Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
CENTRO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
Santa Maria, RS
2018
Leandro Becker Kehler
Santa Maria, RS
2018
Leandro Becker Kehler
__________________________________
Tiago Bandeira Marchesan, Dr. (UFSM)
(Presidente/Orientador)
__________________________________
André Luís Kirsten, Dr. (UFSC)
__________________________________
Daniel Pinheiro Bernardon, Dr. (UFSM)
__________________________________
Demercil de Souza Oliveira Júnior, Dr. (UFC)
__________________________________
Humberto Pinheiro, Dr. (UFSM)
Santa Maria, RS
2018
RESUMO
The constant increase in world electrical energy consumption, as well as the concern about
reducing carbon emissions encourage the use of renewable power sources. Generally, these
power sources are installed next to consumer and distributed in the electrical power system
(EPS). In addition, the renewable power sources are intermittent, which implies repeated
changes in the power flow causing the instability of EPS. A solution to reduce these problems
is the use of microgrids. Therefore, the improvement of the electrical distribution grids is
necessary to the microgrids implementation. On these conditions, the solid state transformer
(SST) becomes useful, because, in addition to adjusting the voltage levels, this advice also has
others characteristics, such as possibility of power flow control, disturbance rejection, reactive
compensation and communication with others grids devices. Moreover, the SST has availability
of the direct current bus connection where the distributed sources may be connected without an
additional inverter and the power flow control becomes easier. Until now, the most suitable
SST topology for microgrids operation is the modular three-stage architecture. These
architectures use DABs converters, which have high efficiency in a long power range. However,
at low load situations, their efficiency reduces drastically. These characteristics may result in
high energy waste, given that Brazilian rural areas and small towns, the transformer has a
characteristic of low load factor. Thus, the analysis of different operation modes to increase the
efficiency at low load condition is the focus of this work. So, two techniques are evaluated,
being one of them based on reducing the modulation index and the other based on changing the
power factor angle. The first one showed impracticable for this application, due the oversizing
of the SST modules necessity. However, the second technique indicates the implementation
feasibility. Furthermore, this work evaluated the effects of the SST connection, working with
the proposed operation mode, in a rural grid. This evaluation showed that the operation with a
non-unit power factor of the SST does not necessarily imply in an losses increase in the grid.
Finally, a control method is proposed for the application of the operation mode proposed.
Simulation results are shown at the end of this paper.
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 11
1.1 O transformador de estado sólido – SST ................................................................... 13
1.1.1 Arquiteturas topológicas ............................................................................................ 14
1.1.1.1 Estruturas utilizadas em SST de três estágios ........................................................ 15
1.2 Conversor DAB ......................................................................................................... 19
1.3 Curvas de carga características de áreas rurais do Brasil .......................................... 21
2 TÉCNICAS PARA ELEVAR O RENDIMENTO DO SST SOB OPERAÇÃO DE
CARGA REDUZIDA .............................................................................................. 23
2.1 Alteração no processamento de potência do SST ...................................................... 24
2.1.1 Análise da aplicabilidade do modo de operação proposto ......................................... 26
2.1.1.1 Simplificação do circuito ....................................................................................... 26
2.1.1.2 Teoria de potência e fluxo de potência................................................................... 28
2.1.1.3 Aplicação do modo de operação proposto ............................................................. 29
2.1.2 Análise vetorial do conversor CHB ........................................................................... 31
2.2 Conclusão................................................................................................................... 34
3 MODO DE OPERAÇÃO PRPOSTO PARA ELEVAR O RENDIMENTO
GLOBAL DO SST EM CONDIÇÕES DE CARGA REDUZIDA ...................... 35
3.1 Delimitação dos pontos de operação.......................................................................... 36
3.2 perdas globais no sst .................................................................................................. 41
3.2.1 Análise de eficiência global do SST .......................................................................... 43
3.2.2 Ponto ótimo de desligamento do conversor DAB ..................................................... 46
3.3 Conclusão................................................................................................................... 52
4 IMPACTOS DA UTILIZAÇÃO DO SST COM MODO DE OPERAÇÃO
PROPOSTO EM UMA REDE DE DISTRIBUIÇÃO RURAL ........................... 53
4.1 A ferramentA de ASE ................................................................................................ 53
4.2 Avaliação da inserção do sst com modo de operação proposto em uma rede de
distribuição................................................................................................................. 55
4.3 Conclusão................................................................................................................... 60
5 IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA DE CONTROLE E RESULTADOS DE
SIMULAÇÃO........................................................................................................... 62
5.1 apresentação do sistema de controle .......................................................................... 63
5.1.1 Métodos de equalização de tensão de barramento em conversores CHB .................. 64
5.1.2 Adição do modo de operação proposto ao controle convencional com modulação PS-
PWM .......................................................................................................................... 67
5.1.3 Proposta de controle para equalização das tensões de barramento dos módulos do
conversor CHB .......................................................................................................... 70
5.2 Projeto dos controladores ........................................................................................... 71
5.2.1 Controlador de corrente ............................................................................................. 72
5.2.2 Controlador de tensão total do conversor CHB. ........................................................ 75
5.2.3 Controlador de tensão modular do conversor CHB. .................................................. 76
5.3 Resultados de simulação ............................................................................................ 78
5.4 Conclusões ................................................................................................................. 88
6 CONSIDERAÇÕES PARCIAIS E CONTINUIDADE DO TRABALHO ......... 91
6.1 considerações parciais ................................................................................................ 91
6.2 Continuidade do trabalho ........................................................................................... 92
6.2.1 Proposta de contribuição para a versão final de tese ................................................. 92
6.2.2 Cronograma ............................................................................................................... 93
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 94
APÊNDICE A - ESTIMATIVA DE PERDAS NO RETIFICADOR .............................. 100
APÊNDICE B – CURVAS DE CARGA DOS TRANSFORMADORES SUBSTITUÍDOS
POR SST ................................................................................................... 105
APÊNDICE C – MODELAGEM DO RETIFICADOR MONOFÁSICO EM
COORDENADAS SÍNCRONAS DQ .................................................... 106
APÊNDICE D – DISTRIBUIÇÃO DE POTÊNCIA NOS MÓDULOS DO CONVERSOR
CHB ........................................................................................................ 120
11
1 INTRODUÇÃO
Equation Chapter (Next) Section 1
Nas últimas décadas, o consumo mundial de energia elétrica tem apresentado um
aumento considerável, principalmente devido ao crescente aumento populacional e ao
desenvolvimento tecnológico dos diversos setores produtivos da sociedade. No Brasil, segundo
o Anuário Estatístico de Energia Elétrica (EPE, 2015, 2016), o acréscimo no consumo de
energia elétrica foi de 53,6% entre 2001 e 2014. Tal crescimento além de demandar acréscimo
de geração também eleva as perdas de transmissão de energia. Tendo em vista que o Brasil tem
tamanho continental, as perdas de transmissão de energia podem tornar-se significativas com a
elevação da demanda de energia.
Neste contexto, estratégias que visam reduzir o desperdício de energia vêm sendo
largamente estudadas na literatura. Uma alternativa para redução de perdas nas linhas de
transmissão e distribuição é a utilização de fontes renováveis de energia. Além de gerar energia
sem causar impactos significativos a natureza, as fontes renováveis podem ser instaladas
próximas ao consumidor final reduzindo as perdas na transmissão de energia. No Brasil, em
2015 o governo nacional lançou programas de incentivos para facilitar a instalação de fontes de
geração distribuída (GD) pelo consumidor (MINAS E ENERGIA, 2015).
Apesar dos benefícios supracitados, o aumento do número de GDs conectados à rede de
distribuição de energia eleva a complexidade do sistema elétrico de potência (SEP). Deste
modo, a reformulação do sistema se faz necessária. Dentro deste contexto, surge o conceito das
redes inteligentes de energia que são sistemas de distribuição e transmissão de energia elétrica
dotados de recursos de tecnologia da informação e de elevado grau de automação. Dentre as
diversas funcionalidades das redes inteligentes uma delas é ampliar significativamente a
eficiência operacional do SEP controlando o fluxo de potência a partir das informações de
geração e consumo de energia que são processadas em tempo real.
Além disso, para reduzir o número de conexões de GD na rede de distribuição e
minimizar os possíveis problemas de estabilidade do SEP, as redes inteligentes fazem uso do
conceito de microrredes ou miniredes. Os quais podem ser definidos como uma maneira mais
eficiente, segura e gerenciável para a conexão de grande número de geradores de pequeno e
médio porte ao SEP. Em outras palavras, a microrede reúne determinados grupos de cargas,
armazenadores e GDs que passam a ser vistos pela concessionária como um sistema/subsistema
elétrico independente conectados ao SEP podendo operar com fluxo de potência positivo ou
negativo (FALCÃO, 2009).
12
(a) (b)
Fonte: (RODRIGUES et al., 2016)
Outro fato que deve ser observado é que ambas as microrredes apresentadas na Figura
1.1 utilizam um transformador para a conexão com a rede de média tensão (MT). O
transformador é necessário para a adequação dos níveis de tensão e isolação entre o lado
primário e secundário. Apesar de os transformadores eletromagnéticos serem baratos, robustos
e largamente empregados a utilização deles em microrredes não é atrativa, pois eles não
cumprem alguns requisitos que são extremamente importantes para as microrredes, como:
a) Controle de tensão e corrente em tempo real;
b) Controle do fluxo de potência;
c) Compensação de potência reativa;
13
1
Em 1968, considerava-se como elevada frequência algumas dezenas de quilohertz.
14
Conversor Conversor
Rede Rede
Eletrônico de Eletrônico de
MT BT
Potência Potência
Transformador Alta
Frequência
O SST de três estágios pode ser construído com três estruturas distintas, sendo elas: não
modular, modular e semi modular.
a) Não modular: Estas estruturas utilizam menor número de semicondutores, drivers,
sensores e apenas um transformador de média frequência (MF) diminuindo a
probabilidade de falhas devido ao menor o número de componentes. Porém estas
estruturas necessitam de semicondutores capazes de suportar elevados níveis de
16
Figura 1.5 – Arquitetura modular de três estágios e conversores de potência utilizados para a implementação
Figura 1.6 - Transformador de estado sólido com (a) estrutura modular e (b) semi modular
Por fim, as estruturas modulares e semi modulares utilizam um retificador para conectar
o barramento CC de BT com a rede CA de BT. Esta conexão pode ser realizada por distintos
conversores conforme pode ser visualizado na Figura 1.5. Sendo que nos casos monofásicos a
conexão é realizada através de conversores de ponte completa, as conexões trifásicas utilizam
inversores de tensão de quatro fios e as aplicações que exigem barramento de BT de maior
tensão (600 V, por exemplo) utilizam-se topologias de tipo T ou NPC. Devido ao fato de todas
estas topologias de BT supracitadas já serem consolidadas pela indústria, elas não serão
abordadas neste trabalho.
Então, o SST avaliado neste trabalho será o de três estágios e de estrutura modular,
conforme o apresentado na Figura 1.7. Esta estrutura tem o conversor DAB como conversor
19
principal, pois é ele quem realiza a isolação galvânica e controla o fluxo bidirecional de energia.
No entanto, o este conversor tem algumas particularidades que afetam o desempenho do SST,
as quais serão discutidas a seguir.
Lf Ld
Módulo 2
Ld
BT- CA
MT
Módulo n
Ld
BT- CC
Fonte: Autor.
(a) (b)
(c) (d)
(e) (f)
Fonte: (a) (INOUE; AKAGI, 2007), (b) (TODORČEVIĆ et al., 2015), (c) (AKAGI; KINOUCHI; MIYAZAKI,
2016), (d) (TAN; ABE; AKAGI, 2011), (e) (XIE; SUN; FREUDENBERG, 2010), (f) (EVERTS et al., 2012).
Como a potência processada pelo SST também é processada pelo conversor DAB, a
curva de rendimento total do SST apresenta formato semelhante as curvas apresentadas na
Figura 1.8. Deste modo, quando o SST estiver operando com carga reduzida (em média 30%
da potência nominal) seu rendimento também será reduzido.
21
Figura 1.9 – Curvas de carga típica de zonas rurais brasileiras para dias úteis (azul), sábados (laranja) e domingo
(cinza).
0,6 0,6
0,5 0,5
0,4 0,4
0,3 0,3
0,2 0,2
0,1 0,1
0 0
00:00
02:00
04:00
06:00
08:00
10:00
12:00
14:00
16:00
18:00
20:00
22:00
00:00
02:00
04:00
06:00
08:00
10:00
12:00
14:00
16:00
18:00
20:00
22:00
(a) (b)
(c) (d)
Fonte: Autor.
