Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Disciplina de
FUNDAMENTOS DA ÉTICA
Santa Helena/PR
2015-2
Ministério da Educação
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
Campus de Santa Helena
Professora Maristela Rosso Walker
REFERÊNCIAS
BARTUSCHA, Wolfgang. Espinosa. Artmed, 2010.
BROCHARD, Victor. Os Céticos Gregos. Odysseus Editora, 2009.
DELEUZE, Gilles. Espinosa: Filosofia Prática. Editora Escuta. 2008.
REFERÊNCIAS
PLATÃO. Gorgias. Tradução de Alfred Croiset, revisão, introdução e notas de Jean-François
Pradeau, Paris, Les Belles Lettres, 1997.
PLATÃO. Obras completas. Tradução, introdução e notas de MIGUEZ, ARAUJO, YAGÜE,
GIL, RICO, HUESCAR e SAMARANCH. Segunda edición - tercera reimpresión. Madrid,
Aguilar S.A. de Ediciones, 1977.
cada
A umanadessas
ética idade correntes durantesea defronta
contemporânea construção desse
com umablog.)
enorme variedade de tendências morais
derivadas do pluralismo cultural existente. Dentro de uma mesma sociedade encontramos
correntes morais diferentes, que se formam a partir dos juízos de valores recebidos por cada
sujeito em seu ciclo de convivência. A imparcialidade exigida da ética faz com que nenhuma
dessas “vertentes” morais seja aceita como a melhor tendência.
Às correntes da ética contemporânea cabe criticar e analisar os diferentes hábitos e costumes
existentes nos dias atuais para que cheguemos a um ponto comum a ser aceito.
Há também um novo desafio imposto aos estudiosos que se dedicam à ética: o fato de que o
comportamento dos homens nem sempre são guiados pelos seus juízos sobre o valor dos atos.
Além da parte irracional já aceita e levada em consideração por essas correntes, o conceito
deturpado de felicidade pode fazer com que as pessoas se distanciem das virtudes éticas, da
justa medida citada por Aristóteles em seus estudos.
A nova filosofia de vida e a ética de manipulação favorecem ao imediatismo, à criação de
cidadãos altamente manipuláveis e à superação do individual sobre o coletivo. Tudo é feito
em nome de uma falsa liberdade, que está se confundindo com o conceito de libertinagem.
Analisar esses fatos de acordo com cada uma das correntes da ética contemporânea é o
objetivo dessa página em nosso blog.
Iniciaremos então a nossa discussão nos referenciando no Existencialismo, que tem como
principais filósofos Kierkgaard e Sartre.
O filosofo Johnson, cita e explica algumas características objetivastes do “eu”, são elas:
1- O eu é racional, essencial – para o objetivismo moral o agente moral deve ser um tipo de
quase objeto com uma natureza determina, fixa, assim é considerado como tendo uma
natureza imutável que partilha com todas as outras criaturas de sua espécie.
2- O eu é não histórico – como a essência do agente moral não é modificada por condições
históricas o “eu” permanece fixo, independentemente da cultura e do tempo.
3- O eu é universal – pelo fato de possuirmos razão prática os agentes morais são todos iguais,
pois agir moralmente é considerado como um problema, pois temos que sair de nossas
particularidades e nos dar conta da natureza racional universal partilhada em virtude da qual
constituímos uma comunidade moral universal.
4 – O eu é bifurcado em razão e desejo – estabelece que o eu consiste em entendimento e
desejo, sendo distintos um do outro, porém a máquina da mente, por si mesma, nada quer, e o
desejo sem o auxílio do entendimento, nada pode ver. Essa dupla natureza é a verdadeira
força motivacional do ser, pois nos empurram e determinam os objetos de nossos apetites ou
aversões.
5- O eu é individual e atômico – define assim por entender as pessoas como fontes de seus
próprios fins, já que a racionalidade e a liberdade são inerentes, propriedades essenciais das
pessoas individuais.
A Ética dos Falantes (Antônio Rogério da Silva)
A ideia de uma ética fundada na comunicação é das mais srcinais da história da filosofia. Em
geral, procura-se estabelecer princípios morais sobre um bem maior que deva ser perseguido,
numa noção de justiça distributiva, em sentimentos especiais, na razão, ou mesmo em
interesses particulares comuns a cada indivíduo, mas nunca numa discussão entre as pessoas.
Todas teorias morais, com exceção do contratualismo – talvez –, estão centradas na
constituição física ou cognitiva de um ser racional, sendo, portanto, subjetivas.
