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DIREITO PROCESSUAL CIVIL

A Lei
20 de Arbitragem

20.1 – Introdução

Noções Gerais
Noções Iniciais:
A arbitragem é o instituto através do qual as partes confiam a um ou mais árbitros, livremente
designados, a missão de solucionar conflitos relativos a direitos patrimoniais. É um mecanismo
amplamente difundido em diversos países, pois permite às partes envolvidas resolver suas disputas
sem a necessidade de se recorrer aos meios jurisdicionais tradicionais, resultando em maior rapidez e
eficácia. Observamos atualmente que aqueles que procuram resolver suas controvérsias através da
via judicial têm enfrentado um sistema judiciário lento, burocrático e com quantidade excessiva de
recursos. Diante disso, a arbitragem tornou-se uma alternativa atraente como meio alternativo de
solução de litígios. Vale ressaltar que na arbitragem, o litígio é resolvido sem a intervenção do Poder
Judiciário, salvo se for necessária a adoção de medidas cautelares ou de urgência. A sentença arbitral,
ademais, constitui título executivo judicial, tal qual a sentença proferida pelo juízo estatal, e pode ser
executada judicialmente, em caso de resistência da parte vencida em cumpri-la espontaneamente.

Legislação:
A lei que dispõe sobre arbitragem é a Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996, conhecida como Lei
de Arbitragem. Esta Lei autorizou a utilização da arbitragem para o julgamento de litígios
envolvendo bens patrimoniais disponíveis

Histórico:
No Brasil, o instituto da arbitragem já foi previsto na Constituição Imperial de 1824. Também esteve
presente no Código Comercial de 1850 e no Código Civil de 1916. Contudo, foi pouco utilizado, pois
não oferecia garantias jurídicas e apresentava-se de maneira burocratizada para resolver os litígios.
Com a Lei nº 9.307/96, houve uma maior aceitação do instituto, uma vez que conferiu efetividade à
cláusula arbitral, agora dotada de execução específica. A arbitragem, se prevista em contrato ou em
documento em separado, tornou-se obrigatória às partes, que só poderão evitá-la de comum acordo.
E, se um deles ingressar com ação no Poder Judiciário, nos termos da lei em vigor, o processo deverá

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ser julgado extinto, e a controvérsia deve ser levada à arbitragem. Outro aspecto importante da Lei
foi a desnecessidade de homologação pelo Poder Judiciário da sentença arbitral para que esta surtisse
efeito. O processo de adoção da arbitragem acelerou desde o final de 2001, quando o Supremo
Tribunal Federal reconheceu, expressamente, a constitucionalidade dos dispositivos mais polêmicos
da Lei de Arbitragem.

Conciliação, Mediação e Arbitragem


A conciliação, a mediação e a arbitragem são meios alternativos de resolução de litígios. A
conciliação significa uma composição amigável do conflito onde existe a figura do conciliador, que
opera propondo soluções para que as partes cheguem a um acordo. A mediação é um diálogo entre
duas ou mais partes em conflito, assistidas por um mediador, para que possam chegar a um acordo
satisfatório para ambas as partes. Na mediação prevalece sempre a vontade das partes e o mediador,
que deverá ser neutro e imparcial, auxilia as partes na resolução do conflito. Esta é a diferença entre o
mediador e o conciliador. Diferentemente do conciliador, que desenvolve sua atuação, com sugestões
e propostas, para o consenso dos interessados diretos em resolver os conflitos, o mediador não
interfere no acordo entre as partes, apenas aproxima as partes para que negociem diretamente e
reconheçam o conflito para buscar algum tipo de solução que contemple e satisfaça razoavelmente os
interesses de todas elas. Já na arbitragem, o árbitro, substituindo a vontade das partes em
divergência, decide a pendência pela confiança que foi nele depositada pela eleição prévia em
cláusula compromissória. Na arbitragem, o árbitro julga a controvérsia e impõe a solução. As partes
ficam obrigadas a respeitar a decisão, contra a qual não cabe recurso. A diferença básica entre a
arbitragem, a mediação e a conciliação consiste no poder conferido ao árbitro de impor a solução às
partes. Enquanto que a mediação e a conciliação são apenas veículos para que as partes cheguem a
um acordo, na arbitragem, se as partes não celebrarem transação, o árbitro deverá decidir a
controvérsia, tal como se fosse o juiz da causa.

Vantagens da Adoção da Arbitragem:


Dentre as vantagens da arbitragem em relação ao processo judicial, destacam-se as seguintes:
ƒ Especialização: as partes podem nomear como árbitros especialistas na matéria objeto do
litígio, o que confere mais consistência à decisão e pode evitar gastos excessivos com perícia.
Essa característica mostra-se especialmente positiva quando a disputa versa sobre questão de
direito muito específica ou assunto técnico.
ƒ Celeridade: o procedimento arbitral, como regra geral, transcorre mais rapidamente do que o
processo judicial;
ƒ Irrecorribilidade: a decisão do juízo arbitral é definitiva e dela não cabe recurso;
ƒ Informalidade: o procedimento arbitral é mais informal e flexível do que o processo judicial;
ƒ Maior autonomia: as partes têm maior liberdade no procedimento arbitral do que no processo
judicial (podem escolher, por exemplo, os árbitros e as regras aplicáveis);
ƒ Confidencialidade: o procedimento arbitral é, em geral, sigiloso, ao contrário do processo
judicial, que costuma ser público (as partes podem evitar a publicidade negativa que pode advir
do litígio);
ƒ Preservação do relacionamento das partes: o procedimento arbitral costuma gerar menos
animosidade entre as partes do que o processo judicial, e cria um ambiente menos danoso ao
relacionamento entre elas.

