeses residentes em Londres. Isso nos permite pensar e
concluir que tenha ocorrido um racismo, muito comum na época, por parte dos ingleses
formadores da Primeira Grande Loja.

As causas da separação foram enraizadas principalmente na negligência e na débil


administração da Primeira Grande Loja naquele tempo e, principalmente, em certas
mudanças nos costumes e na Ritualística, as quais foram feitas deliberadamente com o
propósito de excluir impostores e oportunistas na Ordem, devido publicação do livro “A
Maçonaria Dissecada” de Samuel Prichard.

Vamos citar abaixo, algumas prováveis mudanças que provavelmente colaboraram na


referida separação:

 A descristianização da Francomaçonaria desde os primórdios, em 1723, quando


foi feito o livro das “Constituições” pelo reverendo Anderson.
 Desleixo referente aos dias de São João Batista e São João Evangelista, como
festivais especiais Maçônicos.
 A mudança dos modos de reconhecimento no Grau de Aprendiz e no Grau de
Companheiro. Esta era, aparentemente, a principal causa ofensiva.
 Abandono de partes esotéricas na Instalação de Mestres.
 Negligências referente ao Catecismo, ligadas a cada Grau.

Felizmente, em 1813, após anos de preparação e acertos, as duas grandes Lojas se


uniram e deram ao mundo maçônico a Grande Loja Unida da Inglaterra, Potência Mor
das Obediências Maçônicas.
nº 85 - Caráter Social na Maçonaria

Neste artigo, vou transmitir para todos aquilo que o Irmão Mestre Albert Gallatin
Mackey afirma na sua “Encyclopédia of Freemasonry – vol 2”:
A Francomaçonaria atrai nossa atenção como uma grande Instituição Social.
Deixando de lado, dentro da Loja, as artificiais distinções de posição e riqueza que são,
contudo, necessárias no mundo para o progresso normal da sociedade profana, os seus
membros reúnem-se em suas Lojas tendo em comum um nível de fraternidade e
igualdade.
Somente as virtudes e os talentos constituem títulos e merecem preeminência, sendo o
grande objetivo de todos o esforço para poder trabalhar melhor e colaborar ao máximo
com todos.
A forte amizade e a afeição fraternal são incultadas ativamente e são assiduamente
cultivadas e, tendo estabelecido este grande vínculo místico, distingue de maneira
peculiar a sociedade alí formada.
E é por isso que Washington declarou que o benevolente propósito da Instituição
Maçônica é de alargar a esfera da felicidade social e de promover a felicidade da raça
humana.

NOTA: Albert Gallatin Mackey, americano, foi um dos maiores historiadores


maçônicos. Grande pesquisador da Ritualística e da Simbologia maçônica. Ele nasceu
em Charleston, Carolina do Sul, em 12 de março de 1807, falecendo em 1881.
PILULA MAÇÔNICA Nº 86

Os Princípios da Maçonaria

Brethren,

Entre os muitos Princípios que orientam nossa sublime Ordem vou destacar
alguns:
A Maçonaria é uma instituição essencialmente filosófica, educativa,
beneficente e progressista. Proclama a prevalência do espírito sobre
a matéria. Pugna pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e social da
humanidade.
É uma Instituição, composta de homens adultos, livres e de bons
costumes, que tem por objetivo tornar feliz a humanidade pelo amor,
pelo aperfeiçoamento dos costumes, pela tolerância, pela igualdade,
pela liberdade e pelo respeito à autoridade e crença de cada um.
A Maçonaria não promete nada aos Iniciados. Somente lhes fornece
as ferramentas, e os ensina como desbastar a “Pedra Bruta”. Por
incrível que pareça, este é um dos segredos Maçônicos que os
profanos, intensamente, procuram desvendar.
A Maçonaria prima pela Liberdade. Na Maçonaria, o Maçom livre,
deve submeter suas paixões e sua vontade à princípios mais
elevados, como os da fraternidade, do amor ao próximo, da
caridade, de extrema necessidade hoje em dia, da tolerância
religiosa, motivo de tantas discórdias e guerras, como exemplos.
Trilhando esse caminho, ele estará se tornando, cada vez mais, de
"bons costumes". Vemos, pois, que "bons costumes" não é um mero
comportamento, uma moral de conduta, mas sim um universo de
práticas, que devem ser seguidas e que conduzem o ser humano a
uma vida mais perfeita e aproveitável.
A Maçonaria prima pela Tolerância. É o princípio da tolerância que
permite que homens de partidos políticos, religiões, crenças, raças e
pensamentos diferentes, vivam em harmonia e fraternidade. Porém,
como citou o Ir Theobaldo Varoli Filho: "não se entendam por
tolerância maçônica os afrouxos licenciosos dos deveres ou a
passividade exagerada na prática do perdão. Por tolerância deve
entender-se, antes de tudo, que o comportamento do Maçom deve
ser de respeito a todas as manifestações de consciência e que, em
Loja, o Obreiro da Paz deve conservar-se equidistante de qualquer
credo".
Proclama que os homens são livres e iguais em direitos. Afirma que
o sectarismo político, religioso ou racial é incompatível com a
universalidade do espírito maçônico.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM: 196017
nº 87 - A Importância do Maçom Aceito

Como já visto em artigo anterior (vide Pílula Maçônica nº 66), o termo “Aceito”
aparece muitas vezes nos documentos atuais da Maçonaria Simbólica e, obviamente, é
de total interesse dos Maçons.

Lá é mencionado, também, entre outras coisas, que os membros da “Companhia de


Maçons de Londres” e da antiga “Companhia da Cidade” foram “aceitos na Ordem” e
considerados e mantidos como Maçons nas Lojas. Após essa “Aceitação”, homens se
tornavam Maçons, conforme anotações na seção de procedimentos das citadas
companhias. O primeiro deles, parece ter sido John Boswell (Lord Auchinleck), em
Edimburgo, Escócia. Robert Murray (1641) e Elias Ashmole, por exemplo, também
foram “Aceitos”.

O Maçom Aceito do século XVII na Inglaterra, era essencialmente diferente de um


membro operativo, e talvez até, mais importante. Nessas companhias de Maçons deveria
ter, nessa época, maçons operativos, juntamente com os “aceitos”, que eram homens
que nunca haviam tocado numa ferramenta de trabalho em toda sua vida. Eram
aristocratas, cavalheiros, que foram admitidos devido seu patrimônio ou pela gentileza
dos demais sócios. Mas, o Maçom Aceito era, originalmente, tanto em caráter, como
para todos os propósitos práticos, um Maçom como qualquer outro.

Mestre Raimundo Rodrigues relata em “Cartilha do Mestre” – Editora Maçônica “A


TROLHA” Ltda:

“os rosacrucianos, ao lado de nobres, religiosos, hermetistas, intelectuais, alquimistas,


ingressando nas lojas da Escócia e Inglaterra, proporcionaram mudanças tais que
fizeram com que a nova Maçonaria adquirisse normas e formas completamente
diferentes de tudo aquilo que formava a Maçonaria Operativa, até pelos idos do século
XVI.....aliás, a maçonaria adotou normas, princípios filosóficos não só dos
rosacrucianos, mas de uma série de organizações, algumas mais antigas, como
Steinmetzen, dos alemães, Guildas, Compagnonage, Templários, Essênios, etc. Sabe-se
com absoluta certeza que a Ordem Maçônica formou todo seu arcabouço doutrinário
por meio da adoção de todos aqueles sadios princípios abraçados por Instituições
sérias, de grande conteúdo moral e ético.”

Existem documentos e relatos que comprovam que, após a “Reforma Religiosa”, houve
uma escassez de obras, provocando a decadência dos Operativos.

Com a entrada dos “Aceitos”, em crescente número de príncipes, lordes e homens de


cultura, houve uma forte modificação nos hábitos e na maneira de agir dos Operativos.

Surgindo, em seguida, a Maçonaria Especulativa.


PILULA MAÇÔNICA Nº 88

O Avental

Na Maçonaria o Avental é o símbolo do trabalho. Todos nós


sabemos que sem estar vestindo o avental é proibido entrar em Loja
Simbólica.
Na Maçonaria Operativa o Avental era de couro, sendo usado
naquela época, pelos canteiros e talhadores de pedra das corporações de
oficio medievais para proteção do corpo contra estilhaços de pedra. Cobria
o peito, abdome e parte dos membros inferiores.
O Avental Maçônico entrou para a Maçonaria Especulativa como um
legado da Maçonaria Operativa. Apesar de que, por ser a Maçonaria uma
Instituição Iniciática, os simbolistas, principalmente os franceses, ligaram o
Avental às sociedades iniciáticas do passado, nas quais o avental também
era tido como um símbolo. Ligado a isso, o Avental tornou-se, ao mesmo
tempo, o símbolo do trabalho constante e da pureza de suas intenções.
É um dos símbolos mais importantes da Maçonaria e é a primeira
insígnia que o Aprendiz recebe quando é Iniciado. Ele é totalmente branco
e essa cor alude à pureza, à candura e a inocência que deve possuir
aquele a quem orna.
Como sempre afirmamos, a imaginação dos Maçons é extremamente
fértil e o que criaram, ou melhor, inventaram sobre as interpretações do
Avental, daria (e deu) para escrever diversos livros.
Para finalizar, conciliando os pensamentos de diversos escritores
autênticos, como Theobaldo Varolli Filho, Nicola Aslan e José Castellani,
sobre isso, temos:
“são ridículas e desprezíveis as interpretações em torno dos
Aventais, feitas por Maçons apegados a fantasias e invencionices.
Diversas bobagens se infiltraram lamentavelmente na Maçonaria,
mas devem ser de todo repelidas pelos Maçons autênticos. Manifestações
sectárias são desrespeitosas à consciência de Irmãos de outras crenças.”

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM: 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 89

A Paciência no desbaste da Pedra Bruta.

Esta Pílula é um “repeteco” do meu primeiro trabalho quando era


Aprendiz, feito muitos anos atrás. É um trabalho curto e simples sobre a
Paciência no desbaste da Pedra Bruta. Esta Pílula é dirigida, principalmente aos
Aprendizes que estão se iniciando na realização espiritual e na condução ao
aperfeiçoamento. Esse início é o despertar da consciência adormecida, da mente,
das emoções e aprimoramento dos atos. É o amanhecer da consciência interior,
que esteve até agora, adormecida ou inativa.
Devemos nos descobrir e caminhar da direção da “Luz” sem
preconceitos, ilusões, vaidades e com a mente clara e imparcial e, sobretudo,
paciente pois há em cada ser humano uma ilimitada possibilidade de bem, de
força e capacidade de desenvolver e manifestar as mais elevadas qualidades
humanas. A Paciência, é o elemento fundamental para nossa jornada na busca
da evolução. Esta evolução é uma meta que somente será atingida com
perseverança, constância, sinceridade de propósitos e, muita, muita paciência.
Devemos, pois, Irmãos Aprendizes, desbastar a Pedra Bruta, que é a
atual situação das nossas almas profanas para sermos instruídos nos mistérios da
Ordem da Arte Real. Ela deve ser trabalhada com cuidado, com carinho e
habilidade com o malho e o cinzel, para que chegue apresentar a forma de um
paralelogramo. E este trabalho exige a virtude da paciência que por sua vez, está
subordinada à fortaleza da alma, a retidão do caráter e ao controle dos vícios.
Esta paciência, consiste também, na capacidade constante de encarar as
adversidades, tolerando seus amargores.. É a resignação de um lado, e
perseverança tranquila, do outro.
A paciência é, sem dúvida, uma forma de persistência. É uma qualidade
que, de modo geral, não associamos à vontade, mas é parte de uma vontade
plenamente desenvolvida em nossa mente e em nossa alma, refletindo seus raios
pelo nosso corpo. A paciência, o tempo e a perseverança, com seus valores
extremados, nos habilitam a realizar muitas coisas. Essa ideia, Irmãos, é
semelhante aquela já dita por alguns filósofos, aos quais a visão hermética lhes
possibilitava tais coisas: “ O trabalho da Pedra Bruta é um trabalho de paciência,
tendo em vista a duração do tempo, do labor e o capricho necessário para levá-la
ao formato de um paralelogramo perfeito”.
Muitos abandonam este trabalho por cansaço e outros, desejando
consegui-lo precipitadamente, nunca tiveram êxito. Na verdade, como está
explícito nas linhas acima, é um trabalho árduo e paciente e este é um dos
objetivos mais importantes da nossa Ordem Maçônica, e, muito provavelmente, o
principal. Os impacientes não conseguem realizar este trabalho. E, finalizando,
fica no ar uma frase para pensarmos e refletirmos:
“A Paciência não é como uma flor que pode ser colhida. É como
uma montanha, que passo a passo, deve ser escalada”.
M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto
CIM : 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 90

Circulação em Loja

Referente à circulação em Loja, no R.E.A.A., praticada pelo Hospitaleiro


(Tronco de Beneficência) e pelo Mestre de Cerimônias (Saco de Propostas e
Informações) vamos esclarecer alguma coisa, com o texto que segue abaixo,
baseado nos diversos artigos do Mestre José Castellani:
Primeiramente deve ser dito e elucidado que as “Três Luzes da Loja”,
como já dito, são o Venerável Mestre, o Primeiro Vigilante e o Segundo
Vigilante. Eles são também as “Dignidades” da Loja. O Orador e o Secretário
são as outras “Dignidades” e os demais membros da Administração são os
“Oficiais”.
Igualmente deve ser dito que o Cobridor (interno e externo) pela
importância da função, pois segundo a antiga tradição, cuida da segurança da
Loja, esse cargo normalmente era ocupado pelo Past Máster mais antigo,
devido a experiência adquirida.
Assim, levando em consideração o escrito acima, a circulação formal
começa no Venerável Mestre, seguindo em direção ao Primeiro Vigilante e ao
Segundo Vigilante.
Volta ao Oriente, com o Orador, o Secretário e posteriormente, com o
Cobridor. Em seguida, todos os Mestres com assento no Oriente. Continuando,
os Mestres no Ocidente, com assento na Coluna do Sul seguido dos Mestres
com assento na Coluna do Norte. Depois os Companheiros e finalmente os
Aprendizes.
Caso o Grão Mestre, ou seu Adjunto, estarem presentes em Loja, após o
Venerável, o segundo contato, na circulação, é com eles.
Como foi dito, essa é a circulação formal nesse Rito, e foi baseada na
tradição.
Devido ao fato de, aparentemente, os três primeiros contatos formarem
um triangulo com o ápice para cima e os outros três contatos formarem um
triangulo com o ápice para baixo, formando, de modo um tanto quanto forçado,
uma Estrela Hexagonal, as “corrente místicas” sugerem ser este o motivo dos
seis primeiros movimentos da circulação em Loja.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM: 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 91

O Formato do Templo

A forma do Templo Maçônico (extraído e adaptado em tradução livre da


“Enciclopédia” – Albert G. Mackey) é dito ser um paralelogramo – tendo seu maior
comprimento na direção Leste-Oeste – sua largura do Norte para o Sul.
Um quadrado, um círculo, um triangulo ou qualquer outra forma que não
seja um paralelogramo, é maçonicamente incorreto, pois esse formato deve ser a
expressão da idéia maçônica que foi intencionadamente convencionada.
Na era Salomônica – que foi a época da construção do primeiro Templo
de Jerusalém – o “mundo”, e isto deve ser lembrado, era suposto ter a forma
oblonga, a qual foi então simbolizada.
Se, por exemplo, no mapa-mundi atual nós traçarmos uma figura oblonga,
com as linhas que a formam, circunscrevendo e incluindo aquela porção que era
conhecida e habitada nos dias de Salomão, veremos que essas linhas englobam,
o parte da Ásia (Asia Menor) e , indo para oeste, o início do Mar Mediterrâneo. No
Norte, abrange a Europa e no Sul, a parte superior da África.
Os Pilares de Hércules, a oeste, um de cada lado no Estreito de Gilbraltar,
podem apropriadamente, serem referenciados aos dois Pilares, “B” e “J” que
existem nos Templos Maçônicos.
Esse paralelogramo formado tem, aproximadamente, um comprimento
três vezes maior que a largura, regra que deve ser mantida, sempre que possível,
na construção de um Templo Maçônico.
Desse modo, repetindo, o Templo Maçônico é simbolicamente a
representação do Mundo. Como, numa maneira usual de falar, o Mundo é
sinônimo do Universo, o Templo se torna uma representação do Universo, nas
suas três dimensões.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM: 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 92

William Preston

Brethren,

Vamos descrever abaixo parte da vida maçônica do grande Maçom


William Preston, descrita por outro grande escritor Maçom Alec Mellor, da França.
É interessante para nosso conhecimento, pontos de vista de escritores não
ingleses, como neste caso.
Nascido em Edimburgo em 1742, William Preston foi a Londres em 1760
e foi iniciado em 1763. A sua carreira maçônica foi fecunda e brilhante. Após
vários veneralatos, foi colocado na cadeira do rei Salomão pela Loja Antiquity nº 1
(atualmente nº 2), que trabalhava sem carta, já que era “de tempos imemoriais”
(situação que persiste até hoje).
No dia de São João de 1777, uma delegação dessa Loja, precedida por
Preston, foi à Igreja Saint-Dunstan para nela assistir ao ofício, com os Irmãos com
os seus aventais, condecorações e luvas, a igreja encontrando-se a pouca
distancia e a delegação só tendo uma rua para atravessar. Depois voltou à Loja.
O incidente fez com que a Grande Loja condenasse Preston, em virtude
da proibição tradicional às Lojas de se mostrarem assim publicamente sem a sua
autorização. Preston invocou a titulo de privilégio o fato de que a sua Loja
trabalhava “desde tempos imemoriais”, opinião juridicamente insustentável, pois
ela colocava a Loja na condição de Obediência autônoma.
Preston foi expulso da Maçonaria.
Seguiu-se um cisma, a Loja Antiquity nº 1 separando-se da Grande Loja e
constituindo-se em um outro corpo, com o nome de Grand Lodge of England
South of the River Trent (Grande Loja da Inglaterra do sul do Rio Trent) – ver
Pílula Maçônica nº 56.
Em 1787, depois dos cismáticos terem dado as satisfações exigidas pela
Grande Loja, esta reintegrou-os.
O nome de William Preston permanece ligado aos seus “Illustrations of
Freemasonry” (Esclarecimentos sobre a Franco-Maçonaria), cuja primeira edição
é de 1772. A obra teve dezessete edições, das quais doze durante a vida do autor,
que morreu em 1818. Foi enterrado na catedral de São Paulo em Londres.
Os “Illustrations of Freemasonry” constituem uma coletânea de
conferências eruditas e de alto valor literário para uso nas Lojas.
A Grande Loja da Inglaterra deve ainda a William Preston a fundação das
famosas “Prestonian lectures”, que, não obstante algumas interrupções,
permanecem atuais até hoje, conferências em geral notáveis sobre assuntos de
interesse maçônico.
A coletânea é publicada pela Loja Quatuor Coronati nº 2076 de Londres.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM: 196017
nº 93 - A Ordem Maçônica

O termo “ORDEM”, nas línguas de origem latina, como o francês e o português, define-
se como sendo a designação da Franco-maçonaria Universal. O termo inglês equivalente
é “CRAFT”, com o significado mais de corporação, de ofício, no sentido das Guildas
(A História Resumida da Franco-maçonaria de Louis Lartigue).

As expressões “Ordem dos franco-maçons” e “Ordem Maçônica” remontam à própria


introdução da Arte Real na França, e sublinham o caráter aristocrático que ela logo
assumiu. Teria desagradado aos grandes senhores da Corte de Luiz XV traduzir Craft
por “corporação”, expressão honorável, porém plebeia, enquanto que o termo Ordem
poderia referir-se tanto a Ordem Real, ou as Ordens Religiosas, etc.

Observe-se, a titulo de curiosidade, que foi nessa época que se instituiu nas Lojas
Francesas o costume do porte da espada, privilégio nobre, e por esta razão muito
utilizado na Loja pelos plebeus (Alec Mellor).

Esse mesmo termo (colocar-se na ordem), porém escrito com “o” minúsculo é usado
na Maçonaria, com o significado de efetuar o sinal simbólico do grau no qual trabalha a
Loja.

Existem ligeiras diferenças entre os diversos sinais de Rito para Rito, inclusive, nos
sinais de ordem.

Ritualmente, o sinal de ordem só deve ser dado em duas condições:

 em Loja
 no telhamento
PILULA MAÇÔNICA Nº 94

As mini colunas

O que será descrito nesta Pílula não é comum a todos os Ritos, mas
somente no Rito de York (Ritual Emulation).
Nesse Rito, em Loja, são mantidas sobre o Altar do Venerável Mestre e
nas mesas (lembrar que Altar só existe um) dos Vigilantes umas miniaturas de
colunas (colunetas), com altura variando de 20 a 40cm.
No Altar do Venerável Mestre, uma com as características de uma coluna
Jônica, lembrando os atributos de Sabedoria.
Na mesa do Primeiro Vigilante, uma outra com as características de uma
coluna Dórica lembrando os atributos da força.
E, na mesa do Segundo Vigilante, uma outra coluna com as
características de uma coluna Coríntia, lembrando os atributos da Beleza.
Elas ficam em pé ou abaixadas, nas mesas dos Vigilantes de acordo com
o andamento da Sessão. Assim, com a Sessão em desenvolvimento, a coluna do
Primeiro Vigilante permanece em pé e do Segundo Vigilante, deitada; quando a
Sessão é suspensa, invertem-se as posições.
Deve-se esclarecer que no Rito Escocês Antigo e Aceito, que é o mais
praticado aqui no Brasil, essa prática é inexistente!
Como muitas vezes os templos são comunizados para a prática de Ritos,
tanto de York como do Escoces Antigo e Aceito, ou outros, elas permanecem nas
mesas simplesmente como elementos decorativos.

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M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto
CIM: 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 95

O Olho Que Tudo Vê

O “Olho de Deus”, também conhecido como o “Olho Que Tudo Vê” é um


Símbolo mostrando um olho circundado por raios de luz e, normalmente, no centro
de um triângulo eqüilátero.
Ele é comumente interpretado, na Maçonaria, como “Olho do Grande
Arquiteto do Universo” mantendo uma vigilância sobre o comportamento da raça
humana e, principalmente, dos Maçons.
Sua origem pode ser encontrada na antiga Mitologia Egípcia juntamente
com o “Olho de Orus”. Este último, para os Egípcios, era o Símbolo do Poder e
Proteção.
Na Maçonaria serve para lembrar a todos os maçons que o Grande
Arquiteto do Universo sempre observa seus feitos e ações. Muitas vezes aparece
dentro de um triangulo, o que é, talvez, uma referencia para a preferência
Maçônica para o número “três” na numerologia. Algumas vezes, mas de raro
modo, a letra “G”, representando o Grande Arquiteto, substitui o olho.
Na literatura maçônica a primeira referencia parece ter sido feita por
Thomas Smith Webb no “The Freemasons Monitor” onde cita algo semelhante a
“pensamentos, palavras e ações, podem ser escondidos dos olhos do
Homem, mas ao Olho que Tudo Vê nada pode ser escondido, pois penetra
no fundo do coração do ser Humano, premiando ou punido conforme seus
méritos”.
Posteriormente, ficou bem conhecido quando apareceu como parte do
simbolismo, no verso do Grande Selo dos Estados Unidos da América,
acompanhado das palavras “annuit coeptis” (favorável aos nossos
empreendimentos). Ele está posicionado em cima de uma pirâmide truncada
A anti-maçonaria, sempre alerta, alega que a origem do Grande Selo
tenha sido na Maçonaria, idealizado por projetistas maçons. Hoje sabe-se que isso
é uma tremenda bobagem, pois nenhum deles era Maçom.
Aparentemente, os comentários se acentuaram quando um professor da
Harvard, Elliot Norton, em 1884, disse o verso da nota de “um dólar” lembrava,
pela aparência, um emblema da fraternidade maçônica.
Na verdade, apesar da Maçonaria ter adotado esse Símbolo, o mesmo
não é exclusivo da mesma. Ele aparece com freqüência na arte Cristã, nas
Antigas Seitas, e foi muito usado durante o comportamento “deísta” no
Renascimento.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM: 196017

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PÍLULA MAÇÔNICA Nº 95

Michelângelo Buonarotti

Caso único entre os artistas, Michelângelo é comumente tido como uma espécie
de super homem. Quando a morte o alcançou, com a idade de 89 anos, ainda estava
criando obras de arte. Suas pinturas e esculturas de figuras de homens e mulheres são
quase sobre humanos em beleza, força e energia. Foi uma criação da Renascença,
sendo arquiteto, poeta, pintor e escultor de suprema relevância. Não foi o único; diversos
artistas de renome apareceram nesse período, mas sem dúvida foi o maior artista entre
todos eles.
O “mundo” de Michelângelo foi bem pequeno, restringindo-se as cidades de
Florença e de Roma, distantes 233 Km entre si. Percebe-se, pois, que os efeitos
enriquecedores de viagens ao redor do mundo não foram o motivo de sua incrível
genialidade.
Michelângelo Buonarotti nasceu em 06 de março de 1475, na cidade de
Caprese, próximo à Florença e era filho de Lodovico di Leonardo di Buonarotti
Simoni, que nessa cidade estava trabalhando quando do seu nascimento. Foi criado por
uma governanta, cujo marido era mineiro e deve ter lhe passado as técnicas de, com um
malho e cinzel, esculpir em pedra.
Em 1488, com treze anos de idade, foi aluno de um dos principais pintores da
época – Guirlandaio, com técnica especializada em pintar e decorar paredes e tetos, em
afresco. Depois de um ano e meio com Guirlandaio, foi notado por Lorenzo de Médici
“O Magnífico”, o qual foi imediatamente surpreendido pela habilidade de Michelângelo
em esculpir e levou-o ao seu palácio, que era o centro cultural de Florença. Lá, encontrou
Bertoldo di Giovanni, sexagenário que havia sido aluno de Donatello, considerado o
maior escultor do século XV.
Quando Lorenzo “O Magnífico”, morreu em 1492, Michelângelo voltou para a
casa de seu pai, iniciando nessa época seus estudos sobre anatomia, através de
dissecação de cadáveres. Deste modo, artistas como Leonardo da Vinci e
Michelângelo, da Alta Renascença, podiam revelar, em suas obras, a musculatura por
baixo das roupas porque haviam estudado os músculos debaixo da pele.
Em 1496, em contato com o Cardeal Riário, e devido seu talento, foi convidado a
ir a Roma. O primeiro trabalho conhecido de Michelângelo foi o “Baco”, para um vizinho
do Cardeal. Essa obra, de grande beleza e naturalidade, mostra de forma adequada a
embriaguez do deus do vinho, Baco, que com as pernas semi dobradas, parece que está
prestes a cair.
Em seguida fez um trabalho mais ambicioso, a “Pietá”, uma representação da
tristeza da Virgem Maria, segurando Jesus crucificado, em seus braços. Peça esculpida
com riquezas de detalhes e perfeições jamais vistas em outras obras de igual
envergadura.
Michelângelo voltou para Florença em 1501 e encontra um bloco de mármore de
5,4m de altura, num quintal próximo da Catedral de Florença e seus serviços são
encomendados para trabalhar o bloco, e a estátua, conforme combinado, deveria ser de
Davi, o herói bíblico, em confronto com o gigante filisteu – Golias. A maravilha produzida
mostra a imagem do jovem Davi, carregando no ombro a funda com a qual derrotará o
filisteu Golias.
Em 1505 foi convocado pelo Papa Júlio II, para pintar a Capela Sistina e, em
1520, prepara a Capela dos Médici.

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No final da Renascença, as cidades italianas tiveram as maiores realizações
culturais e Florença era uma das mais poderosas cidades italianas, próspera no comércio
de tecidos e sedas, tornando-se um centro financeiro internacional. Produziu a maioria
das grandes figuras do início do Renascimento, começando com Cimabue e Giotto,
terminando com Leonardo da Vinci, Michelângelo e Rafael, entre outros.
Florença era normalmente uma república, mas durante quase todo o século XV foi
controlada por uma única família – os Médici. Suas principais propriedades eram um
banco com filiais ou agências por quase toda Europa, e a habilidade política, tradição
familiar. O banco trouxe enorme poder e prestígio, a habilidade política os induzia a evitar
danos à vaidade florentina, controlando a cidade por detrás dos bastidores. O real
fundador da dinastia, Cósimo de Médici, usou o poder por mais de trinta anos. Ele foi
grande apreciador das artes, embora suplantado por seu neto Lorenzo “O Magnífico”.
Lorenzo foi, quando Michelângelo era adolescente, seu protetor e estimulador na
arte de esculpir, levando-o a frequentar a escola por ele patrocinada, no palácio. Apesar
de Lorenzo ter morrido em 1492, e Florença pensar estar livre da influência dos Médici,
em 1494, após conflitos com a França, trouxeram o poder dos Médici de volta, mais
acentuadamente em 1512, como veremos adiante.
Depois de 1505, já famoso por algumas de suas obras, Michelângelo foi trabalhar
para o Papa Júlio II, em Roma. Esse personagem era, além de Papa, um notável
guerreiro, tornando-se um governante poderoso, tanto leiga como espiritualmente. Apesar
de ambos estarem sempre em atrito, Michelângelo pintou a Capela Sistina, tornando-se
mais conhecido e mais famoso ainda.
Em 1513, o Papa Júlio II morre, no auge de seu poder. Como dissemos, os Médici
se reinstalaram no poder e o Cardeal Giovanni de Médici, o segundo filho de Lorenzo “O
Magnífico”, em 1514, foi inesperadamente levado ao trono papal como Papa Leão X, e os
Médici viram-se no poder tanto em Florença, como agora em Roma, os “dois mundos” de
Michelângelo.
Em 1520, o Papa Leão X, para celebrar a volta da família Médici ao poder, estava
ansioso para erguer uma maravilhosa fachada na Igreja Médici de São Lorenzo, Florença.
Entretanto, não houve entendimentos entre o Papa Leão X e Michelângelo, e nada foi
feito.
Ainda assim, ele de maneira nenhuma havia caido em desgraça com os Médici.
Depois de certo tempo, envolveu-se em um novo projeto para a igreja de São Lorenzo. Na
verdade eram diversos trabalhos e consistiam em projetar a Capela dos Médici. Além
disso, deveria esculpir quatro túmulos para os Médici, e criar uma enorme biblioteca para
a Igreja. Um dos túmulos seria destinado ao mais importante homem da geração anterior:
Lorenzo de Médici “O Magnífico”, primeiro protetor de Michelângelo. O outro túmulo seria
do Irmão de Lorenzo, Giuliano de Médici, que havia sido assassinado já a muito tempo,
quando Michelângelo tinha três anos.
Na velhice de Michelângelo, a Arquitetura tomou lugar da Escultura, permitindo-
lhe continuar a moldar rochas sem o duro esforço de esculpir, projetando diversas Praças.
E assim, na idade de 89 anos, morre um artista cuja magnitude jamais será
suplantada.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM : 196017

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PÍLULA MAÇONICA Nº 97

Elo de Ligação

Tempos atrás, o Irmão Ronaldo Teixeira Pinto, da Loja Jacques de


Molay, levantou um assunto interessante: qual o elo de ligação entre a
Maçonaria Operativa e a Maçonaria Especulativa?
Aparentemente, a resposta é: a necessidade de sobrevivência da
Ordem. Mas para sobreviver, é necessário que haja crescimento. Esse
crescimento foi gerado pelo “Interesse”.
Vou tecer algumas considerações, expostas abaixo, para no final
esclarecer o que vem a ser esse “interesse”.
A Francomaçonaria possuiu dois ramos principais, bem distintos quando
à origem e ao comportamento. O ramo Inglês e o Francês. A
Francomaçonaria Brasileira, e as demais da América do Sul, são de
origem francesa. Na Austrália, EUA e Nova Zelandia a origem é inglesa.
Na Inglaterra, a idéia de uma sociedade obreira declinava pouco a
pouco, e reencontrou força e vigor graças ao acrescentamento de
elementos novos, encontrados, antes de tudo na burguesia e nas
profissões liberais e, posteriormente na nobreza e realeza. Aos
primeiros, essa nova organização, oriunda de uma guilda quase
moribunda de ofícios, estendia seus fins e sua influência, dando-lhes um
novo aval entre os homens de condição social mais elevada.
Na França, diferentemente do exposto acima, o povo começava a
despertar para idéias novas (muitas emprestadas da Inglaterra) e
preparava sua Revolução, enquanto a Inglaterra já fizera a sua e
decapitara seus reis. Submetera a Igreja ao Estado, e aspirava repouso.
Desse modo, enquanto a Lojas Inglesas reuniam, de maneira geral,
pessoas extremamente respeitáveis, ponderadas, cultivando
cuidadosamente, com submissão, as leis do reino e as leis da natureza,
as Lojas Francesas abrigavam, sob a Lei do Silencio, tudo quanto o
reino podia conter de hermetistas, alquimistas, “filósofos” e “iluminados”.
Desse modo, a Loja tornou-se a veste que lhes permitiu passar
despercebida – e, em seguida, ficar ao abrigo das perseguições do
poder real e do poder religioso – uma sociedade frívola que dança
inconscientemente seus últimos minuetos, quando a casa, já rachada,
começou a desmoronar. (Marius Lebage).

Aparentemente, o “elo’ de ligação entre a Maçonaria Operativa e Especulativa,


denomina-se ’interesse” no sentido mais amplo a palavra.

Na Inglaterra: INTERESSE em contatar, e se misturar com pessoas da alta


sociedade e se sentir no mesmo nível, característica da Maçonaria mundial.

Na França: INTERESSE em se ter base camuflada para contestar a Igreja e o


governo, e ter local para expressar livremente seus pensamentos.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto CIM : 196017


PILULA MAÇÔNICA Nº 98

A Instalação – Mestre Instalado

Nas Lojas Simbólicas de diversos Ritos é comum, principalmente no


R.E.A.A, o Primeiro Vigilante ser o substituto imediato do Venerável Mestre, como
dirigente administrativo da Loja. Muitas Lojas possuem Regimento Interno, no qual
esse item se torna obrigatório.
No caso de uma substituição, na ausência do Venerável Mestre em Loja, o
Primeiro Vigilante pode tomar as medidas necessárias ao bom andamento da
mesma, só não podendo Iniciar, Elevar ou Exaltar novos Obreiros.
Ou seja, ele não pode proceder à sagração. Este termo, sagração, de
acordo com Mestre Castellani – “é conferir a dignidade do grau, dos novos
Aprendizes, Companheiros e Mestres”. Esse ato é privativo do Mestre
Instalado!
A Instalação é simplesmente a tomada de posse do cargo de Venerável
Mestre de uma determinada Loja (ver também Pilula Maçônica nº73). Essa
tomada de posse pode, ou não, ser acompanhada de Cerimonial de Instalação.
Essa cerimônia é típica do „Emulation Ritual”, da Inglaterra, e foi adotada em
outros Ritos como o Escocês, o Adoniramita, o Moderno e outros, no mundo todo.
Sobre esse assunto, Mestre Castellani publicou, em 1994, “O Mestre
Instalado” na revista a “A TROLHA” nº 94, pag 34, que deixa claro esse assunto,
conforme o que segue abaixo:
“a Cerimônia de Instalação de Veneráveis Mestres, com uma ritualística
específica, é própria do Ritual de Emulação, sendo inexistente, inicialmente, nos
demais Ritos, embora acabasse sendo, posteriormente imitada. Em nosso país,
primeiro em 1928 – no âmbito das Grandes Lojas brasileiras, oriundas da
dissidência de 1927 – e, posteriormente no Grande Oriente do Brasil (GOB).
Neste, essa cerimônia surgiu com a impressão de um Ritual de Instalação, em
1967, na gestão do Grão Mestre Álvaro Palmeira. Esse Ritual seria herdado pelos
Grandes Orientes Autônomos, surgidos da dissidência de 1973, no Grande
Oriente do Brasil.”
Hoje, essa cerimônia é adotada no mundo maçônico e, ser “Mestre
Instalado”, deve ser o principal sonho de todo e qualquer Mestre.
Talvez seja, ao meu ver, mais importante que a obtenção dos Altos Graus,
pois este último é uma conquista, dependendo muito do passar do tempo e de
vários fatores. Ser Mestre Instalado é uma realização que depende muito de seu
esforço, liderança, comprometimento e aceitação dos Obreiros de sua Loja!

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM : 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 99

Quem foi Leo Taxil ?

Qual era a ligação de Leo taxil com a Maçonaria, na Europa?


Gabriel Jogang Pagés, francês nascido em 1854, com o pseudônimo
de Leo Taxil, foi educado por Jesuítas e mais tarde se juntou a Maçonaria.
Posteriormente, ele pediu demissão e retornou para a fé católica. Começou a
escrever contra a Maçonaria dizendo que a mesma praticava cultos
satânicos, acentuando a discordância entre esta última e o Clero.
De 1885 a 1897 ele publicou muitos livros anti-maçônicos e durante esse
período perpetrou uma fraude enorme sobre a Igreja Católica Romana, que na
época não se apercebeu de suas intenções. Essas suas atividades anti-
maçônicas, eram altamente rentáveis para ele, financeiramente.
Além de seus livros anti-maçônicos, conseguiu ser recebido em audiência
solene pelo Papa Leão XIII. Qualquer sugestão de ser um trote de Leo Taxil, era
rebatida e compensada pelos depoimentos de altas autoridades da Igreja.
Seu esforço e embuste supremo foi a invenção de uma mulher "Diana
Vaughan" acusada de ter nascido em 1874 como a filha do "Satã". Diana
Vaughan, não existia, mas, através dele, foi uma escritora prolífica sobre assuntos
anti-maçônico e recebeu grande publicidade e elogios entusiasmados dos chefes
da Igreja Católica.
Esse assunto foi questionado no Congresso anti-maçônico realizada em
Trient em 1896, e um comitê foi criado para determinar a veracidade do mesmo
de uma vez por todas. Taxil produziu, falsamente, uma "fotografia" da Miss
Vaughan na Conferência.
Eventualmente, em 1897, numa reunião convocada por ele em Paris, Taxi!
informou diante de um imenso público, que ele havia conseguido perpetrar o
maior embuste dos tempos modernos; que Diana Vaughan nunca havia existido e
que, por 12 anos ele tinha enganado a Igreja Católica Romana, da maneira mais
flagrante. Quase foi linchado e fugiu com proteção da polícia local.
De tempos em tempos, aparecem livros antimaçônicos, inspirados nas
idiotices de Leo Taxil, ou de outro autor inspirado por ele.
Na Maçonaria norte americana, igrejas fundamentalistas encontram, nesses
livros, material para suas campanhas..
Toda a história é completamente fantástica, existe em diversos livros, e
vale a pena ser lida em detalhes.

