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Joinville
MAI/2013
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Joinville
MAI/2012
3
BANCA AVALIADORA
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus pais Osvaldo da Silva Martins e Zenilde Augusta
Martins, aos meus irmãos Sheila e Douglas da Silva Martins, amigos e equipes de
professores e acadêmicos da SOCIESC.
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos que colaboraram para efetivação deste trabalho, ao meu professor
orientador Modesto Hurtado Ferrer, a professora Daniele da Silva Ramos, ao meu co-
orientador Vitor Ogliari, aos laboratoristas Wagner e Felipe e ao apoio de serviços de
tratamento térmico da Sociesc, em especial ao Luiz Fernando Dagostim, por todo apoio
e acompanhamento durante todo o desenvolvimento do projeto e aos colegas de classe
que juntos, conquistamos mais esta etapa.
6
RESUMO
ABSTRACT
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................13
1.1. JUSTIFICATIVA.......................................................................................................14
1.2. OBJETIVOS............................................................................................................15
1.2.1. Objetivo Geral.......................................................................................................15
1.2.2. Objetivos Específicos............................................................................................15
1.3. DELIMITAÇÃO DA PESQUISA...............................................................................16
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.....................................................................................17
2.1 ASPECTOS GERAIS DOS AÇOS BAINÍTICOS.....................................................17
2.1.1 Aços bainíticos de alto carbono..............................................................................18
2.1.2 Composição química e efeito dos principais elementos de liga nos aços
bainíticos.........................................................................................................................22
2.1.3 Propriedades mecânicas e aplicações dos aços bainíticos...................................24
2.2 FUNDAMENTOS DAS TRANSFORMAÇÕES DE FASE EM AÇOS:
DECOMPOSIÇÃO ISOTÉRMICA DA AUSTENITA........................................................25
2.2.1 Aspectos cinéticos da transformação bainítica......................................................32
2.2.2 Aspectos cinéticos da transformação bainítica incompleta....................................36
2.2.3 Aspectos morfológicos da transformação bainítica nos aços.................................39
3 MATERIAIS E MÉTODOS...........................................................................................49
3.1 MATERIAIS...............................................................................................................49
3.2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL........................................................................50
3.2.1 Ensaios de tratamento térmico...............................................................................52
3.2.2 Caracterização microestrutural...............................................................................53
3.2.3 Fluxograma do procedimento experimental...........................................................53
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................................54
REFERÊNCIAS ............................................................................................................555
ANEXOS..........................................................................................................................58
ANEXO A - CRONOGRAMA DE ATIVIDADES..............................................................58
11
1 INTRODUÇÃO
uma vez que aceleram as falhas nos componentes dos vagões (eixos e rodas) e na via
permanente (trilhos) (BERETTA; GHIDINI; LOMBARDO, 2005).
Entretanto, uma vez que a segurança de operação é o fator mais importante na
ferrovia, a redução de custo na fabricação de seus componentes em momento algum
deve afetar a confiabilidade dos produtos, pois é conhecido que as falhas no setor
ferroviário geram elevados prejuízos financeiros, danos ambientais algumas vezes
irreparáveis, perdas de vidas humanas e atrasos nas entregas de cargas e transporte
de passageiros.
Tal como os outros componentes, o sistema roda-trilho ou roda-trilho-sapata de
freio é sensivelmente afetado por esses aumentos de esforços. Assim como os trilhos
na via permanente, as rodas representam destacadamente o maior custo na
manutenção do material rodante e a principal causa da retenção de vagões para
manutenção corretiva (ALVES, 2000).
Cummings (CUMMINGS, 2009), afirma que para melhorar o desempenho das
rodas ferroviárias e aumentar a sua vida, um dos fatores mais importantes é a melhoria
das propriedades mecânicas fundamentais (limite de escoamento, limite de resistência
à tração, alongamento específico até à fratura e outras). Se o aço da roda for
desenvolvido para ter alto limite de escoamento e alta dureza em temperaturas
elevadas, a remoção de rodas por defeitos na pista de rolamento poderá ser reduzida
(LONSDALE, 2010).
As propriedades mecânicas dos materiais utilizados na fabricação de rodas
ferroviárias dependem basicamente da composição química e da condição metalúrgica
do aço bem como dos controles do processamento termomecânico durante a
fabricação da roda (FERREIRA, 2009; CHIAVERINI, 2008). Durante anos, houve
poucas mudanças no desenvolvimento de novos tipos de aços para aplicação em rodas
ferroviárias.
