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Sutra do Buda da Medicina

Tathagata Radiância de Lápis-lazúli :


Seus votos passados, méritos e virtudes
Sutra do Buda da Medicina Tathagata Radiância de Lápis-lazúli : Seus votos passados, méritos e virtudes

Nota de Edição:

Feita de forma despretensiosa, sem muita habilidade, com um pouco de fé e


da necessidade que tenho como curador, de ler este texto, uma montagem do
Sutra do Buda da Medicina foi elaborada através de duas fontes, uma da
web que consta no link de referência e outra de um arquivo digital que
contém o Sutra em inglês, traduzida de maneira mais cuidadosa do chinês.
Palavras e termos foram substituídos pelo editor devido o texto fonte em
português expressar uma tradução mais “livre” e por demais poética,
preferindo a tradução mais “tradicional” do Sutra em inglês quando houve
necessidade. O texto em português e agradável, por isso foi mantido.

Notas de rodapé foram acrescentadas pelo editor, para que os leitores que
não conhecem o vocabulário e a cosmologia budista e hindu pudessem
experimentar uma leitura mais acolhedora. São palavras de uso comum
nessas culturas, e foram usadas fontes em inglês e português que trazem
conceitos satisfatórios. A segunda parte trás práticas do Lama Zopa Rinpoche,
com conselhos, onde as explicações pertinentes ao método são interessantes.

Pouco conhecimento, tempo escasso são um infortúnio e erros do editor. Há


muito a que ser melhorado, que outras pessoas mais capazes, tenho a
aspiração, o farão.

De alguma forma, por qualquer que seja, que este trabalho, através da
interdependência dos fenômenos, pacifique o sofrimento e libere os seres onde
quer que estejam.

Sarva Mangalam.

Pema Djaltsen
Outono de 2142.

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Sutra do Buda da Medicina


Tathagata Radiância de Lápis-lazúli :
Seus votos passados, méritos e virtudes
“Poderoso Mantra e Propósito Combinado dos Doze Generais Yakshas para
Beneficiar os Seres Sencientes”
“Prática de remoção de todos os obstáculos cármicos”

Certa vez, empreendendo uma viagem de ensinamentos por vários


reinos, Bhagavan1 chegou a magnífica cidade de Vaishali2 . Ali sentou-se sob a
Ditosa Árvore das Brisas Musicais e uma multidão de seres, humanos e não-
humanos, veio juntar-se a ele. Presente encontrava-se um séquito de
bhikshus3 altamente evoluídos, em total de 8 mil. Junto com eles havia uma
comitiva de bodhisatvas4 e mahasatvas5, 36 mil ao todo. Compareceram
também reis e seus súditos, brâmanes, leigos e uma constelação de seres
1 Bhagavān (Sanskrit: भगववनन, Bhagavān): é um epíteto de divindade, particularmente para Krishna e outros avatares de Vishnu no
Vaishnavismo, bem como para Shiva na tradição Shaivismo do hinduísmo, [1] [2] e é usado pelos budistas para se referir ao Buda.
[3] No norte da Índia, Bhagavān também representa o conceito de Deus abstrato para os hindus que são religiosos, mas não
adoram uma divindade específica. Fonte: Wikpedia em: https://en.wikipedia.org/wiki/Bhagavan, Acesso em 27/04/2018.
2 Vaishali era uma cidade na atual Bihar, na Índia, e agora é um sítio arqueológico.
Foi a capital da Confederação Vajjiana de Mithila (Vrijji mahajanapada), considerada um dos primeiros exemplos de uma república
em torno do século 6 aC.
Também Gautama Buddha pregou seu último sermão antes de sua morte em c. 483 AEC, depois em 383 AEC, o Segundo Concílio
Budista foi convocado pelo Rei Kalasoka, tornando-se um lugar importante tanto nas religiões Jainas como Budistas. [2] [3] [4]
Fonte: Wikpedia em: https://en.wikipedia.org/wiki/Bhagavan, Acesso em 27/04/2018.
Na época do Buda, o Vaiśālī, que ele visitou em muitas ocasiões, era uma cidade muito grande, rica e próspera, apinhada de gente
e com comida abundante. Havia 7.707 terrenos de lazer e um número igual de lagos de lótus. Sua cortesã, Amrapali, era famosa
por sua beleza e ajudou em grande medida a tornar a cidade próspera. [5]
3 Um bhikkhu (de Pali, sânscrito: bhikṣu) é um monge masculino ordenado ("monge") no budismo. [1] Monásticos masculinos e
femininos ("freira", bhikkhuni (sânscrito bhikṣuṇī)) são membros da comunidade budista. [2] Fonte: Wikpedia em:
https://en.wikipedia.org/wiki/Bhagavan, Acesso em 27/04/2018.
4 No Budismo, Bodhisatva (/ ˌboʊdiːˈsʌtvə / BOH-dee-SUT-və) [1] é o termo sânscrito para qualquer pessoa que tenha gerado
Bodhicita, um desejo espontâneo e uma mente compassiva para atingir o estado de Buda para o benefício de todos os seres
sencientes. Fonte: Wikpedia em: https://en.wikipedia.org/wiki/Bodhisattva, Acesso em 27/04/2018.
5 Mahāsattva, que significa literalmente "grande ser" [1], é um grande bodhisattva que praticou o budismo por um longo tempo e
atingiu um nível muito alto no caminho para o despertar (bodhi). Geralmente se refere a bodhisattvas que alcançaram pelo menos
o sétimo dos dez bhumis. Fonte: Wikpedia em:https://en.wikipedia.org/wiki/Mah%C4%81sattva, Acesso em 27/04/2018.

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celestiais. Tal era a congregação que se reuniu respeitosamente ao redor do


Buda para ouvir seus ensinamentos.

Naquela ocasião, o Príncipe do Darma Manjushri6, com inspirada


consciência do grande poder de influência de que o Buda era dotado,
levantou-se e dele se aproximou.

Despindo o ombro direito e apoiando o joelho direito no chão, com as


palmas das mãos unidas, o jovem implorou:

– Mundialmente Honrado, gostaríamos que nos falásseis sobre os vários


nomes e títulos honoríficos dos Budas, sobre seus grandiosos votos e
magníficas virtudes. Esperamos que vossas palavras libertem de todos os
obstáculos cármicos os que os ouvirem. Além disso, para o bem dos seres
sencientes do Período do Darma Aparente, esperamos que vossas palavras
benfazejas possam neles instilar verdadeira felicidade.

Ao ouvir nosso pedido o Mundialmente Honrado elogiou Manjushri:

– Excelente Manjushri, excelente! É inspirado em tua profunda e sincera


compaixão pelos seres sencientes que me pedes para falar sobre os nomes e
os títulos dos Budas, seus votos originais e as virtudes que o acompanham, de
modo a libertar os seres sencientes do emaranhado de obstruções cármicas e
a proporcionar paz e alegria a quem viver no Período do Darma Aparente.
Agora, para benefício de todos, vou me pronunciar. Ouçam atentamente e
contemplem cuidadosamente o que vou dizer.

Respondeu Manjushri:

6 Manjushri é um bodhisattva associado à prajñā (insight - “sabedoria”) no budismo Mahayana. No budismo tibetano, ele também é
um yidam. Seu nome significa "glória suave" em sânscrito. [1] Mañjuśrī é também conhecido pelo nome completo de
Mañjuśrīkumārabhūta, [2] literalmente "Mañjuśrī, Ainda um jovem" ou, menos literalmente, "Prince Mañju śr ī". Fonte: Wikpedia
em: https://en.wikipedia.org/wiki/Manjushri, Acesso em 27/04/2018.

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– Esplêndido! É com imensa alegria que vos ouvimos.

O Buda começou então, o seu discurso:

“Manjushri, a leste daqui, além das terras dos Budas inconstáveis como
as areias do Rio Ganges, encontra-se um mundo búdico chamado Terra Pura
de Lápis-lazúli, presidido pelo Buda da Medicina Tathagata Radiância de
Lápis-lazúli. Adornado com título sagrados esse Buda é geralmente honrado
com epítetos como “Merecedor de Oferendas”, “Absoluta Consciência
Universal Iluminada”, “Atividade da Brilhante Plenitude”, “Aquele que Partiu
Imaculadamente”, “Compreensão Transcendente do Mundo Comum”,
“Insuperável”, “O Verdadeiro Homem que Doma e Harmoniza”, “Professor
de Seres Humanos e Divinos”, “Desperto”, “Bhagavan””.

“Manjushri, doze grandiosos votos emanaram do Mundialmente


Honrado Buda da Medicina Tathagata Radiância de Lápis-lazúli quando ele
avançava no caminho do bodhisatva. Tais votos foram feitos com o desejo
sincero de que todos os seres sencientes pudessem realizar suas aspirações”.

O Primeiro Grande voto foi:

“Em uma vida futura, que eu possa alcançar o anuttara-samyak-


sambodhi7. Assim meu corpo será de intenso brilho e irradiará luz fulgurante
sem medida, sem fronteiras nem limites, iluminando mundos incontáveis.
Adornarão este corpo 32 marcas da excelência e 80 nobres qualidades que

7 Anuttarā-samyak-saṃ ṃ bodhi: Diz-se que Siddhartha Gautama, conhecido como Buda, alcançou pleno despertar, conhecido como
samyaksaṃbodhi (sânscrito; pāli: sammāsaṃbodhi), "perfeito estado de Buda", ou anuttar ā-samyak-sa ṃbodhi, "o mais elevado
despertar perfeito". [38]
O termo buda adquiriu significados um pouco diferentes nas várias tradições budistas. Um termo equivalente para Buda é Tathagata, "o
assim-desaparecido". O caminho para o estado de Buda é um pouco diferentemente entendido nas várias tradições budistas. Fonte:
Wikpedia em: https://en.wikipedia.org/wiki/Enlightenment_in_Buddhism#Anuttar%C4%81-samyak-sa%E1%B9%83bodhi, Acesso em
27/04/2018.

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acompanham a forma do corpo de um Buda completamente iluminado.


Possam todos os seres sencientes se iluminarem e alcançarem o nível da
minha realização”.