M.:I.:Alfério Di Giaimo Neto


CIM : 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 100

ATERSATA

Atersata, palavra muitas vezes escrita de forma errada como “artezata”, ou


“aterzata”, é de dificil localização nos dicionários maçônicos em geral (tanto nos nacionais
como nos escritos na lingua inglesa). Na língua inglesa é escrito como “athersada”.
É uma palavra de origem Persa, com o significado de “mão forte, mão poderosa”.
Obviamente, a tradução com significado mais objetivo é: “o Governador que dirige com
total poder, com mão forte!”.
Na verdade, esse nome encontrado na Biblia (Septuaginta) é o nome dada ao
Governador Persa de Jerusalém que acompanhou Zorobabel e Nehemias (vide “Esdras” II.
63; “Nehemias” VII. 65-70, descritos abaixo).
E o Atersata proibiu-os de comer coisas sagradas, até que conseguissem
encontrar um sacerdote.....
Por isto tudo, fizemos uma aliança sagrada....pelos nossos sacerdotes. Estes
foram os que assinaram: Neemias, o Atersata, filho de Helquias....
Na Ordem de Heredom de Kilwinning, este era o nome do chefe supremo dessa
Ordem. E, na Maçonaria Francesa e na Brasileira, entre outras, é o nome do presidente do
“Sublime Capítulo Rosacruz” do Rito Escocês Antigo e Aceito, na divisão que vai do
15º ao 18º Grau.
Em 586 a.C, Judá, a remanescente e importante cidade do grupo das 12 tribos dos
Hebreus (cisma de 921 a.C.), foi conquistada e destruida por Nabudonossor II, chefe dos
Babilônios. Nessa época, o primeiro Templo, o de Salomão, construido em 980 a.C, foi
totalmente destruido e todos os hebreus foram levados, cativos, para o exílio na Babilônia.
Posteriormente, em 538 a.C. a Babilônia foi conquistada por Ciro, o Grande, que,
diferente dos demais conquistadores, dava liberdade religiosa e de costumes, aos povos
conquistados. Dessa forma, os hebreus tiveram permissão de retornarem a sua terra.
Depois disso é que todos os hebreus começaram a serem chamados de „judeus”, o
que anteriormente, era usado somente para os pertencentes aos nascidos em Judá.
O titulo de Atersata foi recebido por Neemias dado pelo Rei da Persia,
provavelmente Dario III, a quem servia, para ser o Governador da nova Judéia.
Após o retorno dos judeus o segundo Templo foi construido, denominado de
templo de Zorobabel.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM : 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 101

A letra “G” dentro do Esquadro e Compasso

Não há nenhuma razão específica para que não use a letra "G" no emblema
formado pelo Esquadro e o Compasso, sobrepostos, e com a letra “G” entre eles.
Não há, é claro, nenhuma regra vinculativa sobre este assunto pois é uma questão
de usos e costumes, comum a diversos países.
Essa formação é comum na Inglaterra, Escócia, Europa e nas Américas. Aparece
muito pouco na Nova Zelândia e Austrália. Na maçonaria brasileira é extremamente
comum e quase todos os Maçons usam, ou já usaram, “button” na lapela com o emblema
descrito acima.
Os seguintes pontos descritos abaixo, são somente considerações:

a) Na Iniciação, a atenção do candidato é atraída, propositalmente, para as Três


Grandes Luzes emblemáticas da Maçonaria: o Esquadro, o Compasso e o Livro da Lei. Os
dois primeiros são instrumentos reais da Maçonaria Operativa, bem como possuindo
atributos também na Maçonaria Especulativa.

b) Somente no Segundo Grau, de Companheiro, é que a letra "G" é mencionada e a


sua importância, significado e valores são discutidos. Na verdade, a letra “G” começou a
ser mencionada somente em 1730 (vide Pílula Maçônica nº 27). É surpreendente que
somente depois de 1850, aproximadamente, que a letra “G” começou aparecer no meio do
Compasso e do Esquadro entrelaçados, como se vê hoje em dia em distintivos de lapela ou
emblemas. E é suposto que tenha sido originado por projeto de algum criativo joalheiro e
não por ação de alguma autoridade Maçônica.
Por conseguinte, não é um símbolo “base”, como o Esquadro e o Compasso. Não
teve uma aplicação na Maçonaria Operativa, como tem na Maçonaria Especulativa.

c) Sem querer diminuir da letra “G” a sua importância, seu significado e o grande
valor como um símbolo, mas temos que ser realistas ao afirmar que a sua inclusão, entre o
Esquadro e o Compasso é uma associação com pouca ou nenhuma base concreta.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 102

O Orgulho da Maçonaria

Brethren,

Sem dúvidas os Maçons têm orgulho de pertencerem a uma Instituição com o


perfil da Maçonaria. Somos “bairristas” ao extremo, mas temos um enorme motivo para
isso. Se não, vamos ver o que foi escrito por um escritor que não era Maçom, Jasper Ridley,
em seu livro “Los Masones”, editado em 1999:

Na Idade Média, a Maçonaria Operativa era distinta pois tinha seus obreiros que
eram diferentes, para melhor, de todas as outras classes de trabalhadores. Nos povoados
os artesões faziam coisas, que os comerciantes compravam e vendiam. Os tecelões faziam
panos, Os ourives faziam anéis e jóias, e os carpinteiros construíam casas de madeira para
os habitantes locais.
Mas os Maçons eram distintos! Trabalhavam a pedra, e eram muito poucos os
edifícios feitos em pedra. Somente os castelos do Rei e daqueles Nobres a quem o rei havia
dado permissão de construção. Igualmente para as Catedrais, Abadias e Paróquias. Então,
os únicos empregadores dos maçons eram o Rei, alguns de seus Nobres e a Igreja, apesar
de que algumas pontes também fossem construídas de pedra. A Ponte de Londres, a única
sobre o Rio Tâmisa até no século XVII, foi feito a princípio de madeira, e em 1209
reconstruída em pedra, durando até 1832.
Os Maçons viajavam e conheciam o “mundo” adquirindo conhecimentos, que são
um forte fator de distinção entre os membros de uma comunidade. Eram qualificados e
existiam dois tipos de Maçons: os “rústicos”, que cortavam as pedras para formarem a
base e outras partes das construções e os mais habilidosos que talhavam as elegantes
fachadas dos castelos e das catedrais.
Viajavam muito, como já foi dito, mas não eram bandos de trabalhadores
procurando serviço e, sim, requisitados com antecedência e disputadíssimos!

Como a Maçonaria Especulativa, que é a que praticamos hoje, teve como origem a
Maçonaria Operativa com obreiros cuja função está descrita acima, temos que ter muito
orgulho, mesmo!

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 103

Sagração do Templo Maçônico

Deve ser lembrado que esse termo “Sagração” tem aproximadamente 100 anos de
existência, aqui no Brasil. Antigamente, o termo usado era “Inauguração”, ocasião em que
o Templo era reconhecido pelas autoridades maçônicas e usado pela primeira vez.
Inclusive, autoridades da vida profana também eram convidadas para a festividade. No
Brasil existe uma série de Lojas com mais de 100 anos, cujos Templos foram Inaugurados.
Hoje em dia nós “sagramos” o Templo. Entretanto, levando em consideração que a
Maçonaria não é uma religião, essa sagração não é fazer com que o Templo se torne um
local sagrado, santificado. É simplesmente um reconhecimento Maçônico, por todos os
maçons presentes no ato de que, aquele local, tem a dignidade de um Templo Maçônico e
será sempre usado para as atividades Maçônicas..
Só isso! Sem qualquer sentido de “santificação” do local, principalmente dentro do
Templo. Pessoas não ligadas à Maçonaria, profanos, podem visitar as instalações de
Templo Maçônico, sem problemas, desde que em ocasiões propícias.
Para finalizar, vejam o que foi escrito pelo Mestre José Castellani:
“A Sagração é um Cerimônia cuja finalidade é, simplesmente, conferir ao local, a
dignidade de Templo Maçônico, assim como a Sagração do Aprendiz, do Companheiro, ou
do Mestre tem a finalidade de lhes conferir a dignidade do Grau, sem qualquer sentido de
“santificação”. Muitos maçons, todavia, crêem que sagrar o Templo é torná-lo um local
santificado, sagrado, misturando Maçonaria com religião, o que, embora esdrúxulo e
absurdo, é mais comum do que se supõe.”

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 104

Misticismo

O conjunto de atos e disposições, tendo por finalidade a obtenção da comunhão


com o Ser Supremo (na Maçonaria conhecido como G.:A.:D.:U.:) regulador e criador de
tudo que no mundo existe, é denominado de MISTICISMO.
Na procura dessa união intima com a Divindade, Absoluta e Onipotente, é
montado um sistema complexo especulativo de atos e padrões baseados principalmente nas
religiões antigas e nas Ordens Iniciáticas de cunho religioso, que ocuparam espaço nas
diversas civilizações antigas.
Desse modo está intimamente ligado com Metafísica, com a Religião (Teologia),
com a Mitologia e até mesmo com a Astrologia.
A Maçonaria possui seu lado místico, praticado em seus ritos e rituais, apesar de
não ser uma religião e nem uma Ordem Mística.
Não deve ser confundida com Esoterismo ou com Exoterismo (vide Pílula
Maçônica nº 44) cujas definições estão abaixo:
- ESOTÉRICO: 1) diz-se do ensinamento que, em escolas filosóficas da antiguidade
grega, era reservado aos discípulos completamente instruídos. 2) todo ensinamento
ensinado a circulo restrito e fechado de ouvintes. 3) diz-se de ensinamento ligado ao
ocultismo. 4) compreensível apenas por poucos; obscuro; hermético.
- EXOTÉRICO: diz-se do ensinamento que, em escolas filosóficas da antiguidade
grega, era transmitido ao publico sem restrição, dado o interesse generalizado que suscitava
e a forma acessível em que podia ser exposto, por se tratar de ensinamento dialético,
provável, verossímil.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 105

Palavra final do Ir. Orador

No R.:E.:A.:A.: após a “palavra a Bem da Ordem em Geral e do Quadro em


Particular” ter percorrido as Colunas e o Oriente, a mesma é passada ao Irmão Orador para
apresentar suas conclusões no encerramento das discussões e do decorrido da Loja, de
modo geral, sob o ponto de vista legal, qualquer que tenha sido a matéria. Confirmando
que a Loja transcorreu de modo justo e perfeito e, desse modo, estando tudo de acordo com
os princípios e leis da Maçonaria, obediente aos Rituais, a Loja poderá ser fechada.
Infelizmente, é comum na ocasião descrita acima, no empenho de mostrar sua
competência, o Orador divagar sobre o tema apresentado no Tempo de Estudos, ou tomar
partido sobre o mesmo, ou, que é pior ainda, apresentar um outro Trabalho sobre o mesmo
tema.
Na minha opinião, isso ele pode fazer, quando a palavra estiver no Oriente, e ele se
comportar como um obreiro comum. Pedirá a palavra ao Venerável Mestre, do mesmo
modo que fazem os demais, e exporá sua opinião, como obreiro da Loja.
Repetindo para ficar claro, ao Irmão Orador cabe, ao final da Loja, dar as suas
conclusões legais, ou seja, do ponto de vista legal, mesmo porque ele é o digno
representante do Ministério Público Maçônico.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 106

Tábua Esmeraldina

Brethren,

Vez ou outra é interessante relembrar certas coisas e refletir, novamente, sobre os


ensinamentos nelas contidas. É o caso da “Tábua Esmeraldina” de Hermes Trimegisto.

Isto é complexo, mas é verdadeiro sem mentiras:


Tudo o que está aqui embaixo também está no alto;
também no alto está o que está embaixo,
pois tudo é obra de uma só coisa.
Todas as coisas vieram e vem de uma,
da qual tudo nasceu e à qual tudo se ajustou,
pois tudo se adaptou a ela, a Causa Ùnica.
O Pai de tudo, que é a realidade, que é o querer do universo,
Aqui está, com sua força total convertida em Terra.
Se quiserdes saber o segredo dessa força suprema,
deveis separar a terra do fogo,
o fino e sutil do espesso e grande,
Suavemente e com todo cuidado.
Sobe da terra ao céu e, dali, volte à terra,
para receber a força do que está em cima e
do que está embaixo.
Assim, receberás a luz de todo o mundo
e as trevas se afastarão de ti.
Esta é a força de todas as forças, que vencerá tudo o que é sutil,
como vencerá tudo quanto é grande,
e que penetrará em tudo o que é sólido e palpável.
Portanto, o mundo pequeno está feito,
à semelhança do mundo grande.
Assim e desse modo, ocorrerão mudanças prodigiosas.
Por isso me chamam Hermes Trimegisto,
Pois possuo as três partes da Sabedoria de todo o mundo.
Terminado está o que disse sobre a Obra do Sol.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 107

Loja “em família” no Tempo de Estudos

No R.:E.:A.:A.: está virando tradição, no Tempo de Estudos, quando se faz a


apresentação das peças de arquitetura, os Obreiros da Loja se reunirem no Ocidente.
Ali, o palestrante apresenta seu Trabalho, ao fim do qual, perguntas e comentários
são feitos a respeito do tema apresentado.
Desse modo, de maneira mais racional e com melhor aproveitamento de tempo, o
Venerável Mestre bate o Malhete e declara estar a Loja “em família” a partir daquele
momento. Nessa situação, os Obreiros podem pedir a palavra diretamente ao Venerável
Mestre para comentar o Trabalho, sem ter que cumprimentar as Autoridades Maçônicas e
os Vigilantes.
Permite também, que a palavra volte ao mesmo Obreiro, quantas vezes o
Venerável Mestre desejar. O debate torna-se fecundo e todos aproveitam muito mais, pois
não há perda de tempo com os cumprimentos.
Considerando que, para determinados assuntos, 30 a 45 minutos é muito pouco
para um bom aproveitamento, nessa alternativa tem-se um melhor rendimento.
Findo o debate, o Venerável bate o Malhete, dizendo estar “em Loja”, novamente.
Devemos deixar claro que é diferente de colocar a Loja “em recreação”, típico do
Rito de York, onde os Obreiros saem da Loja e há uma “ritualística” controlando todo o
acontecimento. Inclusive, as finalidades são diferentes.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 108

Septuaginta e a Vulgata

A Bíblia teve diversas traduções (versões) ao longo dos tempos. Vamos comentar,
de modo conciso, duas dessas versões:

SEPTUAGINTA: é o nome da versão da Bíblia hebraica para o grego, traduzida


em etapas entre o terceiro e o primeiro século antes de Cristo, na cidade de Alexandria.
A tradução ficou conhecida como a Versão dos Setenta, ou Septuaginta, palavra
latina que significa setenta, ou ainda LXX), pois setenta e dois rabinos trabalharam nela e,
segundo a história, teriam completado a tradução em setenta e dois dias. A Septuaginta foi
usada como base para diversas outras traduções da Bíblia.

VULGATA: no sentido corrente, é a tradução da Bíblia em hebraico, para o latim.


Foi escrita entre fins do século IV e início do século V, por São Gerônimo, a pedido do
Papa Dámaso I, e que foi usada pela Igreja Católica e ainda é muito respeitada.
Nos seus primeiros séculos, a Igreja Católica serviu-se sobretudo da língua grega.
Foi nesta língua que foi escrito todo o Novo Testamento, incluindo a Carta aos Romanos,
de São Paulo, bem como muitos escritos cristãos de séculos seguintes.
No século IV, a situação já havia mudado e é então que o importante biblista São
Jerônimo traduz pelo menos o Antigo Testamento para o latim.

A Vulgata foi produzida para ser mais exata e mais fácil de compreender do que
suas predecessoras. Foi a primeira, e por séculos a única versão da Bíblia que verteu o
Velho Testamento diretamente do hebraico e não da tradução grega conhecida como
Septuaginta.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 109

Pedras Bruta, Cúbica e a Prancheta

As três Jóias Fixas da Loja, de acordo com a Simbologia do Rito Escocês Antigo e
Aceito, são a Pedra Bruta, a Pedra Cúbica e a Prancheta (ou Tábua de Delinear). São
chamadas de “fixas” pois ocupam sempre o mesmo lugar na Loja.
As definições que serão dadas abaixo foram baseadas nas opiniões de diversos
escritores/historiadores maçônicos brasileiros e são subjetivas.

Pedra Bruta é aquela que, simbolicamente, o Aprendiz trabalha,


transformando-a numa pedra com o formato cúbico ou de um paralelogramo, para que ela
possa ser usada nas construções de alvenaria. É a pedra informe, que terá seu formato pré
definido pelo Aprendiz
Para isso ele utiliza o Cinzel e o Maço. O Cinzel é uma pequena haste metálica,
com uma das extremidades cortante que, batida pelo Maço, desbasta a pedra. O Maço é um
bloco de pedra, ou de madeira dura, com formato cilíndrico, ou de um paralelogramo, com
um cabo inserido, para uso manual.
Hoje, na Maçonaria Especulativa, simbolicamente, a Pedra Bruta é o próprio
Iniciado. Ele terá seus defeitos pessoais e sociais corrigidos e aperfeiçoados, para serem
utilizados na construção moral e ética de um mundo melhor.

Pedra Cúbica é a obra final do Companheiro Maçom que, simbolicamente,


realiza seu trabalho, exaltando todas as suas formas. É a forma geométrica, o cubo ou o
paralelogramo perfeito que se encaixa perfeitamente umas nas outras, deixando a
construção sem espaços livres.
Deve-se deixar claro que estamos falando de pedra cúbica e não, de pedra cúbica
polida ou pedra polida. Qualquer pedra pode ser polida, entretanto, acho que não teria
aplicação prática no trabalho dos canteiros medievais.
Hoje, na Maçonaria Especulativa, a Pedra Cúbica, simbolicamente, é a aquisição
dos conhecimentos e seu aperfeiçoamento, cada vez mais, para aplicação na Construção
Social

Prancheta ou Tábua de Delinear é o objeto do trabalho do Mestre Maçom,


onde este, simbolicamente, delineia e traça os projetos da construção. Normalmente é uma
placa plana de madeira, com as dimensões aproximadas de 40cm x 60cm, que fica
encostada no Altar, de frente para o Ocidente (ver Pílula Maçônica nº 63).
Hoje, na Maçonaria Especulativa, simbolicamente, é o exemplo e a orientação
moral, dada pelo Mestre Maçom a todos que estão a sua volta, principalmente os
Aprendizes e Companheiros.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 110

O Livro da Lei

De acordo com Alec Mellor, famoso escritor Maçônico francês, em “Dicionário


da |Franco Maçonaria”, a conduta adotada por certa Obediência constitui um critério que
permite apreciar a regularidade ou a irregularidade de seus princípios.
A Grande Loja Unida da Inglaterra, em 04 de setembro de 1929, lançou, e foi
aprovado pela Franco Maçonaria universal, os “Princípios de Base” para o reconhecimento
de regularidade de uma Grande Loja ou um Grande Oriente:
Art. 06: - As três grandes Luzes da Franco Maçonaria, o Livro da Lei Santa,
o Esquadro e o Compasso, ficarão sempre expostos quando dos trabalhos da Loja.
A mais importante das três é o Livro da Lei Santa (The Volume of Sacred Law).
Nos países da Europa, da América, da Oceania, o L.L.S. usado é a Santa Bíblia,
pois ela é o Livro Sagrado da grande maioria.
Segundo Mestre Castellani, a Bíblia só foi introduzida oficialmente nos trabalhos
maçônicos, por George Payne, em 1740, como bajulação à Igreja Anglicana, e não a
Católica, pois nessa época era a primeira que predominava na Inglaterra.
É sabido que o Livro da Lei, não é obrigatoriamente a Bíblia. Deve haver um
Livro da Lei Sagrada que seja adotado por determinado povo com sua respectiva crença
religiosa. Desse modo, poderá ser a Torá – Gênese, Êxodo, Levítico, Números e
Deuteronômio – para os judeus. O Corão para os muçulmanos, ou o Rig Veda para os
hinduístas, e assim por diante.
E, além disso tudo, ainda nos esclarece o Mestre Castellani, existem os Ritos
chamados racionalistas, como o Rito Moderno ou Francês, por exemplo, que não usam
nenhum Livro sagrado, mas, sim, o Livro da Lei Maçônica – a Constituição de Anderson,
de 1723, em respeito à absoluta liberdade de consciência dos maçons, a qual não admite a
imposição de padrões religiosos, pois as concepções metafísicas de cada um são de foro
íntimo. Entretanto, tal atitude não permite o reconhecimento pela Grande Loja Unida da
Inglaterra, da Grande Loja ou Grande Oriente que a pratica.
Na Maçonaria Operativa não há duvidas que a Bíblia era usada nos juramentos
da Ordem, devido a grande religiosidade reinante na época. Isso é citado em diversos
Manuscritos, alguns deles transcritos no “Freemason´s Guide and Compendium” do
Mestre Bernard Jones, do qual eu tenho a honra de possuir um exemplar na minha
biblioteca.
O Livro Sagrado da Lei deve ser solenemente aberto e solenemente fechado no
começo e no fim dos trabalhos. Sem a sua presença sobre o altar, estes não podem ser
realizados, e a Loja não pode nem mesmo ser aberta.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 111

Sincretismo Maçônico

Poucos Maçons sabem o que é “Sincretismo Maçônico”. Vamos esclarecer, na


medida do possível.
A definição de sincretismo, tirada do Dicionário Etimológico – Antonio Geraldo
da Cunha, é: “a mistura de doutrinas ou concepções diferentes. Reunião de idéias ou
teses de origens disparatadas”. Ampliando o conceito, temos que, em Filosofia, “é a
reunião, num só sistema, de doutrinas heterogêneas”.
Etimologicamente vem do Francês (syncrétisme) que veio do Latim
(Syncrétismus) tendo como origem, do Grego (sygkéstismós).
O “Sincretismo Maçônico” é, portanto, “a mistura de práticas e costumes
diferentes, de diversos Ritos, agregados num único Rito”. Esse Rito, assim incrementado,
perde suas características originais e fica deturpado. Existem diversos motivos para que
isso ocorra: vaidade, invencionice, achismo, etc.
No Brasil, por existirem diversos Ritos reconhecidos pelo GOB (06) e por ser o
Rito Escocês Antigo e Aceito o mais praticado, ele sofre influência e adaptações dos
demais com bastante assiduidade.
É o caso, por exemplo, das palavras ou orações ditas no Átrio, antes do início da
Sessão. Ou então, o fato do Mestre de Cerimônias andar em esquadria no Ocidente. São
práticas ritualísticas praticadas em outros Ritos e estão sendo cada vez mais comum no
R.E.A.A. Existem muitas outras, além dessas.
No Brasil os Rituais são escritos. A cada edição, novas deturpações podem ser
acrescidas ao mesmo. O Ritual, que refere-se a um cerimonial, ou a um conjunto de regras
que devem ser seguidas, modifica-se, desse modo, com o passar do tempo.
Nos países onde o Ritual é transmitido oralmente, ou seja, ele é decorado, o
Sincretismo Maçônico é mínimo, embora existam cópias escritas do mesmo. É o caso da
Inglaterra, Austrália e Nova Zelandia. Nesses países, as falas dos Oficiais em Loja são
totalmente decoradas. Inclusive, nas Instalações, as falas do Grão Mestre e dos Oficiais da
Comissão Instaladora, também são decoradas, como foi visto em recente visita em Lojas da
Nova Zelandia.
Com o Sincretismo Maçônico o Rito, seja ele qual for, empobrece, apesar de ter
sido incrementado, pois perde sua originalidade.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 112

Estrelas (círios)

Estrelas, na Maçonaria, são velas acessas e colocadas em tocheiras, que é um


tipo de castiçal com proteção contra o vento. Muitas vezes chamadas de “círios”, apesar
de que círio, na verdade, é uma vela grande.

Em alguns Cerimoniais, quando se pretende fazer honras no recebimento de


altos dignitários, usa-se uma série de espadas, normalmente acompanhadas das estrelas.

Espadas na mão direita e estrelas na mão esquerda daqueles Obreiros que farão
a “Abobada de Aço” para os visitantes.

Hoje em dia esse comportamento está fora de uso, com raras exceções. Há
vinte anos atrás, era comum esse tipo de honraria e era comum, também, existir um
“porta espadas” e um “porta estrelas” no Átrio da Loja, normalmente de madeira, para
acondicioná-las.

Segundo Mestre Nicola Aslan esse costume é antiqüíssimo, já existente entre


os romanos e que a Igreja Cristã veio a adotar. É dito que o Papa quando se dirige para o
Altar, saindo da Sacristia, é precedido por Diáconos portando estrelas (ou círios).

Para finalizar, uma frase sobre interessante costume francês do Mestre Jules
Boucher, simbolista:

“quando um visitante eminente, um dignitário, é introduzido no Templo, é


precedido pelo Mestre de Cerimônias portando uma “estrela”. Trata-se de uma tradição
que pode ser encontrada numa era longínqua. Não é para “iluminar” o visitante que o
fazem preceder por uma tocha, é para simbolizar a “luz” que ele representa.”

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto

CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 113

Venda nos olhos

Em diversos processos esotéricos iniciáticos, que são cerimônias nas


quais se iniciam pessoas nos mistérios de uma religião, doutrina, instituição,
ordem, etc, é colocada uma venda nos olhos do Neófito.
É o que ocorre na Iniciação Maçônica.
Segundo Mestre Nicola Aslan, a venda colocada nos olhos é o símbolo da
escuridão, da ignorância e das trevas que envolvem aqueles que ainda não
receberam a luz da ciência e da verdade.
Desse modo, seus passos poderão ser dirigidos em caminhos
inadequados, tropeçando nos erros, nos vícios e ignorância da vida profana.
Em determinado momento da Cerimônia de Iniciação, a venda é retirada
para que o Neófito, simbolicamente, receba a “Luz”.
E, adaptando para esta Pílula Maçônica, o que escreveu Mestre Jules
Boucher, em seus livros:
“Com a venda, sem o sentido da visão, outros sentidos se desenvolvem
com maior acuidade, sobretudo o ouvido. A Maçonaria pretende significar desse
modo que o profano, se não sabe ver, escuta demasiadas vezes os ruídos do
mundo e as palavras dos outros. Na imprudência desse ato, suas concepções
filosóficas de toda espécie que não resultam de uma livre escolha, podem fazê-lo
um produto do meio social no qual se encontrou situado.”
A palavra “LUZ”, na Maçonaria, tem o significado de Verdade,
Conhecimento, Ciência, Saber, Instrução e prática de todas as virtudes (N. Aslan).
E, finalizando com as palavras do Mestre Albert G. Mackey, que na sua
“Enciclopédia”, escreve:
“Luz é uma palavra importante do sistema maçônico, transmitindo um
sentido mais longíquo e oculto do que geralmente pensa a maioria dos leitores. É,
de fato, o primeiro de todos os Símbolos apresentados ao Neófito e que continua a
ser-lhe apresentado na carreira maçônica. Os maçons são enfaticamente
chamados de “filhos da Luz”, porque são, ou pelo menos são julgados possuidores
do verdadeiro sentido do Símbolo; ao passo que os profanos, os não Iniciados,
que não receberam esse conhecimento, são, por uma expressão equivalente,
considerados como estando nas trevas”.
“Em geral, a Luz é considerada como fonte primordial do conhecimento e
da excelência, e que a Escuridão é sinônimo da ignorância e do mal.”

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 114

Neófito e Aprendiz

Apesar de que para muitos maçons, “Neófito” e “Aprendiz” significarem a


mesma coisa, vamos esclarecer que são coisas diferentes, mas interligadas.
Na Maçonaria, a seqüência do profano para se tornar Maçom é: Candidato,
Neófito e Aprendiz Maçom. Posteriormente, Companheiro Maçom e Mestre Maçom
(Maçonaria Simbólica).
“Neófito” é o nome que o candidato recebe durante o cerimonial da Iniciação.
Após as provas e juramentos a que é submetido, após as instruções que lhe são passadas e,
após o discurso final do Orador, o Neófito é declarado Aprendiz Maçônico e será
conduzido e convidado a sentar-se no topo da Coluna do Norte.
Segundo Albert Galatin Mackey, “neófito”, em grego significa plantado
recentemente. Na primitiva Igreja Católica, designava alguém que tinha recentemente
abandonado o judaísmo ou o paganismo e abraçado o cristianismo; e na igreja romana
aqueles recentemente admitidos na comunhão também eram assim chamados. Por esta
razão, este termo foi também aplicado aos jovens discípulos de qualquer arte ou ciência.
Na Maçonaria, portanto, o candidato sem as instruções finais, durante a Iniciação,
é assim designado.
“Aprendiz”, na Maçonaria Simbólica, é o primeiro grau, de uma série de três,
como mencionado acima. É o mesmo para todos os Ritos (no Brasil o GOB reconhece
seis Ritos) sendo que esse grau é oriundo da Maçonaria Operativa da qual a Maçonaria
Especulativa é herdeira.
Nesse grau de aprendiz a Maçonaria começa a demonstrar ao iniciado o
sentimento de aperfeiçoamento e incentivando o estudo da Verdade.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


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PILULA MAÇÔNICA Nº 115

Águia Bicéfala na Maçonaria

Antes que algum maçom venha supor que a “Águia Bicéfala” tenha sido definida
e projetada como símbolo pela Maçonaria, vamos esclarecer algo sobre esse assunto,
conforme relatado abaixo:
A águia, uma ave de rapina, pelas suas características físicas e temperamento,
tornou-se um símbolo adotado pela humanidade, desde a mais alta antiguidade.
Os druidas a consideravam como emblema da Divindade Suprema. Era símbolo no
Egito, na Pérsia, Babilônia, Grécia, etc. É mencionada no Antigo Testamento e serviu de
insígnia de guerra aos antigos romanos.
É símbolo no Ocultismo e na Cabalá.
Na Maçonaria, por estar aliada à força, a decisão, a superioridade e a inteligência,
é tida como símbolo da grandeza, da sabedoria, da liberdade e do poder (N. Aslan).
A cabeça da Águia representava, nos primórdios, o poder de um Imperador sobre
seu Império. Quando um Imperador tinha dois Impérios, seu poder era representado por
uma águia de duas cabeças. Foi o caso do Imperador Romano que dividiu suas áreas
dominadas em dois impérios: o Império do Ocidente e o Império do Oriente.
O Império do Ocidente, baseado em Carlos Magno e seus descendentes, foi
chamado de “Santo Império Romano-Germânico” e o do Oriente, com a fundação de
Constantinopla, foi chamado de Bizantino.
Outros impérios que igualmente se duplicaram, também usavam a “Águia
Bicéfala” como símbolo ou emblema em seus brasões.
Na Maçonaria, essa “Águia Bicéfala” foi adotada no inicio da definição do Rito
Escocês Antigo e Aceito, na França, possivelmente em 1758. O Corpo Maçônico que
começou a desenvolver a base desse Rito, era chamado de “Conselho dos Imperadores do
Oriente e do Ocidente” e adotou a “Águia Bicéfala” como Símbolo e, assim, ela continua
sendo usada no Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito.
Esse sistema “escocês”, conhecido como “Conselho dos Imperadores do Oriente
e do Ocidente”, ou, também conhecido como “Soberana Loja Escocesa de São João de
Jerusalém” criou um Sistema de Altos Graus, num total de 25 graus.
Em 1762, esse sistema foi oficializado e esses graus superiores foram chamados de
“Graus de Perfeição” e essa escala de 25 graus foi chamada de “Rito de Perfeição” ou
“Rito de Héredom” foi levado para a América do Norte, onde se desenvolveu de modo
totalmente desorganizado.
Conforme Mestre Castellani, temos: “Diante desse caos existente, um grupo de
Maçons, reunidos a 31 de maio de 1801, na cidade de Charleston, no estado de Carolina do
Sul, por onde passa o Paralelo 33 da Terra, resolveu acrescentar alguns graus e criar o
“Supremo Conselho do Grau 33” que, por ser o primeiro do mundo, denominou-se “Mother
Council of the World”. “Marcando o inicio de uma fase de organização e método de
concessão dos Altos Graus. Esse primeiro Conselho adotou a divisa “Ordo ab Chao”, o
caos em que havia se transformado o emaranhado de Altos Graus, concedidos sem critério
lógico, e sem que houvesse um poder organizador e disciplinador”.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


PILULA MAÇÔNICA Nº 116
O Templo de Salomão

A Maçonaria Especulativa, no seu inicio, adotou, por diversos motivos, algumas lendas
e a simbologia do Velho Testamento, como é o caso da “Escada de Jacó”, a “Estrela de
Davi” e o “Templo de Salomão” entre outras.
Desse modo, a Maçonaria, apesar de não ter origem hebraica, e sim, ser uma instituição
pós-medieval, no decorrer do século XVIII absorveu símbolos, parábolas e relatos
bíblicos.
Nós sabemos que o Templo de Jerusalém foi reconstruído por três vezes, sendo que a
Maçonaria Simbólica, considera o primeiro, que foi erigido pelo Rei Salomão.
A Igreja Católica, ao fazer seus templos, tomou por base esse último templo citado. Ele
foi, sem dúvidas, o arquétipo das igrejas, pela sua divisão e orientação.
No caso da Maçonaria, sabemos também que as suas reuniões eram feitas em tabernas
ou nos adros das igrejas. O primeiro templo Maçônico foi erigido na Inglaterra, no ano
de 1776, e tomou por base o que eles conheciam de mais comum, que era o Parlamento
Inglês e as próprias igrejas católicas.
Conforme relato do Mestre Castellani, em Consultório Maçônico, Ed. Trolha, temos:
Só posteriormente é que iria surgir o conceito de que o Templo Maçônico teria tido o
Templo de Salomão como arquétipo, quando na verdade isso ocorreu indiretamente, por
tabela, através das igrejas.
Na esteira desse conceito é que surgiria a lenda de Hiram, essa, sim, maçônica, já que o
fundidor de metais Hiram Abif, não foi o construtor do Templo de Jerusalém e nem foi
morto como reza a lenda; ele apenas foi responsável pela fundição dos objetos
metálicos, tais como colunas, candelabros, mar de bronze, etc.
M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 117

Instrumentos Maçônicos

Os instrumentos profissionais tais como o esquadro, compasso, maço, malhete,


prumo, nível, etc, são usados como Símbolos pela Maçonaria com a finalidade de incluí-los
em seus ensinamentos da moral e ética.
Obviamente, ela não arroga o direito de propriedade, invenção ou exclusividade de
uso de tais utensílios/Símbolos.
Deve ficar claro, também, que tais instrumentos não tiveram seus nomes extraídos
de textos bíblicos, como é suposto por muitos. Eles foram obtidos das corporações de
construtores medievais, às quais damos hoje o nome de “Maçonaria Operativa”. São,
portanto, instrumentos de construção e, independentemente, são citados em alguns textos
bíblicos, realizados por escribas hebreus, em diversas épocas passadas.
Mencionando, mais uma vez, Mestre Castellani, temos:
“Esquadro, Compasso, Malho, Régua, Nível, Trolha, etc, são instrumentos
necessários aos projetos e construção de edificações. A Bíblia, por outro lado, só foi
introduzida nos Trabalhos Maçônicos em 1740, por Thomas Payne, Grão Mestre da
primeira Grande Loja fundada em 1717, em Londres.
A Maçonaria atual, conhecida como “Maçonaria Especulativa” incluiu tais
instrumentos em seus ensinamentos para auxiliar seus obreiros a vivenciarem no dia-a-dia
os símbolos adequados na doutrina justa e perfeita.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 118

Estandartes e Heráldica

Estandarte, segundo dicionário Aurélio, é definido como “bandeira de guerra” e


por extensão somente “bandeira”.
Na Maçonaria é uma espécie de bandeira, retangular, com formato obedecendo a
“Lei Aurea”, ou seja, com o comprimento 1,618 vezes maior que a altura, hasteada de
modo que seu eixo maior (comprimento) fique na vertical.
Nele são colocados letreiros cujas palavras definem a Loja ou “Corpo Maçônico”,
juntamente com o logotipo da mesma, seus brasões e símbolos (ver Pílula Maçônica nº 12).
Brasão é a insígnia ou distintivo de pessoa ou família nobre, conferidos, em regra
por merecimento. É um “escudo de armas” e, por extensão, “divisa’, “emblema”.
No campo da Heráldica, é definido como conjunto de peças, figuras e ornatos
dispostos no campo do escudo ou fora dele, e que representam as armas de uma nação, de
um soberano, de uma família, de uma corporação, de uma cidade, etc.

Heráldica é a arte ou ciência dos brasões. É o conjunto dos emblemas do brasão.


No Brasil, até onde sei, só existe uma única obra maçônica sobre heráldica. É um
excelente livro que denomina-se “Manual Heráldico do Rito Escocês Antigo e Aceito, do
Grau 01 ao Grau 33”, sendo a parte pictográfica de autoria do nosso atual Sapientíssimo
Irmão Claudio Roque Buono Ferreira, com pequenos textos descritivos de autoria do
Mestre Castellani.
Esse livro, foi gentilmente doado à ABBM pelo Irmão Claudio e encontra-se
disponível para todos os Obreiros, somente para consulta, na Biblioteca da mesma.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 119

Garante de Amizade

Trata-se de uma espécie de “contato Maçônico” que duas Potências Maçônicas


trocam entre si.
Garante de Amizade é a expressão usada pela Maçonaria nos países sul
americanos. No restante do mundo é chamado de “Grande Representante”.
Desse modo, quando duas Potencias Maçônicas se “reconhecem”, é regra que
troquem Garantes de Amizade, destinados a garantir as suas relações. Seríamos, então,
tentados a ver nesses últimos, algo como “embaixadores”. Não é isso!
As relações inter-potências maçônicas oficiais de Grandes Lojas (Grande Oriente)
de países diferentes não comportam representações diplomáticas permanentes como as que
existem entre os países, e a escolha dos garantes de Amizade cabe às suas Potencias de
origem (Alec Mellor).
No Regulamento Geral da Federação (RGF – GOB), temos no artigo 167:

Art. 167 – O Garante de Amizade é o Representante da Potência Maçônica


estrangeira junto ao Grande Oriente do Brasil, por este indicado, ou o Representante do
Grande Oriente do Brasil junto à Potência Maçônica estrangeira, por esta indicado.
§ 1o – Para ser nomeado Garante de Amizade, por Potência Maçônica estrangeira,
para representá-la junto ao Grande Oriente do Brasil o Maçom necessita, no mínimo,
satisfazer os seguintes requisitos:
I – estar colado no grau de Mestre há mais de três anos;
II – conhecer a língua falada no país da Potência Maçônica estrangeira que
pretende representar ou, pelo menos, inglês e espanhol;
III – ter capacidade financeira e disponibilidade de tempo para visitar a Potência
Maçônica estrangeira.
IV – Estar em pleno gozo de seus direitos maçônicos perante o Grande Oriente do
Brasil.

