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UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UVA

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA – CCET


BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

LYARA BARROS ROCHA

ESTUDO DE PILAR DE CONCRETO ARMADO SOB FLEXÃO COMPOSTA


NORMAL

SOBRAL
2017
LYARA BARROS ROCHA

ESTUDO DE PILAR DE CONCRETO ARMADO SOB FLEXÃO COMPOSTA


NORMAL

Monografia apresentada à Universidade Estadual Vale


do Acaraú – UVA, como requisito parcial para a
obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil,
sob a orientação do Prof. Dr. Ricardo José Carvalho
Silva.

SOBRAL
2017
Monografia apresentada como requisito necessário para obtenção do título de Bacharel em
Engenharia Civil. Qualquer citação atenderá às normas da ética científica.

_________________________________________________
Lyara Barros Rocha

Monografia aprovada em ____/____/____

_________________________________________________
Orientador Prof. Dr. Ricardo José Carvalho Silva

_________________________________________________
1º Examinador (a): Profª. Ma. Aldecira Gadelha Diógenes

_________________________________________________
2º Examinador (a): Prof. Me. Mauro Cézar Nogueira

_________________________________________________
Coordenador do Curso: Prof. Me. Caio Sander Andrade Portella
AGRADECIMENTOS

Primeiramente à Deus pelo dom da vida e pela certeza de que nada passa
despercebido diante de teus olhos, pela graça de nos orientar sempre no melhor caminho.

Aos meus pais, Norma e Luciano, que me apoiaram e ajudaram durante todo o curso
com amor e incentivos. Cada um na sua maneira sempre impulsionando para que pudesse
atingir meus objetivos e tornar a pessoa que sou hoje.

Aos meus irmãos, Lucas e Lucynara, por estarem sempre ao meu lado incentivando
nas conquistas de meus sonhos e por serem exemplos em minha vida.

Aos meus avós por sempre me apoiarem, educarem, e ajudarem na minha formação.
Por através de seu carinho, afeto, sabedoria e experiência, ensinarem valorizar a vida e,
sobretudo, a família.

Aos amigos que me acompanham desde o ensino fundamental e médio.

Aos amigos que conquistei durante a faculdade, os quais me acompanharam e


ajudaram durante a vida acadêmica.

Aos meus professores que passaram seus conhecimentos e experiências profissionais


durante minha vida, sendo verdadeiros exemplos de profissionalismo, dedicação,
comprometimento e paixão. Muito obrigada por serem também amigos, e muitas vezes serem
como pais e mães, nos guiando sempre no melhor caminho. Agradeço aqueles que
contribuíram na minha formação escolar, em especial a tia Vanda, professora Maria José,
professores Dario Calçada, Anaílton Sotero, Marcos Carvalho, Aurélio Freitas, Hélcio
Carvalho e João Ernesto. Agradecer também aos que me acompanharam na vida acadêmica,
em especial aos professores Luís Henrique, Ricardo Carvalho, Vanda Tereza, Cinthia
Marques, Aldecira Gadelha, Mauro Cezar e Augusto Azevedo.

Ao meu professor e orientador, Ricardo Carvalho, por repassar seus conhecimentos


sempre auxiliando e norteando para que fosse possível a realização deste trabalho.

Aos amigos do GEM (Grupo de Pesquisas em Estruturas e Materiais) pelo apoio na


confecção e ensaio dos pilares.

Á construtora Caltech Engenharia pelo custeio da mão de obra empregado na


confecção dos pilares.

Á todos aqueles que contribuíram para minha formação profissional.


RESUMO

Os pilares são os elementos mais importante do conjunto estrutural, pois são responsáveis
pela sustentação das forças provenientes de vigas, lajes, e por transmitir essas cargas às
fundações. Muitos são os problemas de ruínas estruturais por falha de projeto ou execução
devido à complexidade do cálculo de pilares, evidenciando assim a importância do
conhecimento comportamental destes. O presente trabalho trata de um estudo experimental
e teórico de pilares de concreto armado submetido à flexão composta normal, onde a principal
variável do estudo foi a excentricidade da força aplicada. Os cinco pilares ensaiados possuíam
mesma altura, 500 mm, e mesma seção transversal, 100 mm x 100 mm. A resistência do
concreto utilizado foi de 24,95 MPa, sendo a taxa de armadura 2,01%. A etapa experimental
deste trabalho baseou-se em ensaios de compressão nos cinco pilares, sendo um pilar de
referência com compressão centrada e os demais tendo a excentricidade variando até 2 cm.
Este trabalho apresenta também a implementação de uma planilha desenvolvida no programa
EXCEL para se obter os esforços que uma estrutura poderia suportar, através da curva
interativa entre momento fletor reduzido e esforço normal reduzido.

Palavras-chave: Pilares de Concreto Armado, Flexão Composta Normal, Excentricidade.


ABSTRACT

The columns are the most important element of the structural group, because they are
responsible for the support of the forces coming from beams, slabs, and also for transmitting
these forces to the foundations. There are many problems of structural ruins due to project
fails or due to the complexity of the columns calculus execution. Thus it is clear the importance
of the knowledge about how these elements work. This academic work refers to the theoretical
and experimental studies of concrete columns under combined axial load and bending, which
the main variable of the study was the applied force eccentricity. The five columns
experimented had the same high, 500 mm, and the same transversal section, 100 mm x 100
mm. The resistence of the used concrete was 24,95 MPa and the reinforcement rate, 2,01%.
The experimental step of this work was based in the comprehension experiments in the five
columns, where one of these five columns was for reference with focused comprehension and
the others columns with a eccentricity ranging up to 2 cm. Also, this academic work shows the
implement of a worksheet developed in the EXCEL program to obtain the efforts that a
rectangular section could bear, through the interactive curve between reduced bending
moment and reduced normal effort.

Keywords: Concrete columns, Axial load and bending, Eccentricity.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Classificação dos pilares ................................................................................................. 13


Figura 2 - Imperfeições geométricas globais ................................................................................. 16
Figura 3 - Imperfeições geométricas locais.................................................................................... 16
Figura 4 - Domínios de deformação no ELU.................................................................................. 20
Figura 5 - Tensão x deformação do concreto ................................................................................ 21
Figura 6 - Tensão x deformação do aço ......................................................................................... 22
Figura 7 - Tensão de compressão no concreto ............................................................................. 22
Figura 8 - Equilíbrio na seção transversal ...................................................................................... 23
Figura 9 - Deformações específicas na seção............................................................................... 24
Figura 10 - Detalhamento da geometria do pilar ........................................................................... 29
Figura 11 - Força atuante x deformação da armadura no PFN0-3 ............................................ 30
Figura 12 - Deformações experimentais e teóricas na armadura longitudinal do pilar PFN30-
3 ............................................................................................................................................................ 32
Figura 13 - Dimensão dos modelos (em mm)................................................................................ 33
Figura 14 - Carga x Deformação do concreto (PFN 00-2,0) ....................................................... 35
Figura 15 - Dimensão dos pilares (em mm) ................................................................................... 36
Figura 16 - Detalhamento das armaduras dos pilares ................................................................. 37
Figura 17 - Dimensão e detalhamento das armaduras dos pilares (em cm) ............................ 42
Figura 18 - Forma dos pilares .......................................................................................................... 43
Figura 19 - Concretagem do pilar .................................................................................................... 43
Figura 20 - Pilares desmoldados ..................................................................................................... 44
Figura 21 - Pilares com cantoneiras ................................................................................................ 44
Figura 22 - Sikadur® 31: adesivo estrutural................................................................................... 45
Figura 23 - LVDT (Linear Variable Differential Transformers)..................................................... 45
Figura 24 - Prensa utilizada nos ensaios........................................................................................ 46
Figura 25 - Fissuras pilar P1............................................................................................................. 48
Figura 26 - Carga x deformação pilar P1........................................................................................ 48
Figura 27 - Fissuras pilar P2............................................................................................................. 49
Figura 28 - Carga x deformação pilar P2........................................................................................ 50
Figura 29 - Fissuras pilar P3............................................................................................................. 51
Figura 30 - Carga x deformação do pilar P3 .................................................................................. 51
Figura 31 - Fissuras pilar P4............................................................................................................. 52
Figura 32 - Carga x deformação do pilar P4 .................................................................................. 52
Figura 33 - Fissuras pilar P5............................................................................................................. 53
Figura 34 - Carga x deformação do pilar P5 .................................................................................. 54
Figura 35 - Dados de entrada da planilha no EXCEL................................................................... 55
Figura 36 - Comparação das deformações dos pilares ensaiados ............................................ 56
Figura 37 - Interação momento fletor reduzido x esforço normal reduzido ............................... 57
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Valores do coeficiente adicional para pilares e pilares-parede ................................ 25


Tabela 2 - Classe de Agressividade Ambiental (CAA) ................................................................. 25
Tabela 3 - Correspondência entre a classe de agressividade ambiental e o cobrimento
nominal ................................................................................................................................................. 26
Tabela 4 - Carga última e modo de ruptura ................................................................................... 30
Tabela 5 - Carga de fissuração experimental e teórica ................................................................ 31
Tabela 6 - Cargas últimas e modo de ruptura ............................................................................... 34
Tabela 7 - Carga última teórica x carga última dos pilares ensaiados ...................................... 35
Tabela 8 - Características dos pilares ensaiados ......................................................................... 37
Tabela 9 - Características do concreto, forças referentes à primeira fissura observada (Fr) e
força última dos pilares (Fu) .............................................................................................................. 38
Tabela 10 - Força de ruína numérica versus força experimental ............................................... 39
Tabela 11 - Resultados estatísticos das forças de ruína numérica versus experimental ....... 39
Tabela 12 - Características dos pilares .......................................................................................... 41
Tabela 13 - Especificações técnicas das barras de aço .............................................................. 42
Tabela 14 - Resumo das primeiras fissuras ................................................................................... 56
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 10
1.1 Apresentação do trabalho ......................................................................................................... 10
1.2 Justificativa .................................................................................................................................. 10
1.3 Objetivos ...................................................................................................................................... 11
1.3.1 Objetivo geral ......................................................................................................................... 11
1.3.2 Objetivos específicos ............................................................................................................ 11
1.4 Metodologia aplicada ................................................................................................................. 11
1.5 Estrutura do trabalho .................................................................................................................. 11
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................... 13
2.1 Considerações sobre pilares .................................................................................................... 13
2.2 Excentricidades ........................................................................................................................... 15
2.2.1 Excentricidade de imperfeição geométrica.................................................................. 15
2.2.2 Excentricidade devido a fluência................................................................................. 17
2.2.3 Excentricidade de 2ª ordem ........................................................................................ 17
2.2.4 Método Geral .............................................................................................................. 17
2.2.5 Métodos Aproximados ................................................................................................ 18
2.3 Domínios de deformação no ELU ............................................................................................ 19
2.4 Diagrama tensão x deformação para compressão ............................................................... 21
2.5 Diagrama tensão x deformação para tração .......................................................................... 22
2.6 Análise de uma seção retangular na flexão composta normal ............................................ 22
2.7 Recomendações técnicas ......................................................................................................... 24
2.7.1 NBR 6118 (2014) ........................................................................................................ 24
2.7.2 ACI 318M-14 - Building Code Requirements for Structural Concrete ............................. 27
2.7.3 EUROCODE 2 – Design of Concrete Structures (2004) .................................................... 28
2.8 Trabalhos na área....................................................................................................................... 29
2.8.1 Alexon Braga Dantas (2006) ....................................................................................... 29
2.8.2 Galileu Silva Santos (2009) ........................................................................................ 32
2.8.3 Carlos Eduardo Luna de Melo (2009) ......................................................................... 36
3 PROGRAMA EXPERIMENTAL ........................................................................... 41
3.1 Considerações iniciais ............................................................................................................... 41
3.2 Descrição dos pilares e propriedades dos materiais ............................................................ 41
3.2.1 Dimensões e Nomenclatura dos Pilares ..................................................................... 41
3.2.2 Concreto ..................................................................................................................... 41
3.2.3 Armaduras .................................................................................................................. 42
3.3 Produção dos pilares.................................................................................................................. 43
3.3.1 Forma dos pilares .................................................................................................................... 43
3.3.2 Concretagem ............................................................................................................................ 43
3.4 Instrumentação ........................................................................................................................... 44
3.4.1 Medição dos deslocamentos ...................................................................................... 44
3.4.2 Marcação de fissuras .................................................................................................. 46
3.4.3 Prensa 46
3.5 Metodologia do ensaio ............................................................................................................... 47
3.5.1 Ensaio de compressão axial ....................................................................................... 47
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................ 48
4.1 Pilar P1 ......................................................................................................................................... 48
4.2 Pilar P2 ......................................................................................................................................... 49
4.3 Pilar P3 ......................................................................................................................................... 50
4.4 Pilar P4 ......................................................................................................................................... 52
4.5 Pilar P5 ......................................................................................................................................... 53
4.6 Curvas de interação adimensional ........................................................................................... 54
4.7 Análise dos resultados ............................................................................................................... 55
5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ..................... 59
5.1 Conclusões .................................................................................................................................. 59
5.2 Sugestões para trabalhos futuros ............................................................................................ 59
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 60
APÊNDICE ................................................................................................................. 62
10

1 INTRODUÇÃO

1.1 Apresentação do trabalho

Conceber estruturas sempre foi um ponto fundamental nas construções, assim como
a necessidade de evoluir as técnicas construtivas. A construção civil evoluiu
consideravelmente no século XX em decorrência do advento da tecnologia.

