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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2º VARA

DO TRABALHO DE BALNEÁRFIO CAMBORIÚ/SC.

PEDRO LEMOS, brasileiro, casado, inscrito no CPF sob o n.


23.456.789-00, residente e domiciliado na Avenida Brasil, n. 100, bairro
Pioneiros, em Balneário Camboriú/SC, CEP 74.000-000, simplesmente
identificado como Reclamante, por meio de seu advogado regularmente
constituído, cujos dados constam na procuração anexa, ajuizar:
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA PELO RITO SUMARÍSSIMO

Em face de Fundação de Tecnologia do Estado de Santa Catarina,


inscrita no CNPJ sob o n. 50.800.400/0001-15, com endereço à Avenida
Atlântica, n. 500, Centro, Balneário Camboriú/SC, CEP 74.100-000,
simplesmente identificada como Reclamada, pelos seguintes fatos e
fundamentos de direito abaixo relacionados.

I-GRATUIDADE DA JUSTIÇA

Inicialmente, requer, com fulcro no §3º e 4º, do art. 790, da CLT, bem
como o Novo Código de Processo Civil, Art. 98, a concessão dos
benefícios da gratuidade de justiça, uma vez que o Reclamante não possui
condições financeiras de arcar com o pagamento de custas processuais
sem prejuízo do sustento próprio, na medida em que se encontra
desempregado, conforme comprova a sua Carteira de Trabalho e
Previdência Social.
II - DOS FATOS

O Reclamante, em 02 de janeiro 2017, foi contratado pela Reclamada


para exercer atividade de técnico de informática. Na data da contratação
do Reclamante ficou acordado que os serviços de consultoria deviam ser
prestados a diversos clientes da Fundação, mediante o pagamento bruto
de R$ 5.500,00 (Cinco Mil e quinhentos Reais) mensais com uma jornada
de trabalho de 44 hs semanais.

Ocorre que, em 31 de janeiro de 2018, sem justo motivo, a


Reclamada demitiu a Reclamante.

Destaca-se que, até o presente momento, não houve a quitação das


verbas trabalhistas em favor da Reclamante.

Não bastasse isso, frisa-se que a Reclamante buscou todos os meios


possíveis para que solução amigável da lide, mas não alcançou êxito. Não
restando, portanto, outra solução senão a tutela jurisdicional.

III - DOS FUNDAMENTOS

III.1 – DO CONTRATO

De início, se destaca que, na forma do artigo 3º, da CLT, o vínculo


empregatício se origina, quando o Empregado se trata de pessoa física,
presta serviços não eventuais, sob dependência e mediante salário.

Acerca da subordinação, conforme leciona o Ilustríssimo doutrinador


Sergio Pinto Martins (2009, p.15), em sua obra Comentário à CLT,
“subordinação é a obrigação que o empregado tem de cumprir as ordens
determinadas pelo empregador em decorrência do contrato de trabalho”.
Portanto, demonstrados o preenchimento dos requisitos do vínculo
empregatício: não eventualidade, subordinação e mediante pagamento,
deve ser reconhecido o vínculo empregatício entre a Reclamante e a
Reclamada.

III. 2 – DA REMUNERAÇÃO

De acordo com o já salientado nos autos, a Reclamante recebia, a


título de salário, o valor mensal de R$ xxxxxxxx (xxxxxxxxxxxxxx).

Ocorre, todavia, que, segundo define a Constituição Federal, em seu


artigo 7º, IV, é direito dos trabalhadores receber ao menos um salário
mínimo. Vejamos:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de


outros que visem à melhoria de sua condição social:

IV - Salário-mínimo mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz


de atender às suas necessidades vitais básicas e às de sua família com
moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene,
transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe
preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer
fim;

É importante salientar que a pretensão legislativa em definir


que o trabalho receba ao menos um salário mínimo visa lhe garantir pelo
menos condições mínimas de sobrevivência e dignidade.

Nesse sentido, ressalta-se que o salário a menor ao salário


mínimo, pode, inclusive, configurar condições análogas à escravidão, isso
porque o salário inferior ao mínimo não lhe dá suporte necessário para o
custeio de moradia, transporte, saúde, educação e, tampouco, previdência
social.
Nesses termos, é imperioso ressaltar que, atualmente, o
salário mínimo corresponde a R$ xxxx (xxxxxxxxxxxxxx).
Consequentemente, entende ser devido o pagamento da diferença em
favor da Reclamante.