Espécies de Arbitragem:
Há duas formas de se operacionalizar o procedimento arbitral: através de arbitragem institucional ou
por meio de arbitragem avulsa, também conhecida como ad hoc.

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ƒ Arbitragem institucional: Na arbitragem institucional, também conhecida como arbitragem
administrada, uma instituição especializada, escolhida na cláusula arbitral, ou posteriormente
por comum acordo entre as partes, administra o procedimento arbitral. As instituições
especializadas normalmente possuem regulamento próprio sobre as regras procedimentais
aplicáveis, tais como os prazos para os atos processuais, número e forma de nomeação de
árbitros, remuneração dos árbitros, custos da arbitragem e normas para realização de perícias e
audiências. A principal vantagem de arbitragem institucional consiste na segurança conferida
pela manutenção e supervisão do procedimento arbitral pela instituição especializada.
ƒ Arbitragem avulsa ou ad hoc: Nesta modalidade as partes não são obrigadas a contratar uma
entidade especializada para administrar a arbitragem. Os procedimentos arbitrais conduzidos
sem a supervisão de entidade são denominados arbitragens avulsas, ou ad hoc. Nessa hipótese,
as próprias partes devem estabelecer, na cláusula arbitral ou em convenção posterior, as regras
procedimentais aplicáveis à arbitragem. Em caso de lacuna, caberá aos árbitros determinar o
procedimento aplicável. Os custos da arbitragem avulsa são, como regra geral, inferiores aos da
arbitragem institucional. A maior desvantagem consiste no fato de que a ausência de entidade
arbitral supervisionando o procedimento aumenta o risco de haver qualquer irregularidade.

Cabimento da Arbitragem:

LEI Nº 9.307,
DE 23.09.1996
Art. 1º - As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem para dirimir litígios
relativos a direitos patrimoniais disponíveis.

Conforme o art. 1º da Lei de Arbitragem, somente as pessoas capazes de contratar poderão adotar a
arbitragem e só podem ser submetidos à arbitragem litígios relativos a direitos patrimoniais
disponíveis. Direitos patrimoniais são aqueles que podem ser avaliados monetariamente e direitos
disponíveis, por sua vez, são aqueles dos quais as partes podem livremente dispor, e que podem ser
objeto de transação, renúncia ou cessão. Certas matérias, por envolverem direito indisponível, não
podem ser submetidas à arbitragem, como exemplo, questões de direito penal ou direito pessoal de
família.

Regras Aplicáveis:
As partes podem escolher livremente as regras aplicáveis à arbitragem, desde que de comum acordo.
É comum inclusive, em arbitragens versando sobre questões de comércio internacional, a escolha de
lei estrangeira. As partes podem estabelecer, igualmente, que o procedimento arbitral deverá ser
regido com base em princípios gerais de direito, em usos e costumes, em regras internacionais de
comércio (Lex Mercatoria), ou mesmo em equidade. Contudo, não poderão ser aplicadas regras que
afrontem os bons costumes ou a ordem pública nacional.

Art. 2º - A arbitragem poderá ser de direito ou de equidade, a critério das partes.


LEI Nº 9.307,
DE 23.09.1996 § 1º - Poderão as partes escolher, livremente, as regras de direito que serão aplicadas na arbitragem,
desde que não haja violação aos bons costumes e à ordem pública.

§ 2º - Poderão, também, as partes convencionar que a arbitragem se realize com base nos princípios
gerais de direito, nos usos e costumes e nas regras internacionais de comércio.

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A Constitucionalidade da Lei de Arbitragem
Noções Iniciais:
É possível haver a argumentação dos opositores à Lei de Arbitragem de que seria esta contrária aos
dispositivos presentes da Constituição Federal. Entretanto, apesar de haver uma aparente contradição,
não predomina nos órgãos judiciários superiores e na doutrina o entendimento de que o instituto da
arbitragem é inconstitucional. Vejamos a seguir os principais casos:

01 A Arbitragem e o art. 5º, inciso XXXV da Constituição Federal


(XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito)

Este princípio pode parecer demonstrar que não deva ser adotada qualquer outra forma de
solução de litígios que não seja através do Judiciário, mas não é esse o seu intuito. O objetivo
é prevenir que existam abusos por parte do Estado, na hipótese deste não permitir que exista a
plena atuação do Judiciário. A escolha de um juízo arbitral pelas partes não configura
nenhum abuso, sendo perfeitamente possível diante do preceito constitucional. Vale lembrar
que o nosso sistema jurídico admite outras formas de composição de conflitos fora da
jurisdição estatal como, por exemplo, a transação, figura jurídica próxima do juízo arbitral
como meio legal posto à disposição dos contendores para a solução de suas pendências, a
qual produz o efeito de coisa julgada.