A evolução das técnicas de construção está estreitamente ligada à concepção de


estruturas. Para Pinheiro, Muzardo e Santos (2003), concepção estrutural ou lançamento de
estrutura é uma das etapas mais importantes no projeto estrutural, pois implica em escolher
os elementos a serem utilizados e definir suas posições, de modo que forme um sistema
estrutural eficiente.

Dentro de um sistema estrutural podemos citar que o pilar é um dos componentes


mais importantes, visto que é o responsável pela sustentação de lajes, vigas e de repassar
essa carga para as fundações. Conforme conceitua Pinheiro (2007), pilares são barras
verticais que recebem as ações das vigas, lajes e dos andares superiores, e as transmitem
para os elementos inferiores ou para a fundação.

A ruptura de um pilar pode levar a estrutura à ruína, sendo que diversas causas
podem ocasionar a ruptura do pilar de concreto armado, entre eles o mal dimensionamento,
falhas de construção, concretagem mal executada, deterioração e falta de manutenção.

Em decorrência da continuidade das ligações viga-pilar e da excentricidade de


aplicação da carga, a flexo compressão constitui a maioria dos casos de pilares. Visando
contribuir com melhor compreensão do comportamento de pilares, o trabalho em questão traz
um estudo teórico e experimental de pilares submetidos a flexo compressão normal.

1.2 Justificativa

O pilar está sujeito a flexão composta normal quando é solicitado simultaneamente


por força normal axial e por um momento fletor da direção de um dos eixos de sua seção.

A complexidade do estudo de pilares de concreto armado submetidos a flexo


compressão normal está relacionada a não linearidade física decorrentes do aço e do
concreto, e da não linearidade geométrica, proveniente da interação entre os esforços internos
e deformações provocadas pelo carregamento.

Sendo assim, necessita de uma análise mais detalhada. Portanto, a pesquisa busca
contribuir no estudo do comportamento de pilares através das análises experimentais e
teóricas. Sendo desenvolvido em um software familiar aos estudantes de engenharia, o
11

EXCEL, uma planilha que contenha uma curva de interação entre os esforços solicitantes, a
fim de facilitar as análises de pilares.

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo geral

Investigar a influência da excentricidade em pilares curtos sob flexão composta normal,


através de um estudo teórico e experimental.

1.3.2 Objetivos específicos

Analisar o comportamento dos pilares, em ensaios experimentais, quanto ao seu tipo


de ruína, fissuração, deformação do concreto e carga de ruptura;

Desenvolver uma planilha que apresente a curva de interação do momento fletor


reduzido e esforço normal reduzido para correspondente taxa mecânica de armadura, atingido
esse objetivo tem-se um meio prático para obtenção da curva de resistência para uma dada
seção transversal retangular.

Comparar e analisar os resultados da análise experimental com os resultados obtidos


através da planilha elaborada.

1.4 Metodologia aplicada

O trabalho se desenvolveu a partir de uma pesquisa através de revisão bibliográfica,


análise teórica e estudo experimental. Sendo a revisão bibliográfica voltada a excentricidade
e trabalhos sobre pilares submetidos a flexão composta.

A análise teórica foi realizada através da elaboração de uma planilha para geração de
curva interativa entre momento fletor reduzido e esforço normal reduzido, onde é representado
os limites de resistência de uma dada seção transversal em função de suas características.

Por conseguinte, os experimentos ocorreram através de ensaio físico de compressão


nos cinco pilares, sendo a variante principal a excentricidade de aplicação de carga. De posse
dos resultados teóricos e experimentais foi realizado um estudo comparativo dos valores
resultantes.

1.5 Estrutura do trabalho

O presente trabalho está dividido em 6 capítulos. No capítulo introdutório foi descrito a


importância do estudo de pilares submetidos a flexão composta normal, demonstrando a
problemática abordada.
12

O capítulo 2 apresenta a revisão bibliográfica, explicando as características do


comportamento de pilares de concreto armado, dando uma maior ênfase à excentricidade.
Sendo também descrito as recomendações técnicas encontradas na NBR 6118, ACI e
EUROCODE. Além de ressaltar trabalhos na área pesquisada e apresentar os meios teóricos
para elaboração da planilha de interação no EXCEL.

No capítulo 3 é apresentado o programa experimental, detalhando os materiais e


instrumentação utilizados, produção dos pilares, modo de ensaio e diferenciação dos pilares.

Já no capítulo 4 foi apresentado os resultados e análises experimentais, tais como:


carga de ruptura, modo de ruptura, deformações no aço. Sendo discutido e comparado os
resultados obtidos.

O capítulo 5 consiste em apresentar as conclusões da pesquisa e sugestões para


trabalhos futuros.
13

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Considerações sobre pilares

A NBR 6118:2014 conceitua pilares como elementos lineares de eixo reto, usualmente
dispostos na vertical, em que as forças normais de compressão são preponderantes.
Representam um dos elos mais importantes do arranjo estrutural, já que são responsáveis
por garantir a estabilidade da estrutura.

Os pilares podem ser classificados em pilar intermediário, pilar de extremidade, e pilar


de canto, conforme verificado na Figura 1.

Figura 1 - Classificação dos pilares


Fonte: AUTOR (2017)

São considerados pilares intermediários aqueles que se admite compressão simples,


ou seja, quando apenas a força normal age sobre o pilar, neste caso a excentricidade inicial
pode ser desprezada. Em situação de projeto pode ser identificado quando as lajes e vigas
são contínuas sobre esse.

Os pilares de extremidade e de cantos estão submetidos a flexo-compressão. Araújo


(2010), afirma que flexo-compressão é uma solicitação por um momento fletor e por um
esforço normal de compressão.

Nos pilares de extremidades, as solicitações iniciais correspondem a flexão composta


normal, ou seja, atua sobre a seção, simultaneamente, força normal e momento fletor em uma
direção, possuindo assim excentricidade inicial em uma única direção. Em projeto é
identificado quando há interrupção da viga perpendicular à borda da extremidade.

Pilares de canto são submetidos a flexão composta oblíqua, quando os momentos


atuam nas duas direções principais da seção, existindo assim excentricidades iniciais em
ambas as direções. Na situação de projeto, identifica-se quando há interrupção das vigas
perpendiculares a borda do pilar.
14

Para Clímaco (2008) se levar em consideração todas as simplificações e os desvios


associados ao projeto e à execução, a flexão composta predomina. Com o avanço tecnológico
e refinamento dos modelos de cálculo, as normas internacionais começaram a exigir que o
cálculo de pilares fosse feito à flexão composta, considerando assim os efeitos de segunda
ordem nos pilares mais esbeltos.

A NBR 6118 também passou a adotar essa solicitação, porém, em decorrência da


complexidade dos cálculos, as normas permitem algumas simplificações sob condições
estabelecidas.

Clímaco (2008) destaca entre essas simplificações: a não consideração dos efeitos de
2ª ordem em situações mais favoráveis; decomposição da flexão composta oblíqua em flexão
compostas planas relativas aos eixos principais da seção; cálculo da seção considerando uma
única flexão composta plana; e cálculo simplificado do pilar à compressão centrada.

Os pilares podem ainda ser classificados de acordo com o índice de esbeltez (λ) da
seguinte forma: Pilar curto; pilar medianamente esbelto; pilar esbelto; e, pilar muito esbelto.

λ≤ λ1 --------------- Pilar curto

λ1< λ ≤ 90 -------- Pilar medianamente esbelto

90< λ ≤ 140 ----- Pilar esbelto

140 < λ ≤ 200 --- Pilar muito esbelto

O índice de esbeltez pode ser calculado pela Equação 2.1.


𝑙𝑒
λ= 𝑖
(2.1)

𝐼
𝑖 = √𝐴 (2.2)

Onde:

le=comprimento de flambagem do pilar;

i=raio de giração;

I=momento de inércia;

A=área da seção transversal.

O valor de λ1 pode ser calculado pela Equação 2.3.


𝑒
25+12,5 1⁄ℎ ≥ 35
λ1 = ≥{ (2.3)
𝛼𝑏 ≤ 90

Sendo que o valor de αb é obtido conforme citado a seguir:


15

a) Para pilares bi apoiados sem cargas transversais;

𝑀𝐵 ≥ 0,4
𝛼𝑏 = 0,6 + 0,4 { (2.4)
𝑀𝐴 ≤ 1,0

Sendo MA e MB, momentos de 1ª ordem nas extremidades do pilar. Para MA deve ser
adotado o maior valor absoluto e para MB o sinal positivo, se tracionar a mesma face que MA,
e negativo, caso contrário.

b) Para pilares bi apoiados com cargas transversais significativas ao longo da altura;

𝛼𝑏 = 1,00 (2.5)

c) Para pilares em balanço;

𝑀 ≥ 0,85
𝛼𝑏 = 0,8 + 0,2 𝑀𝐶 { (2.6)
𝐴 ≤ 1,00

Sendo MA o momento de 1ª ordem no engaste e MC o momento de 1ª ordem no meio


do pilar em balanço.

d) Para pilares bi apoiados ou em balanço com momentos menores que o momento


mínimo estabelecido pela NBR 6118:2014.

𝛼𝑏 = 1,00 (2.7)

2.2 Excentricidades

A força normal atuante em um pilar pode sofrer deslocamento em relação ao eixo


central, esta distância recebe o nome de excentricidade. Estas podem gerar esforços
adicionais ao pilar, através de momento fletores, devendo assim o pilar ser dimensionado
minuciosamente.

2.2.1 Excentricidade de imperfeição geométrica

É proveniente das imperfeições geométricas ao longo do eixo dos elementos da


estrutura, ou seja, procedente do desaprumo ou falta de retilineidade no eixo do pilar. Essas
imperfeições podem ser do tipo global e local.

A Figura 2 demonstra as imperfeições geométricas globais, segundo a NBR


6118:2014. Onde θ1 pode ser obtido através da equação 2.8.
1
𝜃1 = 100 (2.8)
√𝐻

1+1⁄𝑛
𝜃𝑎 = 𝜃1 √ (2.9)
2
16

Figura 2 - Imperfeições geométricas globais


Fonte: NBR 6118 (2014)

Sendo θ1min de 1/300 para estruturas reticuladas e imperfeições locais, e θ1max de 1/200.
H é a altura total da edificação, em metros, e, n é o número de prumadas de pilares no pórtico
plano.

Em edifícios com predominância de lajes lisas ou cogumelo, deve considerar θa = θ1.