§ 2o – São atribuições do Garante de Amizade:


I – visitar a Potência pela qual foi nomeado pelo menos a cada dois anos;
II – manter correspondência epistolar com a Potência que representa, estimulando
a troca de publicações, livros e outras informações;
III – estar presente nas solenidades de relevância que ocorram na Potência
Maçônica estrangeira que representa;
IV – fazer relatório anual de suas atividades e encaminhá-lo ao Secretário-Geral de
Relações Exteriores;
V – comparecer à Reunião Anual de Garantes de Amizade.
§ 3o – Aos Garantes de Amizade é facultado o uso de paramentos próprios.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 120

Frederico II, Rei da Prússia e o Supremo Conselho do REAA


A Lenda

O nome de Frederico II, Rei da Prússia, é encontrado nos Rituais escoceses dos
Altos Graus (REAA), com alta freqüência, e é tido como criador e autor dessa Ordem.
É dito que o Rito Escocês Antigo e Aceito de 33 Graus repousa nas Grandes
Constituições de 1º de maio de 1786, feitas por Frederico II, Rei da Prússia.
Tomando por base o livro “Frederico, o Grande e a Maçonaria” do Mestre Kurt
Prober e o livro “O Rito Escocês Antigo e Aceito” do Mestre José Castellani, veremos
que tal afirmativa não é um fato histórico e sim, uma farsa que deve ser, atualmente,
considerada como uma lenda, como muitas outras que se tem na Maçonaria.
É sabido que, em 1786, Frederico II era um idoso doente e acamado. Não estava
mais participando da Ordem Maçônica já fazia um bom tempo. Foi Iniciado em1738,
escondido de seu severo pai, fundou e foi Grão Mestre da Grande Loja “Três Globos”, em
1744. Aparentemente, finalizou , em 1747, suas atividades maçônicas (Rebold).
Além do mais, esse fato, ficou desconhecido do mundo maçônico de 1786 até
1804. Por que?
Essa afirmativa de ter sido ele, Frederico II, o “fundador” do primeiro Supremo
Conselho do Grau 33, não tem, hoje, qualquer credibilidade entre os verdadeiros escritores
históricos maçônicos da nossa Ordem.
O inicio dos Altos Graus do REAA foi em Paris, em 1758, com a criação do
Conselho dos Imperadores do Ocidente e do Oriente, que instituiu o Rito de Perfeição ou de
Héredon, com 25 graus, influenciado pela Aristocracia e, possivelmente, do Alto Clero,
através da Ordem dos Jesuítas (vide Pílula Maçônica nº 38).
Qual o motivo, então, de ter aparecido essa “falsa versão” dos fatos históricos?
Ora, os interesses políticos e a vaidade, sempre existiram em todos os setores,
inclusive na Ordem Maçônica. Os países da Europa, com toda sua tradição e imponência,
não poderiam, jamais, aceitar que fato tão importante para a Maçonaria tivesse berço num
país “selvagem”, como era considerado os EUA, naquela época.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 121

Similaridade entre Templo Maçônico e o planeta Terra

É sabido que no nosso planeta Terra, para se determinar com exatidão um


determinado ponto sobre sua superfície, utilizamos de um sistema de coordenadas
geográficas denominadas Longitude e Latitude. E, importante, considera o planeta como se
fosse uma esfera perfeita.
Assim, existe uma rede de círculos que passam pelos dois pólos do planeta (longitudinais
– são os meridianos) e outra rede de círculos paralelos ao Equador (latitude). Assim, a partir dele,
o Equador terrestre, contam-se as latitudes (paralelos), em graus, em direção aos pólos.
Nas posições equivalentes a 23° e 27’ para o norte e para o sul, encontramos,
respectivamente, o Trópico de Câncer e o Trópico de Capricórnio.
O Templo Maçônico, que simbolicamente, é representação da Terra, também
possui essas linhas. As duas Colunas Vestibulares, J e B, no REAA, marcam a passagem,
ao Norte (à esquerda de quem entra) do Trópico de Câncer e ao sul (à direita de quem
entra) do Trópico de Capricórnio.
A linha central, da porta em direção ao Trono, é a Linha do Equador.
É costume no Rito citado acima que um Irmão quando cruza, no Ocidente, a Linha
do Equador, fazer uma leve saudação com a cabeça ao “Delta Sagrado”, representação
simbólica do GADU.
A saudação é feita ao GADU e não ao Venerável Mestre, ao contrário do que
muitos Maçons pensam.
M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 122

O Delta Sagrado

Por definição, segundo o dicionário Aurélio, “Delta” é a quarta letra do alfabeto


grego, correspondente ao nosso D, e que tem a forma de um triangulo isósceles (os três
lados iguais). É também, por semelhança, a foz, caracterizada pela presença de ilhas de
aluvião, geralmente de configuração triangular, assentadas à embocadura de um rio, e que
forma canais até o mar.
Na Maçonaria, no Oriente de uma Loja, por cima do Trono do Venerável Mestre,
brilha o Delta Sagrado, normalmente, com o “Olho Divino” no centro. É o símbolo do
Poder Supremo e também do primeiro princípio – ONISCIÊNCIA - que é a suprema
realidade, em seus três lados, ou qualidades primordiais que o definem. De ambos os lados
do Delta, que representa a Verdadeira Luz, a Luz da Realidade Transcendente, aparecem o
Sol e a Lua, os dois luminares visíveis e reflexos dessa luz invisível, que ilumina a Terra, e
que, simbolicamente, representam as luzes: intelectual e a moral (Nicola Aslan).
O Delta é um dos mais importantes símbolos maçônicos. No Templo Maçônico,
como dito acima, ele fica atrás do trono do Venerável Mestre e deverá ficar numa altura tal
que sua visão não seja obstruída pelo Venerável quando este estiver de pé.
Ele é tão importante que quando um maçom cruza a Linha do Equador num
Templo Maçônico, ele faz uma leve saudação ao Delta (muitos pensam, erradamente, que a
saudação é feita ao Venerável Mestre – ver Pílula Maçônica nº 121).
Muitas vezes é colocado, em menor tamanho, na parte frontal externa do Dossel
Nos Ritos teistas (Adoniramita, Escocês, etc) o Delta representa a presença da
Divindade e, normalmente, no seu interior são colocados símbolos representativos, tais
como a letra hebraica „iod”, ou mesmo, o tetragrama.
Nos Ritos agnósticos, o Delta representa a sabedoria, o conhecimento. No seu
interior, normalmente é colocado o “Olho que Tudo Vê” (vide Pílula Maçônica nº 95).
Por todos os motivos mencionados, é que, a visão do Delta não pode ser obstruída
por nada e por ninguém.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 123

Rosa – Cruz e a Maçonaria

O pessoal mais antigo da Maçonaria é frequentemente questionado pelos maçons


mais jovens, sobre a ligação entre a Maçonaria e o Rosacrucianismo.
A pergunta mais freqüente é se a Rosa-Cruz nasceu na Maçonaria, ou vice versa.
Se têm muita coisa em comum, etc.
Na verdade elas são instituições totalmente diferentes, com origens diferentes.
É difícil dizer que não tem nada em comum, pois a Maçonaria tem uma parte
“mística”, apesar da Maçonaria Especulativa, atual, ser uma construtora social, atuando no
terreno político-social. Por sua vez, a Rosa-Cruz é uma instituição muito “mística”, num
sincretismo de diversas correntes filosófico-religiosas: desde alquimia, gnosticismo cristão,
cabalismo judaico até o hermetismo egípcio (Castellani).
Sobre a origem da Maçonaria já foi falado em diversas Pílulas anteriores.
Quanto a origem do Rosa-Cruz, apesar de alguns escritores ufanistas, dizerem que
essa Instituição nasceu no Egito antigo, escritores sérios, com documentos concretos, como
Frederico Guilherme Costa, demonstram que, na verdade, ela nasceu na Idade Média.
No livro “Maçonaria Dissecada” o escritor citado, nos diz que a primeira menção
histórica da Rosa-Cruz, data de 1614, quando apareceu o documento “Fama
Fraternitatis”, relatando as fantásticas viagens pela Arábia, Egito, Marrocos feitas pelo
germânico Christian RosenKreuz.
Nesses países, adquiriu seus conhecimentos místicos e que foram, posteriormente,
espalhados pelos quatro cantos do mundo, através de seus seguidores.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 124

Tronco de Solidariedade

Tem também a denominação de Tronco de Beneficência, dos Pobres, da Viúva,


etc. É o nome que se aplica à bolsa, saco ou sacola que circula na Loja e na qual se recolhe
o óbolo dos maçons presentes. É realizado pelo Irmão Hospitaleiro antes do término da
sessão.
O termo “Tronco” é um galicismo (palavra importada diretamente do Francês) e
essa palavra francesa “TRONC” tem dois significados: tronco, propriamente dito, como
tronco do corpo humano, tronco de árvore, tronco ferroviário, tronco familiar, etc. E é,
também, a “caixa de esmolas” colocada na entrada das igrejas. Na verdade é uma caixa
com uma fenda onde são colocadas as esmolas, e nela, normalmente está escrita a palavra
“tronc”
Obviamente, é com esse significado que essa palavra é usada na Maçonaria.

Isso mostra, mais uma vez, que a influencia da Maçonaria francesa no Brasil.
Portanto, só existe circulação do Tronco nos Ritos de origem francesa, como é o caso do
REAA, o Moderno e o Adonhiramita.
Os Ritos de origem inglesa não possuem a circulação do Tronco de Beneficência.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 125

O Balandrau e o Terno Preto

O Balandrau é uma vestimenta com tecido na cor preta, com mangas, fechada até o
pescoço e é talar, ou seja, cobre até o nível do tornozelo (calcanhar). É muito semelhante à
“batina” dos eclesiásticos da Igreja Católica Romana.
A origem é muito antiga, pois há evidencias de uso pelos membros do “Collegia
Fabrorum” que era um grupo de pessoas que acompanhavam as guarnições romanas, no
século VI a.C. e que reparava e reconstruía o que era destruído e danificado nas conquistas.
Posteriormente, foi usada pelos membros das “Associações Monásticas”, possivelmente
herdeira de muitos ensinamentos do “Collegia Fabrorum”.
Segundo Mestre Nicola Aslan, nos parece que o uso do Balandrau é uma
peculiaridade da Maçonaria brasileira, pois nenhum autor, fora do Brasil, se refere a ele
como indumentária maçônica. Tudo indica que o uso do Balandrau remonta à ultima
metade do século XIX, tendo sido introduzido na Maçonaria pelos Irmãos que faziam parte,
ao mesmo tempo, de Lojas maçônicas e de Irmandades Católicas, Irmãos estes que foram o
pivô da famigerada “Questão Religiosa”, suscitada no Brasil em 1872.
Aparentemente, essa vestimenta foi adotada pelos maçons brasileiros como
substituto barato e mais confortável do traje a rigor preto, sem objeção por parte das altas
autoridades maçônicas. Assim, o uso do balandrau não foi aprovado nem desaprovado, foi
simplesmente tolerado, não constituindo, portanto, um traje litúrgico (N. Aslan).
Entretanto, não podemos esquecer que, no REAA, o “Ir. Terrível” usa um
Balandrau com um capuz, também preto, a fim de não ser reconhecido pelos Neófitos.
Referente ao Terno preto, camisa branca e gravata preta (REAA) vamos buscar as
informações nos livros do Mestre Castellani: “na verdade é usado um “parelho”
indumentária composta de duas peças (paletó e calças) e, não de um “terno” composta de
três peças (paletó, calças e colete)”.
Segundo ele, o uso dessa indumentária é devido, no Brasil, a majoritária formação
católica dos maçons brasileiros, que não se desligaram, pelo menos até agora, do “traje de
missa”, transformando as reuniões em verdadeiras convenções de agentes funerários.
Lembra ele que, o traje Maçônico é o AVENTAL. Em outras partes do mundo,
principalmente em regiões quentes, os maçons vão às sessões até em mangas de camisa,
mas portando, evidentemente, o Avental. E trabalham muito bem, pois a consciência do
maçom não está no seu traje. Como diz a velha sabedoria popular: “o hábito não faz o
monge”.
Discutir tipo de traje a ser usado (com exceção do Avental) é algo que não leva a
nada, pois o traje masculino sofre variações através dos tempos e, inclusive, varia, de povo
para povo, na mesma época.
A própria Igreja, que é bastante conservadora, já abandonou certas exigências. A
Maçonaria, por ser evolutiva e progressista deveria ir pelo mesmo caminho. O balandrau,
como roupa decente, poderia, se quisessem, uniformizar o traje, o que é, também, uma
maneira de mostrar a igualdade maçônica (J. Castellani).

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PÍLULA MAÇÔNICA Nº 126

Escultura de Moisés. Florença.

Em Florença existe uma escultura de “Moisés”, feita por


Michelangelo Buonarotti, o maior escultor em mármore até hoje conhecido.

Buonarotti era um gênio nas artes e essa escultura nos deixa curioso,
pois a figura de Moisés ali representada mostra duas saliências na parte
superior/posterior da cabeça, como se fossem dois chifres ou cornos.

Impossível Buonarotti ter errado!

Muitas explicações foram dadas para tal fato, mas a mais plausível é
dada abaixo.

Quando São Jerônimo, a pedido do Papa Damaso, fez a tradução da


Bíblia para o Latim (Vulgata), na passagem de um trecho do “Exôdo”, o
mesmo cometeu um erro na tradução de uma palavra. O correto seria: “a
face irradiada de Luz” foi traduzida como “a face tinha dois chifres (cornos)”.

Tudo indica que uma das palavras em hebraico tinha dois significados.
Aparentemente, São Jerônimo pegou o significado errado para tal tradução.

Como na época, ninguém estava a “altura” para questionar São


Jerônimo, ou seja, questionar a própria igreja Católica, o Moisés ganhou,
nessa escultura, feita de acordo com a Sagrada Escritura, um par de chifres
na cabeça.

M.: I.: Alfério Di Giaimo Neto

CIM 196017
PÍLULA MAÇÔNICA Nº 127

Profano

Como já foi mencionado em outra Pílula Maçônica (vide Pílula nº 53 –


Colunas do Templo) o termo “Templo”, que, entre outras definições, é o local
onde as Lojas Maçônicas se reúnem, vem do Latim “templum”, que significa
horizonte. Como foi explicado, os augures contemplavam o horizonte
(templum) para fazerem suas predições sobre o futuro, referente às
condições climáticas, tempo de colher, templo de plantar, etc.

No local onde eles faziam essas predições, sempre no mesmo lugar e


geralmente em cima de uma colina, foram erigidas paredes e teto, para
protegê-los contra as intempéries. O interessante é que essa construção é
que começou a ser chamada de “Templo”, pois era dali que o horizonte
(templum, em latim) era observado.

Referente ao “Profano”, sabemos também que em latim, o termo


“fanum” é que define a construção onde as religiões praticam seus cultos e é
onde a Maçonaria reúne suas Lojas. É sinônimo de igreja, santuário, etc.

O termo “pro”, tem o significado de “estar fora”. Portanto, nas


religiões, “profano” é a definição de quem não pertence à comunidade
religiosa, de quem não foi Iniciado, batizado, etc.

Na nomenclatura Maçônica, um “profano” é a pessoa fora da


Fraternidade; um não-Maçom. É dito também que, o mundo profano é o
mundo fora das Lojas, ou seja, fora do ambiente Maçônico.

Recapitulando: na língua portuguesa o termo “Templo”, que é a


construção onde os Maçons se reúnem, vem da palavra “templum” que
define o horizonte. E, em latim, para essa mesma construção, o termo que a
define, é “fanum”.Portanto, “pro-fanum” fora do templo, gerou “profano”.

M.: I.: Alfério Di Giaimo Neto

CIM 196017
PÍLULA MAÇÔNICA Nº 128

Pelicano

Pelicano é uma ave aquática, grande, palmípede de bico longo e chato,


com largo “papo” abaixo da mandíbula inferior, com fácil regurgitar. Segundo
Mestre Mackey, em sua Enciclopédia da Maçonaria, na antiga seita cristã, o
Pelicano era considerado o símbolo do Salvador. Isso devido antiga lenda que
relata que essa ave dilacerando o peito, derrama seu sangue para seus filhotes.

A Igreja fez dele um símbolo, no qual ele assemelhava-se ao Salvador,


derramando seu sangue por Ela (Igreja) e pela humanidade. Por associação de
idéias, a Maçonaria fez do Pelicano algo semelhante: simbolizou-o como sendo a
Maçonaria que derrama seus conhecimentos para seus Obreiros.

Dessa interpretação teológica, segundo Mestre N. Aslan, os místicos


aplicaram outro significado considerando o Pelicano como o símbolo do próprio
sacrifício que, posteriormente, se reflete em boas ações, como bônus do
realizado.

Não é de se estranhar, portanto, que a Maçonaria nos seus Altos Graus


(REAA) tenha adotado o Pelicano como Símbolo para o Grau de Cavaleiro Rosa-
Cruz, grau eminentemente cristão.

O Pelicano é sempre representado no momento em que abre suas


entranhas para alimentar seus filhotes. Por isso, na ‘jóia” dos Cavaleiros
Templários, ele é visto embaixo da Rosa-Cruz e do Compasso, que apóia as suas
pontas sobre o quarto de círculo que sustenta seu ninho (Alec Mellor).

É considerado, também, o Símbolo da Caridade e do amor Materno


(N.Aslan). Muitas outras interpretações simbólicas foram realizadas,
principalmente pela Igreja católica, fazendo comparações com Jesus Cristo,
mostrando mais uma vez que o pensamento do ser humano é livre e não tem
limites.

M.: I.: Alfério Di Giaimo Neto


PÍLULA MAÇÔNICA Nº 129

Nível

Qual é o significado do instrumento “Nível” na Maçonaria?

Como resposta, temos a dizer que o nível é o símbolo da igualdade,


não somente entre os membros da Fraternidade, mas de toda a humanidade.

A Maçonaria ensina que o ser humano é fruto do Grande Arquiteto


do Universo, que todos os homens foram criados por Ele na sua natureza,
com certos direitos inalienáveis de vida, liberdade, e o direito de ser feliz.

Isto não significa, entretanto, a não consideração das distinções


devido ao mérito, ou a graduação e posição pela virtude de dádiva especial
ou treinamento ou perseverança.

Certamente, todos os homens são iguais na sua natureza, sujeito às


mesmas enfermidades, tendo o mesmo amor divino, e como evento
derradeiro, a morte, seguindo as imutáveis leis de Deus.

Mas alguns homens, pela disciplina, treinamento e o uso próprio de


dons e inteligência, fornecidos pela natureza, escala um ou vários degraus
acima do nível comum.

Desse modo, a esta igualdade maçônica está sujeito o personagem


mais poderoso e elevado, como o mais humilde dos iniciados, que não se
distingue por outro título senão o de “Irmão”. Como foi dito, o que pode
distinguir os Maçons e conduzi-los aos altos cargos é o mérito e também as
virtudes e o talento, que é a base das democracias (N. Aslan).

O Nível lembra ao Maçom que todas as coisas devem ser


consideradas com serenidade igual, e o seu simbolismo tem como corolário
noções de medida, imparcialidade, tolerância e igualdade, como também o
correto emprego dos conhecimentos (Ragon).

M.: I.: Alfério Di Giaimo Neto CIM 196017


PILULA MAÇÔNICA Nº 130

Prumo

Qual o significado do instrumento “Prumo” na Maçonaria?


O “Prumo” também conhecido como “Fio de Prumo” ou “Perpendicular” é a Jóia
do Segundo Vigilante. Essa palavra foi extraída pela Maçonaria de diversas passagens da
Bíblia. Inseparável do “Nível”, que é a Jóia do Primeiro Vigilante (vide Pílula Maçônica nº
129).
O primeiro representa a vertical hierárquica. O segundo, a igualdade. Os dois
reúnem-se não “Esquadro”, que é a Jóia do Venerável Mestre.
Segundo Mestre Nicola Aslan, o Prumo, que é geralmente usado nas construções
de alvenaria, é um pedaço de chumbo, devido sua alta densidade, suspenso por um cordel.
Serve para comprovar se o que está sendo feito, está colocado ou não perpendicularmente
ao horizonte.
Mestre Frau Abrines nos diz que: o Fio de Prumo, em Maçonaria, simboliza a
atração e a Retidão que deve resplandecer em todos os juízos de um bom Maçom. É
também o emblema da Justiça e da Equidade que devem ter todas as sentenças emanadas
dos tribunais maçônicos.
De acordo com Ragon, o Prumo significa que o Maçom deve possuir tal Retidão
de Julgamento que nenhum afeto, seja de interesse ou de família, deve desviar.
Para Mestre Gedalge, o Prumo é o emblema da pesquisa, em profundidade, da
base e do equilíbrio. É também o Símbolo da profundeza do conhecimento e de uma retidão
que previne todo desvio obliquo.
Desse modo, o Nível e o Prumo, nos permite a correta construção das muralhas do
Templo simbólico, em que se emprega todo maçom, por isso o Prumo foi considerado o
emblema da retidão da conduta.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 131

OFICINA

OFICINA é o termo genérico que serve para designar todo e qualquer


agrupamento maçônico: Loja, Capítulo, Conselho Filosófico, etc. Na linguagem corrente,
todavia, a palavra tornou-se mais ou menos sinônimo da palavra “LOJA”.
Segundo Mestre Jules Boucher: “...foram assim designadas como lembrança das
associações dos primeiros Maçons operativos, pois era nesse local que se reuniam aqueles
que tinham “ofício””.
Consultando, agora, Mestre Nicola Aslan, no Grande Dicionário Maçônico, temos:
“As Oficinas tomam várias denominações, de acordo com os graus que conferem
aos seus membros. Assim, por exemplo, no R.E.A.A. que é o mais difundido no Brasil:
As Lojas Simbólicas que conferem os graus 1 a 3
As Lojas de Perfeição que conferem os graus 4 a 14
Os Capítulos que conferem os graus 15 a 18
Os Conselhos Kadosh que conferem os graus 19 a 30
Os Consistórios que conferem os graus 31 a 32
Os Supremos Conselhos que conferem o grau 33”

O Grau 01 consiste na grande “Iniciação” maçônica. Os Graus 02 e 03 conferem a


plenitude Maçônica ao Iniciado.
Nos Altos Graus, do 04 ao 30, levam o Mestre Maçom para obtenção dos
conhecimentos universais. Os graus 31, 32 e 33 são meramente administrativos (N. Aslan).

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 132

Esquadro

Qual o significado do instrumento “Esquadro” na Maçonaria?


O “Esquadro”, além de ser a Jóia do Venerável Mestre, é a segunda das “Três
Grandes Luzes” que iluminam as Lojas. O primeiro é o “Livro da Lei”, e a terceira, o
“Compasso”. Ele se associa com este último, suas partes entrecruzadas ou sobrepostas com
as pernas do Compasso de maneira variável de acordo com o grau Simbólico em que
funciona a Loja e com o Rito.
Simboliza a retidão moral, razão pela qual as suas partes são rígidas – daí a
expressão “viver de acordo com o Esquadro”.
Vejam abaixo o que nos diz o Mestre Allec Mellor:
“várias tumbas de arquitetos da idade Média representam o Esquadro e o
Compasso associados, mas com um significado puramente operativo. É o caso de se
perguntar, contudo, se um significado mais esotérico já não aparecia no célebre esquadro de
metal descoberto na ponte de Limerick (Baal´s Bridge) na Irlanda, quando de sua
reconstrução. Essa peça curiosa representa a data de 1517 e as seguintes palavras:
“esforçar-me-ei para viver no amor e na solicitude. Na retidão, de acordo com o
esquadro”.
Nada permite afirmar que se trata de uma falsificação. Admitindo-se, contudo, que
a data de 1517 seja autentica, é excepcional encontrar o simbolismo do Esquadro num
sentido tão inusitado na época. Apesar que, fora da Maçonaria, encontra-se esse Símbolo
em outros simbolismos, inclusive na filosofia chinesa, com a mesma significação.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 133

As paredes vermelhas no Templo para R.E.A.A

Temos sido questionados o “por que” das paredes dos Templos da Associação
Beneficente Barão de Mauá serem na cor vermelha.
Isso deve-se ao fato de que a maioria das Lojas que usam nossos Templos
praticam o REAA e é considerado correto, por nós, o uso dessa cor para esse Rito.
O Mestre Castellani durante trinta anos tentou fazer com que as Lojas que
praticam esse Rito mudassem de azul para vermelho, pois essa é a cor do Rito.
Para esclarecer, veremos um pequeno resumo do que ele escreveu em alguns de
seus livros:
“Assim se verá, por exemplo, que, COMO OCORRE EM TODO O MUNDO, o
Templo Escocês tem suas paredes púrpuras, porque a cor do REAA é a vermelha...Em
termos de cor do Rito – e, portanto, das paredes do Templo e da orla do Avental do
Mestre Maçom – a mesma é especifica vermelha. Quando fui exaltado a Mestre em 1966,
recebi meu avental de orla vermelha.
Lamentável é que o Grande Oriente do Brasil, que seguia a orientação mundial,
tenha, posteriormente, seguido o erro das Grandes Lojas estaduais brasileiras (surgidas
da cisão de 1927, no GOB) e “azulado” seus Templos Escoceses e seus Aventais.
Ocorre que as primeiras Grandes Lojas, surgidas naquele ano, tomaram, através
de Mario Behring, como modelo, a Grande Loja de New York, onde, realmente , tudo é
azul, esquecendo que lá funciona no Rito de York, QUE É REALMENTE AZUL.
Quem quiser comprovar o que digo, basta circular pelas Lojas da America do
Sul, e irá ver as Lojas do Chile, Uruguai, Argentina, etc, na cor vermelha.”

Devo lembrar , também, que a origem do REAA foi na França, com influencia
direta do Colégio Clermont, comandado pelo Alto Clero, Nobreza e pelos Jesuítas, cuja cor
predileta é a cor vermelha.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 134

Discussão Política e Religiosa

As discussões políticas e religiosas já tinham sido proibidas, anteriormente, dentro


das lojas pelos estatutos de Anderson. Essas discussões são também proibidas na
Maçonaria contemporânea com o mesmo rigor.
Essa proibição se concretizou em 1723 na Constituição de Anderson, onde, no
Capítulo referente a “Deus e Religião” ficou estabelecido que as opiniões religiosas seriam
particulares e a Ordem (Craft) teria a Religião que todos os homens concordam.
Isto, obviamente, era baseado na política dessa nova Grande Loja (fusão de 04
Lojas, ocorrida em 1717, em Londres) para evitar discussões religiosas e políticas, sendo
estas os principais motivos de discórdia e destruição da harmonia na época.
Devemos observar que os maçons já tinham conhecimento, naqueles tempos, dos
perigos apresentados nas discussões sobre religião e política. A Grande Loja foi formada,
em Londres, logo após a rebelião abortiva de James Stuart, o “Antigo Pretendente” (filho
de James II). Opiniões políticas e religiosas eram conduzidas de modo duro e amargo, e a
desunião entre os Whigs (Hanoverianos) e os Toris (Stuarts) era muito profunda. O
primeiro grupo era, na maioria, Protestantes e o segundo grupo, Católicos Romanos.
Uma introdução de qualquer tendência na Política e/ou Religião na
Francomaçonaria, naquele estágio, poderia ser desastrosa.
Além disso, a guilda de pedreiros tinha como princípio fundamental a
Fraternidade – acima das divisões humanas, tendências políticas, filosóficas ou religiosas.
Se optassem por uma das definições teológicas já existentes na época, estariam filiando a
Maçonaria à instituição que emitira aquele conceito, e desse modo, afastariam todos
aqueles que pensassem de maneira diferente; se propusessem uma nova concepção,
estariam dando à Ordem os contornos de uma nova religião, e assim afastariam também os
sinceros adeptos de todas as outras (Eleutério N. Conceição).
Os trabalhos no Tempo de Estudo, ou as Conferências, devem evitar esse assunto
com cuidado e, por essa razão, o Venerável Mestre reserva-se o direito de proibi-las, se o
assunto anunciado, sobre o qual deve estar informado, lhe parecer indesejável.
Até fora da Loja, essas discussões são proibidas, e admite-se que perguntar a um
irmão quais são as suas opiniões políticas seja uma indiscrição. Aparentemente, nas
Obediências irregulares, essa regra é violada de maneira permanente, e pode-se até dizer
que as conferências “anti-religiosas’ constituem o essencial dos programas de certas lojas
em que o velho anticlericalismo está longe de estar morto. (Alec Mellor – Dic. da Franco
Maçonaria – pag. 105).

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 135

Abobada de Aço

Abobada de Aço, também conhecida como “Abobada de Espadas” é, no Rito


Escocês Antigo e Aceito, a fileira (cobertura) de honra formada por uma série de espadas
erguidas e cruzadas sobre a cabeça de um dignitário, acompanhado de palmas e/ou
“malhetes batendo”, quando de sua entrada no Templo Maçônico, para participar de uma
Loja. Esse costume não é de origem maçônica. Foi introduzido no século XVIII, imitando
cerimonial de certas Ordens nobres militares da Cavalaria
O seu caráter militar inspira-se no costume, quando do casamento de um oficial,
de formar uma abobada de espadas acima do casal na saída da igreja (Alec Mellor).
A “Abobada de Aço” tem um simbolismo eloqüente. Por ela, os Maçons indicam
que põem a sua força e serviço de quem honram com este cerimonial e o teto formado pelas
espadas cruzadas simboliza a proteção oferecida (Nicola Aslan).
Devo lembrar, como complementação, que o Pavilhão Nacional é a maior
autoridade dentro de uma Loja Maçônica, mas não devemos, jamais, formar a Abobada
de Aço.
A Bandeira Nacional tem presença obrigatória nos Templos Maçônicos em
todas as Sessões Magnas. (Art. 1º - Dec. nº 0084 de 19/11/97 - GOB) e, portanto, devemos
lhe prestar as honras previstas em nossa legislação.
O Pavilhão Nacional será introduzido no recinto do Templo, após a entrada da
mais alta autoridade Maçônica presente à Sessão. Após o ingresso da Bandeira, ninguém
mais entrará com formalidades, nem mesmo o Grão-Mestre Geral
De acordo com RGF – GOB, a Bandeira será recebida por uma Comissão
composta de 13 (treze) IIr:. MM:. MM:., armados de Espadas e munidos de Estrelas (vide
pílula nº112), e de uma Guarda de Honra, munida de Espadas, de três membros.
Estando tudo devidamente preparado, o M:. CCer:. faz com que primeiramente
entre a Comissão de treze membros, em fila dupla, ficando sete ao Norte e seis ao Sul,
parados e voltados para o eixo central do Templo, à Ordem (espada no punho direito, na
altura da cintura, ponta para cima), e Estrela na mão esquerda.
Após a execução do Hino Nacional, a Comissão de recepção ao Pavilhão, deverá
fazer “Continência com a Espada” para a passagem da Bandeira. Essa continência é feita
apontando a espada para baixo, do lado direito do corpo, formando um angulo de 45º em
prolongamento com o braço direito, voltando o olhar para a Bandeira.
Após o término do Hino Nacional, o Porta. Bandeira , sempre com a Bandeira na
posição vertical, rompe a marcha com sua guarda. A Comissão de treze membros deverá
acompanhar com o olhar, a passagem da Bandeira, e quando esta passar pelo último
membro, todos ao mesmo tempo, voltam à Ordem com a espada.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 136

Academia

A “Academia” original (akadémeia) foi o jardim no qual Platão fundou sua escola
de filosofia, mas o termo passou a designar toda instituição de ensino superior, ou que
congrega luminares da ciência, das artes, da filosofia etc. Muitas academias tornaram-se
famosas através de tempos e lugares, nas várias áreas de sua atuação (C.Aulete).
Platão foi um filósofo e matemático do período clássico da Grécia Antiga, autor
de diversos diálogos filosóficos e fundador da Academia em Atenas, a primeira instituição
de educação superior do mundo ocidental.
A historia nos conta que no século VI a.C., nos arredores da cidade de Atenas,
onde havia um imenso jardim que outrora pertencia ao herói lendário de Ática chamado
“Academos”, alí, em 388 a.C., Platão fundou uma escola de investigação científica à qual
deu o nome de “Academia”, em homenagem a esse herói lendário (Mario Name).
Juntamente com seu mentor, Sócrates, e seu pupilo, Aristóteles, Platão ajudou a
construir os alicerces da filosofia natural, da ciência e da filosofia ocidental. Acredita-se
que seu nome verdadeiro tenha sido Arístocles Platão era um apelido que, provavelmente,
fazia referência à sua característica física, tal como o porte atlético ou os ombros largos, ou
ainda a sua ampla capacidade intelectual de tratar de diferentes temas, entre eles a ética, a
política, a metafísica e a teoria do conhecimento.
Embora não exista qualquer dúvida de que Platão lecionou na Academia fundada
por ele, a função pedagógica de seus diálogos, desde sua a época, eram usados como
ferramenta de ensino nos tópicos mais variados, como filosofia, lógica, retórica,
matemática, entre outros.
Segundo Allec Mellor, historiador maçônico francês, “Academia” foi também o
nome dado, no século XVIII, a grupos maçônicos. Assim, entre outras, tivemos a
“Academia dos Verdadeiros Maçons”, de Pernety e a “Academia dos Sublimes Princípios
do Cordeiro Luminoso”, fundada pelo Barão Blaerfindy em 1780, que era uma espécie de
Franco Maçonaria pretensamente pitagórica em três graus.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 137

Escola de Alexandria

Haveria alguma ligação entre a Maçonaria e a Escola de Alexandria? Não estou


afirmando que existisse Maçonaria naquela época, pois sabemos muito bem que não existia.
Porém, a Maçonaria extraiu, posteriormente, importantes ensinamentos dessa famosa
Escola.
Quando Alexandre, o Grande, construiu a cidade de Alexandria no Egito, a qual
ele planejou ser a base de seu Império, ele estabeleceu uma escola de Filosofia a qual se
tornou, muito provavelmente, a maior instituição desse tipo, do mundo histórico daquela
época.
Era o ajuntamento dos maiores filósofos e sacerdotes religiosos, dos países do
Oriente, dos Judeus, dos Egípcios, dos Árabes e dos Gregos. Era uma mistura heterogênea
de opiniões, filosofias, teorias religiosas de bispos egípcios, de ministros dos cultos
judaicos (Rabinos), de teólogos e professores árabes, e, também, discípulos dos
ensinamentos de Platão (ver Pílula nº 136) e Pitágoras.
Tanto Aristobulus quanto Philo, notáveis filósofos dessa escola, porém de
gerações diferentes, afirmavam que os escritos sagrados dos Hebreus, pelo seu sistema de
Alegorias e impregnados com esoterismo e significados ocultos, eram a verdadeira fonte de
todas as doutrinas religiosas e filosóficas.
Portanto, foi aí nessa Escola, que a Maçonaria com a sabedoria que lhe é
característica, tirou e tem tirado o mais sublime alegorismo, simbolismo e formas
ritualísticas de instruções.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 138

Deismo e Teismo

Este assunto já foi comentado em outra Pílula (ver Pílula Maçônica nº26), mas por
ser importante para a Maçonaria, fui buscar uma outra fonte de informações –Holy Bible,
versão Maçõnica, editada em Wichita, Kansas, EUA.
As definições foram tiradas de lá. Os comentários são meus.

DEÍSMO é a crença em Deus considerando somente o que é natural e racional.


Rejeita a revelação sobrenatural e os elementos sobrenaturais na religião. Muitos “livres-
pensadores” da França, nos séculos XVI e XVII foram classificados como “deistas”. É um
erro grosseiro dizer que eles tiveram grande influencia na Francomaçonaria naquele
período. Os Princípios e as Doutrinas da Francomaçonaria repudiam o Deísmo. Maçons são
Teístas; eles acreditam num Deus verdadeiro e ativo; eles reconhecem suas revelações
sobrenaturais de Si mesmo e de seus desejos e os elementos sobrenaturais na verdadeira
religião.
TEÍSMO é a doutrina de um Deus, eterno, auto suficiente, onisciente, onipotente,
impregnando toda a Criação, criador, preservador, protetor e benfeitor de todas as coisas e
do Homem. É nesse Deus que os maçons confessam a sua Fé e Crença, e reconhecem as
revelações desse Deus. É o oposto do Ateísmo – doutrina na qual não há um Deus, ou do
Politeísmo – a doutrina na qual há muitos deuses, e do Deísmo – descrito acima e do
Panteísmo – doutrina na qual toda natureza é Deus e Deus é toda natureza.
Comentários: na verdade, em 1717, na união das quatro Lojas em Londres, dando
início à Maçonaria Especulativa que praticamos hoje, a tendência era mais para o Deísmo
do que para o Teísmo. Isso, talvez, mais por receio ou prevenção, pois a Inglaterra estava
passando por mudanças radicais em sua Monarquia e a religião dominante variava
conforme o Monarca eleito. Quando do lançamento da Constituições de Anderson, um
reverendo presbiteriano, em 1723, a Maçonaria estava em “cima do muro”. Somente em
1738, quando ocorreu a primeira revisão dessa Constituição, muita coisa já tinha sido
definido e houve, realmente, uma tendência para o Teísmo.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 139

Verdade

A “Verdade” é um dos grandes princípios do credo maçônico.


É a fundação, a base, de todas as virtudes da Maçonaria; é um dos nossos grandes
princípios; para ser um homem bom e verdadeiro é a uma parte da primeira lição que nós
aprendemos.
E como estímulo para nossa liberdade (homem livre e de bons costumes,
lembram?) nós somos estimulados a sermos zelosos na perseguição da verdade e da
bondade.
Não é suficiente somente caminharmos na direção da Luz, a menos que
caminhemos também na direção da Verdade. Toda hipocrisia e falsidade devem ser banidas
do nosso meio ambiente maçônico.
Sinceridade e comportamento correto completam a harmonia de uma Loja e nos
torna de coração aberto para aceitar os segredos e pedidos de todos os Irmãos, típico de
quem não tem nada a esconder.
Há um atrativo na Verdade que puxa e atrai continuadamente nossa mente na
direção dela. Quanto mais nós descobrimos mais desejamos descobrir. E a grande
recompensa é a sabedoria e a alegria de conquistá-la.
É um edifício fundado em uma sólida rocha que nenhum abalo e nem mesmo o
tempo pode destruir.
Na antiga mitologia de Roma, Verdade era chamada a mãe das virtudes e era
pintada de branco e seu olhar era calmo e sereno. Ela era a protetora da honra e da
honestidade e a luz e felicidade da sociedade humana.
(extraído do Dictionary of Freemasonry – Robert Macoy)

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 140

Amém!

Apesar de muitos pensarem (inclusive eu) que a origem da palavra “Amém” fosse
latina, é um engano. Na verdade essa expressão é de origem hebraica e tem o significado de
“realmente”; “verdadeiro”; “certamente”. Pelo seu uso, uma pessoa pode confirmar a
palavra, ou afirmativa, de outra pessoa e expressar seu desejo para o sucesso daquela
palavra ou afirmativa.
A expressão que substitui a palavra “Amém”, em inglês, é “So Mote It Be” e, em
português, é “Assim Seja”. Em italiano é “Cosí Sia”
Essas 04 expressões, de modo geral, são empregadas para fechar uma prece, uma
reza ou súplica, por aqueles que confirmam ou aprovam a tal prece ou súplica.
Quanto a expressão “So Mote It Be” ela é muito usada nas Lojas Inglesas e é,
também, muito antiga na Maçonaria Inglesa, pois aparece no “Poema Regius” que é um dos
mais antigos documentos maçônicos, na era Operativa.
A palavra “Mote” é anglo saxônica, derivada do verbo anômalo “Motan”.
Na Maçonaria brasileira, no R.E.A.A, está se tornando comum, apesar de não
pertencer a esse Rito, um Maçom, a pedido do Mestre de Cerimônias, fazer uma pequena
prece, no Atrio do Templo, e no final todos confirmam, dizendo “Assim Seja!”