III.3 – DA RESCISÃO CONTRATUAL

Em concordância aos fatos relacionados, a Reclamada realizou,


mesmo que arbitrariamente, a rescisão do contrato de trabalho da
Reclamante. Consequentemente, é indispensável o reconhecimento da
demissão sem justa causa, bem como a anotação de sua CTPS. Além
disso, é imprescindível o reconhecimento do direto da Reclamante às
férias vencidas e proporcionais, 13º salário e proporcional e aviso prévio, a
multa fundiária, sem exclusão do seguro desemprego e do FGTS.

Portanto, deve a Reclamada ser condenada em proceder a anotação


na CTPS da Reclamante constando a data de admissão em xx de janeiro
de xxxxx e término em xxx de dezembro de xxxx.

III.6 –DO AVISO PRÉVIO REMUNERADO

A Reclamante, à luz do Art. 487, §1º, da CLT, deve ser indenizada em


30 (sessenta) dias, referente ao aviso prévio, observado que laborou em
favor da Reclamante por xx anos.

III.7 – DAS FÉRIAS VINCENDAS E FÉRIAS PROPORCIONAIS

Conforme narrado outrora, a Reclamante foi admitida em xxx de


setembro de xxx. Contudo, nunca gozou do seu direito de férias
remuneradas.
Dessa maneira, não restam dúvidas de que a Reclamante faz jus ao
recebimento de suas férias com pagamento em dobro referente aos anos
de xxxx a setembro/xxxxxx, observado os limites prescricionais.

Além disso, a Reclamante faz jus ao recebimento de férias


proporcionais referentes aos meses de xxx de setembro a xxx de
novembro de xxx.

III.9 – DA GRATIFICAÇÃO NATALINA

A Lei n.º 4.090 de 1962, que institui a gratificação natalina, também


conhecida como 13º salário, estabelece que anualmente o trabalhador
receberá um salário, correspondente ao valor da remuneração de
dezembro do respectivo ano, quando laborado o ano inteiro, confira-se:

Art. 1º - No mês de dezembro de cada ano, a todo empregado será


paga, pelo empregador, uma gratificação salarial, independente da
remuneração que fizer jus.

Desse modo, é importante avultar que o contrato foi cessado, motivo


pelo qual deve receber o proporcional pelos meses laborados e
indenizados.

Portanto, deve a Reclamada ser condenada ao pagamento do


proporcional de 7/12, referente ao ano de xxx, e de 11/12, referente ao ano
de xxxx, levando em consideração as indenização, aviso prévio e férias.

III.10 – DO FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVIÇO

Em se tratando do pedido de rescisão contratual indireta em razão do


não cumprimento do contrato pactuado entre as partes, é induvidoso que o
Reclamante faz jus aos valores referentes aos depósitos do FGTS, bem
como o pagamento fundiário previsto por lei.
Nesse sentido, transcreve-se o que expõe o §1º, art. 18 da Lei nº
8.036/90:

“Art. 18. Ocorrendo rescisão do contrato de trabalho, por parte do


empregador, ficará este obrigado a depositar na conta vinculada do
trabalhador no FGTS os valores relativos aos depósitos referentes ao mês
da rescisão e ao imediatamente anterior, que ainda não houver sido
recolhido, sem prejuízo das cominações legais. (Redação dada pela Lei nº
9.491, de 1997).

Ocorre, todavia, que a Reclamada não realizou o


reconhecimento de nenhum valor referente ao FGTS.

Portanto, deve ser condenada em realizar o pagamento do


FGTS, acrescido de multa de 40% (quarenta por cento), conforme
determina a legislação pátria.

III.13 - MULTA DO ART. 477, §8º DA CLT

Diante do atraso no pagamento das verbas rescisórias, verifica-se


aplicação da multa do art. 477, §8º para a Reclamada no valor de R$880
(oitocentos e oitenta reais), pelas razões acima expostas.

III.14 – MULTA DO ART. 467 DA CLT

Na hipótese da Reclamada não quitar as verbas incontroversas na


primeira oportunidade, que seja cominada a multa do art. 467 da CLT, cujo
valor corresponde ao montante de 50% (cinquenta por cento) sobre a parte
incontroversa das parcelas rescisórias a serem deferidas por este Juízo.

III.15 - DA CORREÇÃO MONETÁRIA E DOS JUROS DE MORA

A Reclamante faz jus ao pagamento de todas as verbas supracitadas


com a devida incidência de correção monetária e juros de mora, nos
termos do art. 883 da CLT, art. 39, §1º da Lei 8.177/91 e Súmulas 200 e
381 do TST.