O Segundo Grande voto foi:

“Em uma vida futura, quando de minha iluminação, que meu corpo
possa resplandecer interna e externamente com a clareza do cristal puro,
imaculado e impecável. Que ele seja de brilho ilimitado e virtude majestosa,
de serena e eterna bondade. Possa esse corpo ser uma magnífica e incendiária
rede de glória mais brilhante que o Sol e a Lua, capaz de acolher e despertar
até os seres aprisionados nos mais recônditos abismos da escuridão e
desesperança. Assim, todos os seres realizarão seus empreendimentos de
acordo com suas intenções”.

O Terceiro Grande voto foi:

“Em uma vida futura, quando de minha iluminação, possa eu capacitar


todos os seres para que obtenham em abundância as coisas mais úteis e
agradáveis, eliminando a escassez e a carência. Tal realizarei por meio de
ilimitada sabedoria e incomensuráveis meios hábeis”.

O Quarto Grande voto foi:

“Em uma vida futura, quando de minha iluminação, que todos os seres
sencientes prefiram trilhar o pacífico caminho bodhi8 a tomar a trilha das
práticas nefastas. Caso existam seres que estejam seguindo pelos caminhos

8 Bodhi (/ˈboʊdi/; Sanskrit: बबधध; Pali: bodhi) no budismo é o entendimento possuído por um Buda em relação à verdadeira
natureza das coisas. É tradicionalmente traduzido para o inglês com a palavra iluminação, embora seu significado literal esteja mais
próximo do "despertar". A raiz verbal budh significa "despertar". Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Bodhi, acesso em:
27/04/2018.

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do sravaka9 ou do pratyeka-buddha10 possam todos se engajar no Grande


Veículo”.

O Quinto Grande voto foi:

“Em uma vida futura, quando de minha iluminação, que incontáveis


seres sencientes pratiquem uma vida benfazeja e observem todos os preceitos
de acordo com meus ensinamentos. Pelo compromisso de ver a realidade do
Darma, possam eles conquista o tri-vidhani silani11. O ser que acaso venha
violar algum preceito poderá ter a sua pureza restaurada e evitar a queda nos
mundos de sofrimento simplesmente por ouvir meu nome”.

O Sexto Grande voto foi:

“Em uma vida futura, quando de minha iluminação, juro auxiliar todos
os seres sencientes que sofram qualquer forma de mal. Juro libertar da dor
aqueles que tem o corpo deformado, os que não tem todas as faculdades dos
sentidos, os privados de beleza e encanto e os de mentalidade obtusa ou
tolamente teimosos. Os cegos, surdos, roucos ou mudos; os que sofrem com
os membros paralisados ou deformados; os corcundas, leprosos e loucos; os
que tenham qualquer outra forma de enfermidade – todos eles, depois de
ouvirem o meu nome, ganharão saúde perfeita e domínio intuitivo de
conhecimento e aptidões. Eles se verão em plena posse de todas as faculdades
dos sentidos e não mais experimentarão o sofrimento causado por doenças”.

9 Sravaka Śrāvaka (sânscrito) ou Sāvaka (Pali) significa "ouvinte" ou, mais genericamente, "discípulo". Este termo é usado no
budismo e no jainismo. No jainismo, um śrāvaka é qualquer jain leigo, então o termo śr āvaka foi usado para a própria
comunidade jainista (por exemplo, ver Sarak e Sarawagi).
10 Um pratyekabuddha ou paccekabuddha (sânscrito e pali, respectivamente), literalmente "um buda solitário", "um buda por conta
própria" ou "um buda particular", é um dos três tipos de seres iluminados de acordo com algumas escolas de budismo. Os outros
dois tipos de buda são o arhat e o sammāsambuddha (sânscrito samyaksambuddha).
11 O conteúdo do tri-vidhani silani pode ser dito como abrangente: tudo está contido nele. Os preceitos dos mandamentos
consistem em todos os preceitos e majestade; Praticar preceitos de bondade, incluindo oitenta e quatro mil portais de liberação de
Dharma (法门); Beneficiar os seres sencientes, resumindo quatro imensuráveis, grande motivação e espírito de salvar todos os
seres vivos

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O Sétimo Grande voto foi:

“Em uma vida futura, quando de minha iluminação, se houver seres


sencientes atormentados pela doença, sem esperança de eliminação ou alívio
do sofrimento, sem cuidados médicos ou acesso a medicamentos, sem
familiares ou outros cuidadores que os ajudem, que não tenham moradia ou
vivam na pobreza, que estejam experimentando qualquer sofrimento, juro
que, uma vez penetrando o som de meu nome em seus ouvidos, a
enfermidade desaparecerá e eles encontrarão sereno contentamento no corpo
e na mente. Serão cercados de familiares e pessoas que os assistam e de tudo
o que lhes havia faltado anteriormente se tornará disponível em abundância
até que sua budeidade se realize”.

O Oitavo Grande voto foi:

“Em uma vida futura, quando de minha iluminação, qualquer mulher


que se sinta limitada ou oprimidas pelas muitas desvantagens da forma
feminina e tenha nutrido desejo de abrir mão dessa forma irá, ao ouvir meu
nome, ser transformada em uma forma masculina, a qual será acompanhada
de todas as características nobres, assim permanecendo até a conquista da
budeidade”.

O Nono Grande voto foi:

“Em uma vida futura, quando de minha iluminação, todos os que


estiverem presos na teia do mal serão libertados de seu envolvimento com
práticas heréticas. Quem houver caído na floresta escura das opiniões
maléficas terá suas perspectivas corrigidas e gradualmente adotará todas as
disciplinas dos bodhisatvas, prontamente alcançando a budeidade”.

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O Décimo Grande voto foi:

“Em uma vida futura, quando de minha iluminação, receberá auxílio ao


ouvir meu nome o ser senciente que, devido a aplicação das leis locais, acaso
tenha sido condenado às penas da chibata, prisão, suplício, morte ou
qualquer outra forma de punição brutal. Assim também os que tenham sido
insultados e humilhados, ou que tenham caído em abjeta miséria, ou se
sintam oprimidos por angustiosa ansiedade e estejam passando por
sofrimentos corporais e mentais, se ouvirem meu nome, devido ao poder
inspirador de meu assombroso arrebatamento espiritual, serão todos
libertados de seu sofrimento e aflição”.

O Décimo Primeiro Grande voto foi:

“Em uma vida futura, quando de minha iluminação, os seres sencientes


que houverem cometido transgressões, premidos pela agonia da fome e da
sede, serão auxiliados se ouvirem meu nome e nele se concentrarem.
Inicialmente, fornecendo-lhes as mais deliciosas iguarias, eu lhes
proporcionarei plena satisfação e contentamento corporal. Fisicamente
saciados, poderão então desfrutar o maravilhoso sabor do Darma e se fixar na
satisfação e no contentamento espiritual”.

O Décimo Segundo Grande voto foi:

“Em uma vida futura, quando de minha iluminação, o ser senciente que
estiver desprovido de vestimentas por causa da pobreza e sofrer aflições dos
extremos de calor e frio e o tormento dos ataques de insetos dia e noite será
assistido se ouvir meu nome e nele se concentrar. Instantaneamente, poderá
prover-se de tudo o que desejar: roupas suntuosas de tipos variados, adornos
de pedras preciosas, ornamentos florais na cabeça, unguentos perfumados e

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entretenimento musical. O pleno gozo de todas as coisas evocará sua


completa satisfação e contentamento”.

“Manjushri, esses são os doze votos maravilhosos e sumamente sutis


feitos pelo Mundialmente Honrado Buda da Medicina Tathagata Radiância
de Lápis-lazúli, Merecedor de Oferendas, Absoluta Consciência
Universalmente Iluminada, quando ainda trilhava o caminho do bodhisatva”.

E novamente o Buda dirigiu-se a Manjushri:

– Um kalpa, ou mais um tempo até, não bastaria para eu esgotar os


magníficos votos feitos pelo Buda da Medicina Tathagata Radiância de Lápis-
lazúli durante sua prática do caminho do bodhisatva ou descrever em detalhe
as maravilhas da imaculada terra búdica que ele alcançou. Posso dizer-te que
essa terra é infinitamente pura. Lá, não há formas femininas ou formas
inferiores de nascimento, tampouco nenhum som de sofrimento. A terra em
si é feita de puro cristal lápis-lazúli, com cordas de ouro a delimitar-lhe os
caminhos. Há magníficos palácios e pavilhões com espaçosas janelas com
cortinas, tudo feito com as sete pedras preciosas. A virtude e a magnificência
desta terra búdica não difere daquelas da Terra Pura Ocidental.

“Nesse mundo búdico, dentre os inumeráveis bodhisatvas, há dois que


se destacam por estarem no mais elevado nível, imediatamente anterior ao de
Buda. São eles o Bodhisatva da Resplandecente Luz Solar e o Bodhisatva da
Resplandecente Luz Lunar. Ambos são hábeis na preservação do Dharma12 do

12 Dharma, Darma (em sânscrito: धरर , transliterado Dharma; em páli: धमम, transliterado Dhamma) é um conceito-chave com
múltiplos significados nas religiões indianas - hinduísmo, budismo, siquismo e jainismo.[1] Não há tradução de uma única palavra para
"darma" nas línguas ocidentais.[2][3]
O significado da palavra "darma" depende do contexto, e seu significado evoluiu à medida que as ideias do hinduísmo se
desenvolveram ao longo de sua longa história. Nos textos mais antigos, o darma significava a lei cósmica. Em Vedas posteriores, o
significado tornou-se refinado, mais rico, complexo, e a palavra "darma" foi aplicada em contextos diversos.[4] Em certos contextos, o
darma designa comportamentos humanos considerados necessários no universo, princípios que impedem o caos, os comportamentos

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Buda da Medicina. Assim, Manjushri, todos os homens e mulheres de boa


vontade que tiverem a confiança e a fé devem jurar nascer nesta terra búdica”.

Continuando, o Mundialmente Honrado explicou a Manjushri:

– Há seres sencientes que não conseguem distinguir entre a conduta


benéfica e a maléfica. Inclinados a conseguir e a conservar vantagens apenas
para si próprios, cultivando a ganância e avareza, desconhecendo o fruto
benfazejo gerado pela prática da generosidade. Ignorantes e, portanto,
desprovidos de confiança nos méritos do dar, acumulam e guardam riquezas
materiais desesperadamente. Assim, quando encontram um mendigo, sofrem
por saber que seu donativo não terá retribuição. É tão forte o apego a suas
posses que abrir mão de um pouco é, para eles, como cortar um pedaço de
sua própria carne”.