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 141

Espada Flamejante

A “Espada Flamejante” é um dos objetos mais simbólicos e sagrados na


Maçonaria. É usada tanto nas Lojas Simbólicas como nos Altos Graus para sagração nas
Iniciações, Elevações, etc.
Entretanto, há uma pequena controvérsia sobre seu nome: “Espada Flamejante”
ou “Espada Flamígera”?
Segundo o Dicionário Caldas Aulete, praticamente não existe diferença nas
definições, entretanto a palavra “Flamejante” tem um sentido figurado, e é nesse
sentido que é usado na Maçonaria.
FLAMÍGERA ou FLAMÍFERA: adj. || que traz ou causa chamas. F. lat.
Flammifer.
FLAMEJANTE ou CHAMEJANTE: Que lança flamas (fogueiras flamejantes);
Chamejante.
Sentido figurado: 1) Fig.Que é vistoso, que chama a atenção (olhares
flamejantes); 2) Brilhar, cintilar; FULGURAR. [int.: No alto, as estrelas flamejavam.]; 3)
Fig. Aparecer como algo que faísca ou parece faiscar; CHAMEJAR. [td.: Seus olhos
flamejaram o ódio pela sala toda, em busca da rival.]
Portanto, nos parece lógico, usar o termo Flamejante nos textos maçônicos.
A Espada Flamejante é diferente de tudo que é mencionado sobre espadas.
Aparentemente, ela não está descrita em nenhum livro que não seja aquele que relate as
coisas pertencentes à Ordem Maçônica. Sua lâmina não é retilínea, mas ondulada,
assemelhando-se à labaredas de fogo.
Conforme pode ser lido no Livro Sagrado, a Bíblia, ela foi empunhado pelos Anjos
do Senhor, Guardiões da Porta do Paraíso Terrestre, como verdadeira Espada de Fogo: “E
expulsou-os; e colocou, no oriente do Jardim do Éden, querubins armados de espadas
flamejantes, para guardar o caminho da Árvore da Vida ” (Gen.3:24).
Até onde se sabe, os historiadores não têm, além dessa informação obtida na Bíblia
descrita acima, outras informações que esclareçam a origem dessa arma de formato tão
peculiar. A Maçonaria Simbólica adotou-a, pois representa, sem dúvida, a emancipação da
força, de proteção, de defesa e de ação.
Tem significados tremendamente profundos na Simbologia Maçônica, sendo talvez,
o principal deles, a arma a ser usada na luta eterna na dualidade entre o “Bem” e o “Mal”.
Simboliza também o poder possuído pelo Venerável Mestre de Iniciar novos
Aprendizes, Elevar novos Companheiros e Exaltar novos Mestres, na loja Simbólica.
O Venerável Mestre é a autoridade máxima da Loja, e deve ser o mais correto de
todos os Irmãos. Esta retidão exemplar é simbolizada pelo “Esquadro” e a autoridade
máxima é simbolizada pela Espada Flamejante.
Ela só pode ser tocada, em Loja, pelo Venerável Mestre ou por um outro Mestre
Instalado. Deveria estar sempre guardada num estojo próprio e ser oferecida ao Venerável
Mestre nas Iniciações, Elevações, etc, mas hoje é comum, ser mantida, exposta, no Altar
durante todas as Sessões, mesmo nas Sessões Ordinárias. Portanto, me parece lógico,
também, que ela NÃO deve ser encostada no candidato, durante a Sagração. Somente
deverá ficar próximo do mesmo.
Ampliando os limites de nossa mente, podemos afirmar que, a Espada Flamejante,
quando empunhada pelo Venerável Mestre, sem dúvida alguma, é a representação da força,
do poder, da magia e do encanto da Maçonaria Universal, espalhada por todo canto da
Terra. Essa mesma Maçonaria que tem aperfeiçoado os homens pelo Amor, pelo Caráter e
pela Tolerância.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 142

Palavra Sagrada

É uma palavra peculiar de cada Grau Simbólico e que deve ser dita baixinho ao
ouvido e com muita precaução (N. Aslan).
Segundo Mackey, temos: “termo aplicado à palavra capital ou mais proeminente
de um Grau, indicando assim seu peculiar caráter sagrado, em contraposição à Palavra
de Passe, que é entendida simplesmente como um mero modo de reconhecimento. Diz-se
muitas vezes, por ignorância, “Palavra Secreta”. Todas as palavras importantes na
Maçonaria são secretas. Mas somente algumas são sagradas”.
A transmissão da Palavra Sagrada é uma prática típica do Rito Escocês Antigo e
Aceito, a qual acabou, posteriormente, sendo absorvido, de modo similar, pelo Rito
Brasileiro. O Ritual de Emulação não contém essa prática.
De acordo com Mestre José Castellani, o REAA colocou, ritualisticamente, dentro
dele, a pratica dos canteiros da Idade Média. Eles desbastavam a pedra bruta,
transformando-a em pedra cúbica que devia estar dentro do “esquadro”, ou seja, seus cantos
deviam formar 90 graus. Portanto, o “Nível” (horizontalidade) e o “Prumo” (verticalidade)
eram usados para assegurar a perfeição na construção.
Desse modo, os Vigilantes todo dia de manhã, no início dos trabalhos, e a tarde, no
seu término, verificavam se as medidas estavam corretas e eram passadas um para o outro,
e posteriormente ao Mestre de Obras, dizendo que “Tudo Está Justo e Perfeito”.
Como foi dito, o REAA colocou de modo similar e ritualisticamente, a transmissão
da Palavra Sagrada, no início e no térmico das Sessões de uma Loja, indo do Venerável
Mestre para o Primeiro Vigilante e para o Segundo Vigilante, como prova de regularidade e
penhor de que o trabalho está sendo bem executado (Castellani).
Obviamente, a palavra é somente transmitida ao Segundo Vigilante sem que este
tenha “posse” da mesma. Portanto, uma Sessão pode ser encerrada, caso necessário, por
golpe de malhete, sem a mínima preocupação.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 143

Saudação Maçônica

Quando um Maçom entra em uma Loja com os Trabalhos já começados, faz uma
Saudação de acordo com certas regras estabelecidas pelo protocolo. Essa Saudação é
sempre de acordo com o Grau em que a Loja está trabalhando. Trata-se de um dos mais
importantes Sinais de reconhecimento entre Irmãos. (N. Aslan).
No Primeiro Grau, de Aprendiz, o Sinal chama-se “Gutural” e não podemos
descrevê-lo, nem é necessário, pois é uma das primeiras coisas que se aprende na Iniciação.
Nos Graus Simbólicos, no REAA, quando um Obreiro da Loja se levanta para
falar, autorizado pelos VVig.: ou pelo VM.:, essa Saudação também deverá ser feita.
Na última Loja da Jacques de Molay, foi feita uma observação por um Irmão
visitante, Deputado Estadual, que, se entendi bem, essa Saudação deverá ser
INDIVIDUAL, jamais coletiva. Ou seja, para cada Obreiro mencionado devemos fazer uma
Saudação.
De todos os livros e enciclopédias consultadas não achei nada que obrigue a essa
Saudação de modo individual.
É comum, em todas as Lojas já visitadas por mim, o Obreiro se levantar, fazer o
Sinal, estando a Ordem, mencionar o V.:M.:, as Autoridades Maçônicas (plural), os
MM.:II.:(plural), os VVig.:, os Obreiros da Loja (plural) e fazer a Saudação, ficando, logo
em seguida à Ordem, até o V.:M.: mandar desfazer o Sinal.
Acho que está havendo, se é que entendi o mencionado, um “perfeccionismo
maçônico” exagerado por parte desse nosso Irmão.
Mesmo porque, pela lógica, isso não faz sentido, pois quando se mencionar:
“Autoridades Maçônicas”, quem está fazendo a Saudação vai ter que contar quantas
Autoridades existem no Oriente e fazer a Saudação no mesmo número contado,
individualmente.
Idem para os Mestres Instalados.
E, pior ainda, quando dizer “meus queridos Irmãos” vai ter que perguntar antes ao
Chanceler o número de Irmãos presentes e fazer a Saudação a todos eles.
Nessa última Loja da Jacques de Molay, só no Ocidente, havia mais de trinta
Obreiros.
Toda “regra”, ou vale para todos, ou não vale.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 144

Substituto “legal” e Substituto “ad-hoc”

Vamos iniciar esta Pílula, definindo o que é “ad-hoc”. É uma expressão latina que
quer dizer “como e quando necessário”, de modo eventual (Dic. UOL).
Em uma Loja existem duas condições totalmente diferentes, em termos de
substituições do V.:M.: ou de seus Dignitários, ou de seus Oficiais: Substituição Legal e
Substituição “had doc”.
Substituição “ad-hoc”: vamos analisar o caso de uma Dignidade, o Orador, por
exemplo. Dizemos, então, que “Orador had-hoc” é aquele que foi escolhido, eventualmente,
somente para aquela Sessão, na falta de seu Orador e de seu adjunto, eleitos para aquela
Loja. Não pode dar andamento a processos, instaurá-los ou apresentar denúncias, pois ele
não é o substituto legal do titular do cargo. Limita-se, apenas, a desempenhar os deveres
usuais do cargo, especificamente, na Sessão para a qual foi convocado, como substituto.
Não pode iniciar processo, pois isso compete ao representante legal do Ministério Público
Maçônico em Loja. E, mais do que isso, não poderá nunca ir contra a orientação já dada
pelo Titular do cargo.
Substituição Legal: em contrapartida ao exposto acima, o Primeiro Vigilante é o
substituto legal do Venerável Mestre, podendo – e devendo – portanto, desempenhar
todas as atividades administrativas necessárias ao bom andamento dos Trabalhos da
Oficina. A única restrição é, exatamente, a um desempenho ritualístico, como a sagração de
um candidato à Iniciação, ou à Elevação ou á Exaltação. Isso é restrito ao Venerável
Mestre ou a um Ex-Venerável Mestre (Ed. Trolha - Castellani).

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 145

Sessão Magna Pública

Sessão Magna Pública , também conhecida, erradamente, como “Sessão Branca”


é definida como sendo uma reunião maçônica, num Templo Maçônico, na qual os profanos
(lembrem-se: Pro = fora; Fanum = templo. Profano é uma pessoa fora do Templo, que
não pertence à Maçonaria) podem participar.
Qualquer Sessão Magna Pública é sempre aberta no Grau de Aprendiz, sendo
que, primeiramente, entram todos os obreiros da Loja que está promovendo a sessão e todos
os obreiros convidados dessa Loja. No caso de haver Autoridades Maçônicas, fica a critério
do Venerável Mestre da Loja determinar se elas entram junto ou depois da Loja já estar
aberta.
Estando a Loja aberta, o Venerável Mestre comunica a todos os obreiros que a
partir daquele momento todos os Sinais Maçônicos serão abolidos e manda formar uma
“Abóbada de Aço” para entrada dos visitantes e, o Mestre de Cerimônias, conforme já é
costume, encaminha as senhoras e crianças para a Coluna da Beleza (Coluna do Segundo
Vigilante) e os homens para a Coluna da Força ( Coluna do Primeiro Vigilante).
Muitas vezes, sempre dependendo da definição do Venerável Mestre, as
Autoridades Maçônicas podem entrar após os profanos, sendo que, sempre por último,
entra o Pavilhão Nacional, considerado como Autoridade Máxima, com a formação de
“Abobada de Aço” de treze espadas (veja Pílula Maçônica nº 135).
Terminada a Sessão, o Pavilhão é retirado, obedecendo todas as Ritualísticas
exigidas. Em seguida, forma-se novamente a “Abobada de Aço” de treze espadas, para a
saída do mesmo.
Em seguida, a “Abóbada de Aço” é definida em número de espadas, dependendo
da Ritualística (onze espadas para o Grão Mestre do GOB) e as Autoridades Maçônicas
saem, seguidas pelos visitantes profanos.
O Venerável Mestre comunica que os Trabalhos voltam ao normal e a Sessão
Maçônica é encerrada de modo ritualístico.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 146

Ne Varietur

Esta expressão latina, que significa “que não pode ser mudado”, na Maçonaria
refere-se á assinatura do Maçom, constituindo uma precaução para que não seja alterada
uma vez aposta nos documentos maçônicos, a fim de se reconhecer o verdadeiro e original
possuidor do certificado (N.Aslan/ Mackey).
Portanto, quando um Irmão recebe um Certificado de sua Loja ou Obediência, é
pedido que ele assine seu nome, para evitar impostores. Quando uma pessoa declara ser um
Maçom e apresenta seu Certificado em uma Loja que pretende visitar, é possível que peçam
sua assinatura para ser confrontada com aquela do referido Certificado. Caso as assinaturas
não sejam exatamente iguais, poderá ser impedido de entrar nessa Loja (Robert Macoy).
Na Maçonaria brasileira, como sabemos, não existe esse rigor. Basta um Irmão
conhecido se responsabilizar pelo visitante e esse entrará na loja sem problemas.
Entretanto, nas Lojas da Nova Zelândia e da Austrália, se você, como Maçom, não levar
um documento emitido pela sua Obediência, com antecedência, declarando que você é
Maçom e está regular, dificilmente você entrará em uma de suas Lojas.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 147

Lojas Simbólicas e as Lojas do Supremo Conselho do REAA

Esta Pílula é dirigida principalmente aos Aprendizes e Companheiros.


Pelo fato de estarem a pouco tempo na Maçonaria, é possível que este assunto não
esteja perfeitamente esclarecido. Vamos começar definindo o que são Lojas Simbólicas e o
que são Lojas do Supremo.
A Loja Simbólica é um corpo maçônico subordinado a uma Obediência
Simbólica, como por exemplo, um Grande Oriente ou uma Grande Loja. No caso do
Grande Oriente de São Paulo (GOSP), ele é jurisdicionado a uma Obediência central, que é
o Grande Oriente do Brasil (GOB).
A Loja Simbólica só tem três Graus: Aprendiz, Companheiro e Mestre, todos
eles com seus paramentos próprios.
As Lojas Filosóficas ou Lojas dos Altos Graus (não confundir com
“filosofismo” que tem outro significado) são corpos Maçônicos da jurisdição de uma
Oficina Chefe de um Rito. No caso do Rito Escocês Antigo e Aceito, as Lojas de
Perfeição, Capítulos, Conselhos Kadosh e Consistórios são subordinadas ao “Supremo
Conselho do R.E.A.A”, que é a Oficina Chefe do desse Rito (Castellani).
São Obediências diferentes, apenas unidas por Tratados de Amizade e mútuo
reconhecimento. Dito isso, vamos esclarecer mais alguns pontos:
- não é permitido, em hipótese alguma, colocar, nos Livros de Presença de Lojas
Simbólicas, o Grau de Oficinas do Supremo Conselho.
- não é permitido usar paramentos dos Altos Graus nas Oficinas Simbólicas e vice
versa.
- Maçons dos Altos Graus, inclusive, Grau 33, não são considerados Autoridades
Maçônicas nas Lojas Simbólicas.
- Mestres Instalados nas Lojas Simbólicas, igualmente para ex- Venerável Mestre,
Grandes Secretários, Garantes de Amizade, etc, das Lojas Simbólicas, não significam nada
nos Altos Graus.
Percebemos, pois, que são coisas distintas, mas que se complementam.
As Lojas Simbólicas necessitam do aperfeiçoamento filosófico dado pelos Altos
Graus. Os Altos Graus necessitam das Lojas Simbólicas, pois sem elas, não se tem motivos
para se ter um Supremo Conselho.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 148

Loja “Comércio e Artes”

Esta pílula é uma homenagem aos 190 anos de fundação do GOB.


A ARLS “Comércio e Artes” foi a primeira Loja a constituir o atual Grande
Oriente do Brasil. Foi mencionada na palestra proferida aos Aprendizes e Companheiros
na ARLS “Jacques de Molay” em 02/06/2012, pelo Sapientíssimo Claudio Roque Buono.
Vamos, portanto, tecer alguns comentários históricos, baseados nos alfarrábios dos
historiadores maçônicos do Brasil.
A ARLS “Comércio e Artes”foi fundada em 1815, na casa de João José Vahia, a
rua Pedreira da Glória, no Rio de Janeiro no Rito Adonhiramita.
Em 1817, após o fracasso da Revolução Pernambucana foi expedido alvará, em
março de 1818, que proibia o funcionamento de sociedades secretas, e a Maçonaria era
considerada como tal. As lojas retornaram suas atividades em 1821, e a Loja em questão,
retornou com o titulo de “Comercio e Artes na Idade d’Ouro” sob os auspícios do
Grande Oriente de Portugal (Lusitano).
Em 1822 essa Loja foi tripartida com a finalidade de fundar o Grande Oriente
Brasílico, ou Brasiliano, atual Grande Oriente do Brasil. Desse modo, essa Obediência teve
como Lojas fundadoras: a nº1 a “Comercio e Artes”, como nº2 a “União e
Tranquilidade” e como nº3 a “Esperança de Niteroi”. O Sapientíssimo Claudio Roque
Buono Ferreira, obreiro da Jacques de Molay 2778 é Membro Honorário dessas três Lojas.
Na verdade, a “Comercio e Artes” foi recriada diversas vezes, porque em razão de
dissidências, que faziam que a Loja saísse do Grande Oriente do Brasil, este colocava uma
nova “Comercio e Artes”, pois a Obediência formada, obviamente, não podia ficar sem a
sua Loja nº1
Em 25 de outubro de 1822, o segundo Grão Mestre, D. Pedro (o primeiro foi José
Bonifácio) fechou o Grande Oriente, ficando este, de modo obrigatório, adormecido até o
ano de 1830. Nesse ano uma nova Obediência foi formada e o Grande Oriente Brasiliano
voltou em 1831
Como foi dito, essa Loja mudou de Obediência com o passar dos anos, sendo
sempre criada uma nova “Comércio e Artes” e quando voltava, era feito a fusão das duas
em uma só. Inclusive, mudou de Rito Adonhiramita para Rito Moderno, em 1834, e
posteriormente para o Rito Escocês Antigo e Aceito, em 1974.
E, obviamente, essas três Lojas existem até hoje, e se reportam diretamente ao
Grão Mestre do Grande Oriente do Brasil.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 149

A Trolha e o Mestre Maçom

Vamos explanar nesta pílula sobre o simbolismo da “trolha” Maçônica


relacionada com um dos principais deveres do Mestre Maçom.
Na Maçonaria Operativa, a trolha, que no Brasil é conhecida como “colher de
pedreiro”, é uma ferramenta usada para espalhar a argamassa, a areia com cimento, para
fixar as pedras entre si, ou outros materiais numa posição determinada.
Na Maçonaria Especulativa, ela é, simbolicamente, a ferramenta de trabalho do
Mestre Maçom. Segundo a lenda sobre isto, é dito que na construção do Templo do Rei
Salomão, os Aprendizes preparavam o material de base, as pedras desbastadas, usando o
Malho e o Cinzel.
Os Companheiros as colocavam na posição requerida e determinada, usando o
Nível, o Prumo e o Esquadro. Posteriormente, o Mestre Maçom, sozinho, após ter
examinado se estava tudo justo e perfeito, tudo de acordo com o exigido, fazia a fixação no
seu devido local, de modo permanente, espalhando a argamassa com a trolha. As pedras
ficavam, então, juntas de modo inalterável, para sempre.
Os Mestres Maçons são, portanto, ensinados para espalhar o “cimento” composto
de afeição e de benevolência. Será esse cimento que unirá todos os membros da Família
Maçônica, com Obreiros dispersos em qualquer local da Terra, formando uma sólida união,
entre todos, de Amor Fraternal.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 150

Terceiro Grau nas Lojas Simbólicas

Depois de alguns anos na Maçonaria, começa a formar no pensamento do Maçom


interessado, a dúvida se na época dos Maçons Operativos, existiam, ou não, os três Graus
existentes hoje na Especulativa.
Vou tecer alguns comentários sobre esse assunto, fruto de pesquisa realizada em
livros editados na Inglaterra e Nova Zelândia.
É aceito, de modo geral, entre todos os historiadores maçônicos, idôneos, que em
1717, na Inglaterra havia somente dois Graus:
- Aprendizes (Entered Apprentice – ver Pilula nº 8)
- Companheiros (Fellow Craft)
Não havia o Grau de Mestre. O que era assim chamado, na Operativa, era o chefe,
o mais experiente, dos demais e que era o responsável pela obra.
Entre 1717 e 1730, na Especulativa, houve uma divisão, um arranjo, entre os dois
graus existentes, dando origem a três graus. No livro “Short History of Freemasonry –
1730” de Knoop e Jones, é dito que, de modo muito provável, o conteúdo do Primeiro Grau
se dividiu, formando um novo Primeiro Grau e um novo Segundo Grau.
O Segundo Grau antigo se transformou no Terceiro Grau – o Grau de Mestre
Maçom, que antes não existia. Esses dois renomados pesquisadores acham que isso deve ter
ocorrido após 1723, pois não foi citado nas Constituições de Anderson, e antes de 1730,
pois no livro “Masonry Dissected” de Samuel Prichard foi mencionado a existência desses
três Graus.
A formação da Grande Loja da Inglaterra em 1717 teve, em seguida, muitas
mudanças na ritualística sendo, aparentemente, finalizadas em1813 com a formação da
Grande Loja Unida da Inglaterra (ver Pílula nº 56)
Pesquisas indicam que no começo somente a Grande Loja formada em 1717 podia
conferir esse Terceiro Grau – de Mestre Maçom – para as Lojas. Entretanto, muitas Lojas
foram adicionadas às quatro primeiras e isso se tornou impraticável. Depois de alguns anos,
todas as Lojas conferiam o Grau de Mestre aos obreiros merecedores.

.
M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto
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PILULA MAÇÔNICA Nº 151

O Rito Escocês Retificado

Lembro que um “Rito” pode ser definido como uma apresentação particular da
maçonaria, cujo caráter se distingue do caráter de outros Ritos, pela forma. Como sabemos
existem muitos Ritos. Vamos pesquisar alguma coisa sobre o Rito Escocês Retificado.
É essencialmente um Rito cristão, e foi derivado do Rito “Estrita Observância”
do século XVIII.
Vou abrir parênteses para falar um pouco sobre esse último Rito mencionado: “foi
uma modificação da Maçonaria, baseada na Ordem dos Cavaleiros Templários e
introduzido na Alemanha em 1754, pelo seu fundador o Barão Von Hund. Foi dividido em
sete Graus: 1 – Aprendiz; 2 – Companheiro; 3 – Mestre; 4 – Mestre Escocês; 5 – Noviço; 6
– Templário; 7 – Cavaleiro Declarado. Relata a fuga, após a morte de Jacques de Molay, de
alguns Cavaleiros Templários para a Escócia onde conseguiram passar por Maçons
Operativos, conseguindo dar continuidade à Ordem Templária. Esses eventos constituem a
base principal dos graus desse Rito. Outros eventos foram adicionados, conectados com
Alquimia, Mágica e outras práticas superticiosas. ( Enciclopédia da Maçonaria – Mackey)
Voltando ao Rito Escocês Retificado, sabemos que os Estatutos de Anderson
exigiam a crença em Deus, mas sem requerer outra religião senão “aquela com a qual todos
os homens concordam”.
Entretanto, existe um documento “o mais antigo documento francês, de 1735,
chamado Deveres Prescritos aos Maçons Livres, afirmando o que segue, baseado nas
Constituições de Anderson – “...há algum tempo, julgou-se mais sensato só exigir deles a
religião com a qual todo CRISTÃO concorda, deixando a cada um....”
Nas Constituições de Anderson, como vimos acima, lemos “....a religião com a
qual todos os HOMENS concordam....
Assim, com a frase “com a qual todo cristão concorda” o documento Francês
difere fundamentalmente do documento inglês. Para compreendê-la, é preciso lembrar que
as primeiras Lojas Francesas tinham sido fundadas por jacobitas ardentes, fiéis aos Stuart
exilados, e em sua maioria, católicos. Pode-se ver nesse documento a origem remota do
Rito Escocês Retificado que, por intermédio da Estrita Observância, herdou a exigência
cristã (Alec Mellor).
A história desse Rito foi um pouco tumultuosa, pois durante tempos atrás, se
discutia muito sobre a questão de se saber “de qual cristianismo se trata” formando-se duas
tendências, uma tradicionalista, que rejeita qualquer descristianização oculta nas palavras e
outra, avançada, que não admite mais a exclusão dos não-cristãos. (Alec Mellor)
Em sua forma, o Rito permanece muito fiel às cerimônias em vigor do século
XVIII, conservando o uso do chapéu e das espadas.
Os seis e únicos graus do Rito Escocês Retificado são:
Lojas Simbólicas, também chamadas Lojas de São João: (administradas por uma
Potência Simbólica)
1) Aprendiz;
2) Companheiro;
3) Mestre
Lojas Verdes: (administradas pela potência filosófica, ou seja O Grande Priorado
Retificado)
4) Mestre Escocês de Santo André.
Ordem Interior: ( adm.Grande Priorado Retificado)
5) Escudeiro Noviço;
6) CBCS - Cavaleiro Benfeitor da Cidade Santa. (Ordem dos CBCS)

Resumindo:
1) Aprendiz;
2) Companheiro;
3) Mestre;
4) Mestre Escocês de Santo André;
5) Escudeiro Noviço;
6) CBCS.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


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PILULA MAÇÔNICA Nº 152

Livro da Lei (II)

Na Pílula Maçônica nº 110, já foram feitas algumas considerações sobre o Livro


da Lei Santa. Lá foi dito que:
A Grande Loja Unida da Inglaterra, em 04 de setembro de 1929, lançou, e foi
aprovado pela Franco Maçonaria universal, os “Princípios de Base” para o reconhecimento
de regularidade de uma Grande Loja ou um Grande Oriente:
Art. 06: - As três grandes Luzes da Franco Maçonaria, o Livro da Lei Santa,
o Esquadro e o Compasso, ficarão sempre expostos quando dos trabalhos da Loja.
A mais importante das três é o Livro da Lei Santa (The Volume of Sacred Law).
Nos países da Europa, da América, da Oceania, o L.L.S. usado é a Santa Bíblia,
pois ela é o Livro Sagrado da grande maioria.
Vou tecer mais algumas considerações, extraídas de livros neo-zelandeses, devido
ligação íntima que eles tem com a Grande Loja Unida da Inglaterra.
A Maçonaria é uma disciplina não um credo. Ela assume, entretanto a existência
de um Criador mas não faz nenhum esforço para explicar essa Divindade e nem enumera,
nem define Seus atributos divinos. Ela permite a liberdade a seus obreiros que tenham seus
próprios pontos de vista sobre a essa questão.
Similarmente, a Maçonaria aceita a Bíblia, ou outro Livro da Lei Sagrado, como
um aceitável guia da Fé. Além do mais, a Maçonaria não faz nenhum esforço para
interpretar as escrituras ou questionar ou responder seu conteúdo, suas origens, história e
seus textos.
A Maçonaria toma a posição de que a Bíblia, por exemplo, contém, por si só,
evidências de crenças para dirigir e guiar todos aqueles que regulam suas vidas pela Luz de
seus ensinamentos. Para nós, Maçons, esse propósito e prática de moral, nada mais é
necessário.
Se um Irmão quer aconselhamentos mais profundos, tais como as interpretações
dos textos e de seus ensinamentos, deverá consultar um padre, ou pastor ou semelhante, da
sua própria Igreja ou Culto Religioso.
A Maçonaria não é um substituto da igreja, seja ela qual for.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 153

Sociedades Secretas

Todos nós, Maçons, somos questionados, vez ou outra, se a Maçonaria é uma


sociedade secreta. Para podermos responder, com base, vamos ver o que temos sobre isso
na “Holy Bible” – Kansas.
É de senso comum e corrente que uma sociedade secreta é uma associação de
homens, ou de homens e mulheres, na qual certos métodos de Iniciação, ideologias,
doutrinas, práticas, meios de reconhecimento entre uns e outros e propósitos que são
disponíveis somente para os que se submeteram a isso e fizeram solenes compromissos de
não revelar absolutamente nada para outros que não pertençam a essa sociedade.
Nesse tipo de sociedade os objetivos da associação, os nomes de seus associados,
os locais e datas das reuniões são mantidos em segredo. Tais sociedades são usualmente
traiçoeiras, maldosas e com caráter e objetivos criminosos.
A Maçonaria não é uma sociedade secreta nesse sentido. Ela não procura esconder
sua existência e seus objetivos. Os nomes de seus membros são conhecidos por todos os
que se interessam nisso. Na verdade, principalmente no Brasil, os Maçons colocam jóias de
identificação maçônica nas suas vestimentas e automóveis, e se orgulham de serem
reconhecidos como Maçons.
Maçonaria pode ser somente considerada como sociedade secreta referente aos
seus Rituais, algumas de suas lendas e símbolos, seus métodos de transferir sua filosofia,
sua alta moral, sua ética, suas verdades espirituais, e seus sinais de reconhecimento.
Seus projetos, objetivos, doutrinas, sua busca pela verdade que são ensinados,
estão abertos, bem como os locais e datas de suas reuniões.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
Pílula Maçônica nº 154

Dia 20 de Agosto

Como é do conhecimento de todos, nessa data nós comemoramos o Dia do


Maçom, aqui no Brasil. Tal evento já está consagrado, devendo ser obedecido e festejado
com todo entusiasmo.
O esclarecimento que segue a seguir, foi baseado nos livros e pesquisas do
insubstituível Mestre José Castellani (que na época era Grande Secretário de Educ. e
Cultura do GOB): o que poucos sabem é que essa data foi erradamente escolhida por
pseudo-historiadores maçônicos, que talvez, na pressa de lançar um comunicado, ou
pelo hábito de não se certificarem da veracidade da informação, ou mais
propriamente, na ânsia de mostrar que a Maçonaria faz e fez tudo, cometeram uma
gafe histórica. O que aconteceu foi que na 14ª reunião (Loja) do Grande Oriente do
Brasil, naquele tempo, chamado Grande Oriente Brasílico, tendo como Venerável o
Ir.:Joaquim Gonçalves Ledo teve, na abertura da Ata, o seguinte: “dia 20 (vigésimo
dia) do sexto mês de 5822”.
O ano nós sabemos ser de 1822, pois basta no caso, tirar 4000 para passarmos da
era da V.: L.: para a E.:V.: Quanto ao mês, também, não há problema, pois sabemos que o
calendário maçônico começa em março.
Do que não se aperceberam, foi que, naquela época o Rito praticado era o
Adonhiramita, que segue, muito próximo, o calendário religioso hebraico, sendo que o
primeiro dia do mês é o dia 21.
Isso é que não foi levado em conta, pois se fizermos as contas (vamos fazer: do
dia 21 de agosto até o dia 31 são 11 dias. Com mais 9 dias, para completar o vigésimo dia,
cai no dia 09 de setembro) veremos que a data em que teve essa Loja foi em 09 de
setembro de 1822. Tanto é verdade, que no Boletim Oficial do GOB, em 1874, reproduz
essa Ata com a data de 09 de setembro de 1822.
Inclusive, nessa Ata, Ir.: Ledo, ressaltava a importância do evento acontecido em
07 de setembro, quando D.Pedro, proclamou nossa independência (lembrem-se que eles
estavam no Rio de Janeiro, e a Independência ocorreu em São Paulo, e o meio de transporte
era o cavalo ou mula).
Como ele não menciona datas na Ata, somente a do dia da mesma, e como abriu
debates sobre o ocorrido, com a intenção de deixar bem claro, a quem quer que fosse, que
a separação de Portugal, era no momento a melhor alternativa, esses historiadores mais
afoitos, concluíram que se a data era 20 de agosto (erradamente, repito), a Independência
do Brasil tinha sido definida em Loja sendo que o “Grito do Ipiranga” foi somente uma
confirmação do já estava pré determinado. Pessoas influentes da Maçonaria, acreditando
nesse erro, achando que essa data era especial, proclamaram-na como sendo a do Dia
do Maçom. Escrever que D.Pedro recebeu uma carta, antes da proclamação da
Independência na qual citava que a Maçonaria estava dando respaldo ao ato, é chutar
o balde de leite...com os dois pés.
Hoje é do conhecimento de todos (é só ir procurar nos arquivos da Biblioteca do
GOB) que na data de 20 de agosto de 1822 o Grande Oriente Brasílico, não tinha se
reunido para abertura de Loja, muito menos para “Sessão Extraordinária”.

Alfério Di Giaimo Neto CIM 196017


Coluna Partida
Está sendo comum encontrar, nas casas especializadas em Símbolos e
Paramentos Maçônicos, uma pequena coluna partida, com as partes envolvidas
adjacentes, com altura aproximada de 20 cm.
E qual é o significado simbólico dessa Coluna Partida?
Essa pergunta me foi feita, anos atrás, por um colega e Irmão de São Caetano do
Sul, da GLESP. Eu não sabia, e quando não se sabe, fazemos pesquisa. O resultado
disso mostrou que quando um Irmão vai para o Oriente Eterno, ele que era considerado,
simbolicamente, uma das “colunas” de sua Loja, não mais tem essa função, e esse fato
é representado pela “Coluna Partida”.
Pesquisei Mestres e livros da Nova Zelândia e Austrália, que seguem as
diretrizes da GLUI, e isso me foi revelado. Tanto é verdade que, nesses países, quando
um Maçom morre, a viúva recebe um pequeno broche de ouro, no formato de uma
Coluna Partida ofertado pelos Irmãos da Loja na qual ele era Obreiro.
Na maçonaria brasileira é um pouco diferente. Aqui, aparentemente, vale a lei:
“cada cabeça uma sentença”.
Nos EUA segue o que é feito nos países acima citados.
Para confirmar, vejam o trecho extraído da Enciclopédia do grande escritor
americano, Mackey, que não necessita a mínima apresentação, que mostra a analogia
de uma passagem do Livro Sagrado com a Maçonaria:
Entre os Hebreus, as colunas ou pilares, eram usados metaforicamente para
significar príncipes ou nobres, como se eles fossem os pilares do Estado. Então, na
passagem traduzida, temos: “Se as fundações forem destruídas o que pode o homem
honrado fazer quando as colunas estão destruídas?” que é, quando os firmes
suportes do que é direito e bom tenham se rompido.
Também em Isaias (XIX,10), pode ser lido: “suas colunas (do Egito) estão
quebradas,” que são, os nobres de seu Estado.
Na Maçonaria, a coluna quebrada é, como todo Mestre bem sabe, o emblema
da falta de um dos suportes principais da Ordem. O uso de colunas ou pilares como
um monumento ereto sobre a sepultura era um antigo costume, muito comum, e era
um símbolo muito significativo do caráter e espírito da pessoa enterrada. Isto foi
creditado, mas não se tem certeza, a Jeremias L. Cross que foi o primeiro a
introduzir a Coluna Quebrada nas cerimônias. (Mackey’s revised Encyclopédia of
Freemasonry – Vol I, pg 155).
Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 156

O Avental

Muitos Obreiros nos perguntam qual é a origem e o simbolismo da pratica


maçônica de presentear o Iniciado com um avental. Parece certo que o uso de avental ou
vestimenta semelhante, como Símbolo Místico, era comum entre os antigos.
Antigamente em Israel, uma cinta formava parte da vestimenta do sacerdócio, e
para o sacerdote comum ela era lisa e branca. As vestimentas das Ordens Superiores do
Sacerdócio eram embelezadas com cintas altamente coloridas e ornamentadas.
Nos antigos Mistérios de Mithra, na Pérsia, o candidato era investido com um
avental branco. Os Essênios vestiam os noviços com um manto branco.
Tudo nos leva a crer que na Ritualística Maçônica, no fechamento da Iniciação, a
oferenda ao Neófito de um avental branco de pele de cordeiro se assemelha aos antigos
costumes, em geral. Na religião Hebraica e na Cristã, e mesmo em muitas outras seitas, a
cor branca sempre foi tida como emblema da Pureza. O cordeiro sempre foi considerado
como emblema da Inocência.
Conseqüentemente, no Ritual para o Primeiro Grau o Neófito é presenteado com
um avental branco de pele de cordeiro para que se lembre que “a pureza da vida e a retidão
na conduta, os quais são essencialmente necessários para ganhar a admissão na Loja
Celestial do Oriente Eterno, onde o Supremo Arquiteto do Universo preside para sempre”.
Este Avental se torna propriedade permanente do Aprendiz como a “insígnia, o
distintivo de um Maçom”. No seu crescimento na Maçonaria, esse Aprendiz receberá
outros aventais, de variados tipos, mas nenhum outro será igual a este primeiro, no
significado emblemático e valor maçônico (extraído da Holy Bible – Kansas – EUA).
Portanto, segundo Mestre Assis Carvalho – Xico Trolha - nos graus simbólicos, a
Indumentária Maçônica entende-se: o Avental, o Colar (faixa, fitão), os Punhos, as Luvas, o
Balandrau (aqui no Brasil), Chapéu.e o Terno preto ou azul escuro (camisa branca, gravata
preta). O Avental é o principal Símbolo que compõe essa Indumentária. Ele já teve diversas
formas e cores, mas no caso do Aprendiz, sempre foi branco.
Como exemplo, vamos citar a Grande Loja Unida da Inglaterra – GLUI – que
uniformizou o uso de paramentos nas Lojas de sua Jurisdição, através de rígida
regulamentação. Em outras Potências (outros Ritos) tem diferenças.
APRENDIZ – retangular, em pele de cordeiro, branca, 14 a 16 polegadas de
comprimento, 12 a 14 polegadas de largura, com uma “abeta” e sem ornamentos.
COMPANHEIRO – igual ao do Aprendiz, com duas “rosetas’ na cor azul celeste
(no Brasil, REAA, simplesmente abaixa- se a “abeta”, sem rosetas).
MESTRE – igual ao Companheiro, só que forrado e orlado de azul celeste, com
três rosetas da mesma cor.
VENERÁVEIS E EX-VENERÁVEIS – igual ao Mestre, mas tendo as rosetas
substituídas por uma tala de prata, sobre um “tau” invertido.
Como foi dito, aqui no Brasil e em outras Potências, existem pequenas diferenças.
Está claro que o Aprendiz não pode usar o Avental do Companheiro, nem este usar
o avental do Mestre. Este, por sua vez, não pode usar indumentária do Mestre Instalado.
Aparentemente, isto nunca ocorreu, nem ocorrerá, pois a sensatez, que é a
grande característica do Obreiro, não permite que isso ocorra. É só uma nota de
esclarecimento de minha parte.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


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PILULA MAÇÔNICA Nº 157

O Avental – parte II

Continuando o assunto sobre o “Avental” que é muito extenso e que daria para se
escrever muitas páginas, vou complementar, e finalizar, descrevendo mais alguma coisa
extraída do livro “O Avental Maçônico” do Ir.:Assis Carvalho da Ed. Maçônica “A
TROLHA” Ltda, pags 22 a 25.
“Os Maçons Operativos usavam aventais de couro grosso, facilmente
reconhecidos e, posteriormente, foram adotados pelos Maçons Especulativos, como
Símbolo, do trabalho manual ou intelectual.
Desse modo, podemos dizer que para os Operativos o Avental era usado como
vestuário, ou protetor do vestuário, e para os Especulativos tornou-se o Símbolo do
Trabalho. Além de simbolizar isso, o que traz como herança é o fato de seus antigos
portadores serem gente do povo, gente trabalhadora, operária.”
“Tanto isso é verdade que o próprio codificador do Rito Escocês, Cavaleiro
Miguel André de Ramsay, não concordava que a Maçonaria tivesse tão humilde origem. E
por ser ela de origem tão chã, tão plebéia, não era possível que Cavalheiros, nobres
Cavalheiros, dela fizessem parte, usando aventais tão pobres, tão proletários. Daí, sua
tentativa de negar a Origem Operária da Maçonaria, para impingir-lhe uma Origem
Nobre, tentando provar que a Maçonaria era de Origem Templária – isto é – sucessora
dos Cavaleiros de Jacques de Molay. Eis porque a criação de Graus com nomes pomposos
– Sublime Príncipe Rosa Cruz, Ilustre Cavaleiro Kadosh, Soberano Grande Inspetor Geral
e tantos outros. Com a criação desses graus para glorificar a Burguesia, a Elite
dominante, foram criados os belos e ricos Aventais, bordados com fios de ouro ou prata,
quando não pintados ao vivo por renomados artistas do pincel.
Hoje, todos nós sabemos, sem a menor sombra de dúvidas, que a origem da
maçonaria é realmente Operária. Mas, mesmo assim, a evolução do Avental foi enorme.
Seus desenhos, seus símbolos, seus formatos, sofreram grandes transformações – talvez
seja o Símbolo que mais transformações tenha sofrido.”

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 158

Deuses do Olimpo

Sabemos que não é permitida a presença de imagens de santos ou símbolos


religiosos, no Templo, para não interferir com a crença pessoal dos Obreiros.
São permitidos, apenas nos Ritos teístas, os símbolos alusivos ao G:. A:. D:. U:. ,
como o Delta Radiante. Errado é, portanto, colocar no Templo, como fazem algumas
Oficinas, imagens de S. João Batista, S. João Evangelista, S. Jorge, etc.
Todavia, é permitida a presença de representações de deuses da Mitologia Grega-
Romana e suas relações com diversos oficiais da Loja, pois, além da assimilação aos
atributos desses cargos, esses são deuses da mitologia greco-romana, que hoje não
representam mais qualquer grupo religioso (Ir. Fuad Haddad).
Lembrar que a Mitologia Romana é, praticamente, cópia da Mitologia Grega, com
mudanças nos nomes.
De acordo com essa relação temos:
Venerável Mestre: relacionado e representado por ZEUS(grega)/
JUPITER(romana). É tido como o rei dos deuses, por sua condição de dirigente da Loja.
Pode estar relacionado e representado, também, por ATENÁ(grega)/MINERVA(romana)
que é a deusa da razão, da paz, da inteligência e da sabedoria, pois o Venerável Mestre deve
ter a sabedoria, a prudência e o discernimento, necessários para dirigir a Loja.
Primeiro Vigilante: relacionado e representado por ARES(grega)/
MARTE(romana). É tido como deus da agricultura e da guerra, ou da força, já que essa é a
característica desse cargo, que pode ser, também, relacionado com
HÉRACLES(grega)/HÉRCULES(romana), o mais forte e vigoroso de todos os homens,
segundo a mitologia grega.
Segundo Vigilante: relacionado e representado por AFRODITE(grega)/
VENUS(romana). É tido como a deusa do amor e da beleza, apanágio do cargo.
Orador: relacionado e representado por APOLO(grega)/ FEBO(romana). É tido
como deus do Sol, criador da poesia e da música, do canto e da lira, responsável pela
guarda da lei e pelas peças de oratória, representa a Luz.
Secretário: relacionado e representado por ÁRTEMIS(grega)/ DIANA(romana).
É tida como a deusa da Lua, da caça e das flores, já que esse oficial, refletindo, nas Atas, a
Luz que vem do Orador (Sol), simbolizando a Lua.
Mestre de Cerimônias: relacionado e representado por HERMES(grega)/
MERCÚRIO(romana). É tido como o mensageiro dos deuses do Olimpo, já que esse
Oficial, em sua circulação, é o mensageiro dos dirigentes da Loja.
Devido esse relacionamento é que o Sol e a Lua, que se encontram sob o Dossel,
ladeando o Delta Sagrado, devem se achar, respectivamente, do lado do Orador e do
Secretário.(baseado “Cadernos Estudos Maçônicos” - José Castellani - Ed. Trolha).

