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Resumo
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Mestre em Educação – PUCPR. Graduada em Pedagogia. Professora da Escola São Carlos Borromeo.
Email:adrizinha198803@gmail.com.
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Mestre em Educação - PUCPR. Graduada em Letras, especialista em Metodologia do Ensino e
Psicopedagogia. Professora na Educação Básica do Colégio Medianeira e no Ensino Superior na Faculdade
Santa Cruz. E-mail: flabdias.7@hotmail.com.
ISSN 2176-1396
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Introdução
Paulo Freire desenvolveu seu método de alfabetização para jovens e adultos, o qual
obteve resultados significativos em um pequeno espaço de tempo. O que nos levou a
pesquisar sobre a hipótese do seu emprego na alfabetização de crianças e a constatação desta,
por meio de pesquisas desenvolvidas nos meios acadêmicos.
Nesse sentido, lançamos um olhar sobre a pesquisa denominada “Estado da Arte” em
que foram analisados artigos, dissertações e teses com o intuito de verificar nos meios
acadêmicos as inter-relações, as inserções entre a alfabetização de crianças e o método de
Paulo Freire de Alfabetização.
[...] pensávamos numa alfabetização que fosse ao mesmo tempo um ato de criação,
capaz de gerar outros atos criadores; uma alfabetização a qual o homem, que não é
passivo nem objeto, desenvolvesse a atividade e a vivacidade da invenção e da
reinvenção, características dos estados de procura (1980, p. 41).
A questão é que Paulo Freire não propôs um método entre os outros. Um método
psicopedagogicamente diferente e, quem sabe?, melhor. Antes de fazer isso ele
investiu aos brados com uma educação, contra outras. Por isso, depois de falar
contra que educação a sua se apresenta e como é que é a educação em que ele crê, é
preciso dizer contra que tipo de mundo ele acredita em um outro, e por que crê que a
educação que reinventa pode ser um instrumento a mais no trabalho de os homens o
criarem, transformando este que aí está
levantamento do seu universo vocabular. Nesse sentido, Barreto (2004, p.101 e 102): afirma
que:
É a partir da seleção das palavras geradoras, segundo o autor, que será realizada
alfabetização. Estas palavras irão possibilitar o diálogo e aprendizagem dos temas discutidos
nos círculos de cultura. Nesse sentido, faz-se também o uso da imagem como instrumento
didático pedagógico, levando o educando a relacionar a palavra com a imagem, dando então
um significado para o que se aprende.
Com o intuito de ir além da leitura das palavras e expandir a leitura sem significados
para a leitura de mundo, o método Paulo Freire de alfabetização é constituído por um sólido
diferencial, se o compararmos com os métodos de alfabetização conservadores. Seu método
não está limitado a ensinar a ler e escrever, mas a levar o educando a escrever lendo e a ler
escrevendo, além de estimular a inserção do sujeito criticamente na sociedade.
A partir de tal importância, verificou ser relevante debruçar-se em uma pesquisa tipo
“estado da arte” a fim de levantar dados que mostrem a significância do método Paulo Freire
de Alfabetização presentes nas análises e reflexões no universo acadêmico em artigos,
produções de dissertações e teses.
área, além de indicar possíveis contribuições da pesquisa para com as rupturas sociais”. Para
as autoras, analisar o campo investigativo é de grande relevância neste tempo de grandes
mudanças, bem como com o avanço crescente da ciência e da tecnologia.
Sendo assim, a pesquisa tipo “Estado da Arte” possibilita aos pesquisadores, encontrar
estudos relacionados com o seu tema de interesse, proporcionando uma ampla e significativa
visão do seu objeto de estudo. Dentro desse universo, existem as seguintes perspectivas,
como apontam Romanowski e Ens (2006, p. 39):
Sob esse olhar, os dados coletados seguem as instruções traçadas pelas autoras e estão
organizadas a seguir, em quadros ilustrativos que apresentam artigos encontrados nas bases de
dados de trabalhos científicos tanto da SCIELO e Banco de Teses e Dissertações da CAPES.
Tabela 1 - Pesquisa por assunto
Ano 2012 2011 2010 2009 2008 2007 2006 2005 2004 2003 2002 2001
Artigos 7 4 3 1 1 3 1 0 1 1 0 1 Total
23
Fonte: organizada pelas autoras, com base na interpretação do Banco de Dados da SCIELO.
2007 Aprender a Ler o Mundo. Adaptação do método Olivia Leite e José Revista
Paulo Freire de Alfabetização na Alfabetização de Duarte. Lustosa de
Crianças. Educação.
