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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 030.

229/2016-2

GRUPO I – CLASSE VII – PLENÁRIO


TC 030.229/2016-2.
Natureza: Representação.
Órgão: 29ª Circunscrição de Serviço Militar.
Responsáveis: Marcelo de Oliveira Soares (CPF 119.219.458-69);
Silvia Pinheiro da Silva (CPF 699.238.502-00).
Representação legal: Rudinei Kronbauer (CPF 756.077.279-04),
representando a Daten Tecnologia Ltda.

SUMÁRIO: REPRESENTAÇÃO. PREGÃO ELETRÔNICO DA


29ª CIRCUNSCRIÇÃO MILITAR (29ª CSM). AQUISIÇÃO DE
BENS DIVERSOS (27 ITENS). INABILITAÇÃO INDEVIDA DA
EMPRESA REPRESENTANTE. SUSPENSÃO CAUTELAR DO
CERTAME. AUDIÊNCIA DOS GESTORES DA 29ª CSM.
OITIVA DAS EMPRESAS INTERESSADAS. ACOLHIMENTO
PARCIAL DAS RAZÕES DE JUSTIFICATIVA. SUBSISTÊNCIA
DA IRREGULARIDADE NA INABILITAÇÃO DA EMPRESA
REPRESENTANTE. CONHECIMENTO. PROCEDÊNCIA.
ASSINATURA DE PRAZO PARA A 29ª CSM ADOTAR AS
MEDIDAS CABÍVEIS COM VISTAS À ANULAÇÃO DO ATO
DE INABILITAÇÃO DA DATEN TECNOLOGIA LTDA.

RELATÓRIO

Trata-se de representação, com pedido de cautelar suspensiva, sobre possíveis


irregularidades no Pregão Eletrônico nº 004/2016 conduzido pela 29ª Circunscrição de Serviço Militar
(29ª CSM) para a aquisição de bens diversos (27 itens).
2. A representante sustentou que, após ter apresentado o melhor lance para o fornecimento de
420 notebooks, sagrando-se vencedora do item 4 do aludido certame, ela teria sido irregularmente
inabilitada pelo pregoeiro, após a interposição de recurso administrativo pela Mega Byte Magazine
Ltda. – EPP, sob a alegação de suposta impossibilidade de a Daten Tecnologia Ltda. licitar e contratar
com a administração pública federal, em face da penalidade aplicada pelo Estado de São Paulo, com
fulcro no art. 7º da Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002.
3. Em resposta à oitiva prévia realizada por força do despacho à Peça 8, a representante
esclareceu que a penalidade de suspensão temporária de participação em licitação e de impedimento de
contratar com a administração pública lhe fora imposta pelo Estado de São Paulo por apenas 30 (trinta)
dias, conforme a publicação no D.O.E. de 13/9/2016 (Peça 12, p. 56), em razão do atraso de 22 dias na
entrega de equipamentos de informática no cumprimento de contrato celebrado com o Instituto
Florestal – órgão vinculado à Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo.
4. A representante aduziu, ainda, que, naquela ocasião, os equipamentos de informática foram
fornecidos ao Instituto Florestal sem qualquer defeito e sem que o aludido órgão tivesse anotado
qualquer ressalva ou restrição relacionadas com a qualidade dos aludidos equipamentos, salientando
que o referido atraso deveu-se ao período de final de ano (Natal e Ano Novo).
5. Por seu turno, em resposta à oitiva prévia, a 29ª CSM sustentou que a inabilitação da Daten
Tecnologia Ltda. teria sido objeto de decisão da pregoeira, a partir da sua pessoal interpretação para o
art. 7º da Lei nº 10.520, de 2002, salientando que a citada inabilitação seria resultado das “penalidades
aplicadas por outro órgão da Administração Pública”.
6. A 29ª CSM aduziu, ainda, que a interpretação da pregoeira sobre a extensão da penalidade
aplicada à empresa Daten teria decorrido de orientação do órgão de auditoria do Exército, conforme
consignado no DIEx nº 222-1ª Seção/12ª ICFEx.