02 A arbitragem e o art. 5º, inciso LIII da Constituição Federal:


(LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente)

Existe também a idéia de que a arbitragem atentaria contra o princípio do juiz natural, que se
encontra alojado no art. 5º, inciso LIII da Constituição Federal, mas esta também não se
justifica. Quando alguém opta por requerer a tutela jurisdicional conferida pelo Estado, o
poder de julgar é exercido em nome dele, como expressão de sua soberania. No
desenvolvimento da atividade estatal, a ninguém é dada a faculdade de exercer funções
cometidas com exclusividade ao órgão competente segundo as normas de ordem pública.
Entretanto, quando as partes optam por resolver a demanda em juízo arbitral, a solução não
requer a atuação do corpo estatal, ou seja, a jurisdição estatal não é provocada para dar uma
solução ao caso resolvendo, seus interesses, sem se falar em ajustamento ao princípio do juiz
natural. A solvência, ao contrário, resulta da livre autonomia das partes, por meio da escolha
de um intermediário que resolve a contenda.

03 A Arbitragem e o art. 5º, inciso LV da Constituição Federal:


(LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados
o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes)
Estaria a arbitragem violando o princípio da ampla defesa e da dupla instância de
julgamento? Não, pois o procedimento arbitral deve observar também o princípio do
contraditório e da igualdade entre as partes, assegurando um equilíbrio de tratamento entre as
partes e nos seus interesses. O princípio recursal também não é violado, pois a arbitragem
pressupõe uma convenção, ou seja, um acordo entre as partes aceitando a decisão arbitral.

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A Convenção de Arbitragem e seus Efeitos
Noções Iniciais:
Para que ocorra a arbitragem é necessário haver um acordo entre as partes com o compromisso de
adotar um procedimento especial para resolver eventuais divergências contratuais. É a chamada
convenção de arbitragem, que é formalizada através de um documento no qual as partes aceitam
submeter suas divergências à arbitragem. Há dois tipos de convenção de arbitragem: a cláusula
compromissória, também chamada de cláusula arbitral, e o compromisso arbitral.

A parte é obrigada a participar de arbitragem, se nunca celebrou qualquer cláusula


compromissória ou compromisso arbitral?
Não, ninguém é obrigado a ver um conflito de que seja parte submetido à arbitragem, se não
tiver concordado com isso, através de cláusula ou de compromisso arbitral. Se uma das partes
nunca concordou com o uso da arbitragem, ela pode se recusar a participar desse
procedimento, e exigir que o conflito seja resolvido pelo Poder Judiciário.

LEI Nº 9.307,
DE 23.09.1996
Art. 3º - As partes interessadas podem submeter a solução de seus litígios ao juízo arbitral mediante
convenção de arbitragem, assim entendida a cláusula compromissória e o compromisso arbitral.

A Lei 9.307/96 definiu separadamente, cláusula compromissória e compromisso arbitral,


que constituem espécies distintas do gênero convenção de arbitragem.

Cláusula Compromissória:

1 Conforme o art. 4º da Lei de Arbitragem, a cláusula compromissória (ou cláusula


arbitral) é a convenção através da qual as partes em um contrato comprometem-se a
acolher a arbitragem para solucionar os litígios que possam vir a surgir,
relativamente a tal contrato. A cláusula compromissória deve ser estipulada por
escrito, podendo estar inserta no próprio contrato ou em documento apartado que a
ele se refira. Ela poderá prever que a arbitragem deverá ser conduzida de acordo com as regras
procedimentais de alguma entidade especializada e poderá também estabelecer regras específicas
para a condução da arbitragem.

Cláusula Compromissória em Contratos de Adesão:


Os contratos de adesão são aqueles em que uma das partes deve aceitar as cláusulas de um
instrumento contratual, sem poder negociar seus termos e condições (ex: contratos bancários
padronizados). Segundo o art. 4º, § 2º da Lei de Arbitragem, nos contratos de adesão, a cláusula
compromissória só terá eficácia se o adquirente tomar a iniciativa de instituir a arbitragem ou
concordar, expressamente, coma sua instituição, desde que por escrito em documento anexo ou em
negrito, com a assinatura ou visto especialmente para essa cláusula.

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Há controvérsia a respeito da validade de cláusula arbitral em contratos concernentes a
relações de consumo uma vez que o art. 51, VII, do Código de Defesa do Consumidor
determina a nulidade de previsão contratual estabelecendo utilização compulsória de
arbitragem. Parte da doutrina entende que a Lei de Arbitragem, posterior ao CDC, autorizou a
inclusão de cláusulas arbitrais em contratos entre fornecedores e consumidores. Entretanto,
existem autores que sustentam não caber cláusula arbitral em contratos de consumo, e que só
poderia haver arbitragem nesses casos se as partes firmarem, posteriormente, compromisso
arbitral concordando com a adoção desse meio alternativo de solução de conflitos.

Tipos de Cláusula Compromissória:


Há dois tipos de cláusula compromissória: a cláusula vazia e a cláusula cheia. Na cláusula arbitral
vazia, fica estabelecido apenas o uso da arbitragem para resolver conflitos, sem maiores
especificações. Já a cláusula arbitral cheia contém as principais regras necessárias à condução do
procedimento arbitral, tal como a indicação dos árbitros ou, se for o caso, a identificação da entidade
à qual as partes delegaram a indicação de árbitros, e o local onde será realizada a arbitragem.