Entretanto, a ética do Discurso tenta fornecer critérios que possam validar normas ou leis
morais, não no sujeito, mas na atividade comunicativa exercida por ele, diante de seus
semelhantes. Essa característica intersubjetiva traz consequências importantes para a estrutura
política da sociedade, ao mesmo tempo em que tenta resolver um problema de
comprometimento na realização das ações morais, sem apelar para considerações metafísicas
do sujeito. Esse tipo de ética avalia o regime democrático como único apto a fomentar leis a
partir de um acordo extraído do debate público. Os argumentos desenrolados por meio da
comunicação
suficiente paraproduziriam umparticipantes
levar todos os consenso, cujo esclarecimento
a agirem conforme omútuo teria
que fora força
aceito coercitiva
como válido
por cada um dos envolvidos.
O Conceito de Discurso
A formulação de Habermas para a ética do Discurso evita alguns problemas de justificação
que a postura "apriorista" e transcendental de Apel tem de enfrentar. Habermas assume uma
posição mais fraca quanto a essas pretensões, sendo, contudo, melhor montada e
esclarecedora. Motivo pelo qual ela é a referência que a maioria dos críticos e comentadores
tem em mente.
Discurso é definido como uma relação entre duas ou mais pessoas estabelecida através de
conversação argumentativa, onde cada parte está disposta a defender suas opiniões frente aos
demais. O aspecto intersubjetivo da troca de justificações é constitutivo dos acordos acerca
dos enunciados com pretensões de validade problematizadas. Dos agentes, exige-se que sejam
falantes competentes de uma linguagem natural comum. Os temas tratados são retirados do
pano de fundo do mundo vivido. Porém, isso não é tudo.
Os discursos visam atingir a verdade, ou correção, de uma descrição, ou norma, de forma
cooperativa. Podem ser divididos em dois planos distintos: o discurso teórico, sobre asserções
ou afirmações descritivas; e o discurso prático, sobre imperativos, leis ou normas. No discurso
teórico, está em jogo o valor de verdade de uma constatação acerca das coisas no mundo. Por
verdade, entende-se a pretensão de validade implicada com atos de fala constatativos, ou seja,
descrições que são fundamentadas por meio de frases. As questões sobre a verdade das
asserções envolvidas surgem em contextos de ação, que abrangem informações obtidas sobre
objetos empíricos. Quando as asserções se tornam problemáticas e já não se acham deduções
lógicas, nem evidências em experiências decisivas, contra ou a favor à descrição dos fatos, se
faz necessário estabelecer uma troca de informações, a fim de encontrar motivações racionais
(argumentos) para aceitação ou rejeição de sua validade. O consenso que resulta dessa
discussão deve ser determinado pelos argumentos apresentados, que estão relacionados a uma
realidade exterior à linguagem utilizada.
Assim, o discurso teórico constitui-se em um processo gradual de autorreflexão dos
participantes. As descrições problemáticas, para serem consideradas válidas, entram em uma
discussão onde se exige explicações sobre seus argumentos teóricos. Em seguida, verifica-se a
adequação desse argumento ao contexto linguístico. Por fim, um acordo deve surgir para que
uma fundamentação ocorra livremente. Em outras palavras, em um discurso teórico empírico,
as asserções com pretensões de validade controvertidas buscam a aprovação de todos os
ouvintes, que, por sua vez, podem exigir explicações acerca de suas causas ou motivos, no
caso de acontecimentos ou ações. Os níveis de argumentação pelos quais a discussão se
desenrola requerem, como regras de inferência indutiva, que haja uniformidade empírica ou
hipóteses sustentadas pelas observações, pesquisas ou experimentos. Destarte, se chega a uma
teoria consensual da verdade, pelo discurso argumentativo.
Uma vez que a argumentação seja considerada suficiente para tomadas de decisão motivadas
racionalmente, o discurso é capaz de rever a adequação dos próprios sistemas linguísticos
adotados – sejam teóricos ou práticos. Nesse exame, o discurso proporciona a conscientização
dos indivíduos em relação ao processo de formação do conhecimento e das normas, pois
permite o trânsito livre e simétrico dos participantes através dos diversos níveis discursivos,
com apresentação de propostas, demandas por fundamentos, troca de papéis entre falantes e
ouvintes, em um engajamento pelo entendimento mútuo, sem o emprego da coerção física.
A Formação Moral dos Falantes
As características formais, universais e cognitivas ficam evidentes depois da descrição
do modelo de discurso habermasiano. Entretanto, a constituição moral da pessoa gera alguns
obstáculos ao aspecto cognitivo da teoria. As pessoas introduzem as normas e apresentam as
razões que as motivam adotar aquelas normas consideradas moralmente válidas. Para tanto,
faz-se
passadonecessário que, além de umamoral,
por um desenvolvimento capacidade comunicativa
durante o processo internalizada, os sujeitos tenham
natural de amadurecimento que
transforma a criança em adulto.
