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11 Os Recursos
11.1 – Introdução
Noções Gerais
Conceito:
Recurso é o procedimento que visa ao reexame de qualquer ato judicial decisório, seja
sentença, acórdão ou decisão interlocutória. No recurso, a parte demonstra seu
inconformismo com a decisão proferida e postula sua reforma ou modificação.
Correição Parcial (embora não conste em lei, Agravo Regimental contra decisão do relator que causar
também é considerada como recurso) prejuízo à parte (STF)
Agravo Regimental previstos nos Regimentos Internos de
cada Tribunal Estadual
Agravo contra o despacho do presidente do tribunal
recorrido que denega o seguimento do recurso
extraordinário
Não conhecer do recurso significa que não foram preenchidas as condições objetivas ou
subjetivas. Não dar provimento significa que, quanto ao mérito, a sentença foi desfavorável
ao autor.
Preparo:
O recurso só é recebido se feito o preparo, isto é, se for feito o pagamento antecipado das
custas. Há recursos, no entanto, para os quais não se exige preparo, como o agravo retido e os
embargos de declaração. São dispensados de preparo os recursos interpostos pelo Ministério
Público, pela União, pelos Estados e Municípios e respectivas autarquias, e pelos que gozam
de isenção legal (art. 511, § 1°).
1Deserção:1
A deserção é o não seguimento do recurso por falta de preparo, isto é, por falta de pagamento das
custas para interpô-lo. O preparo é pressuposto objetivo de admissibilidade do recurso. O recurso
poderá até ser recebido, mas, se não for preparado no prazo estabelecido pela lei, será declarado a
sua deserção (o recurso será considerado deserto).
Prazo:
Toda decisão possui um prazo legal para ser recorrida. O prazo comum é de quinze dias,
com exceção do agravo (dez dias) e dos embargos de declaração (cinco dias). Os prazos são
CÓDIGO DE Art. 506 - O prazo para a interposição do recurso, aplicável em todos os casos o disposto no art.
PROCESSO 184 e seus parágrafos, contar-se-á da data:
CIVIL I - da leitura da sentença em audiência;
II - da intimação às partes, quando a sentença não for proferida em audiência;
III - da publicação do dispositivo do acórdão no órgão oficial.
Desistência:
Todo recurso após interposto pode contar com a desistência do recorrente, exercitável a
qualquer tempo e independentemente de anuência do recorrido ou litisconsorte. Sua
diferença em relação à renúncia é que esta é formulada nos autos previamente à
interposição do recurso. A desistência pode ser expressa, manifestada oralmente ou por
escrito nos autos, ou tácita, pelo transcurso do prazo para recorrer (art. 502).
Efeito Devolutivo:
Todos os recursos quando possuem pedido de reexame da decisão são recebidos em seu
efeito devolutivo, isto é, submete-se novamente ao crivo do Poder Judiciário a matéria
impugnada. (devolução do assunto ao tribunal, ou seja, transferência do assunto ao
tribunal, pois o termo devolutivo não é empregado aqui no sentido comum de restituição,
mas num sentido quase arcaico, de transferência, remessa ou entrega, do assunto, ao
tribunal).
Efeito Suspensivo:
Gera o impedimento da eficácia do ato decisório desde o momento da interposição do
recurso até que este seja decidido. Têm efeito suspensivo os recursos de apelação, de
embargos infringentes ao acórdão e de embargos de declaração. O agravo e o recurso
extraordinário não produzem efeito suspensivo, mas somente o devolutivo.
O nome adesivo se deve ao fato de ele é subordinado ao recurso principal, ou seja, não possui uma
tramitação autônoma. Conforme o princípio de que o acessório segue o principal, se houver
desistência, inadmissibilidade ou deserção do recurso principal, o adesivo também será
prejudicado. Contudo, o recorrente adesivo pode pagar as custas do recurso principal, para evitar a
deserção de ambos.
CÓDIGO DE Art. 500 - Cada parte interporá o recurso, independentemente, no prazo e observadas as
PROCESSO exigências legais. Sendo, porém, vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles
CIVIL poderá aderir a outra parte. O recurso adesivo fica subordinado ao recurso principal e se rege
pelas disposições seguintes:
I - será interposto perante a autoridade competente para admitir o recurso principal, no prazo de
que a parte dispõe para responder;
II - será admissível na apelação, nos embargos infringentes, no recurso extraordinário e no
recurso especial;
III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal, ou se for ele declarado
inadmissível ou deserto.
