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NOÇÕES DE PSICOPATOLOGIA FORENSE

Slides + transcrição da aula, lembrando que aquilo que está em itálico é a fala da professora.

 Psicologia Forense => estuda os limites normais, biológicos, mesológicos e legais, da capacidade civil e da
responsabilidade penal. Interação do homem com o ambiente.

 Psiquiatria Forense => cuida da análise dos limites e modificadores anormais das mesmas e analisa, ainda, as
doenças mentais, oligofrenias e as personalidades psicopáticas. Enquanto na psicologia forense se estuda o que é
normal, na psiquiatria forense vemos os limites e modificadores anormais relacionados à capacidade civil e à
responsabilidade penal, além de analisar as doenças mentais (oligofrenias, personalidades psicopatas...).

 Psicopatologia Forense => elucida e esclarece as desordens mentais relacionadas com a capacidade civil e a
responsabilidade penal. É o foco do nosso estudo.

Ao estudar a psicopatologia forense teremos a capacidade de analisar e dizer se um indivíduo que cometeu um delito
tem alguma patologia mental e se o mesmo tem ou não responsabilidade sobre o ato praticado. A partir daí esse
indivíduo poderá responder (ou não) por aquele ato cometido.

É muito comum quando alguém comete um crime que choca a sociedade, geralmente o advogado de defesa desse
indivíduo argumenta que seu cliente estava sob um transtorno mental ou tem alguma patologia mental, algo que o
impossibilita de responder por aquele ato. É aí que entra o papel do médico.

O médico precisa fazer a análise do paciente/indivíduo e afirmar que o mesmo possui uma doença (ou passou por um
estado mental) que o impossibilita de responder pelos seus atos. Ou o contrário: o médico é quem vai dizer que o paciente
não tem nada, correndo o risco de responsabilizar o indivíduo injustamente pelo crime. Isso não significa que o doente
mental fica impune, o que acontece é que ele vai responder através de uma medida de segurança – internação num
manicômio judiciário, onde estão desde indivíduos enjaulados até aqueles com acometimentos mais leves, que podem
realizar trabalhos dentro da instituição.

Como perito, o médico faz parte de um quebra-cabeça bastante complexo, pois o seu laudo sozinho não define a situação
de um indivíduo que cometeu um delito grave. São necessários psicólogos, assistentes sociais, psiquiatras, perito médico
legal... Um grupo de pessoas para decidir o destino do indivíduo.

A seguir, alguns termos mais relacionados com o direito que com a medicina, que a disciplina pede que todos saibam:

 Responsabilidade penal e capacidade civil => indivíduo com saúde mental e maturidade psíquica. Só pode ter
responsabilidade penal e capacidade civil o indivíduo que já atingiu determinada idade, entende o que faz e que
tenha saúde mental.

 Imputabilidade => capacidade de compreensão e vontade de agir (fato subjetivo, psíquico e abstrato). Termo
muito utilizado. Quando se diz que o indivíduo é imputável significa que ele tem capacidade de compreensão e
vontade de agir – ele entende o significado e quer cometer o delito. Fez porque quis. Algumas mulheres sob TPM
podem ser consideradas inimputáveis (não tem capacidade de compreensão/vontade de agir).

 Responsabilidade => consequência de quem tinha pleno entendimento e deverá pagar por isso (consequências
jurídico-penais de um delito). Quando o indivíduo mata alguém, ele tem que assumir a responsabilidade, pagar
pelo que fez.

 Capacidade civil => aptidão para gerir sua pessoa e seus bens. A princípio considera-se que todos têm capacidade
civil. Quando o bebê nasce ele tem direito a uma série de coisas (nome, certidão de nascimento...), ele é uma
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pessoa com capacidade civil, embora existam alguns atos civis que o bebê não pode realizar (comprar casa,
vender um carro)... A capacidade civil fica limitada em algumas situações.