23
Módulo 1
Lf Ld
Is
Módulo 2
Ld
Módulo 3
MT
R
Ld
Módulo 4
Ld
BT
Fonte: Autor.
26
95%
93%
90%
Rendimento ( %)
Portanto, para que o modo de operação que está sendo proposto torne-se implementável
é necessário alterar a modulação do conversor CHB. Assim sendo, realizou-se uma análise da
aplicabilidade do modo de operação proposto, conforme descrito a seguir.
Lf
V1 C1 R1 Vcc1
Is
V2 C2 R2 Vcc2
Vs Vr
V3 C3 R3 Vcc3
V4 C4 R4 Vcc4
Fonte: Autor.
Figura 2.4 – Circuito simplificado do conversor CHB conectado à rede de MT: (a) divisão por módulos, (b)
circuito equivalente.
Lf
Is Lf
V1
Is
V2
Vs Vs Vr
V3
V4
(a) (b)
Fonte: Autor.
28
Vr
jXLIs
δ
Ө Vs
Is
Fonte: Autor.
s r sin( )
VV
P (2.01)
XL
X L 2 fs Lf (2.03)
Onde:
fs – frequência da rede;
Lf – indutância do filtro;
Além disso, de acordo com a norma IEEE 1459-2010 (“IEEE Standard Definitions for
the Measurement of Electric Power Quantities Under Sinusoidal, Nonsinusoidal, Balanced, or
Unbalanced Conditions”, 2010) em sistemas puramente senoidais pode-se calcular as potências
ativa e reativa por:
P VI cos( ) (2.04)
Q VI sin( ) (2.05)
Onde:
V – Tensão eficaz;
I – Corrente eficaz;
Ө – ângulo de carga;
entanto, o conversor CHB tem seus retificadores conectados em série, ou seja, a corrente de
entrada (Is) é igual para todos os retificadores. Logo, resta como variável de controle as tensões
sintetizadas por cada retificador (V1, V2, V3 e V4) que compõe o conversor CHB.
A Figura 2.6a apresenta o diagrama fasorial do sistema apresentado na Figura 2.4b
operando com FP unitário. Neste caso, o conversor CHB está drenando uma determinada
potência ativa da rede e fornecendo a potência reativa consumida pelo filtro Lf. No modo de
operação convencional, cada módulo do conversor CHB processa a mesma quantidade de
potência. Pois as tensões sintetizadas por cada retificador são idênticas em módulo e ângulo,
conforme ilustrado no diagrama fasorial da Figura 2.6b.
No momento em que se retira o conversor DAB de operação, o retificador conectado
em cascata com este conversor deve parar de processar potência ativa. Como não é possível
alterar a corrente que circula por este retificador, a tensão sintetizada por ele deve estar defasada
em 90° da corrente Is, conforme mostra o diagrama fasorial da Figura 2.6c. Neste caso, tem-se
que o retificador 1 não processa potência ativa, ou seja, ele é um retificador não-ativo. Nota-se,
por este diagrama que a tensão total do conversor CHB (Vr) e o ângulo de potência (δ) são os
mesmos dos diagramas apresentados na Figura 2.6a e Figura 2.6b, ou seja, a potência total
processada pelo conversor CHB ou pelo SST não é alterada. No entanto, o ângulo de carga e o
módulo dos vetores dos retificadores que permanecem em condução são alterados. Isso faz com
que eles processem maior quantidade de potência ativa e operem em um ponto de melhor
rendimento da curva apresentada na Figura 2.2.
Figura 2.6 – Diagramas fasoriais: (a) referente a Figura 2.4b; referente a Figura 2.4a (b) em operação
convencional, (c) em operação proposta.
Vr V4 Vr
V3
V2 V3 V4 Vr
V2
jXLIs
jXLIs
jXLIs
V1 V1 Ө1
δ δ δ
Is Vs Is Vs Is Vs
Fonte: Autor.
amplitude (ma) reduzido. O ma é a relação entre a máxima tensão que está sendo sintetizada
pelo conversor CHB e a soma das tensões de barramento dos “n” módulos que o compõe
conforme (2.06).
Vrp
ma (2.06)
nVcc
Onde:
Vrp – Tensão de pico sintetizada pelo conversor CHB;
Vcc – Tensão nominal do barramento CC;
n – número de módulos que compõe o CHB;
Como pode ser visto, a implementação desta técnica é totalmente dependente do índice
de modulação de amplitude do conversor CHB. Então, uma análise vetorial será realizada a fim
de encontrar a relação entre o índice de modulação por amplitude e as tensões de entrada dos
retificadores que compõe o conversor CHB.
Para esta análise vetorial considerou-se que o conversor CHB apresentado na Figura 2.3
tem formas de onda puramente senoidais, tensões de barramento equilibradas, constantes e
iguais a Vcc. Os diagramas fasoriais utilizados nesta análise consideram os valores de pico, tanto
de tensão como de corrente, pois o intuito é encontrar os limites de operação de cada retificador.
Assim sendo, a Figura 2.7a representa o diagrama fasorial com valores de pico e os
limites de tensão sintetizados pelos retificadores. O círculo pontilhado em vermelho na Figura
2.7a, tem raio Vcc e representa a máxima tensão sintetizável pelo retificador 1. Este retificador
é capaz de sintetizar qualquer valor de tensão dentro deste círculo. O círculo em linha pontilhada
azul, tem raio 3Vcc, centro no final do vetor Vrp e representa a máxima tensão sintetizável pelos
outros 3 retificadores que compõe o conversor CHB. A intersecção entre estes círculos, em
amarelo, representa a área de operação segura (AOS) para sintetizar a tensão Vrp. Portanto, para
evitar a sobre modulação o vetor V1p deve ser sintetizado dentro da AOS. Deste modo, o vetor
V1p tem limitação de ângulo, onde o máximo ângulo de carga sintetizável (Ө1Máx) é definido
pelo cruzamento dos círculos que delimitam a AOS, conforme mostrado na Figura 2.7b.
32
Neste caso, em operações com FP unitário não é possível operar o retificador 1 de forma
não-ativa. Para tornar possível faz-se necessário aumentar a AOS, ou seja, elevar as tensões de
barramento dos conversores CHB. Assim, o raio dos círculos aumenta e torna-se possível
sintetizar a tensão V1 em quadratura com a corrente Is, conforme mostrado na Figura 2.8.
Figura 2.7 - Diagrama fasorial com limites de operação: (a) Limites de tensão sintetizada pelos retificadores,
(b) Tensão de pico sintetizada por cada módulo.
Vrp
jXLIsp
jX LIsp
Vcc δ V1p Vrp
Isp Vsp δ
Isp Vsp
Ө1Máx
(a) (b)
Fonte: Autor
V1 Ө1 Vrp
δ
Isp Vsp
Fonte: Autor.
n 1
ma (2.08)
n
No entanto, (2.08) é valido somente para o conversor CHB operar com um retificador
não-ativo. Expandindo a análise para operações com “nr” retificadores não-ativos, tem-se a
condição dada em (2.09).
Onde:
nr – número de retificadores não-ativos.
n nr
ma (2.10)
n
Com o intuito de visualizar a relação dada em (2.10), a Figura 2.9 mostra os máximos
índices de modulação de amplitude (ma) em função do número de retificadores não-ativos em
operação, para conversores CHB de 6, 5 e 4 módulos. Tomando como base o conversor CHB
de 4 módulos, o qual serviu de modelo para esta análise, conclui-se que para ser possível operar
34
com 3 módulos não ativos, o conversor CHB deve ter o ma máximo de 0,26. Assim sendo, essa
estratégia de modulação não é atrativa, pois os retificadores teriam que ser superdimensionados
em tensão. Outra conclusão que pode ser obtida é que a operação com metade dos conversores
não-ativos requer um índice de modulação máximo de 0,5.
Figura 2.9 - Relação entre índice de modulação de amplitude máximo e número de retificadores não-ativos.
1
n=4
Máximo índice de modulação de amplitude
0.9 n=5
0.8
n=6
0.7
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0
0 1 2 3 4 5 6
2.2 CONCLUSÃO
Figura 3.1 – Diagrama fasorial com (a) FP unitário e (b) FP não unitário.
jXLIsp
jXLIsp
V1p Vrp V1p Vrp
δ δ
Isp Vsp Ө1=90° Ө Vsp
Ө1Máx Isp
(a) (b)
Fonte: Autor.
Como no diagrama fasorial da Figura 3.1a o ângulo ϴ é zero, o valor de módulo da corrente do
diagrama fasorial da Figura 3.1b deve ser maior para que esta condição seja mantida. Assim, o
processamento da potência ativa total do conversor CHB não se altera.
Normalmente, do ponto de vista da rede de distribuição as cargas com FP não unitário
não são bem-vindas. Pois, à medida que o FP reduz é necessário drenar maior quantidade de
corrente para processar a mesma potência ativa e isso pode resultar em sobrecarga dos cabos
36
y1 y0 x1 x0
2 2
r2 (3.01)
Onde:
y1 e y0 – pontos cartesianos referente ao eixo y;
x1 e x0 – pontos cartesianos referente ao eixo x;
r – raio da circunferência.
raio nV
r cc , representa a máxima tensão sintetizável pelos retificadores não-ativos e está
expressada matematicamente em (3.02). Sendo nr o número de retificadores não-ativos em
operação. A circunferência em azul representa a máxima tensão sintetizável pelos retificadores
restantes do conversor CHB, tem centro no final do vetor Vrp, raio (nnr )Vcc e está expressada
matematicamente em (3.03).
37
φn
jXLIsp
Vrp
δ
Ө Vsp
Isp
Fonte: Autor.
y 0 x p 0 nrVcc
2 2 2
p
(3.02)
y p 2 x p 2 nrVcc
2
yn 0 xn Vrp n nr Vcc
2 2 2
(3.03)
yn 2 xn Vrp n nr Vcc
2 2
yn 2 xn ma nVcc n nr Vcc
2 2
(3.04)
Sabe-se que o máximo ângulo sintetizável pelos retificadores não-ativos é limitado pela
intersecção entre as circunferências. Logo, o ponto x de intersecção entre as circunferências
pode ser encontrado igualando termo y de (3.02) e (3.04):
pelos retificadores não-ativos ( p max ). Para isso, faz-se uso do triângulo retângulo sombreado
em verde na Figura 3.2, sendo que a hipotenusa deste triângulo representa a máxima tensão
n ma 2 1 2nr
p max cos
1
(3.06)
2nr ma
A Figura 3.3 mostra o máximo ângulo sintetizável (φpmax) pelos módulos não-ativos para
um conversor CHB de 4 módulos em função do número de módulos não-ativos em operação.
Quanto menor o ma do conversor CHB maior é o φpmax, este fator é importante pois o FP de
potência é dependente deste ângulo, conforme será discutido posteriormente. Outro ponto que
merece ser destacado é que a diferença entre os ângulos (φpmax) propiciadas pelos ma distintos
diminui a medida aumenta o número de retificadores operando de forma não-ativa. Sendo
assim, quando o conversor CHB estiver operando com muitos retificadores não-ativos a
redução do ma não apresenta grandes benefícios.
Após definidos os limites de ângulo (φpmax) para sintetizar a tensão dos retificadores,
pode-se calcular o ângulo de carga (Ө) do conversor CHB. Então, para que os retificadores não-
ativos não processem potência ativa, a corrente Is deve estar defasada em 90° do módulo de
tensão que está sendo sintetizado por estes retificadores. Assim, de acordo com a Figura 3.2, a
condição dada em (3.07) deve ser satisfeita:
90 (3.07)
A partir de (3.07) pode-se concluir que quanto maior é o ângulo da tensão do retificador
não-ativo (φ), menor será o ângulo de carga (Ө) e consequentemente mais próximo da unidade
será o FP. Deste modo, a estratégia que está sendo proposta visa sempre sintetizar o máximo
ângulo de tensão possível. Logo, o ângulo φ utilizado é o calculado em (3.06). Por sua vez, o
ângulo de potência (δ) é dependente do fluxo de potência do SST.
39
Figura 3.3 – Máximo ângulo sintetizável em função do número de módulos não-ativos em operação, para
diferentes ma de um conversor CHB de 4 níveis.
80
ma=0,95
ma=0,90
ma=0,85
Ângulo máximo (φpmax) em graus (°)
ma=0,80
60
40
20
0
1 2 3
Fonte: Autor.
1
sin PX L
1 (3.8)
PX L
2
Vs 2 QX L
2
e filtro de entrada de 300 mH, o que resulta em uma impedância XL de aproximadamente 100
Ω.