Órgão Institucional ou Especializado:


Reportando-se as partes, na cláusula compromissória, às regras de algum órgão arbitral institucional
ou entidade especializada, a arbitragem será instituída e processada de acordo com tais regras,
podendo, igualmente, as partes estabelecer na própria cláusula, ou em outro documento, a forma
convencionada para a instituição da arbitragem (Lei 9.307/96, art. 5º).

Resistência quanto à Arbitragem:


O art. 7º da Lei de Arbitragem trata da resistência quanto à arbitragem. Com efeito, quando existindo
cláusula compromissória e havendo resistência quanto à instituição da arbitragem, poderá a parte
interessada requerer a citação da outra parte para comparecer em juízo a fim de lavrar-se o
compromisso, designando o juiz audiência especial para tal fim. O autor indicará, com precisão, o
objeto da arbitragem, instruindo o pedido com o documento que contiver a cláusula compromissória.
Comparecendo as partes à audiência, o juiz tentará, previamente, a conciliação acerca do litígio. Não
obtendo sucesso, tentará o juiz conduzir as partes à celebração, de comum acordo, do compromisso
arbitral. Não concordando as partes sobre os termos do compromisso, decidirá o juiz, após ouvir o
réu, sobre o seu conteúdo, na própria audiência ou no prazo de 10 dias, respeitadas as disposições da
cláusula compromissória e atendendo ao disposto nos artigos 10 e 21, § 2º da Lei de Arbitragem. Se a
cláusula compromissória nada dispuser sobre a nomeação de árbitros, caberá ao juiz, ouvidas as
partes, estatuir a respeito, podendo nomear árbitro único para a solução do litígio. A ausência do
autor, sem justo motivo, à audiência designada para a lavratura do compromisso arbitral, importará a
extinção do processo sem julgamento de mérito. Não comparecendo o réu à audiência, caberá ao juiz,
ouvido o autor, estatuir a respeito do conteúdo do compromisso, nomeando árbitro único. A sentença
que julgar procedente o pedido valerá como compromisso arbitral.

Pode uma das partes se recusar a instituir a arbitragem, mesmo quando houver
celebrado cláusula arbitral?
Não, a arbitragem é obrigatória se as partes firmaram cláusula arbitral. Se uma das partes
recusar-se a participar da arbitragem, a outra parte poderá requerer, em juízo, a execução
específica da cláusula arbitral, e a sentença judicial valerá como compromisso arbitral.

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Autonomia da Cláusula Compromissória:
A cláusula compromissória é autônoma em relação ao contrato que fizer parte, de forma que a
nulidade deste não implica, necessariamente, a nulidade da cláusula compromissória (Lei 9.307/96,
art. 8º). Caberá ao árbitro decidir de ofício, ou por provocação das partes, as questões acerca da
existência, validade e eficácia da convenção de arbitragem e do contrato que contenha a cláusula
compromissória.

Compromisso Arbitral:

2 O compromisso arbitral é a convenção através da qual as partes submetem um litígio


existente à arbitragem. A principal diferença entre a cláusula arbitral e o
compromisso é que na primeira as partes convencionam que uma futura controvérsia,
ainda não surgida, será decidida por arbitragem, enquanto que na segunda as partes,
diante de um conflito já em curso, resolvem dirimi-lo através de procedimento
arbitral. O compromisso arbitral judicial deverá ser celebrado por termo nos autos, perante o juízo
ou tribunal, onde tem curso a demanda. O compromisso arbitral extrajudicial será celebrado por
escrito particular, assinado por duas testemunhas, ou por instrumento público. Deve constar do
compromisso arbitral, obrigatoriamente, os seguintes dados:
ƒ o nome, profissão, estado civil e domicílio das partes;
ƒ o nome, profissão e domicílio do árbitro, ou dos árbitros, ou, se for o caso, a identificação da
entidade à qual as partes delegaram a indicação de árbitros;
ƒ a matéria que será objeto da arbitragem; e
ƒ o lugar em que será proferida a sentença arbitral.

Condições formais facultativas do compromisso arbitral


Além das informações obrigatórias, os seguintes dados, dentre outros, podem constar do
compromisso arbitral:
ƒ local, ou locais, onde se desenvolverá a arbitragem;
ƒ a autorização para que o árbitro ou os árbitros julguem por equidade, se assim for
convencionado pelas partes;
ƒ o prazo para apresentação da sentença arbitral;
ƒ a indicação da lei nacional ou das regras corporativas aplicáveis à arbitragem, quando assim
convencionarem as partes;
ƒ a declaração da responsabilidade pelo pagamento dos honorários e das despesas com a
arbitragem; e
ƒ a fixação dos honorários do árbitro, ou dos árbitros.

Extinção do Compromisso Arbitral:


Extingue-se o compromisso arbitral (Lei 9.307/96, art. 12):
ƒ escusando-se qualquer dos árbitros, antes de aceitar a nomeação, desde que as partes tenham
declarado, expressamente, não aceitar substituto;
ƒ falecendo ou ficando impossibilitado de dar o seu voto alguns dos árbitros, desde que as partes
declarem, expressamente, não aceitar substituto e;
ƒ tendo expirado o prazo para constituição, desde que a parte interessada tenha notificado o
árbitro, ou o presidente do tribunal arbitral, concedendo-lhe o prazo de 10 dias para a prolação
e apresentação da sentença arbitral.