Imputabilidade X responsabilidade:

 Imputabilidade: atribuição pericial, através de um diagnóstico ou prognóstico de uma conclusão médico-legal;


(Necessita de um profissional que faça essa avaliação  médico).

 Responsabilidade penal: fato da competência judicial, o qual será analisado juntamente com outros dados
processuais. (Não tem mais a ver com a avaliação médica  juiz).

Legislação penal:

É importante ver a lei para entender onde entra o médico nessa história:

 “é isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao
tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento”.

 “a pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por
desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do
fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento”. Indivíduo que não possui discernimento completo.

Olha a importância do médico: ou vai levar o indivíduo para cadeia, ou vai jogá-lo em um manicômio judiciário, ou ainda
vai reduzir a pena de uma pessoa que quando sair dali pode cometer o delito novamente.

 A inimputabilidade não pode ser presumida. Terá de ser necessariamente provada, em condições de absoluta
certeza.

Nem todas as mulheres com TPM chegam ao extremo de cometer um crime, é necessário comprovar analisando o
paciente, fazendo o histórico – paciente já tinha doença mental? Já foi internado? Faz uso de alguma medicação? Já
cometeu delito prévio?

Existem transtornos mentais transitórios, alguns por patologias clínicas que, quando resolvidas, o transtorno mental
também acaba.

No caso do pós-parto imediato, a mulher pode cometer suicídio, matar a criança, cometer um homicídio por transtorno
mental. Não se pode dizer que é frescura, mandar lavar fralda do menino pra ver se passa.

Capacidade civil:

De um modo geral, todo mundo tem, mas em determinadas situações é necessário um representante para responder por
aquilo:

 “situação que permite à pessoa adquirir direitos e contrair obrigações por conta própria, por si mesma,
sem necessidade de um representante legal”. Isso quando se tem capacidade civil plena.

Legislação civil:

 “Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil”.

 São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil:

 Os menores de 16 anos;

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 Os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a
prática desses atos; (Através do laudo o médico vai determinar se o indivíduo é absolutamente
incapaz ou não; ou se é apenas parcialmente. Também se é imputável ou não imputável).

 Os que, mesmo por motivo transitório, não puderem exprimir sua vontade (às vezes não é
necessariamente uma doença mental, o transtorno transitório pode ocorrer, por exemplo, no
caso de alguém que foi a uma festa onde foi obrigado a ingerir álcool em demasia e, na saída
dessa festa, cometeu um crime – naquele momento, por motivo transitório, ele não podia
exprimir sua vontade, não tinha capacidade plena de exercer os atos da vida civil – considerada
como absolutamente incapaz).

Quando a pessoa sai de casa, entra no bar, bebe, bebe, bebe, depois pega o carro e mata cinco pessoas ela está assumindo
o risco. É o chamado dolo eventual – não houve vontade, mas o condutor assumiu o risco. A lei prevê esses casos para que
não caiam na situação de culpa, onde não houve vontade. No caso de culpa há redução da pena, a responsabilização se dá
de forma mais amena.

 Legislação civil:

 São relativamente incapazes a certos atos ou à maneira de os exercer:

 Os maiores de 16 anos e menores de 18 anos;

 Os ébrios habituais (beberrões), os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham
discernimento reduzido;

 Os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;

 Os pródigos (pessoas que gastam desenfreadamente, nos quais a família tem que intervir antes
que eles acabem com o patrimônio da família)

Doenças mentais, transtornos psiquiátricos, entram aqui como discernimento reduzido, ao contrário dos absolutamente
incapazes, que não tem discernimento.

 Causas mais importantes das doenças mentais:

 Doenças em geral, infecções (ex: sífilis), endointoxicações, exointoxicações (ex: álcool), causas psíquicas
(ex: causas emotivas), sociais, hereditárias, predisposições, traumatismos (principalmente cranianos) etc.