“Manjushri, existem incontáveis seres sencientes que, gananciosos e


mesquinhos acumulam grandes quantidades de recursos e de riquezas. No
entanto, ao incapazes de desfrutar das posses que acumularam para si e muito
menos de compartilhá-las com seus pais, esposos, capatazes, servidores ou
com mendigos. Se ainda tiverem essa mentalidade no momento da morte,
renascerão no plano dos fantasmas famintos ou no dos animais. Contudo,
caso tenham a oportunidade de ouvir o nome do Buda da Medicina em
algum momento de estada no mundo humano e se lembrarem desse nome,
renascerão imediatamente no plano humano. Influenciados pela memória da
experiência de sua vida anterior e do sofrimento dos mundos inferiores, eles
estarão dispostos a se privar de prazeres sensuais e a se engajar em atividades
e as ações necessárias a toda a vida na natureza, na sociedade, na família e no nível individual. Com respeito ao seu significado
espiritual, pode ser considerado como o "Caminho para a Verdade Superior". O darma é a base das filosofias, crenças e práticas que se
originaram na Índia. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Darma, Acesso em: 27/04/2018.

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generosas, assim como a louvar os esforços de todos os que fizerem o


mesmo. Não mais se aferrarão às suas posses e gradualmente chegarão ao
ponto de se dispor até a doar partes do próprio corpo se necessário, a
qualquer um que lhes peça; menos apego terão, portanto, pelo que lhe restar
de riquezas e posses”.

“Além desses, Manjushri, há seres sencientes que violam preceitos,


mesmo depois de terem recebido os ensinamentos de Buda. Há também os
que observam os preceitos em si, mas violam as regras e normas pertinentes à
vida diária. E há quem seja bem sucedido na observância dos preceitos e no
cumprimento das regras e normas do cotidiano, mas que não têm a opinião
correta. Em seguida, existem os de opinião correta, mas que desperdiçam ou
evitam a oportunidade de aperfeiçoar seu aprendizado e, assim, não
conseguem encontrar o significado profundo dos ensinamentos de Buda. E,
então, há aqueles que procuram oportunidades de aprender, mas o fazem
com atitude arrogante. A presunção os impede de adquirir conhecimento,
mas eles continuam se considerando certos, achando que todos estão sempre
errados. Tal mentalidade o leva a criticar o Darma e a solapar sua
compreensão da verdade. Praticando o Darma com ignorância e incorreção,
acabam por influenciar negativamente outras pessoas, levando-as a cair em
perigoso abismo. Todos esses se encontrarão migrando incessantemente
pelos planos inferiores. Todavia, se conseguirem ouvir o nome do Buda da
Medicina, poderão abandonar as práticas nocivas e realizar as benéficas,
deixando de passar pelos mundos inferiores”.

“Entretanto, se esses seres conseguirem ouvir o nome do Buda da


Medicina, eles poderão abandonar as práticas maléficas e adotar as benfazejas,

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não mais entrando nos reinos inferiores. Alguns serão incapazes de rejeitar
suas práticas perniciosas de imediato e, por isso, cairão nos mundos
inferiores. Ali, pelo poder dos votos do Buda, quando por fim ouvirem o
nome dele sendo recitado, mesmo que por um fugaz momento, terão
concluída sua existência nesses mundos e renascerão no plano humano.
Então, adquirindo opinião e diligências corretas, conquistarão
adequadamente a mente da alegria. Em consequência, conseguirão abdicar da
vida convencional para se lançar à vida monástica. Serão capazes de receber os
preceitos e guiar-se por eles, sem violá-los. Aproveitando a oportunidade de
ouvir o Darma com a visão correta, se tornarão aptos a compreendê-lo em
nível muito profundo. Sem ignorância ou incorreção em sua prática,
desenvolverão gradualmente características de bodhisatva e logo alcançaram a
plenitude”.

“Manjushri, seres sencientes avaros, gananciosos, invejosos,


convencidos, presunçosos e desdenhosos dos demais cairão e ficarão nos três
mundos inferiores durante incontáveis milhares de anos. Depois de lá
passarem por grandes dores e sofrimentos, nascerão novamente no plano
humano, mas como vacas, cavalos, camelos ou asnos – animais que levam
cargas pesadas e percorrem longas distâncias. Constantemente sujeitos a
chibatadas, sede e fome, serão levados à exaustão e à angústia. Ou, se
nascerem como humanos, será em condições muito diferentes e desprezíveis.
Como servos ou escravos de outras pessoas, terão sempre de cumprir ordens
e trabalhar para os outros sem gozar de liberdade para si mesmos”.

“Contudo, se em vidas anteriores no mundo dos homens tiverem


ouvido o nome do Buda da Medicina e puderem dele se recordar, poderão

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honesta e entusiasticamente se refugiar no Buda. Por causa do singular poder


de arrebatamento espiritual desse Buda, eles serão libertados de todos os
sofrimentos. Todas as suas faculdades se tornarão agudas, e eles serão sábios
e cultos, buscando constantemente o supremo Darma. Conseguirão
conhecer amigos benfazejos que os encorajarão a desenvolver a virtude. Serão
capazes de cortar os nós dos fios emaranhados; assim como de atravessar a
carapaça da ignorância e de interromper o rio de pensamentos iludidos.
Ficarão livres de preocupações, sofrimentos e agitações que acompanham o
nascimento, o envelhecimento, a enfermidade e a morte”.

“Do mesmo modo, Manjushri, as pessoas que têm por hábito cultivar a
oposição e a divisão, envolver-se em conflitos e litígios, exasperando a si
próprias e aos demais por meio do corpo, da fala e da mente, são reses que
intensificam a incidência do mal e dos atos malévolos. Eles invocam espíritos
que residem em montanhas, florestas, árvores ou tumbas, tais como yakshas13
ou rakshasas14. Abatem um ser senciente e oferecem seu sangue e sua carne
em sacrifício. Em seguida, escrevem o nome da pessoa de quem querem se
vingar e desenham sua imagem, utilizando técnicas de bruxaria para lançar
sua maldição sobre ela. Empregam bruxaria e poções mágicas para lesar a

13Yaksha (em sânscrito: यक yakṣa) é o nome de uma ampla classe de espíritos da natureza, geralmente benevolentes, que são
responsáveis pela manutenção dos tesouros naturais escondidos na terra e das raízes das árvores. Eles aparecem em na mitologia
Hindu, Jainista e Budista. A forma feminina da palavra é yakṣī (यकक) ou Yakshini (yakṣiṇī, यककणक).
Nas mitologias mencionadas, o yakṣa tem uma dupla personalidade. Por um lado, um yakṣa pode ter a natureza de fadas inofensivas,
associado a bosques e montanhas, mas também há uma versão mais sombria do yakṣa, que é uma espécie de fantasma (bhuta) que
assombra o deserto e arma emboscadas para devorar os viajantes , semelhante aos rakṣasas. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Yaksha,
Acesso em: 27/04/2018.
14 Rakshasa (em português, raxasa) é uma raça de seres mitológicos humanoides ou espíritos malignos na religião Budista e Hindu.
O nome vem do sânscrito "raksha", pedir proteção, já que eram seres tão horripilantes que induziam, a quem quer que se deparassem
com eles, a pedir proteção.
Eram seres abomináveis, canibais e de mente perversa. O Rakshasa mais célebre foi Ravana, que se tornou rei de Sri Lanka (Ceilão) e
que teve a ousadia de abduzir Sita, a esposa de Vixnu, que havia se encarnado como Rama, história detalhada no clássico hindu
Ramayana. Rakshasas se alimentam de carne humana. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Rakshasa, Acesso em: 27/04/2018.

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vítima de suas práticas malévolas. Ousam mesmo utilizar encantamentos para


invocar os mortos, que, sob seu comando, ferem ou até matam a vítima
escolhida.
No entanto, se ouvirem o nome do Buda da Medicina em meio a essas
atividades malévolas, suas intenções danosas deixarão de ter efeito nocivo.
Gradualmente, a mente compassiva surgirá nos feiticeiros e em suas vítimas,
que serão beneficiados com paz e alegria. Não estando mais presente a mente
cheia de ódio, destruição e vontade de prejudicar, esses indivíduos se sentirão
felizes e satisfeitos com o que receberam troca, dispensando a antiga
necessidade de maltratar ou dominar uns aos outros. Em vez disso,
encontrarão abundantes benefícios mútuos”.

“Agora, Manjushri, no que concerne aos bhikshus e bhikshunis, leigos,


bons homens e mulheres de pura fé, se eles receberem e observarem os Oito
Preceitos de Purificação15 por um ano, ou mesmo por três meses, terão
estabelecido boas raízes. Em virtude de seu aperfeiçoamento, desejarão
nascer na Terra Pura da Suprema Bem Aventurança do Buda Amitaba16 para

15 Prática dos Votos de um Leigo que observa por 1 dia (antes do sol nascer) e uma noite (antes do sol levantar), podendo ou não ser
renovado, feito antes de retiro com objetivo de purificação.
Eu tomo o preceito de abster-me de matar seres vivos.
Eu tomo o preceito de abster-me de tomar o que não for dado.
Eu tomo o preceito de abster-me de comportamento não-casto.
Eu tomo o preceito de abster-me da linguagem mentirosa.
Eu tomo o preceito de abster-me do vinho, ácool e outros embriagantes que causam a negligência.
Eu tomo o preceito de abster-me de comer nos horários proibidos (isto é, após o meio dia).
Eu tomo o preceito de abster-me de dançar, cantar, ouvir música, ver espetáculos de entretenimento,de usar ornamentos, usar
perfumes, e embelezar o corpo com cosméticos
Eu tomo o preceito de abster-me de deitar em leitos elevados ou luxuosos. (Nota do Editor)
16 Sukhāvatī, ou o paraíso ocidental, refere-se à terra pura ocidental de Amit ābha no budismo Mahayana. O sânscrito sukhavat ī
(sukhāvatī) é a forma feminina de sukhāvat ("cheio de alegria; feliz"), [1] [2] de sukha ("prazer, alegria") e -vat ("cheio de"). parte
final do Amitāyurdhyāna Sūtra, Gautama Buddha discute os nove níveis nos quais os nascidos na terra pura são categorizados. [4]
No budismo tibetano, o mundo de Sukhavati é invocado durante os funerais budistas como um destino favorável para os mortos.
[4] Tais rituais são freqüentemente acompanhados com a técnica tântrica de phowa ("transferência de consciência") para a terra
pura de Amitābha, realizada por um lama em nome dos que partiram. Halkias (2013: 148) explica que "Sukhavati apresenta ritos
fúnebres e escrituras dedicadas ao ritual de cuidado dos mortos (das-mchod). A estrutura e o desempenho das cerimônias de
morte tibetanas variam de acordo com uma sequência de eventos ... Durante a duração desses ritos, a consciência dos mortos é
levada a níveis crescentes de clareza até o momento da transferência ritual para Sukhavati. " Fonte:
https://en.wikipedia.org/wiki/Sukhavati, Acesso em: 28/04/2018.