III. 16 – DO SEGURO DESEMPREGO

É importante salientar que a Reclamante preenche todos os requisitos


necessários para a concessão do benefício do seguro desemprego. Isso
porque, a Reclamante se encontra desempregada, não possui renda
própria para o seu sustento e de sua família e manteve vínculo
empregatício por mais de 06 (seis) meses consecutivos nos últimos 36
(trinta e seis) meses, faz jus ao recebimento de

Ademais, destaca-se que a Reclamante não recebe benefício de


prestação continuada da Previdência Social.

IV – ADICIONAL DE INSALUBRIDADE

É imperioso ressaltar que a Reclamante exercia suas atividades em


um mercado com grande circulação de clientes, em que uma de suas
funções era a coleta de lixo e higienização nas instalações sanitárias SEM
USO ADEQUADO DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL -
EPIs, em que tinha contato com agentes nocivos sem proteção.

Ementa: AGRAVO DE
INSTRUMENTO. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. AUXILIAR DE
SERVIÇOS GERAIS. MANUSEIO DE MATERIAIS DE LIMPEZA.
CONTATO COM ÁLCALIS CÁUSTICO E UMIDADE EXCESSIVA.
Caracterizada possível contrariedade do que recomenda a Súmula nº 448
deste Tribunal Superior, antiga OJ nº 04 da SDI-1, provê-se o agravo de
instrumento para determinar o processamento do recurso de revista.
Agravo de instrumento provido. RECURSO DE
REVISTA. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. AUXILIAR DE SERVIÇOS
GERAIS. MANUSEIO DE MATERIAIS DE LIMPEZA. CONTATO COM
ALCALIS CAUSTICO E UMIDADE EXCESSIVA. O Tribunal Regional,
soberano na análise dos fatos e provas, concluiu, mantendo a sentença
que se alicerçou no parecer técnico e deferiu
o adicional de insalubridade em grau médio, que a reclamante laborou
exposta a condições caracterizadas como insalubres pelo contato com
álcalis cáusticos e umidade excessiva, sem o uso adequado de EPI's, não
havendo como se admitir a contrariedade à Orientação Jurisprudencial nº 4
do TST, atual item I da Súmula 448 do TST, quando não é possível inferir
que o álcalis cáustico estaria em concentração menor. Para se chegar à
conclusão diversa seria necessário reexaminar o conjunto fático-
probatório, procedimento vedado nesta instância recursal, nos termos da
Súmula 126 do TST. Assim, torna-se inviável a aferição do cabimento do
recurso de revista por violação de lei ou por divergência jurisprudencial.
Recurso de revista não conhecido.

É oportuno salientar que o afastamento do adicional de insalubridade


ora pleiteado viola diretamente o artigo 192 da Consolidação das Leis
Trabalhistas. Observe:

Art. 192 - O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos


limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a
percepção de adicional respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20%
(vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário-mínimo da região,
segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo.

Além disso, contraria diretamente a Súmula n. 448, II, do Colendo


Tribunal Superior do Trabalho abaixo transcrita:

ATIVIDADE INSALUBRE. CARACTERIZAÇÃO. PREVISÃO NA NORMA


REGULAMENTADORA Nº 15 DO MINISTÉRIO DO TRABALHO Nº
3.214/78. INSTALAÇÕES SANITÁRIAS. (conversão da Orientação
Jurisprudencial nº 4 da SBDI-1 com nova redação do item II) - Res.
194/2014, DEJT divulgado em 21, 22 e 23.05.2014.

(...)II - A higienização de instalações sanitárias de uso público ou coletivo


de grande circulação, e a respectiva coleta de lixo, por não se equiparar à
limpeza em residências e escritórios, enseja o pagamento de adicional de
insalubridade em grau máximo, incidindo o disposto no Anexo 14 da NR-15
da Portaria do TEM nº 3.214/78 quanto à coleta e industrialização de lixo
urbano."

Além do mais, segundo o Anexo 14 da Norma Regulamentadora n.


15, considera-se insalubre, em grau máximo, a atividade laboral exercida
com contato direto com agentes biológicos com lixo urbano. Observe:

ANEXO N.º 14 (Aprovado pela Portaria SSST n.º 12, de 12 de novembro


de 1979)
AGENTES BIOLÓGICOS

Relação das atividades que envolvem agentes biológicos, cuja


insalubridade é caracterizada pela avaliação qualitativa.

