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1 Parte deste capítulo foi elaborado com base no artigo de Garrido, Azevedo e Palma (2011). Cognição
Social: Fundamentos, formulações actuais e perspectivas futuras. Psicologia, XXV(1), 113-157.
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1) As pessoas procuram o controlo. Procuram entender e prever acontecimentos no
mundo social de forma a ganhar recompensas (objetos e bens materiais; satisfação consigo
próprias, estatuto social, bem-estar psicológico, etc.). Imaginar o perfil de candidato esperado
num emprego para o qual nos candidatamos, procurar saber toda a informação acerca de um
novo colega de trabalho, procurar informação sobre como prevenir ou mitigar as
consequências para a saúde resultantes de um novo vírus da gripe, são disso exemplos. Esta
procura de controlo é ainda mais relevante quando as pessoas se encontram sob ameaça à sua
saúde e daqueles que lhes são próximos (Palma-Oliveira, 1992). Neste âmbito, algumas das
abordagens teóricas mais populares – Teoria do Comportamento Planeado (Ajzen, 1991) e
Teoria Social Cognitiva (Bandura, 1986, 1997) – referem o papel da auto-eficácia,
nomeadamente a crença das pessoas na sua capacidade em lidar com e exercer controlo sobre
as ameaças, stressores e exigências do ambiente que as rodeia (Bandura, 1998).
2) As pessoas procuram criar laços. Procuram apoio e aceitação das pessoas que lhes
são importantes e que delas gostem. Esta procura pode ter vários objetivos, desde por
exemplo, a necessidade de pertença a um grupo e identificação com este (com os seus
objetivos, características, etc.), até aos ganhos pessoais em termos de redução de stress,
ansiedade e outras condições psicológicas que limitem o bem-estar pessoal e colectivo. Um
exemplo é dado pela Teoria da Adaptação Cognitiva (ver Taylor, 1983; Taylor, Kemeny,
Reed, Bower, & Gruenewald, 2000), que refere por exemplo, a importância de mecanismos
de comparação social no sentido de um incremento no bem-estar psicológico. Nesse sentido,
estudos de Taylor (1983) verificaram que mulheres que se encontravam numa situação de
cancro de mama, comparavam-se com outras na mesma situação, de forma a identificar que a
sua situação era igual ou melhor (mas não pior) que a delas.
3) As pessoas dão valor ao “eu” e ao “meu”. Desejam ser vistas a elas e às pessoas
próximas delas de um modo positivo. Isto pode implicar por exemplo a realização de
comportamentos e/ou expressão de atitudes, crenças etc. que são desejadas socialmente, para
que a pessoa seja vista positivamente. Outros exemplos referem-se a mecanismos de
comparação social com o objetivo de ver os outros de forma negativa para que o próprio se
torne mais positivo por comparação. Estes mecanismos são explicados por exemplo em
abordagens clássicas como a Teoria da Identidade Social (ver por exemplo Tajfel, 1982), que
mostra que as pessoas constroem aspetos da sua identidade pessoal a partir da sua pertença a
grupos (Brewer & Crano, 1994). Por outro lado, esta pertença tem consequências positivas
para a pessoa, ao incrementar positivamente a perceção de si próprias e a auto-estima, e a
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percepção que têm dos outros membros do seu grupo e a que estes têm de si (Smith &
Mackie, 2014).
No que se refere à componente de processamento, podem identificar-se três princípios:
1) Conservacionismo. A forma como as pessoas vêm o mundo é difícil de ser mudada e
tem tendência a manter-se por si própria. Este revela-se por exemplo na dificuldade que
programas de mudança de atitudes e comportamentos têm em conseguir por um lado mudá-
los e, por outro, manter a mudança (Gaspar, Palma-Oliveira, & Corral-Verdugo, 2010). Este
princípio é também evidenciado, por exemplo, na formação de impressões de outras pessoas,
e que o senso comum tão bem incorporou: “Não há uma segunda oportunidade para formar
uma primeira impressão” (Asch, 1946; Wyer, 2010). Apesar de esta mudança poder ser
alcançada por intermédio de processos controlados com elaboração da informação de forma a
corrigir a informação inicial incorreta, a mudança é mais “visível” naquilo que as pessoas
referem explicitamente, do que nas impressões implícitas, automáticas e menos “visíveis” que
com frequência fazemos no dia-a-dia (Wyer, 2010).
2) Acessibilidade. A informação que para nós está mais mentalmente acessível tem mais
influência nos nossos pensamentos, sentimentos e comportamentos. Por exemplo, a memória
de acontecimentos recentes, pode influenciar os nossos pensamentos, sentimentos e
comportamentos, pois a informação associada pode estar mais acessível na memória, que
outra, também por vezes disponível, mais antiga (Higgins & Brendl, 1995; ver Garrido &
Garcia-Marques, 2003). Casos passados como a “gripe das aves” (H5N1) ou a contaminação
de produtos alimentares com a bactéria E.Coli/EHEC, podem influenciar a nossa decisão
futura no momento de compra de carne de frango ou vegetais, respetivamente (Gaspar, Lima,
Seibt, Gorjão, & Carvalho, 2012).
