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01. INTRODUÇÃO.
Pensadores contemporâneos como T. H. MARSHAL e NORBERTO BOBBIO
revelam que, na evolução dos direitos dos homens, encontramos três grupos distintos: os
direitos civis (correspondentes às liberdades individuais); direitos políticos (referentes ao
exercício do poder, com mecanismo de participação social e política) e direitos sociais
( regidos pelo signo da igualdade e visam o bem estar social).
1
Palestra proferida no Curso de Capacitação para Conselheiros Municipais realizado pela Fundação Prefeito
Faria Lima – CEPAM – 10 e 11 de outubro de 2002 em Presidente Prudente.
2
Promotor de Justiça do Ministério Público do Estado de São Paulo. Home page: www.pjpp.sp.gov.br -
e-mail: lamfer@stetnet.com.br
2
No entanto, este cenário parece estar mudando e, com ele, a situação das crianças e
dos adolescentes. Com efeito, a partir da Constituição Federal de 1988, o novo paradigma
absorvido pelos legisladores constituintes proporcionou outra roupagem à questão dos
direitos sociais3, incluindo a proteção à infância, com caráter de prioridade absoluta4.
3
Constituição Federal, art. 6º - São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a
segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na
forma desta Constituição.
4
Constituição Federal, art. 227.
5
Constituição Federal, art. 127.
3
O tema é analisado com muita propriedade por BOBBIO, que assim se manifesta
em relação aos direitos sociais:
As políticas públicas, nesse sentido, devem ser compreendidas como as ações que
buscam dar executoriedade à lei, ou seja, “aquelas ações voltadas para a concretização da
ordem social, que visam à realização dos objetivos da República, a partir da existência de
leis decorrentes dos ditames constitucionais” (FRISCHEISEN. 2000, pág. 80).
Com este referencial, ou seja, com ações conjuntas que possibilitem o cumprimento
do que estabelecem a Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente, é
possível fazer uma análise das políticas públicas de atendimento à criança e ao adolescente,
principalmente, as políticas sociais básicas referentes à educação, saúde, trabalho, esporte,
habitação, cultura e lazer. Tais políticas devem:
c) as políticas públicas desse setor devem estar nas mãos de pessoas éticas e
comprometidas com a causa menorista.
Esta crise gera um círculo vicioso, onde quem mais perdem são a criança e o
adolescente, já que, na falta de atendimento adequado, permanecem em situação de risco
social, ou pessoal. Contribuem para esta crise, entre outros fatores, os seguintes:
Reverter este quadro é de rigor, e isso passa, em parte, pelo papel do Ministério
Público que será adiante analisado.
enfrentadas”. Esta nova sistemática foi denominada por Fábio Konder Comparado como a
“judicialização das políticas públicas que leva os membros do Judiciário a, não só dizer o
direito tido como justo, mas também a preencher determinados conceitos a partir da
interpretação constitucional” (FRISCHEISEN. 2000, p. 18).
É certo que, nas três ações, foram apresentados recursos, estando os autos no
Tribunal de Justiça para análise do inconformismo.
10
Este trabalho pode ser realizado, diretamente, pelo Promotor de Justiça, junto ao
Prefeito, Vereadores, Secretários Municipais, Conselhos de Direitos, ou mesmo junto aos
órgãos da administração Estadual, para o direcionamento das políticas que melhor atendam
à população infanto-juvenil.
100,0%
90,0%
80,0%
70,0%
60,0%
50,0%
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30,0%
20,0%
10,0%
0,0%
Porte de
Lesão
Furto Danos Am eaça Vias de fato entorpecent
Corporal
e
Ocorrido /Envolvendo a escola 36,2% 4,5% 27,9% 43,9% 41,5% 2,9%
Fora da Escola 63,8% 95,5% 72,1% 56,1% 58,5% 94,1%
B ase:663 atosinfracionaiscom etidosporm enoresque cursam o ensino fundam ental
100,0%
90,0%
80,0%
70,0%
60,0%
50,0%
40,0%
30,0%
20,0%
10,0%
0,0%
P orte de
Lesão Vias de P orte de
Furto D anos entorpecen A m eaça
C orporal fato arm a
te
O corrido /Envolvendo a escola 23,8% 8,5% 43,3% 0,0% 33,3% 38,1% 6,3%
Fora da Escola 76,2% 91,5% 56,7% 100,0% 66,7% 61,9% 93,8%
B ase:350 atosinfracionaiscom etidosporm enoresque cursam o ensino m édio
DIREITO DE SONHAR
Sonhar não faz parte dos trinta direitos humanos que as Nações Unidas
proclamaram no final de 1948. Mas, se não fosse por causa do direito de
sonhar e pela água que dele jorra, a maior parte dos direitos morreria de sede.
Deliremos, pois, por um instante. O mundo, que hoje está de pernas para o
ar, vai ter de novo os pés no chão.
Nas ruas e avenidas, carros vão ser atropelados por cachorros.
O ar será puro, sem o veneno dos canos de descarga, e vai existir apenas a
contaminação que emana dos medos humanos e das humanas paixões.
O povo não será guiado pelos carros, nem programado pelo computador,
nem comprado pelo supermercado, nem visto pela TV.
A TV vai deixar de ser o mais importante membro da família, para ser
tratada como um ferro de passar, ou uma máquina de lavar roupas.
Vamos trabalhar para viver, em vez de viver para trabalhar.
Em nenhum país do mundo os jovens vão ser presos por contestar o serviço
militar. Serão encarcerados apenas os que quiserem se alistar.
Os economistas não chamarão de nível de vida o nível de consumo, nem de
qualidade de vida a quantidade de coisas.
15
Estes sonhos anunciam uma realidade possível. Para as crianças e adolescentes esta
realidade depende da concretização de políticas públicas e de uma atuação eficiente e
comprometida do Ministério Público.
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06. BIBLIOGRAFIA.
MEKSENAS, Paulo. Cidadania, Poder e Comunicação. São Paulo: Cortez Editora, 2002.