A Figura 3.4a apresenta a variação do ângulo δ em função da potência ativa que o SST
está processando para diferentes FPs. Nota-se que o ângulo δ para a potência nominal (20kW)
e FP unitário é de aproximadamente 2° enquanto que para o FP de 0,3 é próximo de 2,3°.
Considerando que este modo de operação só atua com potências abaixo de 30% da potência
nominal do transformador, a variação do ângulo δ é ainda menor, abaixo de 0,05°, conforme
ilustrado na Figura 3.4b.
Deste modo, pode-se afirmar que para essa aplicação a variação do ângulo de potência
(δ) não é significativa em relação a variação do ângulo φ apresentado na Figura 3.3. Por este
motivo, o ângulo de potência da equação (3.07) foi desconsiderado. Logo, o ângulo de carga
passa a ser calculado conforme mostrado em (3.9).
n m a 2 1 2 n r
1
90 cos (3.9)
2 nr m a
Figura 3.4 - Ângulo de potência em função da potência ativa processada para operações com distintos fatores de
potência: (a) variação total, (b) abaixo de 30% da potência nominal.
4
FP=1
FP=0,7
FP=0,5
Ângulo de Potência (δ°)
3
FP=0,3
0
4 4 4
0 110 210 310
Potência Ativa (W)
(a)
41
FP=1
FP=0,7
FP=0,5
Ângulo de Potência (δ°) FP=0,3
0.4
0.2
0
3 3 3
0 210 410 610
Potência Ativa (W)
(b)
Fonte: Autor.
A simplificação adotada, faz com que o ângulo de carga (Ө) dependa apenas de ma, n e
nr. Sendo que ma e n são valores constantes determinados pelo projeto do conversor CHB e nr
varia de acordo com a potência processada pelo SST. Finalmente, após definido o ângulo de
carga em função do número de retificadores não-ativos, pode-se definir o FP de entrada do
conversor CHB em função do número de retificadores não-ativos, conforme mostrado na Figura
3.5.
Nota-se que o FP decresce significativamente a medida que aumentam o número de
módulos não-ativos em operação, o que se reflete no aumento da corrente Is. Assim, as perdas
nos retificadores do conversor CHB podem ultrapassem o ganho de potência proveniente da
retirada de operação dos conversores DAB. Por este motivo uma avaliação do ponto de vista de
perdas é realizada a seguir.
Para realizar esta avaliação, tomou-se como exemplo o SST apresentado na Figura 2.1.
Novamente, o inversor de saída foi desprezado, pois o modo de operação deste inversor não se
altera. Logo, a carga do SST está conectada no barramento CC de BT. Além disso, tomou-se
como padrão a curva de rendimento do conversor DAB apresentada em (KIRSTEN, 2014) e
42
Figura 3.5 – Fator de potência em função do número de módulos não-ativos em operação, para diferentes índices
de modulação de amplitude de um conversor CHB de 4 níveis.
1
ma=0,95
ma=0,90
ma=0,85
0.8 ma=0,80
0.6
FP
0.4
0.2
0
1 2 3
Número de retificadores não-ativos
Fonte: Autor.
que é mostrada na Figura 2.2. Os valores nominais de potência e tensão de entrada do conversor
DAB são 500 VA e 600 V, respectivamente. Então, como o SST da Figura 2.1 tem 4 módulos
a potência nominal do SST em análise é de 2 kVA. Por fim, o estudo foi realizado em pu e
utilizou-se como base a potência (500 VA) e a tensão de barramento do conversor DAB (600
V). O índice de modulação de amplitude do conversor CHB considerado nestas análises foi de
0,9.
A Erro! Fonte de referência não encontrada. ilustra a potência processada pelos
conversores DABs que compõe o SST operando no modo proposto. Enquanto o SST não atinge
seu limiar de potência (0,3 pu) todos os conversores DAB processam a mesma quantidade de
potência. Quando este limite é atingido, um dos conversores DAB é retirado de operação e a
potência total do SST é dividida entre os 3 módulos que continuam em operação. A medida que
a carga do SST é reduzida, outros conversores DAB são retirados de operação, conforme pode
ser observado com o auxílio da Erro! Fonte de referência não encontrada.
43
Figura 3.6 – Distribuição de potência ativa nos conversores DAB conforme modo de operação proposto
0.2
P_DAB1
P_DAB2
P_DAB3
Potência Ativa por Módulo
0.15 P_DAB4
P_Lim
0.1
0.05
0
0 0.1 0.2 0.3 0.4
Fonte: Autor.
A corrente eficaz de entrada do SST em função da potência de saída pode ser visualizada
na Figura 3.7. Nota-se que apesar da elevação de corrente de entrada proporcionada pelo modo
de operação proposto, não se faz necessário o sobredimensionamento de nenhum componente.
Pois, a elevação de corrente não ultrapassa a corrente nominal dada em 1pu.
0.4
0.36
0.32
0.28
0.24
Is (pu)
0.2
0.16
0.12
0.08
Proposto
0.04
Convencional
0
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Fonte: Autor.
PoSST
Pom _ C (3.10)
n
PoSST
Pom _ P (3.11)
n nr
Onde:
Pom_C – Potência de saída de cada módulo para modo de operação convencional,
Pom_P – Potência de saída de cada módulo para modo de operação proposto,
PoSST – Potência de saída total do SST,
n – número de módulos,
nr – número de módulos que processam somente potência reativa.
Definidas as potências processadas por cada conversor DAB pode-se estimar a potência
de entrada dos conversores DAB em operação a partir da curva de rendimento apresentada na
Figura 2.2. Assim sendo, a potência de entrada de cada conversor DAB é obtida dividindo a
45
potência de saída de cada módulo pelo rendimento do conversor DAB (DAB ) conforme
mostrado em (3.12).
Pom
PinDAB (3.12)
DAB
Sendo:
PinDAB – Potência de entrada do conversor DAB,
Pom – Potência de saída do módulo;
ηDAB – rendimento do conversor DAB.
Onde:
Pinm – Potência de entrada de cada módulo;
PlossRet – Perdas no retificador.
Logo, a potência total de entrada do SST é dada pela soma da potência de entrada de
todos os módulos que o compõe, como mostrado em (3.14).
n
PinSST Pinm_ k (3.14)
k 1
Finalmente, o rendimento total do SST pode ser obtido pela relação entre as potências
de saída e entrada do SST, conforme (3.15):
PoSST
SST (3.15)
PinSST
2
As estimativas de perdas dos retificadores estão descritas no Apêndice A.
46
Figura 3.8 - Curva de rendimento do SST com modo de operação proposto (vermelho) e modo de operação
convencional (azul).
0.9
Rendimento Total do SST
0.8
0.7
0.6
0.5
0.4 Proposto
Convencional
0.3
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 0.45 0.5
Deste modo, faz-se necessário estimar a potência de entrada do SST para operações com
distintos números de módulos. Então, segundo (3.14) a potência de entrada total do SST pode
ser calculada por:
n
PinSST PinDAB _ i PlossRet _ i (3.16)
i 1
Devido a conexão série entre os retificadores de entrada que compõe o SST, a corrente
Is é igual em todos os retificadores e, portanto, não depende do conversor DAB que está
conectado em cascata. Deste modo, considerando que os conversores DABs em operação têm
a potência dividida de forma igualitária, pode-se reescrever (3.16) da seguinte maneira:
PoSST
PinDAB (3.18)
n nr DAB
PoSST
PinSST nPlossRet (3.19)
DAB
PoSST
PinSST (nr ) nPlossRet (nr ) (3.20)
DAB (nr )
Figura 3.9 - Potência de entrada do SST em função da potência de saída para operações com diferentes número
de retificadores não-ativos.
0.37
0.333
Potência de Entrada SST (pu)
0.296
0.259 A
0.222
0.185 B
0.148
0.111 C
nr=0
0.074 nr=1
nr=2
0.037
nr=3
0
0 0.035 0.07 0.105 0.14 0.175 0.21 0.245 0.28 0.315 0.35
Potência de Saída SST (pu)
Fonte: Autor.
A Figura 3.10, mostra a comparação entre a corrente de entrada do SST para a operação
onde se retira os conversores DAB de operação sempre que este alcança 30% de sua potência
nominal e para o modo otimizado dado em (3.21).
A curva de rendimento para o modo de retirada otimizada dos conversores DAB pode
ser visualizada na Figura 3.11. Nota-se que a determinação do ponto ótimo para retirada de
operação do conversor DAB apresenta melhoras significativas no rendimento do SST. Ainda,
a curva de rendimento referente ao modo de operação proposto apresenta melhor desempenho
comparado ao modo de operação convencional à medida que o número de módulos que compõe
o SST se eleva. A Figura 3.12, apresenta a curva de rendimento para um SST com 10 módulos.
Os gráficos apresentados na Figura 3.11 e Figura 3.12 demonstram que o modo de
operação proposto resulta em melhor eficiência para operações com cargas reduzidas. Assim,
para mensurar o ganho desta proposta, tomou-se como exemplo a curva de carregamento do
transformador 1, representada na Figura 1.9a, aplicou-se as curvas de rendimento dadas na
Figura 3.11 e então foi obtido a diferença de potência processada por estes transformadores.
50
Figura 3.10 - Corrente eficaz de entrada em função da potência de saída do SST: (a) retirada do conversor DAB
em 30% da potência nominal, (b) retirada do conversor DAB otimizada.
0.4 0.4
0.36 0.36
0.32 0.32
0.28 0.28
0.24 0.24
Is (pu)
Is (pu)
0.2 0.2
0.16 0.16
0.12 0.12
0.08 0.08
Proposto Proposto
0.04 0.04
Convencional Convencional
0 0
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Potência de Saída SST (pu) Potência de Saída SST (pu)
(a) (b)
Fonte: Autor.
Figura 3.11 - Curva de rendimento do SST de 4 módulos com modo de operação proposto (vermelho) e modo de
operação convencional (azul) para retirada de operação dos conversores DAB otimizada.
0.9
Rendimento Total do SST
0.8
0.7
0.6
0.5
0.4 Proposto
Convencional
0.3
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 0.45 0.5
Fonte: Autor.
51
Figura 3.12 - Curva de rendimento do SST de 10 módulos com modo de operação proposto (vermelho) e modo
de operação convencional (azul) para retirada de operação dos conversores DAB otimizada.
0.9
Rendimento Total do SST
0.8
0.7
0.6
0.5
0.4 Proposto
Convencional
0.3
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 0.45 0.5
Fonte: Autor.
Outro fator que merece ser mencionado é que o ganho de eficiência promovido por esta
técnica está diretamente relacionado com a tecnologia dos semicondutores utilizados e com as
frequências de comutação do conversor DAB e do retificador. Sendo que a frequência de
comutação do retificador tem maior peso nessa relação, uma vez que este comuta em modo
hard. Além disso, as curvas de rendimento de conversores DABs de maior potência tendem a
ter maior decréscimo de rendimento que a curva utilizada neste este estudo, conforme pode ser
visualizado na Figura 1.8. Isso pode resultar em maior economia de energia. Desta forma, torna-
se interessante expandir a análise deste capítulo para diferentes curvas de rendimento dos
conversores DAB, o que pretende-se fazer para a versão final desta tese.
3.3 CONCLUSÃO
Este capítulo propôs um novo modo de operação do conversor CHB para elevar o
rendimento em operações de carga reduzida. Para isso, é necessário que o SST opere com FP
não unitário, assim é possível utilizar menor número de conversores DAB mesmo em aplicações
com elevado índice de modulação de amplitude.
Apesar de a operação com FP não unitário elevar as perdas no conversor CHB, os
conversores DABs que continuam em operação trabalham em um ponto de melhor eficiência.
Essa relação tem ganho energético positivo e resulta na elevação do rendimento global do SST.
Por fim, aplicou-se a técnica proposta a uma curva característica de um transformador de 112,5
kV instalado em área rural. O que resultou em um ganho energético mensal de até 135,51 kWh
por transformador.
53
A ferramenta de ASE foi desenvolvida com o intuito de avaliar quais os pontos ótimos
de substituição de chaves manuais por chaves telecomandadas. Esta ferramenta calcula o fluxo
de potência da rede selecionada a partir do método back/forward sweep-based power flow e
fornece as seguintes informações: carregamento de todos os transformadores e cabos da rede,
potências ativa e reativa circulantes nos ramos da rede, perdas totais no alimentador, tensões
dos transformadores que compõe a rede e fator de potência do alimentador. Além disso, esta
ferramenta fornece uma resposta gráfica referente aos níveis de tensão e corrente nos
transformadores e cabos que compõe a rede, respectivamente. Sendo que para corrente os cabos
são coloridos de vermelho para carregamento maior que 95%, amarelo entre o intervalo de 90%
até 95% e verde para carregamento menor que 90%. Enquanto que para as tensões, os
transformadores com tensões entre 13,8 kV até 12,84 kV, são representados em cor verde; entre
12,84 kV até 12,43 kV em cor amarela e tensões abaixo de 12,43 kV resultam em
transformadores de cor vermelha.