Entretanto, nas últimas décadas tem-se evoluído muito em relação aos aços
microligados e, mais recentemente, nos aços bainíticos livres de carbonetos. Sabe-se
que nestes aços, a presença de carbonetos produz efeitos prejudiciais na tenacidade à
fratura, quando comparados com os aços convencionais temperados e revenidos, pelo
13
1.1. OBJETIVOS
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
15
Segundo a norma técnica AAR (AAR M-107, 2009), que padroniza o processo de
fabricação e a composição química dos aços para rodas ferroviárias, existem dois tipos
básicos de rodas ferroviárias: as rodas forjadas e as rodas fundidas. Ainda, segundo a
AAR (AAR M-107, 2009), as rodas ferroviárias forjadas e fundidas, são tradicionalmente
feitas de aço com alto e médio teor de carbono e, dependendo das condições de serviço,
se dividem em 4 classes de aplicações:
Os aços microligados bem sendo desenvolvidos desde o início da década dos 70.
Nestes aços são adicionados pequenas quantidades (menores que 0,1% em massa) de
elementos de liga (origem do termo “micro”) que melhoram muito as propriedades
mecânicas, a resistência ao desgaste e a temperabilidade do material.
Os elementos de liga mais comuns nos aços microligados são, dentre outros:
vanádio, nióbio e titânio (MINICUCCI, 2003). Além destes, outros elementos de liga, tais
como: o cromo e o silício, podem aumentar a temperatura de início da austenita e reduzir
a temperatura de formação da martensita fazendo com que a zona termicamente afetada
diminua e a martensita ocorra somente em condições mais severas (VILLAS BOAS,
2010), (LONSDALE, 2005).
Por outro lado, sabe-se que durante o resfriamento contínuo (após o trabalho a
quente) a bainita se forma em um amplo intervalo de taxas de resfriamento, e, além
disso, a curva de transformação bainítica apresenta a parte superior achatada, de modo
que a temperatura de transformação é constante nessa ampla faixa de taxas de
resfriamento. Isso traz como resultado que a resistência mecânica se mantenha
constante para uma ampla variedade de dimensões transversais da peça e,
conseqüentemente, resistência mecânica de peças com grandes dimensões resfriadas
ao ar sofre pouca variação (CORDINE, 2013).
No caso dos aços bainíticos de alto carbono é necessário produzir bainita num
amplo intervalo de taxas de resfriamento, sem a formação de martensita, de modo a
evitar a formação de trincas de têmpera que, conseqüentemente, reduzem a resistência
ao impacto dada à microestrutura mista de bainita e martensita.
Uma das dificuldades no uso dos aços bainíticos na fabricação de rodas
ferroviárias é a temperatura de forjamento e laminação e o condicionamento da austenita
para a transformação de fase por resfriamento contínuo. A faixa ideal para a
conformação a quente destes materiais é muito estreita e o seu controle, associado ao
dos outros parâmetros do processo (grau de deformação e taxa de deformação), tem
que ser muito preciso de forma a garantir o compromisso entre a microestrutura e o
comportamento microestrutural destes aços, (VILLAS BOAS, 2009), (MINICUCCI, 2003).
Os elementos de liga, tais como: Cr, Mo, Mn, Si e Ni, de maneira geral, tornam
mais lenta a difusão do carbono na estrutura do ferro, atrasando a transformação da
austenita para a ferrita. A temperabilidade do aço é, portanto, aumentada e a martensita
pode ser produzida em taxas de resfriamentos menores.
O carbono é o principal elemento químico do aço, tem efeito direto na faixa
de temperatura em que ocorre a transformação bainítica. A temperatura da
transformação da bainita pode ser reduzida por alguns elementos de liga, porém é o
carbono que exerce o maior efeito sobre esta. Apresenta maior solubilidade na austenita
que na ferrita, auxiliando na estabilidade da austenita. A sua concentração é um dos
18
de microestruturas perlíticas com menores teores de carbono, uma vez que adições de
elementos como o manganês, molibdênio, vanádio e cromo deslocam o ponto eutetóide
do sistema ferro-carbono para a esquerda, ou seja, aumenta a fração volumétrica da
perlita para teores menores de carbono.