E para pilares em balanço, θ1 de 1/200.

Figura 3 - Imperfeições geométricas locais


Fonte: NBR 6118 (2014)

A excentricidade acidental pode ser obtida segundo a equação 2.10 e 2.11 para as
imperfeições geométricas locais (Figura 3).

𝑒𝑎 = 𝐻𝑖 . θ1 , para seção nos topos (2.10)


𝐻𝑖
𝑒𝑎 = 2
. θ1 , para seção à meia altura (2.11)

A NBR 6118:2014, comenta ainda, que o efeito das imperfeições locais pode ser
substituído em estruturas reticuladas pela consideração do momento mínimo de 1ª ordem, de
acordo com a equação 2.12.
17

𝑀𝑑1,𝑚𝑖𝑛 = 𝑁𝑑 (1,5 + 0,03ℎ) (2.12)

Caso o momento de primeira ordem seja igual ou maior ao momento mínimo os efeitos
das imperfeições locais estão atendidos. Caso contrário, é imposto o valor do momento
mínimo para consideração de uma excentricidade mínima de primeira ordem.

2.2.2 Excentricidade devido a fluência

Mehta e Monteiro (2008) conceitua fluência como um fenômeno do aumento gradual


da deformação com o tempo, sob tensão constante. A fluência tem importância no
comportamento das estruturas de concreto, nos pilares o aumento da deformação acarreta
também em aumento de excentricidade.

A NBR 6118:2014 obriga a consideração de uma excentricidade de fluência, através


da equação 2.13, para pilares com índice de esbeltez maior que 90, ou seja, em pilares
esbeltos e muito esbeltos.

𝑀𝑠𝑔 𝜑𝑁𝑠𝑔
𝑒𝑐 = 𝑒𝑐𝑐 = ( + 𝑒𝑎 ) (2,718 ( ) − 1) (2.13)
𝑁𝑠𝑔 𝑁𝑒 −𝑁𝑠𝑔

10𝐸𝑐𝑖 . 𝐼𝑐
𝑁𝑒 =
𝑙𝑒 2

Onde:
Msg e Nsg= esforços solicitantes devido à combinação quase permanente;

ea= excentricidade devido as imperfeições locais;

Eci= módulo de elasticidade inicial do concreto;

Φ= coeficiente de fluência;

lc= comprimento de inércia da seção de concreto;

le= comprimento equivalente do pilar.

2.2.3 Excentricidade de 2ª ordem

Os efeitos de segunda ordem em barras submetidas a flexo-compressão podem ser


determinados pelo método geral ou por métodos aproximados, segundo a NBR 6118:2014.

2.2.4 Método Geral

Para a NBR 6118:2014, o método geral é obrigatório para pilares com índice de
esbeltez superior a 140. Esse método consiste na análise não linear de 2ª ordem efetuada
com discretização adequada da barra, consideração da relação momento-curvatura real em
18

cada seção e consideração da não linearidade geométrica de maneira não aproximada. Logo,
trata-se de um modelo complexo de cálculo que requer o uso de procedimentos
computacionais.

A não linearidade exerce fundamental influência no comportamento das estruturas, e


a implementação desta pode ser significativa para uma previsão precisa da resistência e
deformações da estrutura. Para Parente Junior et al. (2014), a busca de desenhos mais
econômicos, o uso de materiais de alta resistência e estruturas mais esbeltas aumentaram a
importância da análise não linear.

2.2.5 Métodos Aproximados

2.2.5.1 Método do pilar padrão com rigidez aproximada

Esse método é empregado no caso de pilares com índice de esbeltez (λ) ≤ 90, seção
transversal retangular constante e armadura simétrica constante ao longo do eixo.

A não-linearidade geométrica é considerada de forma aproximada, supondo que a


deformação da barra seja senoidal. A não-linearidade física é considerada através de uma
fórmula aproximada da rigidez.

O valor da constante da rigidez adimensional (ƙ) é dado pela expressão 2.14.


𝑀𝑅𝑑,𝑡𝑜𝑡
ƙ = 32. (1 + 5 ℎ.𝑁𝑑
).ν (2.14)

Onde:
𝛼𝑏 .𝑀1𝑑,𝐴
𝑀𝑆𝑑,𝑡𝑜𝑡 = 𝜆2
(2.15)
1−
120ƙ⁄ν

Sendo que 𝜈 é a força normal adimensional e é calculada conforme a equação 2.16.

|𝑁𝑑 |
ν=𝐴 (2.16)
𝑐 .𝑓𝑐𝑑

Para um processo de dimensionamento MRd,tot é igual a MSd,tot. Em um processo de


verificação onde a armadura é conhecida, MRd,tot é o momento resistente calculado com essa
armadura e com Nd=NSd=NRd.

2.2.5.2 Método do pilar padrão com curvatura aproximada

Esse método é empregado na mesma situação do método anterior. Supõe-se que a


deformação seja senoidal, para levar em conta a não-linearidade geométrica. Já não-
linearidade física é considerada através de uma expressão aproximada da curvatura a seção
crítica.

O momento total máximo é calculado pela expressão 2.17.


19

𝑙𝑒 2 1
𝑀𝑑,𝑡𝑜𝑡 = 𝛼𝑏 . 𝑀1𝑑,𝐴 + 𝑁𝑑 10 𝑟
. ≥ 𝑀1𝑑,𝑚𝑖𝑛 (2.17)

Sendo 1/r a curvatura na seção crítica, calculada pela expressão abaixo.


1 0,005 0,005
𝑟
= ℎ(ν+0,5) ≤ ℎ
(2.18)

Logo, a excentricidade de 2ª ordem é calculada pela equação 2.19.

𝑒𝑙 2
𝑒2 = 10𝑟 (2.19)

2.2.5.3 Método da amplificação dos momentos

Esse método é recomendado pela norma americana ACI 318 (2014) e consiste na
obtenção do efeito do momento fletor total através da amplificação do momento fletor de
primeira ordem, utilizando um coeficiente de majoração δ.

𝑀𝑡𝑜𝑡 = δ. 𝑀1,𝐴𝐶𝐼 (2.20)

𝐶𝑚
δ= 𝑃𝑢 ≥ 1,0 (2.21)
1−
0,75.𝑃𝑐

Onde Cm é um fator semelhante ao αb adotado na NBR 6118. Para pilares com cargas
transversais aplicadas entre suportes o valor de Cm é obtido pela equação 2.22, e caso não
haja aplicação de carga transversal Cm é igual a 1,0.
𝑀
𝐶𝑚 = 0,6 − 0,4 𝑀1 (2.22)
2

Pu é a força axial aplicada e Pc é calculado pela expressão abaixo, sendo lu o


comprimento de flambagem.

𝜋2 𝐸𝐼
𝑃𝑐 = (2.23)
ƙ.𝑙𝑢 2

2.3 Domínios de deformação no ELU

Para Araújo (2010), estados limites últimos (ELU) são aqueles relacionados ao
colapso, ou a qualquer outra forma de ruína estrutural que determine a paralisação, no todo
ou em parte, do uso da estrutura. Sendo os domínios de deformação as possíveis
configurações de deformação da seção transversal de uma peça no ELU.

A figura abaixo caracteriza os domínios de deformação na seção transversal de uma


peça estrutural no ELU conforme estabelecido na NBR 6118 (2014).
20

Figura 4 - Domínios de deformação no ELU


Fonte: NBR 6118 (2014)

O domínio 1 corresponde a peças onde toda a seção está tracionada. As deformações


giram em torno da reta a, com as armaduras de um lado com deformação de 10‰. O domínio
2 é caracterizado por peças submetidas a flexão simples ou composta, com o concreto não
chegando a ruptura, mas deformando em uma das extremidades. E na outra, há um
alongamento do aço, fazendo com que a peça atinja a ruína por deformação plástica
excessiva do aço (εsd=10‰).

Para o domínio 3 observa-se o encurtamento máximo do concreto (εcu), logo a peça


rompendo por esmagamento do concreto nesta extremidade, e na outra a armadura está
escoando entre εyd e 10‰. Sendo εyd a deformação correspondente ao limite elástico do aço.

Para pilares são comuns os domínios 4a e 5. O domínio 4 corresponde aos casos de


flexão simples e flexão composta com grande excentricidade. A estrutura chega a ruptura por
esmagamento do concreto, εcu (3,5‰), sendo a tensão na armadura inferior a tensão de
escoamento (εyd). Como o aço não atinge a tensão de escoamento a peça pouco fissura, não
há ductilidade, rompendo assim de forma brusca por esmagamento do concreto. As peças de
concreto nessas condições são denominadas de superarmadas.

No domínio 4a a seção está praticamente sob compressão, porém com uma pequena
região do concreto, próxima a borda da seção, sendo tracionada. O ELU se caracteriza pela
ruptura do concreto com encurtamento de 3,5‰ (εcu) na borda comprimida.

No domínio 5 tem-se uma compressão não uniforme, com a peça sofrendo


compressão em toda a seção. Logo, a linha neutra é externa à seção. O ELU é atingido pela
ruptura do concreto comprimido com encurtamento entre 2‰ e 3,5‰ na borda mais
21

comprimida. Sendo o valor do encurtamento constante e igual a 2‰ na fibra que passa pelo
ponto [(εcu= εc2)h / εcu], ou seja, a uma distância de 3h/7 da peça. O ELU pode ser atingindo
também por ruptura do concreto com um encurtamento de 0 a 2‰ na borda menos
comprimida.

2.4 Diagrama tensão x deformação para compressão

Conforme a tensão em uma seção de concreto se eleva, a deformação acompanha o


aumento até um certo ponto onde não é mais admitida e o concreto rompe, aumentando
indefinidamente sua deformação enquanto que a tensão aplicada converge a um valor.

A NBR 6118 (2014) traz o gráfico abaixo para tensão-deformação do concreto.


Observa-se que o valor da resistência a compressão máxima é o próprio fck do concreto.

Figura 5 - Tensão x deformação do concreto


Fonte: NBR 6118 (2014)

Para a NBR 6118 os valores de εc2 (deformação específica de encurtamento do


concreto no início do patamar plástico) e εcu (deformação específica de encurtamento do
concreto na ruptura) adotados são obtidos de forma diferente para concretos até 50 MPa e de
55 MPa a 90 MPa.

Para concretos até C50, εc2 corresponde a 2‰ e εcu a 3,5‰. Concretos da classe de
C55 a C90 têm-se:

εc2 = 2‰ + 0,85‰(fck-50)0,53 ; (2.24)

εcu = 2,6‰ + 35‰[(90 – fck)/100]4. (2.25)


22

2.5 Diagrama tensão x deformação para tração

Segundo a NBR 6118 (2014) para cálculos do concreto não fissurado, pode-se utilizar
o diagrama simplificado mostrado abaixo.

Figura 6 - Tensão x deformação do aço


Fonte: NBR 6118 (2014).
Sendo:

Fctk,inf = 0,7fct,m, e fctk,sup=1,3fct,m (2.26)

Para concretos de classe até C50, fct,m=0,3fck2/3;

E para concretos de classes C55 a C90, fct,m=2,12 ln (1+0,11fck).

2.6 Análise de uma seção retangular na flexão composta normal

A figura abaixo evidencia o diagrama parábola-retângulo de tensão de compressão do


concreto para seção do pilar, assim como o diagrama retangularizado. Em pilares é possível
que a linha neutra (LN) esteja fora da seção, sendo assim, deve-se observar que a área
comprimida não seja maior que a área da seção, λx ≤ h.

Figura 7 - Tensão de compressão no concreto


Fonte: AUTOR (2017)
23

A resultante de compressão é dada por:

Rcc=σcd.b.λx ≤ σcd.b.h (2.27)


Rcc=σcd.b.h.λx/h ≤ σcd.b.h (2.28)

Logo, λx ≤ h.

Na figura abaixo, são representados os esforços solicitantes, Nd e Md, a resultante de


compressão do concreto, Rcc, e a resultante das tensões em uma camada genérica da
armadura, Rsi.