2011 A educação da infância das classes populares: uma Franciele Clara Educação e
releitura das obras de Paulo Freire Peloso e revista.
Ercília Paula BH v.27
Fonte: organizada pelas autoras, com base na interpretação do Banco de Dados da SCIELO.
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Dissertações e Teses.
Freire defendeu que pensar numa escola para as crianças das classes populares
exigia a reformulação do seu currículo para que a escola como um todo atendesse
aos anseios dessas crianças. Uma escola na qual a criança popular tivesse condições
de aprender, de criar, de arriscar, de crescer, entre outros aspectos (PELOSO;
PAULA, 2009 p. 259).
Já na obra Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar (1993), Peloso e Paula
(2011) relatam que a educação infantil não deve ser fechada ensinando apenas o que é
exigido, mas sim, o lugar onde as crianças irão abrir os seus horizontes, conhecendo o mundo
onde estão inseridos. As autoras esclarecem que:
Freire faz a alusão das crianças na vida nas discussões político pedagógicas da
escola, mostrando-lhe o mundo real e colocando-as a par da discussões sócias e
políticas da sociedade, como os desfalque materiais e os danos éticos causados
pelos governantes (PELOSO; PAULA, 2011, p. 268).
No livro Cartas a Cristina: reflexões sobre minha vida e minha práxis (1994), Peloso e
Paula indicam que Paulo Freire fala de uma educação democrática não só para jovens e
adultos, mas, também, para crianças, “sendo a educação um projeto maior, um projeto de
sociedade” (PELOSO; PAULA 2011, p.268). A educação das crianças deve buscar atender a
todos, “não importa a idade dos educandos, a cor da pele, o sexo a que pertenciam ou a
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[...] pelo exposto, observa-se que a infância não somente uma etapa cronológica,
uma etapa passageira do desenvolvimento, mas representa a condição da existência
humana. Nesse sentido, numa perspectiva freireana, as crianças podem ser
entendidas como pessoas produtoras de cultura, pessoas em relação ao mundo, no
mundo e com outras pessoas, desde sempre, pois estão sendo pessoas imersas na
realidade e por isso são seres da intervenção. (PELOSO; PAULA 2011, 2011,
p.269).
[...] aspectos que dizem respeito a algumas categorias centrais da obra de Freire,
como dialogo a liberdade, a subjetividade, a amorosidade, a eticidade, a cidadania, o
lazer, a socialização, a leitura de mundo, a utopia, o oprimido, a autonomia, a
humanidade, entre outros (PELOSO; PAULA 2011, p.274).
[...] é eficaz, quando o educador tem como ponto de partida a historia de vida e a
leitura do mundo dos educandos. Do grupo selecionado apenas três demonstraram
maior dificuldade na aquisição da leitura e da escrita ficando bem abaixo do
rendimento esperado (LEITE e DUARTE, 2007, p. 49).
Algumas considerações...
REFERÊNCIAS
BARRETO, Vera. Paulo Freire para educadores. 6.ed. São Paulo: Arte e Ciência, 2004 .
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é método Paulo Freire. 8.ed. São Paulo: Brasiliense,
1985.
ENS, Romilda Teodora; GISI, Maria Lourdes. Políticas educacionais no Brasil e a formação
de professores. In: ENS, Romilda Teodora.; BEHRENS, Marilda Aparecida. Políticas de
formação do professor: caminhos e perspectivas. Curitiba: Champagnat, 2011. p. 25 -49
FREIRE, Paulo. Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar. São Paulo: Olho d’
Água, 2010.
LEITE, Olivia S.L; DUARTE, José B. Aprender a ler o mundo: adaptação do método Paulo
Freire na alfabetização de crianças. Revista Lusófona de Educação, Lisboa, p.41-50, 2007.
Disponível em: <http://revistas.ulusofona.pt/index.php/rleducacao/article/view/629.> Acesso
em 22 nov 2013.
PELOSO, Franciele Claro e PAULA, Ercília Maria Argeli Teixeira de. educação da infância
das classes populares uma releitura das obras de Paulo Freire. Educação em Revista, Belo
Horizonte, p,251-280, dez. 2012. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/edur/v27n3/v27n3a13.pdf.> Acesso em 22 nov 2013.
PELOSO, Franciele Claro. Paulo Freire a educação da infância das classes populares em
reflexões, imagens e memórias relevadas. 2009. 166f. Dissertação (Mestrado em
Educação). Universidade Estadual de Ponta Grossa, 2009.
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REIS, Souza Madalena. O professor como agente de letramento e o pensar alto em grupo
de na leitura de poemas. (Metrado em linguística aplicada e estudos da linguagem).
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2009.