A Figura 4.1a mostra uma rede de distribuição contida na ferramenta ASE, onde o
retângulo em vermelho representa a subestação e os triângulos em cinza os transformadores
que compõe a rede. A priori os transformadores que compõe a rede seguem a curva de carga
padrão disponibilizada pelo ASE, cujo são as curvas reais desta rede. No entanto, é possível
alterar manualmente as cargas ajustando os valores de potência ativa e reativa drenada pelo
54
Figura 4.1 – Rede de distribuição de energia em MT utilizada para avaliar os impactos do SST: a) visão geral,
b) zoom em determinada parte da rede com as características de um transformador.
(a)
(b)
Fonte: Autor.
55
Figura 4.2 – Curvas do alimentador em estudo: (a) Curva de carga em MVA, (b) Curva de perdas em kVA
2
1,5
1
0,5
0
00:00
01:00
02:00
03:00
04:00
05:00
06:00
07:00
08:00
09:00
10:00
11 : 0 0
12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
17:00
18:00
19:00
20:00
21:00
22:00
23:00
(a)
60
40
20
0
00:00
01:00
02:00
03:00
04:00
05:00
06:00
07:00
08:00
09:00
10:00
11 : 00
12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
17:00
18:00
19:00
20:00
21:00
22:00
23:00
(b)
Fonte: Autor
Figura 4.3 - Valores de Potências em pu utilizadas na simulação, potência ativa de entrada modo de operação
convencional (azul), potência ativa de entrada modo de operação proposto (vermelho), potência
reativa de entrada para FP indutivo do modo de operação proposto (verde).
0.5
Pin_proposto
0.45 Pin_convencional
0.4
Qin_proposto
0.35
0.3
(pu)
0.25
0.2
0.15
0.1
0.05
0
0 0.03 0.06 0.09 0.12 0.15 0.18 0.21 0.24 0.27 0.3
Potência de Saída (pu)
Fonte: Autor
Figura 4.4 – Curva de carga TR A normalizada em função da potência nominal do transformador (10 kVA).
0,4
0,2
0
00: 00
01: 00
02: 00
03: 00
04: 00
05: 00
06: 00
07: 00
08: 00
09: 00
10: 00
11: 0 0
12: 00
13: 00
14: 00
15: 00
16: 00
17: 00
18: 00
19: 00
20: 00
21: 00
22: 00
23: 00
Fonte: Autor
operação proposto, conforme (4.2). Assim, se o resultado for positivo o modo de operação
proposto tem melhor desempenho que o modo de operação convencional.
Assim sendo, a Figura 4.5 mostra o ganho de eficiência obtido pela inserção do SST,
onde os saldos estão discriminados e normalizados em função das perdas máximas (104,9 kW),
vide Figura 4.1b. Sendo que a linha em laranja representa o saldo de perdas referente a rede de
distribuição obtido pelo SST operando com FP capacitivo e em cinza para FP indutivo. Já a
curva em azul mostra o saldo proveniente do SST operando com a modulação proposta. Esta
curva é a mesma para ambos os modos, capacitivo e indutivo.
Figura 4.5 – Saldo de perdas obtido pela inserção de um SST de 10 kVA operando com o modo de operação
proposto na rede de distribuição normalizados em função das perdas máximas do alimentador
(104,9 kW), sendo: saldo de perdas na rede de distribuição para SST operando com FP Capacitivo
(laranja) e com FP indutivo (cinza); saldo de perdas provenientes do SST para FP capacitivo e
indutivo (azul); saldo de perdas totais obtido pelo modo de operação proposto (verde).
S al d o de p erdas ob t i d o p el a i ns erção d e um S S T de 1 0
kVA con ect ado a rede d e d i s t ri b u i ção e op eran do co m o
m o do d e op eração p rop os t o
0,0025
0,002
0,0015
0,001
0,0005
pu
-0,0005
-0,001
Saldo Rede MO Cap Saldo Rede MO Ind
-0,0015
Saldo SST Saldo Total
-0,002
00 : 00
01 : 00
02 : 00
03 : 00
04 : 00
05 : 00
06 : 00
07 : 00
08 : 00
09 : 00
10 : 00
12 : 00
13 : 00
14 : 00
15 : 00
16 : 00
17 : 00
18 : 00
19 : 00
20 : 00
21 : 00
22 : 00
23 : 00
11: 0 0
Fonte: Autor
Nota-se que durante o intervalo entre 22:00 e 5:00 o modo de operação indutivo tem
saldo de perdas positivo, ou seja, neste caso o SST operando com FP indutivo exerce menos
perdas na rede de distribuição que em operações com FP unitário. Por outro lado, o modo de
59
operação capacitivo tem saldo negativo, o que significa que ele exerce maiores perdas na rede
de distribuição que se estivesse operando com FP unitário. Isto acontece porque durante este
intervalo de tempo a rede de distribuição tem característica capacitiva. A partir das 6:00 a rede
passa a ter característica indutiva, assim o modo de operação com FP capacitivo tem saldo
positivo enquanto o indutivo tem saldo negativo. O intervalo entre 18:00 e 21:00 a demanda do
transformador em estudo se eleva e o modo de operação proposto é retirado de operação. Logo,
o saldo passa a ser zero.
Então, o modo de operação do SST é dependente da característica da rede, sendo que
hora pode ser indutivo e hora capacitivo. Para este alimentador, o melhor desempenho é
alcançado se o modo de operação proposto atuar com característica indutiva no intervalo entre
22:00 e 5:00 e com característica capacitiva no restante do dia. A curva em verde da Figura 4.5
mostra o saldo total obtido pelo modo de operação proposto, onde é somado o ganho de
eficiência no SST (curva em azul) com o ganho de eficiência da rede de distribuição respeitando
o modo de operação que apresenta melhor desempenho. O máximo ganho obtido por essa
metodologia acontece às 11:00 e representa redução de 0,22% nas perdas totais do alimentador,
o que parece ser insignificante. Porém, esse resultado foi obtido a partir da substituição de
apenas um transformador de 10 kVA, cuja demanda máxima representa 0,23% da demanda
máxima do alimentador.
Com o intuito de avaliar o impacto de mais transformadores na rede, realizou-se uma
nova simulação no mesmo padrão da anterior. No entanto, agora foram escolhidos cinco
transformadores para serem substituídos por SST. Os transformadores foram substituídos de
forma aleatória e estão assinalados na Figura 4.1a. Os transformadores 1 e 2 são de 112,5 kVA,
os transformadores 3 e 4 de 45 kVA e o transformador 5 de 30 kVA, totalizando uma potência
nominal de 345 kVA. As curvas de carga destes transformadores podem ser visualizadas no
Apêndice B, e a demanda total deles na Figura 4.6. Neste caso, o pico de demanda destes
transformadores representa 4,3% do pico de demanda do alimentador.
A Figura 4.7a mostra os saldos de perdas individuais obtidos por cada transformador e
também pela rede de distribuição. Nesta figura as perdas da rede de distribuição já representam
o modo de operação que resulta em melhor desempenho, sendo indutivo entre 22:00 e 5:00 e
capacitivo no restante do dia. Os SSTs 1 e 2 operam no modo de operação proposto entre o
intervalo das 20:00 até as 8:00 enquanto que os demais operam durante todo o dia. O somatório
do saldo de todas as perdas individuais está representado na Figura 4.7b. A máxima redução de
perdas para este caso simulado acontece às 23:00 onde obtém-se uma redução de 5,1% das
perdas totais do alimentador. A redução média diária de perdas no alimentador é de 3,76%, o
60
Figura 4.6 – Demanda total dos transformadores eletromagnéticos substituídos por SST.
0,02
0,01
0
00:00
01:00
02:00
03:00
04:00
05:00
06:00
07:00
08:00
09:00
10:00
11 : 0 0
12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
17:00
18:00
19:00
20:00
21:00
22:00
23:00
Fonte: Autor
que pode ser considerado um resultado significante tendo em vista que os transformadores
substituídos representam menos que 5% da demanda total do alimentador.
Assim, a tendência é que quanto maior o número de SSTs conectados ao alimentador,
maior será a redução de perdas, pois muitos deles operam com cargas reduzidas durante grande
parte do dia. Ainda, o modo de operação proposto para o SST pode tanto elevar quanto reduzir
as perdas no alimentador. Desta forma, é interessante conhecer a característica da rede onde o
SST será instalado, assim é possível fazê-lo funcionar no modo de operação que reduz as perdas
no alimentador.
4.3 CONCLUSÃO
Este capítulo avaliou os impactos que o SST operando com o modo de operação
proposto causa na rede de distribuição. Para isso, utilizou-se uma ferramenta de análise de
sistemas elétricos para realizar o cálculo de fluxo de potência e calcular as perdas no
alimentador. As comparações foram realizadas em relação a um SST operando com FP unitário.
Esta análise mostrou que reduzir o FP para elevar o rendimento do conversor SST, não
necessariamente resulta na elevação nas perdas na rede de distribuição. Ainda, viu-se que a
redução do FP pode reduzir as perdas totais do alimentador. Deste modo, desde que a
característica do alimentador seja conhecida é possível tirar proveito do modo de operação
proposto para reduzir as perdas na rede de distribuição. Sendo que a substituição de 4,3% da
61
Figura 4.7 – Saldo de perdas obtido através do modo de operação proposto: (a) Saldo individual, (b) Saldo total.
0,0085
0,0035
-0,0015
0 0: 0 0
0 1: 0 0
0 2: 0 0
0 3: 0 0
0 4: 0 0
0 5: 0 0
0 6: 0 0
0 7: 0 0
0 8: 0 0
0 9: 0 0
1 0: 0 0
11 : 0 0
1 2: 0 0
1 3: 0 0
1 4: 0 0
1 5: 0 0
1 6: 0 0
1 7: 0 0
1 8: 0 0
1 9: 0 0
2 0: 0 0
2 1: 0 0
2 2: 0 0
2 3: 0 0
(a)
S al d o Tot al
0,06
0,05
0,04
0,03
pu
0,02
0,01
0
00: 00
01: 00
02: 00
03: 00
04: 00
05: 00
06: 00
07: 00
08: 00
09: 00
10: 00
11: 0 0
12: 00
13: 00
14: 00
15: 00
16: 00
17: 00
18: 00
19: 00
20: 00
21: 00
22: 00
23: 00
(b)
Fonte: Autor
demanda total do alimentador por SSTs operando com modo de operação proposto resultou em
uma redução média diária de perdas de 3,76% somando alimentador e SST.
No entanto, vale ressaltar que estas análises foram realizadas considerando formas de
onda puramente senoidais, ou seja, o conteúdo harmônico do converso CHB foi desprezado
nesta análise.
62
Figura 5.1 – Diagrama de blocos dos sistema de controle convencional em coordenadas síncronas dq.
Id_ref Id VccT
Vref + Cvd(s) + Cid(s) Gid(s) Gvd(s)
- -
Id’ Hi(s)
HV(s)
Iq_ref Iq
+ Ciq(s) Giq(s)
-
Iq’ Hi(s)
Fonte: Autor.
Figura 5.2 – Diagrama de blocos de implementação do controle convencional para o conversor CHB.
Id_ref
Vref + Cvd(s) + Cid(s) + Dref
- - +
Id’ Ls
Is’ dq Vcc
αβ uMod
n
Ls
Vcc _ i
i 1
90° αβ
Iq’ Vcc
dq
- -
Iq_ref + Ciq(s) + Qref
Fonte: Autor.
idênticas, o que é praticamente impossível de ser alcançado na prática. Por este motivo, a
utilização de técnicas de equilíbrio de tensão entre os barramentos dos módulos de conversores
CHB é bastante comum, conforme será visto a seguir.
técnicas mais exploradas pela literatura serão colocadas para o melhor entendimento do método
de controle que será proposto por esse trabalho.
Um método bastante explorado em SSTs com esta arquitetura é a utilização dos
conversore DABs para a equalização de tensão nestes barramentos. Nestes casos, cada
conversor DAB processa distintos níveis de potência, sempre maiores que zero, para que a
tensão de barramento se mantenha equalizada (SHANSHAN; YUBIN; YIFEI, 2015; SUN et
al., 2016; XU et al., 2015; YANG et al., 2013; ZHAO, T. et al., 2013). Esta técnica é válida
para operações com potências próximas ao valor nominal do SST, no entanto para potências
reduzidas esta estratégia tende a reduzir ainda mais a eficiência do SST. Por este motivo foi
descartada.