 Nosso país => grande incidência de alcoolismo, sífilis, hereditariedade mórbida, sem prevenção e
tratamento; falta de assistência médica, profilática e curativa; falta de educação, miséria, desnutrição
generalizada etc. Aqui entram as pessoas que já foram alguém na vida, tinham família, emprego e
viraram mendigos. É muito comum no Brasil

Aqui temos apenas uma pincelada do assunto para saber onde se encaixa o que (vocês já viram em psiquiatria).

 Classificação das doenças mentais:

 Transtornos da saúde mental:

 Esquizofrenias => consistente relação entre violência e esquizofrenia.

 Esquizofrenia tipo paranoide: preocupação com delírios e alucinações recorrentes;

 Esquizofrenia tipo desorganizada: regressão exacerbada a um comportamento primitivo,


desinibido e desorganizado;

 Esquizofrenia tipo catatônico: acentuada atividade psicomotora (rigidez, negativismo,


ecolalia, maneirismos, mutismo);

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 Esquizofrenia tipo residual: embotamento emocional, retraimento social,
comportamento excêntrico e leve redução das associações.

Claro que não será cobrado “o que é esquizofrenia do tipo paranoide”? É apenas para entender que, se o indivíduo estiver
passando por uma situação dessas, ele pode cometer um ato pelo qual não poderá ser responsabilizada totalmente, pois
estava passando por um transtorno que diminui o discernimento do indivíduo.

 Transtornos psicóticos:

 Psicoses: transtornos mentais que causam subversão do juízo; (limitação do juízo de valor)

 Esquizofrenia é o transtorno psicótico mais comum.

 Existem outras síndromes psicóticas que não correspondem aos requisitos para diagnóstico de
esquizofrenia.

 Transtornos psicóticos:

 Transtorno psicótico por uma condição médica geral (TCE, lesões cerebrais, tumores) ou
por uso de substâncias ( drogas etc.);

 Transtorno esquizofreniforme: similar à esquizofrenia, duração de 1 mês a 6 meses. O


paciente retorna ao estado de funcionamento anterior; duração mais rápida;

 Transtorno esquizoafetivo: sintomas de esquizofrenia (delírios e alucinações) e


transtornos de humor; idéias persecutórias;

 Transtorno delirante: “paranóia”, predomínio de delírios;

 Transtorno psicótico breve: após evento intensamente traumático ou estressor;

 Psicose pós-parto. Considerado inimputável pela lei, compromete o discernimento.

 Transtornos de humor (geralmente vai ter a questão da bipolaridade)

 Transtornos depressivos:

 Transtorno depressivo maior;

 Transtorno depressivo menor;

 Transtorno depressivo breve recorrente;

 Transtorno disfórico pré-menstrual (TPM  doença mental classificada no CID 10, ainda
que transitória)

 Transtorno de humor devido a uma condição médica geral.

 Transtorno bipolar: mania/depressão;

 Transtorno distímico: forma mais tênue de transtorno depressivo;

 Transtorno ciclotímico: episódios de hipomania e depressão leve.

Tudo isso meio que se confunde, necessitando de um estudo mais aprofundado.

 Retardo mental:

 “uma condição de desenvolvimento interrompido ou incompleto da mente, a qual é


especialmente caracterizada por comprometimento de habilidades manifestadas durante o
período de desenvolvimento, as quais contribuem para o nível global de inteligência, isto é,
aptidões cognitivas, de linguagem, motoras e sociais”. O retardo mental é sempre relacionado
com alguma fase do desenvolvimento do indivíduo.

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 Etiologia: condições genéticas, exposição pré-natal a infecções e toxinas, trauma perinatal (muito
comum), condições adquiridas e fatores socioculturais.

 3 níveis: idiotia, imbecilidade e debilidade mental.