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7. Após analisar as respostas às oitivas, com a anuência dos dirigentes da unidade técnica, o
auditor federal da Secex/AM apontou que a inabilitação da Daten Tecnologia Ltda. poderia ter sido
mesmo indevida, vez que a jurisprudência do TCU tem se firmado no sentido de que a aludida
penalidade teria abrangência restrita ao ente federado sancionador, mencionando, para tanto, os
Acórdãos 2530/2015, 2081/2014, 3443/2013, 2073/2013 e 342/2014, do Plenário.
8. Por sua vez, no que diz respeito às alegações da 29ª CSM em resposta à oitiva prévia, o
auditor federal anotou que a decisão da pregoeira teria sido equivocada, já que a inabilitação da Daten
Tecnologia Ltda. não estaria em sintonia com a aludida orientação normativa do órgão de auditoria do
Exército, que aduz:
“(...) 5. Em vista do exposto, esta Secretaria entende que: a. A sanção prevista no inciso
III, do art. 87 da Lei 8.666, de 1993, de suspensão temporária de participar em licitação e de
impedimento de contratar com a Administração, é restrita ao órgão responsável pela imputação. No
âmbito do Exército, pois, isso significa que tal penalidade, desde que imposta por qualquer unidade
gestora, produzirá efeitos em relação a todas as demais unidades gestoras desta Força Singular.
b. A sanção prevista no art. 7º da Lei 10.520, de 2002, produz efeitos em relação a todos
os órgãos do ente federativo ao qual pertence o órgão sancionador. Assim, qualquer penalidade com
tal fundamento, desde que imposta por órgão da Administração Pública Federal, se estenderá a todas
as unidades gestoras do Exército.”
2. Diante do exposto, em resposta ao questionamento apresentado pelo 1º B Com Sl e com
base nos transcritos acima, destacando o contido no DIEx no 142-Asse1/SSEF/SEF, esta Setorial
Contábil tem o seguinte entendimento quanto a possibilidade de contratações a serem efetuadas por
essa UGV :
a. Não podem ser contratadas, empresas que foram sancionadas por qualquer Unidade
Gestora do Exército Brasileiro, tendo como fundamento o previsto no inciso III, do art. 87 da Lei
8.666, de 1993; e
b. Não podem ser contratadas, empresas que foram sancionadas por qualquer órgão da
Administração Pública Federal, tendo como fundamento o previsto no art. 7º da Lei 10.520, de 2002.”

9. O auditor federal esclareceu, ainda, que a publicação da referida penalidade no D.O.E. de


São Paulo não teria trazido a fundamentação legal para a sua aplicação, de sorte que, considerando a
natureza apenas temporária da sanção de suspensão, a base legal para essa penalidade coincidiria com
o disposto no art. 87, inciso III, da Lei nº 8.666, de 1993, indicando que a inabilitação da Daten
Tecnologia Ltda., por esses fundamentos, não poderia acontecer para além do Estado de São Paulo.
10. Por essa linha, a Secex/AM propôs a suspensão cautelar do aludido Pregão Eletrônico
004/2016, salientando que, até janeiro de 2017, ainda não havia sido celebrado qualquer contrato
público decorrente do item 4 do mencionado certame.
11. Diante dos elementos contidos nos autos, na Sessão do dia 15/2/2017, o Plenário do TCU
confirmou a cautelar suspensiva concedida por meio do despacho acostado à Peça nº 19, tendo a
correspondente decisão cautelar sido proferida, na seguinte linha:
“(...) 11. Bem se vê que os indícios de irregularidade apontados nos autos denotam que a
inabilitação da ora representante teria sido realizada de forma indevida, já que a 29ª CSM teria
estendido os efeitos da penalidade de suspensão imposta à referida empresa para além da
circunscrição do Estado de São Paulo, afrontando, assim, a firme jurisprudência do TCU, como bem
destacou a unidade técnica.
12. Diante disso, acompanho os pareceres da Secex/AM, no sentido de que o Tribunal
determine a suspensão cautelar do Pregão Eletrônico 004/2016, já que estão presentes os requisitos
jurídicos para a concessão da medida de urgência, destacando que o fumus boni iuris restou
consubstanciado a partir da inabilitação com afronta à jurisprudência do TCU e o periculum in
mora ficou configurado a partir da iminente contratação da 2ª colocada no certame.
13. Por tudo isso, decido:

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13.1. conhecer da presente representação, satisfeitos os requisitos de admissibilidade


previstos nos arts. 235 e 237, inciso VII, do RITCU e no art. 113, § 1º, da Lei 8.666, de 1993;
13.2. determinar cautelarmente, nos termos do art. 276, caput, do RITCU, que a 29ª
Circunscrição de Serviço Militar suspenda todos os atos tendentes a resultar na adjudicação, na
homologação e/ou na execução da contratação de empresa para o fornecimento do Item 4 do Pregão
Eletrônico 004/2016, até a ulterior decisão de mérito do TCU no presente processo;
13.3. determinar, nos termos do art. 250, V, do RITCU, que a unidade técnica promova:
13.3.1. a audiência dos gestores da 29ª Circunscrição de Serviço Militar, para, no prazo
de 15 (quinze) dias, manifestarem-se sobre as falhas apontadas no presente feito;
13.3.2. a oitiva de mérito da Lituânia Comércio de Mercadorias em Geral Ltda. (CNPJ
12.132.240/0001-29) e da Daten Tecnologia Ltda. (CNPJ 04.602.789/0001-01), alertando-as quanto à
possibilidade de o Tribunal, na apreciação do mérito desta representação, vir a determinar a
anulação do ato que inabilitou a ora requerente, com a consequente anulação de todos os atos
subsequentes;
13.3.4. forneça a todos os interessados a cópia integral da presente decisão e das demais
peças destes autos, como subsídio para as respostas às audiências e oitivas;
13.3.5. esclareça os gestores da 29ª CSM de que o prosseguimento do certame, antes da
manifestação de mérito do TCU, poderá resultar na devida responsabilização por eventual dano ao
erário, além da aplicação de multa pecuniária, nos termos da Lei nº 8.443, de 1992, caso venham a
ser confirmados os indícios de irregularidade apontados na presente representação; e
13.3.6. dê prosseguimento ao presente feito, com a urgência que o caso requer.”
12. Após a realização das pertinentes notificações processuais e o recebimento das
justificativas dos gestores da 29ª CSM, o auditor federal da Secex/AM lançou a sua instrução de
mérito à Peça nº 40, com a anuência dos dirigentes da unidade técnica (Pecas 41 e 42), nos seguintes
termos:
“Cuidam os autos de representação, com pedido de cautelar, a respeito de possíveis
irregularidades ocorridas Pregão Eletrônico 004/2016 da 29ª Circunscrição de Serviço Militar (29ª
CSM), para possível aquisição de bens diversos (27 itens), valor específico do item 4 da representação
R$ 779.504,00.
Histórico:
2. Em instrução anterior (peça 17), sugeriu-se ao Exmo. Relator o conhecimento da
representação, por estarem satisfeitos os requisitos de admissibilidade previstos nos arts. 235 e 237,
inciso VII, do Regimento Interno deste Tribunal, c/c o art. 113, § 1º, da Lei 8.666/1993 e no art. 103, §
1º, da Resolução – TCU 259/2014.
3. Mediante Despacho (peça 19), o Exmo. Relator determinou:
‘13.1. conhecer da presente representação, satisfeitos os requisitos de admissibilidade
previstos nos arts. 235 e 237, inciso VII, do RITCU e no art. 113, § 1º, da Lei 8.666, de 1993;
13.2. determinar cautelarmente, nos termos do art. 276, caput, do RITCU, que a 29ª
Circunscrição de Serviço Militar suspenda todos os atos tendentes a resultar na adjudicação, na
homologação e/ou na execução da contratação de empresa para o fornecimento do Item 4 do Pregão
Eletrônico 004/2016, até a ulterior decisão de mérito do TCU no presente processo;
13.3. determinar, nos termos do art. 250, V, do RITCU, que a unidade técnica promova:
13.3.1. a audiência dos gestores da 29ª Circunscrição de Serviço Militar, para, no prazo
de 15 (quinze) dias, manifestarem-se sobre as falhas apontadas no presente feito;
13.3.2. a oitiva de mérito da Lituânia Comércio de Mercadorias em Geral Ltda. (CNPJ
12.132.240/0001-29) e da Daten Tecnologia Ltda. (CNPJ 04.602.789/0001-01), alertando-as quanto à
possibilidade de o Tribunal, na apreciação do mérito desta representação, vir a determinar a
anulação do ato que inabilitou a ora requerente, com a consequente anulação de todos os atos
subsequentes;
13.3.4. forneça a todos os interessados a cópia integral da presente decisão e das demais