3) Superficialidade vs. profundidade. As pessoas tendencialmente processam a
informação de forma superficial ou simples e com pouco esforço, o que pode ter como
consequência a criação de uma imagem simples da realidade (ver por exemplo Guifford,
2010). Um exemplo deste tipo de processamento é evidente em programas de educação
ambiental que procuram sensibilizar as pessoas para efeitos ambientais cuja ocorrência se
verifica a longo prazo e muitas vezes de forma não visível (e.g., efeito de estufa; ver Gaspar et
al., 2010). A consideração de um nível abstrato como este pode envolver esforço e um
processamento intensivo da informação, que as pessoas podem não estar motivadas e/ou ter
capacidade para realizar.
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7.3.2. Propriedades do sistema cognitivo
Os princípios de processamento e motivacionais que estão na base da interação entre os
indivíduos e o seu ambiente social são aspetos que podem ser observados na forma como as
pessoas vêm o mundo à sua volta e se comportam neste. Existem no entanto processos que
estão na base destes, que não são observáveis e estão relacionados com um conjunto de
propriedades do sistema cognitivo. Fazendo uma analogia com sistemas informáticos, o
cérebro e seus componentes, nomeadamente os neurónios e outras estruturas biológicas,
funcionam como hardware ou o computador propriamente dito. Por outro lado, as
propriedades do sistema cognitivo estão relacionadas com o software ou programa de
computador que usamos para alcançar um determinado objetivo (por exemplo, usar um
programa de análise estatística para realizar cálculos matemáticos). O uso que é dado ao
software, é por sua vez determinado pelas opções que disponibiliza e os objetivos que o
utilizador pretende alcançar (output(s) ou resposta(s) que pretende obter), ou seja, pelos
princípios motivacionais e de processamento.
Estas propriedades cognitivas podem dividir-se em estruturais e funcionais, que por
analogia, correspondem à forma como os diferentes componentes do software se interligam e
às regras informáticas que estão na sua base. No que diz respeito à componente estrutural,
esta refere-se à arquitetura das diferentes estruturas de conhecimento ou representações
mentais (do mundo que nos rodeia, dos nossos objetivos, da nossa identidade social, dos
nossos comportamentos, da forma como vemos as outras pessoas/grupos, etc.), ou seja, o que
está ligado ao quê. Os modelos teóricos mais conhecidos a este nível - modelos associativos –
referem que estas representações se estruturam numa rede associativa, em que cada conceito é
representado por um nódulo com ligações/associações a outros nódulos (e.g., Collins &
Loftus, 1975; Jones & Fazio, 2008; ver Smith, 1998 para uma revisão). A implicação disto é
que o software cognitivo é composto por várias componentes que não estão isoladas e
funcionam em separado, mas sim com associações entre si, que fazem com que quando uma
representação é usada/ativada, outras a ela associadas também o poderão ser. Um exemplo
disto é pedirmos a alguém que diga tudo o que lhe vem à cabeça quando pensa em “hospital”.
Nesta situação, a pessoa poderá referir “médico”, “medicamento”, “cama”, “doente” por
exemplo, visto que todos estes conceitos estão cognitivamente associados à palavra
“hospital”. Esta associação decorre da sua co-activação no passado, sendo que a força desta
dependerá da frequência com que isso ocorreu (Smith, 1998). Por exemplo, uma pessoa que
se deslocou ao hospital em criança, identificou que nele estavam presentes médicos, doentes,
camas, batas brancas e todo um conjunto de objetos e pessoas. Visitas posteriores a esse
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hospital ou a contextos semelhantes, fez com que esses elementos ficassem associados em
memória, podendo ser organizados em categorias mais abstratas (por exemplo, medicina),
sendo estes elementos exemplares (mais ou menos típicos) das mesmas (ver Garcia-Marques,
Ferreira, & Garrido, 2013, para mais perspetivas de organização da informação em memória).