Outra metodologia adotada trata-se da adição de conteúdo harmônico aos sinais de
comando do conversor CHB. Os harmônicos adicionados podem ser de frequência fixa ou de
multifrequências, conforme (KO et al., 2017). Estes harmônicos permitem que algoritmos de
controle equalizam a tensão nos barramentos CC. Vale ressaltar que o conteúdo harmônico
adicionado circula somente entre os módulos e não aparece na tensão de saída. Em alguns casos
utiliza-se circuitos auxiliares (RLC) em paralelo com o conversor CHB para circulação dos
harmônicos, como apresentado em (JIANG et al., 2017). A retirada total de um módulo do
conversor CHB condução só é possível com auxílio do circuito auxiliar e a energia circulante
no circuito auxiliar se eleva à medida que mais módulos são retirados de condução. Deste modo,
para retirar os (n-1) módulos de operação faz-se necessário grandes quantidades de energia e
assim não se consegue elevar o desempenho do SST.
Em alguns casos utilizam técnicas de modulação distintas, dentre elas estão a modulação
por vetor espacial (MVE) (CONG et al., 2012; WANG, J. et al., 2014) e eliminação seletiva de
harmônicos (ESH) (MARQUEZ et al., 2017; MOEINI; IMAN-EINI; MARZOUGHI, 2015).
Sendo que nas técnicas de MVE a equalização da tensão nos barramentos é alcançada a partir
dos estados redundantes para sintetizar uma mesma tensão de saída enquanto que as técnicas
de ESH equalizam a tensão de barramento pela alternância de pulso PWM. As aplicações destas
técnicas não foram avaliadas a tempo para esse exame de qualificação. Contudo, pretende-se
avalia-las para o trabalho final de tese.
Dentre todos, o método de equalização de tensão encontrado na literatura com maior
frequência é a adição de pequenas variações ao eixo d de cada módulo. Neste caso, as variações
(ΔD) são adicionadas ao sinal controlado do eixo d, conforme pode ser visualizado na Figura
5.3. Assim, os sinais modulantes dos retificadores deixam de ser iguais e por isso cada módulo
utiliza um bloco de transformação inversa de Park, conforme mostrado na Figura 5.3b. Neste
66
Figura 5.3 – Controle conversor CHB com equalização de tensão nos módulos: (a) diagrama de controle geral,
(b) obtenção de sinais modulantes.
Id_ref Dref
Vref + Cvd(s) + Cid(s) +
- - +
Id’ Ls
Is ’ dq Vcc
n
αβ Ls
Vcci 90°
Vcc
i=1 Iq’ Qref
- -
Iq_ref + Ciq(s) +
(a)
ΔD1
+
Dref + αβ uMod1
dq
ΔD2 Qref
+
Dref + αβ uMod2
dq
Qref
ΔDn
+
Dref + αβ uMod n
dq
Qref
(b)
Fonte: Autor.
método de equalização o somatório de todas as variações ΔD devem ser zero para que a
regulação da tensão total de barramento aconteça, caso contrário haverá problemas de
estabilidade no sistema.
As variações ΔD de cada módulo podem ser obtidas de distintas formas. Alguns
trabalhos utilizam algoritmos de equalização, conforme mostrado em (SHANSHAN; YUBIN;
YIFEI, 2015; SHE; HUANG; et al., 2012; VENKAT; SHUKLA; KULKARNI, 2014; WANG,
X. et al., 2015), enquanto outros adicionam uma de malha externa de realimentação, conforme
(BLAHNIK et al., 2017; XIANG et al., 2016; XU et al., 2015; YOO et al., 2016). Nos casos
onde utiliza-se a malha externa de realimentação, normalmente a frequência de corte desta
67
malha é muito menor que a frequência de corte do compensador que regula a tensão total de
barramento do conversor CHB. Por este motivo, a malha externa tem resposta transitória lenta
o que significa que a equalização é alcançada após alguns ciclos de rede.
O modo de operação proposto no capítulo 3 sugere que o conversor CHB atue com FP
não unitário, quando o SST estiver com carga reduzida. Tendo em vista que o controle é
realizado em coordenadas síncronas dq, a regulação do FP de entrada do SST pode ser realizada
através da corrente de referência Iq_ref. Em (C.56) tem-se o valor em regime permanente da
corrente Iq, a qual será a referência para o controle do FP, conforme (5.01).
Qin
I q _ ref (5.01)
Vp
Po tg ( )
Iq (5.02)
Vp
onde:
Po – Potência demandada do SST;
ϴ - ângulo de carga dado por (3.9);
Vp – tensão de pico da rede.
68
forma, a parcela Qi pode ser obtida de três modos distintos, conforme mostrado em (5.03),
(5.04) e (5.05).
Qi uModi 2 Di 2
(5.03)
Qi Di tan(i ) (5.04)
ΔD1
+ D1 Vcc_ref ΔDi
Dref + uMod1 + Cvd(s)
αβ -
dq
Qref +
+ Q1
Vcci
ΔQ1
ΔD2
+ D2 (b)
Dref + uMod2
αβ
dq
Qref +
+ Q2
q
ΔQ2
ΔDn uModi
+ Dn
Dref + uModn Qi
αβ
ϕi
dq
Qref +
+ Qn Di d
ΔQn
(a) (c)
Fonte: Autor.
5.1.3 Proposta de controle para equalização das tensões de barramento dos módulos do
conversor CHB
A estratégia de controle proposta para este trabalho não altera a arquitetura de controle
do conversor CHB. Deste modo, o controle do conversor é realizado conforme diagrama de
blocos já apresentado na Figura 5.3, onde obtém-se os valores dos eixos d e q para a sintetização
da tensão total do conversor CHB (Vr). Sendo que a esses sinais são adicionados pequenos
distúrbios aos eixos d e q, conforme mostrado na Figura 5.4a. O que diferencia esta estratégia
das demais é que as variações são realizadas diretamente no eixo q, conforme será explicado a
seguir. A corrente de referência do eixo q (Iq_ref) continua conforme mostrado na equação (5.02)
Então, a estratégia de controle proposta pode ser visualizada no diagrama de blocos
apresentado na Figura 5.5. O controle do eixo d não é alterado, conforme pode ser visualizado
na Figura 5.5a. Já no eixo q, cada módulo recebe uma variação proporcional a tensão local de
barramento. Sendo que para garantir que o conversor CHB siga a corrente de referência (Iq_ref)
o somatório das variações ΔQ deve ser zero, por este motivo a variação ΔQ do último módulo
deve ser o somatório das demais multiplicadas por -1, conforme mostra a Figura 5.5b.
Para garantir que não ocorra a sobremodulação do sinal PWM nos módulos, a variação
no eixo d deve ser proporcional ao eixo q. Deste modo, para encontrar a variação do eixo d faz-
se uso do triângulo retângulo apresentado na Figura 5.4c. Então, aplicando Pitágoras tem-se a
variação Di de cada módulo, conforme (5.06).
Di uModi 2 Qi 2 (5.06)
Tendo em vista que o eixo d está alinhado com a tensão da rede (Vs) e que, por
característica do circuito, o ângulo de potência nunca será maior que ±90°, a parcela d de todos
os retificadores sempre será positiva. Assim, não há o problema de sinal que havia na equação
(5.03). Logo, a variação q de cada módulo é obtida a partir da malha de realimentação sendo
que o sinal é ajustado automaticamente o que eleva a imunidade a distúrbios.
Figura 5.5 – Diagrama de blocos do controle proposto. (a) Controle referente ao eixo d, (b) controle referente
ao eixo q.
71
Id_ref Dref
Id
Vref + Cvd(s) + Cid(s) Gid(s) Gvd(s) VccT
- -
Id’ Hi(s)
HV(s)
(a)
Iq_ref Qref Iq
+ Ciq(s) + Giq(s) Gvq(s) Vcci
- +
Iq’ ΔQ
Hi(s)
ΔQ1
Vcc_ref + Cvq1(s) +
- +
Vcc1 HV1(s)
ΔQ2
Vcc_ref + Cvq2(s) +
- +
Vcc2 HV2(s)
ΔQ(n-1)
Vcc_ref + Cvq(n-1)(s) +
- +
Vcc3 HV(n-1)(s)
n 1
ΔQ n = - ΔQi
i 1
(b)
Fonte: Autor.
apresentadas na Tabela 5.1. Ainda, deseja-se que os controladores alcancem erro nulo em
operações de regime permanente e margem de fase mínima de 45°.
Número de Módulos n 4
Índice de modulação de
ma 0.9
amplitude
Frequência de comutação do
fsw 2,5 kHz
conversor CHB
Fonte: Autor.
Conforme pode ser visualizado na Figura 5.5a, a função de transferência de malha aberta
(FTMA) não compensada da corrente é:
73
Sendo que Gid(s) é dado por (C.40) e Hi(s) é o ganho referente ao sensor de corrente, o
qual foi considerado um filtro de primeira ordem. A frequência de corte do sensor é de 1 kHz a
qual adiciona um atraso de fase de aproximadamente 3,44°, conforme pode ser visualizado na
Figura 5.6.
-10
-20
-30
-40
0
System: Hi
Frequency (Hz): 60.2
Phase (deg): -3.44
-45
-90
100 101 102 103 104 105
Frequência (Hz)
Fonte: Autor.
Figura 5.7 - Diagrama de bode da FTMA da corrente Id: (a) não compensada, (b) compensada.
(a)
(b)
Fonte: Autor.
75
s 225,8
Cid 0,19845 (5.08)
s
O controlador de tensão que atua no eixo d de controle tem como objetivo regular a
tensão total do conversor CHB. Assim sendo, este controlador regula o somatório das tensões
de barramento dos módulos do conversor CHB.
Uma característica comum e bem conhecida em barramentos de retificadores é a
oscilação de tensão no dobro da frequência da rede. Esta oscilação pode causar distúrbios na
forma de onda de corrente, uma vez que a saída do controlador de tensão é a referência da
corrente Id.. Então, para evitar esse problema utilizou-se um filtro de segunda ordem após o
compensador de tensão, conforme apresentado em (5.09).
c2
Fv ( s ) k (5.09)
s 2 2 c2
c
Onde:
ωc – frequência de corte do filtro;
ζ – taxa de amortecimento;
k – ganho.
Ci (s)Gi (s)
MFi (s) (5.10)
1 Ci (s)Gi (s) Hi (s)
Figura 5.8 - Diagrama de blocos simplificado para projeto do controlador da tensão total do conversor CHB
Vref VccT
+ Cvd(s) Fv(s) MFi(s) Gvd(s)
-
HV(s)
Fonte: Autor.
s 7,86
Cvd 0, 0036 (5.12)
s
Figura 5.9 - Diagrama de bode da FTMA de tensão eixo d: (a) não compensada, (b) compensada
(a)
(b)
Fonte: Autor.
78
Figura 5.10 - Diagrama de blocos utilizado para projeto do controlador da tensão dos módulos do conversor
CHB.
Vcci*
HV(s)
Fonte: Autor
isso obtém-se o diagrama de blocos simplificado para o projeto do controlador Cvq(s), cujo está
ilustrado na Figura 5.10
Pelo mesmo motivo citado anteriormente utilizou-se o filtro Fv(s), dado em (5.09), e
com os mesmo valores de ganho, frequência de corte e taxa de amortecimento acima citados.
As plantas Giq(s) e Gvq(s) são dadas em (C.41) e (C.61), respectivamente, e sensor de tensão
também foi considerado de ganho unitário. Então, a FTMA utilizada para o projeto do
controlador Cvq(s) está representada em (5.13) e a resposta em frequência desta função pode ser
visualizada na Figura 5.11a.
Novamente, um polo foi adicionado na origem para a obtenção de erro nulo em regime
permanente e um zero foi alocado em 2,84 Hz para garantir uma margem de fase satisfatória.
Neste caso, a frequência de corte deve ser consideravelmente menor que a frequência da FTMA
compensada referente ao eixo d, caso contrário os controladores terão tempos de respostas
semelhantes podendo resultar na instabilidade do sistema. Deste modo, ajustou-se o ganho do
controlador Cvq(s) para obter uma frequência de corte em torno de 1 Hz, conforme pode ser
visualizado na Figura 5.11b. A equação do controlador é mostrada em (5.14)
s 2,845
Cvq 0, 00275 (5.14)
s
Após realizado o projeto dos controladores utilizou-se o software PSIM para simular a
metodologia de operação proposta. A simulação leva em consideração o conversor CHB de 9
79
Figura 5.11 - Diagrama de bode da FTMA de tensão referente ao eixo q: (a) não compensada, (b) compensada
(a)
(b)
Fonte: Autor.