Influências
As influências de Immanuel Kant (1724-1804) são óbvias, mas também percebe-se a
preocupação com a distinção feita por Georg W. F. Hegel (1770-1831) entre eticidade e
moralidade – aquela relacionada a valores subjetivos, contextuais e históricos, esta a regras e
sistemas de conduta gerais. De George Herbert Mead (1863-1931), vem a ideia de
comunicação como uma interação entre indivíduos capazes de adotar o ponto de vista do
outro. Charles Sanders Peirce (1839-1914) contribuiu com a noção de pragmatismo e
falibilismo da razão. Sigmund Freud (1856-1939) fornece o modelo terapêutico do discurso,
pronto a esclarecer as distorções do ouvinte. De Karl Marx (1818-1883), é tirada a visão de
um mundo dominado pelas lutas de poder. John Rawls (1921-2002) inspira, com sua
construção da "posição srcinal", a situação ideal de fala de Habermas. Ao passo que são
notadas influências de Ludwig Wittgenstein (1889-1951) e Martin Heidegger (1889-1976),
especialmente, em Apel, além de uma série de outros nomes omitidos aqui.
Problemas
A despeito de tantas influências ilustres, da acolhida mundial e sua intuitiva
plausibilidade, a ética do Discurso não está imune a críticas. Ernst Tugendhat ( Lições sobre
Ética, 1993) apontou uma circularidade nas pressuposições constitutivas da situação ideal de
fala, por causa de um forte conteúdo moral nas condições igualitárias requeridas dos falantes.
Assim, a moral que precisaria ser fundada pelo consenso já estaria embutida em todo
procedimento argumentativo, previamente.
Os problemas de aplicação foram levantados por Albrecht Wellmer (Ethik und Dialog/
Ética e Diálogo, 1986). A fundamentação última, pretensão de Apel, é atacada por Charles
Taylor (As Fontes do Eu , 1989), motivo pelo qual Habermas se vê forçado a admitir um certo
falibilismo para sua variante, que é mantida enquanto a condição humana for inalterada. As
mudanças feitas por Kohlberg em sua teoria, inclusão do nível transacional entre os estágio 4
e 5, devido às críticas feministas, como as de Carol Gilligan, e contra-exemplos empíricos
aumentam ainda mais a desconfiança na possibilidade de seres humanos ascenderem aos
últimos estágios pós-convencionais.
As transformações feitas, no intuito de responder aos críticos, acabaram gerando uma
teoria partida em duas, onde os problemas de fundamentação são abordados por um lado,
ficando os de aplicação a cargo de princípios ad hoc de adequação, segundo K. Günther, e
reguladores da "parte B" do discurso, de acordo com Apel. Não obstante, a passagem do
discurso ideal para o real continua sendo uma questão aberta, sem resolução fácil, que
mantém a ética do Discurso como um projeto a ser mais trabalhado por seus simpatizantes.
Bibliografia
APEL, K.-O. La Ética del Discurso como Ética de la Responsabilidad , in APEL, K.-O.,
DUSSEL, E. & FORNET-BETANCOURT, R. Fundamentación de la Ética y Filosofía de
la Liberación; trad. Luis F. Segura. – México, D.F.: Siglo XXI, 1992.
HABERMAS, J. Teoría de la Acción Comunicativa: Complementos y estudios
previos;trad. Manuel J. Redondo. – Madrid: Cátedra, 1994.
LIMA, J. P. Linguagem e Ação. – Lisboa: Apáginastantas, 1983.
SEARLE, J. Os Atos de Fala; trad. Carlos Vogt. – Coimbra: Almedina, 1981.
seres social
vida humanos. As normas
chamaram que regem
de politica . Pora isso,
vida pessoal chamaram
para eles, politica de ética e ética.
é sempre as queNão
presidem
existe,a
como entre nós, politica sem ética.
Esta ética racional é irrenunciável mas não recobre toda a vida humana, pois existem outras
dimensões que estão aquém da razão como a vida afetiva ou além como a estética e a
experiência espiritual.
A terceira fonte é o desejo. Somos seres, por essência, desejantes. O desejo possui uma
estrutura infinita. Não conhece limites e é indefinido por ser naturalmente difuso. Cabe ao ser
humano dar-lhe forma. Na maneira de realizar, limitar e direcionar o desejo, surgem normas e
valores. A ética do desejo se casa perfeitamente com a cultura moderna que surgiu do desejo
de conquistar o mundo. Ela ganhou uma forma particular no capitalismo no seu afã de realizar
todos os desejos. E o faz excitando de forma exacerbada todos os desejos. Pertence à
felicidade, a realização de desejos mas, atualmente, sem freios e controles, pode pôr em risco
a espécie e devastar o planeta. Precisamos incorporá-la em algo mais fundamental.
