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Nome: David Missiatto

Disciplina:

Prof: Hailton Pinheiro

Resenha da obra ''O Cativeiro da terra'' de José de Souza Martins

Na obra ''O Cativeiro da terra'', o autor busca identificar o regime de colonato - nascido com
a crise do escravismo - enquanto uma relação não capitalista de produção. Martins tem uma visão
discordante do conceito de modo de produção para a América Latina, o autor, assim colocava o
Brasil no conhecido “capitalismo comercial”. Para Martins, o ponto crucial é o de empregar o
conceito de capitalismo utilizando uma concepção diversa das análises clássicas.

José de Souza Martins, trata em sua obra, da questão do processo de mudança do trabalho
escravo para o trabalho livre. O autor busca descobrir o ritmo das formas de difusão do capitalismo
no Brasil, rejeitando a afirmativa de que a crise do trabalho escravo resultou na utilização do
trabalho assalariado.

Na obra o autor expõe de maneira mais detalhada suas idéias acerca das relações de
produção não-capitalistas. Estas, segundo Martins, são produtos do capital que, ao se desenvolver,
redefine antigas relações, subordinando-as à sua reprodução, mas também gera relações não-
capitalistas, iguais e contraditoriamente necessárias à sua reprodução.

Para Martins, o capital funde relações de produção não-capitalistas com prentensão à


garantir a sua expansão nos lugares ou setores da economia em que os nexos com a produção social
ocorrem através de relações comerciais. A produção capitalista encontra diferentes e contraditórios
momentos emaranhados entre si: num deles tem-se a produção de mercadorias e mais-valia sob o
modo especificamente capitalista; noutro tem-se a produção não-capitalista subordinada à
circulação.

Os vínculos com o modo de produção capitalista dão-se neste caso por meio da troca. É
nesse sentido que se estabelece o nexo, ou na linguagem do autor, a articulação entre eles, porém
como partes de um único processo, mesmo quando disseminados por espaços diversos.

A obra enfatiza que com a crise do trabalho escravo, a servidão negra foi substituída pelo
trabalho assalariado. E propõe, também, a interpretação de que não foi a crise no trabalho escravo
que resultou na utilização do trabalho assalariado. Nesse prisma, o capitalismo, em sua expansão
acaba redefinindo as relações sociais e desenvolve relações não capitalistas e, ao mesmo tempo,
propulsoras da manutenção da reprodução do capital.

O autor afirma, que a transição da substituição do trabalho escravo pelo trabalho livre não
foi um processo simples e rápido. O trabalhador entrou no processo produtivo como renda
capitalizada, pois o fazendeiro tinha que pagar o transporte, alimentação e instalação do colono e
sua família. Ocorreu o momento em que os colonos obtiveram o conhecimento de que estavam
sendo explorados e se revoltaram. Como consequência dessa revolta, os cafeicultores modificaram
os critérios de absorção do trabalho dos colonos. Resultando destas, surgiram diversas modalidades
de relacionamento entre colonos e fazendeiros, mantendo-se a exploração do colono, entretanto, de
maneira mais discreta.

Martins aponta em sua obra, também, a “A Influência do Café na Industrialização e na


Formação da Classe Operária em São Paulo”. No ano de 1929 o preço do café foi lá em baixo e,
incontáveis sacas de café foram queimadas. O governo tentou amenizar a crise financiando a
colheita de café e depois destruindo o produto.

O autor observou que a mudança de uma economia baseada na agricultura com trabalho
escravo para uma economia industrial, só foi possível graças ao tempo e as mudanças da
conscientização da classe burguesa industrial brasileira.

O desenvolvimento da indústria de São Paulo no período de 1870 a 1905, ocorreu aos


poucos, com os fazendeiros se voltando a vários negócios como comércio, bancos, ferrovias,
indústrias, comércio imobiliário, entre outros. Martins então faz a observação do que ele chama de
morte do burguês mítico, apontando os três mecanismos ideológicos de sustentação da dominação
de classe:

 A proletarização das aspirações burguesas: A idéia do trabalho livre era principalmente


ideológica, ou seja, o trabalhador continuaria sendo explorado, porém, acreditando estar
livre.
 O aburguesamento das aspirações operárias: Partindo do princípio de que o trabalhador e a
privação enriqueciam o trabalhador, vários imigrantes vieram tentar a sorte no Brasil.
 A vida do burguês e a morte do mito: Segundo Martins, desde a década de 1940, o
trabalhador operário “se tocou que tudo era blá,blá,blá”. O tal do enriquecimento através do
próprio trabalho só existia para beneficiar a burguesia dominante.

As idéias e propostas de Martins, de teor marxista, enfocaram, especialmente, as


contradições sociais existentes no decorrer da história do Brasil. A maior dificuldade de sua obra, no
entanto, foi a de estar aprisionada a realidade da região sudeste do Brasil, ocultando, de certa
forma , as distintas “excepcionalidades regionais” encontradas em nosso País.

As discussões apresentadas por Martins encontram-se presentes em nosso cotidiano. E a


razão disso é o fato da resistência do colono que renomeado como pequeno proprietário de terra,
segue produzindo alimentos de baixo custo, de alto consumo e voltado para o mercado interno.

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