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peças destes autos, como subsídio para as respostas às audiências e oitivas;


13.3.5. esclareça os gestores da 29ª CSM de que o prosseguimento do certame, antes da
manifestação de mérito do TCU, poderá resultar na devida responsabilização por eventual dano ao
erário, além da aplicação de multa pecuniária, nos termos da Lei nº 8.443, de 1992, caso venham a
ser confirmados os indícios de irregularidade apontados na presente representação; (...)’
Exame técnico:
4. Foram promovidas as oitivas supracitadas, por esta Secretaria, por intermédio dos
Ofícios 0191 e 0192/2017-TCU/SECEX-AM, de 8/2/2017 (peças 23 e 24), contudo, as empresas Daten
Tecnologia Ltda. e Lituânia Comércio de Eletroeletrônicos Ltda. optaram por não se manifestarem
neste momento processual, mesmo com a devida ciência dos ofícios, conforme fazem prova os avisos
de recebimento às peças 34 e 37.
5. Em cumprimento ao Despacho do Ministro-Relator (peça 19), foi promovida a
audiência do Sr. Marcelo de Oliveira Soares (Ordenador de Despesas da 29ª Circunscrição de Serviço
Militar) e da Sra. Silvia Pinheiro da Silva (pregoeira do mesmo órgão) por meio dos Ofícios 0189
0190/2017-TCU/SECEX-AM, de 8/2/2017 (peças 21 e 22).
6. Os responsáveis tomaram ciência dos aludidos ofícios, conforme documentos constantes
das peças 26 e 36, tendo apresentado, tempestivamente, suas razões de justificativa, de acordo com
documentos constantes das peças 35 e 39.
7. Relembrando, em suma, a representante alegou que após apresentar proposta para o
item 4 da licitação, notebook, na qual se sagrou vencedora com a proposta unitária de R$ 1.820,00
para eventuais 420 unidades (peça 1, p. 42), a empresa Mega Byte Magazine Ltda - EPP interpôs
Recurso Administrativo alegando que a Daten estaria impedida de licitar e contratar com a
administração pública, trazendo a público link do site do portal da transparência, no qual consta a
penalidade suportada pela empresa representante, com fulcro no art. 7º da Lei 10.520/2002, aplicada
no âmbito do Estado de São Paulo.
8. Após a análise do recurso e da contrarrazão o pregoeiro entendeu por inabilitar a
empresa Daten (peça 1, p. 102).
9. Ocorre que o TCU possui entendimento de que sanções previstas no art. 7º da Lei
10.520/2002 adstringem-se ao ente federado sancionador, ou seja, no caso o impedimento de
contratar era apenas com o Estado de São Paulo e não com a União, conforme Acórdão 2081/2014-
TCU-Plenário.
10. De maneira geral, as duas manifestações dos responsáveis são similares, alegam que a
pregoeira, era inexperiente e que pautou sua atuação em um modelo de edital da AGU, que sugeriria
uma atuação mais rígida.
11. De fato, ao se observar excerto da minuta de edital da AGU (peça 39, p. 4), determina
a verificação de existência de sanções, mediante consulta ao CEIS da CGU, sendo, contudo, lacônico
quanto ao aspecto geográfico das sanções.
12. Nos termos do Acórdão 2530/2015-TCU-Plenário, deve-se considerar:
‘Quanto à abrangência da sanção, o impedimento de contratar e licitar com o ente
federativo que promove o pregão e fiscaliza o contrato (art. 7º da Lei 10.520/2002) é pena mais rígida
do que a suspensão temporária de participação em licitação e o impedimento de contratar com um
órgão da Administração (art. 87, inciso III, da Lei 8.666/1993), e mais branda do que a declaração de
inidoneidade para licitar ou contratar com toda a Administração Pública (art. 87, inciso IV, da Lei
8.666/1993).’