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Sutra do Buda da Medicina Tathagata Radiância de Lápis-lazúli : Seus votos passados, méritos e virtudes

ouvir e aprender o Darma correto. Contudo, talvez não tenham ainda


desenvolvido a indispensável determinação para lá nascer. Nesse caso, à
aproximação do momento do final de sua vida, se ouvirem o nome do Buda
da Medicina Tathagata Radiância de Lápis-lazúli, oito grandes bodhisatvas
virão em seu auxílio:

Manjusri, Avalokitesvara,
Mahasthamaprapta, Aksayamati,
Ratnacandana, Bhaishajya-raja,
Bhaishajya-samudgata, e Maitreya.
Flutuando pelo céu, eles mostram a esses seres o caminho para a Terra
Pura de numerosas flores multicoloridas, onde cada um renasce no centro de
uma flor em botão.

Também pode acontecer de esses seres terem a determinação mais fraca


ainda. Nesse caso, renascerão em um dos mundos celestiais. Apesar de terem
de renascer, sua boas raízes permaneceram intactas. Portanto, depois da vida
passada nos planos celestiais, não renascem em nenhum dos planos
inferiores, mas no plano humano, para onde poderão vir como chakra-vartin,
um soberano mundial de grande virtude que sem dificuldades une os quatro
continentes e pacificamente estabelece incontáveis seres sencientes nos dez
caminhos. Ou poderão nascer como xátrias17, como brâmanes18 ou como

17 Os xátrias, chátrias ou chatrias[1] (em híndi ककतय, transl. kṣatriya, do sânscrito कत transl. kṣatra) formam uma das quatro
castas no hinduísmo. Constituem a ordem dos altos postos militares e na sua maioria governantes do tradicional sistema social védico-
hindu, e suas famílias, tal como definido pelos Vedas e pelo Código de Manu. Os Senhores Krishna, Buda e Mahavira pertenceram a esta
casta. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/X%C3%A1tria, Acesso em 28/04/2018.
18 Um brâmane (devanāgarī: बवहण, IAST brāhmaṇa) é um membro da casta sacerdotal, a primeira do Varṇaśrama dharma ou
Varṇa vyavastha, a tradicional divisão em quatro castas (varṇa) da sociedade hinduísta. [nota 1]
O termo brâmane deriva do latim brachmani (ou bragmani), que, por sua vez, provém do grego brakhmânes, adaptação do termo
sânscrito védico brāhmaṇa, que significa "aquele que é versado no conhecimento de Brâman - a alma cósmica "[nota 2] Segundo o
Purusha Sukta, o canto 10.90 do Rigveda, dedicado ao Purusha - o homem cósmico primordial transcendente - os brâmanes surgiram
da boca do Purusha. Idem op. cit.

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Sutra do Buda da Medicina Tathagata Radiância de Lápis-lazúli : Seus votos passados, méritos e virtudes

membros de família importante e próspera, com numerosos parentes e


grande abundância de riquezas e posses materiais. Eles terão boa aparência,
serão astutos, sábios, corajosos e valentes, contarão com saúde física, força e
energia. Ou, caso tenham sido mulheres anteriormente e tenham ouvido o
nome do Buda da Medicina, se o receberem de coração aberto e o
respeitarem, não mais terão a forma feminina”.

“Manjushri, no momento de sua iluminação e em virtude do poder de


seus votos originais, o Buda da Medicina foi capaz de ver numerosos seres
sencientes passando por várias formas de enfermidade, como definhamento,
febre amarela e desorientação causada por práticas mágicas. Ele também
observou seu sofrimento devido as mortes prematuras ou falecimentos
inesperados e violentos”.

Desejando aliviar as dores e as doenças de tais seres, assim como dar-


lhes o que buscavam, ele entrou, naquele momento, no samadhi19
denominado ”Eliminando o sofrimento e a agitação de todos os seres”. Ao
entrar em absorção meditativa, uma grandiosa luz emanou do alto de sua
cabeça. Imerso nessa luminosidade, o Buda recitou uma grandiosa dharani20:

19 Samādhi (सरवधध) ou samádi[1] (do sânscrito samyag, "correto" + ādhi, "contemplação") pode ser traduzido por "meditação
completa". No ioga é a última etapa do sistema, quando se atingem a suspensão e compreensão da existência e a comunhão com o
universo.[2] No Budismo é usado como sinônimo de concentração ou quietude da mente.[3]
20Um dharani (sânscrito: धवरणक; tradicional chinesa: 陀罗尼; japonês:陀罗尼 darani) também escrito como darani, é um tipo de
discurso ritual semelhante a uma mantra. Os termos dharani e satheesh pode ser visto como sinónimos, embora sejam normalmente
utilizados em contextos distintos.
O filósofo budista japonês Kukai estabeleceu uma distinção entre dharani e mantra e é usado como base de sua teoria da linguagem.
Mantra é restrita a prática budista esotérica, mais profunda, enquanto dharani é encontrado em ritual tanto esotérico como no
exotérico (práticas mais cotidianas). Dharanis, por exemplo, são encontrados no Pali Canon.
A palavra dharani deriva de uma raiz sânscrita "dhr" que significa "segurar ou manter". Ryuichi Abe e Jan Nattier sugerem que ela é
geralmente entendida como um dispositivo mnemônico que encapsula o significado de uma seção ou capítulo de um sutra.[1]
Dharanis também são considerados, para quem canta-los, como uma proteção de influências malignas e calamidades. Idem op. cit.

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Sutra do Buda da Medicina Tathagata Radiância de Lápis-lazúli : Seus votos passados, méritos e virtudes

Namo Bhagavate
Bhaishajyaguru-vaidurya Prabha-rajaya
Tathagataya Arthate Samyak-sambuddhaya
Tadyatha Om Bhaishajye Bhaishajye
Bhaishajya-samudgate Svaha.
Tendo esse dharani sido pronunciado em meio a tão grandiosa luz, a
Terra começou a tremer e emanou intenso brilho. Todas as enfermidades e
sofrimentos dos seres sencientes foram curados, e eles desfrutaram pleno
conforto corporal e mental.

“Manjushri, caso vejas homens e mulheres sofrendo enfermidades,


assiste-os com coração e mente devotados, dando-lhes banho, limpando sua
boca e ministrando-lhes alimentos, medicamentos ou água que tenham sido
purificados por 108 recitações dessa dharani. Com isso, seus males e
sofrimentos serão extintos. Se porventura desejarem algo, isso será
conseguido pela recitação sincera do Darma. Assim, desfrutarão vida longa,
livre de doenças. Depois de finda sua vida, renascerão no mundo do Buda da
Medicina, onde, sem nenhum retrocesso, avançarão diretamente rumo à
iluminação suprema”.

“Manjushri há homens e mulheres que, com sinceridade, determinação e


respeito, fazem oferendas ao Buda da Medicina e regularmente praticam esse
dharani sem negligência ou esquecimento. Há também homens e mulheres
de pura fé que têm a chance de ouvir e de recitar todos os nomes do Buda da
Medicina Tathagata Radiância de Lápis-lazúli. Eles mascam o graveto que
limpa os dentes, enxáguam a boca e banham o corpo antes de oferecer flores
perfumadas, incenso e diferentes tipos música devocional à imagem do Buda

18 - 42
Sutra do Buda da Medicina Tathagata Radiância de Lápis-lazúli : Seus votos passados, méritos e virtudes

da Medicina. Existem ainda aqueles que decoram ou copiam o sutra, que


ensinam os outros a transcrevê-lo, que ouvem o sutra e compreendem seu
significado, devotando-se a ele de todo o coração. Se houver um monge que
tenha se dedicado a ensinar a prática do Buda da Medicina, a ele deve ser
oferecido tudo que necessitar para sua subsistência, garantindo-se que a esse
professor nada falte”.

“Todos os que foram aqui mencionados, como consequência de seus


atos, serão protegidos e viverão com a consciência de todos os Budas; tudo o
que desejarem lhes será oferecido no caminho da iluminação”.

Naquele momento Manjushri dirigiu-se ao Buda:

– Mundialmente Honrado, no Período do Dharma Aparente, juro


empregar vários meios hábeis para possibilitar que todos os bons homens e
mulheres de pura fé ouçam os nomes do Mundialmente Honrado Buda da
Medicina. Mesmo que em sono profundo, eles despertarão para a verdade ao
ouvir esse som em seus ouvidos. “Também possibilitarei que este Sutra21 seja
mantido por vários meios hábeis, como recitação, explicação de seu
significado profundo, prática individual de transcrição ou ensino de
transcrição. Outros meios incluem fazer respeitosas homenagens ao próprio
Sutra, começando pela limpeza e purificação do ambiente e chegando a
preparação de um local elevado para servir de altar onde ele possa ser
colocado. Providenciarei envoltório de seda pintalgada nas cinco cores dentro
21Sutra (ससत em sânscrito) é um substantivo derivado do verbo √siv, que significa costurar.
No budismo, o termo "sutra" se refere de forma geral às escrituras canônicas que são tratadas como registros dos ensinamentos orais de
Buda Gautama. Esses ensinamentos estão registrados na segunda parte ("cesto") do Tripitaka e são chamados de Sutra Pitaka (em Pali,
"Tipitaka" e "Sutta Pitaka"). Outros textos também são considerados Sutras, principalmente pelas escolas Mahayana, embora não façam
parte do Tripitaka e de forma geral sejam atribuídos a outros autores em períodos posteriores.
Em páli, a palavra equivalente é sutta, e é usada exclusivamente para escrituras budistas, principalmente as do Cânone Pali. Fonte:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sutra, Acesso em: 28/04/2018.