Cabimento e legitimidade:
O recurso adesivo cabe na apelação, nos embargos infringentes, no recurso extraordinário e
no recurso especial, mas não é admitido no agravo e nos embargos de declaração. O recurso
adesivo não pode ser interposto por terceiro prejudicado ou pelo Ministério Público, uma
vez que a lei faz referência apenas a autor e réu.
Na verdade, o recurso adesivo não é propriamente um recurso em si, mas um modo especial de se
interpor a apelação, os embargos infringentes, o recurso extraordinário ou o recurso especial,
podendo-se falar então em apelação principal e apelação adesiva, embargos infringentes principal e
embargos infringentes adesivos ou recurso extraordinário principal e recurso extraordinário
adesivo.
Requisitos:
Requisito do recurso adesivo é que a sentença tenha sido apenas parcialmente procedente,
podendo autor e réu considerarem-se ambos vencidos em parte. Além dos seus requisitos
próprios, aplicam-se também ao recurso adesivo as mesmas regras do recurso principal,
quanto às condições da admissibilidade, preparo e julgamento no tribunal superior. O prazo
para interposição é o que a parte dispõe para contra-razões.
A apelação
Noções iniciais:
A apelação é um recurso ordinário, de primeiro grau, cabível contra as decisões terminativas
ou definitivas (sentenças), as quais põem termo ao processo, decidindo ou não o mérito da
causa.
A regra geral, de que da sentença cabe apelação, aplica-se a todos os tipos de processo
(conhecimento, execução, cautelar e procedimentos especiais), mas há exceções, como as previstas
da Lei de Execuções Fiscais (art. 34) e na Lei dos Juizados Especiais (art. 41). Não cabe apelação
das decisões interlocutórias mistas, uma vez que não põem fim ao processo nem esgotam a
jurisdição.
Legislação:
Código de Processo Civil, arts. 513 a 521.
Prazo:
O prazo da apelação é de 15 dias, contados da intimação da sentença. O prazo para contra-
razões é também de 15 dias.
CÓDIGO DE Art. 555 - No julgamento de apelação ou de agravo, a decisão será tomada, na câmara ou turma,
PROCESSO pelo voto de 3 (três) juízes.
CIVIL
§ 1° - Ocorrendo relevante questão de direito, que faça conveniente prevenir ou compor
divergência entre câmaras ou turmas do tribunal, poderá o relator propor seja o recurso julgado
pelo órgão colegiado que o regimento indicar; reconhecendo o interesse público na assunção de
competência, esse órgão colegiado julgará o recurso.
Efeito devolutivo:
Como vimos, chama-se efeito devolutivo da apelação o reexame pelo tribunal da matéria
impugnada. O efeito devolutivo da apelação está previsto no art. 515 do Código de Processo
Civil.
§ 3° - Nos casos de extinção do processo sem julgamento do mérito (art. 267), o tribunal pode
julgar desde logo a lide, se a causa versar questão exclusivamente de direito e estiver em
condições de imediato julgamento.
Efeito suspensivo:
A apelação tem ainda, normalmente, o efeito suspender a executividade dos efeitos da
decisão enquanto não julgado o recurso. Não é possível a prática de nenhum ato em
primeira instância, no aguardo da decisão superior.
CÓDIGO DE Art. 520 - A apelação será recebida em seu efeito devolutivo e suspensivo. Será, no entanto,
PROCESSO recebida só no efeito devolutivo, quando interposta de sentença que:
CIVIL
I - homologar a divisão ou a demarcação;
O agravo
Noções iniciais:
No processo surgem muitas vezes questões variadas e intermediárias que reclamam uma
decisão do juiz (decisão interlocutória). Quando a decisão não extinguir o processo, ou fase
autônoma dele, e estiver sujeita à preclusão, é passível de agravo, que existe exatamente
para provocar a reapreciação desta decisão que tenha agravado a situação da parte. Não
estão sujeitas a agravo os despachos (art. 504), que nada decidem, nem a sentença, que
possui a apelação como recurso cabível (art. 514). O agravo possui duas formas: retido e de
instrumento.
Legislação:
Código de Processo Civil, arts. 522 a 529.