A quarta fonte é o cuidado, fundado na razão sensível e na sua expressão racional, a
responsabilidade. O cuidado está ligado essencialmente à vida, pois esta, sem o cuidado, não
persiste. Daidefine
Higino) que haver uma
o sertradição
humano filosófica que nos vemum
como essencialmente da ser
antiguidade (a fábula-mito
de cuidado. 220 de
A ética do cuidado
protege, potencia, preserva, cura e previne. Por sua natureza não é agressiva e quando
intervém na realidade o faz tomando em consideração as consequências benéficas ou
maléficas da intervenção. Vale dizer, se responsabiliza por todas as ações humanas. Cuidado e
responsabilidade andam sempre juntos.
Essa ética é hoje imperativa. O planeta, a natureza, a humanidade, os povos, o mundo da vida
(Lebenswelt) estão demandando cuidado e responsabilidade. Se não transformarmos estas
atitudes em valores normativos dificilmente evitaremos catástrofes em todos os níveis. Os
problemas do aquecimento global e o complexo das varias crises, só serão equacionados no
espírito de uma ética do cuidado e da responsabilidade coletiva. É a ética da nova era.
A ética do cuidado não invalida as demais éticas mas as obriga a servir à causa maior que é a
salvaguarda da vida e a preservação da Casa Comum para que continue habitável.
A justificação de proposições práticas
Como é que se justifica a linguagem ética? Como é possível a linguagem ética, afinal? Como
é que proposições práticas --sendo estruturadas e identificadas como tais-- tacitamente
exprimem uma relação determinável entre conceitos de ordem ética? Como podemos exprimir
o dever-ser com Rechtfertigung? Questões como estas não nos remeteriam a "condições de
verdade" (truth conditions) mas a "condições de justificação" ( justification conditions,
assertability conditions) que nos permitam dizer tal coisa em tal situação que qualificamos
como "ética". A epígrafe do chamado "segundo" Wittgenstein lembra-nos, com efeito, que
não seria questão aqui de reconstruir uma lógica de correspodência entre "fatos" ( Tatsachen) e
"proposições" (Sätze) de ordem ética. Afinal, de acordo com o Tractatus, não pode haver
proposições na ética (Darum kann es auch keine Sätze der Ethik geben, 6.42), pois a ética
ocupa-se não de fatos mas de valores, em particular, do valor absoluto associado à boa
vontade. A rejeição do logicismo da concepção da linguagem do Tractatus pelo autor das
Investigações é, neste sentido, um tanto instrutiva. Apesar de não ater-nos ao problema da
"linguagem privada" ou à concepção wittgensteiniana de "jogos de linguagem", introduzimos
o problema do presente ensaio em termos de suas dimensões lógico-filosóficas a fim de
enfocar a concepção de ética, em Kant e Hegel, em função de seus pressupostos conceituais
ao nível mesmo da fundamentação e da justificação de juízos morais. Ora, a questão da
justificação --tanto em Kant quanto em Hegel-- parece ser eclipsada pelo próprio princípio da
autonomia da razão prática, na medida em que a determinação de ações sobressai à
determinação de juízos. O problema da fundamentação da ética será, portanto, elaborado neste
capítulo a partir de deslocamentos semânticos que se operam dentro do próprio movimento
conhecido como "o idealismo alemão". Trata-se de investigar como a questão "o que é ética?"
pode ser reformulada hoje, graças às suas formulações normativas em Kant e Hegel. Partindo
da formulação da moralidade em Kant, fundada numa concepção de razão prática que
possibilita e se distingue do uso teórico da razão, procurar-se-á problematizar a solução
dialética proposta pela eticidade em Hegel, na sua tentativa de resgatar a unidade entre o
sujeito e o objeto, supostamente perdida na oposição kantiana entre uso teórico e uso prático
da Vernunft, entre o fundamento lógico-transcendental e a justificação ético-prática.
Estaremos lidando, assim, com duas concepções diferentes – embora aparentadas – da
racionalidade do agir humano.
Trata-se de revermos a fundamentação normativa da ética em Kant e Hegel, partindo da
leitura de um artigo de Jean-François Kervegan, de forma a contrastar o modelo kantiano de
fundamentação moral do político com o seu homólogo hegeliano, que visa a justificar o ético
em termos políticos através de uma concepção historicizada da subjetividade moderna. É com
o intuito de responder a algumas questões suscitadas nesse artigo que nos propomos a
reexaminar conceitos-chave da ética e da filosofia política em Kant e Hegel a fim de melhor
compreender o atual debate sobre a fundamentação e a justificação das proposições práticas.