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Sutra do Buda da Medicina Tathagata Radiância de Lápis-lazúli : Seus votos passados, méritos e virtudes

do qual o sutra ficará protegido, e as oferendas poderão incluir fragrâncias de


flores em pasta, pó, incenso, assim como guirlandas de pedras preciosas e
jade, sombrinhas, bandeirolas e música devocional. Ao término das
oferendas, os Quatro Reis Celestiais e seu cortejo de centenas de milhares de
seres celestiais comparecerão ao local e oferecerão sua proteção”.

“Mundialmente Honrado, qualquer local onde este precioso sutra se


fizer presente estará livre da ocorrência de mortes violentas, em razão da
virtude dos votos originais do Buda da Medicina Tathagata Radiância de
Lápis-lazúli, pelo fato de serem ouvidos os seus nomes e devido à
consagração deste Sutra. Aqueles que moram na área serão protegidos contra
a apropriação de sua energia vital por fantasmas. Quem dessa forma tiver sido
privado dela receberá de volta sua energia vital e gozará de paz corporal e
mental”.

O Buda então respondeu a Manjushri:

– Isso mesmo Manjushri, é como dizes: homens e mulheres de pura fé


que desejarem fazer oferendas ao Mundialmente Honrado Buda da Medicina
Tathagata Radiância de Lápis-lazúli primeiro irão colocar a imagem do Buda
em local limpo e tranquilo, cercá-la de várias flores, incenso perfumado e
flâmulas e bandeirolas coloridas.

“Durante sete dias e noites, deverão observar os Oito Preceitos, fazer


dieta vegetariana, banhar-se para que o corpo fique limpo e perfumado, e
vestir roupas limpas. A mente deverá estar livre de perturbações, raiva, desejo
de lesar, de modo a permitir o surgimento de uma mente benfazeja, que dirija
paz, bondade amorosa, compaixão, alegria, equanimidade e igualdade a todos
os seres sencientes. Além de caminhar ao redor da estátua do Buda na direção

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Sutra do Buda da Medicina Tathagata Radiância de Lápis-lazúli : Seus votos passados, méritos e virtudes

horário, tocando tambor e entoando canções de jubiloso louvor, eles deverão


contemplar os votos de grande virtude do Buda, estudar e recitar este sutra,
ponderar sobre os significados e falar para revelar o ensinamento profundo.
Se essas práticas puras forem seguidas, todos os seus desejos serão realizados.
Aqueles que buscam a longevidade a terão. Quem desejar um cargo no
governo o alcançará. Todos os que quiserem abundante riqueza a receberão.
Quem almejar o nascimento de um filho homem ou de uma filha mulher terá
seus desejos realizados”.

“Se repentinamente alguém começar a ter pesadelos ou a ser perseguido


por aparições, passar a ver agourenta reunião de pássaros estranhos ou
perceber a ocorrência de vários fenômenos anormais ao redor de sua casa,
basta que essa pessoa ofereça vários objetos bonitos, feitos de finos materiais,
para que todos esses maus presságios desapareçam sem causar nenhum dano.
Aqueles que tiverem medo por causa de inundações, incêndios, calamidades
ou guerras, experiências próximas à morte ou animais selvagens como
elefantes, leões, tigres, lobos, ursos marrons, serpentes venenosas,
escorpiões, lacraias, centopeias, mosquitos e moscas picantes, quando
contemplarem o Buda com devoção e respeitosamente lhe fizerem oferendas,
verão que todos os temores desaparecerão. Caso o medo seja causado por
invasão realizada por outros países, rebeliões internas ou atividades de
bandidos e criminosos, a contemplação respeitosa do Buda aliviará esses
temores”.

“Mais ainda, Manjushri. Suponha que haja bons homens e mulheres de


pura fé que a te o momento da morte não tenham seguido o caminho de
nenhuma outra fé e tenham se refugiado no Buda, no Dharma e na Sangha e

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Sutra do Buda da Medicina Tathagata Radiância de Lápis-lazúli : Seus votos passados, méritos e virtudes

observado os vários conjuntos de preceitos, como os Cinco Preceitos, os Dez


Preceitos, os Quatrocentos Preceitos do Bodhisatva, os Duzentos e Cinquenta
Preceitos do Bhikshu e os Quinhentos Preceitos da Bhikshuni. Se acaso
violarem algum dos preceitos durante a prática e brotar neles o medo de
renascer em um dos três reinos inferiores, poderão garantir que tal não
acontecerá concentrando-se na contemplação dos nomes do Buda e fazendo
respeitosas oferendas”.

“Uma gestante em meio às dores do parto perderá todos os medos e


apreensões se recitar o nome do Buda como oferenda. Devido ao nascimento
tranquilo, o bebê terá a forma e as cinco faculdades perfeitas e completas. Seu
semblante será muito agradável e todos se deleitarão ao vê-lo. Essa criança
será inerentemente esperta, terá existência pacífica e irá enfrentar poucas
enfermidades. Nenhum ser não-humano conseguirá tomar a energia vital
dessa criança”.

Então dirigindo-se a Ananda, o Mundialmente Honrado disse:

– Reconheço todas as virtudes do Mundialmente Honrado Buda da


Medicina Tathagata Radiância de Lápis-lazúli. Esse estado virtuoso é
compartilhado por todos os Budas como resultado de sua profunda prática,
mas é de difícil compreensão para as pessoas comuns. E tu, Ananda, acreditas
nisso?

Ananda22 respondeu:

22 Ananda era primo de Buda e foi um devoto muito apegado a ele após ter entrado para a Ordem. No segundo ano de ministério
com Buda, ele se tornou seu acompanhante pessoal, o seguindo na maioria das suas peregrinações e sendo o interlocutor de muitos
dos seus diálogos.
Ele é o protagonista de um louvor feito por Buda pouco antes de morrer (Mahaparinibbana Sutta, Digha Nikaya 16); mas este é um
louvor de um homem gentil, generoso, preocupado com os outros e popular; não de um homem intelectual, versado na teoria e
prática do sistema budista de autocultura. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ananda_(disc%C3%Adpulo_de_Buda), Acesso em:
28/04/2018.

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Sutra do Buda da Medicina Tathagata Radiância de Lápis-lazúli : Seus votos passados, méritos e virtudes

– Mundialmente Honrado, quanto ao Sutra pronunciado pelo Buda, não


tenho dúvida nenhuma. E por quê? Porque todas as atividades provenientes
do corpo, da fala e da mente do Buda são totalmente puras. Podem o Sol e a
Lua cair do céu e a mais alta montanha desmoronar, mas as palavras de todos
os Budas não se alterarão. Mundialmente Honrado, existem muitos seres
ainda não dotados das raízes da fé. Depois de ouvir a exposição sobre o
estado profundo compartilhado por todos os Budas, esses questionam por
que benefícios tão extraordinários seriam desfrutados por alguém que
simplesmente tenha contemplado e recitado os nomes do Buda da Medicina
Tathagata Radiância de Lápis-lazúli. Em razão dessa falta de confiança,
chegam até a se engajar em calúnias. Consequentemente, permanecem na
interminável treva da ignorância, perdendo a oportunidade de receber
grandes benefícios e felicidade e caindo repetidamente nos vários mundos
inferiores.

O Buda disse a Ananda:

– Quanto a esses seres sencientes em particular, se ouvirem os nomes do


Mundialmente Honrado Buda da Medicina Tathagata Radiância de Lápis-
lazúli e os consagrarem sem dúvida ou hesitação, poderão despreocupar-se e
sequer pensar em cair para os planos inferiores de existência. Essa é a prática
extremamente profunda de todos os Budas, Ananda, embora para a maioria
seja difícil de acreditar e compreender. A sua própria compreensão disso,
Ananda, também pode ser creditada ao poder das práticas dos Budas. Todos
os shravakas, pratyeka-buddhas e bodhisatvas que ainda não ascenderam ao
primeiro dos dez estágios da evolução de bodhisatva ainda não são capazes de
compreender a verdadeira natureza desta prática. Apenas os bodhisatvas que

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Sutra do Buda da Medicina Tathagata Radiância de Lápis-lazúli : Seus votos passados, méritos e virtudes

se tornarão Budas na próxima vida já a entendem de fato. O nascimento em


forma humana é raro, Ananda. A fé na Joia Tríplice tampouco é fácil de ser
encontrada. Contudo, ainda mais difícil de alcançar é a oportunidade de ouvir
os nomes do Mundialmente Honrado Buda da Medicina Tathagata Radiância
de Lápis-lazúli, que praticou ilimitadas disciplinas espirituais de bodhisatva,
além de ter desenvolvido inumeráveis e maravilhosos meios hábeis e de ter
cumprido muitos votos grandiosos. Se eu fosse discorrer sobre as disciplinas,
os meios hábeis e os votos desse Buda, o tempo de um kalpa23 ou mais não
bastaria para descrevê-los completamente, porque são vastos e ilimitados.

Depois disso, o grandioso Bodhisatva do Auxílio Salvador levantou-se na


plateia. Despindo o ombro direito e apoiando o joelho direito no chão, uniu
as palmas das mãos e respeitosamente dirigiu-se ao Buda dizendo:

– Mundialmente Honrado grande e virtuoso, haverá muitos seres


sencientes aprisionados por sofrimentos e adversidades durante o Período do
Dharma Aparente. Passarão por longas fases de enfermidade, ficando cada vez
mais fracos e debilitados. Incapazes de comer e beber, seus lábios e garganta
ficarão ressecados. Para onde quer que olharem, verão apenas trevas e
exibirão todos os sintomas da morte iminente. Seus pais, familiares e amigos
se juntarão ao seu redor, gemendo e chorando. Contudo, sem notar a
preocupação de seus entes queridos, os moribundos estarão vendo o
mensageiro que se aproxima para levá-los à presença do Rei do Julgamento
do Inferno. Logo em seguida, eles se lembrarão claramente de seus atos, bons
e maus, e os registrarão em uma lista a ser entregue ao Rei do Julgamento do

23 Kalpa é uma palavra em sânscrito (कलप kalpa) que designa um aeon ou éon, ou um longo periodo de tempo na Cosmologia
hindu e na cosmologia budista. O conceito foi mencionado pela primeira vez no Mahabharata. A definição de kalpa é equivalente a
cerca de 4,32 bilhões de anos, encontrado nos Puranas mais especificamente no Vishnu Purana e Bhagavata Purana. Fonte:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Kalpa_(tempo), Acesso em: 28/04/2018.