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Os Árbitros
Noções Iniciais:
O árbitro é aquela pessoa escolhida para solucionar o conflito surgido na execução do contrato,
devendo nestes casos, prolatar uma decisão de mérito sobre a questão. Pode ser árbitro qualquer
pessoa capaz e que tenha a confiança das partes, porém, devendo atuar de forma imparcial e
independente.

Embora a Lei de Arbitragem não exija que o árbitro possua formação jurídica, é sempre
recomendável que seja desta forma. É comum, porém, quando a pendência versa sobre
questão técnica que se nomeie como árbitro, profissionais de outras áreas, como engenheiros
ou contabilistas.

Número de Árbitros:
As partes poderão nomear mais de um árbitro, constituindo-se neste caso, um tribunal arbitral. A
composição deverá ser sempre em número ímpar, para evitar empate nas decisões. Quando as partes
nomearem árbitros em número par, os próprios árbitros poderão nomear, de comum acordo, mais um
integrante do tribunal arbitral. Não havendo acordo entre os árbitros indicados pelas partes sobre o
árbitro adicional, as partes deverão requerer ao Poder Judiciário a nomeação do membro suplementar
do tribunal arbitral. Sendo nomeados vários árbitros, estes, por maioria, elegerão o presidente do
tribunal arbitral. Não havendo consenso, será designado presidente mais idoso. O árbitro ou o
presidente do tribunal designará, se julgar conveniente, um secretário para lhe ajudar, que poderá ser
um dos árbitros.

Escolha dos Árbitros por Entidade Especializada:


As partes poderão, de comum acordo, estabelecer o processo de escolha dos árbitros, ou adotar as
regras de entidade especializada. Em arbitragens institucionais, é comum que a escolha dos árbitros
seja realizada conforme as regras da entidade arbitral. Essas regras variam de instituição para
instituição. Certas entidades determinam que as partes deverão escolher dentre os nomes constantes
de um quadro de árbitros pré-selecionados por elas.

Poderes do Árbitro:
O árbitro age, no âmbito do procedimento arbitral, como juiz de fato e do direito (art. 18). Esclareça-
se, entretanto, que o árbitro, apesar de exercer função pública, não possui as prerrogativas atribuídas
por lei aos membros do Poder Judiciário.

Os árbitros, quando no exercício de suas funções ou em razão delas, ficam equiparados aos
funcionários públicos, para os efeitos da legislação penal. Ressalte-se, entretanto, que os
árbitros não são considerados funcionários públicos, nem a eles equiparados, para qualquer
outro fim.

O árbitro tem as mesmas prerrogativas dos membros do Poder Judiciário?


Não, o árbitro é equiparado ao juiz, no âmbito do procedimento arbitral, para fins de decidir
os litígios que lhe forem submetidos. O árbitro, entretanto, não tem as mesmas prerrogativas
dos membros do Poder Judiciário, e não faz jus a qualquer tratamento especial, fora da
arbitragem, pelo fato de exercer essa função.

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Deveres:
No desempenho de sua função, o árbitro deverá proceder com imparcialidade, independência,
competência, diligência e discrição.

Impedimentos:
Estão impedidos de funcionar como árbitros as pessoas que tenham, com as partes ou com o litígio
que lhes for submetido, algumas das relações que caracterizam os casos de impedimento ou
suspeição de juízes, nos termos do Código de Processo Civil. O árbitro deve revelar às partes, antes
de aceitar a função, qualquer fato que possa ensejar dúvida quanto a sua capacidade de cumprir com
esses deveres. Por exemplo, o árbitro deve revelar se alguma vez advogou para uma das partes.

Os árbitros sofrem as mesmas limitações que os juízes togados no que diz respeito às
possibilidades de impedimento ou suspeição previstas pelo Código de Processo Civil.

Recusa do Árbitro:
O árbitro somente poderá ser recusado por motivo ocorrido após sua nomeação. Poderá, entretanto,
ser recusado por motivo anterior à sua nomeação, quando não for nomeado, diretamente pela parte;
ou o motivo para a recusa do árbitro for conhecido posteriormente à sua nomeação. A parte
interessada em arguir a recusa do árbitro apresentará, nos termos do artigo 20, a respectiva exceção,
diretamente ao árbitro, suspeito ou impedido, que será substituído.

Substituição:
Se o árbitro escusar-se antes da aceitação da nomeação, ou, após a aceitação, vier a falecer, tornar-se
impossibilitado para o exercício da função, ou for recusado, assumirá seu lugar o substituto indicado
no compromisso, se houver. Não havendo substituto indicado para o árbitro, aplicar-se-ão as regras
do órgão arbitral institucional ou entidade especializada, se as partes as tiverem invocado na
convenção de arbitragem. Nada dispondo a convenção de arbitragem e não chegando as partes a um
acordo sobre a nomeação do árbitro a ser substituído, a parte interessada recorrerá ao Judiciário para
realizar a substituição, a menos que as partes tenham declarado, expressamente, na convenção de
arbitragem, não aceitar substituto.

Despesas da Arbitragem:
A Lei de Arbitragem não estabelece como as partes devem arcar com os honorários e despesas
relacionadas ao procedimento arbitral. Isso pode ser estabelecido na cláusula compromissória, no
compromisso arbitral ou no regulamento da instituição de arbitragem. Se não o for, a sentença
arbitral deverá decidir a questão. Contudo, poderá o árbitro ou o tribunal arbitral determinar às partes
o adiantamento de verbas para despesas e diligências que julgar necessárias.