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 159

Católico

A palavra Católico deriva da raiz grega “katholikos” que por sua vez é a união da
raiz grega “kata” significando sobre e da raiz grega “hokos” significando completo, todo,
inteiro. Desse modo, “católico” tem o significado de através do todo, sobre o todo, ou
UNIVERSAL.
Segundo o dicionário Caldas Aulete, temos: aquilo que é universal, que congrega
ou pretende congregar toda a humanidade. Pelo fato da Igreja Cristã ter congregado os
cristãos do mundo todo, é dita Igreja Católica Romana. É católica porque Cristo a enviou
em missão a todos os povos do mundo (missão desempenhada principalmente pela Ordem
dos Jesuítas). Ide, pois, e ensinai a todas as nações (Marcos 28,19). Segundo essa Igreja,
todos os homens do mundo são chamados a fazer parte do povo de Deus. A missão do
cristão é tornar o Reino conhecido por todo o mundo, cumprindo, assim, a vontade de
Deus.
Obviamente, o termo pode ser usado por qualquer outra igreja, desde que seja
universal.
Pode ter o significado, também, de: correto, adequado, que segue as normas ou os
costumes aceitos. Que tem bom aspecto, que está conforme o desejado ou o esperado.
O filósofo grego Aristóteles empregava essa palavra com o sentido exposto acima.
Com a expansão da Igreja Católica Romana, muitos autores cristãos usaram as
expressões “ressurreição católica”, “bondade católica de Deus”, etc.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 160

“Pela ordem!”

Muitas vezes ouvimos em Loja um obreiro pedir a palavra diretamente ao


Venerável Mestre, levantando-se e dizendo “pela ordem!” ou então “questão de ordem!”,
principalmente quando a “palavra” está correndo nas Colunas.
Com esse pedido o Obreiro quer alertar que a ordem dos Trabalhos não está
adequada, ou algo foi suprimido ou algo não está correto. Pode ser feito em qualquer
período da Sessão.
Uma “questão de ordem” sobrepõe-se a qualquer outro pedido de palavra e quem
a pediu só poderá falar, especificamente, sobre a alegada alteração da ordem. Cumpre
esclarecer, subsidiariamente, que muitos Irmãos pedem a palavra “pela ordem”, sem saber
o que estão fazendo, havendo muitos, inclusive, que acham que “pela ordem!” é pela
“Ordem Maçônica” o que é um erro crasso (Mestre José Castellani).
E aí falam sobre assuntos (na maioria das vezes demoradamente) que não tem
nada a ver com o que está ocorrendo no momento.
Esclarecendo, sabemos que a “palavra” é concedida, primeiramente na Coluna do
Sul, depois na do Norte e, finalmente, no Oriente. A palavra só volta às Colunas para um
novo giro quando o pedido for feito por um dos Vigilantes e deferido pelo Venerável
Mestre. Sabemos, também, que o Obreiro não pode mudar de Coluna para poder falar duas
vezes Isto é feito, principalmente, pelo Mestre de Cerimônias, pela facilidade de se
locomover no Templo. Isso é totalmente anti-ritualístico e já presenciei essa “esperteza
maçônica” muitas vezes em diversas Lojas.
Finalizando, acrescento que o pedido “pela ordem!” não é exclusividade da
Maçonaria e existe em qualquer Instituição, ou até mesmo em reuniões de Condomínio, por
exemplo, onde a existe uma determinada ordem para apresentação dos assuntos a serem
discutidos (extraído de diversos trabalhos do Mestre José Castellani – Ed. Trolha).

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 161

Escada de Jacó e Escada em Caracol

Apesar das duas serem Símbolos Maçônicos, e se tratar de escadas, na verdade, são
bem distintos um do outro.
A Escada de Jacó é um Símbolo Iniciático, com forte caráter religioso, é usado em
outras Ordens inclusive religiosas. A Maçonaria, apesar de não ser uma religião, a utiliza na
Simbologia, para transmitir seus ensinamentos.
Ela se se origina na Bíblia, referindo-se ao sonho que Jacó, filho de Isaac e de
Rebeca e irmão de Esaú, teve um dia, no campo. Lá diz que, Jacó temendo a cólera de seu
pai, pois havia comprado os direitos de primogênito de Esaú, seu irmão, fugiu para a
Mesopotâmia. No caminho, em Betel, enquanto dormia com a cabeça apoiada numa pedra,
sonhou com uma escada fixa na terra e a outra extremidade tocando o céu. Por ela os anjos
subiam e desciam e ele ouvia Deus dizendo que sua descendência seria extremamente
numerosa. Obviamente, pode-se dar inúmeras interpretações a esse sonho. Vai depender
somente da nossa imaginação.
A interpretação que a Maçonaria dá para essa lenda é de que o conhecimento de
todas as coisas é adquirido de forma gradual, como se estivéssemos subindo uma escada,
degrau por degrau. Aparentemente isso parece ser fácil, mas não é. Exige sacrifícios,
constância e persistência. Aliás, pensar que tudo é muito fácil, é uma característica do ser
humano.
Conforme Nicola Aslan (Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria), esse
símbolo está contido no painel do Grau de Aprendiz, com sete degraus, representando as
sete virtudes cardeais: Temperança, Fortaleza da alma, Prudência, Justiça, Fé, Esperança e
Caridade. Ë comum, pois, depois da Iniciação, dizer-se que o Aprendiz subiu o primeiro
degrau da Escada de Jacó, ou seja, deu o primeiro passo no caminho de seu
aperfeiçoamento moral.
A Escada em Caracol, como o próprio nome diz, é uma escada em espiral, e é o
Símbolo do Companheiro. No Grau de Companheiro é onde o Obreiro adquire o máximo
de conhecimentos, e isso é típico desse grau, preparando-se para entrar no Grau de Mestre.
Simbolicamente, nesse grau, ele deve girar em torno de si, absorvendo tudo a sua volta e
atingindo, além disso, níveis superiores, cada vez mais aperfeiçoados. Assim, ao atingir o
Grau de Mestre que é o esplendor da sua carreira maçônica, o Obreiro poderá começar a
transmitir seus conhecimentos adquiridos, ou iluminar, clarear, a mente dos novos
Aprendizes e de todos com os quais convive. Ser Mestre Maçom não é ser o dono da
Verdade! Mas é ser dono da própria vontade e buscá-la, sem esmorecer e mostra-la ao
mundo.

M∴
∴I∴
∴Alfério Di Giaimo Neto
CIM: 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 162

Decálogo da Maçonaria

Para este ano de 2013 que começa hoje, após a não ocorrência do “fim do mundo”
em 21/12/2012, nada melhor do que algumas lições (mandamentos) de moral, ética e boa
conduta, servindo para Maçons ou profanos.
Este Decálogo foi extraído de livros de origem inglesa, que, por sua vez,
aparentemente, devem ter se baseado nos “Dez Mandamentos” da Bíblia, quanto ao
número e forma, porém, na verdade, são bem mais do que “10 lições”.
Coincidentemente, no dia 29/12/2012 o Ir.V.A Anibal da ARLS Cavaleiros
Templários, lançou um texto na Internet com este assunto, bem mais longo que esta Pílula,
extraído do livro “Moral e Dogma” de Albert Pike, americano. Não sei dizer se os autores
ingleses se basearam em Albert Pike, ou vice versa. Obviamente, devido traduções por
pessoas diferentes, em épocas diferentes, as palavras são diferentes mas o sentido é o
mesmo.

I – Deus é a sabedoria eterna, onipotente e imutável, suprema inteligência e


inextinguível amor. Deves adorá-Lo, reverenciá-Lo e amá-Lo. Praticando as virtudes,
muito O honrarás.
II – Tua religião consistirá em fazer o bem, por ser um prazer para ti e não
unicamente um dever. Constitui-te em amigo do homem sábio e obedece aos seus
preceitos. Tua alma é imortal, nada farás que a desagrade.
III – Combaterás, incessantemente, todos os vícios. Não farás a outrem o que
não queres que te façam. Deverás ser prudente com a Fortuna e conservar sempre
vivo o fogo da Prudência e da Sabedoria.
IV – Honrarás a teus pais, respeitarás e tributarás homenagens aos anciãos de
vida passada ilibada. Instruirás e orientarás os jovens.
V – Honrarás tua mulher e filhos. Amarás tua pátria e obedecerás suas leis.
VI – Teu amigo será, para ti, tua própria imagem. O infortúnio não te
afastará de seu lado. E farás, por sua memória, o que farias por ele em vida.
VII – Evitarás e fugirás de amigos falsos, assim como, quanto possível, dos
excessos da vida. Temerás ser a causa de uma mancha em tua memória.
VIII – Não permitirás que as paixões te dominem. Obterás, das paixões dos
demais, lições de proveito para ti mesmo. Serás indulgente com o erro, mas não
permissivo em excesso..
IX – Ouvirás muito, falarás pouco e trabalharás bastante. Olvidarás as
injúrias, darás o bem em troca do mal, não abusarás de tua força ou superioridade.
X – Estudarás o conhecimento dos homens. Buscarás sempre as virtudes.
Serás justo. Evitarás a ociosidade.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 163

Ferramentas de Trabalho

Uma pergunta interessante na Maçonaria, caso se queira faze-la sobre as


“ferramentas de trabalho”, seria: quando essas ferramentas foram introduzidas no Ritual
das Lojas Simbólicas?
Nós sabemos que temos diversos Ritos em todo o mundo e os Rituais, apesar de
semelhantes tem pequenas diferenças. Vamos tomar por base o “Emulation Ritual”.
Para responder essa pergunta temos que considerar o passado histórico do Ritual e
da Ordem Maçônica, em geral.
A Maçonaria nos tempos operativos (vide Maçonaria Operativa – Pílula
Maçônica nº13) pode ser acompanhada na Inglaterra, através dos registros de seis séculos
passados, voltando-nos ao Manuscrito Régius de 1390 e ao Manuscrito Cooke de
aproximadamente 1420 (vide Poema Regius - Pílula Maçônica nº 81).
Não há nenhuma evidência que os Maçons Operativos aplicavam “lições de moral
e ética” baseadas ou relacionadas com seus instrumentos de trabalho.
Apesar de que há diversos registros das ferramentas de trabalho dos Maçons,
porém, como ferramentas propriamente ditas, não há nenhum registro de que fossem usadas
nos Cerimoniais das Lojas, como Símbolos ou algo semelhante.
Até 1650, as Cerimônias de Admissão (nossa atual Iniciação) parecem ter sido
constituídas somente de uma leitura dos “Deveres” e um “Juramento de Fidelidade” à Loja.
Aparentemente, a mais antiga evidencia que nós temos, vem de um manuscrito de
1696 denominado “Registro da Loja de Edinburgh”. Contém uma passagem que
menciona ferramentas: “... eu juro por Deus, por São João, pelo Esquadro e pelo
Compasso, e ...”.
De 1730 a 1813 o aparecimento das “ferramentas” nas Instruções Maçônicas,
cresceu paulatinamente, com influência da Maçonaria francesa que sempre foi
tremendamente esotérica. É importante que se diga, que a moderna divisão das ferramentas
de trabalho dentro dos três Graus das Lojas Simbólicas foi puramente arbitraria.
O Simbolismo se tornou proeminente dentro da Maçonaria em tempos
comparativamente recentes, e muitos dos Símbolos foram adquiridos em locais externos.
Enquanto a Maçonaria Operativa pode ser traçada dentro de até 600 anos atrás,
aproximadamente, o Simbolismo Maçônico está entre 200 a 250 anos somente. Os
ensinamentos utilizando as “ferramentas de trabalho” também estão dentro desse
período.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 164

O LIVRO DAS CONSTITUIÇÕES DE ANDERSON (1723)

A Grande Loja de Londres, atual GLUI, percebendo que a união das 04 Lojas
tinha futuro, pediu ao Reverendo Anderson, em 1721, que fizesse uma compilação dos
antigos preceitos e regulamentos gerais para a nova Maçonaria.
Anderson (James) era doutor em filosofia e pregador presbiteriano em Londres.
Teve colaboradores da mais alta valia, entre eles, George Payne e Jean Theophile
Desaguliers, que haviam sido, respectivamente, 2º e 3º Grão-Mestres da dessa Grande Loja
(o primeiro Grão Mestre, em 1717, fora Anthony Sayer).
O trabalho, uma vez concluído, sofreu o exame de uma Comissão de 14 doutos, e
foi aprovado com pequenas modificações e publicado em 1723 sob o título: “As
Constituições dos Franco-Maçons, contendo a História, Obrigações, Regulamentos,
etc, da muito antiga, Reta e Venerável Fraternidade. Para uso das Lojas”.
O Livro das Constituições contém:
1º uma dedicatória do Ir∴ ∴Desaguliers;
2º uma curta história da Maçonaria, desde a criação do mundo, que hoje virou lenda;
3º os Antigos Deveres ou Leis Fundamentais (Old Charges) em 06 capítulos (Ver Pílula
Maçônica nº 3);
4º as 39 Antigas obrigações ou Regulamentos Gerais de 1721, reunidos por George
Payne.
5º a aprovação do Livro;
6º quatro cantos Maçônicos: hino do mestre, hino dos Vigilantes, hino dos
Companheiros e hino dos Aprendizes.
Essa primeira edição do Livro das Constituições (1723) é ainda hoje a reconhecida
por toda maçonaria anglo-saxônica e americana, constituindo o suporte dessas Potências e
é a Carta seguida por todos os Maçons, em todo o mundo.
É preciso não confundir o Livro das Constituições com os Landmarks da Ordem
(ver Pílula Maçônica nº 21), dos quais há várias compilações, entre elas a mais conhecida é
a de Albert Gallatin Mackey, publicada em 1858, com vinte e cinco itens.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 165

Retardatário

O Obreiro que chega atrasado ao horário estabelecido pela Loja Simbólica e


encontra a porta do Templo fechada vai se condicionar à duas situações que estão
ocorrendo no interior da Loja: o Livro da Lei foi aberto, ou não. No final falaremos sobre
essas duas situações.
Como no Brasil, na maioria dos Ritos e na maioria das Lojas, não se tem o hábito
de colocar Cobridor Externo, o Obreiro retardatário deverá dar a bateria com que se pede
ingresso no Templo e que é feita por três pancadas.
O Cobridor Interno responde com uma pancada para demonstrar ao retardatário
que a Loja está ciente de sua presença. Comunica ao primeiro Vigilante e este comunica o
Venerável Mestre.
Caso a Loja seja de Companheiro ou Mestre, o Cobridor Interno, após autorização
do VM, deverá sair, verificar se o Irmão pertence ao Quadro e comunicar se ele pode entrar
ou não. Se não for Irmão do Quadro, o Cobridor interno deverá “telhar” o retardatário para
verificar se ele poderá entrar.
Estando tudo correto e a entrada do retardatário é permitida, voltemos ao início:
- O Livro da lei não foi aberto: como a Loja não está aberta, o retardatário
poderá entrar, após comunicação do Venerável Mestre, sem formalidades. O Mestre de
Cerimônias conduzirá (quem conduz vai na frente) e determinará o local onde o retardatário
deverá sentar.
- O Livro da lei já foi aberto: como a Loja é considerada aberta pelo Venerável
Mestre, a ninguém é permitido entrar sem formalidades. Portanto, o retardatário entrará
com formalidades e o Mestre de Cerimônias o conduzirá ao local apropriado.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 166

“Constituições de Anderson”
Considerações I

Vou fazer algumas considerações, que funcionarão como esclarecimentos, sobre o


assunto tratado na Pílula Maçônica nº 164 – “Constituições de Anderson”. Neste caso, as
considerações foram baseadas na tradução das “Constituições” para o português, do
original, feita pelo Mestre João Nery Guimarães – Edit. Fraternidade – 1982.
- As duas principais Potências da Inglaterra no sec. XVIII, apelidadas de
“Modernos” fundada em 1717 e a dos “Antigos”, fundada em 1751, fundiram-se em 1813,
dando origem a atual Grande Loja Unida da Inglaterra – GLUI.
- A Grande Loja dos “Modernos” teve a Constituição feita por Anderson. A
Grande Loja dos “Antigos” também fez uma “Constituição” chamada “Ahiman Rezon”
feita pelo irlandês Dermott que é relatada na Pílula Maçônica nº 47.
- Antes das “Constituições” de Anderson, os conhecimentos e informações eram
transmitidos, principalmente, por via oral. Muito pouco era escrito, pois esses
conhecimentos eram tidos como segredos. Muitos documentos sigilosos foram queimados
com medo que caíssem em mãos profanas.
- A primeira parte das “Constituições”, ligando a Maçonaria aos tempos de Adão,
hoje é considerada como mais uma lenda Maçônica. Até onde se sabe, Anderson copiou e
adequou um trabalho já existente sobre esse assunto de um escritor alemão.
- A segunda parte das Constituições contém as “Obrigações” que regem o
comportamento dos Obreiros em Loja e fora dela.
- Os “Landmarks” foram mencionados, mas não foram definidos. Isso abriu
brecha para que historiadores maçônicos fizessem suas listas de landmarks. Aparentemente,
os mais conhecidos são os do escritor americano Albert G. Mackey que relacionou vinte
cinco itens.
- Em 1723 ainda não existia o grau de “Mestre”, pois nas Constituições há apenas
referência a Companheiros e Aprendizes. O Mestre da Loja era um Companheiro, escolhido
pelos demais Companheiros, para dirigir a Oficina. Seria, mais ou menos, o equivalente ao
Venerável Mestre de hoje. Em 1730 já existia o grau de Mestre, pois o mesmo é
mencionado no livro de Samuel Prichard – “A Maçonaria Dissecada”.
- A eleição da Administração da Primeira Grande Loja (o nome, na época, era
Grande Loja de Londres e Westminster) se deu no dia 24 de junho de 1717, dia de São
João Batista. Depois de um ano, em 24 de junho de 1718, houve a primeira Assembléia,
seguida de requintado jantar, conforme itens 23 a 30 dos Regulamentos Gerais.
- Em 29 de setembro de 1720 a administração da Grande Loja (nessa época já
composta de dezesseis Lojas) resolveu incumbir o pastor presbiteriano James Anderson, de
redigir o livro “Constituições” baseado nos manuscritos existentes.
- Foi em 24 de junho de 1723, na saída do Grão Mestre, duque de Montagu, e
entrada do novo Grão Mestre, Felipe, duque de Wharton, que Anderson apresentou,
orgulhosamente, as “Constituições”, dedicada ao GM, duque de Montagu.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 167

“O Caso William Morgan”


antimaçonaria

Movimentos anti maçônicos sempre existiram desde os primórdios da Maçonaria,


mesmo durante o período da Maçonaria Operativa.
Um dos maiores, ocorreu nos Estados Unidos, entre os anos de 1826 e 1840. O
“Caso Morgan”, a ser descrito ao longo deste trabalho, foi o estopim de um sentimento
anti maçônico, muito amplo e que estava em estado latente por muitos anos,
provocado em parte por livros anti maçônicos vindos da Europa, (ver Pílula Maçônica nº99
sobre Leo Taxil) denunciando a Sociedade Maçônica, e em grande parte pelos “dogmas”
praticados por certas Seitas Protestantes.
Em 1820, nos Estados Unidos, havia aproximadamente 400 Oficinas e em
torno de 12.000 membros e estava crescendo. Como resultado desse movimento, iniciado
pelo “Caso Morgan”, a questão sacode a opinião pública e quase destruiu a Instituição. Em
1830 o número de membros caiu para aproximadamente 2.000.
William Morgan, indivíduo de mau caráter, aventureiro, endividado, jornalista de
Batávia, New York, decidiu refazer-se economicamente lançando um pequeno livro anti
maçônico, publicado em 1826 com o título “A Maçonaria Apresentada e Explicada” com
a intenção de desmascarar a Instituição e ganhar muito dinheiro com a venda do livro.
Torna-se logo um best-seller.
Aparentemente, William Morgan deve ter frequentado Lojas maçônicas, onde
adquiriu conhecimento para a redação de seu livro. Entretanto, não foi encontrado seu
nome em nenhum registro de Loja. É possível que tenha sido auxiliado por outra pessoa.
O movimento anti maçônico cresceu exponencialmente quando Willian Morgan
desapareceu da cidade. Inquéritos foram realizados sem sucesso. Jamais se soube o que
aconteceu. Porém, começou a correr a notícia que William Morgan havia sido sequestrado
pelos Maçons, levado até as Cataratas do Niágara e depois de ter sido assassinado na
fronteira canadense, seu corpo teria sido jogado nelas.
Morgan desapareceu em setembro de 1826 e no mês seguinte, o Reverendo David
C. Bernard, pastor da Igreja Batista em N.Y., acompanhado de um membro que havia
renunciado da Loja Maçônica, começou uma carreira de 40 anos devotada largamente para
a desmoralização da Ordem.
Diversos encontros e convenções foram liderados por ele e, ao mesmo tempo,
publicou um livro chamado “Luz na Maçonaria” totalmente anti maçonaria. Todos os
maçons foram excomungados e não podiam ser candidatos em cargos públicos.
Obviamente, assunto naturalmente atrativo para leitores e escritores românticos e
sensacionalistas, produziu uma circulação avantajada de livros anti maçônicos.
Até um Partido Político anti maçônico foi fundado em New York e a excitação
invadiu, gradualmente, os outros estados. A maçonaria é condenada pela Igreja Batista. Os
Maçons são, sistematicamente, recusados quando da formação de Juri Criminal e os
pastores lhes negam a comunhão. A dissidência na Maçonaria foi enorme. Intrometendo-se
a inevitável política, viram-se candidatos se apresentarem às eleições alegando seu anti
maçonismo.
A Maçonaria levou anos para se reerguer. Quando da Guerra da Secessão, a Ordem
se manteve, numa certa medida, fora do conflito, e exemplos não faltaram de atos de
generosidade para com os feridos e os prisioneiros, entre Maçons. Estabelecida a paz, para
muitos a reconciliação foi definitiva.
Em 1838, o Partido Anti maçom apresenta um candidato à presidência dos Estados
Unidos. Os dois outros candidatos, pelos dois grandes partidos e antigos Grão Mestres,
Andrew Jackson e Henry Clay.
Jackson foi eleito pela maioria esmagadora: era a Ordem que se reerguia, depois da
debandada quase geral provocada pelo “escândalo Morgan”. Retoma, então, enfim, sua
caminhada progressiva.
Existem hoje, Potências Maçônicas nos EUA, em todos os Estados, Territórios e
Distrito Federal com aproximadamente 1.500.000 membros.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 168
RUI CAETANO BARBOSA DE OLIVEIRA
Esta Pílula foi condensada de um artigo do inesquecível Mestre Raymundo
Rodrigues, fundador da Acad. Brasileira Maçônica de Artes Ciências e Letras - AMACLE.
Rui Barbosa nasceu em salvador, BA, em 5 de novembro de 1849 e faleceu em
Petrópolis, RJ, em 01 de março de 1923.. Em 1870, com 21 anos terminou, em São Paulo, o
curso de Direito.
Foi deputado, senador e Ministro de Estado. Dentro e fora do Brasil foi reputado
como das mais pujantes mentalidades das Américas. Foi pensador profundo, dotado de
vasta e variada erudição, jurisconsulto abalizado, poliglota, político, escritor de primeira
água e grande orador.
Foi grande defensor do idioma português, que manejou com incomparável
destreza. Desde jovem entregou-se à campanha abolicionista. Já em 1866, fundara em
Recife , com Castro Alves e outros estudantes da Faculdade de Direito, uma sociedade
abolicionista. Em 04 de abril de 1870, em São Paulo, apresenta à consideração do Grande
Oriente do Brasil, através da loja “América”, da qual era Obreiro, o seu famoso Projeto
Abolição. Nesse Projeto, através dos artigos 5º e 6º, ele se antecipa à famosa Lei 28 de
setembro de 1871, de autoria do Visconde de Rio Branco. Senão vejamos:
Art. 5º - Nenhum indivíduo poderá mais obter o título e os privilégios de
Maçom, sem que primeiramente, antes de receber a iniciação, declare livres todas as
crianças do sexo feminino que daí em diante lhe possam provir de escrava sua.
Art. 6º - Todos aqueles que se acham iniciados em qualquer Oficina Maçônica
do Brasil ficam igualmente obrigados, logo que for promulgada esta lei, a lavrar um
compromisso em que declarem livres todas as crianças do sexo feminino, filhas de
escrava sua, que possam vir à luz desse momento em diante.
Em 1907, durante o Governo Afonso Pena, Rui Barbosa representou o Brasil na
Conferência de Haia, atendendo a um convite do Barão de Rio Branco. Tão bem se houve
durante aquela Conferência que de lá voltou com a antonomásia de “Águia de Haia”. Em
1910, dedicou-se à Campanha Civilista, quando disputou a Presidência da República, tendo
como adversário o Marechal Hermes da Fonseca. Sua plataforma política, apresentada em
sessão pública, na noite de 15 de janeiro de 1910, é um verdadeiro monumento literário,
através do qual Rui demonstra todo o seu conhecimento dos problemas brasileiros. Naquele
importante documento, ele põe a nu todas as mazelas que afligiam o País e aponta os
remédios para escorraçá-los, de uma vez por todas, da vida nacional.
No entanto, Rui foi eleitoralmente derrotado, tendo vencido apenas nos Estados da
Bahia e de São Paulo. Rui foi, realmente, um grande homem. Sua memória continua sendo
cultivada, na casa onde morou, na Rua São Clemente, em Botafogo, no Rio de Janeiro, hoje
um museu – A Casa de Rui Barbosa.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PÍLULA MAÇÔNICA Nº 169

“Constituições de Anderson”
Considerações II: Análise do primeiro artigo das “Obrigações”.

Vou fazer algumas considerações, que funcionarão como esclarecimentos


finais, sobre o assunto tratado na Pílula Maçônica nº 164 – “Constituições de
Anderson”. O primeiro artigo das Obrigações de um Maçom Livre, concernente a
Deus e a Religião nos relata:
“Um Maçom é obrigado, em virtude de sua posição, a
obedecer a lei moral; e se compreende bem a Arte, nunca será um ateu
estúpido nem um irreligioso libertino. Se bem que nos tempos antigos os
Maçons estavam obrigados, em cada país, a pertencer à religião do dito
país ou da dita nação, qualquer que fosse, atualmente se tem considerado
mais conveniente não obrigá-lo senão a esta Religião em que todos os
homens estão de acordo, deixando de lado sua opinião particular; que
sejam homens bons e verdadeiros, homens de honra e probidade, por
qualquer denominação ou crenças que possa distingui-los, donde resulta
que a Maçonaria se converte no Centro de União e o meio para conciliar
uma verdadeira amizade entre as pessoas que sem ela teriam permanecido
em constante distância”.
É interessante considerar o fato de Anderson ter mencionado unicamente o ateu
e usado termos pesadíssimos chamando-o de “ateu estúpido” e “irreligioso libertino”.
Aparentemente, Anderson estava preocupado com algo mais importante, que
poderia abalar a imagem da Grande Loja de Londres, recém fundada em 1717, e que
havia passado por enormes dissabores provocados pelo Grão Mestre da Ordem, eleito
em 1722, chamado Philip, Duque de Wharton.
Retroagindo no tempo, sabemos que naquela época começaram a aparecer em
Londres certos clubes, fechados, destinados à prática da libertinagem e eram
denominados “Hell Fire Clubs” (clubes das chamas do inferno).
Alguns tinham estatutos, rituais e dignatários. Sabia-se que o ateísmo estava
associado à libertinagem. Ali, blasfemar era quase que obrigatório. Normalmente, eram
frequentados tanto por homens como por mulheres e seus membros ostentavam nomes
de profetas, santos e mártires. A moda dos Hell Fire Clubs se estendeu com rapidez
espantosa e haviam tomado a forma de sociedades secretas de “ateus”.
O presidente de um desses clubes era o jovem aristocrata, Philip de Wharton,
elevado a Duque em 1718, denominando-se Duque de Wharton. Talvez por sua
influência na nobreza, talvez por influência política, ou por qualquer outro motivo que
desconhecemos, foi eleito Grão Mestre da Grande Loja de Londres. Era um mau caráter,
alcoólatra, ateu e tremendamente libertino.
Sua gestão foi escandalosa e o Duque de Wharton acabou sendo expulso da
Maçonaria, tendo sido o seu malhete solenemente queimado. Depois de anos de vida
crapulosa, foi morrer na Espanha, com a idade de trinta e três anos.
Por que nessa sociedade aberta a todas as convicções religiosas, Anderson fazia
exceção somente aos ateus, que na época, eram raros?
O que se pode concluir, é que quando Anderson escreveu o primeiro artigo das
Obrigações, estava pensando num ateu de grande importância, blasfemo e libertino, e
quando assinalou “ateu estúpido” e “irreligioso libertino” estava se referindo à uma
mesma pessoa.
O desprezo de Anderson por um homem que não acreditava em Deus, era mais
moral do que filosófico. Era uma precaução contra determinados tipos de homens,
evitando que interferissem no bom desenvolvimento da Grande Loja de Londres, recém
fundada. Sem dúvida, as exclusões de “ateu estúpido” e “libertino irreligioso”
estavam ligadas ao recente escândalo, provocado pelo Duque de Wharton.
Entretanto, como nos diz Alec Mellor –“O alerta havia sido perigoso. Se um
homem tão considerado e influente como Desaguliers não tivesse sido seu Deputado
Grão Mestre, podemos perguntar em que teria se convertido a jovem Grande Loja sob
a direção de um Wharton que unia seu grau de Grão Mestre com os dos Hell Fire
Clubs. Mas não bastava somente haver expulsado a ovelha negra. Era preciso pensar
no futuro e deixar bem claro que a qualidade de ateu e libertino era incompatível com
a Francomaçonaria. A redação das Constituições chegou oportunamente a esse
efeito. Assim se explica a redação do primeiro artigo como também o indignado termo
empregado por Anderson. Em outras condições não haveria sido necessário nenhum
adjetivo pejorativo. O lº artigo não era uma petição de princípios, senão uma reação
de defesa”.

M.:I.: Alferio Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 170

Grande Capitulo do Rito de York

Em torno do ano de 1910, Maçons de origem inglesa não estavam satisfeitos com
a Maçonaria praticada aqui no Brasil, pois pretendiam, se possível, ter Lojas do Rito inglês,
que trabalhassem segundo a orientação litúrgica da Grande Loja Unida da Inglaterra
(GLUI). Alguns Obreiros desta última, foram enviados ao Brasil para negociarem com o
Grande Oriente do Brasil, com o intuito de obter do GOB, a autorização para estabelecer
uma Grande Loja Distrital, sob a Constituição Inglesa, em nosso território.
Isso não foi concretizado nessa época, porém, foi assinado um Tratado, em
21/12/1912, pelo Grão Mestre Lauro Sodré, do GOB, e pelos representantes da GLUI, que
relatava, resumidamente e com outras palavras, o que segue abaixo:
- o GOB em consideração à inabalável e fraternal amizade que sempre uniu a
GLUI e o GOB, e pretendendo atender aos anseios dos maçons ingleses residentes no
Brasil, resolveu permitir que fosse criado um Grande Capítulo do Rito de York, com
patente e sob a obediência do Grande Oriente do Brasil (NOTA: sobre o termo “Rito de
York” faremos uma explicação na próxima Pílula).
- desde logo ficarão subordinadas a esse Capítulo as seguintes sete Lojas do GOB:
“Eduardo VII”, ao Oriente do Pará;
“Saint George”, ao Oriente de Recife;
“Duke of Clarence”. Ao Oriente da Bahia;
“Eureka Nº 3”, ao Oriente do Poder Central;
“Wanderers”, ao Oriente de São Paulo;
“Unity”, ao Oriente de São Paulo;
“Morro Velho”, ao Oriente de Minas Gerais
- esse Grande Capítulo será autoridade suprema, em matéria litúrgica e autorização
de funcionamento, para todas as Lojas do Rito de York, atualmente e para aquelas que no
futuro forem criadas no Brasil.

Como fruto desse Acordo, foi feito o Decreto Nº 478, de 01/12/1913,


resumidamente mencionado abaixo (caso alguém se interessar tenho o Decreto na íntegra):
- Fica criado, no Oriente do Poder Central, o Grande Capítulo do Rito de York,
ao qual se subordinarão, liturgicamente, todas as lojas desse rito atualmente existente no
Brasil.
- O Grande Capítulo mencionado terá as mesmas atribuições da Constituição das
Grandes Oficinas chefes de Rito, além das do acordo entre GOB e a GLUI.
- esse Grande Capítulo será composto por 33 membros efetivos, etc.

Esse Decreto durou até 1935, quando em 06 de maio desse ano, é assinado um
outro Tratado, denominado “Tratado Convênio de Aliança Fraternal” entre o Grande
Oriente do Brasil e a Grande Loja Unida da Inglaterra, reconhecendo, naquela época, o
GOB como única Potência Maçônica regularmente estabelecida no Brasil e o GOB, por sua
vez, autorizava o estabelecimento, no Brasil, de uma Grande Loja Distrital, sob Carta
Patente da Grande Loja Unida da Inglaterra.
Por esse Tratado, convencionou-se, também, que “em virtude de não mais ser
necessária a existência do Grande Capítulo do Rito de York no Brasil, este, uma vez
formada e estabelecida a Grande Loja Distrital, cessará suas atividades” (Castellani).
Com isso, todas as Lojas do Rito de York, então existentes, passaram, sob a
direção da Grande Loja Distrital, para a Jurisdição da Grande Loja Unida da Inglaterra.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 171

Cavaleiros Hospitalários

Os Hospitalários ou Cavaleiros Hospitalários, de São João de


Jerusalém, foram originariamente uma Ordem militar-religiosa formada,
também, durante as Cruzadas. Seu remanescente existencial atualmente é a
Suprema Ordem Militar de Malta.
O grupo foi formado no 11º século em Jerusalém; seus membros
foram irmãos vinculados a um hospital dedicado à São João que cuidava de
peregrinos doentes ou necessitados. Em 1113 este grupo recebeu a aprovação
papal como ordem regular. Seu primeiro superior (Grão Mestre) foi Gerard de
Martignes. Seu sucessor foi Raymond du Puy que reconstituiu a Ordem e
começou engajar seus membros em operações militares para o Reino Latino
de Jerusalém (ver comentários abaixo).
Após 1187, a Ordem moveu seu quartel general para a cidade de Acre.
Os membros continuavam a cuidar de doentes, guardavam as estradas e
lutavam. Eles se tornaram rivais dos Templários na arte de guerra cruzada.
Em 1310 mudaram primeiro para Chipre e depois para a ilha de
Rhodes, na qual a Ordem governou como um estado independente até a
chegada do turco Otto. Em 1530, o Sagrado Imperador Romano, Carlos V,
concedeu Malta para os Hospitalários. Eles defenderam a ilha contra os turcos
até que Napoleão I expulsou todos eles em 1798. A Ordem estava declinando
e, finalmente seu quartel general foi finalmente estabelecida em Roma. E, de
1805 a 1879 não tiveram Grão Mestre.
Reconstituída em 1879, os Hospitalários continuam hoje como uma
Ordem onde clericais e membros fiéis, ambos engajados em trabalhos de
caridade e assistência médica. Ela é internacional na qualidade de seus
membros e de suas atividades. A vestimenta da Ordem é um manto negro com
a cruz de malta de oito pontas, na cor branca.

O Reino Latino de Jerusalém

O Reino Latino de Jerusalém foi criado em 1099 pelos líderes da


primeira Cruzada; foi conquistado pelos Muslims em 1291. Sua grande
extensão incluía a Palestina e outros estados ao norte, principalmente da
Antióquia. A história desse reino pode ser contada em duas etapas: de 1099
até 1187 quando Jerusalém foi reconquistada pelo líder dos Mulims, Saladino
e de 1189 até 1291, quando foi finalmente conquistado.
Durante a primeira fase o Reino tinha como capital a cidade de
Jerusalém. Os Cruzados escolheram inicialmente Godfrey de Bouillon como
administrador (1099 a 1100). Apesar dele ter tomado somente o título de
Defensor do Sepulcro Sagrado, seus sucessores, começando por seu irmão
Baldwin I (1100 até 1118) usaram o título real. Eles tinham a esperança de
expandir e consolidar sua posição na Palestina e, em particular, capturar
cidades costeiras, as quais a Primeira Cruzada não havia conquistado. Com o
apoio naval de Gênova, Veneza e Pisa, eles tiveram sucesso nessa empreitada.
A oposição árabe dos muslims estava inicialmente fragmentada entre
pequenos e insignificantes estados. Após 1128, entretanto, os estados árabes
foram gradualmente se unificando, graças ação de novos líderes, entre eles o
maior sendo Saladino, que se tornou administrador (governador) do Egito em
1169. Declarando uma guerra santa em 1187, ele derrotou os Cruzados em
Hattin, resgatando Jerusalém para os Mulims e sitiando os remanescentes
Cruzados em Tiro, Trípoli e Antióquia.
Em 1189 os Cristãos promoveram a Terceira Cruzada intencionada de
reconquistar Jerusalém. E assim foi feito. Esta Cruzada e as outras que a
sucederam, somente reconquistaram as cidades costeiras e faixa adjacente do
território.
De 1191 para frente, a capital do reino era a cidade de Acre.
Infelizmente, o futuro desse Reino foi amargurado pelos conflitos entre os
Barões e os Governadores; entre os colonizadores de Veneza, Piza e Gênova;
e, principalmente entre as Ordens Militares dos Hospitalários e Templários.
A queda de Acre para os egípcios (Mamelucos) em 1291 marcou o
fim do Reino Latino de Jerusalém.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 172

Sólio

Como já tivemos, anteriormente, oportunidade de falar, SÓLIO é sinônimo de


TRONO, que é o assento solene, pomposo, onde se senta a pessoa a quem se confere
extrema autoridade. No caso da Maçonaria é onde se senta a autoridade maior da Loja, que
é o Venerável Mestre ou seu substituto numa determinada Sessão.
Desse modo, os Vigilantes quando substituem o Venerável, sentam no Sólio,
apesar de muitos pensarem que o mesmo só pode ser ocupado pelo referido, o que não é
verdade. Os Vigilantes são substituídos pelos Expertos.
À direita do Sólio, fica a cadeira, ou assento do Grão Mestre ou seu Adjunto (na
Constituição de Anderson, é chamado de Deputado). No caso do REAA, são chamados de
Soberano e Sapientíssimo, (ver Pílula Maçônica nº46) e tem a autoridade e direito de
estarem presentes à sessão de qualquer Loja, como também de presidi-la, tendo o
Venerável da Loja á sua esquerda.
Ao fazerem isso, não há a necessidade de sentarem no Sólio..
Deve ficar claro, também que, um dos Vigilantes, ao assumir, eventualmente, o
Veneralato, é tratado durante a Sessão, como “Venerável Mestre”, recebendo o título
inerente ao cargo do Primeiro Malhete da Loja.
Além disso, quando se diz: “o Primeiro Diácono tem assento abaixo do Sólio...”
refere-se que o assento do referido, está num nível abaixo do nível onde está o Sólio.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 173

Tiradentes

Com a aproximação do dia 21 de abril, deverá aparecer na internet de cada um,


uma série de emails falando sobre o nosso herói, inclusive um mártir, Tiradentes.
Como pertencemos à Ordem Maçônica, receberemos muitos emails mencionando
se ele era ou não Maçom. Vou transcrever opiniões de dois historiadores: a primeira do
historiador de assuntos brasileiros, Kenneth Maxwell, professor das Universidades de
Cambridge e de Columbia, reconhecida como uma das mais consistentes sobre a
conjuração mineira, derrubando, com provas, muito dos mitos e lendas que foram criados
através dos tempos.
“Muitas Lojas surgiram no Brasil, no início do século XIX, primeiro em
Niterói, com Reunião, em 1801, depois se espalharam rapidamente pela América
portuguesa. Embora com provas escassas, freqüentemente foi apontada influência da
Maçonaria na Inconfidência Mineira, mas parece improvável que as comissões
investigadoras não tivessem denunciado uma organização maçônica, caso existisse. O
Sr. A. Tenório D’Albuquerque em “A Maçonaria e a Inconfidência Mineira”, faz uma
tentativa totalmente inconsistente de demonstrar a influência maçônica do movimento
de 1789.”
A segunda opinião é do Mestre Castellani, extraída de diversos artigos:
“Tiradentes Maçom é história da carochinha; é pura especulação, pois não
existe prova alguma que ele tenha sido Maçom. Quem introduziu essa balela no meio
literário maçônico foi o mistificador Arcy Tenório D’Albuquerque, que inventou uma
nova História da Maçonaria, “Iniciando” todos os “bonzinhos” (até Abraham
Lincoln, que nunca foi Maçom, entrou nessa) e negando a qualidade maçônica aos
“mauzinhos”. Essa atitude – de mistificação total da História – foi inclusive,
ridicularizada nos meios universitários ligados às Ciências Humanas, causando um
grande mal à honesta historiografia maçônica. Basta dizer que, naquela época, não
havia Loja Maçônica no Brasil – a não ser no delírio onírico de fantasistas, que não
precisam de provas documentadas - já que a primeira, ainda cercada de algumas
dúvidas, teria sido criada em 1797, na Bahia, seguida de outras – estas sem
contestação – a partir de 1800, criadas no Rio de Janeiro.”
Nessa mesma linha de pensamento poderia buscar o depoimento do grande
historiador Kurt Prober, mas creio não ser necessário.
Ao Maçom racional, meia palavra basta. Ao Maçom fanático, um Enciclopédia é
insuficiente!