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Sutra do Buda da Medicina Tathagata Radiância de Lápis-lazúli : Seus votos passados, méritos e virtudes

Inferno, que então os interrogará. Enfim, pesando suas boas e más ações, ele
dará a sentença adequada para a sua vida futura. Nesse momento, se os pais,
familiares e pessoas que assistem o doente se refugiarem no Mundialmente
Honrado Buda da Medicina Tathagata Radiância de Lápis-lazúli, solicitarem a
recitação deste sutra a muitos monges, acenderem sete fileiras de lamparinas,
pendurarem bandeirolas da longevidade de cinco cores ou realizarem práticas
semelhantes sem seu nome, a consciência do doente poderá voltar depois de
sete, 21, 35 ou 49 dias. Esse retorno será como o despertar depois de um
sonho. Após essa experiência, o doente se lembrará de todas as suas boas e
más ações, assim cômoda retribuição cármica, comprovando por si mesmo o
vínculo entre a causa e o efeito. A partir de então, não mais se envolverá com
atividades que criem carma negativo. Portanto, todos os bons homens e
mulheres de pura fé devem consagrar os nomes do Buda da Medicina
Tathagata Radiância de Lápis-lazúli e, de acordo com as possibilidades, fazer
a ele respeitosas oferendas.

Nesse momento, Ananda perguntou ao Bodhisatva do Auxílio Salvador:

– Como devem ser feitas as oferendas ao Buda? E ainda: no que diz


respeito às bandeirolas e lamparinas da longevidade, como devem ser
realizadas as atividades desse tipo?

O Bodhisatva do Auxílio Salvador respondeu então:

– Grande Virtuoso, se houver doentes buscando alívio para seu


sofrimento, aqueles que com eles se importam podem, em seu nome,
observar os Oito Preceitos por sete dias e sete noites. Na medida de suas
possibilidades, oferecerão alimentos, bebidas ou posses materiais aos
monges. Ao longo do dia, poderão reverenciar o Mundialmente Honrado

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Sutra do Buda da Medicina Tathagata Radiância de Lápis-lazúli : Seus votos passados, méritos e virtudes

Buda da Buda da Medicina Tathagata Radiância de Lápis-lazúli e fazer-lhe


oferendas, recitar este sutra 49 vezes e acender 49 lamparinas. Construir sete
imagens do Buda e colocar sete lamparinas na frente de cada uma. O brilho
de cada lamparina deve assemelhar-se-á grande circunferência de uma roda,
mantendo-se o brilho radiante durante 49 dias sem permitir que se apague.
Confeccionar as esplêndidas bandeirolas da longevidade de cinco cores, cada
qual forma por 49 seções de três dedos de comprimento. Além disso, podem
libertar 49 seres vivos de diferentes espécies. Graças a essas atividades, os
doentes recebem ajuda para vencer o perigo e o sofrimento e ficam livres da
ameaça de se tornar reféns de um espírito maligno.

Além disso, Ananda, se epidemias, invasões, rebeliões internas,


mudanças estranhas nas constelações, eclipses do Sol e da Lua, ventos e
chuvas extemporâneos, secas e outras calamidades surgirem em um país, seu
governante deve fazer surgir o coração e a mente da compaixão em todos os
seres sencientes e conceder indulto a todos que estiverem encarcerados. Com
relação ao que sugeri anteriormente sobre oferendas, eles também poderão
fazê-las ao Mundialmente Honrado Buda da Medicina Tathagata Radiância
de Lápis-lazúli em nome de todos os seres sencientes. As boas raízes e o
poder dos votos originais do Buda permitirão que aquele país volte
rapidamente a alcançar a paz e estabilidade. Os ventos e as chuvas chegarão
de acordo com as estações e a colheita será abundante. Todos os seres
sencientes ficarão livres de doenças e viverão felizes. Nessa nação, não haverá
mal ou violência. Yakshas, demônios, outros espíritos que maltratam os seres
sencientes e todos os fenômenos maléficos desaparecerão instantaneamente.
Pelo fato de realizar atividades para o bem da população, o governante

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Sutra do Buda da Medicina Tathagata Radiância de Lápis-lazúli : Seus votos passados, méritos e virtudes

permanecerá cheio de energia e desfrutará longa vida desprovida de


enfermidades, em perfeita tranquilidade.

“Ananda, se o rei, a rainha, as consortes do rei, o príncipe, os altos


escalões, primeiros-ministros, serventes do palácio, autoridades ou o povo
em geral estiver atingido por doenças ou outras dificuldades, será preciso
confeccionar bandeirolas da longevidade de cinco cores, acender as
lamparinas votivas. Deve-se liberar vários seres sencientes, espalhar flores
coloridas e queimar vários tipos de incenso. Assim, vão se recuperar das
enfermidades que sofreram e serão libertados de muitas dificuldades”.

Ananda voltou a dirigir uma pergunta ao Bodhisatva do Auxílio


Salvador:

– Bom homem, como é uma vida que já está prestes a acabar pode ter
sua duração estendida e ser beneficiada por essas diversas práticas?

O Bodhisatva do Auxílio Salvador respondeu:

– Grande Virtuoso, já não conheces os nove tipos de morte


desafortunada sobre os quais falou o Buda? Por isso recomendo que
confeccionem as bandeirolas da longevidade, acendam lamparinas e cultivem
as várias bênçãos e virtudes, para que ninguém tenha de passar por
sofrimento na vida.

Ananda indagou então:

– Quais são os nove tipos de morte desafortunada?

O Bodhisatva do Auxílio Salvador explicou:

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Sutra do Buda da Medicina Tathagata Radiância de Lápis-lazúli : Seus votos passados, méritos e virtudes

– Digamos, por exemplo, que haja seres sencientes sofrendo de doenças


sem gravidade, mas não disponham de médicos, remédios ou cuidados.
Mesmo que acabem por encontrar um médico, é-lhes receitado o
medicamento errado. Como a doença não é grave, não se espera que morram,
mas, infelizmente, morrem.

“Alguns desses seres, acreditando em práticas mágicas e heréticas


nocivas, procuram mestres maléficos que, com arrogância , fazem previsões
de catástrofes ou de sorte grande. Com base nisso, a vida deles se torna
instável e cheia de medo, enquanto seu coração e sua mente se voltam para a
direção errada. Inseguros, procuram métodos de adivinhação para prever os
desastres e abatem diferentes seres sencientes em rituais de sacrifício para
pedir bênção e a proteção de divindades e espíritos de montanhas e rios.
Apesar de almejarem prolongar sua vida, acabam descobrindo que isso não é
possível. Em razão de sua estupidez e confusão, seus pontos de vista são
invertidos e subsequentemente sofrem morte desafortunada. Renascem no
inferno sem esperança de liberação. Esse é o primeiro tipo de morte
desafortunada”.

“O segundo tipo é a execução prescrita pela aplicação das leis vigentes


em determinado país. O terceiro tipo resultado de um estilo de vida
complacente em que a pessoa caça por prazer, farreia, embebeda-se e entrega-
se a comportamento libertino e desregrado. Por essa futilidade sem limites,
sua morte advém mediante roubo de energia vital realizado por seres não-
humanos. Morrer queimado é o quarto tipo de morte desafortunada. O
quinto tipo é a morte por afogamento. Ser devorado por animais selvagens é
o sexto tipo. O sétimo tipo de morte desafortunada é pela queda de um

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Sutra do Buda da Medicina Tathagata Radiância de Lápis-lazúli : Seus votos passados, méritos e virtudes

precipício. O oitavo tipo é a morte causada por veneno, maldição,


encantamento ou por um morto-vivo. O nono tipo de morte desafortunada é
a causada por fome extrema que não encontra alívio. Essas são as mortes
desafortunadas sobre as quais o Buda falou brevemente. São nove os tipos
aqui mencionados, mas há muitos outros, sendo difícil listá-los todos”.

“Portanto, Ananda, cabe ao Rei do Julgamento do Inferno cuidar do


registro de boas e más ações. Seres sencientes que não respeitem seus pais ou
cometam uma das cinco violações, que prejudiquem ou caluniem a Joia
Tríplice, que infrinjam as leis de seu país ou transgridem os Cinco Preceitos
terão seus atos pesados e avaliados pelo Rei do Julgamento do Inferno, que
os punirá correspondentemente. É por isso que agora aconselho todos os
seres sencientes a acender lamparinas, confeccionar bandeirolas da
longevidade e cultivar méritos pela prática de libertar seres cativos para que
possam passar sem dificuldades pelo sofrimento e pela fadiga”.

“Participavam da assembleia, naquela ocasião, Doze Generais Yakshas.


Estavam presentes desde o início. Seus nomes eram:

Kumbhira, Vajra, Mihira, Andira,


Anila, Sandila, Indra, Pajra,
Makura, Sindura, Catura, e Vikarala.
Esses Doze Generais Yakshas, cada qual com seu séquito de sete mil
integrantes, elevaram a voz em louvor de Buda, dizendo:

– Finalmente! Em virtude das bênçãos do poder onisciente do Buda,


podemos agora ouvir os nomes do Mundialmente Honrado Buda da
Medicina Tathagata Radiância de Lápis-lazúli e deixar de temer os três
mundos inferiores. Nós, de comum acordo, nos refugiamos no Buda, no

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Sutra do Buda da Medicina Tathagata Radiância de Lápis-lazúli : Seus votos passados, méritos e virtudes

Dharma e na Sangha24 por toda a vida sob a forma atual. Juramos nos
responsabilizar por todos os seres sencientes e trabalhar pelo seu bem. Em
decorrência disso, haverá abundante paz e alegria. Seremos os protetores de
aldeias, vilas, cidades, países, florestas e de todos os lugares que conheçam
este sutra, assim como todos os seus habitantes que consagrem os nomes do
Buda da Medicina Tathagata Radiância de Lápis-lazúli e a eles façam
oferendas respeitosas. Todos encontraram alívio para seus sofrimentos e
aflições; e todos os desejos existentes serão realizados. Quem buscar alívio
para uma doença específica ou para uma situação particularmente difícil
deve simplesmente recitar este Sutra. Utilizando as bandeirolas de cinco
cores, façam um nó para cada um de nossos nomes. Depois de realizados
os seus desejos, poderão desatar os nós.