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20.2 – O Procedimento Arbitral

Regras Gerais
Noções Iniciais:
A arbitragem segue os critérios e os trâmites estabelecidos pelas partes, com o suprimento das regras
processuais comuns, entretanto, o procedimento arbitral deverá observar certos princípios
processuais. Se forem necessárias, poderá haver diligências, perícias, depoimentos pessoais e oitiva
de testemunhas, se preciso for. No curso do processo, as partes têm a opção de postular por
intermédio de advogado ou não. A revelia, inclusive, não impede que seja proferida a sentença
arbitral.

As partes podem chegar a um acordo durante a arbitragem?


Sim, nada impede que as partes cheguem a um acordo durante a arbitragem, o que é bastante
comum. Nesse caso, o árbitro ou o tribunal arbitral poderá, a pedido das partes, declarar os
termos e condições do acordo na sentença arbitral, que equivalerá à homologação judicial de
uma transação.

Regras Procedimentais:
O procedimento arbitral é bem mais flexível do
que o processo judicial. A arbitragem obedecerá IMPORTANTE:
ao procedimento estabelecido pelas partes na
O procedimento arbitral deverá
cláusula compromissória ou no compromisso observar, obrigatoriamente,
arbitral, e não precisa seguir fielmente as regras os seguintes princípios processuais,
do Código de Processo Civil. As partes sob pena de nulidade:
poderão adotar, como normas procedimentais, • contraditório;
as regras de um órgão arbitral institucional ou • igualdade das partes;
entidade especializada. Caso não haja • imparcialidade do árbitro; e
estipulação expressa sobre o procedimento, • livre convencimento do árbitro.
caberá ao árbitro ou ao tribunal arbitral
discipliná-lo.

Produção de Provas:
Poderá o árbitro ou o tribunal arbitral tomar o depoimento das partes, ouvir testemunhas e determinar
a realização de perícias ou outras provas que julgar necessárias, mediante requerimento das partes ou
de ofício. O depoimento das partes e das testemunhas será tomado em local, dia e hora previamente
comunicados, por escrito, e reduzido a termo, assinado pelo depoente, ou a seu rogo, e pelos árbitros.
Em caso de desatendimento, sem justa causa, da convocação para prestar depoimento pessoal, o
árbitro ou o tribunal arbitral levará em consideração o comportamento da parte faltosa, ao proferir
sua sentença. Se a ausência for de testemunha, nas mesmas circunstâncias, poderá o árbitro ou o
presidente do tribunal arbitral requerer à autoridade judiciária que ordene a condução da testemunha
para prestar depoimento. Se, durante o procedimento arbitral, um árbitro vier a ser substituído, fica a
critério do substituto repetir as provas já produzidas.

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Medidas de Urgência:
Se, durante a arbitragem, houver a necessidade de medidas coercitivas ou cautelares, os árbitros
poderão solicitá-las ao órgão do Poder Judiciário que seria, originariamente, competente para julgar a
causa. Se as partes firmarem cláusula ou compromisso arbitral, mas uma delas precisar de tutela de
urgência, antes da instituição da arbitragem, essa parte pode recorrer ao Poder Judiciário, para obter
essa tutela. Após a instituição da arbitragem, a concessão da tutela poderá ser reapreciada pelo árbitro
ou tribunal arbitral.

Questão Prejudicial:
Sobrevindo no curso da arbitragem controvérsia acerca de direitos indisponíveis e verificando-se que
de sua existência, ou não, dependerá o julgamento, o árbitro ou o tribunal arbitral remeterá as partes à
autoridade competente do Poder Judiciário, suspendendo o procedimento arbitral (Lei 9.307/96, art.
25). Resolvida a questão prejudicial e juntada aos autos a sentença ou acórdão transitados em
julgado, a arbitragem terá seguimento normal.

A Sentença Arbitral
Noções Iniciais:
A sentença arbitral é o ato decisório emanado dos árbitros. Deve ela sempre ser por escrito e
produzirá entre as partes e seus sucessores os mesmos efeitos da sentença judicial. As partes podem
estipular um prazo para que seja proferida a sentença, sendo que esta deverá ser sempre por escrito.
Quando não houver prazo convencionado, a sentença deverá ser apresentada dentro de 6 meses,
contados da instituição da arbitragem, mas as partes e os árbitros, de comum acordo, poderão
prorrogar os prazos aplicáveis.

A sentença arbitral constitui título executivo judicial (CPC, art. 475-N, inciso IV).

Requisitos:
São requisitos obrigatórios da sentença arbitral (Lei 9.307/96, art. 26):
ƒ o relatório, que conterá os nomes das partes e um resumo do litígio;
ƒ os fundamentos da decisão , onde serão analisadas as questões de fato e de direito,
mencionando-se, expressamente, se os árbitros julgaram por equidade;
ƒ o dispositivos, em que os árbitros resolverão as questões que lhes forem submetidas e
estabelecerão o prazo o cumprimento da decisão , se for o caso;
ƒ a data e o lugar em que foi proferida.