O facto de a ativação de um conceito implicar a ativação de outro acontece porque a ativação
do conceito hospital por exemplo, “espalha-se” para outros conceitos relacionados, tendo
como consequência a sua ativação o que decorre do “efeito de propagação da ativação”
(spreading activation; Jones & Fazio, 2008). Como tal, quando se pensa num deles, existe
uma maior probabilidade de pensarmos nos elementos associados do que elementos não
associados (e.g., pensar em hospital não leva a ativação do conceito de professor já que não é
um elemento frequentemente presente nesse contexto, exceto para alunos de hospitais
universitários). Este efeito não ocorre apenas para conceitos concretos (objetos, pessoas, …),
podendo inclusivamente acontecer para as avaliações que fazemos ou emoções que são
suscitadas por determinados objetos e/ou pessoas. Por exemplo, Morgan, Fischhoff, Bostrom
e Atman (2002) demonstraram que uma pessoa pode avaliar energia elétrica e energia nuclear
como um risco semelhante (em termos de consequências para a saúde), visto que ambas estão
mentalmente associadas, fazendo parte da mesma categoria geral: energia. Isto demonstra
também que a arquitetura mental é flexível, sendo que diferentes elementos, conceitos ou
representações mentais podem ser categorizadas de diferentes formas pela mesma ou
diferentes pessoas. Um exemplo disso encontra-se ao nível dos bens de consumo como a
comida por exemplo. Nesse sentido, uma laranja pode ser categorizada como um tipo de
comida (“fruta”), em termos da sua origem (“laranja do Algarve”), em termos do seu processo
de produção (“biológica), consequências para a saúde (“alimento saudável”) ou nutrientes
(“vitamina C”). Nesse sentido, pensar em laranja nestas diferentes formas, ativará diferentes
produtos associados (por exemplo, laranja do Algarve pode associar-se mentalmente a pera-
rocha do Oeste, por fazerem parte da categoria de produtos regionais (o mesmo não
acontecendo se pensarmos em frutos com vitamina C).
Para além das propriedades estruturais, é importante também perceber as regras pelas
quais o software cognitivo se rege, nomeadamente as suas propriedades funcionais. Estas
podem ser vistas em analogia com o que Higgins (1989; ver também Higgins, Bargh, &
Lombardi, 1985) denominou de modelo da sinapse. Da mesma forma que a ativação de certas
sinapses do corpo humano leva ao movimento muscular, também a ativação de representações
mentais ou nódulos, referidos anteriormente, determina a realização de certos
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comportamentos a expressão de atitudes, tomada de decisões e outros. Tal como acontece
com a ativação de sinapses e movimentos musculares, o nível de excitação das mesmas decai
de forma mais lenta se tiverem sido ativadas várias vezes no passado, do que se tiverem sido
ativadas apenas uma vez. De igual modo, uma determinada representação mental terá um
nível de “excitação” mais elevado quanto maior a sua ativação no passado. Mais ainda,
quanto maior a ativação, maior o potencial de influenciar o comportamento.
Este efeito é evidente nos nossos hábitos. Se um comportamento foi frequentemente
realizado no passado e tendo tido uma ativação mental frequente, maior será a probabilidade
de o realizarmos no contexto em que essas ações habitualmente ocorrem. Isso explica por
exemplo porque é que num dia de fim de semana ou feriado, em que saímos de casa pelo
caminho habitualmente usado para ir trabalhar mas com o objetivo de nos deslocarmos para
um destino diferente, damos por nós a estacionar no nosso local de trabalho, sem querer! Isto
demonstra uma das propriedades funcionais do sistema cognitivo: quanto maior o potencial
de ativação de uma representação mental, associado à elevada acessibilidade da mesma
decorrente da elevada frequência de ativação, maior a sua influência no comportamento.
No entanto, isto está dependente de outra regra ou propriedade: quanto maior a
“sobreposição” ou semelhança entre as características ou conteúdo da representação mental e
as características do contexto, maior a probabilidade desta ser aplicável àquela situação
(Higgins & Brendl, 1995). Por exemplo, um hábito terá maior probabilidade de ser realizado
nos contextos em que habitualmente ocorre. Isto acontece porque a informação sobre o
comportamento que habitualmente temos e que se encontra armazenada em memória, está
cognitivamente associada à informação sobre onde e em que condições ele ocorre. Nesse
sentido, é mais provável irmos para o local de trabalho quando não é suposto, se usamos o
caminho habitual, do que se usarmos outro caminho não habitual.
quando os processos são conscientes, temos uma noção/consciência dos aspetos a eles
associados e seus conteúdos e temos capacidade para os verbalizar. Por exemplo, temos
consciência do ato de falar mas não dos processos envolvidos na produção do discurso
(procura de palavras na memória; etc.).
É importante perceber, no entanto, que apesar de muitos dos processos envolvidos na
relação entre os indivíduos e o seu meio social não envolverem consciência, na sua maioria é
necessário que estes envolvam uma componente de perceção e atenção aos estímulos
relevantes para que o comportamento ocorra. Nesse sentido, apesar de não ser necessária
consciência, é necessário atenção. Isto implica que podemos ser influenciados por certos
aspetos do nosso ambiente sem que disso tenhamos consciência. Nesse sentido, Wegner e
Smart (1997) classificaram em quatro categorias globais, os processos cognitivos que
influenciam os nossos comportamentos, consoante envolvam atenção e consciência. Essa
classificação é apresentada no quadro seguinte.
usar o caminho que habitualmente usamos para nos deslocarmos para o emprego (por
exemplo, por obras na estrada), o que implica um maior esforço no sentido de avaliar as
várias alternativas possíveis que podemos usar e qual ou quais nos permitem chegar ao nosso
destino de forma mais rápida e sem trânsito.