Com efeito,) aque
(Sittlichkeit crítica de Hegelopõe
o primeiro a Kant, mais"moralidade"
a uma precisamente abstrata
a concepção concreta
( Moralität de segundo,
) no "eticidade"já
havia sido retomada e problematizada por outros autores contemporâneos, tais como Dieter
Henrich, Jürgen Habermas e Ernst Tugendhat, com o mesmo intuito específico de enfocar o
problema da fundamentação de proposições práticas.[4] A srcinalidade do ensaio de
Kervegan consiste, entretanto, em haver enfocado o aspecto fundamental desta problemática
enquanto princípio comum aos dois filósofos, a saber, o princípio da autonomia da vontade
racional ao nível da determinação da ação e de sua justificação. Ao mostrar os lugares comuns
e os pontos de divergência em ambos, Kervegan logra enfatizar a afinidade existente entre
uma fundamentação transcendental da filosofia prática em Kant e a dialética hegeliana que
visa superá-la (aufheben) pela objetivação histórica da ação moral. Hegel é redescoberto aqui
como "anti-kantiano" que desvela, pela própria negatividade de sua filosofia, o caráter
essencialmente "kantiano" do seu idealismo especulativo --o ato livre da auto fundamentação.
Sem negar a importância da leitura que faz da crítica de Hegel a Kant, pode-se demonstrar
que a problemática enunciada por Kervegan carece de um questionamento mais aprofundado
ao nível mesmo da sua fundamentação ético-filosófica. De maneira mais específica, o autor
parece apropriar-se da crítica de Hegel a Kant sem explorar os pressupostos filosóficos que
distinguem os dois projetos de fundamentação, sobretudo no que diz respeito ao uso de
termos lógico-transcendentais que Hegel apropria de Kant.
Sem dúvida, é somente com Hegel e a partir de seus críticos que as concepções modernas de
autoconsciência e autodeterminação podem ser concretamente formuladas, sendo histórica e
politicamente concebidas no engendramento e na sedimentação de valores morais através das
institutições sociais. Mas foi graças à revolução antropocêntrica operada pela filosofia prática
de Kant que a antropogênese hegeliana veio corroborar uma concepção doethos moderno
baseado na autonomia da liberdade humana e não na mera busca individual da felicidade.
Assim como o idealismo alemão fez do conceito da liberdade "a ideia central de toda
filosofia", como assinala Denis Rosenfield, foi Hegel quem elaborou uma concepção da
história enquanto "lugar de realização do Espírito", tanto para o êxito das figuras da liberdade
como para o "processo de figuração negativa da liberdade, ele mesmo constitutivo de seu
ser". Como lemos numa adição de Ganz ao texto de Hegel, "o princípio do mundo moderno é
a liberdade da subjetividade, o princípio de que todos os aspectos essenciais presentes na
totalidade espiritual alcancem o que é seu por direito, no seu desenvolvimento". Proponho-me
a mostrar ao longo deste paper que a concepção de uma eticidade que se revela objetiva pela
efetivação do princípio de subjetividade na constituição do Estado moderno deve pressupor,
antes de mais nada, que a lógica de fundamentação kantiana seja "realizável", no sentido de
sua efetividade [Wirklichkeit]. Assim, o problema maior de um formalismo que enuncia o
imperativo categórico não reside tanto no que é enunciado quanto na sua forma, isto é, na sua
formulação proposicional de fundamentação. Esta será, de resto, a tese central deste ensaio
que, para fins didáticos, foi dividido em três seções correspondentes aos três tópicos
anunciados no título, a saber, a moralidade em Kant, a eticidade em Hegel e a fundamentação
da ética.
A fundamentação moral do político em Kant
"O princípio fundador do idealismo alemão é o da independência e da autonomia da
razão".(PFE 33) Assim inicia Kervegan o seu rapprochement filosófico entre Kant e Hegel,
assinalando, logo de saída, o acordo assertivo do segundo em relação ao primeiro. Kervegan
remete-nos a lembrar-nos que, por um lado, o princípio da autonomia revela-se fundador
apenas no uso prático da razão, e por outro lado, o interesse fundamental da razão é
eminentemente prático. Contrastando com a análise kantiana que distingue os usos da razão, a
síntese hegeliana visa "reconciliar o interesse teórico e o interesse prático na unidade
especulativa da razão dialética".(PFE 33) É mister verificar como se justifica, no campo
prático-ético, tal princípio idealista da autonomia racional. Antes de aprofundar um exame da
crítica de Hegel a Kant, os dois aspectos que, paradoxalmente, aproximam e afastam os
projetos éticos
A ideia de umados dois filósofos podem
autodeterminação ser assim
racional resumidos.