Insalubridade de grau máximo:

Trabalho ou operações, em contato permanente com:

- pacientes em isolamento por doenças infecto-contagiosas, bem como


objetos de seu uso, não previamente esterilizados;

- carnes, glândulas, vísceras, sangue, ossos, couros, pelos e dejeções


de animais portadores de doenças infectocontagiosas (carbunculose,
brucelose, tuberculose);

- esgotos (galerias e tanques); e

- lixo urbano (coleta e industrialização).

Dessa maneira, entende ser devido o reconhecimento e o pagamento


do adicional de insalubridade com seus reflexos em favor da Reclamante.

Aliás, insta destacar que o presente pedido de reconhecimento do direito


ao adicional de insalubridade encontra respaldo, inclusive, na
jurisprudência do Colendo Tribunal Superior do Trabalho. Vejamos:

RECURSO DE REVISTA DO RECLAMADO. ADICIONAL DE


INSALUBRIDADE. COLETA DE LIXO. CONDOMÍNIO RESIDENCIAL.
GRAU MÁXIMO. EXPOSIÇÃO A AGENTES BIOLÓGICOS. A
jurisprudência deste Tribunal Superior pacificou que "a higienização de
instalações sanitárias de uso público ou coletivo de grande circulação, e a
respectiva coleta de lixo, por não se equiparar à limpeza em residências e
escritórios, enseja o pagamento do adicional de insalubridade em grau
máximo, incidindo o disposto no Anexo 14 da NR 15 da Portaria do
Ministério do Trabalho nº 3.214/78 quanto à coleta e industrialização de
lixo urbano." (Súmula 448/TST - conversão da OJ nº 4 da SBDI-I/TST, com
nova redação do item II). No caso concreto, o Tribunal Regional, diante
dos elementos fáticos colhidos - especialmente a prova pericial produzida
nos autos -, concluiu que a atividade desempenhada pelo Autor (coleta
diária de lixo de um condomínio composto por 35 apartamentos, por
aproximadamente 30 minutos, sem a utilização de EPI' s) configura
atividade insalubre em grau máximo ante o contato com agentes nocivos
sem proteção. Assim, diante do contexto fático delineado pelo Órgão a
quo, deve ser mantido o pagamento do adicional no grau máximo
pretendido pelo Reclamante, ante os riscos e malefícios do ambiente
laborativo (art. 7º, XXII, da CF), nos termos da Súmula 448, item II, do
TST. Recurso de revista não conhecido ( ARR - 950-66.2012.5.04.0029 ,
Relator Ministro: Mauricio Godinho Delgado, Data de Julgamento:
22/11/2016, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT 25/11/2016)

IV – DO DANO MORAL

Ora Vossa Excelência, diante do exposto, é induvidoso que a


Reclamante sofreu sérios prejuízos financeiros e, inclusive, intelectuais,
pois a Reclamada o impediu de dar continuidade aos trabalhos, trazendo
as incertezas de sua remuneração.

Além disso, o Representante da Reclamada chegou a afirmar


publicamente que “a vida da família seria infeliz, caso ingressasse com
qualquer medida judicial”, “Que a Reclamante era ingrata, uma vez que,
quando precisou a acolheu, mas, agora, ameaça em ingressar com ação
judicial”.

Logo, se depreende se tratar da hipótese de cabimento da imposição


do pagamento de indenização por danos, como prevê o nosso
ordenamento jurídico, especialmente, no art. 5º, V e X, da Magna Carta:

Art. 5°. (...):

V – é assegurado o direito de resposta proporcional ao agravo, além da


indenização por dano material, moral ou à imagem;

X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem da


pessoa, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente da sua violação (grifo nosso).

Nesse sentido, enfatiza-se que é imprescindível a imposição da


indenização por danos morais, tendo em vista os transtornos e abalos
emocionais provocados pela Reclamante.
Destaca-se, ainda, que, segundo o Des. Pinheiro Lago "não se pode
perder de vista que o ressarcimento por dano moral não objetiva somente
compensar à pessoa ofendida o sofrimento que experimentou pelo
comportamento do outro, mas também, sobre outra ótica, punir o infrator,
através da imposição de sanção de natureza econômica, em benefício da
vítima, pela ofensa á ordem jurídica alheia".