O uso destes dois tipos de processamento e suas implicações foi analisado por exemplo
por Aarts, Verplanken e Van Knippenberg (1997). Neste estudo foram avaliados os hábitos de
uso de bicicleta como meio de deslocação e apresentadas 16 situações de viagem diferentes
em que os participantes teriam de decidir qual meio usar, com base num conjunto de quatro
atributos que poderiam ajudar na decisão: condições meteorológicas (chuva vs. sem chuva);
peso da bagagem (4kg vs. 20kg); hora de partida (09.00 vs. 14.00) e distância (num sentido)
ao destino (2.5Km vs. 5Km). Os resultados indicaram que pessoas com hábitos fracos de uso
de bicicleta, usavam estratégias de procura de informação mais elaboradas e davam igual
atenção aos quatro atributos; enquanto pessoas com hábitos fortes, seguiam um
processamento mais heurístico, dando atenção a menos atributos. Efetivamente, apesar da
possibilidade de seguirmos estes dois tipos de processamento de informação, (Smith &
Mackie, 2014), seguimos tendencialmente o mais heurístico com base num princípio de
economia cognitiva, procurando tratar a informação de forma superficial e com pouco
esforço.
Tal como referido, a visão clássica a este respeito sugere que podemos seguir um tipo
de processamento ou outro, dependendo das características dos indivíduos (por exemplo, a
sua capacidade e motivação para processar a informação) e da informação presente no seu
ambiente físico e social. No entanto, abordagens mais recentes vêm estes tipos de
processamento não só como complementares mas como contribuindo de forma conjunta para
a maioria dos processos envolvidos na interação entre os indivíduos e o seu ambiente social
(ver por exemplo, Bargh, Schwader, Hailey, Dyer, & Boothby, 2012; Ferreira, Garcia-
Marques, Sherman, & Sherman, 2006). Por outro lado, com base na visão clássica referida, o
processamento da informação seria sistemático/deliberado nos primeiros anos de vida, dando
origem subsequentemente a uma tendência para seguir um processamento mais
heurístico/superficial da informação, em adulto. Isto demonstra a importância da variável
tempo, pois com a frequência de ativação e uso de um conjunto de representações mentais,
este uso tornar-se-ia eventualmente automático (sendo um exemplo disto a aprendizagem da
condução de automóveis; Bargh et al., 2012). No entanto, estudos mais recentes com crianças
demonstraram que mesmo os processos inatos e automáticos podem ocorrer, sem que
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necessariamente tenham na sua origem ou sejam precedidos por processos deliberados e
conscientes (ver Bargh & Morsella, 2008).
Numa abordagem atual sobre o processamento cognitivo da informação e o papel da
consciência a este nível, Bargh et al. (2012) referem que os processos cognitivos podem ser
pré-conscientes, conscientes e pós-conscientes. Os processos pré-conscientes podem ser
iniciados com esforço reduzido a partir da perceção de informação social no mundo exterior
tais como por exemplo no caso de formação de impressões acerca de outras pessoas, tendo
por base as suas expressões faciais e comportamentos. Outra fonte de informação importante
são as próprias reações corporais e emocionais (e.g., posturas corporais, sensações físicas ou
estados emocionais) que a situação provoca. Os processos envolvidos no tratamento da
informação são considerados pré-conscientes visto que têm origem em atividades que
envolvem atenção e componentes sensoriais sem esforço e de caráter inconsciente, que
influenciam (servem de input) para os processos deliberados e conscientes. Segundo estes
autores, exemplos destes são: Contágio comportamental e conformidade; cognição
corporalizada; regulação emocional; perceção de faces e julgamento social; influências
atitudinais implícitas; julgamentos morais; motivação e prossecução de objetivos; estereótipos
e preconceito. De forma diferente, os processos pós-conscientes são processos de caráter
inconsciente e que não envolvem esforço mas que resultam de processos conscientes e
intencionais. Exemplos são: Atenção e performance motora; aquisição de capacidades
cognitivas; tomada de decisão; formação e manutenção de relações. Alguns exemplos de pré e
pós-consciência, serão desenvolvidos na próxima seção.
ação como quando observa uma ação semelhante a ser realizada por outra pessoa (ver
Rizzolatti & Craighero, 2004).