Vamos ver os 3 níveis: idiotia, imbecialidade e debilidade mental. A avaliação é sempre relacionada a algum momento do
desenvolvimento do ser humano:

 Idiotia: forma mais acentuada de retardo mental; QI abaixo de 25 (N=90 a 110); cça até 2 anos;
em geral não articulam palavras e vivem pouco. Comportamento similar ao de uma criança de 2
anos.

 Imbecilidade: forma média do retardo mental; QI entre 25 e 50. cça de 2 a 7 anos; já articula
palavras, dá recados.

 Debilidade mental: zona limítrofe entre a imbecilidade e a sanidade mental; evolução mental
muito vagarosa; QI entre 50 e 70 (debilidade mental) ou entre 70 e 90 (debilidade mental
fronteiriça); cça entre 7 e 12 anos. Diagnóstico difícil.

Quando for xingar alguém, xingue direito! Xingue de débil mental e não de idiota, que é a forma mais grave.

 Epilepsia:

 Afecção do SNC, caracterizada por alterações na atividade elétrica normal do cérebro; alterações
difusas ou focais; crises convulsivas, amnésia, inconsciência completa;

 Criminoso epiléptico (comete crimes com consciência e vontade, embora tenha epilepsia) X
epiléptico criminoso (comete crimes sob influência das alterações psicomotoras decorrentes da
doença  inimputável); É preciso saber se temos um criminoso epilético ou um epilético
criminoso.

Antigamente pensava-se que o epilético era um doente mental gravíssimo, hoje sabe-se que isso não é verdade.

 Neuroses:

 Desequilíbrio emocional, geralmente originado de sentimento de culpa ou necessidade de


chamar atenção;

 Não se perde o juízo;

 Civilmente, em regra, são capazes;

 Penalmente: semi-imputáveis, salvo em caso de neurose compulsiva quando perde-se o controle,


dependendo da situação. (inimputabilidade);

 Tipos: estados ansiosos, estados fóbicos, estados compulsivos, estados neurastênicos, neurose
traumática, organoneuroses

A neurose não é considerada um transtorno que impeça o indivíduo de ter consciência de seus atos.

 Transtornos da personalidade:

 Padrões inflexíveis e desajustados de relacionamento e percepção do ambiente e de si mesmos;

 Etiologia: fatores genéticos, temperamentais, fatores biológicos;

 Vários tipos de transtornos. Para a Medicina legal – importância para o transtorno da


personalidade antissocial (envolve a prática de crimes  os famosos psicopatas);

Existem situações dentro dos transtornos de personalidade que podem evoluir para psicopatia.

 Psicopatas:

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 Comportamento violento e agressivo;

 Inclinados a recidivar no comportamento criminoso violento;

 Carreira criminal longa (dificuldades conceituais na caracterização precisa). Melhoram


com a prática, o que dificulta o diagnóstico da psicopatia. Geralmente são muito
inteligentes. Tentam fazer com que aquilo não pareça um crime.

 “Crianças simultaneamente hiperativas e antissociais estariam em uma situação de ‘extremo alto


risco’ para a psicopatia”. Se no adulto já é difícil de diagnosticar, imagina na criança para avaliar
a possibilidade de, no futuro, evoluir para uma psicopatia.

Estudos mostram que o convívio social pode causar alterações no comportamento levando a um quadro de psicopatia.

Daí a importância da HPP, História familiar, Historia Social... para montar o quebra-cabeças.

Quem é que solicita o exame para realização de pericia médica no caso de um indivíduo envolvido em algum crime, que
tenha transtorno mental?

 Havendo necessidade de requisitar-se o exame de insanidade mental, somente a autoridade judicial, de acordo
com o art. 149 do CPP, tem competência para fazê-lo.

Da mesma forma como ocorre no IML, tem que haver um documento judicial para solicitar os quesitos relacionados aos
transtornos mentais.

Professora mostra vídeo da entrevista com Suzanne Von RIchtoffen, com participação de profissionais da USP, exibida
no Fantástico.

FIM

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