80
níveis (4 módulos) conforme mostrado na Figura 2.3, com as especificações listadas na Tabela
5.1. A modulação adotada é a PS-PWM com o controle realizado em coordenadas síncronas
dq, conforme explicado neste capítulo.
A arquitetura de controle utilizada para essa simulação foi a que está representada na
Figura 5.5, sendo que os controladores utilizados para corrente, tensão eixo d e tensão eixo que
são os apresentados em (5.08), (5.12) e (5.14) respectivamente.
Com o intuito de verificar o desempenho do controle de equalização das tensões de
barramento através do eixo q foram adicionadas fontes de corrente, do tipo degrau, em paralelo
com as cargas ao barramento dos módulos. Assim, é possível alcançar processamento nulo de
potência nos barramentos à medida que as fontes de corrente entram em funcionamento. A
Figura 5.12 mostra o resultado de simulação para esse caso. Assumindo que o conversor CHB
tem potência de 10 kVA, o limiar para entrada do modo de operação proposto é 2,4 kVA,
conforme o ponto A da Figura 3.9. Então, inicialmente o conversor CHB está operando acima
deste limiar, ou seja, todos os módulos processam a mesma quantidade de potência e o
conversor opera com FP unitário. Em 3 segundos aplica-se um degrau de corrente no
barramento do módulo 1, assim a potência total processada pelo conversor CHB ultrapassa o
limiar de 2,4 kVA, Figura 5.12c, e o modo de operação proposto começa a funcionar. Neste
caso, o módulo 1 é retirado de operação, conforme Figura 5.12b, e o conversor CHB deixa de
operar com FP unitário.
No instante do degrau de corrente acontece o desequilíbrio entre as tensões dos barramentos.
Sendo que os desequilíbrios mais significativos acontecem no barramento do módulo 1 e no
barramento do módulo 4, representando uma elevação de tensão de 4,03% e uma redução de
2,74%, respectivamente. As tensões de barramento alcançam a situação de equilíbrio após 2,35
s, conforme pode ser visualizado na Figura 5.12a. Em 6 s o módulo 3 é retirado de operação e
em 9 s o módulo 2. O controle através do eixo q atua em todos os casos e mantém as tensões
de barramentos equalizadas
Vale ressaltar que a variação máxima de tensão está diretamente relacionada com a
frequência de corte dos controladores individuais. Deste modo, quanto maior a frequência de
corte do controlador individual menor será o pico de tensão no barramento. No entanto, para
garantir o desacoplamento entre as malhas de controle maior devem ser as frequências de corte
do controlador no eixo d e do controlador de corrente.
Como mencionado anteriormente, cada módulo do conversor CHB atua com
determinado ângulo de carga. Sendo que os módulos que processam somente energia não-ativa
têm ângulo de carga próximo de 90° e os demais próximo de 0°. No entanto, o ângulo próximo
81
a 0° significa que a parcela Qi da transformada de Park também é próxima deste valor. Neste
caso, a equalização dos barramentos pode se tornar inviável, uma vez que esta é realizada
através do eixo q. Deste modo, realizou-se uma nova simulação para verificar o comportamento
do conversor CHB em operações com cargas desbalanceadas. A Figura 5.13 mostra o resultado
da simulação com os módulos do conversor CHB processando cargas desbalanceadas. Na
Figura 5.13b têm-se as potências processadas por cada módulo. Nota-se que o desequilíbrio de
potência entre os módulos não afeta a capacidade de regulação do controle que está sendo
proposto, conforme pode ser visualizado na Figura 5.13a.
Figura 5.12 – Resposta do conversor CHB de 4 módulos a retirada de carga dos módulos: (a) Tensão de
barramento de cada módulo e tensão de referência, (b) Potência individual processada por cada
módulo, (c) Potência total de saída do conversor CHB.
3.25K
3250
3.2K
3200
(a)
3.15K
3150
3.1K
3100
3.05K
3050
800
600
(b)
400
200
0
PT_CHB
3000
2500
2000
(c) 1500
1000
500
2 4 6 8 10 12
Time (s)
Fonte: Autor
82
Figura 5.13 – Resposta do conversor CHB de 4 módulos ao desequilíbrio de carga entre os módulos: (a) Tensão
de barramento de cada módulo e tensão de referência, (b) Potência individual processada por
cada módulo.
3.25K
3250
3200
3.2K
(a) 3.15K
3150
3100
3.1K
3050
3.05K
3000
3K
800
600
400
(b)
200
0
0 2 4 6 8 10 12
Time (s)
Fonte: Autor
Figura 5.14 – Conversor CHB de 4 módulos: a) tensão de barramento; forma de onda de corrente e referência
de tensão para: b) todos os módulos processando potência, c) 1, d) 2, e) 3 módulos não-ativos.
3250
3.25K
3.2K
3200
3.15K
3150
3100
3.1K
A B C D
3050
3.05K
0 2 4 6 8 10 12
Time (s)
(a)
Ia V_ref Ia V_ref
1 1
0.5 0.5
0 0
-0.5 -0.5
-1 -1
0 0
-0.5
-0.5
-1
-1
-1.5
8.6 8.62 8.64 11.6 11.62 11.64
Time (s) Time (s)
Figura 5.15 – Limites de distorção harmônica de corrente para sistemas entre 120 V e 69 kV
Fonte: (“IEEE Recommended Practice and Requirements for Harmonic Control in Electric Power Systems”,
2014)
Segundo a definição dada na IEEE Std 519™-2014 a TDD é a relação entre a raiz
quadrada do somatório do conteúdo harmônico ao quadrado expressa como porcentagem da
corrente nominal de demanda. Sendo que o conteúdo harmônico considerado está entre a 2ª e a
50ª ordem excluindo os inter-hamônicos. Colocando em termos matemáticos, a equação que
define a TDD pode ser visualizada em (5.15).
50
I
i2
i
2
Onde:
Ii – corrente de ordem I;
IND – Corrente nominal de demanda.
Figura 5.16 – Análise Harmônica para todos os módulos do conversor CHB em operação: a) forma de onda de
corrente, b) FFT da forma de onda de corrente e TDD de corrente, c) harmônicos ímpares, d)
harmônicos pares.
%
Is (A)
|Is|
Distorção Harmônica de Corrente (%)
Fonte: Autor.
em fase, conforme mostrado na Figura 5.20b. Neste caso, os harmônicos nos entornos de 5 kHz
(dobro da frequência de comutação) e seus múltiplos deixam de ser cancelados, vide Figura
5.17b, o que eleva-se o conteúdo harmônico na forma de onda de corrente resultando em uma
TDD de 12,15% o que ultrapassa a IEEE Std 519™-2014 que limita em 5%. Ainda, os
harmônicos ímpares são ultrapassados no intervalo entre 21ª e 31ª, no 35ª e nos acima do 39ª.
Os harmônicos pares a partir do 28ª também não respeitam os limites dados na IEEE Std 519™-
2014.
Figura 5.17 – Análise Harmônica com um módulo do conversor CHB não-ativo: a) forma de onda de corrente,
b) FFT da forma de onda de corrente e TDD de corrente, c) harmônicos ímpares, d) harmônicos
pares.
Is (A)
%
|Is|
Distorção Harmônica de Corrente (%)
Fonte: Autor.
A Figura 5.18 representa os resultados para dois módulos não-ativos, este se caracteriza
por ser o caso com menor distorção harmônica para o modo de operação proposto. Isso porque
o conversor CHB em estudo possui 4 módulos e neste intervalo de operação tem-se a metade
dos módulos processando potência ativa e a outra metade não-ativa. Assim, os sinais
modulantes são divididos igualmente, ou seja, dois deles com uma determinada fase e outros
com outra, conforme mostra a Figura 5.20c. Esta disposição dos sinais modulantes resulta em
maior cancelamento dos harmônicos em torno da frequência de 5 kHz e seus múltiplos se
comparado ao caso anterior. Assim sendo, tanto os harmônicos ímpares quanto os pares não
87
Figura 5.18 – Análise Harmônica com dois módulos do conversor CHB não-ativos: a) forma de onda de
corrente, b) FFT da forma de onda de corrente e TDD de corrente, c) harmônicos ímpares, d)
harmônicos pares.
%
Is (A)
|Is|
Distorção Harmônica de Corrente (%)
Fonte: Autor.
No último caso representado pela Figura 5.18, tem-se somente um módulo do conversor
CHB processando potência ativa. Esta situação é semelhante ao caso em que um conversor atua
como não-ativo, ou seja, os sinais modulantes de três módulos estão em fase enquanto que o do
quarto módulo está defasado, conforme mostrado na Figura 5.20d. Por este motivo os resultados
são semelhantes, sendo que a TDD é de 10,46% e os limites das harmônicas ímpares são
ultrapassados na 23ª e a partir da 33ª, enquanto as pares são ultrapassadas a partir da 24ª.
Conforme pode ser visualizado nesta análise os harmônicos de corrente não respeitam
as limitações impostas pela IEEE Std 519™-2014. Desta forma, faz-se necessário estudar
métodos para reduzir estas distorções, o que pretende-se apresentar na versão final desta tese
de doutorado.
88
Figura 5.19 – Análise Harmônica com três módulos do conversor CHB não-ativos: a) forma de onda de corrente,
b) FFT da forma de onda de corrente e TDD de corrente, c) harmônicos ímpares, d) harmônicos
pares.
%
Is (A)
|Is|
Distorção Harmônica de Corrente (%)
Fonte: Autor.
5.4 CONCLUSÕES
Figura 5.20 - Sinais modulantes do conversor CHB: a) operação convencional, b) um, c) dois e d) três módulos
não-ativos.
umod1 umod2 umod3 umod4
0.6
0.4
0.2
0
-0.2
-0.4
(b)
umod1 umod2 umod3 umod4
0.6
0.4
0.2
0
-0.2
-0.4
0.2
0
-0.2
-0.4
Conforme foi abordado na introdução deste trabalho, o SST apresenta grande potencial
para aplicações em microrredes. Pois, atua como elemento integrador entre SEP e a microrrede
facilitando o controle do fluxo de potência e, com isso, elevando a confiabilidade do sistema.
Ainda, as microrredes com grande número de GDs podem se tornar autossustentáveis durante
determinado horário do dia. Nesse caso, o SST acaba operando sob condição de carga reduzida,
condição esta que também é comum de ser encontrado em transformadores de áreas rurais no
Brasil. Tendo em vista que a topologia de SST mais utilizada até então nos trabalhos de pesquisa
é a de três estágios, cujo apresenta queda de rendimento sob condições de carga reduzida, o
desenvolvimento de técnicas para elevar o desempenho do SST sob essas condições se justifica.
A técnica proposta por este trabalho altera o modo de operação do SST, sendo que a
medida que a carga reduz alguns conversores DAB são retirados de operação. Assim eleva-se
a eficiência dos demais conversores, uma vez que estes processarão maior quantidade de
potência. Os estudos teóricos resultaram em melhorias na eficiência global do SST, contudo foi
considerado uma curva de rendimento de um conversor DAB de menor potência. Pretende-se
obter curvas de rendimento de conversores DAB com potências mais próximas da nominal para
avaliar.
A implementação do modo de operação proposto exige a alteração do modo de operação
do conversor CHB, sendo que os retificadores conectados aos DABs que são retirados de
operação não devem processar potência ativa. Tendo em vista que os retificadores estão
conectados em série, o controle da potência processada por cada um deve ser realizado a partir
da tensão de entrada. Para isso, os módulos não-ativos devem sintetizar a tensão de entrada em
quadratura com a corrente. Então, este trabalho propôs um modo de operação em que o SST
deixa de operar com FP unitário sob condições de carga reduzida. Com isso, é possível sintetizar
as tensões dos módulos não-ativos sem reduzir o índice de modulação de amplitude.
Ainda, desde que o conteúdo harmônico cumpra as normas, a operação com FP não
unitário não necessariamente implica em maiores perdas na rede de distribuição. Aliás, tendo o
conhecimento do perfil da rede de distribuição a alteração de FP pode ser benéfica para a rede,
conforme abordado no capítulo 4 deste trabalho.
A técnica de controle é baseada na defasagem entre corrente e tensão sintetizada por
cada módulo, por isso esse trabalho propôs uma técnica de controle não convencional. Onde as
92
regulações das tensões de barramento individuais são realizadas através de variações no eixo q.