Procurando ir para além desta explicação, Chartrand e Bargh (1999) propuseram a
hipótese de que observar o comportamento de outra pessoa induziria a sua imitação de forma
automática e sem consciência (mas com atenção) com base na ativação destes neurónios mas
que essa ativação teria uma dimensão psicológica pois serviria uma função social. Isso foi
demonstrado por exemplo num dos estudos (estudo 1) em que durante duas sessões de 10min
os participantes interagiam com dois comparsas diferentes (C1 & C2), com o objetivo de
descrever um conjunto de fotos. Estes comparsas eram atores treinados pelos investigadores
para apresentarem um conjunto de maneirismos cujos efeitos seriam posteriormente
observados nos participantes. Numa condição, C1 esfregava a cara ou mexia o pé e na
segunda sessão C2 mexia o pé ou esfregava a cara; na outra condição, C1 sorria ou tinha uma
expressão neutra e na segunda sessão C2 tinha uma expressão neutra ou sorria. Os
comportamentos dos participantes eram filmados, sendo o seu comportamento avaliado
posteriormente por observadores treinados, que identificavam o número de vezes que os
participantes esfregavam a cara, mexiam o pé e/ou sorriam. Os resultados demonstraram que
os participantes imitaram automaticamente os comparsas sem disso terem consciência – ou
seja, mexiam o pé ou esfregavam a cara, quando o comparsa o fazia - sendo isso independente
dos comparsas sorrirem ou não. Num outro estudo (estudo 2), os autores demonstraram que
como consequência de serem imitados, os participantes relatavam gostar mais da pessoa que
os tinha imitado e viam-na como mais amigável, comparado com quando os participantes não
eram imitados. Este efeito foi também demonstrado noutros contextos, como por exemplo o
estudo de Maurer e Tindall (1983): quando os terapeutas imitavam as posições posturais dos
clientes, estes sentiam um maior grau de empatia expressa pelo terapeuta.
Estes e outros estudos demonstraram que a imitação tem como objetivo o reforço das
ligações interpessoais, funcionando como uma “cola social”. Esta “cola” seria a causa e não a
consequência, de um aumento da empatia e atração interpessoal (por exemplo em relações de
amizade e amorosas). Como tal, a imitação funciona como precursor de um conjunto de
processos conscientes e comportamentos, envolvendo processos inconscientes com base na
atenção ao comportamento dos outros. No entanto, apesar de ser automática, a imitação não é
“inevitável” visto que pode ser limitada por exemplo, por caraterísticas individuais, como a
reduzida capacidade para tomar a perspetiva do outro (ver Chartrand & Bargh, 1999; estudo
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3) ou em pessoas socialmente ansiosas (ver Vrijsen, Lange, Dotsch, Wigboldus, & Rinck,
2010).
Outro exemplo de processo pré-consciente é demonstrado pelos trabalhos de Aarts,
Gollwitzer e Hassin (2004) no que os autores denominaram de contágio comportamental.
Partindo do pressuposto de que os seres humanos conseguem inferir os objetivos associados
ao comportamento de uma pessoa ao observá-la ou ler/ouvir uma descrição acerca desta, isto
pode ativar as suas representações mentais acerca desses objectivos, de forma automática e
inconsciente e levar à realização dos comportamentos associados a esses mesmos objetivos.
Este seria o efeito de contágio de objetivos que implica a adoção automática e seguimento de
objetivos que vemos outros a querer alcançar. Por exemplo, se uma pessoa num certo
contexto é simpática para nós, podemos inferir o objetivo por detrás desse comportamento: 1)
tentar obter um favor; 2) querer colaborar; 3) ter um interesse sexual em nós; etc. Essa
inferência pode aumentar a acessibilidade da representação desse objetivo e por sua vez,
ativar a representação de um comportamento que esteja cognitivamente associado a este,
levando a que o mesmo seja desempenhado. Este efeito foi demonstrado num estudo dos
autores no qual os participantes - homens heterossexuais - eram temporariamente expostos a
informação sobre os comportamentos de outra pessoa, com um objetivo específico por detrás.
Metade dos participantes lia a descrição de um homem que num determinado cenário tinha
um comportamento que implicava o objetivo de procura de contato sexual, enquanto a outra
metade lia uma descrição que não implicava esse objetivo. Posteriormente tinham a
oportunidade de atuar de uma forma que permitiria alcançar esse objetivo, nomeadamente ao
ajudar uma mulher ou um homem no desempenho de uma tarefa. Os resultados mostraram
que os participantes que tinham lido antes a história que implicava um objetivo de procura de
contato sexual ofereciam mais ajuda na situação em que era uma mulher a necessitar de ajuda,
do que quando era um homem a necessitar. De igual forma ao comportamento de imitação, a
ativação de objetivos e consequente contágio, antecedeu processos conscientes e determinou o
comportamento de ajuda a outra pessoa.