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 174

O termo “Rito de York” – parte I

Como mencionado na Pílula Maçônica nº 170, vou comentar alguma coisa na


tentativa de esclarecer a origem do termo ‘Rito de York”, adotado e oficializado pelo
Grande Oriente do Brasil, juntamente com outros 06 Ritos.
Na verdade, esse termo se aplica ao sistema maçônico dos EUA, onde realmente
esse termo faz sentido e onde se tem, realmente, o Rito de York (ver Pílula Maçônica nº 55
– A Loja de York).
No Brasil, usamos o sistema maçônico inglês, que é diferente do sistema norte-
americano. Esse sistema inglês, estabelecido após a união dos “Modernos” com os
“Antigos” em 1813, gerando a Grande Loja Unida da Inglaterra, possui diversos RITUAIS,
entre eles o famoso “Emulation Ritual”, que é o que usamos aqui no Brasil. Tem, também,
o Stability, Sussex, etc
E por que usamos o termo “Rito de York” aqui no Brasil?
Para esclarecer isso, vou ocupar duas Pílulas Maçônicas, pois a história é longa e
complicada. Vamos iniciar, esclarecendo, de modo genérico, o que é “RITO” e o que é
“RITUAL”
RITO – é um método, um uso, aprovado por costumes, ou a muito tempo seguido,
ou até mesmo uma lei. Na Maçonaria significa um método de conferir a “Luz Maçônica”
através de distribuição e distinção de Graus.
RITUAL – na Maçonaria, é o sistema de cerimônias, fórmulas, instruções, para a
prática uniforme e regular dos Trabalhos Maçônicos. Comparativamente, de modo muito
simples, temos como exemplo um casamento. De maneira geral, no mundo todo, casamento
é a união de duas pessoas, reconhecida por uma autoridade, religiosa ou não.
No Brasil, as cerimônias, a seqüência, para realização de um casamento, são
diferentes do que ocorre na Grécia, por exemplo. O evento “casamento” é o mesmo, porém,
o cerimonial é diferente, dependendo do País.
Retornando ao termo “Rito de York”, em estudo, sabemos que a Maçonaria
praticada na Inglaterra, Irlanda e Escócia, antes de 1717, era chamada “Maçonaria
Operativa”..
Nesses países, na Inglaterra principalmente, o sistema maçônico usado, era
semelhante ao praticado na cidade de York, muito antigo.
Quando em 1717, em Londres, ocorreu a mudança para “Maçonaria
Especulativa” com a união de 04 Lojas, etc (não entrarei em detalhes pois muito já foi
escrito sobre isso), os problemas começaram.
Essa “Grande Loja de Londres e Westminster”, recém formada, quando
percebeu que, após adesão de inúmeras Lojas, a coisa ia dar certo, alterou certos eventos
ritualísticos, obviamente na boa intenção. Aliado a isso, um ex-maçom chamado Samuel
Prichard, aproximadamente em 1730, lançou um livro denominado “A Maçonaria
Dissecada” no qual, a maioria dos segredos maçônicos era revelada.
Para evitar a penetração de profanos nas Lojas, mais alterações foram realizadas.
Essa Grande Loja, após o seu quinto Grão-Mestre, começou a convidar, e com
aceitação, membros da Realeza ou da Nobreza para serem os futuros Grão-Mestres.
Isso provocou, talvez sem maldade, uma “elitização”, de modo que os irlandeses e
escoceses não eram bem recebidos nas Lojas pertencentes a essa Grande Loja.
Com essa elitização, mais as alterações realizadas nas cerimônias ritualísticas, as
Lojas, que não aderiram à Grande Loja de Londres e Westminster, normalmente compostas
de irlandeses e escoceses, fundaram outra Grande Loja, em 1751, e começaram a chamar,
de modo pejorativo, os Maçons da Grande Loja de 1717 de “Modernos” e se auto
denominaram de “Antigos”, pois praticavam, segundo eles, a antiga e verdadeira
Maçonaria, praticada na cidade de York.
Nessa época, em torno de 1756, estava ocorrendo a colonização na América do
Norte e os quatro sistemas maçônicos, foram juntos com a colonização: a Maçonaria
Irlandesa, a Escocesa, os “Antigos” e os “Modernos”.
Com a independência dos EUA, em 1776, predominou nesse novo país a
maçonaria dos “Antigos”, juntamente com a maçonaria Irlandesa e Escocesa, com
decréscimo da maçonaria dos “Modernos”. Isso, provavelmente, devido ao fato dos
“Modernos” estarem ligados a Realeza e a Nobreza. Então, a Grande Loja dos “Modernos”
desaparece do cenário americano e as outras Grandes Lojas: dos “Antigos”, Escocesa e
Irlandesa se unem mais e, com Rituais baseados no Monitor de Thomas Smith Webb,
derivado, principalmente do Ritual da Grande Loja dos “Antigos” fundaram as Grandes
Lojas Estaduais dos Estados Unidos da América.
Com isso, começou a ser praticado, lá nos EUA, um Rito Maçônico que
realmente pode ser chamado de “Rito de York”, diferentemente do que ocorreu na
Inglaterra, com a união dos “Antigos” e dos “Modernos”, gerando o Sistema Inglês
Maçônico (eles não usam o termo “Rito” e sim, o termo “Craft”).

Continua na Pílula Maçônica nº175

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 175

O termo “Rito de York” – parte II

Como vimos na Pílula anterior, em torno de 1756, estava ocorrendo a colonização


na América do Norte e os quatro sistemas maçônicos, foram juntos com a colonização: a
Maçonaria Irlandesa, a Escocesa, os “Antigos” e os “Modernos”.
Com a independência dos EUA, em 1776, predominou nesse novo país a
maçonaria dos “Antigos”, juntamente com a maçonaria Irlandesa e Escocesa, com
decréscimo da maçonaria dos “Modernos”. Isso, provavelmente, devido ao fato dos
“Modernos” estarem ligados a Realeza e a Nobreza. Então, a “Grande Loja dos
“Modernos” desaparece do cenário americano e as outras Grandes Lojas: dos “Antigos”,
Escocesa e Irlandesa se unem mais e, com Rituais baseados no Monitor de Thomas Smith
Webb, derivado, principalmente do Ritual da Grande Loja dos “Antigos” fundaram as
Grandes Lojas Estaduais dos Estados Unidos da América.
Com isso, começou a ser praticado, lá nos EUA, um Rito Maçônico que
realmente pode ser chamado de “Rito de York”, diferentemente do que ocorreu na
Inglaterra, com a união dos “Antigos” e dos “Modernos”, gerando o Sistema Inglês
Maçônico (eles não usam o termo “Rito” e sim, o termo “Craft”).

E no Brasil, como apareceu esse termo “Rito de York”?


Para esclarecer isso, vou usar os conhecimentos do Ir.: Joaquim da Silva Pires,
transmitidos em diversos artigos.
No Brasil, em 1837, foi fundada a primeira Loja com orientação inglesa, chamada
“Orphan Lodge”, no Rio de janeiro. Após três anos foi enviada a Carta Constitutiva pela
Grande Loja Unida da Inglaterra. Em 1839, também no Rio de Janeiro, foi fundada a “St.
John Lodge” e, em 1856, foi regularizada a “.Southern Cross Lodge”, não se sabendo a
data da fundação da mesma.
Entretanto, em 16 de dezembro de 1863 houve uma cisão no Grande Oriente do
Brasil, promovida pelo Irmão Joaquim Saldanha Marinho, dando origem a outro Grande
Oriente, conhecido como “Grande Oriente Unido do Brasil” ou dos “Beneditinos”, nome
da rua onde estava localizado.
Esse novo Grande Oriente, impulsionado por interesses referentes à aproximação
com a Maçonaria norte americana, fundou a “Loja Vésper”, no Rio de Janeiro, trabalhando
no verdadeiro Rito de York, praticado pelos norte americanos.
Houve incentivo e mais duas Lojas foram fundadas: a “Washington Lodge” (Sta
Bárbara do Oeste - 1874) e a “Lessing Lodge” (Sta Cruz do Sul – RGS – 1880) para
trabalharem também no verdadeiro Rito de York.
Em 1879, o Ir. Arthur Silveira da Motta, contatou a “Grande Loja Unida da
Inglaterra” para reconhecimento do “Grande Oriente do Brasil” (o original fundado em
1822). O reconhecimento ocorreu em 1880.
Em janeiro de 1883, o “Grande Oriente dos Beneditinos”, enfraquecido,
incorporou-se ao “Grande Oriente do Brasil”, levando suas Lojas que trabalhavam no
verdadeiro Rito de York: a “Washington Lodge” e a “Lessing Lodge” sendo que a
”Vesper Lodge”, logo na sua fundação, uniu-se à “Loja Mistério” e trabalhou no Rito
Adonhiramita.
Como vimos, a partir de 1837, já existiam aqui no Brasil Lojas de orientação
inglesa, diretamente subordinadas à Grande Loja Unida da Inglaterra.
No Grande Oriente do Brasil, após reconhecimento pela Grande Loja Unida da
Inglaterra, a primeira Loja com orientação inglesa foi a “Eureka Lodge”.
Vejam como o Ir. Pires deixa claro:
“O povo Maçônico, do então Distrito federal, ao saber que a referida “Loja
Eureka” trabalhava em inglês, confundiu-se e imaginou, erradamente, que ela pertencesse
ao Rito de York. Ela trabalhava em inglês mas não possuía o mais remoto liame com o
sistema americano. Porém, o grande equivoco generalizou-se!”
Em 1912 houve o Tratado entre o “Grande Oriente do Brasil” e a “Grande Loja
Unida da Inglaterra” (vide Pílula Maçônica nº 170) pelo qual ficou estabelecido a criação
do “Grand Council of Craft Masonry in Brazil”, que na nossa língua foi traduzido
como “Grande Capítulo do Rito de York”. Não era nem “Capítulo” e muito menos no
“Rito de York”.
Vejam bem, ressalta o Ir. Pires, os ingleses não usaram a expressão “Grand
Chapter” nem “York Rite”.
Retroagindo no tempo, temos que o Ritual inglês “The Perfect Ceremonies of
Craft Masonry” foi aprovado pela Grande Loja Unida da Inglaterra em 05 de Julho de
1818.
Em 1920, foi feita uma tradução para o português, pelo Ir. Joseph Thomaz
Wilson Sadler, sob o título “Cerimônias Exactas da Arte Maçônica”, portanto, de modo
correto!
Em 1935 o “Grande Oriente do Brasil” e a “Grande Loja Unida da Inglaterra”
assinaram um Convênio Solene de Aliança Fraternal, fazendo com que, entre outros
itens, o Grand Council of Craft Masonry, encerrasse suas atividades, e que as Lojas
passassem a pertencer à mencionada Potência Britânica.
Em 1976, um Obreiro, sem conhecer alguns dados históricos, providenciou uma
nova edição do mencionado Ritual de 1920, inserindo, por conta própria, a catastrófica
denominação “Cerimonias Exatas do Rito de York” adulterando o título usado pelo Ir.
Sadler, ou seja, “Cerimonias Exactas da Arte Maçônica”.
Assim, de erro em erro, o Grande Oriente do Brasil fez o maior deles:
imprimiu seu próprio Ritual, em 1983, utilizando o termo “RITO DE YORK”.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 176

Os Templários e o Descobrimento do Brasil

O rei da França, Filipe IV, o Belo, na época do século XIV, estava falido e, entre
outros, devia muito dinheiro a Ordem dos Templários, que era uma das Organizações mais
ricas e mais poderosas da Europa. Seus membros eram guerreiros, banqueiros e
construtores e tinham sede em Paris. Pelo fato de serem guerreiros, e bem organizados, se
apoderaram de imensas quantidades de terras e bens materiais dos perdedores aos quais
punham o seu jugo. Controlavam feudos e construções em Paris e no interior da França.
Participaram de modo intenso nas Cruzadas. As mesmas eram “patrocinadas” pela
Igreja Católica a qual permitia, devido sua portentosa influência juntos aos reis e
governantes, que os Templários tivessem muitas regalias e direitos. Entretanto, exigiam que
as Cruzadas saíssem vitoriosas em suas contendas. As derrotas das Cruzadas no Médio
Oriente, alimentaram uma onda de calúnias, produzida provavelmente por pessoas ou
entidades invejosas e sedentas do fracasso dos Cavaleiros da Ordem dos Templários,
dizendo que os mesmos teriam se “vendido” aos muçulmanos. Aproveitando o clima
favorável, talvez produzido por ele mesmo, em 13 de outubro de 1307, Filipe invadiu, de
surpresa, as sedes dos Templários em toda a França, prendendo todos os membros.
Dois processos foram abertos contra a Ordem dos Templários: um dirigido pelo
rei contra os presos, o outro conduzido pelo papa Clemente V, que como sabemos, foi
forçado pelo rei Felipe, a colocar a sede do Papado em Avignon, França.
Muitos Cavaleiros foram mortos. A maioria degolada. A Ordem era Iniciática e
bastante discreta. A própria discrição da Ordem foi usada contra ela, fazendo-se afirmações
absurdas. Devido a ramificada rede de informações da Ordem, os sobreviventes trataram de
salvar a maior quantidade possível de bens e tesouros.
Todos os seus bens “disponíveis” foram confiscados. Esperava-se uma fortuna,
mas, como pouco foi efetivamente recolhido, criou-se a suposição de que os tesouros foram
transferidos em segurança para outros países. Para muitos investigadores, um desses países
teria sido Portugal. O rei Dom Dinis (1261-1325) decidiu garantir a permanência da Ordem
dos Templários em terras portuguesas. Sugeriu uma doação formal dos bens da Ordem à
Coroa, mas, talvez, por imposição dos Templários, foi nomeado um administrador, de
confiança da Ordem, para cuidar deles.
Dom Dinis, numa atitude corajosa para a época, local e condições, abriu as portas
para todos os refugiados da Europa. Nessa ocasião, por volta de 1317, o último Grão
Mestre da Ordem dos Cavaleiros Templários, Jacques (ou Thiago) de Molay, já havia sido
executado na fogueira (1314). Nem o Papa, com toda sua autoridade e com a “Santa
Inquisição” a sua disposição, o intimidou: fundou a Ordem de Cristo com, segundo
afirmam os historiadores, parte do patrimônio dos Templários.
Todos os perseguidos da Europa, se concentravam, trazendo seus segredos, seus
conhecimentos, para o Convento de Tomar, sede da Ordem de Cristo. Uma nova etapa,
uma nova era, estava acontecendo para os Cavaleiros Templários. Dois anos depois, em
1319, um novo papa, João XXII, reconheceu a Ordem de Cristo.
No início do século XV, Portugal era um reino pobre. A riqueza estava na Itália,
na Alemanha e na Flandres (hoje parte da Bélgica e Holanda). Nesse caso, porque é que
foram os portugueses a encabeçar a expansão européia? Sem dúvida, a rica Ordem de
Cristo foi o seu trunfo decisivo, com seus tesouros, mas, principalmente, com os seus
conhecimentos e experiência adquiridos ao longo dos anos. .
Quando o Infante Dom Henrique, terceiro filho de Dom João I, se tornou Grão-
Mestre da Ordem, em 1416, a Organização encontrou apoio para colocar em prática um
antigo e ousado projeto: contornar a África e chegar à Índia, ligando o Ocidente ao Oriente
sem a intermediação dos muçulmanos, que então controlavam os caminhos por terra. Dom
Henrique assumiu o cargo de governador do Algarve. Dividia seu tempo entre a Ordem de
Cristo e o Porto (ou Vila) de Lagos.
Ao retornar à Portugal, na primavera de 1419, após combater os mouros na cidade
de Ceuta, dom Henrique teria decidido abandonar as “futilidades da corte” e se instalar na
ponta de Sagres. Dom Henrique era uma figura imponente, obcecado, teimoso, celibatário e
asceta, permanentemente envolto em um manto negro.
O próprio local que o infante supostamente escolheu para viver já era pleno de
simbolismo e magia. O antigo “promontório sacro” de gregos e romanos – chamado de
Sagres pelos lusos - fora batizado pelo geógrafo grego Ptolomeu. Era a parte final da
Europa: um lugar desértico, de beleza trágica, onde a terra se despede num cabo nu e
pedregoso, para mergulhar no oceano temível e repleto de mistérios. Não por acaso, Sagres
tinha sido ocupado por um templo de druidas, os sacerdotes celtas.
Ainda assim, não foi na ponta de Sagres, mas na Vila de Lagos, acerca de 30 km a
leste dali, que Dom Henrique de fato se instalou, quando seu pai, o rei Dom João I, o fez
governador daquela região, conhecida como Algarve, ou El-Ghard, a Terra do Poente,
outrora o Ocidente árabe.
Foi aí, que em 1420, Dom João I, fez do Infante o administrador da Ordem dos
Cavaleiros de Cristo, originária da antiga Ordem dos Templários .
Algarve era a base naval e uma corte aberta: vinham viajantes de todo o Mundo,
com todo tipo de informações, tão importantes naquela época. Foram atraídos para lá,
sábios, cartógrafos, astrônomos e astrólogos – especialmente Judeus que, desde meados do
século XIV, fugiam das perseguições que se desencadeavam na Espanha. Afirma-se hoje
que, o Porto (ou Vila) de Lagos, localizada em uma ampla baía, possível de se zarpar,
liderada pelo infante, foi que comandou a expansão marítima do século XV. Ali foi fundada
a Escola de Sagres – que, na verdade, existiu apenas no sentido filosófico da palavra, já que
nunca houve um espaço físico, um centro de estudos, e muito menos um observatório, na
Ponta de Sagres.
Tinham passado cem anos sobre a condenação dos Templários nos processos de
Paris, e o Vaticano estava preocupado com a pressão muçulmana sobre a Europa, que
aumentara muito no século XIV. Com isso, em 1418, o Infante consegue o aval do papa ao
projeto expansionista. Num século, os papas emitiram onze bulas privilegiando a Ordem
com monopólios da navegação para a África, posses de terras, isenção de impostos
eclesiásticos e autonomia para organizar a ação da Igreja nos locais a descobrir.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 177

O Descobrimento do Brasil e os Templários – parte II

Tinham passado cem anos sobre a condenação dos Templários nos processos de
Paris, e o Vaticano estava preocupado com a pressão muçulmana sobre a Europa, que
aumentara muito no século XIV. Com isso, em 1418, o Infante consegue o aval do papa ao
projeto expansionista. Num século, os papas emitiram onze bulas privilegiando a Ordem
com monopólios da navegação para a África, posses de terras, isenção de impostos
eclesiásticos e autonomia para organizar a ação da Igreja nos locais a descobrir.
Dom Henrique sabia que os lusos não seriam capazes de cruzar o “mar de areia”
do deserto do Saara, que só podia ser vencido com o auxílio do camelo. Mas havia indícios
de que os marroquinos faziam um tipo de comércio com os habitantes locais, nas
proximidades da foz de um grande rio, cujo delta desaguava no Atlântico, ao sul do
arquipélago das Canárias. De posse de tais informações, Dom Henrique começou a pensar
na hipótese de flanquear os mouros pela retaguarda e dominar a foz do “rio de ouro” – que,
como se saberia depois, era o Senegal, tido como um dos braços do Nilo.
Para fazer isso, teria que mergulhar no desconhecido.
No momento em que o Infante, à frente da Ordem de Cristo, resolveu dar a volta
ao continente Africano, a idéia parecia uma loucura. Havia pouca tecnologia para navegar
em oceano aberto e nenhum conhecimento sobre como se orientar no Hemisfério Sul,
porque só o céu do Norte estava cartografado. Mais ainda: acreditava-se que, ao Sul, os
mares estavam cheios de monstros terríveis. De onde teria vindo, então, a informação de
que era possível encontrar um novo caminho para o Oriente? Possivelmente dos
Templários, que durante as Cruzadas, além de se especializarem no transporte marítimo de
peregrinos para a Terra Santa, mantiveram imensos contatos com viajantes oriundos de
toda a Ásia. Quando o navegador da Ordem de Cristo, Gil Eanes passou o Cabo Bojador,
um pouco ao sul das Ilhas Canárias, em 1434, mais do que realizar um avanço náutico,
estava a desmontar uma mitologia secular. Acreditava-se que, depois do Cabo, localizado
no que é hoje o Saara Ocidental, começava o Mar Tenebroso, onde tudo de mal aconteceria
aos navegadores. Quando finalmente reuniu coragem e viu que do outro lado não haveria
nada de especial, Eanes abriu caminho para o Sul.
Morto em 1460, o Infante Dom Henrique não assistiu o triunfo de sua empreitada,
mas sentiu que Portugal estava para se tornar uma das maiores potências marítima. Nas
primeiras décadas da existência da Ordem de Cristo, os ex-Templários estabeleceram
estaleiros em Lisboa, fizeram contratos de manutenção de navios e dedicaram-se à
tecnologia náutica, aproveitando o conhecimento adquirido no transporte de peregrinos
entre a Europa e o Médio Oriente durante as Cruzadas. O rei Dom João II, que governou
entre 1481 e 1495, estimulou a atividade mercantil e a colonização dos territórios africanos.
A Ordem de Cristo controlou o conhecimento das rotas e o acesso às tecnologias
de navegação enquanto pode. Mas com o ouro descoberto na Guiné, em 1461, o monopólio
da pilotagem passou a ser cada vez mais desafiado. A partir de então, multiplicaram-se os
contratos com comerciantes e as cessões de domínio ao rei para exploração das regiões
descobertas. Aos poucos, a sabedoria secreta guardada em Tomar foi sendo passada para
mercadores de Lisboa, da Flandres e da Espanha. Naquela época, Portugal fervilhava de
espiões, especialmente espanhóis e italianos, que procuravam os preciosos mapas ocultos
pelos Templários. Enquanto o tesouro, de dados marítimos, esteve sob a sua guarda, a
estrutura secreta da Ordem garantiu a exclusividade aos portugueses. Em Tomar e em
Lagos, os navegadores só progrediam na hierarquia depois de sua lealdade ter sido
comprovada, se possível em batalha. Só então podia ler os relatórios reservados de pilotos
que já tinham percorrido regiões desconhecidas e ver preciosidades como as tábuas de
declinação magnética, que permitiam calcular a diferença entre o Pólo Norte verdadeiro e o
magnético. E, à medida que as conquistas avançavam no Atlântico, eram feitos novos
mapas de navegação astronômica, que forneciam orientação pelas estrelas do Hemisfério
Sul, a que também só os iniciados tinham acesso.
Mas o sucesso atraía a competição. A Espanha, tradicional adversária, também
fazia política no Vaticano para minar os monopólios da Ordem, numa ação combinada com
seu crescente poderio militar. Em 1480, depois de vencer Portugal numa guerra de
fronteiras que durou dois anos, os reis Fernando, de Leão, e Isabel, de Castela, começaram
a interessar-se pelas terras de além-mar. Com a viagem de Colombo à América, em 1492, o
Papa Alexandre VI, um espanhol de Valência, reconheceu em duas bulas, as Inter Caetera,
o direito de posse dos espanhóis sobre o que o navegante genovês tinha descoberto, e
rejeitou as reclamações de Dom João II de que as novas terras pertenciam a Portugal. O rei
não se conformou e ameaçou com outra guerra. A controvérsia induziu os dois países a
negociarem, frente a frente, na Espanha, no ano de 1494, um Tratado para dividir o vasto
Novo Mundo que todos pressentiam: o Tratado de Tordesilhas.
Portugal acabou por ser obrigado a enviar os melhores cartógrafos e navegadores
da Ordem de Cristo, liderado pelo experiente Duarte Pacheco Pereira, à Tordesilhas, na
Espanha, para tentar um tratado definitivo, mediado pelo Vaticano, com os espanhóis.
Apesar de toda contestação, a Santa Sé era o único poder transnacional na Europa do século
XV. Só ela podia mediar e legitimar negociações entre países. Portugal saiu-se bem no
acordo. Era a vantagem dada pela estrutura secreta da Ordem de Cristo, que devido a sua
política de sigilo, os portugueses sabiam da existência das terras onde hoje está o Brasil sete
anos antes da viagem de Pedro Álvares Cabral.
Lisboa, 08 de março de 1500, um domingo. Terminada a missa campal, o rei
Dom Manuel I sobe ao altar, montado no cais da Torre de Belém, toma a bandeira da
Ordem de Cristo e a entrega a Pedro Álvares Cabral. O capitão vai içá-la na principal
nave da frota que partirá daí a pouco para a Índia.
Era uma esquadra respeitável, a maior já montada em Portugal, com treze navios
e 1500 homens. Além do tamanho, tinha outro detalhe incomum. O comandante não
possuía a menor experiência como navegador. Cabral só estava no comando da esquadra
porque era Cavaleiro da Ordem de Cristo e, como tal, tinha duas missões: criar uma
feitoria na Índia e, no caminho, tomar posse de uma terra já conhecida, o Brasil.
Em 22 de abril de 1500, naus com a cruz da Ordem de Cristo, chegaram onde
hoje é a Bahia. Foi o espírito dos cruzados que guiou a aventura das grandes navegações
portuguesas.
A presença de Cabral à frente do empreendimento era indispensável, porque só a
Ordem de Cristo, uma companhia religiosa-militar autónoma do Estado e herdeira da
misteriosa Ordem dos Templários, tinha autorização papal para ocupar – tal como nas
Cruzadas – os territórios tomados aos infiéis. No dia 26 de abril de 1500, quatro dias
depois de avistar a costa brasileira, o Cavaleiro Pedro Álvares Cabral cumpriu a primeira
parte da sua tarefa. Levantou, onde é hoje Porto Seguro, a bandeira da Ordem e mandou
rezar a primeira missa no novo território.
O Escrivão Pero Vaz de Caminha escreveu ao rei sobre a solenidade; “Alí estava
com o capitão a bandeira da Ordem de Cristo, com a qual saíra de Belém, e que
sempre esteve alta”.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 178

Maçonaria é religião?

Como as Pílulas Maçônicas são voltadas principalmente para os Aprendizes e


Companheiros, vamos voltar nesse assunto.
Muitos críticos e detratores da Maçonaria afirmam, a muito tempo, que a Ordem
Maçônica é uma religião. Entretanto, ainda que a Maçonaria é por tradição uma sociedade
de homens religiosos, categoricamente não é uma religião e nem pretende ser.
Não tem teologia, não oferece sacramentos, não garante e nem promete salvação
da alma após a morte. Apesar de que seus ensinamentos são interpretados dentro de um
clima espiritual, é esperado que os Obreiros pratiquem esses ensinamentos dentro do
contexto de suas próprias religiões.
É sabido que algumas atividades maçônicas parecem ser religiosas. Como
exemplo, temos a “Cerimônia de Casamento Maçônico”. Muitas vezes e em muitos
lugares é feito esse tipo de cerimônia. Na verdade, é só uma confirmação, dentro do
ambiente Maçônico, de duas pessoas já legalmente casadas. O Venerável Mestre de uma
Loja não é uma pessoa autorizada para celebrar um matrimônio e, consequentemente, o par
em questão, já é casado.
Portanto, é um ato feito unicamente com a finalidade de comemorar, ou celebrar,
entre Obreiros de uma ou mais Lojas, a união legal anteriormente realizada.
Existe, também, a “Cerimônia Fúnebre” onde a Loja se reúne para recordar os
bons momentos que teve com o Obreiro falecido, suas boas obras, e para uma última,
simbólica, despedida. Não é um sacramento nem substitui a um funeral religioso.
O Templo, onde as Lojas se reúnem, não é um lugar sagrado, apesar de muitos
Maçons pensarem dessa forma. A “Sagração” de um Templo Maçônico, levando em
consideração que a Maçonaria não é uma religião, é simplesmente um reconhecimento
Maçônico, por todos os maçons presentes no ato de que, aquele local, tem a dignidade de
um Templo Maçônico e será sempre usado para as atividades Maçônicas (ver Pílula
Maçônica nº103 – Sagração). O objetivo principal é a realização de cerimoniais maçônicos
e atividades administrativas. Não tem um motivo especial para ser religioso.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 180

Mudança Radical – Operativos para Especulativos

Aproximadamente entre 1550 e 1700, aos poucos, os Maçons


mudaram seu comportamento. Deixaram de ser uma associação (Guilda) de
pedreiros trabalhadores, com algumas ilegalidades, que aceitavam todas as
doutrinas da Igreja Católica, e se transformaram em uma organização de
Cavaleiros intelectuais, partidários de tolerância religiosa, entre homens de
religiões diferentes, e convencidos de que as polêmicas doutrinas teológicas
deveriam ser substituídas por uma simples crença em Deus.
Na época, eram chamados de “Maçons Operativos” e, com essa
mudança, começaram a ser chamados de “Maçons Aceitos” ou “Cavaleiros
Maçons”, principalmente na Escócia.
Esses novos membros patrocinavam a Ordem, principalmente na
Inglaterra onde a nobreza e a emergente classe mercantil, achavam isso como
complemento ao sucesso pessoal. Na França foi mais ou menos semelhante,
além do que, as Lojas serviam, aos livres pensadores, como local ideal para o
crescente espírito de liberalismo.
Posteriormente, esses Maçons Aceitos começaram a ser chamados de
“Maçons Especulativos”, (ver Pílula Maçônica nº6 – Maçonaria Especulativa),
porém, esse termo não foi utilizado antes de 1757.
O motivo da mudança parece estar bem claro: o enfraquecimento da
Igreja Católica, devido a Reforma Religiosa, em torno de 1500 d.C. fez com
que as grandes construções (catedrais) diminuíssem de ritmo, de modo
acentuado. A Arquitetura Religiosa diminuiu acentuadamente, juntamente
com o dinheiro destinado para isso. E na Inglaterra, tudo isso, atrelado as
trocas de Reis e Rainhas, alguns tendendo para o Anglicalismo outros para o
Catolicismo.
Ou muda, ou fecha! Foi o que aconteceu com outras Associações
(Guildas), como os Chapeleiros, Seleiros, etc. Não mudaram o comportamento
e a finalidade das mesmas, e acabaram fechando.
Na verdade não se sabe como se produziu essa mudança. Os grandes
historiadores maçônicos se dividem, neste ponto.
A semente, provavelmente, deve ter sido o fato de que, de longa data,
essas Associações aceitavam os filhos de membros que nem sempre
continuavam na profissão do pai.
Esclarecendo: na idade média era comum uma pessoa seguir a
profissão de seu pai, apesar de que nem sempre isso ocorria. Entretanto, isso
não impedia que fosse membro da Associação.
Na Escócia, por exemplo, era habitual as Associações ligadas ao
comercio, e mesmo na Maçonaria Operativa, convidarem Cavaleiros
influentes a pertencerem a elas. Foi o caso do convite feito, por essa última,
aos Cavaleiros da família St Clair de Rosslyn. Que aceitaram tal convite e,
posteriormente, praticamente ficaram “donos” da Maçonaria.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 181

Tempo de Estudos

Uma das metas da Maçonaria é o aperfeiçoamento do ser humano,


buscando sempre a Verdade. É obvio que para isso é necessário dedicação,
estudos, debates, etc, para que a mente do Obreiro fique cada vez mais aberta,
mais receptiva e mais preparada.
Pensando nisso, com o intuito de dedicar um espaço de tempo aos
estudos e debates, as Lojas, dependendo do Rito praticado e da Obediência,
estabeleceram o “Tempo de Estudos” ou “Quarto de Hora de Estudos”.
Não era prática ritualística até, aproximadamente, 40 anos atrás. Foi
enxertado com a finalidade de atender o que foi descrito acima. Na verdade,
tempos atrás, isso era feito na “Palavra a Bem da Ordem e do Quadro em
Geral”. Na minha opinião, foi um aperfeiçoamento.
Como foi inserido na Ritualística, após a apresentação feita por um
Obreiro (palestrante), a palavra corre nas Colunas conforme estabelecido pela
mesma, e não são dispensados os sinais e cumprimentos aos demais Obreiros
que queiram fazer perguntas.. Ou seja, numa Sessão Ritualística, esse “Tempo
de Estudos” não pode fugir à tramitação ritualística da palavra e a
obrigatoriedade de falar em pé e a Ordem, com exceção do VM e dos
Vigilantes (Castellani).
Porém, dependendo da necessidade de aproveitar o tempo disponível,
ou apresentação com projeção de slides (muito comum hoje em dia), ou
permitir um debate mais frutífero, a sessão Ritualística é suspensa. Abre-se a
“Loja em Família” pelo Venerável Mestre, com golpe do Malhete.
Todo controle da apresentação, tempo de debate, uso da palavra, etc,
são sempre controlados pelo Venerável Mestre.
Finalizados a tal apresentação e o debate, a Loja entrará na
Ritualística, com golpe de Malhete proferido pelo Venerável, seguido das
palavras “Em Loja meus Irmãos”.
Resumindo:
• o “Tempo de Estudos” visa aperfeiçoar os conhecimentos dos
Obreiros e não deve ser confundido com “Instruções do Grau”
• pode, ou não, ocorrer numa Sessão Ordinária.
• Não deve ser longo demais para não atrapalhar a Sessão.
• Quando ocorre o debate, o assunto não deve mais ser discutido
na “Palavra a Bem da Ordem...”.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


PILULA MAÇÔNICA Nº 182
Espadas em Loja

O uso de Espadas em Loja, começou na Maçonaria Especulativa e,


obviamente, na Maçonaria Operativa, não ocorria. Vejam o que nos ensina o
Mestre Castellani, em condensado de alguns trabalhos dele.
As Espadas na França, e parte da Europa, no século XVIII, eram
somente usadas pelos membros da nobreza, pelo Alto Clero (que normalmente
pertenciam à nobreza) e titulares de altos cargos no governo.
Não eram usadas como armas de defesa e, simplesmente como
emblema da condição social de quem as portavam. Portanto, somente esses
acima mencionados podiam portar a Espada suspensa no “boldriê” (palavra
francesa para designar uma correia a tiracolo, utilizada para portar uma arma).
A Maçonaria francesa, já desde a época da “Grande Loja da França”,
da qual se originou o “Grande Oriente da França”, a 22 de outubro de 1772,
preconizava o uso de Espadas em Loja, para que cada Maçom pudesse se
proclamar livre e igual perante os demais, independente de sua posição social,
mostrando, assim que, ali, todos eram iguais e que os privilégios não existiam.
No Rito Moderno, de origem francesa, ela foi adotada, principalmente,
como símbolo da Liberdade e da Igualdade de direitos. Existia a condição de
que somente os Mestres Maçons, na sua plenitude maçônica quando se tornam
iguais entre si, as podiam portar.
Nesse Rito, a Espada, é também, o Símbolo do combate que o homem
deve sustentar, para defender a Justiça e a Verdade, já que o Maçom, mais do
que ninguém, deve lutar, constantemente, contra a injustiça e contra a mentira
e sempre com armas leais, das quais a Espada é o tipo tradicional.
Outros Ritos, de origem francesa, entre eles o Rito Adonhiramita,
também a usam, com simbologia semelhante.
Lembro que, segurar a espada com o “punho” à altura do peito, para
simular um Sinal de Ordem, pode ser bonito, mas não é correto, pois o Sinal é
sempre feito com a mão, nunca com instrumentos de trabalho, em Loja.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 183
Entrar com o pé direito ou esquerdo?

Esta Pílula, pela simplicidade e curtos textos, é mais um lembrete do


que uma Pílula propriamente dita.
No “cortejo de entrada” ao iniciar a entrada dos Obreiros no Templo,
não há nenhuma obrigatoriedade de penetrar no Templo com o pé esquerdo ou
com o direito.
Isso, porque a Sessão nem foi aberta, ainda.
A obrigatoriedade de iniciar a caminhada com um determinado pé
existe, e é diferente de acordo com o Rito, apenas para a “marcha do
Grau”, para entrada no Templo, após o início dos trabalhos.

Lembro também que o Rito Escocês Antigo e Aceito (R.:E.:A.:A.:) ,


apesar do nome, não tem a origem na Escócia, e sim, na França. O que
ocorreu foi o seguinte:
No início do século XVIII, a Dinastia dos ‘Stuarts”, que reinava na
Inglaterra até essa época, estava refugiada em Paris, França. Os adeptos dessa
Dinastia também lá estavam, pois foram juntos. Eram alcunhados de
“escoceses” devido sua origem escocesa.
Nesse período de refugio na França, esses adeptos, aproveitando os 25
Graus do Rito de Héredom, instalado em Paris, a partir de 1738, pelo
Conselho dos Imperadores do Oriente e do Ocidente, no Colégio de Clermon,
sob orientação da Ordem dos Jesuítas desenvolveram o R.:E.:A.:A.:.
Esse Rito (R.:E.:A.:A.:) ficou completamente estabelecido, com a
criação do primeiro Supremo Conselho do mundo, a 31 de maio de 1801, em
Charleston, na Carolina do Sul (EUA), por onde passa o Paralelo 33 da Terra
(ver Pílula Maçônica nº 115 – Águia Bicéfala).

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 184
Unanimidade ou Maioria?

O Ir.Luciano Urpia da Loja Cruz de Malta n° 1460, Oriente de Salvador-BA,


questionou-me como o Mestre de Cerimônias deve se comportar, durante a Aprovação do
Balaustre, quando, por exemplo, algum irmão se abstém da leitura do Balaústre, O Mestre
de Cerimônias deve anunciar que houve UNANIMIDADE com uma abstenção ou que
houve MAIORIA da aprovação com uma abstenção?
Apesar de parecer simples, é um caso que merece ser analisado, pois na
Aprovação do Balaustre pode ocorrer uma situação diferente da normal.
Para maior clareza para os Aprendizes e Companheiros, vamos definir alguns
termos usados acima:
BALAUSTRE: no vocabulário peculiar da Maçonaria, esse termo é a antiga
denominação da ATA da Sessão Maçônica (Nicola Aslan). Reparem que a definição de
“balaustre” nos dicionários tem um significado totalmente diferente.
MAIORIA: Numa votação, a maioria é constituída de pelo menos metade dos
votos mais um (é chamada de Maioria Absoluta).
UNANIMIDADE: em uma votação em que há concordância geral; que provém de
um comum acordo (votação unânime).

Obviamente, dada as definições acima, fica claro que “Unanimidade


com uma abstenção” não existe, não está correto.
Vamos analisar, agora, mais uma peculiaridade Maçônica, durante a
votação da Ata: sabemos que no início de uma Sessão é feita a Leitura da Ata
(Balaustre) da Sessão anterior, para verificar se o Secretário redigiu
corretamente o ocorrido, se os nomes e datas estão corretos, etc, pois essa Ata
vai fazer parte da História da Loja.
A Ritualística Maçônica pede que somente os Obreiros que estiveram
presentes na Sessão compartilhem da votação para aprovação da referida Ata.
Determina, também, que os que não estiveram presentes devem ficar de “pé e
a ordem!” e não podem votar.
ISSO NÃO É ABSTENÇÃO, pois esses Obreiros não fazem parte
do grupo que está votando, apesar de estarem no local e hora da votação.
Porém, se alguém desse grupo não votar, por qualquer motivo, aí sim,
ele se abstém de votar.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 185
Saco de Propostas e Informações.