da ética aparece como o ponto de convergência
entre Kant e Hegel, em oposição a concepções tradicionais que privilegiavam os fins da ação,
tomados empiricamente ou concebidos materialmente numa proposta de fundamentação
moral. Segundo Kant, o filósofo crítico não pode servir-se de "princípios empíricos" para
fundamentar sua doutrina moral (Sittenlehre) nem poderia ainda "pôr como fundamento
nenhuma intuição (de um puro número)", mas pode legitimamente acrescentar à "vontade
empiricamente afetada" a "lei moral". Apesar de não explicitar a questão da unidade
sistemática das três Críticas, Kervegan parece compartilhar uma "solução teleológica" na
leitura que faz dos §§ 76 e 77 da terceira Crítica.(PFE 38-40)[7] Em todo caso, a distinção
kantiana entre Verstand e Vernunft enquanto faculdades superiores do conhecimento,
invocada na KrV no campo teórico da primeira (natureza), deveria ser também pressuposta no
campo prático da liberdade, pela qual se articula o uso prático da razão pura. A lei moral pura
aparece, portanto, como o genuíno móbil da razão pura prática. Kervegan apenas menciona o
imperativo categórico como fórmula que "ilustra" o princípio de autonomia, quando na
verdade a KpV (§ 7) o apresenta como "lei fundamental da razão pura prática" [ Grundgesetz
der reinen praktischen Vernunft]:
"A regra prática é, pois, incondicionada, por conseguinte, apresentada a priori como
uma proposição categoricamente prática, mediante a qual a vontade é de um modo
absoluto e imediato objetivamente determinada (pela própria regra prática, que aqui
constitui, pois, uma lei). (...) A vontade é concebida como independente de condições
empíricas,
lei por conseguinte,
, e este princípio como vontade
de determinação é vistopura
como a condi-çãopela
determinada simplesdeforma
suprema todas da
as
máximas".(KpV 55/trad. 42-3)
A fim de reconstituir a problemática da fundamentação tal como ela aparece em Kant,
recapitulemos os três problemas seguintes, unindo as três grandes questões da filosofia moral
kantiana:
1. A primeira questão é de saber se há um princípio supremo da moralidade, se pode ser
conhecido, e como pode ser estabelecido. Trata-se portanto do primeiro problema da
fundamentação. Na Nota Final da Fundamentação (GMS III Schlussanmerkung), Kant
observa que o "uso especulativo da razão (Vernunft), com respeito à natureza, conduz à
absoluta necessidade de qualquer causa suprema do mundo; o uso prático da razão, com
respeito à liberdade, conduz também a uma necessidade absoluta, mas somente das leis das
ações de um ser racional (eines vernünftigen Wesens) como tal". O problema consiste em
conciliar liberdade empírica e liberdade transcendental, liberdade negativa e liberdade
positiva.
2. A segunda questão é a de justificar este princípio. No oitavo parágrafo da segunda Crítica,
Kant rechaça toda
materialmente tentativa
a razão teleológica
prática, (p. ex.,
estando todas eudaimonistas
as leis e utilitaristas)
morais e deveres de fundamentar
a ela conformes única e
exclusivamente fundadas no princípio supremo formal da autonomia da vontade. O problema
é de saber se podemos ou não manter, hoje, o argumento kantiano da fundamentação formal
da razão prática.
3. Finalmente, temos a questão de passarmos do princípio fundamental da moral a uma
metafísica dos costumes. A questão do reino dos fins (3a. versão do imperativo categórico, na
GMS), e suas implicações políticas e teleológicas, é retomada no escrito sobre a "Idéia de
uma História Universal". Assim, lemos na Proposição 4, "O meio de que a natureza se serve
para realizar o desenvolvimento de todas as suas disposições [i.e., do homem] é o
antagonismo das mesmas na sociedade, na medida em que ele se torna ao fim a causa de uma
ordem regulada por leis desta sociedade." Assumindo que Kant considerava o contrato social
como uma ideia a priori da razão prática pura, como é que a insociável sociabilidade que
caracteriza a saída do estado de natureza à sociedade civil, possibilita efetivamente o
progresso social que realiza na história o fato moral? Tratar-se-ia portanto de reconhecer tal
lei fundamental como "proposição sintética a priori", cuja consciência Kant denomina "fato
da razão" [Faktum der Vernunft], anterior à própria consciência da liberdade, e cuja
universalidade e necessidade --exigidas por uma lei válida para todos seres racionais, dotados
de uma vontade-- a constituem como "princípio da moralidade"
REFERÊNCIAS
BOFF, Leonardo. Saber cuidar. Ética do humano, compaixão pela terra, Rj, Vozes. 2010.
REFERÊNCIAS
PORTAL EDUCAÇÃO: Ahttp://www.portaleducacao.com.br/administracao/artigos/43087/a-
diferenca-entre-moral-e#ixzz3RU6TWQLv
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. 3ª ed. Trad. Mário da Gama Cury. Brasília:
Universidade de Brasília, 1992.