O manganês atua ainda no sentido de reduzir a temperatura de reação eutetóide,
o que favorece a obtenção da perlita fina (redução do espaçamento interlamelar). O
silício atua na microestrutura através do aumento da resistência da ferrita por formação
de solução sólida. Ainda, o manganês tende a diminuir a temperatura Ms (início da
transformação da martensita), é um estabilizador da austenita, contribuindo com o
volume de fração volumétrica de austenita retida. Este elemento aumenta a solubilidade
do carbono na austenita, deslocando a curva da formação da bainita para a direita,
aumentando assim a taxa de resfriamento
Makino (MAKINO, 2002) em ensaio de disco contra disco para simular desgaste
de roda ferroviária sobre trilho, testou os aços classe A, B e C da norma AAR M-107 e
um quarto aço classe B com adição de silício. Concluiu que o aço classe B com adição
de silício foi o que teve maior vida (definida pelo número de ciclos) e o aço classe A teve
a menor vida. Verificou também que a resistência à fadiga de contato aumenta com a
elevação da dureza do aço. Kristan (KRISTAN, 2004) estudou um aço com adição de
silício e cromo. O silício foi escolhido pela sua habilidade de aumentar a temperatura do
início da austenita, inibindo a formação do spalling e o cromo pela sua capacidade de
aumentar a temperatura de austenitização durante o aquecimento.
Por outro lado, o silício é um dos elementos mais significativos e importantes na
composição do aço, devido retardar a formação de carbonetos (Barbacki, 1995). Este
elemento expulsa o carbono em solução sólida na austenita aumentando sua difusão na
ferrita, e sendo o silício pouco estável na cementita, retarda a precipitação de carbonetos
durante a transformação bainítica. Posteriormente favorecendo a segregação do
carbono que estava na ferrita para a austenita remanescente. Este fenômeno é o que
ocorre durante a transformação bainítica incompleta (BLECK, 2002).
Testes de campo foram efetuados para se determinar a formação de martensita
nas rodas de teste, em comparação com rodas classe C da norma AAR M-107. O
resultado foi que as rodas com liga de silício-cromo produziram um aumento da
20
Os aços bainíticos com alto teor de carbono têm como característica principal o
aumento considerável da dureza do material, por isso geralmente são utilizados quando
se requer de um bom desempenho de resistência mecânica.
Após a obtenção da bainita o material passa a ter elevada dureza, porém a
resistência ao impacto pode se ver comprometida devido à presença de carbonetos,
neste caso a cementita. O aumento da resistência mecânica da bainita pode ser
proveniente dos mecanismos de endurecimento por solução sólida, do aumento da
densidade de discordâncias e/ou do endurecimento por precipitação de carbonetos.
A quantificação do efeito destes mecanismos na resistência da bainita resulta ser
21
(a) (b)
23
I. Uma ripa individual de ferrita bainítica cresce sem difusão. Todo excesso de
carbono é então particionado para a austenita. A fração volumétrica de ferrita
bainítica é limitada pelo fato de que, para uma dada temperatura, as energias
livres da austenita e da ferrita, para uma dada composição, se tornam idênticas;
24
comumente utilizada descreve esta microestrutura como sendo composta por ferrita
acicular ou em placas, contendo carbonetos dispersos, como se mostra na Figura 4.
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 MATERIAIS
Aço C Si Mn Ni Cr Mo Al P S
bainítico
B1 0,78- 1,48 1,5 0,5 1,00-1,20 0,20-0,40 0,045-0,065 0,025 0,015
0,83
B2 0,78- 1,94 1,4 0,43 1,00-1,20 0,20-0,40 0,045-0,065 0,025 0,015
0,83
B3 0,78- 1,52 1,98 0,47 1,00-1,20 0,20-0,40 0,045-0,065 0,025 0,015
0,83
B4 0,78- 1,42 1,5 1,85 1,00-1,20 0,20-0,40 0,045-0,065 0,025 0,015
0,83
Fonte: A autora
34
450°C / 0,5h
370°C
Figura 5 - Representação esquemática do experimento de tratamento térmico.
420°C
Banho de Sais Ar
1 4 12 15 24 36 48 72 (h)
36
Fonte: A autora
Os corpos de prova correspondentes a cada material e condição experimental
foram identificados de acordo com a legenda da Tabela 3.
Temp. de
Aço Tempo de austêmpera (h)
austêmpera
Bainítico 1 4 8 12 15 24 36 48 72
(oC)
Fonte: A autora
Foi realizada uma réplica de cada condição experimental, nos quatro aços, as
quais foram identificadas acrescendo o dígito 1 aos códigos apresentados na Tabela 4.
A identificação das réplicas pode ser exemplificada com o código B1-011, onde: B1
identifica o material como aço Bainítico-1; 01 representa a duração do tratamento a
37
3700C, neste caso igual a 1 hora, 1 identifica o corpo de prova como sendo a réplica
deste tratamento.