A sentença arbitral será assinada pelo árbitro ou todos os árbitros. Caberá ao presidente do
tribunal arbitral, na hipótese de um ou alguns dos árbitros não poder ou não querer assinar a
sentença, certificar tal fato (art. 26, parágrafo único).

Custas e Despesas com a Arbitragem:


A sentença arbitral decidirá sobre a responsabilidade das partes acerca das custas e despesas com a
arbitragem, bem como sobre verba decorrente de litigância de má-fé, se for o caso, respeitadas as
disposições da convenção de arbitragem, se houver (Lei 9.307/96, art. 27).

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Acordo:
Se, no decurso da arbitragem, as partes chegarem acordo quanto ao litígio, o árbitro ou o tribunal
arbitral poderá, a pedido das partes, declarar tal fato mediante sentença arbitral, que conterá os
requisitos do artigo 26 (Lei 9.307/96, art. 28).

Comunicação:
Proferida a sentença arbitral, dá-se por finda a arbitragem, devendo o árbitro, ou o presidente do
tribunal arbitral, enviar cópia da decisão às partes, por via postal ou por outro meio qualquer de
comunicação, mediante comprovação de recebimento, ou, ainda, entregando-a diretamente às partes,
mediante recibo (Lei 9.307/96, art. 29).

Aditando a Sentença:
No prazo de 5 dias, a contar do recebimento da notificação ou da ciência pessoal da sentença arbitral,
a parte interessada, mediante comunicação à outra parte, poderá solicitar ao árbitro ou ao tribunal
arbitral que (Lei 9.307/96, art. 30):
ƒ corrija qualquer erro material da sentença arbitral;
ƒ esclareça alguma obscuridade, dúvida ou contradição da sentença arbitral .ou se pronuncie
sobre ponto omitido a respeito do qual devia manifestar-se a decisão.

O árbitro ou o tribunal arbitral decidirá, no prazo de 10 dias, aditando a sentença arbitral e


notificando as partes. (art. 30, parágrafo único).

Quorum Para Decisão de Tribunal Arbitral:


Quando forem vários os árbitros, a decisão será tomada por maioria. Em caso de empate, o voto do
presidente do tribunal arbitral deverá prevalecer.

Efeitos da Sentença Arbitral:


A sentença arbitral produz os mesmos efeitos da sentença proferida pelo Poder Judiciário. Se a
sentença for condenatória, constitui título executivo. Caso a parte vencida recuse-se a cumprir a
sentença arbitral, a parte vencedora poderá executá-la judicialmente.

A sentença proferida pelo árbitro não fica sujeita a recurso e não pode ser modificada
pela Poder Judiciário. Se a sentença tiver sido proferida no Brasil, não necessita de
homologação pelo Poder Judiciário (Lei 9.607/96, art. 18).

Pedidos de Esclarecimento:
O árbitro ou presidente do tribunal arbitral deve enviar cópia da sentença arbitral às partes. Elas então
terão 5 dias para reclamar de qualquer erro material, pedir esclarecimento sobre alguma obscuridade,
dúvida ou contradição, ou requerer que o árbitro se pronuncie sobre ponto omitido a respeito do qual
deveria manifestar-se a decisão. Dentro de 10 dias, o árbitro ou tribunal arbitral deverá esclarecer
esses pedidos formulados pelas partes.

A parte insatisfeita pode questionar em juízo a sentença arbitral?


A sentença arbitral não pode ser modificada pelo Poder Judiciário, e contra ela não cabe
recurso. A única possibilidade de se questionar em juízo a sentença arbitral é se alegar alguma
causa de nulidade.

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Nulidades:
É nula a sentença arbitral quando (Lei 9.307/96, art. 32):
ƒ a cláusula arbitral ou o compromisso for nulo;
ƒ a sentença arbitral for proferida por quem não podia ser árbitro;
ƒ a sentença arbitral não contiver os resumo do caso, os fundamentos da decisão ou a data e local
em que foi proferida;
ƒ a sentença arbitral não decidir toda a controvérsia submetida à arbitragem;
ƒ for comprovado que a sentença arbitral foi proferida por prevaricação, concussão ou corrupção
passiva;
ƒ o procedimento arbitral não observar os princípios do contraditório, da igualdade das partes, da
imparcialidade do árbitro e de seu livre convencimento; ou
ƒ a sentença arbitral for proferida fora do prazo estipulado.

Pedido de Nulidade:
Não cabe recurso contra sentença arbitral, mas a parte prejudicada, entretanto, poderá requerer,
perante o Poder Judiciário, a declaração de nulidade da sentença arbitral. A parte que entender que a
sentença arbitral é nula, terá o prazo de 90 dias, após a notificação da decisão, para propor ação no
Poder Judiciário, requerendo a declaração de nulidade. Certos autores entendem que a parte
prejudicada poderá também alegar a nulidade em sua defesa, se a parte vencedora executar
judicialmente a sentença arbitral. Por outro lado, parte da doutrina sustenta que, transcorrido o prazo
de 90 dias para se requerer a nulidade da sentença arbitral, haveria a preclusão desse direito, e esse
vício não poderia ser invocado nos embargos de devedor.

O Reconhecimento e Execução de Sentenças Estrangeiras


Noções Iniciais:
A sentença arbitral estrangeira é aquela decisão proferida fora do território nacional. A sentença
arbitral estrangeira será reconhecida ou executada no Brasil de conformidade com os trabalhos
internacionais com eficácia no ordenamento interno e, na sua ausência, estritamente de acordo com
os termos da Lei de Arbitragem.