Para além de exemplos de cognição pré-consciente, importa também ver exemplos de
cognição pós-consciente. Os processos envolvidos a este nível necessitam que exista
inicialmente um objetivo consciente ou intenção de os realizar mas, assim que estes têm
início, a consciência deixa de ser necessária, tendo por base apenas a atenção (Bargh et al.,
2012). Um exemplo pode ser encontrado no estudo de Maner, Gailliot e Miller (2009). Estes
autores dividiram os participantes em dois grupos, um de solteiros e outro de participantes
casados ou numa relação, inferindo que estes últimos teriam feito uma escolha consciente em
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iniciar e manter uma relação. Aos dois grupos eram apresentados estímulos (por primação
subliminar) referentes a fotos de faces de membros do sexo oposto, previamente classificados
como atrativos por outras pessoas antes do estudo. Estas fotos eram apresentadas de forma
rápida (durante 500ms) para que os participantes disso não tivessem consciência, ou seja, o
cérebro dava atenção aos estímulos mas não tinham tempo de processar a informação de
forma consciente. Com base nisto verificou-se que participantes solteiros tiveram uma maior
atenção a faces do sexo oposto - verificado com base numa maior deteção posterior de
estímulos que apareciam no mesmo quadrante que as faces, comparados com estímulos que
apareciam em quadrantes diferentes - comparado com os participantes numa relação. Segundo
os autores isto revela que certos processos cognitivos permitem que as pessoas que
conscientemente decidiram iniciar e manter uma relação, a protejam ao inibir ou desviar a
atenção de alternativas à sua relação, potencialmente atrativas ou desejáveis.
Apesar desta perspetiva integradora dos processos conscientes e inconscientes e dos
exemplos dos estudos apresentados serem recentes, esta investigação decorre ainda da
“herança cognitiva” tendo por base o paradigma de processamento de informação. No
entanto, outros estudos, principalmente na última década, têm tido por base outros paradigmas
e outras metodologias, igualmente interessantes, para o estudo deste tipo de processos e suas
consequências ao nível das perceções, avaliações, tomada de decisão e comportamentos. É
sobre essa vertente que incidirá a seção seguinte.
Semin, 2004) sendo sensível e orientada para agir de acordo com a especificidade do contexto
(para uma discussão, ver Wilson, 2002).
Desta nova concepção emergem os seguintes pressupostos (Semin & Smith, 2002; para
uma revisão ver Smith & Semin, 2004; Semin & Garrido, 2015; Semin et al., 2012, 2013;
Semin & Smith, 2013): 1) a cognição é para a ação, ou seja, não constitui um fim em si
mesma, mas um processo regulador adaptativo que é moldado pelos objectivos sociais e pelos
requisitos da ação (Smith & Semin, 2004). Assim, a inteligência por exemplo, é percebida
enquanto interações adaptativas com outros agentes e com o contexto e as estruturas
cognitivas são consideradas não como receptores passivos mas também como operadores no
mundo e as impressões, integram informação dos sistemas visual, verbal, afectivo e de ação
(Carlston, 1994) promovendo um comportamento adaptado e moldado às características da
pessoa percebida; 2) a cognição é socialmente situada; ou seja, em contraste com perspectiva
mentalista no âmbito da qual o agente lida com um mundo análogo ao inscrito na sua cabeça
(Clancey, 1997), a CSS considera a influência de um ambiente significativo cujas
características são recursos ou constrangimentos à cognição (Gibson, 1966) e às interações
entre os indivíduos (Semin & Smith, 2002). Estas ideias são sustentadas por exemplo, por
evidências que demonstram que as atribuições (Norenzayan & Schwarz, 1999), as auto-
atribuições (Rhodewalt & Augustsdottir, 1986), a auto-estima (Crocker, 1999), o auto-
conceito (McGuire & McGuire, 1988) e os estereótipos sociais (Schaller & Convey, 1999;
Garcia-Marques, Santos, & Mackie, 2006), processos cognitivos tipicamente considerados
automáticos e estáveis, são afinal influenciados por pistas derivadas da situação social
imediata. Ambientes e situações sociais específicas fazem parte dos nossos processos
cognitivos, e aprendemos a geri-los para facilitar processos cognitivos (Barsalou, 2000; Clark,
2008; Yeh & Barsalou, 2006); 3) a cognição é distribuída espacial e temporalmente pelo
ambiente (e.g., Kirsh, 1995; Palma, Garrido, & Semin, 2014), pessoas e grupos (e.g., Garcia-
Marques, Garrido, Hamilton, & Ferreira, 2012; Garrido, Garcia-Marques, & Hamilton, 2012a,
2012b; Garrido, Garcia-Marques, Hamilton, & Ferreira, 2012; Levine, Resnick, & Higgins,
1993; Wegner, 1986). A evolução da sociedade humana não pode ser percebida sem que se
perspective o conhecimento como um processo cumulativo que é distribuído e preservado
através de ferramentas (e.g., tesouras, livros, computadores), da estruturação do meio
ambiente (e.g., sinais de trânsito, marcos do correio) e da distribuição do conhecimento por
pessoas e grupos (mecânicos, cirurgiões, professores, Hutchins, 1995); 4) a cognição é
corporalizada (embodied) ou seja a arquitetura do nosso corpo e cérebro constituem fontes de
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regularidade ou de constrangimento à cognição, afecto, motivação e comportamento (Smith &
Semin, 2004). Estudos recentes ilustram por exemplo que os estados emocionais e os
julgamentos avaliativos podem ser induzidos por atividades corporais. Por exemplo, a
execução de movimentos verticais com a cabeça durante a apresentação de uma mensagem
persuasiva, promove avaliações mais positivas dessa mensagem, do que quando o movimento
da cabeça é horizontal (Wells & Petty, 1980). No âmbito da formação de impressões,
verificou-se também que a congruência entre a valência dos comportamentos de um alvo
social (e.g., positiva) e a localização espacial onde estes são apresentados (e.g., em cima)
facilita o processo de formação de impressões e a sua posterior recuperação (Palma, Garrido,
& Semin, 2011) . Outros estudos mostram que a representação de conceitos abstractos como
afecto (e.g., Meier & Robinson, 2004; ver Azevedo, Garrido, Prada, & Santos, 2013; Garrido,
Azevedo, Prada, & Santos, 2011), poder (e.g., Schubert, 2005), tempo (e.g., Lakens, Semin,
& Garrido, 2011), ou até mesmo conceitos politicamente conotados (e.g., Farias, Garrido, &
Semin, 2013; ver Farias & Garrido, 2011; Garrido, Farias, & Palma, 2010), utilizam conceitos
concretos (espaço vertical e horizontal) que ajudam à sua representação e comunicação.
