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TÍTULO DO PROJETO:
I. INTRODUÇÃO
A água é um bem essencial para sobrevivência da espécie humana bem como para
manutenção da vida no planeta. Entretanto, a poluição dos recursos hídricos cresce devido a
diversos setores industriais que geram águas residuais, estas podem conter desde compostos
orgânicos até metais pesados. O descarte inadequado de efluentes industriais pode provocar
danos profundos aos ambientes aquáticos e aos organismos vivos.
I. 1. Celulose
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Devido à linearidade das cadeias, as moléculas adjacentes formam uma rede de
agregados (microfibrilas) insolúveis em água, com comprimento e largura variados. As
microfibrilas com diâmetro médio de 1 a 30 nm apresentam regiões cristalinas e amorfas
(FENGEL; WEGENER, 1989).
Cada unidade de β-D-glicose contém uma hidroxila primária, representada por (-CH2-
OH), e duas hidroxilas secundárias (-OH), que desempenhará um importante papel na
transformação química da celulose em nitrocelulose, por reação com ácido nítrico. As
hidroxilas primárias apresentam maior reatividade que as secundárias (VOTORANTIM,
2004).
I. 2. Nitrocelulose
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Por tratar-se da resina de secagem mais rápida, é ainda usada em segmentos como
repintura automotiva, seladores e acabamentos para madeira, tintas de impressão por
rotogravura e flexografia, cosméticos (esmalte de unha) e acabamentos para couro, além de
diversas outras aplicações, apesar do aparecimento de novos sistemas de resinas (BARCZA,
data desconhecida).
I. 3. Processo Industrial
Existem três grupos hidroxila por unidade fundamental de unidade de β-D-glucose que
podem ser esterificados pelo ácido nítrico representada pela seguinte reação:
Línter bruto é estocado em fardos com aproximadamente 200 Kg, algodão bruto com
coloração bege claro, indicando pequena presença de óleo. Inicialmente são retiradas
impurezas grossas tais como: cascas, ramos, sementes, areia, pedras. Após, são colocados na
desfiadeira, desfiado e enviado por uma esteira, que contém um imã, para a retirada de
partículas metálicas. Segue para uma centrífuga que opera a pressão negativa, para eliminar
finos do línter. Esses finos, considerados impurezas, são mandados para filtros manga, onde
ficam armazenados (BARCZA, data desconhecida).
O línter livre de impurezas segue para o tratamento químico, em uma autoclave recebe
uma solução de soda cáustica diluída (NaOH). Sob pressão e elevação de temperatura, há o
processo de desengorduramento, onde são eliminadas proteínas, ceras, graxas e gorduras que
envolvem as fibras. Também, a soda reage com a lignina do línter e a deixa solúvel em água.
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Faz se lavagem com água visando retirar resíduos da solução de soda do línter (SANTOS,
2001; 2006).
I. 3.2. Branqueamento
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Figura 3. Reator (nitrador)
O produto nitrado segue para os refervedores sem pressão, onde é adicionada água
para remover o ácido. Nesses refervedores dependendo do grau de nitração, o produto pode
ficar de 2 horas (baixa nitração) até 70 horas (alta nitração). A temperatura dentro dos
refervedores é mantida a 98ºC (BARCZA, data desconhecida).
Em toda reação de nitração ocorre também uma reação de sulfonação e por isso é
necessária a remoção dos produtos sulfonados. A nitrocelulose que está nos refervedores sem
pressão é mandado para as autoclaves onde será feita a retirada desses produtos para garantir a
sua estabilidade. Esta autoclave trabalha a elevadas temperaturas (≈ 142ºC) e pressões acima
da atmosférica. Também ocorre hidrólise para diminuir o peso molecular da nitrocelulose
(BARCZA, data desconhecida).
Após a retirada dos sulfonados, ainda resta ácido nítrico necessitando de nova
lavagem, que pode ser à quente, frio ou alcalina (com carbonato de sódio ou cálcio) à pressão
ambiente. A lavagem alcalina é feita na nitrocelulose para fabricação de explosivos. Na
utilização como solvente ou fabricação de filmes, a nitrocelulose produzida é lavada apenas
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com água fria para retirar a acidez. Então segue para uma centrífuga com uma peneira onde
será feito o controle da umidade final (≈28%) (BARCZA, data desconhecida).
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As indústrias vêm adotando medidas de gerenciamento e monitoramento para a
avaliação e controle dos agentes tóxicos presentes em efluentes líquidos. Segundo
GHERARDI-GOLDSTEIN et al. (1990) duas abordagens podem ser utilizadas com este
objetivo: controle através de substâncias específicas e controle do efluente como um todo. O
monitoramento através de substâncias específicas, também chamado de monitoramento
químico, é realizado através da identificação e quantificação de substâncias potencialmente
tóxicas no efluente, para as quais foram estabelecidos limites de emissão.