Pois, ao variar a parcela q da transformada de Park altera-se o ângulo da tensão de entrada
sintetizada. Aparentemente, os resultados de simulação comprovam que a técnica mantém os
barramentos equilibrados, até sob condições de cargas desbalanceadas. No entanto, esta técnica
só se mostrou aplicável quando o conversor está operando com FP não unitário e por isso faz-
se necessário a utilização de uma técnica adicional de equalização para operações com FP
unitário. Sendo que estas já são largamente exploradas na literatura e a integração de técnicas
é facilmente alcançada via software.
Além disso, até o presente momento o trabalho considerou a operação do conversor
CHB com modulação PS-PWM. No entanto, ao defasar as modulantes os harmônicos em torno
do dobro da frequência de comutação e seus arredores deixam de ser cancelados. Isso eleva
consideravelmente o conteúdo harmônico na forma de onda de corrente. Logo, faz-se necessário
o estudo de técnicas para reduzir este conteúdo.
Os itens acima listados devem seguir o cronograma que será apresentado a seguir.
93
6.2.2 Cronograma
A. Exame de qualificação;
B. Pesquisas e simulações para redução do conteúdo harmônico;
C. Escrita e submissão de artigos para congressos e periódicos;
D. Expansão da técnica para SST trifásico;
E. Elaboração do layout de circuito impresso das partes constituintes do conversor e
circuitos auxiliares;
F. Montagem da bancada experimental;
G. Obtenção de ensaios experimentais;
H. Redação da versão final da tese de doutorado;
I. Defesa da tese de doutorado.
2018 2019
Atividade
1° semestre 2° semestre 1° semestre Julho
A
B
C
D
E
F
G
H
I
Fonte: Autor
REFERÊNCIAS
AKEL, N.; PAHLEVANINEZHAD, M.; JAIN, P. A D-Q rotating frame reactive power
controller for single-phase bi-directional converters. In: 2014 IEEE 36TH INTERNATIONAL
TELECOMMUNICATIONS ENERGY CONFERENCE (IN℡EC), set. 2014, [S.l: s.n.], set.
2014. p.1–5.
CONG, Wang et al. A novel modulation strategy based on two dimensional modulation
for balancing DC-link capacitor voltages of cascaded H-Bridges Rectifier. In: IECON 2012 -
38TH ANNUAL CONFERENCE ON IEEE INDUSTRIAL ELECTRONICS SOCIETY, out.
2012, [S.l: s.n.], out. 2012. p.116–122.
GRAOVAC, Dusan; PÜRSCHEL, Marco. IGBT Power Losses Calculation using the
data Sheet Parameters . [S.l: s.n.]. , 2009
GRIDER, D. et al. 10 kV/120 A SiC DMOSFET half H-bridge power modules for 1
MVA solid state power substation. In: 2011 IEEE ELECTRIC SHIP TECHNOLOGIES
SYMPOSIUM, abr. 2011, [S.l: s.n.], abr. 2011. p.131–134.
HAQUE, M. T. Single-phase PQ theory. In: 2002 IEEE 33RD ANNUAL IEEE POWER
ELECTRONICS SPECIALISTS CONFERENCE. PROCEEDINGS (CAT. NO.02CH37289),
2002, [S.l: s.n.], 2002. p.1815–1820.
IEEE Standard Definitions for the Measurement of Electric Power Quantities Under
Sinusoidal, Nonsinusoidal, Balanced, or Unbalanced Conditions. IEEE Std 1459-2010
(Revision of IEEE Std 1459-2000) p. 1–50 , mar. 2010.
JIANG, W. et al. Control of Active Power Exchange With Auxiliary Power Loop in a
Single-Phase Cascaded Multilevel Converter-Based Energy Storage System. IEEE
Transactions on Power Electronics v. 32, n. 2, p. 1518–1532 , fev. 2017.
KO, Y. et al. Power Routing for Cascaded H-Bridge Converters. IEEE Transactions
on Power Electronics v. PP, n. 99, p. 1–1 , 2017.
LAI, J. S. et al. A 15-kV class intelligent universal transformer for utility applications.
In: 2016 IEEE APPLIED POWER ELECTRONICS CONFERENCE AND EXPOSITION
(APEC), mar. 2016, [S.l: s.n.], mar. 2016. p.1974–1981.
LISERRE, M. et al. The Smart Transformer: Impact on the Electric Grid and
Technology Challenges. IEEE Industrial Electronics Magazine v. 10, n. 2, p. 46–58 , jun.
2016.
LISERRE, Marco et al. Power Routing in Modular Smart Transformers: Active Thermal
Control Through Uneven Loading of Cells. IEEE Industrial Electronics Magazine v. 10, n.
3, p. 43–53 , 2016.
MCMURRAY, Willian. Power converter circuits having a high frequency link . [S.l:
s.n.]. , 1970
ROSHAN, A. et al. A D-Q Frame Controller for a Full-Bridge Single Phase Inverter
Used in Small Distributed Power Generation Systems. In: APEC 07 - TWENTY-SECOND
ANNUAL IEEE APPLIED POWER ELECTRONICS CONFERENCE AND EXPOSITION,
fev. 2007, [S.l: s.n.], fev. 2007. p.641–647.
SHANSHAN, W.; YUBIN, W.; YIFEI, L. Sensorless power balance control for
cascaded multilevel converter based solid state transformer. In: 2015 18TH
INTERNATIONAL CONFERENCE ON ELECTRICAL MACHINES AND SYSTEMS
(ICEMS), out. 2015, [S.l: s.n.], out. 2015. p.1925–1929.
SHE, X.; BURGOS, R.; et al. Review of solid state transformer in the distribution
system: From components to field application. In: 2012 IEEE ENERGY CONVERSION
CONGRESS AND EXPOSITION (ECCE), set. 2012, [S.l: s.n.], set. 2012. p.4077–4084.
SUN, Yuwei et al. Research on voltage and switching balance control for cascaded
power electronic transformer under hybrid PWM modulation. In: 2016 IEEE 8TH
INTERNATIONAL POWER ELECTRONICS AND MOTION CONTROL CONFERENCE
(IPEMC-ECCE ASIA), maio 2016, [S.l: s.n.], maio 2016. p.2033–2038.
TAN, N. M. L.; ABE, T.; AKAGI, H. Topology and application of bidirectional isolated
dc-dc converters. In: 8TH INTERNATIONAL CONFERENCE ON POWER ELECTRONICS
- ECCE ASIA, maio 2011, [S.l: s.n.], maio 2011. p.1039–1046.
VENKAT, J.; SHUKLA, A.; KULKARNI, S. V. Operation of a three phase solid state-
Transformer under unbalanced load conditions. In: 2014 IEEE INTERNATIONAL
CONFERENCE ON POWER ELECTRONICS, DRIVES AND ENERGY SYSTEMS
(PEDES), dez. 2014, [S.l: s.n.], dez. 2014. p.1–6.
WANG, Gangyao et al. Design and hardware implementation of Gen-1 silicon based
solid state transformer. In: 2011 TWENTY-SIXTH ANNUAL IEEE APPLIED POWER
ELECTRONICS CONFERENCE AND EXPOSITION (APEC), mar. 2011, [S.l: s.n.], mar.
2011. p.1344–1349.
98
WANG, J. et al. Extended dual modulation curves voltage balancing strategy for
cascaded H-bridge rectifier. In: 2014 INTERNATIONAL POWER ELECTRONICS AND
APPLICATION CONFERENCE AND EXPOSITION, nov. 2014, [S.l: s.n.], nov. 2014. p.88–
92.
XU, K. et al. Voltage and current balance control for the ISOP converter-based power
electronic transformer. In: 2015 18TH INTERNATIONAL CONFERENCE ON
ELECTRICAL MACHINES AND SYSTEMS (ICEMS), out. 2015, [S.l: s.n.], out. 2015.
p.378–382.
YANG, J. et al. Fast and continuous on-load voltage regulator based on electronic power
transformer. IET Electric Power Applications v. 7, n. 6, p. 499–508 , jul. 2013.
YOO, Jeong-Mock et al. DC link voltage control of single phase back-to-back converter
for medium voltage motor drive. In: 2016 IEEE 8TH INTERNATIONAL POWER
ELECTRONICS AND MOTION CONTROL CONFERENCE (IPEMC-ECCE ASIA), maio
2016, [S.l: s.n.], maio 2016. p.3043–3049.
ZHAO, T. et al. Voltage and Power Balance Control for a Cascaded H-Bridge
Converter-Based Solid-State Transformer. IEEE Transactions on Power Electronics v. 28,
n. 4, p. 1523–1532 , abr. 2013.
100
Onde:
vCE(t) – queda de tensão instantânea entre coletor e emissor;
ic(t) – corrente de coletor instantânea;
VCE – tensão de saturação entre coletor e emissor do interruptor.
rc – resistência do canal.
Onde:
Ts – período da rede;
IAV – Corrente média que circula pelo interruptor durante um período de rede;
101
IRMS – Corrente eficaz que circula pelo interruptor durante um período de rede.
V i (t ) rDiD2 (t ) dt V fw I AV rD I RMS 2
1 Ts 1 Ts
PcondD
Ts
0
pcD (t )dt
Ts 0 fw D (A.03)
Onde:
Vfw – queda de tensão no diodo;
rD – resistência do diodo.
Estes parâmetros também são obtidos na folha de dados do interruptor.
Como este trabalho deseja avaliar as perdas de comutação para diferentes valores de
potências deve-se normalizar as perdas a partir dos valores nominais fornecidos pela folha de
dados conforme realizado em (RAO; CHAMUND, 2014). Então:
PcomtT
E on E off f I Vcc
sw cp
(A.05)
I cnomVcc nom
Onde:
Icp – corrente de pico no coletor do interruptor;
102
Erec f sw I cpVcc
PrecD (A.07)
I cnomVccnom
Colocando as equações (A.08) e (A.09) em função da potência ativa que está sendo
processada, obtém-se:
PD ( P ) PcondD ( P ) PrecD ( P )
(A.11)
Erec f swVcc
PD ( P ) V fw I AV ( P ) rD I RMS 2 ( P ) 2 I RMS ( P )
I cnomVcc nom
De acordo com a norma IEEE 1459-2010 (“IEEE Standard Definitions for the
Measurement of Electric Power Quantities Under Sinusoidal, Nonsinusoidal, Balanced, or
Unbalanced Conditions”, 2010) a potência aparente é o produto entre tensão e corrente eficaz.
Então, a corrente eficaz (IRMS) que circula no retificador é:
S
I RMS (A.12)
Vs
Onde:
S – potência aparente drenada da rede;
Vs – tensão eficaz da rede;
P
I RMS (P) (A.13)
Vs cos( )
Onde:
Ts 2
2
I AV
Ts
0
is (t ) dt (A.15)
2
Ts 2
P 2
I AV ( P ) cos( t ) dt (A.16)
Ts 0 V s cos( )
Considerando que o retificador utiliza modulação senoidal de três níveis, as perdas totais
no retificador podem ser encontradas multiplicando-se por quatro as perdas em cada
semicondutor (YAZDANI; IRAVANI, 2010). Isso é possível devido a simetria existente na
estrutura do retificador e sua operação. Então:
0,4
0,2
0
00:00
01:00
02:00
03:00
04:00
05:00
06:00
07:00
08:00
09:00
10:00
11 : 0 0
12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
17:00
18:00
19:00
20:00
21:00
22:00
23:00
Fonte: Autor.
0,05
0
00 : 0 0
01 : 0 0
02 : 0 0
03 : 0 0
04 : 0 0
05 : 0 0
06 : 0 0
07 : 0 0
08 : 0 0
09 : 0 0
10 : 0 0
11: 0 0
12 : 0 0
13 : 0 0
14 : 0 0
15 : 0 0
16 : 0 0
17 : 0 0
18 : 0 0
19 : 0 0
20 : 0 0
21 : 0 0
22 : 0 0
23 : 0 0
Fonte: Autor.
0,04
0,02
0
0 0: 0 0
0 1: 0 0
0 2: 0 0
0 3: 0 0
0 4: 0 0
0 5: 0 0
0 6: 0 0
0 7: 0 0
0 8: 0 0
0 9: 0 0
1 0: 0 0
11: 0 0
1 2: 0 0
1 3: 0 0
1 4: 0 0
1 5: 0 0
1 6: 0 0
1 7: 0 0
1 8: 0 0
1 9: 0 0
2 0: 0 0
2 1: 0 0
2 2: 0 0
2 3: 0 0
Fonte: Autor.
106
Lf Rf Rm Lm
Iccs Iccm
S1 S3 IC IR
Is Im
a C R Vcc
Vs Vab Vm
b
S2 S4
Fonte: Autor.