Figura 8 - Equilíbrio na seção transversal


Fonte: AUTOR (2017)

Estabelecendo o equilíbrio, obtém-se:

Rsi=Asi. σsi (2.29)

Onde, Asi corresponde a área de armadura na camada i e σsi é a tensão de cálculo


na camada. Rsi pode ser escrito em função da taxa mecânica de armadura (ω).

A f
ω= b.hs σyd (2.30)
cd

Logo, As= ω.b.h.(σsi/fyd)

Asi=(ni/n). As (2.31)

Substituindo na equação 2.29 o Asi por 2.30 e 2.31, obtem-se que:

Rsi= ω.(ni/n).(σsi/fyd).b.h.σcd

Onde n é o número total de barras na seção transversal, ni é o número de barras na


camada.

Ao realizar o somatório das forças verticais igual a zero, obtém-se:


𝑖 𝑛
𝑁𝑑 − 𝑅𝑐𝑐 ∑𝑖=1 𝑅𝑠𝑖 = 0 (2.32)

Sendo 𝜈 =Nd/(b.h. σcd), então:


24

𝜆𝑥 𝜔
𝜈. 𝑏. ℎ. 𝜎𝑐𝑑 − ℎ
. 𝑏. ℎ. 𝜎𝑐𝑑 − 𝑛.𝑓 ∑ 𝑛𝑖. 𝜎𝑠𝑖 . 𝑏. ℎ. 𝜎𝑐𝑑 = 0 (2.33)
𝑦𝑑

Resumindo a equação 2.33, obtém-se:


𝜆𝑥 𝜔
𝜈− ℎ
− 𝑛.𝑓 ∑ 𝑛𝑖. 𝜎𝑠𝑖 = 0 (2.34)
𝑦𝑑

Fazendo o somatório dos momentos igual a zero para o ponto mais comprimido da
seção:

𝑀𝑑 − (𝑁𝑑 2 ) − (𝑅𝑐𝑐 . 𝑑𝑐 ) ∑𝑛𝑖
𝑖=1 𝑅𝑠𝑖 . 𝑑𝑖 = 0 (2.35)

𝑑 𝑀
Considerando que 𝜇 = 𝑏.ℎ2 .𝜎 e substituindo na equação 2.35, alcança-se:
𝑐𝑑

(𝜆𝑥)2 𝜔 𝑑𝑖
𝜇. 𝑏. ℎ2 . 𝜎𝑐𝑑 − 0,5𝜈. 𝑏. ℎ2 . 𝜎𝑐𝑑 + 𝑏. ℎ2 . 𝜎𝑐𝑑 + ∑ 𝑛𝑖 . 𝜎𝑠𝑑𝑖 . 𝑏. ℎ2 . 𝜎𝑐𝑑 =0 (2.36)
2ℎ 2 𝑛.𝑓𝑦𝑑 ℎ

Resumindo a equação 2.36, atinge-se:

(𝜆𝑥)2 𝜔 𝑑𝑖
𝜇 − 0,5𝜈 + + 𝑛.𝑓 ∑ 𝑛𝑖 . 𝜎𝑠𝑑𝑖 =0 (2.37)
2ℎ 2 𝑦𝑑 ℎ

Com as equações 2.34 e 2.37, referentes aos esforços normais reduzidos e momentos
fletores reduzidos, respectivamente, pode-se traçar um diagrama de iteração entre ambos.
Observando que os valores de deformação específica referentes aos pontos 2 e 3, conforme
𝑑
visualizado abaixo, são atualizados com a seguinte formular: 𝜀𝑖 = 𝜀1 + (𝜀4− 𝜀1 ) ℎ𝑖.

Figura 9 - Deformações específicas na seção


Fonte: AUTOR (2017)

2.7 Recomendações técnicas

2.7.1 NBR 6118 (2014)

2.7.1.1 Dimensões mínimas

A NBR 6118 estabelece que os pilares não podem apresentar área da seção
transversal inferior a 360 cm² e a menor dimensão permitida é de que 19 cm,
25

independentemente de sua forma. É aceito a consideração de dimensões até 14 cm desde


que os esforços solicitantes de cálculo sejam multiplicado por um coeficiente ɣn, conforme
demonstrado na tabela 1.

Tabela 1 - Valores do coeficiente adicional para pilares e pilares-parede

Tabela 1 - Fonte: NBR 6118 (2014)

Sendo ɣn calculado a partir da expressão abaixo, onde b corresponde a menor


dimensão da seção transversal, em centímetros.

𝛾𝑛 = 1,95 − 0,05𝑏

2.7.1.2 Cobrimento mínimo

Para Rocha (2015) as armaduras inseridas como componente estruturais do concreto


estão, a princípio, protegidas contra o risco de corrosão, sendo esta proteção proporcionada
pelo recobrimento do concreto que forma uma barreira física contra agentes externos.

O cobrimento é determinado em função da agressividade do meio em que a estrutura


está inserida e exposta, estando também relacionada às ações físicas e químicas que atuam
sobre ela. A NBR 6118 mostra na Tabela 2 as classes de agressividade ambiental (CAA) em
itens de I a IV.

Tabela 2 - Classe de Agressividade Ambiental (CAA)

Tabela 2 - Fonte: NBR 6118 (2014)


26

Após obter a CAA, recorre-se a Tabela 3 para identificar o cobrimento nominal, que é
dependente do tipo de estrutura e do elemento a qual se está analisando.

Tabela 3 - Correspondência entre a classe de agressividade ambiental e o cobrimento nominal

Tabela 3 - Fonte: NBR 6118 (2014)

2.7.1.3 Armadura longitudinal

A bitola (ᶲ) das armaduras longitudinais não deve ser menor que 10 mm e maior que
1/8 da menor dimensão da seção transversal do pilar. A NBR 6118 também recomenda que
deve conter no mínimo uma barra em cada vértice, e no caso de seções circulares no mínimo
6 barras.

Deve ser atendido o valor mínimo da taxa de armadura (ρmin), conforme a equação
2.25. Além de ser verificado também a taxa de armadura máxima (ρmax=8,0%), equação 2.26,
que corresponde a região de emendas onde concentra-se o maior número de barras.
0,15.𝑁𝑑
𝜌𝑚𝑖𝑛 = ≥ 0,4%
𝑓𝑦𝑑 .𝐴𝑐

2𝐴
𝜌 = ( 𝐴 𝑠 ) ≤ 𝜌𝑚𝑎𝑥
𝑐

Sendo, Ac a área da seção transversal e As a área da armadura utilizada.

O espaçamento entre as barras longitudinais (S) deve estar dentro do intervalo


demonstrado abaixo.
20 𝑚𝑚
ᶲ 400 𝑚𝑚
}≤𝑆≤{
1,2ᶲ𝑎𝑔𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑜 2𝑏
27

2.7.1.4 Armadura transversal

É constituída por estribos, devendo ser distribuído em toda altura do pilar, e tem a
função de impedir a flambagem das barras longitudinais. O diâmetro das barras (ᶲt) e o
espaçamento (St) entre elas devem seguir as recomendações abaixo.

5 𝑚𝑚
ᶲ𝑡 ≥ { ᶲ
⁄4

200 𝑚𝑚
𝑆𝑡 ≤ { 𝑏
12ᶲ (𝐶𝐴 − 50) 𝑒 24ᶲ (𝐶𝐴 − 25)

Pode ainda ser adotado ᶲt < ᶲ/4 quando as armaduras (longitudinais e transversais)
forem constituídas do mesmo tipo de aço, sendo que o espaçamento transversal máximo
(St,max) deve respeitar a equação abaixo, com fyk em MPa.

∅𝑡 2 1
𝑆𝑡,𝑚𝑎𝑥 = 90000 ( ) ( )
∅ 𝑓𝑦𝑘

2.7.1.5 Proteção contra flambagem

Os estribos poligonais protegem contra a flambagem as barras longitudinais situadas


em seus cantos até uma distância de vinte vezes a bitola da barra transversal (20ᶲt). Quando
houver mais de duas barras nesse trecho, ou barras fora dele, necessita-se travar as
armaduras longitudinais com estribos duplos, grampos ou gravatas.

2.7.2 ACI 318M-14 - Building Code Requirements for Structural Concrete

2.7.2.1 Dimensões mínimas

É estabelecido que a maior dimensão (h) da seção transversal não seja maior que
quatro vezes a menor dimensão (b).

2.7.2.2 Armadura longitudinal

A barra deve ter bitola mínima de 8 mm. A quantidade de barras deve respeitar os
limites de área mínima e área máxima exigida pela norma, conforme expressões a seguir.

𝐴𝑚𝑖𝑛 ≥ 0,01𝐴𝑔 𝑒 𝐴𝑚𝑎𝑥 ≤ 0,08𝐴𝑔

Porém também respeitando o limite mínimo de três barras para seções triangulares,
quatro barras para seções retangulares e seis barras para seções espirais.
28

2.7.2.3 Armadura transversal

Nas barras longitudinais com diâmetro menor que 32 mm deve-se usar estribos de 10
mm, e nas barras longitudinais acima de 36 mm utiliza-se estribos de 13 mm. Devendo
respeitar os seguintes critérios para espaçamento máximo e mínimo.

1,5∅
𝑆𝑡,𝑚𝑖𝑛 ≥ {
40 𝑚𝑚
16∅
𝑆𝑡.𝑚𝑎𝑥 ≤ {48∅𝑡
𝑏

2.7.3 EUROCODE 2 – Design of Concrete Structures (2004)

2.7.3.1 Dimensões mínimas

Assim como o ACI, o EUROCODE também recomenda que a maior dimensão (h) da
seção transversal dos pilares não seja quatro vezes maior que a menor dimensão (b).

2.7.3.2 Armadura longitudinal

As barras longitudinais devem obedecer um valor de diâmetro mínimo (ᶲmin). Sendo


que esse valor pode ser encontrado nos anexos nacionais de cada país, porém o EUROCODE
2 recomenda o valor de 8 mm.

A quantidade de barras deve respeitar o valor da área mínima (As,min), sendo esta
calculada através da expressão abaixo, escolhendo o maior valor resultante.

0,10.𝑁𝐸𝑑
𝐴𝑠,𝑚𝑖𝑛 = ou 0,002Ac
𝑓𝑦𝑑

Deve-se ainda não exceder o valor da área máxima de aço (As,max), onde é
recomendado 0,04Ac, desde demonstre que a integridade do concreto não seja afetada. Caso
contrário recomenda-se 0,08Ac.

2.7.3.3 Armadura transversal

As barras transversais não devem ser inferiores a 6 mm ou a ¼ do diâmetro das barras


longitudinais, utilizando o maior valor resultante.

O espaçamento máximo (Scl,tmax) deve ser o menor entre três recomendações: 20


vezes o diâmetro da barra longitudinal; menor dimensão do pilar; ou 400mm.
29

2.8 Trabalhos na área

2.8.1 Alexon Braga Dantas (2006)

Dantas (2006) analisou, em sua dissertação de mestrado, pilares esbeltos de concreto


armado submetidos a flexão composta reta, onde visava compreender o comportamento dos
pilares e verificar a eficiência de um programa computacional.

O trabalho de Dantas envolvia o experimento de seis pilares com comprimento total


3000 mm, possuindo extremidades com consolos simétricos, comprimento central de 2020
mm. Os consolos foram projetados para evitar a ruptura localizada, seguindo as
recomendações de Fusco (1995) para o dimensionamento.

A seção transversal era de 250 mm por 120 mm, e a taxa de armadura principal (ρ)
igual a 1,57%. Foi utilizado concreto com resistência de 40 MPa, armadura longitudinal com
aço do tipo CA-50, totalizando 6 barras de 10 mm por pilar, e para os estribos barras de 5
mm.