Para a realização dos experimentos foram utilizados os fornos em banho de sais
que estão alocados no Setor de Tratamentos Térmicos da SSE.
sódio (2 g) dissolvido em água destilada (100 ml) e a outra formada por ácido pícrico (4
g) dissolvido em álcool etílico (100 ml), e em seguida esfregando um chumaço de
algodão embebido no reagente químico sobre a superfície da amostra. O tempo para o
ataque foi de 30 s.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Perlita fina
Figura 6. MO: microestrutura dos aços bainíticos após laminação a quente
seguida de resfriamento ao ar. a) Aço B1 (1,5Si-1,5Mn-0,5Ni); b) Aço B2 (1,9Si-
1,5Mn-0,5Ni); c) Aço B3 (1,5Si-2,0Mn-0,5Ni); Bainita
d) Aço B4(1,5Si-1,5Mn-1,85Ni). Perlita
fina, bainita e martensita. Lê Pera, 1000X.
(c) (d)
Martensita
40
Fonte: A autora
Constata-se a presença de uma microestrutura mista constituída por escassas
regiões de pertita fina, particularmente nos aços B1 e B3 (Figura 6 (a e c)), ripas de
ferrita bainítica nucleadas cooperativamente, definindo pequenos agrupamentos ou
pacotes de ferrita acicular, que são predominantes em cada um dos aços, associados à
presença de bandas martensita massiva.
De modo geral, em cada uma das amostras examinadas, independentemente da
composição química dos aços, observou-se a formação de bandas alternadas de
constituintes microestruturais, paralelas à direção na qual se realizou a laminação a
quente, que são oriundas das condições em que foram deformadas. Durante a
laminação a quente destes aços, o número reduzido de passes, o alto grau de redução
de aproximadamente 50% em cada operação, a alta taxa de deformação associado ao
pequeno tempo entre os passes são fatores preponderantes para a ocorrência do
bandeamento observado.
A microestrutura mista justifica-se pelas condições em que foi efetuado o
resfriamento destes materiais. Considerando que a taxa de resfriamento imposta pelo
ar, após a laminação a quente, próximo ao laminador, seja equivalente à diferença de
temperatura, entre a temperatura de saída do laminador (840 0C) e a temperatura
ambiente (250C), em função do tempo em que o material atingiu o equilíbrio térmico
41
com o ambiente (2,5h = 150min), têm-se valores de super-resfriamento ( 5,4 0C/min) que
quando sobrepostos sobre um diagrama de resfriamento contínuo destes aços, podem
cruzar os campos dos constituintes microestruturais observados.
Uma representação desta hipótese é apresentada na Figura 7 através da
sobreposição da Curva de Resfriamento – CR I, no referido diagrama.
2
3
4
fina, também, conhecida como troostita, formadas em temperaturas pouco abaixo onde se forma a
perlita; a bainita superior e a bainita inferior, estas últimas já tratadas na revisão bibliográfica
deste trabalho.
As evidências microestruturais apontam para uma transformação de fase por resfriamento
contínuo, após a laminação a quente, tendo o seu início em temperaturas elevadas na faixa
(intervalo 1 a 2 da CR I) onde é provável a formação de troostita, seguido da expressiva formação
de bainita, neste caso nucleando como bainita superior (intervalo 2 a 3) e crescendo como bainita
inferior (intervalo 3-4 da CR I), a qual é interrompida quando a austenita remanescente
transforma-se em martensita (a partir do ponto 4 da CR I).
Tempo
(h) LIGA 1 LIGA 1* LIGA 2 LIGA 2* LIGA 3 LIGA 3* LIGA 4 LIGA 4*
1 3600 69,7 69,7 85,5 77,9 86,6 67,6 79,9 60,2
4 14400 72,7 72,7 81,4 81,4 77,1 77,0 67,6 67,4
8 28800 68,7 74,2 72,6 83,1 72,9 81,3 82,3 71,0
12 43200 80,5 75,0 82,1 84,1 78,8 83,7 56,8 73,0
15 54000 76,9 75,5 86,5 84,6 66,5 84,9 77,3 74,2
24 86400 71,5 76,4 83,5 85,7 77,9 87,4 51,7 76,5
36 129600 73,8 77,3 86,6 86,6 80,4 89,3 78,6 78,4
48 172800 73,4 77,8 75,7 87,2 90,6 90,6 61,6 79,7
72 259200 72,2 78,7 76,1 0,9 78,6 92,2 67,2 81,6
Fonte: O Autor
X 1 exp b t
n
, cujos valores são mostrados em destaque na referida Tabela.