13. Conforme descrito na instrução anterior (peça 17), a sanção aplicada à empresa
Daten foi baseada no art. 7º da Lei 10.520/2002 e no art. 87, inciso III, da Lei 8.666/1993, devendo se
restringir ao ente federado sancionador:
‘Acórdão 1003/2015-TCU-Plenário: A sanção de impedimento para licitar e contratar
prevista art. 87, inciso III, da Lei 8.666/93 produz efeitos apenas em relação ao órgão ou entidade

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sancionador, enquanto que aquela prevista no art. 7º da Lei 10.520/02 produz efeitos apenas no
âmbito interno do ente federativo que a aplicar.’

14. Seguem a mesma lógica os Acórdãos 2530/2015-TCU-Plenário; 2081/2014-TCU-


Plenário; 3443/2013-TCU-Plenário; 2073/2013-TCU-Plenário; Acórdão 1884/2015-TCU-Primeira
Câmara; Acórdão 342/2014-Plenário, entre outros.
15. Não pode a pregoeira alegar desconhecimento da lei, contudo, não se mostra
desarrazoada a alegação de erro de direito, ou seja, ao que tudo indica a pregoeira errou acreditando
que ao seguir o modelo de edital da AGU estaria agindo conforme a lei.
16. Fortalece esse entendimento o fato de que a 29ª Circunscrição de Serviço Militar agiu
de maneira a evitar a perpetuação da irregularidade, ao suspender, em 15/12/2016 (peça 35, p. 5), a
licitação. A medida cautelar do TCU data de 8/2/2017 (peça 30).
17. Mostra-se oportuno a ciência da irregularidade por parte do 29ª Circunscrição de
Serviço Militar para que oriente seus pregoeiros a respeitarem a abrangência das sanções do art. 7º
da Lei 10.520/2002 e art. 87 da Lei 8.666/1993, nos moldes da jurisprudência do TCU (Acórdãos
2530/2015-TCU-Plenário; 2081/2014-TCU-Plenário; 3443/2013-TCU-Plenário; 2073/2013-TCU-
Plenário; Acórdão 1884/2015-TCU-Primeira Câmara; Acórdão 342/2014-Plenário, entre outros) e
entendimento do próprio Exército (expediente DIEx nº 222-1ª Seção/12ª ICFEx).
18. Faz-se, ainda, imperioso, a determinação de medida corretiva com o fim de anular o
ato que inabilitou a ora representante, com a consequente anulação de todos os atos subsequentes, no
que tange ao item 4 do Pregão Eletrônico 004/2016 da 29ª Circunscrição de Serviço Militar, com
fundamento no artigo 71, inciso IX, da Constituição Federal, c/c artigo 45 da Lei 8.443, de 1992.
Conclusão:
19. O documento constante da peça 1 deve ser conhecido como representação, por
preencher os requisitos previstos nos arts. 235 e 237, VII, do Regimento Interno/TCU c/c art. 113,
§ 1º, da Lei 8.666/1993 e no art. 103, § 1º, da Resolução – TCU 259/2014, e ser considerado
procedente.
20. Em face da análise promovida no exame técnico, propõe-se acolher parcialmente as
razões de justificativa apresentadas pelos Sr. Marcelo de Oliveira Soares (Ordenador de Despesas da
29ª Circunscrição de Serviço Militar) e da Sra. Silvia Pinheiro da Silva (pregoeira do mesmo órgão),
sem prejuízo das medidas abaixo.
21. Mostra-se oportuna a ciência da irregularidade por parte do 29ª Circunscrição de
Serviço Militar para que oriente seus pregoeiros a respeitarem a abrangência das sanções do art. 7º
da Lei 10.520/2002 e art. 87 da Lei 8.666/1993, nos moldes da jurisprudência do TCU (Acórdãos
2530/2015-TCU-Plenário; 2081/2014-TCU-Plenário; 3443/2013-TCU-Plenário; 2073/2013-TCU-
Plenário; Acórdão 1884/2015-TCU-Primeira Câmara; Acórdão 342/2014-Plenário, entre outros) e
entendimento do próprio Exército (expediente DIEx nº 222-1ª Seção/12ª ICFEx).
22. Faz-se, ainda, imperioso, a determinação de medida corretiva com o fim de anular o
ato que inabilitou a ora representante, com a consequente anulação de todos os atos subsequentes, no
que tange ao item 4 do Pregão Eletrônico 004/2016 da 29ª Circunscrição de Serviço Militar, com
fundamento no artigo 71, inciso IX, da Constituição Federal, c/c artigo 45 da Lei 8.443, de 1992.
Proposta de encaminhamento:
23. Ante todo o exposto, submetem-se os autos à consideração superior, propondo:
a) conhecer da presente representação, satisfeitos os requisitos de admissibilidade
previstos nos arts. 235 e 237, inciso VII, do Regimento Interno deste Tribunal, c/c o art. 113, § 1º, da
Lei 8.666/1993 e no art. 103, § 1º, da Resolução – TCU 259/2014, para, no mérito, considerá-la
procedente;
b) acolher parcialmente as razões de justificativa apresentadas pelo Sr. Marcelo de
Oliveira Soares (CPF 119.219.458-69) e pela da Sra. Silvia Pinheiro da Silva (CPF 699.238.502-00);
c) com fundamento no artigo 71, inciso IX, da Constituição Federal, c/c artigo 45 da Lei