Os pilares foram denominados de PFN e-L, sendo “e” a excentricidade em milímetros


e L o comprimento total do pilar, em metros. Nos ensaios laboratoriais a carga foi aplicada
usando aparelho de apoio constituído por cilindro de aço colocado entre duas placas. Na
Figura 10 verifica-se detalhes da geometria dos pilares e do modo de aplicação da carga.

Figura 10 - Detalhamento da geometria do pilar


Fonte: DANTAS (2004)

A principal variável dos ensaios foi a excentricidade, sendo que um dos pilares recebeu
carga centrada e os demais a excentricidade variou de 15 a 60 mm. O carregamento foi
realizado gradualmente até a ruptura e feito leitura dos valores das cargas durante o
30

experimento. O autor também acompanhou as deformações do concreto e da armadura


longitudinal, deslocamentos axiais, deslocamentos transversais, rotações das extremidades e
o aparecimento de fissuras.

Quanto a fissura, foi observado que o pilar PFN0-3, o qual sofreu compressão
centrada, teve sua primeira fissura na região central do consolo inferior com 700 kN. Os
demais pilares tiveram sua primeira fissura na região central da face tracionada.

No pilar sem excentricidade, PFN0-3, a ruptura foi brusca, e nos demais houve ruptura
por flexo compressão na região central. Na Tabela 4 verificamos o modo de ruptura e a carga
última de cada pilar.

Tabela 4 - Carga última e modo de ruptura

Tabela 4 - Fonte: DANTAS (2006)

Foram colocados extensômetros na face comprima pela flexão, E1, E3 e E5, e na face
tracionada, E2, E4 e E6, para gerar gráficos de deformação da armadura longitudinal versus
força atuante. Verifica-se na Figura 11 a deformação da armadura do pilar PFN0-3. O
extensômetro 6 registrou deformações até 902 kN, onde esse parou de funcionar.

Figura 11 - Força atuante x deformação da armadura no PFN0-3


Fonte: DANTAS (2006)
31

O autor traçou gráficos de carga versus todos os valores mensurados (deformação


concreto, deslocamento vertical da extremidade do pilar, deslocamento horizontal dos apoios,
deformação do pilar) para caracterizar a influência da excentricidade.

A fim de fazer uma comparação entre os resultados experimentais e resultados


numéricos Dantas utilizou o programa CACODI, o qual foi elaborado por Nagato (1987) que
permite analisar seções de concreto armado sob flexão composta.

O concreto armado foi analisado com base na teoria do campo de compressão


diagonal de Vecchio e Collins (1986), o que deu origem ao CACODI. O qual foi desenvolvido
para estruturas de seção circular submetido à força normal, força cortante e momento fletor,
porém pode-se aplicar a análise de seções de qualquer forma com carregamento em um plano
de simetria.

Feito a determinação das fissuras teóricas, Ffis,teo, confrontou-se os valores com os


resultados de ensaio, conforme observado na Tabela 5.

Tabela 5 - Carga de fissuração experimental e teórica

Tabela 5 - Fonte: DANTAS (2006)

Foi observado que o pilar PFN0-3 não apresentou fissuração de flexão, e o pilar
PFN15-3 encontra-se totalmente comprimido segundo a análise, sendo indicado apenas
fissuração experimental. Os demais pilares apresentaram carga de fissura experimental
superior aos valores teóricos, exceto no pilar onde teve 60 mm de excentricidade.

Para a análise das deformações da armadura longitudinal foi o autor considerou a


média das deformações dos extensômetros 1,3 e 5 para face comprimida e 2,4 e 6 para face
tracionada.

Dantas (2006) constatou que os resultados experimentais mostraram diferenças


significativas em relação as deformações calculadas pelo programa. Explicou que deve ter
ocorrido uma excentricidade do carregamento na direção de maior dimensão da seção
transversal, o que não tinha sido previsto.
32

Na figura abaixo observa-se que o pilar PFN30-3 apresentou na face tracionada uma
discrepância nos resultados, tendo a deformação do ensaio sido 0,24‰, correspondendo a
cerca de cinco vezes o valor teórico.

Figura 12 - Deformações experimentais e teóricas na armadura longitudinal do pilar PFN30-3


Fonte: DANTAS (2006)

O autor evidenciou que a excentricidade tem grande influência sobre a capacidade de


carga dos pilares. A carga última experimental variou de 1053 kN para o pilar com
excentricidade relativa (e/h) de zero, a 131 kN para pilar com excentricidade relativa de 0,5.

Além de influenciar na carga de ruptura, Dantas verificou que a excentricidade afeta


os deslocamentos horizontais, rotação das extremidades e deformação da armadura e do
concreto. Como esperado pelo autor, para uma mesma carga quanto maior a excentricidade
maior o valor dos parâmetros analisados.

2.8.2 Galileu Silva Santos (2009)

Santos (2009), realizou em seu trabalho “Análise experimental e numérica de pilares


de concreto armado submetidos a flexão composta reta” um estudo experimental em 14
pilares, onde a principal variável era a esbeltez e excentricidade de aplicação da carca.

Os ensaios foram divididos em duas séries, de acordo com o comprimento, sendo a


Série 1 correspondente a pilares de 2 metros e a Série 2 a 3 metros, ambos com 7 pilares
analisados.

Todos obtinham mesma taxa de armadura e seção transversal. A parte central dos
pilares eram retangular e os extremos possuíam consolos simétricos, conforme verificado na
Figura 13 retirada de seu trabalho.
33

Figura 13 - Dimensão dos modelos (em mm)


Fonte: SANTOS (2009)

As armaduras eram compostas por 6 barras de aço CA-50 de 10mm de diâmetro.


Porém, nas armaduras transversais foi utilizado aço CA-60 e foram divididas em duas
maneiras, na região central e no consolo. Na região central o espaçamento era de 10 cm, e,
na região do consolo foi de 5 cm. A resistência do concreto à compressão foi de 40 MPa.

Os pilares foram identificados por PFN e-L, onde:

PFN = pilar à flexo-compressão normal;

e= valor da excentricidade, em milímetros;

L= comprimento do pilar, em metros.

Em cada barra de aço foi colocado dois extensômetros, na mesma altura e em faces
opostas. E no concreto, foram instalados em três pontos localizado à meia altura do pilar. Já
os defletômetros, com a finalidade de verificar a rotação nos apoios e deslocamentos vertical
e horizontal, foram instalados nove.

Durante o ensaio, a cada passo de carga aplicado, era feito leitura dos extensômetros
e defletômetros por meio de um sistema de aquisição de dados SPIDER 8, fabricado pela
HBM.
34

O autor verificou e tabelou seus ensaios quanto a carga última e modo de ruína,
conforme demonstrado na Tabela 6.

Tabela 6 - Cargas últimas e modo de ruptura

Tabela 6 - Fonte: SANTOS (2009)

O autor verificou em seus ensaios que nos modelos onde a carga era aplicada no
centro as fissuras surgiram somente em elevados carregamentos, e apresentaram ruptura
frágil por fendilhamento na região dos consolos.

Já nos modelos onde a carga foi aplicada com excentricidade, as primeiras fissuras
apareciam onde o momento fletor era máximo. E verificou-se dois modos de ruína, onde o
autor classifico como frágil na região central e flexo-compressão na região central. Sendo este
último modo subdividido em dois: sem escoamento da armadura (esmagamento do concreto
sem atingir a deformação de escoamento do aço); e, com escoamento (caso ultrapassasse a
deformação do aço).

A cada passo de carga o autor também realizou leituras das deformações. Após obter
estes dados construiu o gráfico Carga x Deformação para cada modelo analisado, conforme
demonstrado na figura 14 a leitura para o pilar PFN 00-2,0. Também realizou a leitura e gerou
gráficos para deformação específica da armadura longitudinal.

A análise teórica do trabalho de Santos (2009) consistia em alterar o programa


CACODI. Esta alteração implicou na mudança de nome do programa, passando este a
denominar FLECO 2. O programa funciona apenas para análise de pilar de concreto armado
de seção transversal constante sob esforço de flexo-compressão reta.
35

Figura 14 - Carga x Deformação do concreto (PFN 00-2,0)


Fonte: SANTOS (2009)

Os resultados da carga de fissuração experimental foram comparados com os valores


obtidos no FLECO 2. Nos modelos com carregamento excêntrico os dados de deformação,
deslocamento e carga última extraídos do programa foram comparados com resultado
experimentais.

A Tabela 7 mostra a comparação dos resultados teóricos e experimentais referentes a


carga última. Santos (2009) constatou que o desempenho do FLECO 2 foi satisfatório na
estimativa da carga última. A Série 1 apresentou valores adequados, porém nos pilares PFN
24-2,0 e PFN 30-2,0 a carga prevista foi superior a real. Já na Série 2 foi observado valores
mais satisfatórios e pouco dispersos, resultando em uma média de 1,07.

Tabela 7 - Carga última teórica x carga última dos pilares ensaiados

Tabela 7 - Fonte: SANTOS (2009)


36

O autor concluiu que a carga última mostra ser sensível à variação da excentricidade.
Nos pilares de carregamento centrado a estimativa teórica ficou acima do valor experimental,
justificando a exigência da norma de calcular a excentricidade acidental.

2.8.3 Carlos Eduardo Luna de Melo (2009)

Melo (2009), realizou um estudo experimental e numérico de 24 pilares de concreto


armado submetidos à flexo-compressão normal, sendo a principal variação a excentricidade
aplicada na direção de menos inércia e o índice de esbeltez.

Os pilares possuíam seção transversal com dimensões de 250 mm x 120 mm e


comprimento apresentando dimensões variadas. A armadura foi composta por 6 barras de
aço CA-50 de bitola 10 mm, sendo a taxa de armadura 1,57% e a área de aço 4,71 cm². A
resistência do concreto à compressão foi de 40 MPa.

O programa experimental foi dividido em 3 séries de ensaios, sendo a série 1 composta


por 10 pilares com comprimento de 3 metros, a série 2 por 7 pilares de 2,5 metros e a série 3
por 7 pilares de 2 metros.

A Figura 15 mostra as dimensões geométricas dos pilares ensaiados.

Figura 15 - Dimensão dos pilares (em mm)


Fonte: MELO (2009)

Os pilares foram identificados por PFN e-L, onde:

PFN = pilar à flexo-compressão normal;

e= valor da excentricidade, em milímetros;

L= comprimento do pilar, em metros.


37

A Tabela 8 e a Figura 16 evidenciam as características dos pilares e o detalhamento


das armaduras, respectivamente.

Tabela 8 - Características dos pilares ensaiados

Tabela 8 - Fonte: MELO (2009)

Figura 16 - Detalhamento das armaduras dos pilares


Fonte: MELO (2009)
38

O comportamento dos pilares foi monitorado por medições com células de força,
defletômetros, extensômetros no aço e concreto e mapeamento de fissuração até a ruína.

Melo (2009) apresentou resultados das deformações na armadura longitudinal e do


concreto, rotações dos apoios, deslocamentos nas seções centrais, mapeamento de
fissuração e o modo de ruína, realizando também uma comparação dos dados obtidos através
do experimento com os resultantes do modelo numérico.

Observou que houve uma tendência de aparecimento da primeira fissura com aumento
da excentricidade. Verificou também quem os pilares PFN 6-3, PFN 15-3, PFN 15-2,5 não
apresentaram fissura antes da ruína devido à pequena excentricidade. Já nos pilares com
excentricidade zero somente foi observado fissuras na região de apoio, evidenciando a falta
de armadura de fendilhamento nesta região. Na Tabela 9 consta os dados referentes à força
na primeira fissura observada e a força última dos pilares.

Tabela 9 - Características do concreto, forças referentes à primeira fissura observada (F r) e força


última dos pilares (Fu)

Tabela 9 - Fonte: MELO (2009)


39

Foi utilizado o programa FLECO2C e FLECO2H para estimar as forças de ruína de


cada pilar. Os dados encontram-se detalhado na Tabela 10.

Tabela 10 - Força de ruína numérica versus força experimental

Tabela 10 - Fonte: MELO (2009)

Também foi realizado um comparativo estatístico das forças de ruína versus


experimental (Tabela 11) afim de demonstrar uma média dos resultados e evidenciar o desvio
padrão destes.