Com os dados correspondentes ao ajuste pela equação de Avrami foram construídas as
curvas cinéticas da Figura 8.
Fonte: O Autor
De acordo com a Figura 9 (a) a liga com menor teor de manganês possui menor
valor inicial e final de Gm (Energia de ativação), trazendo como conseqüência um
aumento na velocidade da transformação conforme a Figura 9 (b).
Portanto, uma análise criteriosa dos resultados obtidos neste trabalho deve ser
feita, buscando esclarecer este comportamento controvertido. Cabe destacar que os
resultados reportados na literatura estão baseados em trabalhos experimentais
envolvendo aços com menor teor de carbono e silício bem como sem a presença de
outros elementos substitucionais como, por exemplo, o níquel e o cromo.
Nesse caso, cabe aprofundar nas análises microestruturais de modo a verificar
se a combinação destes elementos pode reduzir a velocidade da transformação. Sabe-
se que estes elementos podem afetar os mecanismos de mobilidade atômica que
garantem o efeito estabilizador que o manganês possui sobre a austenita.
(a)
(b)
46
Fonte: O Autor
Observa-se na Figura 10 que para tempos de até 24 horas o níquel reafirma o
seu efeito no atraso da transformação bainítica. Como pode ser observado, para os
menores tempos, a Liga 1 (Ni=0,5%) apresenta uma velocidade de transformação
associado a uma maior taxa de transformação, quando comparado com a Liga 4
47
b
48
Fonte: O Autor
Na Figura na Figura 11 (b) pode ser observado que a nucleação de ferrita
bainítica ocorre a partir dos antigos contornos de grão da austenita (indicados por
setas), neste casso bem visíveis como resultado do ataque utilizando uma solução de
10% de metabisulfito de sódio, por tempo de pelo menos 120s. Estas condições
microestruturais, a partir da nucleação simpática dos feixes de ripas, são destacadas
pela literatura, como sendo a premissa para que ocorra o fenômeno de partição do
carbono para a austenita que remanesce durante a formação da ferrita bainítica,
reduzindo a temperatura de inicio de transformação martensítica.
No entanto, quando o tempo da reação não é suficiente para produzir grandes
frações volumétricas de ferrita bainítica, a partição de carbono na frente da interfase
/é limitada e, portanto, a austenita apresenta menores teores de carbono, sendo
menos estável e sujeita a se transformar em martensita durante o resfriamento rápido.
Também, ao se comparar as amostras austemperadas nas mesmas condições
de tempo, nota-se que a amostra da Liga B2 (Si=2,0%) apresenta uma maior fração e
um melhor agrupamento das ripas e feixes de ferrita bainítica do que as observadas na
Liga B1 (Si=1,5%), reafirmando o efeito do silício no aumento na taxa da transformação
bainítica discutido anteriormente.
A Figura 12 apresenta os detalhes microestruturais desta amostra, mediante as
micrografias obtidas através de MEV, destacando-se os pacotes de ferrita bainítica e as
ilhas de martensita.
Fonte: O Autor
(a)
M (b)
b b
(c) (d)
r
M
r
M b
b
50
Fonte: O Autor
As análises quantitativa de fase, que aparece resumida no Mapa de
Transformações de fase (ANEXO I), corroboram o efeito dos elementos de liga na
fração transformada como já discutido anteriormente. Neste caso, observa-se um
acréscimo na fração de ferrita acicular nas ligas contendo os maiores teores de Si, Mn e
Ni.
Também, nas micrografias correspondentes às Liga 3 (Mn=2,0%) e 4 (Ni=1,85%)
observa-se a presença de partículas, semelhantes a os blocos de austenita retida
reportados na literatura (Ferrer, 2003), (Hupalo, 2012), situadas nas regiões de
encontro de diferentes agrupamentos de feixes de ripas de ferrita bainítica. A austenita
retida, regularmente possui forma triangular ou poliédrica e é chamada de austenita
retida em blocos (sigla ARB).
51
6 CONCLUSÕES
Na liga contendo maior teor de silício (Liga 1: Si=1,9%) foi possível constatar que
a curva cinética mostra uma tendência de deslocamento para maiores
velocidades de transformação, associada a uma taxa de transformação mais
elevada, em relação ao comportamento observado na liga com menor silício
(Liga 2: Si=1,5%).
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
55