Sei sulla pagina 1di 6

A toda-poderosa(?) decisão interlocutória no JEC https://eleniltonfreitas.jusbrasil.com.br/artigos/602528599/a-toda-pode...

A toda-poderosa(?) decisão interlocutória no JEC

Advogados sabem que decisões interlocutórias em sede de Juizado


Especial são irrecorríveis. Mas e se a decisão for passível de causar grave
lesão à parte? Continuará o advogado sem ter o que fazer?

Em que pese o RE: 576847 BA (Relator: Min. Eros Grau, Data de


Julgamento: 20/05/2009), a irrecorribilidade das decisões interlocutórias
em sede de juizados especiais cíveis não é absoluta, tendo em vista a
possibilidade de sua extensão (Súmula 727 do STF, Enunciado 15 do
1 of 7 23/07/2018 12:39
A toda-poderosa(?) decisão interlocutória no JEC https://eleniltonfreitas.jusbrasil.com.br/artigos/602528599/a-toda-pode...

FONAJE)

A jurisprudência hodierna entende que excepcionalmente cabe mandado


de segurança contra decisões interlocutórias em sede de juizados especiais
cíveis em caso de ilegalidade ou abuso de poder capazes de causar à parte
dano irreparável ou de difícil reparação.

9.099

Esse remédio se mostra necessário, nestes casos excepcionais, pois em


alguns casos proferem-se decisões judiciais manifestamente equivocadas,
aberrantes. Em doutrina já se definiu a decisão “teratológica” (rectius,
teratogênica) como “a decisão que afronta inegável e seriamente o sistema
e que, paralelamente a essa afronta teórica, é capaz de gerar no campo dos
fatos, no mundo empírico, prejuízo de difícil ou impossível reparabilidade
(CÂMARA, 2014, p.337).

Inobstante, é plenamente possível o cabimento do mandamus contra ato


judicial, firmado por entendimento jurisprudencial, quando este contiver
manifesta ilegalidade ou quando seja evidentemente teratológico. Nesse
sentido, colaciono os seguintes precedentes elucidativos do STF e do STJ:

2 of 7 23/07/2018 12:39
A toda-poderosa(?) decisão interlocutória no JEC https://eleniltonfreitas.jusbrasil.com.br/artigos/602528599/a-toda-pode...

3 of 7 23/07/2018 12:39
A toda-poderosa(?) decisão interlocutória no JEC https://eleniltonfreitas.jusbrasil.com.br/artigos/602528599/a-toda-pode...

Sendo a situação geradora do risco de graves danos derivada de decisão


interlocutória para a qual a lei não preveja o cabimento do agravo de
instrumento, caberá, portanto, o Mandado de Segurança. Mesmo que haja
absoluta excepcionalidade, o emprego do Mandado de Segurança não
consiste em uma “anomalia”, não podendo ser negado, dada à natureza
constitucional dessa garantia.

O objeto do Mandado de Segurança será sempre a correção de ato ou


omissão de autoridade, desde que, ilegal e ofensivo de direito individual ou
coletivo, líquido e certo, da impetrante.

Parte da doutrina entende como, em sede de Juizado Especial, a


interlocutória é irrecorrível. Data vênia, em que se a entenda como
recorrível, todavia, o será de modo postergado.

Em suma, não fica afastado, por não cabimento ou falta de interesse


processual, o Mandado de Segurança.

A decisão interlocutória merece ser reformada quando suscetível de causar


ao autor lesão grave e de difícil reparação, caso a imposição de impugnação
somente em sede de Recurso Inominado persista.

Destarte, chega-se à conclusão de que é cabível mandado de segurança


contra decisões interlocutórias em sede de juizados especiais cíveis, uma
vez que, tendo em vista a violação do direito líquido e certo do autor em
face da ilegalidade da Autoridade judicial, na qualidade de remédio
constitucional, o mandamus não pode ser objeto de supressão por
qualquer ordenamento, com risco de infringir a própria Carta Magna.