Tabela 11 - Resultados estatísticos das forças de ruína numérica versus experimental

Tabela 11 - Fonte: MELO (2009)


40

Verificou-se que o modelo numérico apresentou ótimas estimativas das forças de ruína
dos pilares ensaiados. Sendo Fu a força última experimental e Fu,numérico a força última gerada
pelo modelo numérico, verifica-se uma média próximo a 1,00 para os ensaios realizados. O
autor também realizou comparativos numéricos versus experimentais de deformações das
armaduras, deformação do concreto, deslocamento horizontal, força última relativa versus
excentricidade relativa e/h.
41

3 PROGRAMA EXPERIMENTAL

3.1 Considerações iniciais

O estudo experimental ocorreu através de ensaios de compressão em cinco pilares de


concreto armado, todos com as mesmas características físicas, realizados no Laboratório de
Materiais da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA).

A principal variável no ensaio foi a excentricidade do ponto de aplicação da carga. O


comportamento dos pilares foi monitorado em relação a medição da força aplicada,
deslocamento linear através de transdutores e mapeamento de fissuração.

O estudo em questão foi realizado por meio de modelos reduzidos, devido a viabilidade
de execução dos ensaios. A utilização desse modelo busca realizar um estudo qualitativo das
peças ensaiadas e não quantitativo.

3.2 Descrição dos pilares e propriedades dos materiais

3.2.1 Dimensões e Nomenclatura dos Pilares

Os pilares possuíam seção transversal de 100 mm x 100 mm, comprimento de 500


mm, todos com a mesma taxa de armadura. Para a identificação dos pilares foi adotado a
seguinte nomenclatura Pn, onde P corresponde a pilar e n ao número do pilar ensaiado, com
ordem crescente de excentricidade.

Tabela 12 - Características dos pilares


PILAR e (mm) L(mm) As (cm²) Ac (cm²) ρ(%)

P1 0 500 2,01 100 2,01

P2 5 500 2,01 100 2,01

P3 10 500 2,01 100 2,01

P4 15 500 2,01 100 2,01

P5 20 500 2,01 100 2,01


Tabela 12 - Fonte: AUTOR (2017)

3.2.2 Concreto

O concreto utilizado nos pilares foi usinado, e segundo laudo técnico fornecido pela
empresa que concedeu o concreto, este possui resistência característica à compressão de
24,95 MPa aos 28 dias.
42

3.2.3 Armaduras

As armaduras longitudinais foram compostas por quatro barras de aço do tipo CA-50,
com 8 mm de diâmetro (As=2,01 cm² e ρ=2,01%). Já nas armaduras transversais, estribos, foi
utilizado aço do tipo CA-60, com 5 mm de diâmetro e espaçamento de 9,5 cm. Sendo que nas
regiões da extremidade do pilar, os estribos foram espaçados em 2 cm. Ambos os vergalhões
eram da marca Gerdau, tendo as principais características destacadas na tabela abaixo
retirada de catálogo fornecido pelo fabricante.

Tabela 13 - Especificações técnicas das barras de aço

Tabela 13 - Fonte: GERDAU (2017)

O cobrimento adotado foi de 2 cm, sendo espaçado a partir da armadura mais externa.
A Figura 17 mostra o detalhamento da armadura dos pilares com espaçamento em
centímetros.

Figura 17 - Dimensão e detalhamento das armaduras dos pilares (em cm)


Fonte: AUTOR (2017)
43

3.3 Produção dos pilares

3.3.1 Forma dos pilares

Os pilares foram moldados em formas de madeirite plastificado com 14 mm de


espessura, a base e as laterais da forma foram conectadas com pregos, 14 x 18 da marca
Gerdau.

Durante o processo de montagem foi necessário controle rigoroso do esquadro da


forma para evitar possíveis erros na geometria do pilar.

Figura 18 - Forma dos pilares


Fonte: AUTOR (2017)

3.3.2 Concretagem

Para facilitar a desforma foi aplicado desmoldante, seguindo as recomendações do


fabricante. Os pilares foram concretados com concreto usinado, transportado por caminhão
betoneira e carrinho de mão. Foi colocado manualmente na forma com uso de colher de
pedreiro, sendo adensado de forma manual. A Figura 20 mostra a concretagem de um dos
pilares.

Figura 19 - Concretagem do pilar


Fonte: AUTOR (2017)
44

Nos primeiros quatro dias foi feito a cura do concreto, cobrindo os pilares com os sacos
umedecidos e aplicado água três vezes ao dia. Após, os pilares foram desmoldados e
colocados no tanque até completar 28 dias. A Figura 20 mostra os pilares desmoldados.

Figura 20 - Pilares desmoldados


Fonte: AUTOR (2017)

3.4 Instrumentação

3.4.1 Medição dos deslocamentos

Para a medição dos deslocamentos foi fixado em cada pilar quatro cantoneiras do tipo
L, conforme figura 21, sendo que estas distam 5 cm da extremidade.

Figura 21 - Pilares com cantoneiras


Fonte: AUTOR (2017)

Para o processo de aderência das cantoneiras aos pilares foi utilizado o Sikadur® 31,
que é um adesivo estrutural à base de resina epóxi de alta viscosidade. Conforme verificado
na Figura 22, o Sikadur® 31 vem dividido em dois componentes já pré-dosados, A (670 g) e B
(330 g).
45

Figura 22 - Sikadur® 31: adesivo estrutural


Fonte: AUTOR (2017)

Para sua utilização, deve ser homogeneizado separadamente os componentes A e B,


em seguida deve ser misturado na sua totalidade, podendo ser feito por agitador mecânico (3
minutos) ou manualmente (5 minutos), no trabalho em questão a mistura foi realizada
manualmente.

Foi utilizado para medição dos deslocamentos nos pilares ensaiados quatro
transdutores de deslocamento linear (LVDT – Linear Variable Differential Transformes), da
marca Gefran, modelo PY-2-F-050-S01M, ligando a um indicar digital da marca Contenco,
com display de 4 dígitos, memória de pico. A Figura 23 mostra os LVDT’s alocados para
ensaio.

Figura 23 - LVDT (Linear Variable Differential Transformers)


Fonte: AUTOR (2017)
46

Os valores de deslocamento fornecidos no indicador digital foram sendo anotados a


cada incremento de força de 10 kN.

3.4.2 Marcação de fissuras

Os aparecimentos de fissuras foram sendo acompanhados e marcados, com pincel


anatômico, durante o ensaio a cada incremento de força.

3.4.3 Prensa

Foi utilizada nos ensaios de compressão dos pilares uma prensa hidráulica com
aplicação de carga manual, possuindo capacidade de carga de até 120 tf (aproximadamente
1200 kN). A prensa corresponde ao modelo I-3001-B da marca Contenco.

Possui dois manômetros para leitura das cargas, um com escala de 0 a 120 tf e
divisão de 200 kgf, o outro com escala 0 a 24 tf e divisão de 40 kgf. A Figura 24 mostra a
prensa hidráulica utilizada nos ensaios.

Figura 24 - Prensa utilizada nos ensaios


Fonte: AUTOR (2017)
47

3.5 Metodologia do ensaio

3.5.1 Ensaio de compressão axial

O ensaio para medir a capacidade de resistência dos pilares constituiu em aplicação


de carga, com suas devidas excentricidades, nas extremidades dos modelos. Inicialmente foi
determinado o eixo do pilar para posteriormente localizar a excentricidade em relação a este
eixo. Os pilares foram posicionados na prensa apoiados em pontos de apoio e aplicação de
carga constituídos de placa retangular de aço, com dimensões de 16 mm x 16 mm x 100 mm,
de modo a uniformizar a reação aplicada pela prensa.

Para medir os deslocamentos foram utilizados quatro transdutores de deslocamento


(LVDT’s), sendo estes posicionados dois de cada lado e distando 5 cm das extremidades.
Dessa forma, com a diferença dos valores de deslocamento obtidos para cada lado tem-se o
encurtamento ou alongamento do pilar. Ao dividir o valor do deslocamento pelo comprimento
inicial do pilar, obtém-se a deformação específica, podendo assim avaliar o comportamento
de carga-deformação dos modelos analisados.

A prensa utilizada tem a aplicação de carga realizada na base, logo há um


deslocamento do prato inferior para cima. Durante o ensaio, a aplicação de carga foi feita de
forma gradual, havendo interrupção a cada incremento de 10 kN, de forma que fosse possível
registrar os valores dos deslocamentos mensurados pelos LVDT’s. Prosseguiu com a
aplicação até os pilares não suportarem mais aumento de carga, onde admitiu a ruptura
destes.
48

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 Pilar P1

O pilar P1 foi utilizado como parâmetro de comparação para os demais, pois este não
apresentava aplicação de carga excêntrica.

Este pilar foi o que apresentou maior carga de ruptura, como esperado, registrando 59
kN. Sua ruína se deu com fissuração do concreto, conforme visualizado na Foto 25. Sendo
que no pilar P1 as fissuras só se apresentaram no momento da ruptura.

Figura 25 - Fissuras pilar P1


Fonte: AUTOR (2017)

O gráfico abaixo mostra o comportamento de carga deformação do pilar P1 durante o


ensaio. Os valores registrados pelos LVDT’s 1-3 foram interrompidos antes da carga de
ruptura devido falhas mecânicas, onde o último valor registrado de deformação foi aos 30 kN.
Sendo que os valores registrados pelos LVDT’s 2-4 também foram interrompidos devido
problemas ocorridos no mesmo no início do ensaio, mais precisamente aos 20 kN.

Pilar P1
60
CARGA APLICADA (KN)

50

40

30

20

10

0
0 0,2 0,4 0,6 0,8
DEFORMAÇÃO (mm)
LVDT 1-3 LVDT 2-4
Figura 26 - Carga x deformação pilar P1
Fonte: AUTOR (2017)
49

Apesar de não obtermos a evolução da deformação até a carga de ruptura, é


perceptível que o pilar sofreu deformações de compressão de ambos os lados, além das
deformações médias apresentarem pouca diferença no decorrer do ensaio, evidenciando a
boa centralização do pilar. Este foi o pilar que menos deformou, devido a centralidade de
aplicação de carga. Registrando deformação de 0,2‰ para uma força de 30 kN,
correspondente a 50,9% da força de ruína.

4.2 Pilar P2

No pilar P2 a aplicação de carga ocorreu com excentricidade de 50 mm. Apresentou


carga de ruptura no valor de 52 kN, inferior ao pilar de comparação P1, o qual registrou 59
kN. Sendo este resultado esperado, pois com a carga sendo aplicada de forma excêntrica
tende-se a diminuir a capacidade de resistência do pilar.

A ruína ocorreu com crescimento da fissura inicial e esmagamento do concreto. Sendo


que a primeira fissura ocorreu aos 4 5 kN, ou seja, apresentou a fissura para um
carregamento de 86,5% da ruína. Observou-se que as fissuras tiveram origem nas regiões de
aplicação de carga e apoio, conforme podemos visualizar na foto abaixo. A origem das
fissuras nesses pontos se deve a elevada tensão concentrada no local.

Figura 27 - Fissuras pilar P2


Fonte: AUTOR (2017)

Através da figura 28 podemos verificar o comportamento de carga x deformação do


pilar P2 durante o ensaio realizado. Os valores registrados pelos LVDT’s foram interrompidos
próximo ao momento de ruptura do pilar, sendo o último registro de deformação aos 50 kN.
50

Pilar P2
60

50
CARGA APLICADA (KN)
40

30

20

10

0
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8
DEFORMAÇÃO (mm)
LVDT 1-3 LVDT 2-4
Figura 28 - Carga x deformação pilar P2
Fonte: AUTOR (2017)

Ao analisar o gráfico acima verifica-se que o pilar sofre deformações de ambos lados,
porém com maior compressão no lado onde ocorreu a aplicação de carga, o qual foi registrado
pelos LVDT’s 2-4. Esse comportamento onde apenas ocorrem tensões do mesmo tipo de
carga, no caso, tensões de compressão, caracteriza que a linha neutra está fora da seção do
pilar. Podendo verificar que a ruptura ocorreu no domínio 5, ou seja, a ruptura ocasionou por
esmagamento do concreto. Sendo este tipo de comportamento comum em pilares.