V se S1 S 4 1
vab cc (C.1)
Vcc se S1 S 4 0
Ou reescrevendo:
dis (t )
vs (t ) L f R f is (t ) vab
dt
(C.3)
dis (t )
vs (t ) L f R f is (t ) DVcc
dt
dim (t )
vm ( t ) L f R f im (t ) DmVcc (C.4)
dt
Rf Vcc 1
0 i L f 0 0
s
i Lf ds L f vs
i s
1 vm
(C.5)
m 0 R im 0 V d
cc m 0
f
L f L f L f
i
sm A i
sm sm B d
sm sm wsm vsm (C.6)
Sendo:
Rf
L f 0
Asm (C.7)
0
Rf
L f
Vcc 0
Lf
Bsm (C.8)
0 V
cc
L f
108
1 0
Lf
wsm (C.9)
1
0 L f
O sistema apresentado em (C.6) refere-se a duas fases em quadratura. Neste caso, pode-
se fazer uso da transformação de Park, a qual converte um sistema αβ para um sistema de dois
vetores ortogonais girando em sincronismo com a frequência da rede (eixos d e q). A Figura
C.2 mostra o diagrama fasorial da transformação de Parque que está representada
matematicamente em (C.10).
ϴ Fα
Fd
Fq
ωt
Fβ
Fonte: Autor.
Fd F cos( ) F sen( )
(C.10)
Fq F sen( ) F cos( )
Sendo:
t (C.11)
e
109
Fd cos( ) sen( ) F
(C.12)
Fq sen( ) cos( ) F
cos( ) sen( )
Tdq (C.14)
sen( ) cos( )
1 1 1 1
Tdq idq Asm Tdq idq Bsm Tdq d dq wsm Tdq vdq (C.15)
Expandindo (C.15):
1 1 1 1 1
Tdq idq Tdq idq Asm Tdq idq Bsm Tdq d dq wsm Tdq vdq
(C.16)
1 1 1 1 1
Tdq idq Asm Tdq Tdq idq Bsm Tdq d dq wsm Tdq vdq
1 1 1 1 1
Tdq Tdq idq Tdq Asm Tdq Tdq Tdq idq Tdq Bsm Tdq d dq Tdq wsm Tdq vdq (C.17)
como
1
Tdq Tdq I (C.18)
então:
1 1 1 1
idq Tdq Asm Tdq Tdq Tdq idq Tdq Bsm Tdq d dq Tdq wsm Tdq vdq (C.19)
ou resumidamente:
idq Adq idq Bdq ddq wdq vdq (C.20)
sendo:
•
1 1
Adq Tdq Asm Tdq Tdq Tdq (C.21)
1
Bdq Tdq Bsm Tdq (C.22)
1
wdq Tdq wsm Tdq (C.23)
Agora, substituindo (C.7) e (C.14), (C.8) e (C.14) e (C.9) e (C.14) em (C.21), (C.22) e
(C.25) respectivamente, obtém-se:
Rf
Lf
Adq (C.24)
Rf
L f
111
Vcc 0
Lf
Bdq (C.25)
0 Vcc
L f
1 0
Lf
wdq (C.26)
1
0 L f
ou então, substituindo (C.24) - (C.26) em (C.20) obtém-se as equações em função das correntes
nos eixos d e q em formato estendido:
Rf Vcc 1
id L f 0 0
id Lf dd L f vd
i (C.27)
q Rf iq 0 Vcc d q 0 1 vq
L f
L f L f
vd vs
v Tdq (C.28)
q vm
Sendo:
vs Vp sen(t )
(C.29)
vm Vp sen(t )
2
Onde:
Vp – Tensão de pico da rede.
eixo α também é zero ( v (0) 0 ), significa que o vetor de referência está em perpendicular
com o eixo α, ou seja, o eixo d está atrasado em 90° do eixo α, conforme (C.30). Logo, o ângulo
ϴ utilizado em (C.11) para calcular a transformação dada em (C.14) é -90°, resultando em:
Para
ωt=0 ω
Vs
ϴ
q α
Fonte: Autor.
vd v m
v (C.30)
q vs
vd V p
v (C.31)
q 0
Rf Vcc 1
id 0 0
d
i Lf Lf dd L f V p
i (C.32)
q R iq 0 V d 1 0
f cc q 0 L f
L f L f
113
Por fim, visando obter a função de transferência das correntes d e q em função das razões
cíclicas, serão incluídas perturbações nas razões cíclicas que resultarão em perturbações nas
correntes:
d d Dd d d (t )
d q Dq d q (t )
(C.33)
id I d id (t )
iq I q iq (t )
Sendo que:
Dd d d (t )
Dq d q (t )
(C.34)
I d ` id (t )
I q iq (t )
Rf Vcc 1
I d id (t ) L f I d id (t ) L f 0 0
Dd d d (t ) L f Vp
I q iq (t ) R f I q iq (t ) Vcc Dq d q (t ) 0 1 0
L f
L f
0
L f
(C.35)
Rf Vcc
id (t ) Lf
id (t ) L f 0
d d (t )
(C.36)
iq (t )
Rf
iq (t ) 0 cc d q (t )
V
L f L f
Rf Vcc
I d (s) L f I d (s) L f 0
Dd ( s )
s (C.37)
I q ( s ) Rf q 0
I ( s )
Vcc Dq ( s )
L f L f
Isolando D d ( s ) e Dq ( s ) :
Lf Rf Lf
Dd ( s ) s I d ( s ) Iq (s) (C.38)
Vcc Lf Vcc
Lf Lf Rf
Dq ( s ) Id (s) s Iq (s) (C.39)
Vcc Vcc L f
I d ( s) Vcc 1
(C.40)
Dd ( s ) Lf Rf
s
Lf
Iq (s) Vcc 1
(C.41)
Dq ( s ) Lf Rf
s
Lf
Para análise do lado CC aplica-se a lei das correntes de Kirchhoff (LCK) no lado CC da
Figura C.1. Ainda, assume-se que a corrente é distribuída igualmente entre o retificador real e
115
o retificador imaginário. Deste modo, tem-se que cada retificador fornece metade da corrente
que circula pelo barramento (capacitor + carga). Assim, tem-se:
d 1 V (t )
C Vcc (t ) is (t )ds (t ) im (t )dm (t ) cc (C.42)
dt 2 RL
T
1 d s (t ) is (t ) Vcc ( t )
Vcc ( t ) d ( t ) i ( t ) CR (C.43)
2C m m L
T
1 d d (t ) id (t ) Vcc (t )
Vcc (t ) (C.44)
2C d q (t ) iq (t ) CRL
T
1 Dd d d (t ) I d id (t ) V v (t )
Vcc vcc (t )
2C Dq d q (t )
cc cc
I q iq (t ) CRL
(C.45)
1 I T d d (t ) D d T id (t ) v (t )
cc
d
vcc (t ) (C.46)
2C I q d q (t ) Dq iq (t ) CRL
I d Dd ( s ) Dd T I d ( s ) V ( s )
T
1
sVcc ( s ) cc (C.47)
I q Dq ( s ) Dq I q ( s )
2C CRL
1 Dd I d I d Dd Dq I q I q Dq
Vcc s (C.48)
RL C 2C
L R Lf Lf Lf Rf
Dd I d I d f s f
Vcc I d I q Dq I q I q I d s I q
1 Lf Vcc Vcc Vcc Lf
Vcc s
RLC 2C
Rf Vcc 1
Id L f 0 0
0 Lf Dd L f V p
0
Vcc Dq 0 1 0
(C.50)
Rf Iq 0
L f L f L f
Rf Lf Vp
Dd Id Iq (C.51)
Vcc Vcc Vcc
117
Lf Rf
Dq Id Iq (C.52)
Vcc Vcc
P Vd I d Vq I q
(C.53)
Q Vd I q Vq I d
P Vp I d
(C.54)
Q Vp I q
Logo, devido ao fato de o eixo d estar alinhado com o vetor de referência, condição dada
por (C.31), a corrente Id é responsável pelo controle potência ativa enquanto a corrente Iq pela
potência reativa. Deste modo, pode-se facilmente controlar a potência ativa e reativa drenadas
da rede. Agora, considerando que as potências apresentadas em (C.54) se referem a entrada do
retificador, pode-se dizer que as correntes nos eixos d e q em função da potência de saída, são:
Po P
Id o (C.55)
Vd Vp
Qin Qin
Iq (C.56)
Vd Vp
1 R f Po L f Q in
Dd Vp (C.57)
V cc V p Vp
1 L f Po
Dq R f Qin (C.58)
VccV p
1
2CVccV p s Vcc 2 Po R f V p L f Po s I d 2Qin R f L f Qin s I q
2
RL C
(C.59)
2CVccV p 1 R f V p2 Rf
s Vcc Po 2 s I d Qin 2 s Iq
Lf RL C L
L f L f Po f
A partir de (C.59), pode-se obter a relação que os distúrbios de corrente nos eixos d e q
causam na tensão de barramento. Para aplicações em que o retificador opera com FP unitário,
a potência reativa é zero ( Qin 0 ), ou seja, os distúrbios de corrente no eixo q não causam
nenhum efeito no barramento CC. Então, para essa condição a equação dada em (C.59) pode
ser reduzida a:
V p2 2 Po R f
s
Vcc ( s ) L f Po L f Po
(C.60)
I d ( s) 2CVccV p 1
s
RL C
Por outro lado, quando o retificador não está operando com FP unitário, o
processamento de potência reativa não é nulo. Deste modo, as perturbações na corrente do eixo
q causam distúrbios na tensão de barramento. A equação que relaciona estes distúrbios é dada
em (C.61).
119
Rf
s 2
Vcc ( s ) Qin L f L f
(C.61)
I q (s) 2CVccV p 1
s
RL C
120
Pr Vr Is cos( ) (D.1)
Qr Vr Is sin( ) (D.2)
Sendo:
Pr – Potência ativa total do conversor CHB;
Qr – Potência reativa total do conversor CHB;
Figura D.1 – (a) Circuito simplificado do conversor CHB conectado à rede de MT, (b) diagrama fasorial do
circuito simplificado operando com FP unitário
Lf
Is q
V1
V4 Vr
V2 V3
jXLIs
V2 V1
Vs Vr δ
V3 Is Vs d
V4
(a) (b)
Fonte: Autor.
Viu-se no capítulo 3 que para aplicações em MT o ângulo de potência (δ), não apresenta
grandes variações para a faixa de potência entre 0 e 30 kVA, conforme mostra a Figura 3.4.
121
Deste modo, a potência reativa do conversor CHB é praticamente nula. No entanto, para
aplicações com FP não unitário, conforme apresentado na Figura D.2, a potência reativa
processada pelos módulos pode deixar de ser desprezível. Neste, caso as potências totais
processadas pelo conversor CHB são dadas por:
Pr Vr Is cos( ) (D.3)
Qr Vr Is sin( ) (D.4)
Ps Vs Is cos( ) (D.5)
Qs Vs Is sin( ) (D.6)
O modo de operação proposto por este trabalho faz com que alguns retificadores do
conversor CHB não processem potência ativa. A Figura D.2b apresenta o diagrama em que o
retificador 1 não está processando potência ativa. Neste caso, o ângulo entre tensão e corrente
é de 90°. As equações (D.7) e (D.8) mostram as potências ativa e reativa processadas por cada
retificador que compõe o conversor CHB, respectivamente.
Figura D.2 - Diagrama fasorial para operação com FP não unitário: (a) potência dividida de forma igualitária
entre os módulos, (b) módulos processando distintas quantidades de potências.
q q
V4 Vr V3 V4 Vr
V1 V2
V2 V3
jXLIs
jXLIs
V1 δ1
δ δ
Ө Vs d Ө Vs d
Is Is
(a) (b)
Fonte: Autor.
122
i i cos(i )
Pi VI (D.7)
i i sin(i )
Qi VI (D.8)
Sendo:
Pi – Potência ativa no retificador i;
Qi – Potência reativa no retificador i;
Vi – Tensão sintetizada pelo retificador i;
φi – Ângulo entre a tensão do retificador Vi e o eixo d.
Com base nas teorias de trigonometria sabe-se que o seno de algum ângulo se refere a
representação no eixo vertical de um sistema de coordenadas, enquanto o cosseno a
representação no eixo horizontal. Então, como pode ser visualizado em (D.9) a potência ativa
nos retificadores que compõe o conversor CHB tem uma parcela proveniente do eixo d e outra
do eixo q. Logo, em operações com FP não unitário pode-se controlar a tensão de barramento
dos retificadores tanto pelo eixo q quanto pelo eixo d.