CÓDIGO DE Art. 522 - Das decisões interlocutórias caberá agravo, no prazo de 10 (dez) dias, na forma retida,
PROCESSO salvo quando se tratar de decisão suscetível de causar à parte lesão grave e de difícil reparação,
CIVIL bem como nos casos de inadmissão da apelação e nos relativos aos efeitos em que a apelação é
Prazo:
O prazo para interposição de agravo é de 10 dias, contados da intimação da decisão
impugnada.
Agravo retido:
No agravo sob a forma retida, o recurso permanece nos autos, sem processamento e sem
custas, para futuro conhecimento do tribunal, preliminarmente, quando do julgamento de
eventual apelação (efeito devolutivo retardado). Tem ele sua forma em simples petição
juntada ao processo, facultada a apresentação de razões, no prazo de dez dias da intimação
da decisão e sem preparo, manifestando a parte sua discordância e seu desejo de não vê-la
precluir. Mas seu conhecimento pelo tribunal fica condicionado a expresso pedido do
interessado nas razões ou contra-razões de apelação.
CÓDIGO DE Art. 523 - Na modalidade de agravo retido o agravante requererá que o tribunal dele conheça,
PROCESSO preliminarmente, por ocasião do julgamento da apelação.
CIVIL
§ 1º - Não se conhecerá do agravo se a parte não requerer expressamente, nas razões ou na
resposta da apelação, sua apreciação pelo Tribunal.
§ 2º - Interposto o agravo, e ouvido o agravado no prazo de 10 (dez) dias, o juiz poderá reformar
sua decisão.
Retratação:
A regra constante no § 2° do art. 523 permite o juízo de retratação no agravo retido. O juízo
de retratação é uma característica do agravo retido, sendo que o juiz pode reformar sua
decisão desde que ouvida a parte contrária (agravado) no prazo de dez dias.
Agravo Oral:
O agravo retido poderá ser formulado oralmente, mediante a exposição sucinta das razões no
termo, das decisões proferidas em audiência de instrução e julgamento (art. 523, § 3°). A Lei
11.187/05 restringiu o alcance do agravo retido pela forma oral e imediata para somente as
audiências de instrução e julgamento e não mais de qualquer audiência, como era
anteriormente.
Agravo de instrumento:
O agravo de instrumento é a forma para que a parte possa obter, desde logo, o reexame da
decisão interlocutória a ele contrária. No agravo de instrumento há a formação de autos
apartados, com o translado de peças dos autos principais. Com a Lei 9.139/95 o agravo de
instrumento passou a ser formado apenas com as peças necessárias, por simples cópias,
dispensada autenticação e a ser interposto diretamente no Tribunal de Justiça, fugindo à
regra existente no direito brasileiro de que os recursos são interpostos perante o órgão que
prolatou a sentença.
Art. 526 - O agravante, no prazo de 3 (três) dias, requererá juntada, aos autos do processo de
cópia da petição do agravo de instrumento e do comprovante de sua interposição, assim como a
relação dos documentos que instruíram o recurso.
Parágrafo único - O não cumprimento do disposto neste artigo, desde que arguido e provado
pelo agravado, importa inadmissibilidade do agravo.
Parágrafo único - A decisão liminar, proferida nos casos dos incisos II e III do caput deste
artigo, somente é passível de reforma no momento do julgamento do agravo, salvo se o próprio
relator a reconsiderar.
CÓDIGO DE Art. 528 - Em prazo não superior a 30 (trinta) dias da intimação do agravado, o relator pedirá dia
PROCESSO para julgamento.
CIVIL
Art. 529 - Se o juiz comunicar que reformou inteiramente a decisão, o relator considerará
prejudicado o agravo.
Embargos de declaração
Noções iniciais:
Os embargos de declaração são recursos que não tem como objetivo a reforma ou invalidade
da sentença. São dirigidos ao próprio juiz prolator da sentença para esclarecer obscuridade,
eliminar contradição ou suprir omissão existente no julgado.
Legislação:
Código de Processo Civil, arts. 535 a 538.
Prazo:
O prazo é de 5 dias da data da publicação da sentença.
Procedimento:
O procedimento dos embargos de declaração mais simples uma vez que via de regra não
cabe contra-razões. O juiz ou o tribunal irá apreciá-lo, ante a peça de interposição, não
estando sujeito a preparo. O rito dos embargos de declaração é o seguinte:
A petição é dirigida ao juiz ou relator, com a indicação do ponto obscuro, contraditório
ou omisso (art. 536).