4.3 Pilar P3

A excentricidade aplicada no pilar P3 foi de 150 mm. Este pilar rompeu com
capacidade de carga de 45 kN, inferior aos pilares ensaiados anteriormente. O
comportamento referente as fissurações da peça foram semelhantes ao pilar P2, originando
fissuras nos apoios.

Sendo que a primeira fissura foi registrada próximo a ruptura, mais precisamente
quando a carga aplicada era de 40 kN, um carregamento de 88,9% da força de ruína.
Conforme foi realizando o incremento de carga houve aumento da primeira fissura e
aparecimento de novas, visualiza-se na foto abaixo a evolução da mesma.

Observando o gráfico da figura 30, de carga x deformação do pilar P3, verifica-se que
este teve comportamento semelhante aos demais pilares sujeitos a carga excêntrica, com
compressão de ambos os lados e deformando no lado de aplicação da carga.
51

Figura 29 - Fissuras pilar P3


Fonte: AUTOR (2017)

Os LVDT’s 3 e 4 apresentaram falha após os 40 kN, no momento onde começaram a


ocorrer as fissurações no pilar. Impossibilitando obter as deformações do pilar até o final do
ensaio.

Pilar P3
60

50
CARGA APLICADA (KN)

40

30

20

10

0
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8
DEFORMAÇÃO (mm)
LVDT 1-3 LVDT 2-4
Figura 30 - Carga x deformação do pilar P3
Fonte: AUTOR (2017)
52

4.4 Pilar P4

A carga aplicada no pilar P4 possui excentricidade de 100 mm. Este pilar rompeu com
50 kN, resultado inferior aos pilares antecedentes, P1 e P2, conforme esperado. Porém o pilar
P3, com excentricidade menor que o pilar P4, rompeu com 45 kN.

A primeira fissura do pilar P4 ocorreu aos 40 kN, em torno 80% do carregamento


suportado. Conforme visualizado na Figura 31, as fissuras também tiveram origem nas
regiões de aplicação de carga e de apoio, devido a elevada tensão concentrada nesta
localidade. Próximo a ruptura a fissura inicial aumentou consideravelmente até o pilar romper
por esmagamento do concreto.

Figura 31 - Fissuras pilar P4


Fonte: AUTOR (2017)

Analisando o gráfico abaixo, o qual retrata o comportamento carga x deformação do


pilar P4, verificamos que este sofre deformações em ambas faces. Porém resultando em
compressão mais acentuada no lado onde estava sendo a aplicado a carga.

Pilar P4
60
CARGA APLICADA (KN)

50

40

30

20

10

0
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8
DEFORMAÇÃO (mm)
LVDT 1-3 LVDT 2-4
Figura 32 - Carga x deformação do pilar P4
Fonte: AUTOR (2017)
53

Este comportamento caracteriza que o pilar rompeu no domínio 5, ou seja, por


esmagamento do concreto, com a linha neutra fora da seção tendo apenas tensões de
compressão.

O pilar P4 resultou em deformação de 1,025‰ no momento da ruptura, resultado


superior aos pilares P1, P2 e P3. Sendo este comportamento esperado, pois com o acréscimo
da excentricidade o pilar tende a obter maior deformação.

4.5 Pilar P5

Entre os pilares ensaiados o P5 foi o que teve maior excentricidade na aplicação da


carga, 200 mm. Conforme esperado, este pilar rompeu com menor carga em relação aos
demais, registrando 41 kN. Correspondendo a uma perda em torno de 30,5% em relação ao
pilar de referência P1, o qual rompeu com 59 kN.

A fissura inicial do pilar P5 ocorreu quando a carga estava em torno de 30 kN,


correspondendo a 73,2% da carga de ruína. Conforme visualizado na foto abaixo, verifica-se
que tal fissura também teve origem no ponto de aplicação de carga, prolongando com o
incremento de carga até atingir a ruptura por esmagamento do concreto.

Figura 33 - Fissuras pilar P5


Fonte: AUTOR (2017)

O gráfico abaixo destaca o comportamento carga x deformação do pilar analisado.


Percebe-se que houve compressão em ambos os lados, porém com valores mais
significativos de deformação para o lado onde foi aplicado a carga excêntrica.
54

Pilar P5
60

CARGA APLICADA (KN) 50

40

30

20

10

0
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8
DEFORMAÇÃO (mm)
LVDT 1-3 LVDT 2-4
Figura 34 - Carga x deformação do pilar P5
Fonte: AUTOR (2017)

O pilar P5 foi o que apresentou maior deformação entre os pilares ensaiados,


registrando 1,85 ‰. O que evidencia que este pilar rompeu no domínio 5, por esmagamento
do concreto.

4.6 Curvas de interação adimensional

O dimensionamento de pilares tem como característica a manipulação de sua


geometria e materiais de modo que se obtenha dimensões compatíveis com a exigência
estrutural, sofrendo limitações devido aos valores dos esforços solicitantes.

Os ábacos que fornecem as curvas de interação entre os esforços limites do pilar


podem ser utilizados tanto para dimensionamento quanto para verificação destes, facilitando
os processos de cálculo.

Em virtude disso, foi desenvolvido neste trabalho planilha de dimensionamento no


programa EXCEL, o qual analisa uma seção retangular em concreto armado, conforme as
formulações expostas no item 2.6 deste trabalho.

Através das formulações citadas foi possível gerar a curva de interação entre os
esforços, sendo estipulado as características pelo usuário, tais como: dimensões da seção a
ser analisada; número de camadas de armadura; cobrimento das armaduras; bitola do aço
utilizado; resistência característica do concreto à compressão (fc); e resistência de
escoamento do aço (fy). Os dados de entrada da planilha-base são mostrados na figura
abaixo.
55

GRÁFICO INTERAÇÃO μXν


Seção transversal Concreto Aço
b (cm) 10 fck (MPa) 24,95 fy (MPa) 500
h (cm) 10 σc (MPa) 21,2075
Tx de arm. Mec.
Disposição das armaduras ω 0,474
Camadas(ni) Barras Bitola(mm) Asi(cm²)
1 2 8 1,0053 λ 0,8
2 2 8 1,0053

TOTAL 2 4 2,0106

di(i) cm
di(1) 3
di(2) 7
Figura 35 - Dados de entrada da planilha no EXCEL
Fonte: AUTOR (2017)

Após inseridos os dados-base da peça, é realizado uma análise através dos limites de
resistência da seção transversal, observando as deformações específicas em cada domínio
de deformação. Obtidos estes valores, é calculado as variáveis kx, x, λx, assim como as
tensões e deformações nas armaduras, para então obtermos os valores do momento fletor
reduzido (μ) e do esforço normal reduzido (ν). A planilha de dimensionamento encontra-se
detalhada no apêndice deste trabalho.

A partir do desenvolvimento da planilha foi gerado um gráfico de interação entre


momento fletor reduzido (μ) e esforço normal reduzido (ν). O intuito do desenvolvimento desta
é comparar os resultados obtidos com os experimentais. Além de através da análise da
planilha gerada, ser possível explicar o comportamento dos pilares ensaiados submetidos à
flexo compressão normal. O resultado referente a curva de interação desenvolvida é
demonstrado e analisado no subitem abaixo.

4.7 Análise dos resultados

Nesta seção será feito uma análise geral dos resultados apresentados em relação as
primeiras fissuras, deformações, carga de ruptura. Assim como, uma comparação com os
dados obtidos através da planilha desenvolvida.

Em relação as fissuras o pilar P1, o qual foi aplicado carga centrada, fissurou apenas
no momento da fissura, diferentemente dos demais. A seguir é apresentado o resumo das
primeiras fissuras observadas nos pilares ensaiados. Sendo Ff a carga a qual foi registrada a
primeira fissura, e Fr a força de ruptura.
56

Tabela 14 - Resumo das primeiras fissuras


Pilar e(mm) Ff (kN) Fr (kN) % (Ff/Fr)
P1 0 59 59 100,0
P2 50 45 52 86,5
P3 100 40 45 88,9
P4 150 40 50 80,0
P5 200 30 41 73,2
Tabela 14 - Fonte: AUTOR (2017)

Verifica-se na tabela 14, através dos percentuais de carga de primeira fissura por carga
de ruptura, que houve uma tendência do aparecimento de fissuras com aumento da
excentricidade. Apresentando pequena divergência entre P2 e P3, o qual pode ser atribuída
as características não linear do concreto.

Em relação as deformações no concreto, os pilares foram instrumentados com quatro


transdutores para medição de deslocamento linear (LVDT’s). Todos apresentaram
deformação de compressão em ambas as faces analisadas.

Ao analisar os gráficos abaixo observa-se que também houve uma tendência do pilar
sofrer maior deformação com o aumento da excentricidade e após o início da fissuração.
Sendo de difícil visualização no pilar P3, pois os medidores de deslocamento linear
apresentaram falhas e não foi possível realizar a leitura dos dados até o final do ensaio.

Figura 36 - Comparação das deformações dos pilares ensaiados


Fonte: AUTOR (2017)
57

Através do estudo experimental verifica-se que os pilares ensaiados apresentaram


ruína com esmagamento do concreto devido à pequena excentricidade aplicada. As
deformações no concreto, próximo a ruína, estavam abaixo de 2‰. As deformações médias
nos pilares P2, P4 e P5 foram entre 0,9 e 1,85‰, os resultados dos pilares P1 e P3 foram
desprezados devido falha nos transdutores de medição linear.

Para os pilares analisados a ruptura foi típica de rupturas à flexo compressão no


domínio 5. Outra característica apresentada que remete a este domínio é por nenhum dos
pilares terem apresentado tensões de tração.

Verifica-se também com os dados demonstrados na tabela 14, referentes a ruptura,


que houve uma tendência de diminuição da capacidade de resistência do pilar com o aumento
da excentricidade. Porém o pilar P3 comportou-se diferente, tal comportamento pode ser
justificado por erro na aplicação da excentricidade no pilar, erros na montagem no pilar para
ensaio, imperfeições geométricas, má concretagem ou má disposição das armaduras, ou até
mesmo por alguma incompatibilidade por variação estatística dos resultados.

Através do gráfico abaixo gerado pela planilha desenvolvida, o momento fletor


reduzido igual a zero (pilar submetido a carga centrada) corresponde a um esforço normal
reduzido (ν) de 1,4. Realizando os devidos cálculos, através da equação do esforço normal
reduzido, obtemos a força de ruína estimada para um pilar com as mesmas características do
pilar P1. O valor calculado foi de 297,5 kN.

Gráfico de interação μ x ν
0,250
MOMENTO FLETOR REDUZIDO

Dominio 2
Dominio 3
0,200
Dominio 4
Dominio 4a
0,150
Dominio 5

0,100

0,050

0,000
-1,00 -0,50 0,00 0,50 1,00 1,50
ESFORÇO NORMAL REDUZIDO
Figura 37 - Interação momento fletor reduzido x esforço normal reduzido
Fonte: AUTOR (2017)

O pilar P1 ensaiado rompeu com 59 kN, porém no ensaio deste foi utilizado uma barra
de aço de 16 mm x 16 mm x 100 mm para aplicação da carga. Considerando que a área da
58

barra corresponde cerca de 16% da área da seção transversal do pilar, e observamos que 59
kN corresponde a cerca de 19,8% da carga estipulada pela planilha (297,5 kN), concluímos
que o resultado estimado foi satisfatório.