Com respeito ao agravo de instrumento, embora seja entendimento

4 of 7 23/07/2018 12:39
A toda-poderosa(?) decisão interlocutória no JEC https://eleniltonfreitas.jusbrasil.com.br/artigos/602528599/a-toda-pode...

doutrinário que a interposição deste seja medida excepcional que fica


condicionada a decisão que nega seguimento ao Recurso Extraordinário,
existe uma necessidade de ampliação da admissibilidade do recurso de
agravo de instrumento nos Juizados Especiais Cíveis da Bahia, a exemplo
do que ocorre em São Paulo:

A ausência de previsão do agravo na Lei 9.099/95, no caso em tela, foi


superada, visto que se entendeu pela incidência subsidiária dos normativos
constantes no CPC. Desta maneira, estão mitigados o principio da
irrecorribilidade das decisões interlocutórias em sede de Juizados
Especiais e o princípio da especialidade na Lei 9.099/95.

Considerando que o agravo de instrumento se desenvolve quase que


exclusivamente perante os colégios recursais, não há que se falar em
afronta ao princípio da celeridade, ainda mais quando INTERPOSTO
PELO AUTOR, um dos principais interessados em que o procedimento seja
célere.

A irrecorribilidade das decisões interlocutórias, ainda que sob a


denominação de simples despachos, deve ser aplicada mais propriamente
diante de audiências em sede de Juizado Especial, não em Turmas
Recursais onde não se aplica literalmente o princípio da oralidade.

O manejo do agravo de instrumento representa atenção aos princípios do


duplo grau de jurisdição e do contraditório e, ante a crescente aplicação
subsidiária do CPC nos Juizados Especiais, é razoável crer que o agravo de
instrumento possa ser admitido em casos não expressos pela doutrina.

O silêncio da Lei 9.099/95 sobre este recurso em face de decisão


interlocutória em contraste com a previsão deste na Lei 10.259/2001
demonstra que o agravo de instrumento não afronta os princípios

5 of 7 23/07/2018 12:39
A toda-poderosa(?) decisão interlocutória no JEC https://eleniltonfreitas.jusbrasil.com.br/artigos/602528599/a-toda-pode...

norteadores dos Juizados Especiais, não ofende seus princípios e regras


processuais.

Adicionalmente, há de se frisar que diversos tribunais, além do STJ,


ampliaram as hipóteses de cabimento do agravo de instrumento no novo
CPC:

TJPR, AI 1575104-5, 15ª Câmara de Direito Privado, rel. Des. Hamilton


Mussi Correa, j. 26/10/2016;

TJSP, AI 2187603-32.2016.8.26.0000, 10ª Câmara de Direito Privado,


rel. Des. Carlos Alberto Garbi, j. 13/12/2016;

TJBA, AI 00154926120168050000, 3ª Câmara Cível, rel. Des. Rosita


Falcão de Almeida Maia, j. 25/10/2016;

REsp 1679909/RS, relatado pelo Ministro Luis Felipe Salomão – 4ª


Turma.

Nesse diapasão, o novo CPC, atentando à realidade e anseios que lhe cerca,
conferiu uma maior efetividade ao processo, simplificando procedimentos,
buscando um sistema jurídico mais íntegro, coerente e estável, além de
fortalecer os direitos e garantias fundamentais.

Isto posto, serena é a conclusão no sentido de que é cabível o agravo de


instrumento em face de decisões interlocutórias nos Juizados Especiais
Cíveis Estaduais e Federais, incumbindo a doutrina e a jurisprudência
delinear as características e peculiaridades do recurso debatido, tendo em
vista que a inadmissibilidade deste em outras situações torna
desconfortável a atuação das partes, ante a indisponibilidade de meio
capaz de combater a lesão – uma afronta aos princípios constitucionais.

6 of 7 23/07/2018 12:39

Potrebbero piacerti anche