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8.443, de 1992, assinar prazo de 15 (quinze) dias para que a 29ª Circunscrição de Serviço Militar, no
que tange ao item 4 do Pregão Eletrônico 004/2016 adote as medidas necessárias ao exato
cumprimento da Lei 8.666/1993, e anular o ato que inabilitou a empresa Daten Tecnologia Ltda.,
CNPJ 04.602.789/0001-01, e os atos subsequentes, informando a este Tribunal, no prazo de 30
(trinta) dias, as medidas adotadas;
d) dar ciência à 29ª Circunscrição de Serviço Militar para que oriente seus pregoeiros a
respeitarem a abrangência das sanções do art. 7º da Lei 10.520/2002 e art. 87 da Lei 8.666/1993, nos
moldes da jurisprudência do TCU (Acórdãos 2530/2015-TCU-Plenário; 2081/2014-TCU-Plenário;
3443/2013-TCU-Plenário; 2073/2013-TCU-Plenário; Acórdão 1884/2015-TCU-Primeira Câmara;
Acórdão 342/2014-Plenário, entre outros) e entendimento do próprio Exército (expediente DIEx nº
222-1ª Seção/12ª ICFEx).
c) dar ciência do acórdão que vier a ser proferido, assim como do relatório e do voto que
o fundamentarem, ao representante, à 29ª Circunscrição de Serviço Militar, e à empresa Lituânia
Comércio de Eletroeletrônicos Ltda.;
d) arquivar o presente processo.”

É o Relatório.