KORTE, Gustavo. Iniciação à Ética. São Paulo: Juarez Oliveira, 1999.
Juízos
Alguns de valor e seus
argumentam que contextos
a objetividade verdadeira é impossível, e que mesmo as mais
rigorosas análises racionais fundamentam-se no conjunto dos valores aceitos no curso da
análise. Consequentemente, todas as conclusões são necessariamente juízos de valor (e logo,
talvez suspeitas). De fato, por todas as conclusões numa única categoria nada faz para
distinguir entre elas e é, portanto, um descritor inútil exceto como um dispositivo retórico
pensado para desacreditar uma posição através dum apelo a autoridade.
Julgar das coisas - O homem, por meio do seu intelecto e sua experiência, ou seja, das
formas de conhecer, forma juízos acerca da realidade, acerca das coisas. Julgar de algo é, ou
formar um juízo equivale a simplesmente afirmar, negar, juntar, separar propriedades de um
objeto.
Juízo de fato
Fonte: Web
…são aqueles que dizem que algo é ou existe, e que dizem o que as coisas são, como são e
por que são (CHAUI). Em outras palavras, juízos de fato são proposições que formamos com
base no material da realidade, ou seja, coisas que julgamos a respeito do que está posto ao
nosso redor, das coisas que existem, dos objetos materiais.
EX: O aço é um metal; / O hidrogênio é um elemento químico; / O revólver é uma arma. / O
panela é um utensílio doméstico. / O caderno tem folhas.
Juízos de valor
Fonte: Web
…são normativos e se referem ao que algo deve ser; Como devem ser os bons sentimentos, as
boas intenções, as boas ações, os nossos comportamentos decisões, etc . (Adaptado –
CHAUI). Neste caso, os juízos de valor não tratam de objetos materiais, mas sim de questões
relacionadas
como deve seràs ações
o bemhumanas, ou seja,
proceder a questõesMas
das pessoas. morais
elese não
éticas.
se São reflexões
limitam acerca dedo
às questões
comportamento humano, pois podem referir-se também a objetos materiais, no entanto, o
juízo tem um caráter diferente, veja o exemplo:
O oxigênio é bom; Ora, nós sabemos muitas coisas a respeito do hidrogênio, que ele é um
elemento químico, que pode ser encontrado na água, entre outras coisas, mas se ele é bom não
sabemos. Não se pode afirmar com certeza se ele é algo bom sem depender das circunstancias
e mesmo assim, a bondade em si não será uma propriedade do oxigênio.
Distinguir juízos de valor de juízos de fato: Quando descrevemos algo que aconteceu sem
qualquer interpretação ou apreciação por parte do sujeito, isto é, quando fazemos descrições
neutras e impessoais de acontecimentos reais naquilo que eles são em si mesmos, estamos a
emitir juízos de facto. Estes juízos referem-se a algo que existe e que pode ser verificado.
Têm valor de verdade e este em nada depende daquilo que pensa a pessoa que o faz. Se
descrevem corretamente a realidade e os factos em questão, são verdadeiros. Caso contrário,
são falsos. E a sua veracidade ou falsidade é objetiva, ou seja, é indiferente da perspectiva do
sujeito. A função básica destes juízos é fornecer informação.
Quando fazemos apreciações de acontecimentos, manifestando as nossas preferências, ou
seja, expressando uma avaliação acerca de certos aspectos da realidade, emitimos juízos de
valor. Estas interpretações feitas por parte do sujeito são parciais, isto é, cada pessoa tem a
sua, sendo cada uma delas parte de um todo; são relativas, o que quer dizer que se definem
por comparação com algo que é desejável ou digno de estima; e também são subjectivas, pois
diferem de pessoa para pessoa. Estes juízos são discutíveis uma vez que as suas avaliações
diferem de pessoa para pessoa, traduzindo, desta forma, opções de natureza efectiva e
emotiva. A função básica destes juízos é influenciar o comportamento dos outros e mostrar-
lhes como devem olhar para a realidade, o que significa que, pelo menos em parte, são
normativos.
Esclarecer a questão dos critérios valorativos (problema de natureza dos valores).
A questão dos critérios valorativos consiste em saber se ao fazer uma avaliação apresentamos
apenas as nossas emoções ou afirmamos algo que é objectivamente verdadeiro ou falso, ou
seja, consiste em saber se a nossa avaliação se baseia apenas nos factos ou se as nossas
crenças e emoções interferem nesta nossa avaliação.