Outros estudos mostram ainda que a adopção de expressões faciais correspondentes a estados
emocionais (induzidas linguística ou mecanicamente) promove a emoção correspondente
(e.g., Duclos et al., 1989; Laird, 1974) e influencia tarefas de julgamento avaliativo (e.g.,
Foroni & Semin, 2009; Niedenthal, 2007; Strack, Martin, & Stepper, 1998). Outros estudos
indicam também que determinadas caraterísticas do ambiente físico (e.g., temperatura, mas
também odor e distância, ver Semin & Garrido, 2012) promovem processos afectivos e
avaliativos distintos. Por exemplo segurar um copo de café quente ou permanecer numa sala
aquecida promove impressões mais positivas de um alvo social hipotético (e.g., IJzerman &
Semin, 2009; Williams & Bargh, 2008). Estas e outras evidências que fundamentam a
cognição nos sistemas de modalidades específicas do cérebro (Barsalou, Niedenthal, Barbey,
& Ruppert, 2003; Smith & Semin, 2004) permitem explicar a estreita relação entre o corpo e
o processamento da informação.
Apesar da cognição social situada ter vindo a obter crescente apoio empírico e
considerável desenvolvimento teórico, as suas propostas caracterizam-se também pela
controvérsia que suscitam. Alguns autores defendem por exemplo, que sugerir que toda a
cognição é situada implica excluir grande parte do processamento cognitivo humano
nomeadamente, a atividade cognitiva realizada offline (e.g., atividades como planear, recordar
ou sonhar acordado) ou seja, dissociada de qualquer interação com o ambiente (e.g., Wilson,
2002). No entanto, mesmo nesses casos é possível argumentar que a cognição não deixa de
23
ser situada, ou seja, mesmo quando a cognição é realizada offline, são recativadas as
respectivas modalidades ativadas na cognição online, levando o indivíduo a simular a
experiência tal como na presença da situação ou evento (e.g., Barsalou, 1999; para revisão ver
Barsalou, 2008). Uma outra crítica que frequentemente se levanta refere-se à proposta da CSS
em estudar o indivíduo na situação como um sistema unificado. Segundo alguns autores tal
não se justifica, na medida em que a definição das fronteiras de um sistema constitui uma
questão de julgamento e depende dos objectivos particulares da análise realizada (e.g.,
Wilson, 2002). Recordando como objectivo da ciência o estabelecimento de princípios e
regularidades e não a explicação de acontecimentos específicos, a natureza facultativa da
cognição distribuída torna-se um problema. Por outro lado, uma visão da cognição como
infinitamente flexível, distribuída e responsiva ao contexto físico e social carece de poder
preditivo. Torna-se assim difícil prever exatamente como é que um contexto infinitamente
variável afecta o nosso pensamento e comportamento. A resposta a estas questões irá exigir
um acrescido esforço teórico e empírico, no sentido de explorar as características do contexto
que são mais importantes na determinação da cognição (Smith & Conrey, 2009).
Em resumo, não sendo uma teoria unificada, nem constituindo uma ruptura com as
temáticas historicamente estudadas na cognição social, a CSS enquadra novas ferramentas
conceptuais fundamentadas no desenvolvimento de abordagens teóricas que colocam a
interdependência entre o ser social e o contexto em primeiro plano, que especifiquem não só
os processos psicológicos envolvidos mas também as suas fronteiras.
2
No âmbito deste capítulo serão apenas abordadas as neurociências sócio-cognitivas e não toda a vasta
área das neurociências (para revisão ver Lieberman, 2007b), bem como os seus principais contributos e
limitações para o desenvolvimento da investigação em cognição social.
23
que expressam uma relação entre um estímulo e uma resposta específica, suficientemente
estáveis para serem psicologicamente interpretados.