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VOTO

Como visto, trata-se de representação, com pedido de cautelar suspensiva, sobre possíveis
irregularidades no Pregão Eletrônico nº 004/2016 conduzido pela 29ª Circunscrição de Serviço Militar
(29ª CSM) para a aquisição de bens diversos (27 itens).
2. Preliminarmente, entendo que a presente representação merece ser conhecida pelo TCU, já
que preenchidos os requisitos legais e regimentais de admissibilidade.
3. No mérito, incorporo os pareceres da Secex/AM a estas razões de decidir e, por essa linha,
anoto, desde já, que a presente representação deve ser considerada procedente, pelos motivos que
passo a expor.
4. De acordo com a unidade instrutiva, a ora representante (Daten Tecnologia Ltda.) foi
indevidamente inabilitada no Pregão Eletrônico pela decisão da pregoeira, a partir de recurso
administrativo interposto por outra licitante (Mega Byte Magazine Ltda.), sob a equivocada alegação
de a empresa Daten estar impedida de licitar e contratar com toda a administração pública brasileira,
diante da existência de penalidade administrativa imposta no Estado de São Paulo, com fundamento no
art. 7º da Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002.
5. Diante dos elementos contidos nos autos, o Plenário do TCU confirmou o meu despacho
concessório da cautelar suspensiva, tendo ficado anotado que: “a inabilitação da ora representante foi
realizada de forma indevida, já que a 29ª CSM estendeu os efeitos da penalidade de suspensão
imposta à referida empresa para além da circunscrição do Estado de São Paulo, afrontando, assim, a
firme jurisprudência do TCU, como bem destacou a unidade técnica”.
6. Além de conceder a medida cautelar, determinei a realização de audiência dos gestores da
29ª CSM e de oitiva das empresas interessadas, destacando que, após a realização das pertinentes
notificações processuais, apenas os gestores da 29ª CSM apresentaram as suas razões de justificativa,
ao passo que as referidas empresas se mantiveram silentes nos autos.
7. Em sua defesa, os aludidos gestores apenas informaram que a inabilitação da Daten
Tecnologia Ltda. teria ocorrido por mera inexperiência da pregoeira, vez que ela teria conferido
interpretação equivocada ao dado modelo de edital da AGU utilizado como paradigma.
8. Por essa linha, ao constatar que não houve efetivo prejuízo aos cofres públicos, já que, por
iniciativa própria, a 29ª CSM suspendeu a licitação em 15/12/2016 (bem antes da cautelar suspensiva
concedida pelo TCU em 8/2/2017), a unidade técnica propôs: (i) o conhecimento da representação; (ii)
o acolhimento parcial das razões de justificativas; (iii) a assinatura do prazo de 15 (quinze) dias para
que a 29ª Circunscrição de Serviço Militar, diante das irregularidades apontadas no item 4 do Pregão
Eletrônico 004/2016, adote as medidas necessárias com vistas ao cumprimento da Lei nº 8.666, de 21
de junho de 1993, anulando o ato que inabilitou a Daten Tecnologia Ltda., além dos atos subsequentes
a essa inabilitação; e (iv) dar ciência à 29ª CSM sobre a irregularidade apontada nos autos.
9. Bem se vê que a irregularidade inerente à indevida inabilitação da ora representante não
restou elidida, havendo até mesmo o reconhecimento por parte dos gestores do órgão licitante sobre a
equivocada interpretação da pregoeira em relação a esse aspecto específico.
10. A jurisprudência do TCU demonstra claramente que a Daten Teconlogia Ltda. não deveria
ter sido alijada do Pregão Eletrônico nº 004/2016 (v.g.: Acórdãos 2.530/2015, 2.081/2014, 3.443/2013,
2.073/2013 e 342/2014, do Plenário, e Acórdão 1884/2015, da 1ª Câmara), sobretudo porque o alcance
da penalidade imposta a essa empresa, com base no art. 7º, da Lei nº 10.520, de 2002, não deveria ter
ultrapassado o âmbito do ente estadual sancionador (Estado de São Paulo).
11. De todo modo, na mesma esteira do parecer da unidade técnica, as razões de justificativa
dos gestores da 29ª CSM devem ser parcialmente acolhidas pelo TCU, sem lhes aplicar a multa legal,
vez que a boa-fé dos responsáveis ficou bem evidenciada nos autos, destacando que eles adotaram, por
conta própria, as medidas necessárias com vistas a suspender o referido pregão eletrônico, bem antes,
até mesmo, de o TCU ter concedido a aludida cautelar suspensiva.

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13. Entendo, portanto, que o TCU deve conhecer da presente representação para, no mérito,
considerá-la procedente, enviando determinação à 29ª CSM, em vez da mera ciência proposta pela
unidade técnica.
Ante o exposto, proponho que seja prolatado o Acórdão que ora submeto a este Colegiado.