O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias; nos tribunais, o relator apresentará os
embargos em mesa na sessão subsequente, proferindo voto (art. 537).
Embargos protelatórios:
Se a parte interpuser os embargos de declaração com o fim de atrasar o processo, o juiz ou o
tribunal, declarará que estes são protelatórios e condenará o embargante a pagar ao
embargado multa não excedente de 1% sobre o valor da causa. Na reiteração de embargos
protelatórios, a multa é elevada a até 10%, ficando condicionada a interposição de qualquer
outro recurso ao depósito do valor respectivo (art. 538, parágrafo único).
Embargos de alçada
Os embargos de alçada, também chamados embargos infringentes do julgado, não constam
do Código de Processo Civil, mas de leis especiais. Cabem apenas em certos processos e são
julgados pelo próprio juiz da causa. Cabem na Justiça Federal, nas causas até 50 OTN (Lei
6.825/80). E nas execuções fiscais federais de igual valor (Lei 6.830/80). Em ambos os
casos os embargos de alçada constituem o único recurso possível, ficando excluídos a
apelação e o agravo de instrumento.
Correição parcial
Embora o Código de Processo Civil tenha sido omisso a respeito, a doutrina e a
jurisprudência entendem cabível a correição parcial contra atos do juiz, que tumultuem o
processo, em prejuízo da parte, quando não houver, no caso, um recurso específico. Caberá,
por exemplo, correição parcial no retardamento exagerado e injustificado de atos judiciais,
ou na recusa de determinar o seguimento de agravo de instrumento, contrariando a regra do
art. 528 do CPC.
As leis de organização judiciária costumam prever a correção parcial (ex: art. 93 do Código
Judiciário do Estado de São Paulo).
Noções gerais
No segundo grau de jurisdição devemos separar os recursos em duas classes: recursos
contra acórdãos e recursos contra outras decisões que não acórdãos. No primeiro caso,
temos os embargos infringentes, os embargos de declaração, o recurso ordinário
constitucional, o recurso extraordinário e os embargos de divergência. No segundo caso
temos o agravo de instrumento contra o despacho do Presidente do Tribunal recorrido que
denega o seguimento do recurso extraordinário (art. 544), o agravo regimental de decisão de
relator que causar prejuízo à parte (art. 317 do RISTF) e vários outros, até sem nome, como
os constantes dos arts. 532, § 1°, e 557, parágrafo único, do CPC, e ainda os recursos
estaduais locais, próprios do regimento interno de cada tribunal.
Juízo a quo é aquele que proferiu a decisão, juízo ad quem é aquele a quem se dirige o recurso.
Embargos infringentes
Noções gerais:
Dá-se o nome de embargos infringentes ao recurso interposto contra acórdão proferido em
apelação ou ação rescisória quando o julgamento não tenha sido unânime.
CÓDIGO DE Art. 530 - Cabem embargos infringentes quando o acórdão não unânime houver reformado, em
PROCESSO grau de apelação, a sentença de mérito, ou houver julgado procedente ação rescisória. Se o
CIVIL desacordo for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto da divergência.
A Lei 10.352/01 restringiu o cabimento dos embargos infringentes aos casos em que:
• o acórdão não unânime houver reformado a sentença, ou seja, dado provimento ao recurso
de apelação;
• o tribunal ter julgado procedente a ação rescisória.
Prazo:
O prazo de interposição é de 15 dias (art. 508).
Efeitos:
Os embargos infringentes produzem ambos os efeitos recursais: o devolutivo e o suspensivo.
Procedimento:
Interpostos os embargos, abrir-se-á vista ao recorrido para contra-razões; após, o
relator do acórdão embargado apreciará a admissibilidade do recurso (art. 531).
Da decisão que não admitir os embargos caberá agravo, em 5 dias, para o órgão
competente para o julgamento do recurso (art. 532).
Embargos de declaração
Como já visto anteriormente no caso da sentença, cabem da mesma forma embargos de
declaração para a própria Câmara, quando no acórdão há obscuridade, lacuna, dúvida ou
contradição . O prazo é o mesmo: cinco dias, da data da publicação do acórdão.
Recurso ordinário
Recurso ordinário constitucional é aquele que cabe para o STF, no julgamento de
determinadas matérias, decididas em única instância pelos Tribunais Superiores, tais como
mandado de segurança e habeas corpus, conforme constitucionalmente disposto no art. 102,
II. Cabe ainda para o STJ, em matérias decididas pelos Tribunais de segunda instância, da
Justiça Comum, tais como mandado de segurança e habeas corpus, conforme
constitucionalmente disposto no art. 105, II.