Naquele momento, o Mundialmente Honrado enalteceu os generais


yakshas, dizendo:

– Excelente! Muito bem! Vosso desejo de proteger todos os seres


sencientes e de lhes propiciar felicidade e paz é uma forma adequada de
expressar gratidão ao Buda da Medicina Tathagata Radiância de Lápis-lazúli.

Então, Ananda perguntou ao Buda:

– Mundialmente Honrado, de agora em diante, como devemos nos


referir a esta prática do Dharma e como preservá-la respeitosamente?

24 Sangha ou sanga[1] (em páli, saṅgha; em sânscrito, ससघ saṃgha) é uma palavra em páli ou sânscrito que pode ser traduzida
aproximadamente como "associação", "assembleia" ou "communidade" com um objetivo, visão ou propósito comuns, "ordem
religiosa".[2] Pode ser considerada de três formas:[3][4]
1. A comunidade monástica de discípulos do Buddha;[5]
2. Aqueles que atingiram algum estágio de iluminação (também Arya-Sangha);
3. Todos os seguidores do Buddha (menos comum);
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Sanga_(budismo), Acesso em: 28/04/2018.

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Sutra do Buda da Medicina Tathagata Radiância de Lápis-lazúli : Seus votos passados, méritos e virtudes

O Buda respondeu a Ananda, dizendo:

– Esta prática do Darma é chamada de “Memórias Virtudes e Votos


Originais do Buda da Medicina Tathagata Radiância de Lápis-lazúli”. Também
pode ter como denominação “Poderoso Mantra e Propósito Combinado dos
Doze Generais Yakshas para Beneficiar os Seres Sencientes”. Ou, ainda,
“Prática da Remoção de Todos os Obstáculos Cármicos”. Assim ela deve ser
chamada e preservada. Quando o Bhagavan terminou de pronunciar essas
palavras, a assembléia de bodhisatvas e mahasatvas, shravakas, reis e
respectivos súditos, brâmanes, leigos, nagas25, yakshas, gandharvas26, asuras27,

25 Naga (do sânscrito: नवग, nāga) é uma palavra em sânscrito e páli que designa um grupo de divindades da mitologia hindu e
budista. Normalmente têm a forma de uma enorme cobra-real, com uma ou várias cabeças.
No grande épico Hindu Mahabharata, os Nagas tendem a ser apresentados como seres negativos, perseguidos por Garuda, o homem-
pássaro, ou vítimas merecedoras de sacrifícios a deuses-serpente.
O termo Naga é muitas vezes ambíguo, pois pode também se referir, em determinados contextos, a uma das várias tribos ou etnias
humanas conhecidas como nāga e a certos a tipos de elefante e de cobra.
Um Naga feminino é um nagi ou nagini.[1]
26 Gandharva é a designação de seres celestiais das mitologias hindu e budista, que também é aplicada a cantores de música clássica
indiana especialmente talentosos.
No hinduísmo, os gandharvas são espíritos masculinos da natureza, maridos das apsarás, enquanto que no budismo são um tipo de
devas dos níveis mais inferiores. Em ambas as religiões são muito dotados para a música. Na lei hindu, um "casamento gandharva" é um
tipo matrimónio realizado por mútuo acordo e sem rituais formais.
27 No budismo, um asura (em sânscrito: अससर; em páli: अससरर) é um semideus, de certa forma equivalente a um titã,[1]
Devido às suas paixões, o renascimento como um asura é considerado um dos nascimentos tristes, juntamente com o renascimento
como um animal, uma preta (outro ser mitológico) ou uma criatura do Naraka (inferno ou purgatório). O estado dum asura reflete o
estado mental de um ser humano obcecado pelo ego, força e violência, constantemente procurando um pretexto para lutar, sempre
zangado com toda a gente e incapaz de manter a calma ou resolver problemas pacificamente.
Os seres podem ir para a forma de asura porque na sua forma humana tinham boas intenções mas cometeram más ações, como ferirem
ou prejudirarem outros.

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garudas28, kinnaras29, mahoragas30, seres humanos, não-humanos e todos ali


reunidos se rejubilou com o que ouvira e recebeu com fé tais ensinamentos e
práticas.

Namo Bhagavat Bhaishajyaguru Vaidurya Prabha Raja


Tathagata Arhat Samyaksambuddha Tadyatha
Om Bhaishgajye Bhaishgajye Bhaishajya Samudgate Svaha.
(Três vezes).

28 Garuda (em sânscrito: गरड ) é uma figura mitológica presente nos mitos do hinduísmo, originariamente uma águia. Pássaro solar
brilhante como o fogo, é a montaria do deus Vishnu, que é ele próprio de natureza solar. Garuda é Nagari, inimigo das serpentes ou
Nagantaka, destruidor de serpentes.
Sempre mostrado espantando cobras e simbolizando a luta sem fim entre o Bem e o Mal, Vida e Morte, os poderes celestiais contra as
preocupações terrenas. A força deste símbolo duplica quando em companhia de Vishnu.
É o emblema dos soberanos de raça solar e Naga o dos soberanos de raça lunar. Garuda é também a palavra alada, o triplo Veda, um
símbolo do verbo, ou seja, o mesmo que a águia representa na iconografia cristã.
Garuda possuía cabeça humana com bico e três olhos, asas, braços e pernas, e era inimiga das serpentes Nagas. Fonte:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Garuda, Acesso em: 28/04/2018.
29 Um kinnara é uma figura da mitologia budista e hindu, que é um amante e um músico celestial que na Índia é metade humano e
metade cavalo e no Sudeste Asiático é metade humano e metade ave. Nesta última região, os kinnaras (masculino) e as kinnaris são
duas das personagens mitológicas mais populares, seres benevolentes que se acredita terem vindo dos Himalaias e frequentemente
velam pelo bem estar dos humanos em tempos de tumulto ou de perigo. O seu carácter é descrito no Adi Parva do Mahabharata na
primeira pessoa:[1]
São também descritos em vários textos budismo, nomeadamente no Sutra do Lótus.
Na mitologia do Sudeste Asiático, as kinnaris são representadas como metade mulher e metade ave. São uma das muitas muitas
criaturas que habitam a mítica floresta Himavanta. Têm a cabela, torso e braços de mulher e asas, cauda e pernas de cisne. São
conhecidas pela sua dança, canções e poesia, e são um símbolo tradicional da beleza, graça e habilidade femininas. Fonte:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Kinnara, Acesso em: 28/04/2018.
30 Mahoragas - Mahoraga (रहबरग) .- Os mahoragas são um grupo de divindades categorizadas como pertencentes à classe vyantara
dos deuses (devas). Os vyantaras representam uma classe de deuses (devas) compreendendo oito grupos de deidades que vagam
pelos três mundos (adhaloka, madhyaloka e ūrdhvaloka).
ele Mahoragas tem aparência escura. A árvore Nāga é sua árvore Caitya.
De aparência enegrecida, eles têm ombros e pescoços magros e musculosos e são adornados com vários ornamentos e marcas de
pasta de sândalo. O Nāga é a marca em seus arautos. Fonte: https://www.wisdomlib.org/definition/mahoraga, Acesso em
28/04/2018.

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A prática do Buda da Medicina

O método da prática do Buda da Medicina foi ensinado por Guru


Rinpoche31 na coleção de ensinos chamado de “Tesouro de Jóia” (Terma32).

Foi ensinado para habilitar aqueles que praticavam a medicina a


diagnosticar e tratar os pacientes perfeitamente, particularmente em tempos
em que as cinco degenerações se faziam presentes.

31 Guru Rinpoche - O Guru Rinpoche (também conhecido por Padmasambhava, Pema Jungne ou Padmakara) pode ser visto
como o Buda do Tibete, pois é o fundador da escola Tibetana, ou tântrica, do Budismo. Para a tradição Tibetana ele foi uma
emanação do Buda Amitaba. A sua vinda foi prevista pelo Buda Shakyamuni, e sua vida foi repleta de fatos extraordinários, desde o
nascimento em uma flor de lótus, num corpo de um garoto de 8 anos, até manifestações múltiplas de si mesmo, ao mesmo tempo
em lugares diversos.
A história mágica de sua vida serve de inspiração, e os fatos espetaculares nos levam além dos conceitos de nome e forma, espaço e
tempo, vida e morte.
Yeshe Tsogyal foi sua consorte e discípula, escreveu sua biografia e relatou eventos paralelos a alguns da vida do Buda Shakyamuni.
Guru Rinpoche nasceu milagrosamente no Reino de Uddiyana, no Noroeste da atual India, algum tempo após o 'parinirvana' do Buda.
Deu ensinamentos por um longo período a sua consorte e diversos discípulos, deixando preciosas 'jóias' para todos os seres, incluindo
os 'termas', ensinamentos secretos e ocultos que estão atualmente sendo colhidos.
Fonte: https://sites.google.com/s/1w3kzaMwQ1A_0F2eiQyRsHSLBwFdy6Set/p/1ONjCuz4DSSpYKQnZTD3aePG9TLjkEajE/edit, Acesso
em: 28/04/2018.
32 Terma: Terma (tibetano: མ་ མ་, Wylie: gter ma; "tesouro escondido") [1] são várias formas de ensinamentos ocultos que são
fundamentais para as tradições religiosas vajrayana ou budista tibetana e bön. A crença é que esses ensinamentos foram
originalmente esotericamente ocultados por vários adeptos como Padmasambhava e dakini, como Yeshe Tsogyal (consortes)
durante o século VIII, para futuras descobertas em tempos auspiciosos por outros adeptos, que são conhecidos como tertöns.
Como tal, terma representa uma tradição de revelação contínua no Vajrayana ou no Budismo Tibetano. [1] Termas são parte da
literatura tântrica. Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Terma_(religion), Acesso em: 28/04/2018.

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Porque a pura sabedoria da mente onisciente, o dharmakaya33, segue


junto com a compaixão infinita aos seres, ela se manifestou em vários
aspectos para eliminar os diferentes obstáculos dos seres. Tais divindades
como o sete Budas da Medicina manifestaram-se até mesmo para pacificar os
obstáculos à realização da felicidade temporária, mas especialmente para a
realização da felicidade absoluta da iluminação plena. O sete Budas da
Medicina não só são muito poderosos na cura de doenças, mas também na
purificação tanto daqueles que estão vivos como dos que já faleceram.
A prática do Buda da Medicina pode purificar aqueles que já morreram e os
liberar do sofrimento. Também é poderosa por trazer sucesso às realizações
temporária e absoluta.