Com a curva desenvolvida no gráfico 11 também é possível comprovar a tendência do


pilar reduzir sua capacidade de resistência com o aumento da excentricidade. Pois observa-
se que a medida que eleva o momento fletor reduzido temos a diminuição do esforço normal
reduzido. Observando que para o pilar P1 o esforço normal reduzido foi de 1,4 e sofre redução
com o incremento de excentricidade.
59

5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

5.1 Conclusões

A excentricidade da carga foi a única variável nos ensaios e mostrou, em geral, ter
influência sobre a capacidade de carga dos pilares. A carga de ruína experimental variou de
59 kN para o pilar com carga centrada, P1, a 41 kN para o pilar com a maior excentricidade
(2 cm), P5. Evidenciando que o aumento da excentricidade influencia na diminuição de
resistência do pilar.

Com a curva adimensional envolvendo o momento fletor reduzido e o esforço normal


reduzido obtido, ficou evidente e comprovada a influência da excentricidade no decréscimo
da capacidade de resistência do pilar.

Os resultados dos ensaios evidenciam a influência da excentricidade não só na


capacidade de carga, como também nas deformações dos pilares e aparecimento de fissuras
dos pilares. O aumento da excentricidade fez com que o aparecimento de fissura fosse
antecipado, em comparação ao pilar sem excentricidade que apresentou fissurações apenas
no momento de ruptura.

Quanto a placa de aplicação de carga houve influência nos resultados em relação


capacidade de carga do pilar devido a elevada concentração de tensão na área resultada por
esta. Porém, não compromete os ensaios realizados em virtude de todos serem submetidos
a mesma situação de ensaio. Lembrando que os resultados obtidos se limitam aos pilares
ensaiados, ao se tratar de modelos reduzidos onde se busca uma análise qualitativa do
comportamento dos pilares.

5.2 Sugestões para trabalhos futuros

Para evolução da pesquisa propõe-se diminuir o cobrimento utilizado, visto que por
limitações de equipamentos de ensaio o pilar tem pequenas dimensões e o cobrimento de 2
cm torna armadura principal muito próxima, dificultando o manuseio, a colocação dos estribos
e o adensamento do concreto.

Aconselha-se também ter melhor controle com o concreto utilizado, obtendo os corpos
de prova para ensaio, seja o concreto usinado ou produzido in loco.

Seria valioso também aumentar a dimensão das barras de aço utilizadas para
aplicação da carga excêntrica. Tendo a finalidade de diminuir a tensão concentrada no local
e elevar a capacidade de carga do pilar, proporcionando assim maior margem para o estudo
do comportamento dos pilares.
60

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ADORNO, A. L. C. Análise teórica e experimental de pilares em concreto simples e


armado sob flexo-compressão reta. Tese de Doutorado, Universidade de Brasília,
Faculdade de Tecnologia, Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, 2004.

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concrete (ACI 318M-14) and commentary (ACI 318RM-14). Farmington Hills, 2015.

ARAÚJO, L. M. B. de Análise teórico-experimental de pilares de concreto submetidos a


flexão normal composta. Dissertação de Mestrado, Escola de Engenharia Civil,
Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2004.

ARAUJO, José Milton de. Curso de Concreto Armado. Rio Grande: Dunas, 2010. 1 v.

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62

APÊNDICE

Tabela A1 - Planilha de dimensionamento no EXCEL

PONTO PONTO PONTO PONTO


cm cm ‰ MPa ‰ MPa
1 2 3 4
λx ≤ εi σi εi σi
εc (%o) εc (%o) εc (%o) εc (%o) Domínios kx x ν μ
h (i=1) (i=1) (i=2) (i=2)
10,00 10,00 10,00 10,00 1 - - - 10,00 500 10,00 500 - -
9,50 9,65 10,00 9,85 1 - - - 9,65 500 10,00 500 - -
9,00 9,30 10,00 9,70 1 - - - 9,30 500 10,00 500 - -
8,50 8,95 10,00 9,55 1 - - - 8,95 500 10,00 500 - -
8,00 8,60 10,00 9,40 1 - - - 8,60 500 10,00 500 - -
7,50 8,25 10,00 9,25 1 - - - 8,25 500 10,00 500 - -
7,00 7,90 10,00 9,10 1 - - - 7,90 500 10,00 500 - -
6,50 7,55 10,00 8,95 1 - - - 7,55 500 10,00 500 - -
6,00 7,20 10,00 8,80 1 - - - 7,20 500 10,00 500 - -
5,50 6,85 10,00 8,65 1 - - - 6,85 500 10,00 500 - -
5,00 6,50 10,00 8,50 1 - - - 6,50 500 10,00 500 - -
4,50 6,15 10,00 8,35 1 - - - 6,15 500 10,00 500 - -
4,00 5,80 10,00 8,20 1 - - - 5,80 500 10,00 500 - -
3,50 5,45 10,00 8,05 1 - - - 5,45 500 10,00 500 - -
3,00 5,10 10,00 7,90 1 - - - 5,10 500 10,00 500 - -
2,50 4,75 10,00 7,75 1 - - - 4,75 500 10,00 500 - -
2,00 4,40 10,00 7,60 1 - - - 4,40 500 10,00 500 - -
1,50 4,05 10,00 7,45 1 - - - 4,05 500 10,00 500 - -
1,00 3,70 10,00 7,30 1 - - - 3,70 500 10,00 500 - -
0,50 3,35 10,00 7,15 1 - - - 3,35 500 10,00 500 - -
-
0,00 3,00 10,00 7,00 LIM 1-2 0,00 0,00 0,00 3,00 500 10,00 500 0,000
0,47
-
-0,50 2,65 10,00 6,85 2 0,05 0,76 0,61 2,65 500 10,00 500 0,029
0,41
-
-1,00 2,30 10,00 6,70 2 0,09 1,45 1,16 2,30 500 10,00 500 0,051
0,36
-
-1,50 1,95 10,00 6,55 2 0,13 2,09 1,67 1,95 409,5 10,00 500 0,078
0,26
-
-2,00 1,60 10,00 6,40 2 0,17 2,67 2,13 1,60 336 10,00 500 0,099
0,18
-
-2,50 1,25 10,00 6,25 2 0,20 3,20 2,56 1,25 262,5 10,00 500 0,118
0,10
-
-3,00 0,90 10,00 6,10 2 0,23 3,69 2,95 0,90 189 10,00 500 0,133
0,03
-3,50 0,55 10,00 5,95 LIM 2-3 0,26 4,15 3,32 0,55 115,5 10,00 500 0,04 0,147
-3,50 0,40 9,50 5,60 3 0,27 4,31 3,45 0,40 84 9,50 500 0,07 0,152
-3,50 0,25 9,00 5,25 3 0,28 4,48 3,58 0,25 52,5 9,00 500 0,10 0,157
-3,50 0,10 8,50 4,90 3 0,29 4,67 3,73 0,10 21 8,50 500 0,13 0,162
-3,50 -0,05 8,00 4,55 3 0,30 4,87 3,90 -0,05 -10,5 8,00 500 0,16 0,167
63

-3,50 -0,20 7,50 4,20 3 0,32 5,09 4,07 -0,20 -42 7,50 500 0,19 0,172
-3,50 -0,35 7,00 3,85 3 0,33 5,33 4,27 -0,35 -73,5 7,00 500 0,22 0,177
-3,50 -0,50 6,50 3,50 3 0,35 5,60 4,48 -0,50 -105 6,50 500 0,26 0,181
-3,50 -0,65 6,00 3,15 3 0,37 5,89 4,72 -0,65 -136,5 6,00 500 0,30 0,185
-3,50 -0,80 5,50 2,80 3 0,39 6,22 4,98 -0,80 -168 5,50 500 0,34 0,188
-3,50 -0,95 5,00 2,45 3 0,41 6,59 5,27 -0,95 -199,5 5,00 500 0,38 0,191
-3,50 -1,10 4,50 2,10 3 0,44 7,00 5,60 -1,10 -231 4,50 500 0,43 0,192
-3,50 -1,25 4,00 1,75 3 0,47 7,47 5,97 -1,25 -262,5 4,00 500 0,48 0,192
-3,50 -1,40 3,50 1,40 3 0,50 8,00 6,40 -1,40 -294 3,50 500 0,54 0,190
-3,50 -1,55 3,00 1,05 3 0,54 8,62 6,89 -1,55 -325,5 3,00 500 0,61 0,185
-3,50 -1,70 2,50 0,70 3 0,58 9,33 7,47 -1,70 -357 2,50 500 0,68 0,176
-
-3,50 -1,83 2,07 0,40 LIM 3-4 0,63 10,1 8,04 -1,83 2,07 500 0,75 0,162
384,09
-3,50 -2,00 1,50 0,00 4 0,70 11,2 8,96 -2,00 -420 1,50 315 0,95 0,116
-3,50 -2,15 1,00 -0,35 4 0,78 12,4 9,96 -2,15 -500 1,00 210 1,13 0,069
-3,50 -2,30 0,50 -0,70 4 0,88 14,0 10,00 -2,30 -500 0,50 105 1,19 0,057
-3,50 -2,45 0,00 -1,05 LIM 4-4a 1,00 16,0 10,00 -2,45 -500 0,00 0 1,24 0,047
-3,50 -2,60 -0,50 -1,40 4a 1,17 18,7 10,00 -2,60 -500 -0,50 -105 1,29 0,037
-3,50 -2,45 -0,70 0,00 LIM 4a-5 1,25 20,0 10,00 -2,45 -500 -0,70 -147 1,31 0,033
-3,00 -2,25 -1,00 -0,50 5 1,50 24,0 10,00 -2,25 -500 -1,00 -210 1,34 0,027
-2,50 -2,05 -1,30 -1,00 5 2,08 33,3 10,00 -2,05 -430,5 -1,30 -273 1,33 0,015
-2,00 -1,85 -1,60 -1,50 5 5,00 80,0 10,00 -1,85 -388,5 -1,60 -336 1,34 0,005
-2,00 -2,00 -2,00 -2,00 5 ∞ ∞ 10,00 -2,00 -420 -2,00 -420 1,40 0,000
64

Tabela A2 - Deslocamentos registrados nos ensaios

PILAR CARGA LVDT 1 LVDT 2 LVDT 3 LVDT 4 1ª FISSURA LVDT 1-3 LVDT 2-4
0 0 0 0 0 0 0
10 -0,2 -0,13 0,22 0,16 0,02 0,03
20 -0,55 -0,6 0,59 0,53 0,04 0,07
P1 30 -1,09 X 1,17 1,14 0,08
40 X X 1,7 1,71
50 X X 1,88 1,87
59 X X 3,07 2,99 RUPTURA
0 0 0
10 -0,05 -0,06 0,07 0,04 0,02 0,02
20 -0,48 -0,41 0,51 0,45 0,03 0,04
P2 30 -0,77 -0,6 0,81 0,67 0,04 0,07
40 -1,08 -0,82 1,13 0,99 0,05 0,17
45
50 -1,47 -1,07 1,54 1,43 0,07 0,36
52 X X 2,11 2,19
0 0 0
10 -0,05 -0,03 0,06 0,04 0,01 0,01
20 -0,2 -0,32 0,24 0,36 0,04 0,04
P3 30 -0,36 -0,51 0,43 0,63 0,07 0,12
40 -0,68 -0,83 0,77 1,03 40 0,09 0,2
45 X X 1,31 1,54

0 0 0
10 -0,01 -0,02 0,02 0,01 0,01 0,01
20 -0,09 -0,13 0,05 0,16 0,04 0,03
P4 30 -0,16 -0,22 0,11 0,3 0,05 0,08
40 -0,28 -0,3 0,22 0,51 40 0,06 0,21
50 -0,52 -0,31 0,43 0,72 0,09 0,41

0 0 0
10 -0,12 -0,2 0,07 0,24 0,05 0,04
20 -0,32 -0,41 0,24 0,51 0,08 0,1
P5 30 -0,71 -0,76 0,6 1 30 0,11 0,24
40 -1,01 -0,87 0,86 1,4 0,15 0,53
41 -1,31 -0,96 1,12 1,7 0,19 0,74

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