O “Saco de Propostas e informações”, também chamado de “Bolsa”


ou “Sacola” é um recipiente de papel, pano, couro ou material plástico, aberto
em um dos lados, para recolher, transportar, ou acondicionar coisas.
No R.:E.:A.:A.: , conforme ritualística própria, é feito a “Circulação
do Saco de Propostas e Informações” pelo Mestre de Cerimônias entre todos
os Obreiros para receber as propostas e as informações em uma determinada
Sessão Maçônica. Mencionamos o R.:E.:A.:A pois nem todos os Ritos tem
essa prática, como parte da Ritualística.
Propostas são as de Admissão, as Administrativas (enviadas às
Comissões competentes para posterior inclusão na Ordem do Dia) e as
solicitações e pedidos, em geral.
Informações são os resultados de Sindicâncias, os pareceres de
Comissões, as comunicações da Tesouraria e da Chancelaria sobre a situação
de Obreiros, o resultado de visitas a Irmãos enfermos, ou faltosos, as
comunicações de mudanças de endereço, de falecimento, etc.
Os Certificados, ou Atestados de Frequência, enquadram-se neste
último caso, pois são informações idôneas sobre a presença de Obreiros a
Sessões de outras oficinas (José Castellani).
A “Circulação do Saco de Propostas e Informações” faz parte da
Ritualística e só deve ser abolida em casos excepcionais, sempre com a
anuência do Orador, o qual pertence ao Ministério Público Maçônico, e é o
Guarda da Lei.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 186
Côvado

Frequentemente, nós encontramos a palavra “côvado” na leitura de livros


Maçônicos. Normalmente sabemos, mais ou menos, do que se trata pois na Bíblia existem
dezenas de referências, entre elas, os textos sobre a construções do Templo do Rei
Salomão e, inclusive, do Tabernáculo, no tempo de Moisés.
No “Dicionário Caldas Aulete” encontramos que é uma antiga medida de
comprimento e sua origem, vem latim “cubitus” e, pelo português medieval “côbedo”.
No Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia do Mestre
Nicola Aslan, encontramos o que segue abaixo:
“chama-se também cúbito. É a medida usada por babilônios, egípcios, hebreus,
gregos e romanos. Correspondia à distância do cotovelo à extremidade do dedo superior
da mão”.
Entretanto, mais uma vez, é nos relatos do Mestre José Castellani, que
encontramos a melhor definição e esclarecimento:
É uma medida antiga, linear, que tomava aproximadamente, a média da distância
que ia do cotovelo á ponta do dedo médio, em um homem adulto.
Sabe-se que entre os egípcios e entre os hebreus, existiam dois tipos de
“côvados”: o Comum e o Régio. Entre os egípcios, o Comum era menor que o outro e
media aproximadamente 45cm, enquanto o outro, o Régio, media aproximadamente 53 cm.
Entre os hebreus, as medidas eram de 44 cm para o Comum e de 52 cm para o
Régio, aproximadamente.
Portanto, para se ter uma idéia do tamanho de uma determinada construção antiga,
ou mesmo de um objeto, cujas medidas são dadas em “côvados” pode-se usar o valor de 50
cm, ou meio metro.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 187
Ágape

Segundo Dicionário Enciclopédico do Mestre Nicola Aslan, o


“Ágape”, vem da palavra grega agapê e era o nome que se dava na Igreja
primitiva à refeição que os cristãos faziam em comum, em comemoração da
ceia de Jesus Cristo com seus discípulos e na qual se davam mutuamente, o
ósculo da Paz e da Fraternidade.
Em Maçonaria esse nome é utilizado para indicar a refeição, ou
banquete ritualístico que, obrigatoriamente, se segue aos Trabalhos da Loja.
Simboliza a recreação em comum, merecida depois do Trabalho, e é presidida
pelo Venerável Mestre.
Todo Maçom, com o mínimo de bom senso, entende que o Ágape é
um complemento dos Trabalhos em Loja, e não, como pretendem alguns, dar
prioridade à comilança, realizando os Trabalhos de Loja, um pouco antes da
referida comilança.
Desse modo, pouco importa se serão servidas azeitonas ou caviar. O
importante é os Irmãos estarem se confraternizando. É muito diferente de
estarem comendo juntos.
Para bom entendedor, meia palavra basta.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 188
Origens do REAA

Enquanto o absolutismo de direito divino triunfava na França, no século XVII, a


Inglaterra foi convulsionada por revoluções que liquidaram o regime absolutista e os
resquícios do feudalismo no país, lideradas pelos burgueses.
Durante o período de 1558 a 1603 ocorreu o reinado de Elizabeth I, dando grande
desenvolvimento ao país devido transações com as chamadas Índias Ocidentais e Orientais,
que incluíam trafico de escravos e pirataria.
O longo reinado da rainha chegou ao fim em 1603 e, como ela não deixou
sucessores diretos, a Coroa da Inglaterra passou para a família Stuart, parentes escoceses
dos Tudors. Desse modo, Jaime VI, rei da Escócia, tornou-se Jaime I, rei da Inglaterra e
da Escócia Unidas.
O novo rei tornou-se impopular, pois além de ser considerado estrangeiro, era
ferrenho defensor do absolutismo do direito divino e anglicano, perseguindo os católicos e,
principalmente, os calvinistas, que, em exílio voluntário, migraram para as Colônias
Americanas.
Seu filho Carlos I reinou de 1625 até 1649 e era, também, absolutista. No fim
desse período, começaram as guerras civis, e Carlos I foi executado. Tivemos um período
de Republica, dirigida por um Conselho de Estado, presidido por Cromwell.
O que nos interessa saber, é que a esposa de Carlos I e seu filho, Carlos II,
refugiaram-se na França, juntamente com todos os partidários e parasitas da Corte.
Posteriormente, em 1660, Carlos II e seu filho Jaime II (Jacob II), voltaram a
reinar na Inglaterra, até que no reinado de Jaime II, em 1688, houve a famosa Revolução
Gloriosa e, novamente a Corte inglesa se refugiou na França.
Foi nessa época que nasceu o atual e famoso “Rito Escocês Antigo e Aceito”.
Este Rito, portanto, apesar do nome “Escocês”, nasceu na França, pelos exilados
ingleses, partidários da família dos Stuart, reis da Inglaterra e Escócia.
Sabemos que a transformação da Maçonaria “Operativa” em “Especulativa”
ocorreu na Inglaterra. Entretanto, é sabido que, já no século XVI, na França e na Itália,
existiam associações que reuniam os Maçons Aceitos, que eram, normalmente,
personagens importantes da vida social daquela época.
Como já mencionado acima, com a decapitação de Carlos I pelos partidários de
Cromwell, a família dos Stuart, juntamente com sua Corte, refugiaram-se na França, no
Castelo de Saint Germain e os seus seguidores, chamados de “jacobitas”
(Jacob=James=Jaime) implantaram as chamadas Lojas Escocesas, que trabalhavam
segundo os Antigos Costumes e não pelos padrões da Grande Loja de Londres, fundada
em 1717, cujos membros eram denominados de Modernos (que não tem nada a ver com o
Rito Moderno, surgido também na França).
Essas Lojas Escocesas, desenvolveram um Rito, denominado “Rito Escocês
Antigo e Aceito”, que no Brasil é o mais difundido, sendo que, no mundo, o Rito de York
(ou Ritual Emulation) predomina.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 189
Altar de Juramentos

O vocábulo “Altar” vem de da palavra altus, significando alto,


elevado. Entre os antigos, a ara dos sacrifícios era sempre colocada em lugares
elevados como uma colina, por exemplo, ou de modo artificial, em elevações
de terra e era lá, que se oferecia o sacrifício à divindade.
Na Maçonaria, o “Altar dos Juramentos”, é uma mesa que se
encontra num ponto do eixo da Loja (Linha do Equador), com ou sem velas,
dependendo do Rito e da Obediência. Sobre ele acham-se depositados as
Grandes luzes Maçônicas, sobre os quais os Maçons prestam seus juramentos
(Mestre Nicola Aslan – Dic. Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia).
Nos livros “O Rito Escocês Antigo e Aceito” e “Consultório
Maçônico” do Mestre Castellani, extraímos que, para esse Rito (REAA) , a
“posição do Altar de Juramentos já foi no Oriente, posteriormente se deslocou
para o Ocidente, no meio da Loja e, atualmente, voltando ao original,
retornou para o Oriente.
O local correto do Altar de Juramentos é no Oriente, como extensão
do Altar, que fica em frente ao Venerável Mestre. Ele nem existia, nos
primórdios da Maçonaria moderna, já que as Três Grandes Luzes
Emblemáticas da Maçonaria – Livro da Lei, Esquadro e Compasso – ficavam
sobre esse Altar mencionado, no Oriente. Depois, é que foi introduzido um
tamborete, ou uma pequena mesa, para conter as Três Grandes Luzes,
colocada junto ao Altar e considerada uma extensão dele.”
Como foi dito, essa é a informação para o REAA.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 190
Saída do Templo pelo Aprendiz

O que está escrito nesta Pílula é fruto de pesquisas em diversos livros


Maçônicos, de autores consagrados. É o que eu acho correto, baseando-me
nessa pesquisa e no bom senso, mesmo porque os Rituais não são muito claros
quanto a isso.
Algumas vezes, em Loja do REAA, os Aprendizes (isto vale também
para os Companheiros) são convidados a saírem do Templo, pois a Loja vai
trabalhar no segundo, ou terceiro Grau Simbólico.
Assim, o Venerável Mestre comunica que o Templo será coberto para
eles pelo Irmão Cobridor. Ou seja, nesse período que eles estiverem fora do
mesmo, eles não saberão o que ocorrerá no decorrer da Sessão da Loja e quem
assegura isso, é o Irmão Cobridor.
Então, o Mestre de Cerimônias conduz os Aprendizes (Companheiros)
até a porta de saída do Templo e lá, cada um se vira e faz a saudação ao
Venerável Mestre em sinal de respeito, pois é ele a maior autoridade da Loja.
Normalmente, junto com eles sai um Mestre com bastante experiência
para ministrar alguns ensinamentos e sanar as dúvidas existentes, em geral.
Na volta, cada Aprendiz (Companheiro) deverá entrar com ou sem
formalidades, dependendo da determinação do Venerável Mestre que, como já
foi dito é a autoridade máxima, orientado sempre pelo Orador, que é o Guarda
da Lei, mas que jamais tolhe a autoridade do Venerável Mestre.
Ou seja, o que o Venerável Mestre determinar, é o que vale em Loja,
mesmo que suas decisões possam ser contestadas futuramente, pelo Ministério
Publico Maçônico.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 191
Prancha sob Malhete

O “Malhete” na Maçonaria, segundo o Mestre Nicola Aslan, é um


pequeno malho de forma especial, normalmente feito de madeira, usado pelo
Venerável Mestre e pelos Vigilantes de uma Loja, o qual indica direção,
poder e autoridade, dentro de uma determinada Loja. É também o Símbolo da
vontade, da força, do trabalho e da lógica.
Portanto, conforme Mestre Castellani, no seu “Dicionário de Termos
Maçônicos – Ed. Trolha”, o assunto contido na “prancha sob Malhete” ficará
para ser resolvido posteriormente, ou cuja discussão é adiada. Isso pode ser
feito pelo Venerável Mestre ou proposto pelo Orador, quando entender que a
matéria em discussão não está suficientemente esclarecida.
Essa atribuição deve, evidentemente, ser exercida com o máximo
critério, sob pena de responsabilidade perante a justiça maçônica.
Obviamente, existe um prazo de tempo, determinado nos
Regulamentos Gerais de cada Obediência, para que esse conteúdo seja
revelado, analisado e discutido.
Além do Venerável Mestre, o Orador da Loja, como representante do
Ministério Público, deve controlar esse prazo.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 192
A Palavra Semestral

A “Palavra Semestral” teve origem, segundo pesquisas feitas, na


França, no Grande Oriente da França, em 1773, e tem a finalidade, entre
outras, de provar a regularidade maçônica de um Maçom, e é transmitida
através da “Cadeia de União” formada exclusivamente para isso a cada seis
meses na qual só podem participar os Irmãos do Quadro daquela Loja.
Ou seja, se um Obreiro não freqüenta sua Loja por um período maior
do o mencionado, ele não saberá qual é a “Palavra Semestral” atual, nem a
anterior e, por conclusão, estará irregular na freqüência.
Essa palavra é mandada pelas Potências soberanas em certos países, às
Lojas jurisdicionadas que estiverem em dia com as suas obrigações, de seis
em seis meses, e que as Lojas comunicam aos Obreiros do Quadro como
prova de sua regularidade. É um meio de tornar mais efetivo o controle das
Lojas, para que seja possível reconhecer os membros que não são constantes
aos Trabalhos em sua Loja, os Maçons que pertencem a um Rito não
reconhecido e aqueles que não estão filiados numa Loja ( Nicola Aslan).
Assim, um Maçom que visita outras Lojas e for questionado sobre isso
num “telhamento”, poderá ser impedido de entrar e assistir aos Trabalhos, pois
supostamente, está irregular. Infelizmente, esse simples “telhamento” está
cada vez mais raro.
Obviamente, o Obreiro que está presente na maioria das Lojas e faltar
exatamente quando foi feita a “Cadeia de União”, terá como obtê-la junto ao
Venerável Mestre de sua Loja. A maneira correta para isso, é formar uma
nova “Cadeia de União” para esse Maçom e transmiti-la.
Essa palavra para as Lojas pertencentes ao GOB, era antigamente
enviada pelo Grão Mestre Estadual em Alfabeto Maçônico. Hoje, esse
alfabeto não é mais praticado para isso, mas continua sendo enviada em
código, de tal modo, que só o Mestre Instalado saberá decifrar.
Conforme Ritualística do REAA, o papel enviado, onde está escrito a
“Palavra Semestral”, após a “Cadeia de União”, deverá ser queimado “entre
Colunas” ou seja, na presença do Venerável Mestre e dos dois Vigilantes
(vide Pílula Maçônica nº 72).

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 193

A Verdade

Vou falar sobre um assunto, muito interessante, que é


mencionado ao Aprendiz logo que ele entra na sublime Ordem
Maçônica: a VERDADE.
Inclusive, no Tempo de Estudos da ARLS L’Áquila Romana, o
trabalho apresentado recentemente, sobre “Renascimento, Reforma
Religiosa e Contra Reforma Religiosa”, esse assunto esteve
diretamente ligado à outros como “Inquisição”, “Heresias Sociais”,
“Cátaros”, catequese, jesuítas, etc.
Vou expor um depoimento sobre esse assunto de um escritor
famoso, que nem Maçom ele era: Erich Von Daniken.
Todas as coisas têm o seu lado verídico. A história, a origem
das coisas, a religiosidade, etc. Esse depoimento é sobre a
religiosidade do ser humano. Assunto controverso, mas muito bem
delineado por ele.
“Talvez faça algum bem dizer algumas palavras sobre a
“verdade”.
Isso é válido não só para o cristão, mas também para os
membros de outras comunidades religiosas, grandes ou pequenas.
Teosofistas, teólogos e filósofos meditaram sobre sua doutrina,
sobre seu mestre e seus ensinamentos: estão convencidos de
haver encontrado a “verdade”.
Naturalmente, cada religião tem sua história, as
correspondentes promessas de Deus; tem suas alianças com Deus,
seus profetas e sábios mestres, que disseram...
As provas da “verdade” sempre partem do centro da própria
religião.
O resultado é uma forma fechada de pensar que fomos
induzidos a aceitar desde a infância. Não obstante, muitas gerações
viveram e vivem na convicção de estar de posse da “verdade”.
Um pouco mais modestos, julgamos que não podemos
possuir a “verdade”. Pode-se, na melhor das hipóteses acreditar
nela. Quem realmente procurar a “verdade”, não pode e não deve
procurá-la unicamente sob as premissas e dentro dos limites de sua
própria religião. Caso contrário, a insinceridade presidirá ao exame
de matéria que exige máxima integridade.
Afinal, qual o objetivo da vida: crer na “verdade”, ou procurá-
la?”
Os leitores, caso queiram, que tirem as suas conclusões...
M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 194
O Dossel

A pesquisa sobre o “Dossel” é um assunto difícil de encontrar nos


livros nacionais e, também, nos livros importados. Esta pesquisa feita por mim
é um presente ao meu grande amigo e Irmão Finardi, da ARLS L’Áquila
Romana nº 3365.
No Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia, do
Mestre Nicola Aslan, a gente encontra a seguinte definição: “armação
saliente, forrada de seda e franjada, que se coloca, como ornamento, sobre os
tronos presidenciais das oficinas e que, conforme a cor simboliza o caráter do
sentimento que determina o Rito, cobrindo o representante máximo da
Oficina, e fazendo pairar no ambiente a unidade de intenções.”
Quero ressaltar aqui que nem todos os Templos preparados para
determinados Ritos possuem o “Dossel”. No caso do REAA que é o mais
praticado no Brasil, seus Templos possuem o referido, na cor vermelha.
Nota-se, também, que Mestre Aslan definiu o “Dossel” de modo
geométrico, sem definir a origem e significado maçônico.
Mais uma vez, vamos recorrer ao Mestre Castellani, cujas obras, pouco
a pouco, vão demonstrando ter sido ele um dos maiores escritores brasileiros.
O resumo, abaixo, é fruto de pesquisas de diversas obras do referido autor:
“O Tabernáculo, ou Tenda (em hebraico; Suda) era o santuário portátil
armado pelos hebreus, para o serviço religioso, durante o Êxodo, que os levou
do Egito à Palestina. Era uma área delimitada e cercada por cortina sustentada
por 60 postes e só interrompida no lado oriental, por onde se entrava. A Tenda
estava no lado oposto ao da entrada, armada sobre um estrado de madeira e
formada por duas partes: a maior era o SANTO (em hebraico: Kodesh) e
continha, entre outras coisas, uma mesa para queima de resinas aromáticas e o
candelabro de sete braços (Menorá). A tenda menor era o SANTO DOS
SANTOS (em hebraico: Kodesh ha Kodashim) e era considerado o lugar
mais sagrado, pois representava a habitação terrena de Deus. Nele se
encontrava, entre outras coisas, a Arca da Aliança, o Decálogo e a Vara de
Aarão, e a esse lugar só tinha acesso o Sumo Sacerdote.”
“ O Templo de Jerusalém seguia a mesma disposição do Tabernáculo.
Como as Igrejas seguiam orientações baseadas no Templo de Jerusalém, e os
Templos Maçônicos são baseados nos dois anteriores, juntamente com o
parlamento inglês (o primeiro templo maçônico construído: 1776 na
Inglaterra), temos que: o espaço sob o “Dossel” corresponde ao SANTO
DOS SANTOS, e é onde fica o Trono do Venerável Mestre e o Altar. Na
parte descoberta, corresponde ao SANTO.
Continuando: “sob o Dossel de um Templo Maçônico, que
corresponde ao SANTO DOS SANTOS do Templo de Jerusalém (o local
mais íntimo e transcendental, portanto) está o Trono e o Altar, e é onde
devem ser tomados os compromissos.”

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 195

Tronco Beneficente ou Tronco de Solidariedade


Ao contrário do que afirmei na última Sessão da ARLS L’Áquila Romana de
2013, os termos “Tronco Beneficente” ou “Tronco de Solidariedade” tem o mesmo
significado e podem ser usados indistintamente.
Vejam o que relata o Dicionário Caldas Aulete:
Beneficente: - [F.: Do lat. beneficente.] Que cultiva ou pratica beneficência, que
se destina a fazer caridade, a ajudar os pobres, os doentes etc. (instituição beneficente).
Solidariedade: - Sentimento de identificação com os problemas de outrem, o
que leva as pessoas a se ajudarem mutuamente. Sentimento de simpatia, de identificação
com os pobres, de ajuda aos desprotegidos etc.

Fica provado, pois, que os termos são semelhantes e tem o mesmo significado.
Aproveito para lembrar que (ver Pílula Maçônica nº 124) o termo “Tronco” é um
galicismo (palavra importada diretamente do Francês) e essa palavra francesa “TRONC”
tem dois significados: tronco, propriamente dito, como tronco do corpo humano, tronco de
árvore, tronco ferroviário, tronco familiar, etc. E é, também, a “caixa de esmolas” colocada
na entrada das igrejas. Na verdade é uma caixa com uma fenda onde são colocadas as
esmolas, e nela, normalmente está escrita a palavra “tronc” (Castellani).
Além desse termo, são usados, também, “Saco de Solidariedade’ ou “Sacola de
Solidariedade”.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 196

Renascimento, Reforma Religiosa e Contra Reforma Religiosa


O processo de criação de uma nova cultura, relacionada com as mudanças em
geral e as novas formas de pensar, de agir, e sentir, entre os europeus do século XV, foi
chamado de Renascimento. Foi a criação de uma cultura leiga que se preocupava com as
coisas deste mundo, tendo o homem como centro, em contraposição à cultura sacra voltada
basicamente para o domínio do “sagrado”. Nesse processo tivemos, entre outras coisas: a
substituição do “Cavaleiro” pelo “Burguês”, individualista e naturalista, e a nudez (antes
proibida) nos quadros pintados, principalmente, por Leonardo da Vinci e Michelângelo.
A partir do século XVI começou a apresentar sinais de decadência devido a três
fatores, principais:
1) Crise Econômica, devido a diminuição dos negócios de importação de
iguarias, devido as grandes navegações que supriam o mercado com menores
preços e as guerras. O mecenato foi diretamente afetado.
2) A Reforma Religiosa e a Contra Reforma Religiosa, que veremos a seguir.
3) O caráter de “elite” demonstrado pelos participantes desse processo. O povo
não participou desse movimento, considerado um erro crasso do movimento.

Reforma Religiosa
No final do século XV ocorreu a decadência dos feudos, aumentando as forças das
cidades, da burguesia e da nova cultura implantada pelo Renascimento. Movimentos
exigiam reformas na Igreja Católica. A divisão entre os cristãos fez surgir novas igrejas,
genericamente, chamadas de “protestantes”, devido os seguintes motivos:
1) As novas idéias oriundas do Renascimento.
2) Abusos e corrupção do Alto Clero Católico em Roma.
Nesse clima, Martinho Lutero, monge agostiniano, formulou com clareza o que o povo
sentia e precipitou a ruptura do mundo cristão.
As reformas ocorreram em diversos locais e tiveram vários protagonistas.
1) – Alemanha: (na Saxônia) Martinho Lutero dizia que a leitura refletida da Bíblia
conduzia à salvação espiritual. Estopim das discussões foi a venda de “Indulgências” para
a construção da Basílica de São Pedro. Lutero foi excomungado e queimou a bula papal. A
doutrina espalhou-se rapidamente e gerou lutas sangrentas.
2) – Suíça: o francês João Calvino, em Genebra, baseado em Lutero porém
mais radical nas exigências e foi influenciado pela mentalidade comercial (obtenção de
lucros).
3) – Inglaterra: o Rei Henrique VIII queria se divorciar de Catarina Aragão para
casar com Ana Bolena. Papa recusou o pedido por motivos políticos. O Rei rompeu
com o Papa e fez com que o Parlamento fizesse dele o chefe supremo da Igreja da
Inglaterra. Era uma mistura de catolicismo, calvinismo, estruturando o Anglicalismo.

Contra Reforma Religiosa ou Reforma Católica

Em meados do século XVI iniciaram-se as mudanças para combater o


protestantismo em ascensão. Católicos reformistas apoiados pela nobreza européia,
forçaram a eleição de diversos Papas reformistas. Sem resultados adequados.
Os Jesuítas tornaram-se, portanto, após outras tentativas, a principal Ordem
da Igreja Católica, atuando principalmente nos campos de ensino e pregação.
Missionários ficaram famosos, com São Francisco Xavier (India e Japão), Manuel da
Nóbrega e José de Anchieta (Brasil).
Nos anos de 1545 a 1563, a Igreja Católica convocou o Concílio de Trento,
que repeliu a doutrina protestante, aprovando integralmente a doutrina católica, tendo
como principal virtude a caridade cristã.
Nessa época, intensificou o TRIBUNAL DA INQUISIÇÃO, condenando
pessoas como Galileu, Copérnico e outros. Foi elaborado o INDEX que era uma lista de
livros proibidos, considerados heréticos e imorais pela Igreja Católica.
Houve também, a publicação de Manuais de Catecismo, do Breviário, do
Missal e da Vulgata, que é a tradução, convenientemente adequada, da Bíblia pela
Igreja Católica.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 197
Tolerância e Intolerância

Sem dúvidas, a Maçonaria ensina e pratica a Tolerância, que é, de


modo abrangente, a boa disposição dos que ouvem com paciência as opiniões
diferentes das suas.
Um dos principais requisitos da Ordem é tolerância na religião e na
política. Na religião, os únicos requisitos são a fé e crença em Deus, e
obediência ao código de Moralidade e Integridade. Nenhum dogma religioso
ou opinião política são permitidos de serem discutidos em Loja. Homens de
diferentes nacionalidades, raças, religiões, filiações, e opiniões políticas estão
unidos em uma comum Fraternidade.
Desse modo, a Maçonaria toma atitudes rígidas concernente à
preconceitos religiosos, fanatismos religiosos e intolerância religiosa. Embora
a Ordem Maçônica estar sempre, e sempre esteve, respeitando as diversas
instituições religiosas, referentes á moral e ética, ela é completamente livre de
sectarismo e é asperamente contrária à intolerância religiosa e ao fanatismo
de qualquer espécie (ver Pílula Maçônica nº 04 – Fanático e Fanatismo).
Como Instituição ela tem sido o arauto da liberdade civil e religiosa, da
liberdade de consciência, e da separação das Igrejas e Estado.
Portanto, a Tolerância tem sido o carro-chefe da Maçonaria e,
juntamente, com o amor fraternal, são os principais fundamentos da Ordem.
Fica claro, portanto, que os seus principais inimigos são a Intolerância e o
Fanatismo.
Entretanto, para finalizar, deixo o esclarecimento sobre isso tudo, dado
pelo grande Mestre Theobaldo Varoli Filho, no seu livro “Curso de
Maçonaria Simbólica” – Edit. Gazeta Maçônica:
“não se entendam por tolerância maçônica os afrouxos licenciosos
dos deveres ou a passividade exagerada na pratica do perdão. Por tolerância
deve entender-se, antes de tudo, que o comportamento do maçom deve ser de
respeito à todas as manifestações de consciência e que, em Loja, o Obreiro
da Paz deve conservar-se eqüidistante de qualquer credo, tal como o círculo
entre as paralelas e a circunferência com relação ao centro, tal como o Sol
que não transpõe os Trópicos”.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 198
Luzes na Maçonaria
Esta Pílula foi condensada de um artigo do livro “Holy Bible” – Heirloom Bible
Publishers – Kansas EUA, que se inicia com a seguinte pergunta: “quais são os
simbolismos da Luz na Maçonaria?
Em resposta, nos é dito que Luz é, de longe, o mais importante e misterioso termo
na Maçonaria o qual é entendido pela maioria dos membros da Ordem. É o primeiro dos
Símbolos apresentado para o Aprendiz na sua Iniciação, e continua estando presente para
ele, de várias formas, durante todo seu futuro progresso em sua carreira Maçônica.
A Luz representa, como é geralmente entendida na Ordem, o “Conhecimento”,
“Verdade” ou “Sabedoria”, mas ela contém, dentro de si mesmo, a parte mais difícil de
entender e longínqua alusão da verdadeira essência da Maçonaria Especulativa, e aceita,
dentro de si ampla significação, todos os outros Símbolos da Ordem.
Maçons são enfaticamente chamados de “Filhos da Luz” porque eles estão, ou
deveriam estar, de posse do verdadeiro significado do Símbolo: enquanto o profano ou o
não-iniciado, por uma analogia de expressão, estão na “escuridão”.
Em todos os antigos sistemas de religião e em todos os mistérios antigos, a
reverência pela Luz, como uma representação emblemática do principio Eterno de Deus, é
predominante. Isso sempre foi verdade no Judaísmo e é, também, verdade no Cristianismo.
E é verdade, do começo ao fim, nos Rituais da Maçonaria, no mais predominante
sentido. A maior Luz da Maçonaria é a Palavra de Deus;
Maçons estão empenhados de procurar nesta fonte de verdadeira luz e dos
princípios da Ordem, um sempre crescente avanço na direção da Luz.
A fonte original da verdadeira Luz Maçônica é Deus. Somente os homens que
caminham em sua direção, evitando a escuridão, são chamados de “Filhos da Luz”.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 199
Juramento

Segundo o Mestre Nicola Aslan, “juramento” é o procedimento com que se jura,


promete ou afirma tomando Deus por testemunha ou invocando o nome de uma coisa que
se reputa sagrada.
É do conhecimento de todos que a Ordem Maçônica exige alguns juramentos na
Iniciação do Candidato, o que, diga-se de passagem, é típico de todas as Ordens Iniciáticas.
Desse modo, antes do Neófito ser iniciado nos mistérios da Ordem, no
conhecimento dos Símbolos, dos Princípios e Segredos, é requerido que ele faça um solene
juramento para poder ser admitido numa determinada Loja.
Nesse juramento, é solicitado que ele prometa sigilo e que assuma a obrigação de
lealdade ao juramento e que agirá de acordo com os ensinamentos da Ordem. Não há nada
de ímpio ou imoral nessas obrigações assumidas. E, muito menos, elementos de leviandade
nos procedimentos.
O juramento deve ser enfatizando com um caráter profundo e significativo das
obrigações a serem assumidas.O antigos atribuiam-lhe força incomparável, capaz de ligar a
divindade tanto quanto os homens. Na ordem política, na vida profissional, assim como na
vida religiosa, em toda parte o juramento aparece como sendo um laço energético de todos
os contratos, o cimento que agrega de modo durável as instituições (Fernand Nicolay).
O juramento Maçônico sempre foi o maior alvo de ataques anti-maçônicos,
principalmente por parte dos eclesiásticos, tendo sido um dos motivos da primeira Bula
Papal, excomungatória, de Clemente XII, a In Eminenti, de 1738.
Continuando com Mestre Nicola Aslan, para finalizar, o mesmo nos esclarece que,
na fase Operativa da Maçonaria e início da Especulativa: “um juramento era prestado para
conservar os segredos dos Sinais, Toques e Palavras para permitir àqueles que os
conheciam, conseguirem trabalho em suas viagens, ou auxílio em caso de necessidades.
Foi este o segredo zelosamente guardado pelos Maçons e que, transformado em segredo
ocultando maquinações, atraiu as bulas excomungatórias lançadas pela Igreja contra os
Maçons, durante quase dois séculos e meio”.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 200
Altar

Segundo Mackey, em sua “Enciclopédia da Francomaçonaria”, a definição de


um “Altar” é muito simples: é uma estrutura elevada acima do solo e apropriada para
alguns serviços ligados com veneração, ou cultos religiosos, nos quais há oferenda de
presentes, seguidos, ou não de sacrifícios ou preces. E eram praticamente de dois tipos:
para queima de incenso e para oferendas, feitos normalmente de pedras, ou terra elevada,
ou mesmo de madeira ou metal, com formatos diversos.
Em todos os lugares do mundo, entre todos os povos, ficou demonstrado pelos
arqueólogos e antropólogos, que um “altar” sempre aparece, sempre está presente.
O Altar na Loja Maçônica é, então, um descendente de uma longa fila de
predecessores que remontam a milhares de anos, desde os primórdios da civilização
humana. Aparentemente, os primeiros altares foram construídos, ou adaptados, para a
prática de oferendas, com sacrifícios de pássaros, animais e mesmo seres humanos.
É interessante de se notar que todas as coisas, ou são inventadas ou são
descobertas. Conforme as mesmas se tornam indispensáveis à vida, à sobrevivência, elas
vão surgindo. O “fogo”, por exemplo, foi uma descoberta oriunda de incêndios na floresta.
O seu uso para mudar o gosto ou textura de alimentos, também foi uma descoberta. A
“roda” foi uma invenção, fruto de observações do uso de troncos roliços para deslocar
grandes pedras. Idem para o “tear” para fabricação de tecidos de diversos tipos e utilidades.
Idem, para as “construções” em alvenaria ou madeira. Idem, idem, etc, etc
Desse modo, fica claro que todas essas “invenções” ou “descobertas” atendem
sempre as necessidades de todos os povos, em todos os lugares do mundo, mesmo que
diferentes em pequenos detalhes.
Portanto, podemos chegar a uma importantíssima conclusão: o Altar, que
aparece em todas as civilizações, desde os primórdios, faz parte de uma
das NECESSIDADES do ser humano, que é a sua expressão universal de
fé, de crença, da precisão da dependência de um Ser Supremo, com o seu
imenso poder contrapondo a nossa insignificância.
Já dizia Voltaire, muitos anos atrás: se Deus não existisse, teríamos a
necessidade de inventá-Lo.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 201

Alquimia

Existem centenas de livros onde poderíamos pesquisar o significado de


“Alquimia”. Obviamente, são semelhantes. Uns mais abrangentes, outros mais concisos.
Segundo o “Dicionário da Francomaçonaria” de Robert Macoy, temos:
É a arte de mudar metais comuns em ouro. Entre as coisas que o homem mais
ardentemente desejou, são os meios de obter conforto físico ou de luxo - ou seja, a
riqueza, e livre de doenças, e longa vida.
A esperança de descobrir como obter isso, entre os segredos da natureza, ou
seja, a arte de fazer ouro pela transmutação, e a obtenção de um licor mágico que
assegurasse a eterna juventude, chamado o Elixir da Vida, deu nascimento à ciência
chamada Alquimia. Uma classe de filósofos herméticos nasceu, os quais realizavam suas
pesquisas e desenvolvimentos com ardor e seriedade.
Para isso, talvez alguns fossem impostores, eles eram entusiastas e ensinavam
suas doutrinas através de imagens místicas e símbolos. Para a transmutação de metais
eles pensavam ser necessário achar uma substancia, a qual, contendo o “principio
original” de toda a matéria, possuiria o poder de dissolver todos os elementos. Este
solvente geral, ou misturador universal, o qual, ao mesmo tempo, possuiria também o
poder de remover todas as “sementes das doenças” para fora do corpo humano,
renovando, desse modo, a vida. Era chamada de “Pedra Filosofal” e seus possuidores
eram chamados de “Adeptos”.
Pesquisando a “Enciclopédia” de Nicola Aslan, nós encontramos, de modo
resumido, o que segue: “Os alquimistas deixaram dentro da Maçonaria um extenso
cabedal de símbolos, vocábulos e conhecimentos, completamente incompreensíveis ao
maçom que não procurar adquirir algumas noções sobre Alquimia.
Na Inglaterra, a Maçonaria Especulativa recebeu insignificante influencia da
Alquimia. O mesmo não se pode falar da França. Na verdade, os Maçons Especulativos
franceses foram buscar na Alquimia, no Hermetismo e na Cabala, que então se
confundiam, os elementos necessários que formaram grande parte das doutrinas e do
Simbolismo Maçônico, cuja influencia repercutiu nos Altos Graus e, muito
particularmente, no R.E.A.A.
A partir desse momento, as duas maçonarias tiveram um desenvolvimento muito
diferente. Enquanto a inglesa permanecia vinculada ao simbolismo operativo e bíblico, a
francesa se enriquecia ao adotar, também, o Simbolismo e as doutrinas filosóficas dos
alquimistas, hermetistas e cabalistas, abrindo assim, caminho para o estudo da filosofia e
das ciências sociais (Aslan)”.
Segundo Wirth, a Alquimia era também um sistema filosófico: era também algo
mais. Era uma arte, a arte da cultura intelectual e moral do homem. O “ouro potável”,
que se procurava produzir, simbolicamente, era a perfeição humana.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 202

Gnosticismo

Segundo dicionário “Aurélio” a palavra “gnose” vem do grego “gnosis” e é


traduzida como “conhecimento, sabedoria”.
Em tradução livre do “Dicionário da Francomaçonaria” de Robert Macoy, temos:
O nome “Gnosticismo”, derivada dessa palavra acima, foi assumido por uma seita
filosófica a qual procurou unir as noções místicas do Leste europeu com as idéias dos
filósofos gregos, juntamente com ensinamentos do Cristianismo. O sistema tem
características que mostram conclusivamente que era um desenvolvimento da antiga
doutrina dos Persas e dos Caldeus.
De acordo com os gnósticos, Deus, a mais alta inteligência, habita a plenitude da
Luz, e é a fonte de todo o bem. A matéria crua, massa caótica da qual todas as coisas
foram feitas, é igual a Deus, eterna, e é a fonte de todo o mal. Percebe-se, nessa definição
um “Dualismo”, declarado.
Nicola Aslan, no seu “Grande Dicionário Enciclopédico” nos relata:
É um sistema de filosofia, cujos partidários pretendiam ter um conhecimento
sublime da natureza e atributos de Deus. Os “gnósticos” eram platônicos degenerados,
mas eruditos, que a Igreja combateu tenazmente, o que contribuiu para torná-los
conhecidos, e de certa maneira, pára incentivá-los.
Os “gnósticos” fizeram sua aparição desde o século II d.C. A “Gnose” ou
“Gnosticismo” era o conjunto de conhecimentos por tradição, e que escapa aos processos
ordinários de instrução, por isso os “gnósticos” formavam uma sociedade secreta e não
ensinavam senão aos seus membros o esoterismo, inteiramente desconhecido dos
profanos (N. Aslan). Desse modo, os gnósticos, segundo eles, detinham uma “ciência”
secreta. O clero da Igreja Católica, devido o charlatanismo da maioria de seus membros,
esclarecia seus fiéis e destruía, sempre que possível, suas obras.
Como muitos dos Símbolos, muito antigos, usados pela Maçonaria, eram os
mesmos usados na simbologia gnóstica, tais como o triangulo, o triangulo com um círculo,
o Selo de Salomão, etc, a antimaçonaria, sempre presente, acusava ser a Maçonaria um
prolongamento do Gnosticismo, o que não é verdade. Não há nenhuma ligação entre o
Gnosticismo e a Maçonaria.
Pesquisando ainda Mestre Aslan, podemos dizer que, na Maçonaria, sempre
existiu maçons sonhadores e inovadores, principalmente os franceses, que estudaram o
gnosticismo, formando Lojas espúrias, que nada tem a ver com a verdadeira Maçonaria.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 203

Agnosticismo

Segundo dicionário “Aurélio” o agnosticismo é a “posição metodológica pela qual


só se aceita como objetivamente verdadeira uma proposição que tenha evidência lógica
satisfatória”.
O “agnóstico” é, portanto, a pessoa que aceita ou representa qualquer forma de
Agnosticismo, descrito acima.
Especificando, na Teologia, o agnosticismo designa a dúvida sobre a possibilidade
de obter conhecimento, através de dogmas, a respeito de Deus. Não contesta a Sua
existência, pois a evidência é lógica, mas não considera, principalmente, as Revelações,
Dogmas, etc.
E de onde surgiu esse nome “agnóstico”?
Vamos citar um trecho do Trabalho do Mestre Frederico Guilherme Costa – do
livro Questões Controvertidas da Arte Real” – Trolha.
Em uma das reuniões da Sociedade da Metafísica, em 1869, Thomas Henry
Huxley, jovem biólogo e grande defensor da teoria da evolução das espécies de Darwin,
instado a esclarecer sua sede filosófica, declarou:
“quando cheguei à maturidade intelectual, e comecei a perguntar-me se era ateu,
teísta ou panteísta, materialista ou idealista, cristão ou livre-pensador, percebi que quanto
mais aprendia e refletia menos fácil era a resposta, até que por fim cheguei à conclusão de
que nada tinha a ver com nenhuma dessas definições, com exceção da última. A única
coisa em que todas essas excelentes pessoas estavam de acordo era a única coisa em que
eu discordava delas. Estavam bastante seguras de que tinham atingido uma certa “gnose”
– haviam, com maior ou menor sucesso, resolvido o problema da existência, enquanto eu
estava bastante seguro do contrário, e possuía uma convicção razoavelmente forte de que
o problema era insolúvel. E, com Hume e Kant ao meu lado, não podia considerar-me
presunçoso por aferrar-me a essa opinião.
Portanto, meditei e inventei o que parece ser um rótulo adequado: “AGNÓSTICO”.
Pensei nele como uma antítese sugestiva dos “GNÓSTICOS” da história da Igreja, que
professavam conhecer coisas em que eu era ignorante, e utilizei a primeira oportunidade
de apresentá-la à nossa sociedade (...). para minha grande satisfação, o termo pegou”.
Seis anos mais tarde será a vez de Darwin, em sua Biografia, declarar-se
agnóstico. “O mistério de todas as coisas é insolúvel para mim, contento-me em
permanecer agnóstico”. (F.G.Costa)
Essa expressão é contemporânea da reforma de 1877, promovida pelo Grande
Oriente da França, onde não pretendeu afirmar de que não há um Deus, mas que não
sabe se Ele existe ou não. (F.G.Costa)

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 204

BULA

Ao contrário do que muitos pensam, a palavra “Bula” não refere-se somente a


um documento Papal.
Ao contrário, na verdade, segundo Dicionário Aurélio, “Bula” é um antigo selo de
ouro, prata ou chumbo, pendente de documentos emitidos por papas e outros soberanos,
e que resultava da compressão do metal entre dois cunhos.
Refere-se, também, ao impresso que acompanha um medicamento e contém
informações sobre composição e posologia do mesmo.
No caso da Igreja Católica, as “Bulas” são designadas muitas vezes com as
palavras pelas quais começam, distinguindo-se de acordo com sua destinação. Desse
modo, temos bulas de excomunhão, bulas doutrinais, etc (Aslan).
Existem muitas Bulas Papais contra a Maçonaria, sendo as mais importantes a
“In Eminenti” – 1738 (foi a primeira para a Maçonaria Especulativa). “Apostolicae
Provida” – 1751. “Quo Graviora” – 1825. “Qui Pluribus” – 1846. “Humanum Genus” –
1884, etc, etc.
Segundo o Mestre Nicola Aslan, todas elas atribuíram à Maçonaria intenções que
ela nunca teve, e tornaram-na responsável, graças às calúnias de Pe. Barruel, de todos os
empreendimentos das sociedades secretas políticas. Acusaram-na de conspiração contra à
Igreja, poder temporal, maliciosamente confundida com a Igreja, poder espiritual, e
contra os legítimos poderes civis, representados pelos reis absolutistas.
Continuando com o Mestre Aslan que nos relata em sua Enciclopédia: “não cabe
aqui discutir a justiça de todos esses documentos. Fica, porém, a impressão de que a Santa
Igreja, por seus dirigentes, quase todos pertencentes à nobreza, sempre esteve mal
informada, e seus membros, imbuídos da prepotência da aristocracia de então, julgavam-
se acima de qualquer crítica e utilizavam os mesmos métodos dos reis absolutistas”. Estes,
ao darem uma ordem, costumavam acrescentar: “Porque tal é o meu bel prazer”.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 205

Padre Barruel

Augustin Barruel, também conhecido como Abbé Barruel, nasceu em 1741 em


Villeneuve de Berg, França, e que morreu em 1820, foi um implacável inimigo da
Maçonaria.
Ele era um escritor prolífico, mas sua reputação se deve, principalmente, ao
trabalho denominado “Memórias para servir à História do Jacobinismo” (provas de uma
conspiração contra todas as religiões e todos os governos da Europa, que existe nas
reuniões dos Maçons, Iluminados e de outras Sociedades Secretas), em 04 volumes,
publicado na Inglaterra em 1797. Nesse trabalho ele acusa os Maçons de possuírem
princípios políticos revolucionários e serem infiéis à religião.
Ele procura achar a origem da Instituição (Maçonaria), primeiro com os antigos
heréticos maniqueístas e, através deles, chegar aos Templários, contra os quais ele revive
as antigas acusações de Filipe, o Belo, rei da França, e do Papa Clement V, em 1738 (Bula
In Eminent – ver Pílula nº204).
Sua teoria relata que as Escolas e Lojas dos Maçons eram derivadas dos
Templários. Após a extinção dessa Ordem, certo número de Cavaleiros guerreiros, tendo
escapado da prescrição, uniram-se para a preservação de seus horríveis mistérios. Eles
juravam batalhar contra os reis e contra os religiosos (padres) e contra qualquer religião a
qual anatematizava seus dogmas.
Eles fizeram adeptos, os quais transmitiram, de geração em geração, os mesmos
mistérios da iniqüidade, o mesmo ódio, a mesma aversão contra Deus dos Cristãos, contra
os reis e padres.
Alec Mellor, escritor maçom, francês, nos diz:
“Barruel pode ser considerado como o pai da Antimaçonaria moderna. Aquela
que existia antes dele não teve futuro. A sua, ao contrário, foi uma duradora semente de
ódio, sendo de todos aqueles que escreveram contra a Maçonaria quem mais a
prejudicou”.
É isso que muitos chamam de História. A Maçonaria foi vítima de muitos
adversários de má fé, escritores ou não, laicos e eclesiásticos. Mas os tempos mudam e,
enquanto um católico e alguns padres acusam o jesuíta Barruel, o Papa inocenta Galileo
Galilei, também condenado com evidente má fé (N. Aslan).