A razão porque que eles também trazem sucesso é que, no passado,


quando eram bodhisatvas que praticavam o caminho a iluminação,
prometeram e fizeram súplicas extensas para que se realizassem todas as
aspirações dos seres dos tempos degenerados, quando os ensinamentos do
Buda Shakyamuni estariam em declínio. Eles geraram uma aspiração muito
forte de se iluminarem por isso; esta era a motivação por terem meditado e
realizado o caminho. Por isso é importante suplicar diariamente ao Buda da

33 Dharmakaya: é um dos Trikaya


1. Dharmakaya: é a manifestação da verdade em forma absoluta, para além da necessidade de discriminação em conceitos.
Representa a verdade que está além da forma e da idéia. Corresponde à mente de Buda.
2. Sambhogakaya: é a manifestação da forma pura e perceptível aos grandes praticantes. Representa a verdade que é conhecida
pela forma e pela idéia. Corresponde à fala de Buda.
3. Nirmanakaya: é a mais concreta das manifestações, que adquire um corpo, aparecendo em benefício dos que são incapazes
de perceber o Sambhogakaya. Compreende as experiências sensíveis que envolve os elementos – terra, ar, água, fogo, espaço
– e as manifestações de formas compostas por esses elementos como os objetos e seres da natureza e mesmo as pessoas.
Representa todos os desejos e o desejo de conhecer a verdade, ou felicidade. Corresponde ao corpo de Buda.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Kaya_(budismo), Acesso em: 28/04/2018.

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Medicina, não só para a cura de doenças, mas também para o sucesso de


nossa prática do Dharma e outras atividades.

Como a palavra sagrada do Buda é irrevogável, nós podemos confiar no


poder dos Budas da Medicina de conceder rapidamente bênçãos aos seres
nestes tempos degenerados. Se nós suplicarmos aos Budas da Medicina,
poderemos rapidamente realizar tudo o que desejamos.

Somente ouvindo o nome do Buda da Medicina ou o mantra do Buda


da Medicina fecham-se as portas aos renascimento nos estados inferiores.
Não deveríamos ter nenhuma dúvida com respeito a estes benefícios.

O Buda Shakyamuni disse no Sutra do Buda da Medicina Tathagata


Radiância de Lápis-lazúli: “Ananda, você acredita na minha explicação das
qualidades deste Tathagata?” Ananda (Kungawo) respondeu, “Eu não duvido
de vossos ensinamentos, ó Bhagavan. Por que não? Porque as ações do corpo,
fala, e mente sagrados de um Tathagata sempre são puras e sem defeito.” O
Buda Shakyamuni aconselhou então, “Ananda, quem ouve o nome sagrado
deste Tathagata não entrará nos reinos maus de sofrimento dos seres
migratórios.”

Quando alguém está seriamente doente, são feitas práticas elaboradas de


meditação contendo os propósitos dedicados de cada um dos Budas da
Medicina. Diz-se comumente que este puja decide se a pessoa vive ou morre.
Ou se recupera imediatamente ou se morre, dentro de um ou dois dias, com
uma mente calma em lugar de vivenciar essa experiência com muita dor.

A prática do Buda da Medicina é muito poderosa. Ao mesmo tempo que


a prática do Buda da Medicina é muito efetiva em casos de doença séria,
também é feita em geral para trazer sucesso. É bom fazer um retiro do Buda

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da Medicina durante um ou dois meses. Praticando estes métodos, nós


podemos ganhar clarividência. Um sinal desta realização é que os pacientes
passam a ver você nos sonhos, e você diagnostica suas doenças. No dia
seguinte eles de fato vêm o ver e você pode prescrever o tratamento exato de
que eles precisam. Outro sinal é que quando você se concentrar no pulso do
paciente, você poderá reconhecer a doença imediatamente e prescrever o
tratamento correto. Também, quando você estiver examinando o pulso,
muitas deusas podem aparecer ao seu redor no espaço e podem lhe contar a
natureza da doença e seu tratamento.

Devido ao aumento das cinco degenerações, mudaram os meios de


diagnose das doenças e novas doenças surgiram. Os doutores têm
dificuldades de reconhecer as novas doenças e não sabem seu tratamento.
Estes padrões ocorrem da mesma maneira que Padmasambhava predisse. Na
presença do oito dos Budas da Medicina – quando falamos de oito, nós
estamos incluindo Buda Shakyamuni – Manjushri pediu, “Como vós
prometeste no passado, por favor conceda um mantra especial para trazer
sucesso rapidamente aos seres sencientes dos tempos degenerados, que tem
pequeno mérito e são subjugados por muitos sofrimentos, inclusive doenças
e espírito danosos. Que estes seres sencientes possam ver todos os Budas e
possam realizar todos seus desejos.” Juntos em uma só voz os oito Budas da
Medicina concederam o mantra em resposta ao pedido de Manjushri. Se nós
recitarmos o mantra do Buda da Medicina como uma prática diária, todos os
Budas e bodhisatvas prestarão atenção em nós, da mesma maneira que uma
mãe presta atenção à sua criança amada, e sempre nos guiará. Vajrapani, a
incorporação do poder de todos os Budas, dos quatro guardiães e de outros
protetores, sempre nos protege e nos guia. Isso também purifica todos os

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nossos karmas negativos e rapidamente pacifica as doenças e espíritos


danosos. Também traz sucesso. Tudo acontece exatamente de acordo com
nossos desejos.

Lama Thubten Zöpa Rinpotche

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Prática Muito Curta do Buda da Medicina

Lama Zopa Rinpoche


Esta prática pode ser feita para você ou você poderá fazê-la pelos outros (neste caso,
visualize o Buda da Medicina sobre a cabeça da pessoa doente).
Visualize o Buda da Medicina sobre a sua cabeça e enquanto recita o mantra, néctar sai
do coração do Buda da Medicina até você, purificando todos os seus karmas negativos, males
dos espíritos e todas as doenças, enquanto ao mesmo tempo o néctar traz todas as realizações
do caminho até a iluminação.
No final, é importante visualizar o mais fortemente possível que todas as suas
negatividades foram purificadas e eliminadas. O seu corpo fica muito claro e na natureza de
luz.
Depois, visualize que muitos Budas da Medicina de todo o espaço descem e são
absorvidos por você (ou pela pessoa doente). Concentre-se fortemente que você (e todos os
seres sencientes) foram inteiramente purificados.

Mantra Curto do Buda da Medicina:

TAYATA OM BEKANDZE BEKANDZE MAHA BEKANDZE RANDZE


SAMUNGATE SOHA

Mantra Longo do Buda da Medicina:

OM NAMO BHAGAWATE BEKANDZE / GURU BENDURYA / PRABHA


RANDZAYA / TATHAGATAYA / ARHATE SAMYAKSAM BUDDHAYA /
TAYATA OM BEKANDZE BEKANDZE MAHA BEKANDZE / RANDZE
SAMUNGATE SOHA

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Alguns conselhos recentes de Rinpoche sobre o Buda da Medicina:

Se você recitar o mantra do Buda da Medicina todos os dias, isso purificará o karma
negativo e o ajudará a nunca renascer nos reinos inferiores. O Buda da Medicina disse que
mesmo se um animal ouvir o mantra do Buda da Medicina, ele não renascerá nos reinos
inferiores.

Se você não purificar o karma negativo, você ainda terá que morrer, e por causa de
seu karma negativo, por ele ainda não ter sido purificado, você renascerá nos reinos
inferiores como um ser infernal, um fantasma faminto, ou um animal, e vez após vez, sem
fim, ainda terá de sofrer. Portanto, é necessário purificar o karma negativo agora. Se você
não suporta a doença agora, como conseguirá suportar os sofrimentos dos reinos
inferiores?

Especialmente por causa do tempo incrivelmente longo que os seres sofrem nos
reinos inferiores. É um bilhão de vezes mais sofrimentos do que todos os problemas
humanos reunidos.

O mantra do Buda da Medicina evita que você tenha que experimentar tudo isso.

Portanto, o mantra é muito mais precioso do que os céus cheios de ouro, diamantes
e joias que realizam desejos — toda essa riqueza nada significa porque não pode purificar
todos os karmas negativos. Mesmo se você tiver acumulado dívidas do tamanho dessa
riqueza, este mantra do Buda da Medicina é muito mais precioso porque deixa em sua
mente impressões de todo o caminho até a iluminação; ele ajuda-lhe a ter as realizações de
todo o caminho até a iluminação. Ele cessa todas as contaminações grosseiras e sutis e o
leva a alcançar a iluminação.

Além dos benefícios que você recebe por recitar o mantra, há também os benefícios
de meramente ouvir o mantra. Portanto, este mantra é muito mais precioso do que o céu
inteiro repleto de diamantes e joias infinitas.

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Com o mantra do Buda da Medicina você pode liberar os incontáveis seres


sencientes dos oceanos de sofrimento e levá-los até a iluminação. Portanto, eu repito,
recitar até mesmo um mantra ou ouvir um único mantra do Buda da Medicina é muito
mais precioso do que o céu repleto de ouro, diamantes, joias que realizam desejo e zilhões
de dólares.

Então, com plena confiança no Buda da Medicina você recita o mantra, sabendo que
o Buda da Medicina vai cuidar inteiramente de sua vida, curar você. Com plena confiança,
saiba que o Buda da Medicina está sempre com você, em seu coração, sobre a coroa de sua
cabeça, à sua frente. Não há um único segundo que o Buda da Medicina não o veja ou
tenha compaixão por você.

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Referências:
The Sutra of the Medicine Buddha,  Second edition International
Buddhist Monastic Institute, North Hills, CA, EUA.

https://dharmaemacao.wordpress.com/2015/02/22/a-pratica-do-buda-
da-medicina/ - Acesso em: 26/04/2018.

https://dharmaemacao.wordpress.com/2015/03/08/sutra-do-buda-da-
medicina/ - Acesso em: 26/04/2018.

Lama Zopa Rinpoche – Prática muito curta do Buda da Medicina,


Disponível em:
http://www.shiwalha.org.br/docs/PequenaPraticaDoBudaDaMedicinaParaD
oentes.pdf, acesso em: 28/04/2018.

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