Observa-se, também, o entendimento do ilustre Sílvio de Salvo


Venosa:

"Os danos projetados nos consumidores, decorrente da atividade do


fornecedor de produtos e serviços, devem ser cabalmente indenizados. No
nosso sistema foi adotado a responsabilidade objetiva no campo do
consumidor, sem que haja limites para a indenização. Ao contrário do que
ocorre em outros setores, no campo da indenização aos consumidores não
existe limitação tarifada". (Direito Civil, Responsabilidade Civil, São Paulo,
ED. Atlas, 2004, p. 206).

A constatação da existência de um patrimônio moral e a necessidade


de sua reparação, na hipótese de dano, constituem marco importante no
processo evolutivo das civilizações.

Nesta perspectiva, resta indagar: que facetas assume o dano moral?

(...) “a consagração, que tende a universalizar-se, do ressarcimento por


dano moral, vem completar, em definitivo, a tutela privada dos Direitos da
Personalidade”, assim os enumera e classifica: “I) Direito à integridade
física: 1) direito à vida e aos alimentos; 2) direito sobre o próprio corpo,
vivo; 3) direito sobre o próprio corpo, morto; 4) direito sobre o corpo alheio,
vivo; 5) direito sobre o corpo alheio, morto; 6) direito sobre partes
separadas do corpo, vivo; 7) direito sobre partes separadas do corpo,
morto. II) Direito à integridade intelectual [...] III) Direito à integridade moral:
1) direito à liberdade civil, política e religiosa; 2) direito à honra; 3) direito à
honorificência; 4) direito ao recato; 5) direito ao segredo pessoal,
doméstico e profissional; 6) direito à imagem; 7) direito à identidade
pessoal, familiar e social”.

O mestre Yussef Said Cahali[1] conceitua dano moral como sendo


aquela dor, angústia ou tristeza profunda, sofrida pela vítima, ou até
mesmo o descrédito à reputação, a humilhação pública, entre outros, veja-
se:

Na realidade, multifacetário o ser anímico, tudo aquilo que molesta


gravemente a alma humana, ferindo-lhe gravemente os valores
fundamentais inerentes à sua personalidade ou reconhecidos pela
sociedade em que está integrado, qualifica-se, em linha de princípio, como
dano moral; não há como enumerá-los exaustivamente, evidenciando-se
na dor, na angústia, no sofrimento, na tristeza pela ausência de um ente
querido falecido; no desprestígio, na desconsideração social, no descrédito
à reputação, na humilhação pública, no devassamento da privacidade; no
desequilíbrio da normalidade psíquica, nos traumatismos emocionais, na
depressão ou no desgaste psicológico, nas situações de constrangimento
moral.

Assim, todo mal infligido ao estado ideal das pessoas, resultando mal-
estar, desgostos, aflições, atingindo o equilíbrio psíquico e a paz de
espírito, constitui causa suficiente para a obrigação de reparar o dano
moral.

Outrossim, a Reclamante não visa o enriquecimento ilícito, pois está


pedindo somente a reparação contra o ato ilícito cometido pela Reclamada,
que descumpriu com sua obrigação, frustrando a aquisição da casa
própria, não sendo um mero contratempo do dia-a-dia.

Salienta-se que o valor pleiteado é ínfimo se comparado ao


patrimônio da Reclamada, além de não agregar de forma substancial aos
bens do menor aprendiz, se vier a ser deferido.

Ademais, a Empresa Reclamada deve ser punida para que não atue
da mesma forma arbitrária com outrem, vez que, como defende a maioria
da doutrina e jurisprudência, uma das funções do dano moral é o caráter
punitivo-pedagógico.

Cavalieri Filho, citando o mestre Caio Mário, levanta a questão do dano


moral punitivo[2]:

A lição do mestre Caio Mário, extraída da sua obra Responsabilidade civil,


p. 315-316, pode nos servir de norte nessa penosa tarefa de arbitrar o
dano moral. Diz o preclaro Mestre: "Como tenho sustentado em minhas
Instituições de Direito Civil (v. II, nº 176), na reparação por dano moral
estão conjugados dois motivos, ou duas concausas: I - punição ao infrator
pelo fato de haver ofendido um bem jurídico da vítima, posto que imaterial;
II - pôr nas mãos do ofendido uma soma que não é o pretiumdoloris, porém
o meio de lhe oferecer oportunidade de conseguir uma satisfação de
qualquer espécie, seja de ordem intelectual ou moral, seja mesmo cunho
material, o que pode ser obtido 'no fato' de saber que esta soma em
dinheiro pode amenizar a amargura da ofensa e de qualquer maneira o
desejo de vingança”.