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 26 de abril de 2017.

Ministro-Substituto ANDRÉ LUÍS DE CARVALHO


Relator

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ACÓRDÃO Nº 819/2017 – TCU – Plenário

1. Processo nº TC 030.229/2016-2.
2. Grupo I – Classe de Assunto: VII – Representação.
3. Responsáveis: Marcelo de Oliveira Soares (CPF 119.219.458-69); Silvia Pinheiro da Silva
(CPF 699.238.502-00).
4. Órgão: 29ª Circunscrição de Serviço Militar.
5. Relator: Ministro-Substituto André Luís de Carvalho.
6. Representante do Ministério Público: não atuou.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo no Estado do Amazonas (Secex/AM).
8. Representação legal: Rudinei Kronbauer (CPF 756.077.279-04), representando a Daten Tecnologia
Ltda.

9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de representação, com pedido de cautelar
suspensiva, sobre possíveis irregularidades no Pregão Eletrônico nº 004/2016 conduzido pela 29ª
Circunscrição de Serviço Militar (29ª CSM) para a aquisição de bens diversos (27 itens);
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas, reunidos em Sessão do Plenário, ante as
razões expostas pelo Relator, em:
9.1. conhecer da presente representação, vez que preenchidos os requisitos legais e
regimentais de admissibilidade para, no mérito, considerá-la procedente;
9.2. acolher parcialmente as razões de justificativa apresentadas por Marcelo de Oliveira
Soares e Sílvia Pinheiro da Silva;
9.3. determinar, com fundamento no art. 71, IX, da Constituição de 1988 e no art. 45 da
Lei 8.443, de 1992, que, no prazo de 15 (quinze) dias contados da ciência desta deliberação, a 29ª
Circunscrição de Serviço Militar adote as medidas necessárias ao exato cumprimento da Lei nº 10.520,
de 2002, e da Lei nº 8.666, de 1993, no que concerne ao item 4 do Pregão Eletrônico nº 004/2016, e,
assim, para retomar o andamento do aludido certame, anule o ato que indevidamente inabilitou a Daten
Tecnologia Ltda., além dos atos subsequentes, e conduza o referido pregão com a efetiva participação
da mencionada empresa, informando o TCU, no prazo de 30 (trinta) dias, sobre o resultado das
medidas adotadas;
9.4. determinar que, doravante, a 29ª Circunscrição de Serviço Militar observe os limites
de abrangência das sanções previstas no art. 7º da Lei 10.520, de 17 de julho de 2002, e no art. 87 da
Lei nº 8.666, de 1993, em consonância com a jurisprudência do TCU (v.g.: Acórdãos 2.530/2015,
2.081/2014, 3.443/2013, 2.073/2013 e 342/2014, do Plenário, e Acórdão 1884/2015, da 1ª Câmara) e
em linha com o entendimento do próprio Exército, nos termos do DIEx nº 222-1ª Seção/12ª ICFEx;
9.5. enviar cópia deste Acórdão, acompanhado do Relatório e do Voto que o fundamenta, à
empresa representante, à 29ª Circunscrição de Serviço Militar e à Lituânia Comércio de
Eletroeletrônicos Ltda.; e
9.6. arquivar o presente processo, sem prejuízo de determinar que a unidade técnica
promova o monitoramento da determinação contida no item 9.3 deste Acórdão.

10. Ata n° 14/2017 – Plenário.


11. Data da Sessão: 26/4/2017 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0819-14/17-P.

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13. Especificação do quorum:


13.1. Ministros presentes: Raimundo Carreiro (Presidente), Benjamin Zymler, José Múcio Monteiro e
Bruno Dantas.
13.2. Ministros-Substitutos convocados: Augusto Sherman Cavalcanti, Marcos Bemquerer Costa e
André Luís de Carvalho (Relator).

(Assinado Eletronicamente) (Assinado Eletronicamente)


RAIMUNDO CARREIRO ANDRÉ LUÍS DE CARVALHO
Presidente Relator

Fui presente:

(Assinado Eletronicamente)
PAULO SOARES BUGARIN
Procurador-Geral

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