Recurso especial:
O Recurso Especial, para o Superior Tribunal de Justiça, é o que poderá ser interposto das
decisões proferidas por outros tribunais da Justiça comum, em matéria não constitucional.
Nos termos do art. 105, III da Constituição Federal, cabe Recurso Especial quando a decisão
recorrida contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhe vigência, julgar válida lei ou ato de
Cabimento:
Cabe recurso extraordinário quando alegada ofensa a preceito constitucional. As demais
matérias, não constitucionais, como contrariedade à lei federal, ou interpretação divergente
de lei federal, passam à competência do Superior Tribunal de Justiça, na área da justiça
comum, através do recurso especial.
1Pré-questionamento:1
Pré-questionamento é a arguição da questão controvertida perante o juiz de origem. Inexistindo pré-
questionamento, será inadmissível o recurso extraordinário (Súmula n° 282 do STF).
Há casos em que um acórdão deve ser impugnado, parte por Recurso Extraordinário e parte
por embargos infringentes. Isso ocorre quando o dispositivo de um acórdão contém matéria
julgada por maioria de votos e matéria julgada de modo unânime. Na parte em que houve
apenas maioria de votos cabem embargos infringentes. E na matéria unânime o Recurso
Extraordinário fica sobrestado até o julgamento dos embargos infringentes (art. 498 do CPC).
O mesmo procedimento supra deve ser adotado na conjugação de embargos infringentes e
recurso especial para o STJ.
Prazo:
O prazo é de 15 dias (CPC, art. 508).
Efeitos:
Os recursos extraordinário e especial serão recebidos no efeito devolutivo.
Procedimento:
O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na Constituição
Federal, serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do tribunal
recorrido, em petições distintas, que conterão a exposição do fato e do direito, a
demonstração do cabimento do recurso interposto e as razões do pedido de reforma da
decisão recorrida (art. 541).
Quando o recurso fundar-se em dissídio jurisprudencial, o recorrente fará a prova da
divergência mediante certidão, cópia autenticada ou pela citação do repositório de
jurisprudência, oficial ou credenciado, inclusive em mídia eletrônica, em que tiver sido
publicada a decisão divergente, ou ainda pela reprodução de julgado disponível na
Internet, com indicação da respectiva fonte, mencionando, em qualquer caso, as
circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados (art. 541,
parágrafo único, com redação dada pela Lei nº 11.341/2006). As decisões judiciais
disponíveis na Internet podem ser usadas, na fundamentação de recursos, como prova
de divergência jurisprudencial.
Recebida a petição pela secretaria do tribunal, será intimado o recorrido, abrindo-se-
lhe vista, para apresentar contra-razões (art. 542, caput). Findo esse prazo, serão os
autos conclusos para admissão ou não do recurso, no prazo de 15 dias, em decisão
fundamentada (art. 542, § 1°).
Admitidos ambos os recursos, os autos serão remetidos ao Superior Tribunal de
Justiça (art. 543, caput). Concluído o julgamento do recurso especial, serão os autos
remetidos ao Supremo Tribunal Federal, para apreciação do recurso extraordinário, se
CÓDIGO DE Art. 544 - Não admitido o recurso extraordinário ou o recurso especial, caberá agravo nos
PROCESSO próprios autos, no prazo de 10 (dez) dias.
CIVIL
§ 1° - O agravante deverá interpor um agravo para cada recurso não admitido.
§ 3° - O agravado será intimado, de imediato, para no prazo de 10 (dez) dias oferecer resposta.
Em seguida, os autos serão remetidos à superior instância, observando-se o disposto no art. 543
deste Código e, no que couber, na Lei no 11.672, de 8 de maio de 2008.
Art. 545 - Da decisão do relator que não conhecer do agravo, negar-lhe provimento ou decidir,
desde logo, o recurso não admitido na origem, caberá agravo, no prazo de 5 (cinco) dias, ao
órgão competente, observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 557.