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substâncias que podem estar influenciando na toxicidade das amostras. Neste sentido, se faz
importante a realização de trabalhos que busquem avaliar os efeitos de efluentes líquidos aos
organismos aquáticos, verificando a relação entre a toxicidade e os parâmetros físicos e
químicos analisados.
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Daphnia é um género de crustáceos da ordem Cladocera. Os organismos do gênero
Daphnia, chamados microcrustáceos, são amplamente sensíveis a mudanças em seu ambiente
aquático, principalmente causadas por ação de xenobióticos. Atualmente esses organismos
são utilizados em bioensaios, ou seja, testes que usam organismos vivos na avaliação de
toxicidade em áreas afetadas por efluentes industriais e domésticos, agricultura e locais
próximos a portos, desde que sejam água doce. E, devido à sua sensibilidade, as Daphnias são
usadas para realizar esses bioensaios e essa é uma área importante da Biologia chamada
Ecotoxicologia aquática.
II. OBJETIVOS
Este trabalho tem como objetivos dar continuidade ao projeto “Caracterização química
do efluente de deslignificação do línter” e o fracionamento, o isolamento e a identificação de
compostos tóxicos presentes neste efluente. Dessa maneira, é possível determinar técnicas
viáveis de tratamento com o intuito de atender à resolução CONAMA 357/2005.
III. METODOLOGIA
Primeiramente, duas colunas foram preenchidas com resinas trocadoras iônicas, uma
com 10g de resina aniônica e outra com 200g de resina catiônica. O volume de efluente
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utilizado para passar nas colunas foi 500mL. A coluna aniônica foi ativada com solução de
hidróxido de sódio 1M (duas vezes o volume do leito), e a catiônica com solução de ácido
clorídrico 2M (um volume igual ao do leito). O objetivo desse experimento foi dessorver
cátions e/ou ânions presentes no efluente.
Efluente da Efluente da
Componente deslignificação Componente deslignicação
bruto bruto
Sódio (mg.L-1) 13.527 Fluoreto (mg.L-1) 61
Potássio (mg.L-1) 27 Cloreto (mg.L-1) 1.457
Magnésio (mg.L-1) 16 Brometo(mg.L-1) n.d.
Cálcio (mg.L-1) 43 Sulfato (mg.L-1) 81
NH3 (mg.L-1) n.d.
Tabela 3. Concentração dos íons presentes em cada uma das frações obtidas através das
resinas aniônicas
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Os resultados mostraram que a Fração I apresentou elevada concentração de sódio
(12.540 mg L-1), a qual pode ser explicada pelo uso de NaOH em concentrações em torno de
25 g L-1 no processo de deslignificação, com a finalidade de solubilizar a lignina presente no
línter. Entretanto, o objetivo era retirar ânions presentes no efluente, e a amostra apresentou
concentração considerável de cloreto ( 1310,3 mg.L-1) e também de outros ânions quando
comparando os resultados da fração I e os do efluente bruto.
V. Conclusão
Este projeto tem como objetivo dar continuidade aos estudos do efluente
deslignificação do línter, produzido por uma fábrica de explosivos do Vale do Paraíba-SP. De
acordo com trabalhos anteriores, sabe-se que o lançamento deste no rio é impróprio, já que
apresenta valores que não obedecem à resolução CONAMA 357/2005.
Vários íons, cátions ou ânions, podem ser responsáveis pela toxicidade de um efluente.
Através do uso de resinas trocadoras iônicas foi possível fracionar o efluente em estudo,
entretanto esse fracionamento não foi satisfatório, pois os dados analisados por cromatografia
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se apresentaram bastante confusos. O ideal é refazer os experimentos, identificar os
problemas técnicos, aumentar a quantidade de resina utilizada para intensificar a troca iônica.
Outra medida será rever os métodos para regenerar a coluna aniônica e a catiônica.
A análise de vários parâmetros para cada uma das frações obtidas, tais como os
apresentados na metodologia, permite saber o quanto os ânions e/ou os cátions presentes no
efluente são responsáveis por sua toxidade. Dessa maneira, será possível determinar métodos
de tratamento mais específicos, que possam diminuir a concentração dos elementos
responsáveis pela toxidade.
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VOGEL, A. V. Analise Inorgânica Quatitativa. 4 ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara
Dois. p. 125-135.
WOOD, T.M.; SADDLER, J.N. (1988). Increasing the availability of cellulose in biomass
materials. Methods Enzymol, v. 160, p. 3 – 11.
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AVALIAÇÃO DO ORIENTADOR SOBRE O RELATÓRIO PARCIAL E O DESEMPENHO
ACADÊMICO DA BOLSITA
1. IDENTIFICAÇÃO DO RELATÓRIO
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