Homologação:
Para ser reconhecida ou executada no Brasil, a sentença arbitral estrangeira está sujeita, unicamente,
à homologação do Supremo Tribunal Federal. Aplica-se à homologação para reconhecimento ou
execução de sentença arbitral estrangeira, no que couber, o disposto nos artigos 483 e 484 do Código
de Processo Civil. O STF só poderá denegar a homologação de sentença arbitral estrangeira se o réu
comprovar que:
ƒ as partes na convenção de arbitragem eram incapazes;
ƒ a convenção de arbitragem não era válida segundo a lei à qual as partes a submeteram;
ƒ não foi notificado da designação do árbitro ou do procedimento de arbitragem, ou tenha sido
violado o princípio do contraditório, impossibilitando a ampla defesa;
ƒ a sentença arbitral foi proferida fora dos limites da convenção de arbitragem;
ƒ a instituição da arbitragem não está de acordo com o compromisso arbitral ou cláusula
compromissória;

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ƒ a sentença arbitral não se tenha, ainda, tornado obrigatória para as partes, tenha sido anulada,
ou, ainda, tenha sido suspensa por órgão judicial do país onde foi prolatada;
ƒ segundo a lei brasileira, o objeto do litígio não é suscetível de ser resolvido por arbitragem (i.e.,
não versar sobre direito patrimonial disponível); ou
ƒ a decisão ofende a ordem pública brasileira (não será considerada ofensa à ordem pública
nacional a efetivação da citação da parte residente ou domiciliada no Brasil, nos moldes da
convenção de arbitragem ou da lei processual do país onde realizou a arbitragem admitindo-se,
inclusive a citação postal com prova inequívoca de recebimento desde que assegure à parte
brasileira tempo hábil para o exercício de defesa).

A denegação da homologação para reconhecimento ou execução de sentença arbitral


estrangeira por vícios formais não obsta que a parte interessada renove o pedido, uma vez
sanados os vícios apresentados.

Convenção de Nova Iorque


Certos especialistas em arbitragem entendem que, a partir da ratificação da Convenção de Nova
Iorque sobre Arbitragem, não seria mais necessária a homologação de sentença estrangeira pelo STF.
Isso porque a referida Convenção determina que a sentença arbitral estrangeira deverá receber o
mesmo tratamento da sentença arbitral nacional, a qual não está sujeita à homologação. Segundo os
defensores dessa tese, o art. 102, alínea f, da Constituição Federal de 1988, que exige a homologação
de sentenças estrangeiras, seria aplicável apenas aos atos estatais estrangeiros, representativos da
manifestação da soberania daqueles Estados, não alcançando as decisões arbitrais, fundadas na
autonomia da vontade das partes.

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Questões de Concursos

Nas questões a seguir, assinale a alternativa que julgue correta.

01 - Em determinado contrato particular, as partes convencionam remeter à arbitragem qualquer


disputa que eventualmente advier no curso da execução contratual. A esta avença dá-se o
nome de cláusula
( ) a) de expromissão.
( ) b) de prelação.
( ) c) compromissória.
( ) d) de eleição arbitral.

02 - Assinale a alternativa incorreta:


É nula a sentença arbitral quando
( ) a) não contiver a assinatura de algum árbitro que participou do julgamento.
( ) b) for proferida fora do prazo estipulado.
( ) c) não contiver os resumo do caso, os fundamentos da decisão ou a data e local em que
foi proferida;
( ) d) não decidir toda a controvérsia submetida à arbitragem

03 - Assinale a alternativa correta:


( ) a) cláusula arbitral e compromisso arbitral são a mesma coisa;
( ) b) quando não houver prazo estabelecido, a sentença deve ser proferida no prazo de três
meses contados da instituição do procedimento arbitral;
( ) c) a sentença arbitral não pode ser modificada pelo Poder Judiciário;
( ) d) o procedimento arbitral deve obedecer fielmente as regras do Código de Processo
Civil.

04 - Assinale a alternativa correta:


( ) a) o árbitro possui as mesmas prerrogativas dos membros do Poder Judiciário;
( ) b) não incide ao árbitro as questões de suspeição;
( ) c) o árbitro pode ser escolhido de comum acordo pelas partes;
( ) d) o tribunal arbitral pode ser composto por qualquer número de árbitros.

05 - Assinale a alternativa correta:


( ) a) a revelia da parte impedirá que seja proferida a sentença arbitral;
( ) b) a sentença proferida pelo árbitro dependerá sempre de homologação do Judiciário;
( ) c) a cláusula arbitral é prevista no contrato enquanto que o compromisso arbitral é
verificado quando já existir uma demanda em curso;
( ) d) no procedimento arbitral, as testemunhas em nenhuma hipótese estarão obrigadas a
prestar depoimento.

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Gabarito
01.C 02.A 03.C 04.C 05.C

Bibliografia

„ ARBITRAGEM NO DIREITO BRASILEIRO


Marco Aurélio Gumieri Valério
Leud

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Direito Processual Civil


20 – A Lei de Arbitragem

Atualizada em 10.12.2011

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CMP EDITORA E LIVRARIA LTDA.

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