Torna-se evidente o dano moral suportado, pois o ato ilícito e o nexo


causal estão explicitados, devendo, a fim de repará-lo no montante de R$
15.000,00 (quine mil reais).

V – DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS


Com fundamento no artigo 133 da CF/88 e no artigo 85, parágrafo 2º
do CPC, requer o pagamento de honorários advocatícios de 20% sobre o
total da condenação.

VI – DOS PEDIDOS:

Diante do exposto, requer:

a) a concessão do benefício da gratuidade de justiça nos termos do §3º, do


art. 790, da CLT e do Novo Código de Processo Civil;

b) o reconhecimento do vínculo empregatício entre a Reclamante e


Reclamada de xxx de setembro de xxx até xxx de novembro de xx e a
consequente anotação da CTPS da Requerente;

c) Total procedência da demanda, no sentido de:

c.1) impor a Reclamada ao pagamento das diferenças salariais devidas à


Reclamante, tendo como parâmetro o salário mínimo vigente à época
referente ao período de xxxx a xxxx.

c.1.2) pagar as férias vencidas referente ao período de xxx de setembro de


xxx a xxx de setembro de xxx, em dobro e acrescidas de um terço, as
quais não foram gozadas, nem tão pouco pagas;

c.1.3) pagar as férias proporcionais referentes ao período de xxx de


setembro xxx a xx de novembro de xxx, acrescidas de um terço;

c.1.3) pagar aviso prévio indenizado, referentes a 60 (sessenta) dias, a ser


apurado, bem como integração no tempo de serviço da Reclamante;

c.1.6) depósito do FGTS e da multa de 40% do FGTS na conta vinculada


do FGTS, referente ao período de xx de setembro de xxx a xx de
novembro xxx, a ser apurado e liberação das guias AM, pelo código 01;

c.1.7) efetuar o pagamento da gratificação natalina referente ao período de


xx de setembro de xx a xxde novembro de xxxx.

c1.8) pagar a multa do art. 477, §8º da CLT no valor de R$ xxxxx;


c.1.9) quitar as verbas incontroversas na primeira audiência sob pena de
cominação da multa do art. 467 da CLT, cujo valor corresponde ao
montante de 50% sobre a parte incontroversa das parcelas rescisórias a
serem deferidas por este Juízo;

c.1.12) a concessão do seguro desemprego, haja vista o preenchimento de


todos os requisitos exigidos pela legislação, no valor de 5 parcelas
salariais;

c.1.13) condenação no pagamento de multa prevista no art. 55 da CLT,


tendo em vista o não registro do contrato de trabalho na CTPS;

c.1.14) pagamento de 11,2% sobre todas as verbas deferidas;

c.1.15) pagar o valor de R$ 30.000 (trinta reais) pelos danos morais


sofridos pelo Reclamante;

d) que seja comunicada a DRT, Receita Estadual, Federal, Caixa


Econômica Federal e ao Ministério Público do Trabalho;

e) as anotações de anotação na CTPS;

f) que seja expedido ofício para o Cartório de Protestos de Títulos, após


exauridas todas as tentativas executórias, para que proceda ao protesto
extrajudicial da sentença trabalhista, com a devida inscrição da Reclamada
e/ou sócios, nos termos da Lei nº 9.492/1997, assim como pagamento
integral das despesas e emolumentos devidos ao Tabelionato pelas
reclamadas;

g) que a Reclamada seja condenada a pagar, além das verbas


supracitadas, as custas processuais, e honorários advocatícios de 20%
sobre a condenação;

h) que haja incidência de juros de mora e correção monetária dos pedidos


consignados na presente exordial, nos termos do art. 883 da CLT, art. 39,
§1º da Lei 8.177/91 e Súmulas 200 e 381 do TST;

i) Por último, o reclamante requer a dedução de qualquer valor que, por


ventura, já tenha sido pago a título de quaisquer dos pedidos acima.

Por fim, requer a notificação da Reclamada, para que conteste os itens


supracitados, sob pena de serem admitidos como verdadeiros, nos termos
da Súmula 74 do TST, o que, por certo, ao final restará comprovado, com a
consequente declaração total da procedência do pedido.
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas admitidos em
direito, em especial provas documentais e testemunhais.

Dar-se à causa o valor de R$ 24.250,00 (vinte e quatro mil duzentos e


cinquenta reais).

Nestes termos,

Pede o deferimento.

Brasília/DF, 28 de novembro de 2016.

ADVOGADO

OAB/DF xxxxxxxxxxx

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