Reexame obrigatório
Noções iniciais:
Certas sentenças, havendo ou não apelação das partes, devem ser remetidas ao tribunal pelo
próprio juiz, para serem confirmadas, não produzindo efeito antes disso. As sentenças
proferidas nas hipóteses previstas no art. 475 sujeitar-se-ão obrigatoriamente ao duplo grau
de jurisdição, somente alcançando o trânsito em julgado após o julgamento pelo Tribunal de
Justiça. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, a sentença:
proferida contra a União, o Estado, o Distrito Federal, o Município, e as respectivas
autarquias e fundações de direito público:
que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução de dívida ativa
da Fazenda Pública (art. 585, VI).
Exceções:
Não estão sujeitas à remessa necessária os casos de condenação das Fazendas Públicas ou de
procedência de embargos envolvendo quantia menor do que sessenta salários mínimos.
Trata-se de um valor fixado com vistas a evitar a discussão de quantias reduzidas que não
influirão na economia do Poder Público, mas poderiam ampliar o abarrotamento dos
Tribunais. Também é excluída da remessa obrigatória a sentença que se fundar em
jurisprudência do plenário ou súmula do STF, bem como em súmulas dos tribunais
superiores competentes (STJ, TST, TSM e TSE).
Uniformização da jurisprudência
A uniformização da jurisprudência é um incidente no julgamento de um recurso. Ocorrendo
divergência na interpretação de tese jurídica, a Câmara ou Grupo de Câmaras poderá
atribuir, por meio de acórdão, ao Tribunal Pleno, a solução da questão, em abstrato. Quando
o Tribunal Pleno decide a questão, a Câmara ou Grupo de Câmaras que remeteu a questão
deverá completar o julgamento, aplicando a tese dada ao caso concreto (art. 476). O
incidente da uniformização da jurisprudência pode ser provocado pela parte, ao arrazoar o
recurso ou em petição avulsa, bem como por juiz participante do órgão julgador.
Declaração de inconstitucionalidade
O juiz da causa ou uma das partes pode pedir que lei ou ato normativo do Poder Público seja
examinado quanto à sua constitucionalidade. A questão é então submetida (em abstrato) ao
Tribunal Pleno (ou ao Órgão Especial, caso exista) para posterior julgamento do caso em
concreto, aplicando-se a decisão adotada (art. 480). É um incidente semelhante ao incidente
de uniformização de jurisprudência quanto a seu processamento. Da decisão que se seguir
ao julgamento de constitucionalidade pelo Tribunal Pleno, são inadmissíveis embargos
infringentes quanto à matéria constitucional (Súmula 455 do STF).
A ação rescisória
Noções iniciais:
A ação rescisória, embora semelhante a um recurso, é uma ação autônoma, movida perante
um tribunal, destinada a desconstituir sentença de mérito ou acórdão já transitado em
julgado. Tem como objetivo reparar a injustiça de uma sentença transitada em julgado.
Prazo:
A ação deve ser proposta no prazo de dois anos (prazo decadencial), contados do trânsito
em julgado da decisão (CPC, art. 495).
Legitimidade ativa:
Podem ajuizar a ação rescisória as partes, o terceiro juridicamente interessado (assistente) e
o Ministério Público, quando tiver sido parte ou na qualidade de fiscal da lei, se não ouvido
no processo em que sua intervenção era obrigatória ou se a sentença for decorrente de
colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei.
Cabimento:
A rescisória só cabe contra sentença de mérito, como definida no art. 269 do CPC. O art. 485
do CPC relaciona as hipóteses em que o acórdão ou sentença podem ser rescindidos. Essa
lista é taxativa.
CÓDIGO DE Art. 485 - A sentença de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
PROCESSO I - se verificar que foi dada por prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;
CIVIL II - proferida por juiz impedido ou absolutamente incompetente;
III - resultar de dolo da parte vencedora em detrimento da parte vencida, ou de colusão entre as
partes, a fim de fraudar a lei;
§ 2º - É indispensável, num como noutro caso, que não tenha havido controvérsia, nem
pronunciamento judicial sobre o fato.
Procedimento:
Além dos requisitos do art. 282, a petição inicial deverá conter: a cumulação do pedido
de rescisão com o de novo julgamento da causa, se for o caso; prova de depósito de 5%
sobre o valor da causa, a título de multa, caso a ação seja declarada inadmissível ou
improcedente por unanimidade (este último item não se aplica à União, aos Estados,
ao Município nem ao Ministério Público).
Recebida a inicial, o relator mandará citar o réu, concedendo prazo entre 15 e 30 dias
para a resposta. Terminado o prazo, com ou sem resposta, o relator observará se é o
caso de atender as providências preliminares e de proceder ao julgamento conforme o
estado do processo.