A diferença entre os juízos de valor
Para Max Weber o juízo de valor é o ponto de partida da ação, existem juízos de valor
diferentes determinados pela razão ou pela emoção, cada individuo tem sua particularidade e
é necessário saber respeitar as particularidades de cada um. Pois o que é certo pra mim para o
outro pode ser errado e vice-versa, cada um tem uma maneira de enxergar o mundo, cada um
tem o seu juízo de valor.
REFERÊNCIAS
SCRIVEN, Michael. Philosophy of Science Association PSA: Boston studies. In The
philosophy of science, v. 20. Boston: Dordrecht:Reidel, 1974. p. p. 219 ff. ISBN 9027704082
REFERÊNCIAS
ADORNO, T. W. La educación después de Auschwitz. Conferencia propalada por la Radio
de Hesse en 18 de abril de 1966; se publicó en Znm Bildungsbegriffdes Gegemvart, Frankfort,
1967, pág. 111 Y sigs.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, G. Moralidade e racionalidade na teoria moral kantiana . Porto Alegre:
UFRGS/ Goethe/ CBA, 1992, p. 94. 1996.
(...) pois,
inútil segundo
afirmar essa lei,
a minha não poderia
vontade quantohaver propriamente
a minhas futuras promessa alguma,
ações, pois já que seria
as pessoas não
acreditariam em meu fingimento, ou, se precipitadamente o fizessem, pagar-me-iam na
mesma moeda. Portanto, a minha máxima, uma vez arvorada em lei universal, destruir-se-ia a
si mesma necessariamente (Kant, FMC, 2004, p.31).
Desse modo, cada sujeito, tem um alarme acionado na sua consciência moral (com a razão
pura prática funcionando), que evidencia essa contradição, alertando que essa ação deve ser
refutada, visto que essa ação não pode servir para todos. Assim, consultando a razão pura
prática (como deveria alguém agir na minha situação?), constataremos que se todos se
utilizassem dessa ação, o mundo seria um verdadeiro caos.
O imperativo categórico em Kant é uma forma a priori, pura, independente do útil ou
prejudicial. É uma escolha voluntária racional, por finalidade e não causalidade. Superam-se
os interesses e impõe-se o ser moral, o dever. O dever é o princípio supremo de toda a
moralidade (moral deontológica). Dessa forma uma ação é certa quando realizada por um
sentimento de dever. A razão é a condição a priori da vontade, por isso independe da
experiência.
Diferenças entre os imperativos
Todos os imperativos ordenam, e são fórmulas para exprimir as relações entre as leis
objetivas do querer em geral, e a discordância subjetiva da vontade humana.
Imperativo é hipotético: no caso de a ação ser apenas boa como meio para qualquer outra
coisa, ou seja, em vista de algum propósito possível ou real.
A habilidade na escolha dos meios para atingir o maior bem-estar próprio pode-se chamar
sagacidade. Por exemplo, a escolha dos meios para alcançar a própria felicidade (não é um
ideal da razão, mas da imaginação), continua sendo um imperativo hipotético (considerados
mais como conselhos).
Imperativo Categórico: não é limitado a nenhuma condição, é um mandamento absoluto
(necessário), vale como princípio apodíctico-prático (da razão).
Segue-se que somente o imperativo categórico equivale a uma lei prática, e os outros
imperativos podem ser denominados de princípios da vontade, mas não leis. Pois, conforme
nos diz Kant “o mandamento incondicional não deixa à vontade nenhum arbí trio acerca do
que ordena, só ele tendo, portanto, em si, aquela necessidade que exigimos na lei” (FMC,
2004, p. 50).
A liberdade humana é o fundamento de nossas ações e princípios de vida, fazendo parte
essencial na prática moral.
Não havendo determinação imediata da razão, no valor moral da ação, o próprio conceito de
razão prática é questionável. Pois, se ela não é imediata, não é pura, admitindo inclinações.
Para que as leis existam, a vontade deve estar fundada na razão, do contrário só teremos
princípios práticos baseados na subjetividade.
REFERÊNCIAS
KANT, Immanuel. Fundamentação da Metafísica dos Costumes e Outros Escritos. São
Paulo: Martin Claret: 2004.
REFERÊNCIAS
SARTRE, Jean-Paul. As Palavras. Tradução de J. Guinsburg. 2.ed. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 2005. ISBN 85-209-1072-6
REFERÊNCIAS
HABERMAS, Jurgen. Strukturwandel der Offentlichkeit. Berlin, 1975.
Elaborar uma RESENHA de no máximo uma página a respeito do tema da aula de hoje.
Ministério da Educação
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
Campus de Santa Helena
Professora Maristela Rosso Walker
REFERÊNCIAS
COHEN, C. O incesto um desejo. São Paulo, Casa do Psicólogo,1993.
COHEN, C. Entre o belo narciso e o amor humano. In. Rev. Ide, Sociedade Brasileira de
Psicanálise de São Paulo, 1998.