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 206

Jacobitas

As palavras “Jacobitas” e “Jacobinos” são semelhantes, mas o significado é


totalmente diferente um do outro. Vou esclarecer, baseado no Grande Dicionário
Enciclopédico do Mestre Nicola Aslan:

Jacobinos: nome dado, na França, aos frades Dominicanos, cujo primeiro


Convento em Paris, foi estabelecido na rua Saint-Jacques, em latim Sanctus Jacobus.
Tinham também outro Convento na rua Saint-Honoré que foi sede do partido dos tais
frades, agora denominados de “Jacobinos”. Nesse local foi estabelecida a sede de uma
das mais célebres sociedades políticas da Revolução Francesa. Seus adversários da
Realeza, batizavam os sócios com o nome de “jacobinos”, nome que os frades usavam e
que lhes ficou. Formou-se a Sociedade dos Amigos da Constituição, fortemente
organizada.

Jacobitas: nome dado aos elementos partidários de Jaime II (Jacobus II), expulso
do trono da Inglaterra pela Revolução de 1688, cujos ativistas o substituíram por
Guilherme de Orange. Várias foram as tentativas de restauração do Trono e houve muitos
“Jacobitas” entre os ingleses, mas a maioria eram Escoceses, principalmente da nobreza
dos Highlands.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 207

Sob Malhete

No R.E.A.A , quando o Saco de Propostas e Informações faz o seu giro, compete


ao Venerável Mestre ler todas as peças recolhidas pelo mesmo, dando-lhes o destino
devido. Entretanto, ler, não significa que, naquele momento, passe todas as informações
para a Loja. Não há a necessidade de dar a devida publicidade de todo o conteúdo
recolhido do Saco de Propostas.
O Venerável Mestre, obedecendo ao seu exclusivo critério pessoal, poderá deixar
ler aos demais Obreiros, apesar de tê-lo feito para si, alguma Prancha, ou Proposta, caso
ela exija um exame mais demorado, para depois ser apresentada à Loja.
Neste caso, a proposta, ou Prancha, é deixada SOB MALHETE.
Há, todavia, um prazo regulamentar, para que o Venerável Mestre dê
conhecimento da Prancha que não foi lida - geralmente, duas Sessões. (Castellani).
Sob Malhete – e não “sobre” Malhete – é exatamente isso: adiar a leitura de uma
Proposta, ou Prancha.
É dito que ela ficou “sob Malhete”, porque é como se ficasse presa,
provisoriamente, sob o Malhete do Venerável Mestre.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 208

Egrégora

A palavra “Egrégora” não existe em nosso idioma, a língua portuguesa. Até onde
se sabe, na Maçonaria até meados dos anos 80, nenhum obreiro havia ouvido sequer falar
de seu significado.
Primeiramente, de acordo com Mestre Castellani, essa palavra tem origem no
“ocultismo” e foi se introduzindo aos poucos em nosso ambiente maçônico.
Com exceção do livro “Dicionário da Franco-Maçonaria e dos Franco-Maçons”
do escritor francês Alec Mellor, respeitadíssimo na comunidade maçônica mundial,
nenhum outro cita essa palavra e seu significado.
Na página 107 desse livro, da Coleção Arcanum, editora Martins Fontes, temos:
“Egrégora, do grego antigo “Egrégore”, é um termo inspirado no Ocultismo,
onde significa a consciência coletiva de um grupo, mas dotada de personalidade. É uma
entidade viva, não uma abstração.
Essa concepção, totalmente extra maçônica e ausente em todos os Rituais, foi
admitida, sem grande espírito crítico, por vários maçons ocultistas que falaram da
“egrégora da Loja” ou “egrégora da Ordem”, etc.
Em 1893 foi lançado um texto inédito de Eliphas Levy, que no meu conceito, foi
um perfeito imbecil, onde se lê: “As Egrégoras são deuses....nascem da respiração de
Deus....Dormindo, ele inspira e expira. Sua respiração cria as Egrégoras....”. Além dessas
elucubrações mitológicas, escreveu outros absurdos sobre a etimologia dessa palavra, que
me nego a escrever.
É difícil escrever tanta besteira junta mas ele conseguiu!
Mellor ainda nos diz: “divagações desse tipo são suficientes para mostrar até
que ponto o ocultismo se disseminou como um flagelo na Maçonaria”.
Voltando ao Mestre Castellani, finalizo com seu depoimento: “Fantasia total do
texto de Eliphas levy. Fantasia não tem compromisso com a verdade, não precisa de
documentação, de provas. Pode-se dizer qualquer bobagem, porque a fantasia não tem
limites e os basbaques encantam-se com ela. Mas não tem o mesmo encanto pela História
séria e documentada. É por isso que, em nosso meio, ainda campeia a grande ignorância
do que é, realmente, a Maçonaria”.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 209

Comportamento Maçônico

Brethren, achei muito interessante e oportuno o artigo extraído do “Grande


Dicionário Enciclopédico” do Mestre Nicola Aslan, sobre o comportamento do Maçom
fora da Loja.
Na verdade, ele cita ter extraído o mesmo, da “Enciclopédia” de Mackey, que
relata: “as obrigações de um maçom, compiladas por Anderson dos Antigos Manuscritos,
contém todas as regras para o comportamento dos Maçons fora da Loja, sob vários
tópicos, ou seja, o comportamento do Maçom em qualquer lugar. Estas regras se referem
à ocasião em que Irmãos se reúnem sem a presença de estranhos, na presença de
estranhos, em casa e com relação a um Irmão estranho. O escritor Gadicke propôs as
mesmas orientações, neste particular, nas seguintes palavras:”
“Um Irmão Maçom não deve comportar-se apenas em Loja, mas também fora da
Loja, como um Irmão perante seus Irmãos; e felizes são aqueles que estão convencidos de
que devem, neste particular, obedecer sempre as leis da Ordem”.

Eu complemento o assunto, dizendo que os Maçons quando estão em grupo,


devem se comportar como está descrito acima, ou seja, como verdadeiros Maçons. Isso é
válido para reuniões, assembléias, jantares ritualísticos, etc, e, principalmente, em nossos
jantares de confraternização, após as Lojas (ágapes).
Deve-se honrar e praticar o que se aprende em Loja. Honrar principalmente o
juramento feito em obedecer as leis governamentais, leis de Moral e Ética, estabelecidas.
Digo mais, esse comportamento é válido para qualquer tipo de Loja, mesmo
aquelas que pensam que são as melhores do município, do estado, quiçá, do mundo!

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 210

Paramentos do Grão Mestre Geral e Adjunto

As “alfaias” ou “paramentos litúrgicos”, são as vestes litúrgicas, com ornatos ou


não, usadas pelos membros da Igreja e, no nosso caso, pelos membros da Maçonaria nos
eventos maçônicos.
Para a Obediência “Grande Oriente do Brasil” e outras, diversos Ritos são aceitos
e praticados. No caso do GOB, 07 deles são considerados: York (Ritual Emulation),
R.E.A.A, Schroerder, Francês ou Moderno, Adonhiramita, Rito Escocês Retificado e
Brasileiro.
Referente aos Paramentos usados pelo Grão Mestre Geral do GOB e seu Adjunto,
em solenidades Maçônicas e em visitas às Lojas pertencentes aos 07 Ritos mencionados
acima, os mesmos são comuns à todos os Ritos.
Deixando claro: o Paramento usado pelo Grão Mestre Geral e o Paramento usado
pelo seu Adjunto, são únicos, geralmente comuns à todas as Obediências e, como foi dito,
independente dos Ritos.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 211

Meu Venerável Mestre vos saúda por 3 vezes 3...

O que vou transcrever a seguir, foi-me esclarecido pelo Soberano Marcos José da
Silva, GOB, em viagem maçônica no ano passado.
Eu sempre ficava curioso quando Maçons visitantes em minha Loja, normalmente
Mestres, se levantavam e ficando à Ordem, diziam, seguindo a Ritualística:
“Venerável Mestre, sou da A.R.L.S “YYYY” e meu Venerável Mestre vos saúda
por três vezes três.......”.
E continuava seu monólogo, cumprimentando, convidando, etc.

E, como disse acima, em conversa com o Soberano, me foi explicado:


“É muito simples. O Aprendiz é saudado por três vezes. O Companheiro por
cinco vezes. O Mestre por sete vezes. E o Mestre Instalado, quando saudado por outro
Mestre Instalado, o número de saudações é nove! Ou seja, três vezes três”.

Eu nunca encontrei essa explicação em nenhum livro (o que não significa nada,
pois não tenho nem um terço dos livros que desejaria ter). Como bom Maçom, retransmiti
a mesma para diversos Maçons. Muitos a retransmitiram do mesmo modo, indicando a
origem e a fonte.
Outros, verdadeiros donos da Verdade, a retransmitiram como se fossem deles a
descoberta do significado do ...por 3 vezes 3....
Vaidade....tudo é vaidade! Ou, melhor, “Malandragem....tudo é malandragem”

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 212

Liturgia e Ritualística

A Liturgia e a Ritualística, são palavras comuns encontradas na Maçonaria. Tem


significados mais ou menos semelhantes e, para tirarmos as dúvidas vamos esclarecer
este assunto.
Segundo o Dicionário Aurélio temos:

Liturgia : culto público e oficial instituído por uma igreja; ritual. Uma pessoa
versada em Liturgia é um “liturgista” ou “liturgo”.
E, de uma maneira mais abrangente, consultando escritos de Mestre Castellani,
temos: “origem na palavra grega” leitourgia” que quer dizer função pública. O termo é
mais aplicado à religião, designando a forma e a ordem aprovadas pela autoridade
eclesiástica, para celebrar os Ofícios Divinos; mas, por extensão, aplica-se às sociedades
que trabalham segundo um cerimonial, designando a ordenação e a forma de
desenvolvimento de qualquer tipo de Cerimônia”.

Ritualística : conjunto de práticas consagradas pelo uso e/ou por normas, e que
se deve observar de forma invariável em ocasiões determinadas; cerimonial.
Como substantivo, é o neologismo (mas não como adjetivo), que designa tudo
aquilo que é referente ao Ritual, que é o livro que contém a ordem e a forma das
Cerimônias, ou seja, o conjunto de regras a serem seguidas.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 213

Cinzel e Buril

O Cinzel é uma ferramenta de aço, que simbolicamente, aparece com freqüência


no Ritual do Aprendiz. O Buril, muito semelhante, aparece com menos freqüência e,
praticamente, tem as mesmas funções que o Cinzel, só que para trabalhos mais delicados.
CINZEL: é um instrumento cortante em uma de suas extremidades, usado,
principalmente, por escultores em pedra. Pode ter um formato chato, tipo lâmina, e no
Brasil, para trabalhos semelhantes, é conhecido como “talhadeira”. Se tiver o formato de
barra redonda pontiaguda, é conhecido como “ponteiro”.
Essa ferramenta é feita de aço e, através de tratamento térmico, a parte
cortante é endurecida e o outro extremo é tratado para ter mais dutilidade.
Nos primórdios, era usada em diversos materiais, inclusive em peças de cobre e
ligas, tipo bronze.

BURIL: é uma ferramenta semelhante ao Cinzel, também de aço, porém com


ponta cortante delgada, afiada, usada para trabalhos delicados em madeira, pedra, metal,
etc. Inclusive a palavra “burilar” tem o sentido figurado de trabalhar com
aperfeiçoamento, apurar.

É sabido que, na Maçonaria Operativa, os maçons (pedreiros) que trabalhavam as


pedras com o Cinzel para que ficassem com o formato cúbico ou de um paralelogramo,
eram chamados de “Canteiros” pois eram peritos em esquadrejar as pedras. De maneira
grosseira, podemos dizer que davam “os cantos perpendiculares” às pedras.
Eram eles quem forneciam as pedras no formato adequado para levantar as
paredes de grandes catedrais, inclusive com formatos especiais, para a construção de
“arcos” que sustentavam a parte superior de uma porta ou entrada. Ou para a construção
de aquedutos, com estrutura em arcos, totalmente vazada.
As pessoas que trabalhavam com o Maço e o Cinzel eram verdadeiros artistas.
Vejam as obras do escultor Machelangelo Buonarotti. A “Pietà”, por exemplo, feita em
mármore e que parece ter vida!

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 214

Estória e História

Apesar de muitas vezes as palavras “História” e “Estória” serem consideradas


como sinônimos, existe uma pequena diferença entre elas.
Procurando no Dicionário Etimológico Nova Fronteira – Antonio Geraldo da
Cunha, e no Dicionário Aurélio, temos:

ESTORIA: modernamente, por sugestão do escritor e folclorista brasileiro Luis da


Câmara Cascudo (1898 – 1960), foi introduzida na linguagem do folclore e das ciências
humanas em geral, a variante popular e arcaica estória, para designar, especificamente,
os contos, narrativas, tradições e lendas do povo brasileiro.

HISTÓRIA: Narração metódica dos fatos notáveis ocorrido na vida dos povos, em
particular, e na vida da humanidade, em geral. É definida, também, como o conjunto de
conhecimentos adquiridos através de documentos, relativos à evolução, ao passado da
humanidade. Estudo das origens e processos de uma arte, de uma ciência ou de um ramo
do conhecimento. Narração de fatos, acontecimentos ou particularidades relativas a um
determinado assunto.

PRÉ-HISTÓRIA: período histórico que antecede o aparecimento da escrita e do


uso de metais, que é reconstituído e estudado por meio da antropologia, da arqueologia,
paleontologia, etc.

HISTORIADOR: é um indivíduo que estuda e escreve sobre a História e é


considerado uma autoridade neste campo. Historiadores se preocupam com
a narrativa contínua e metódica, e também com a narrativa que pode ser descontínua e
subjetiva, bem como a pesquisa dos eventos passados relacionados ao ser humano e o
estudo dos eventos ocorridos ao longo do tempo e também no espaço. (Wikipédia).

Finalizo com a descrição de “historiadores” de Cervantes:


“Os historiadores devem ser precisos, verídicos e totalmente imparciais; nem o
interesse, nem o medo, o ódio ou a afeição poderiam afastá-los da senda da verdade, da
qual a história é a mãe, a conservadora das grandes ações, o testemunho do passado, o
exemplo e o ensinamento para o presente e a advertência para o futuro”.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 215

O QUE É IMPORTANTE NA VIDA?

Pronto ou não, um dia todas as coisas terão um fim.


Não haverá mais nascer do sol, nem minutos, horas ou dias.
Todas as coisas que você adquiriu, se valorizadas ou esquecidas, passarão para outros.
Sua riqueza, fama e poder temporal, se tornarão irrelevantes.
Não importará do que você é proprietário, ou do que você foi proprietário.
Seus rancores, ressentimentos, frustrações e ciúmes finalmente vão esmorecer.
Igualmente, suas esperanças, ambições, planos e listas, expirarão.
Bem como as vitórias e perdas, que pareceram tão importantes, desaparecerão.
Não importará de onde você veio, ou em que local você viveu.
Não importará se você foi maravilhoso ou brilhante.
Não importará também a sua raça ou a cor da sua pele.

ENTÃO, O QUE IMPORTARÁ?


COMO OS VALORES DE NOSSOS DIAS SERÃO MENSURADOS?

O que importará não será o que você comprou, mas o que você construiu.
Não o que você conquistou, mas o que você deu.
O que importará não é o seu sucesso, mas o seu valor.
O que importará não é o que você aprendeu, mas o que você ensinou.
O que importará é cada ação de integridade, compaixão, coragem ou sacrifício, que
enriqueceu, entusiasmou e estimulou outros a seguirem seu exemplo.
O que importará não é sua competência, mas o seu caráter.
O que importará não é como você conheceu muitas pessoas, mas o sentimento de perda
que terão quando você estiver indo.
O que importará não são suas recordações, mas as recordações que vivem naqueles que
você amou.
O que importará não é por quanto tempo você será lembrado, mas por quem e por que.

Devemos, portanto, levar uma vida que importa, não como se fosse mero incidente.
Não de importância circunstancial, mas uma escolha!!
Escolhendo viver... uma vida que importa!

(tradução livre do artigo do PGM Bro Donald Barry Mc Laggan –Nova Zelandia)

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 216

Intuição

Tendo em vista tratar-se de assunto cuja definição é extremamente polêmica, e,


muitas vezes, dependendo de quem a define, é subjetiva. Esta Pílula tem em foco,
simplesmente, definir e comentar a Intuição de modo simples e objetivo, baseado em
diversos autores.
A origem etimológica da palavra intuição provém do verbo latino “intuire” que
significa perceber; ver; olhar atentamente, discernir; ato ou capacidade de pressentir.
Gerando, daí, a palavra “intuizione”. É uma forma de captar informações sem recorrer aos
métodos do raciocínio e da lógica. Sem dúvida, desempenha importante papel na
criatividade e nas descobertas humanas.
Nosso cérebro está dividido em dois hemisférios: o do lado direito que armazena
e elabora as nossas emoções, a imaginação e a criatividade. É a metade intuitiva, sem
domínio verbal. O hemisfério esquerdo é o lado organizado, racional, lógico, analítico, usa
a Linguagem e domina a Palavra. Assim, a metade esquerda do cérebro, que é racional e
armazena dados concretos, números e regras; e o lado direito, responsável pela linguagem
não-verbal, símbolos e sensações.
Deste modo, uma definição primeira e simples é: “Relacionar o que vem de um
e do outro é intuir”. A questão é como interpretar o que está lá dentro. O processo não é
lógico. Sensações não seguem regras cartesianas, não são concatenadas, não obedecem
ordens temporais: aqui, quem dita as regras é o inconsciente.
Limpar a mente, e deixá-la de portas abertas, e mesmo se distanciando do
problema, ajuda a focalizar o que parece escondido. Albert Einstein, físico, costumava fazer
palavras cruzadas para se distrair e permitir que a intuição se manifestasse.
A intuição é velha companheira de artistas e cientistas. Gênios da música clássica
como Beethoven e Mozart obtiveram grandes realizações com o uso da intuição. Albert
Einstein, já citado, considerava a imaginação mais importante do que o conhecimento.
Disse certa vez: “As vezes confio estar certo, sem saber a razão”.
Em filosofia, intuição é uma forma de conhecimento ou saber independente,
porém relacionada, da experiência ou da razão. A capacidade de intuição e o saber
intuitivo, são consideradas qualidades inerentes à mente. O filósofo judeu Baruch Spinoza
considerava a intuição como forma mais elevada de conhecimento, acima do saber
empírico. A intuição e a razão se complementam.
Nenhum ser humano pode tomar decisões acertadas somente com o uso da razão.
A intuição é, como dizia Freud, uma rebeldia do intelecto. A lógica formal não pode, por si
só, servir de base para decidir com quem vamos nos casar, em quem confiar, que emprego
vamos aceitar, que negócios devemos iniciar e que coisas devemos comprar. Todas as
decisões exigem o uso da razão, da intuição e uma relação saudável com o nosso
repertorio emocional.
Deste modo, podemos concluir que quando estamos com nosso sistema emocional
abalado por problemas, de ordem genérica, devemos ser extremamente cautelosos quando
analisamos e seguimos orientação intuitiva.
A intuição pode fazer com que adivinhemos quem está para chegar ou prever o
resultado de um sorteio. São percepções comuns a qualquer pessoa e, apesar de
comprovadamente eficiente, o processo pelo qual a intuição age e a forma como nós a
percebemos ainda não foi esclarecido. O certo é que as mulheres, crianças e pessoas menos
ligadas às coisas materiais a experimentam mais intensamente.
As mulheres estão galgando novas posições de destaque não só como empresárias,
mas como líderes nas mais diversas atividades, graças aos seus dotes privilegiados em
relação à intuição. A intuição não é um dom mágico, mas uma capacidade do cérebro que
pode ser desenvolvida e aplicada na hora de tomar decisões.
O mundo de negócios está valorizando enormemente o uso da intuição pelos
líderes das grandes companhias como a Compaq e Sony. Em recente pesquisa, sabe-se que
os executivos americanos, japoneses e ingleses, despontam no grupo como os mais
intuitivos. Infelizmente, os empresários e executivos brasileiros ainda dão um peso muito
grande às analises estatísticas, para a quantificação de dados, usando demais o lado
esquerdo do cérebro, em detrimento do lado direito. Enxergam as arvores e deixam de
enxergar a floresta.
As pressões para tomada de decisão estão sendo feitas em prazos cada vez
menores, aumentando, progressivamente, nas pessoas bem sucedidas, os apelos para os
dotes intuitivos.
Conhecida como sexto sentido, Carl Gustav Jung a comparou com uma bússola,
uma psique que desvenda possibilidades. Por que você acorda no meio da noite com aquela
idéia brilhante na cabeça? É um assunto espinhoso e alguns confundem com misticismo.
Sua existência é aceita e comprovada por diversos testes, mas ainda não se conhece todo o
seu mecanismo.
É preciso diferenciar intuição do desejo “que algo aconteça” e também com a
paranóia. Paranóia é um medo que se repete, e intuição é uma sensação que acontece e
parece ser uma recombinação inconsciente de fatos, observações e sensações.
Pelo exposto, conclui-se que intuição pode ser compreendida de diferentes
maneiras: pode ser o discernimento rápido, a percepção clara e imediata. Para outros é a
capacidade de pressentimentos, acontecimentos ou caminhos que levam a soluções de
difíceis problemas.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 217

Boneco Maçom

Muitos Maçons que aprendem a recitar o Ritual de maneira automática, não


sabem que através de suas místicas palavras, há ocultos pensamentos e significados que
bem merecem serem descobertos.
Semelhantes Maçons, aparentemente, estão aptos para viverem
mecanicamente, balbuciando frases ritualísticas, igualmente à devotos ignorantes que
cantam as rezas em Latim, cujo real significado pouco, ou nada, conhecem.
Esses Obreiros constituem o que chamamos de “bonecos maçons”, porém, não
são verdadeiros Maçons.
Uma coisa é estar apto para desempenhar e recitar um Ritual e, outra, é saber
que o Ritual tem um significado e conhecer esse significado, aplicando-o à Sabedoria,
Força e Beleza, em nossa vida diária.
A Maçonaria não serve para cega e estúpida devoção. Muitas vezes, consagrada
por “bonecos maçons” que nem sabem por que a servem. O que a Maçonaria merece e
gosta, é a lealdade inteligente de homens que pensam e que tem uma razão para a sua fé
e devoção.
A Maçonaria oculta as suas lições em frases místicas, não com o propósito de
aprendermos um grande número de palavras de estranhos sons, Esses sons devem fazer
que pensemos em seus significados, e não como sons vazios e desprovidos de significados.
Muitos recitam o Ritual, como se tivessem algum encanto mágico e, para eles, o
simples fato de não poderem entender o que revelam, parecem dar à suas frases
misteriosas, um poder milagroso.
O Maçom que não consagra tempo ao estudo, não pensa, não examina, reflete
e não penetra no significado da palavra para buscar o pensamento real, que se acha
oculto nas palavras, serão Maçons somente na palavra, e não verdadeiros Obreiros da
nossa Ordem.

(traduzido e adaptado das palavras de PGM Louis Block, de Yowa, EUA,, obtido
no Boletim do G.:O.: do Uruguai, edição de 1913.)

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 218

História da Maçonaria

Esta Pílula é dedicada aos Aprendizes, para que saibam a verdadeira história de nossa
ordem, retirada de livros idôneos.
A Maçonaria como toda Instituição de grande envergadura, passou por diversas fases em
sua evolução histórica. A princípio constituiu-se em Corporação Profissional durante a Idade
Média Alta e Renascença. Posteriormente, agregou-se a ela uma Associação de Mútuos Socorros,
até princípios do século XVIII e Sistema de Moralidade, conservando as características da
associação de mútuos socorros.

Corporação Profissional ou Fase Operativa.


Durante sua fase de Corporação Profissional, por ser a arte de construir tão antiga como o
mundo, inventaram-se várias lendas, para incrementar sua própria história.
Muitos escritores, em época de menor cultura, por não saberem distinguir entre o
lendário e o histórico, consideraram a Instituição Maçônica muito antiga, perdendo-se na noite
dos tempos ou nas narrativas bíblicas. Inclusive, imaginando-a uma continuidade, em linha reta,
das sociedades iniciáticas da antiguidade, em vista de seu aspecto iniciático. Entretanto, parecem
esquecer, ou não querem se aperceber, que a Instituição Maçônica assumiu esse aspecto
iniciático somente a partir do Século XVIII.
Assim, sendo a Idade Média a idade da fé, os primeiros edifícios a serem construidos
foram as igrejas, catedrais e abadias. Os primeiros operários da construção formaram-se, por isso,
sob a direção do clero, único a possuir cultura da referida arte, naquela época.
Os eclesiásticos foram lentamente adquirindo conhecimentos sobre o arco, abóbada e, em
princípios do Século XII, sobre a arte gótica (trazida talvez dos Árabes, pelos Templários), cujas
principais características foram a preponderância dos vazios sobre os cheios, e as abóbadas em
ogivas.

Confraria ou Associação de Mútuos Socorros.


Ao lado da Corporação Profissional, existia a Confraria, colocada sob a invocação de um
Santo. Como a religião dominava por inteiro a vida social da Idade Média, essa vida social
consistia, geralmente, de procissões solenes, missas, preces, banquetes e beneficências.
Com a Reforma Religiosa pressionando por um lado, e a Renascença por outro, houve um
ponto final na construção das majestosas Catedrais Góticas, das monumentais Abadias e dos
imponentes Palácios. O estilo simples e menos dispendioso da Renascença substituiu o difícil e
complexo gótico. Dessa forma, a partir de aproximadamente 1550, a Corporação de Talhadores de
Pedras foi declinando aos poucos e entrou, em 1670, em franca decadência.
Assim, num esforço para resistir a inevitável ruína que consumia as Corporações
Construtivas, o lado social destas, ou seja, as Confrarias, começaram a partir do Século XVI abrir
suas portas aos Maçons Aceitos, que ingressaram na Fraternidade como protetores, honorários
ou especulativos. Esses novos membros fortaleciam os quadros e ao mesmo tempo sustentavam a
caixa de socorros da Confraria (Castellani).
Sociedade Iniciática.
Finalmente em 1717, quatro Lojas compostas, em sua maioria, por Maçons Aceitos,
realizaram uma reunião preparatória na "Taverna da Macieira" e resolveram criar a Grande Loja
de Londres e Westminster. Em 24 de junho de 1717, em reunião na "Cervejaria o Ganso e a
Grelha" é fundada então, a Grande Loja de Londres e Westminster. Posteriormente, com adesão
de novas Lojas, muda o nome para Grande Loja da Inglaterra.

Maçonaria Especulativa
Até 1717 d.C., quando houve a fusão de quatro Lojas inglesas, semente da Grande Loja
Unida Inglaterra (vide Pílula nº56), a Maçonaria é chamada de “Maçonaria Operativa”, pois o
“saber” era empírico, adquirido de maneira prática. As ferramentas e o manuseio estavam sempre
presentes. O Maçom Operativo era um profissional da arte de construir.
A partir dessa data, a Maçonaria começou a ser denominada de “Maçonaria
Especulativa”. Anderson celebrizou-se na Maçonaria por ter copilado as duas primeiras
publicações oficiais da Grande Loja de Londres: as Constituições de 1723 e 1738, básicas,
ainda hoje, na formulação das Constituições de todas as potências Maçônicas..

Desmembramento Universal da Maçonaria

Alguns escritores maçônicos afirmam, e eu sou partidário dessa idéia, que a Maçonaria,
sem dúvida alguma, começou na Idade Média e no continente (Europa). Posteriormente
deslocou-se para a ilha (Inglaterra) e voltando, após mudanças radicais, para o continente.
Nessas idas e vindas, obviamente, dependendo dos costumes dos povos, a Maçonaria tomou
tendências diferentes, resultando em comportamentos diferentes, apesar de que a essência da
Sublime Ordem é sempre a mesma. Podemos, de modo macro, separá-la e três ramos principais.
Após 1690, a Inglaterra já havia suplantado todas as agitações políticas e religiosas, depois
de 200 anos de guerrilhas e batalhas. O povo e os dirigentes estavam esgotados, cansados de
brigas políticas e religiosas que não levavam a nada. Nesse ambiente, propício para o
desenvolvimento de uma Maçonaria onde as reconciliações religiosas e políticas era uma meta,
apareceu o primeiro ramo, chamado de Histórico ou Tradicional.
Na França, nessa mesma época, a Maçonaria possuía um desenvolvimento semelhante à
inglesa, porém, o ambiente era extremamente agitado. Problemas de exploração do povo pela
nobreza, abuso da boa fé pelo alto clero, a miséria, etc, formatou um segundo ramo na Maçonaria
Universal, que poderemos chamar de Agnóstica.
Como na Europa, o número de pensadores liberais era maior do que na Inglaterra, devido a
forte influencia do Renascimento, Iluminismo, etc, chegou ao extremo de não mais ser obrigado à
crença em Deus, eliminando a invocação “À Glória do Grande Arquiteto do Universo” de seus
Rituais. Teve manifestações políticas e espírito fortemente anticlerical, tendo como seu
representante o Grande Oriente da França, existindo também na Itália e noutros países.
Dos dois ramos acima expostos, saiu o terceiro ramo, chamado de Místico, no qual a
influencia dos “aceitos” (rosacruzes, judeus, alquimistas, filósofos, etc) aplicou, com toda a
intensidade, a interpretação mística aos símbolos, história e filosofia da Nobre Instituição. O
esoterismo e o misticismo são largamente praticados. Encontra-se principalmente entre os povos
latinos da Europa e Américas, além de outras regiões.
Como nos diz, ainda, IrEleutério: a partir da nova versão da Maçonaria, em 1717, que
foi chamada de Especulativa, atraiu também atenções diversas. Houve a desconfiança dos
governos e principalmente das igrejas, principalmente a Católica Romana. Pelas suas
características, atraiu também intelectuais de diferentes tendências, e escolas, trazendo consigo
idéias filosóficas e práticas ritualísticas, dando aos símbolos antigos e novos, novas interpretações
com as quais os Maçons Operativos jamais tinham praticado, ou sonhado. Da mesma forma como
os antigos construtores procuravam enobrecer suas origens fazendo-as remontar à construção do
Templo de Salomão, por exemplo, esses novos Maçons queriam, e tiveram relativo êxito, vincular
a instituição às antigas filosofias religiosas e mistérios do Egito, Grécia, Índia e Oriente em geral.
Assim, encontramos em nossos símbolos referências herméticas, cabalísticas, rosa-cruzes,
templárias, etc. Essas interpretações de origem mística, foram penetrando, sendo aceitas e
incorporadas em diferentes graus nos países para onde a Maçonaria se expandiu.
O que deve ficar claro é que existe de comum entre a Ordem Maçônica e aquelas antigas
manifestações religiosas é, em certa proporção, o método iniciático e alguns elementos
simbólicos, mas a Maçonaria não constitui, de maneira alguma, uma versão atualizada daquelas
organizações. Em muitos pontos da Europa Oriental, existem cultos que preservam muito do
pensamento e da prática daquelas antigas religiões, e que são hoje suas verdadeiras herdeiras. São
cultos ou seitas religiosas, nada tendo em comum com a Maçonaria, além de um ou outro
elemento simbólico. A Maçonaria tem realmente, em seus símbolos e rituais muitos elementos
hebraicos, como mostram as referências ao Templo de Salomão, à lenda de Hiram, às palavras de
passe, etc. Contudo, na certeza, a Maçonaria não constitui por isso uma versão ocidentalizada do
judaísmo. Do mesmo modo, foram incorporados elementos do pitagorismo, da cabalá, etc, e nem
por isso a Maçonaria se torna um culto pitagórico ou uma escola da cabalá.
A Maçonaria não detém nenhuma verdade mística transcendental a ser comunicada a seus
adeptos, nem se propõe servir de ponte entre o neófito e qualquer suposta consciência superior.
A Instituição Maçônica enfatiza a necessidade do uso da decisão racional e do empenho da
vontade para eliminação dos defeitos de personalidade para que o homem se torne melhor, mas
ajustado e capaz de auxiliar seus irmãos humanos.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 219

Debates

Segundo o dicionário Aurélio, a palavra “debate” tem o significado dado abaixo:


-discussão em que se alegam razões pró ou contra: disputa; questão. Ou ainda,
contradição, porfia, contradição.
Na Maçonaria, nas Lojas, o debate é feito em 30 minutos, aproximadamente,
após o “Tempo de Estudos”.
Segundo a Enciclopédia Maçônica de Mackey, “os debates devem ser conduzidos
de acordo com fraternais princípios da Instituição. A mais estrita cortesia deverá ser
observada durante o debate, numa Loja de Maçons, sobre questões que produzam
diferença de opinião, e qualquer violação grosseira do decoro e da boa ordem, deve
encontrar imediata admoestação da Presidência. É preciso que seja lembrado de que o
objetivo de uma discussão é, sempre, no sentido de elucidar e de encontrar a verdade, e
não para assegurar a vitória de alguém.”
Normalmente, após a apresentação de um Trabalho, uma pesquisa, o Venerável
Mestre da Loja autoriza o debate, liberando, primeiramente, a palavra à Coluna dos
Aprendizes, depois à Coluna dos Companheiros e finalizando, no Oriente.
Enquanto um Irmão estiver falando, não poderá ser interrompido, a não ser por
Questão de Ordem (ver Pílula nº 160).
Nos dias atuais, está cada vez mais comum, o Venerável Mestre transformar a
Loja em “família”, com a maioria dos membros se alocando no Ocidente. Desse modo, o
debate, é mais produtivo, pois ganha-se tempo nos cumprimentos entre Irmãos,
obrigatório quando a Ritualística atua.
Além disso, cada Obreiro pode falar mais de uma vez, sempre coordenado pelo
Venerável Mestre (ver Pílula nº 181).

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PILULA MAÇÔNICA Nº 220

Deus

A definição da palavra “Deus”, segundo dicionário Aurélio é: “Principio supremo


considerado pelas religiões como superior à natureza. Ser infinito, perfeito, criador do Universo.
Na Filosofia é tido como Princípio Supremo de explicação da existência, da ordem e da razão
universais”.
Na Enciclopédia maçônica do Mestre Nicola Aslan, temos: “é a Existência Suprema,
Superior, Criadora e Indefinível, cujo estudo constitui uma das bases da maçonaria e ao qual os
Maçons dão a denominação de Grande Arquiteto do Universo”.
Obviamente, as concepções do homem a respeito de Deus, são inúmeras, aos milhares, e
não deve ser encarada com essa simplicidade contida em uma única frase. E se alguém pretender
que seja fixado o Deus em quem dizemos acreditar, há de se deparar com um polimorfismo dos
mais extravagantes e verificará que cada povo, cada época, cada filosofia, cada religião teve e tem
seu Deus particular, e cada homem o verá de maneira diferente. Cada século que passa, cada
escola que surge, traz novas concepções, novas teorias, novas hipóteses com que se alimenta a
sede do Divino que o homem sente dentro de si. Embora incapaz de defini-Lo, de abarcá-Lo, de
apreendê-Lo, o homem intui a presença de um Ser Supremo e essa necessidade chega a se impor
à sua razão, como se fora através dos sentidos (Nicola Aslan).
A crença na existência de Deus é um ponto essencial na Maçonaria e é tão importante,
que é um dos Landmarks da nossa Ordem. E deixando claro que um ateu não pode se tornar
membro dela.
A Maçonaria não é uma religião e aceita homens que tenham religiões diversas, cristãos,
judeus, budistas, etc, mas, sempre exigindo a crença em um Ser Supremo. O mesmo Deus, com
nomes diferentes, habitando Templos, Sinagogas, Igrejas, etc, dependendo da cultura de cada
povo.
Inclusive, a Maçonaria na sua sabedoria secular, proíbe discussões e pregações em Loja.
Não que não se possa fazer pesquisas sobre determinadas religiões, origens, comportamentos,
dogmas, etc, mas sem fazer doutrinação ou qualquer tipo de “catequese”.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017

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