Se necessária a produção de provas, o relator delegará a competência ao juiz de direito
da comarca onde ela deva ser produzida, fixando um prazo entre 45 e 90 dias para a
devolução dos autos.
Ao término da instrução, será aberta vista sucessivamente ao autor e ao réu, com
prazos respectivos de 10 dias para alegações finais, indo os autos ao relator, para o
julgamento no Supremo Tribunal Federal e no Superior Tribunal de Justiça (na forma
dos seus regimentos internos) ou nos Estados, conforme dispuser a norma de
Organização Judiciária.
01 - (Magistratura/RS – 2003) A apelação será recebida em seu efeito devolutivo e suspensivo. Será,
no entanto, recebida só no efeito devolutivo quando interposta da sentença que
( ) a) rejeitar liminarmente a petição inicial da ação de execução.
( ) b) julgar procedente os embargos à execução.
( ) c) confirmar a antecipação dos efeitos da tutela.
( ) d) julgar improcedente o mandado de segurança.
( ) e) julgar procedente a ação popular.
07 - (Ministério Público/SP – 2006) São princípios fundamentais dos recursos previstos no Código de
Processo Civil:
( ) a) o duplo grau de jurisdição, a taxatividade, a singularidade, a infungibilidade e a
garantia da reformatio in peius.
( ) b) o duplo grau de jurisdição, a taxatividade, a singularidade, a fungibilidade e a
proibição da reformatio in peius.
( ) c) o duplo grau necessário de jurisdição, a taxatividade, a singularidade, a fungibilidade e
a garantia da reformatio in peius.
( ) d) o duplo grau necessário de jurisdição, a ausência de taxatividade, a singularidade, a
infungibilidade e a garantia da reformatio in peius.
( ) e) o duplo grau de jurisdição, a ausência de taxatividade, a singularidade, a
infungibilidade e a proibição da reformatio in peius.
15 - Sérgio interpôs recurso de agravo de instrumento contra decisão contrária a seus interesses
proferida nos autos de uma ação de reparação de danos. A interposição do recurso de
agravo de instrumento deu-se no 5° dia do prazo legal de 10 (dez) dias. Ocorre, entretanto,
que Sérgio percebeu, após a interposição do recurso, que poderia ter requerido fosse
concedido efeito ativo ao seu recurso, o que também não fez. Como o prazo ainda não se
exauriu, ele pretende substituir seu recurso por outro, melhor elaborado. Nesse caso, Sérgio
( ) a) poderá substituir seu recurso.
( ) b) não poderá substituir seu recurso em razão da ocorrência de preclusão temporal.
( ) c) não poderá substituir seu recurso em razão da ocorrência de preclusão consumativa.
( ) d) não poderá substituir seu recurso em razão da ocorrência de preclusão lógica.
18 - O agravo retido:
( ) a) foi abolido do atual sistema recursal, uma vez que os agravos devem ser interpostos
diretamente junto ao tribunal competente para conhecê-los e julgá-los;
( ) b) cabe apenas das decisões proferidas em audiência, ficando a sua apreciação
condicionada à apresentação das respectivas razões, no prazo de dez dias, junto ao
tribunal competente para apreciá-lo e julgá-lo.
( ) c) cabe apenas das decisões proferidas em audiência, devendo ser interposto no próprio
termo e, no mesmo ato, apreciado e julgado pelo próprio juiz em sede de juízo de
retratação; mantida a decisão agravada, caberá dessa nova decisão, agravo de
instrumento a ser interposto diretamente junto ao tribunal competente para apreciar a
matéria;
( ) d) via de regra, pode ser interposto contra qualquer decisão interlocutória, no prazo de
dez dias, ficando retido nos autos para futura apreciação pelo tribunal competente,
desde que reiteradas as suas razões por ocasião do recurso de apelação.
19 - Contra recurso especial julgado por maioria de votos poderá ser interposto:
( ) a) agravo regimental;
( ) b) embargos infringentes;
( ) c) embargos de divergência;
( ) d) recurso ordinário.
01.C 02.A 03.C 04.A 05.D 06.E 07.B 08.B 09.C 10.C
11.C 12.B 13.C 14.E 15.C 16.A 17.C 18.D 19.C 20.D
21.B 22.B
Bibliografia
Atualizada em 10.12.2011