A receptividade da cognição social às NSC fundamenta-se no potencial desta
abordagem na identificação das estruturas e processos cognitivos, em contraponto ao limitado
potencial das inferências que as medidas dependentes indiretas como a latência da resposta, a
taxa de erros e avaliações da memória dos indivíduos (e.g., recordação) permitem realizar.
Por exemplo, as medidas comportamentais expressam o resultado da combinação de
processos cognitivos, afectivos e motores (Coles, Smidt, Scheffers, & Otten, 1995), não sendo
todos de interesse teórico para as questões em estudo. Estas medidas não constituem por isso
medidas diretas desses processos, nem permitem localizar estruturas e processos psicológicos
no cérebro, nem avaliam esses processos em tempo real (e.g., Bartholow, 2010).
A NSC procura assim estudar os mecanismos neuronais subjacentes aos processos
sócio-cognitivos (e.g., Blakemore, Winston, & Frith, 2004) através da combinação de três
níveis de análise: o nível social, relativo aos factores sociais e motivacionais que influenciam
o comportamento e a experiência; o nível cognitivo, que explora os mecanismos do
processamento de informação inerentes a fenómenos de nível social; e o nível neuronal,
centrado nos mecanismos cerebrais que levam aos processos de nível cognitivo (Ochsner &
Lieberman, 2001).
Durante a década de 90 assistiu-se a um exponencial desenvolvimento das NSC, a partir
de investigação de estruturas e processos cerebrais envolvidos na cognição social “normal”,
em vez de centrada, como anteriormente, na descrição dos danos cerebrais e cognitivos
observados em pacientes com lesões (Lieberman, 2007a). Atualmente a utilidade dos ERP
(event related potentials)3 é reconhecida para determinar em que medida cada condição dos
estímulos influencia diferentes aspectos do processamento de informação, separando a
influência dos vários componentes do sistema de processamento; a ordem temporal relativa
desses processos em tempo real; e como é que esses processos dão origem às respostas
comportamentais observáveis, indexando diretamente as respostas neuronais inerentes a
processos cognitivos e afectivo-motivacionais de interesse (ver Bartholow, 2010; Bartholow
& Amodio, 2009; Bartholow & Dickter, 2007, para revisão). Por exemplo, a utilização dos
ERP permitiu identificar que diferentes regiões do córtex então envolvidas em crenças
3
Os ERP constituem respostas eléctricas neuronais associadas a eventos sensoriais, cognitivos e motores
específicos e significativos que podem ser medidas através de um Electroencefalógrafo (EEG). Na prática, os
ERP são medidos através da média das respostas associadas no tempo a um certo estímulo, através de vários
ensaios (Luck, 2005).
25
avaliativas e não avaliativas (e.g., Cacioppo, Crites, & Gardner, 1996). Outras técnicas como
a tomografia de emissão de positrões4 (PET), e a estimulação magnética transcranial5 (TMS),
permitiram avanços substanciais sobretudo na localização das estruturas cerebrais subjacentes
a processos cognitivos específicos. Contudo, foi a introdução da fMRI6 (Functional Magnetic
Resonance Imaging), enquanto técnica das neurociências aplicada à cognição social, que
catalisou a NSC enquanto área de estudo (Lieberman, 2005). Neste âmbito foi possível
estudar questões relativas aos estereótipos, verificando, por exemplo, uma maior ativação da
amígdala perante a apresentação de faces de pessoas pertencentes a um outgroup (Hart et al.,
2000; Phelps et al., 2000); o auto-conhecimento, mostrando nomeadamente que a recordação
privilegiada de informação sobre nós próprios face a outro tipo de informação semântica se
fundamenta na ativação de zonas do córtex funcionalmente diferentes (Kelley et al., 2002), e
a teoria da mente, no âmbito da qual foram revelados os vários substratos cerebrais
envolvidos neste tipo de processamento (Baron-Cohen, Ring, Moriarty, Shmitz, & Costa,
1994; Frith & Frith, 1999). Estudos mais recentes abordam vários domínios da psicologia e da
cognição social como a auto-consciência (Gusnard, Akbudak, Shulman, & Raichle, 2001;
Keenan, Nelson, O’Connor, & Pascual-Leone 2001); julgamentos e tomada de decisão (De
Quervain et al., 2004; Sanfey, Rilling, Aronson, Nystrom, & Cohen, 2003); cooperação
(Kosfeld, Heinrichs, Zak, Fischbacher, & Fehr, 2005; Rilling, Sanfey, Aronson, Nystrom, &
Cohen, 2004); os auto-esquemas (Lieberman et al., 2004); exclusão social (Eisenberger,
Lieberman, & Williams, 2003); avaliação atitudinal (Cunningham, Johnson, Gatenby, Gore,
& Banaji, 2003; Wood, Romero, Knutson, & Grafman, 2005); regulação dos estereótipos
(Amodio, Harmon-Jones, & Devine, 2003; Lieberman, Hariri, Jarcho, Eisenberger, &
Bookheimer, 2005; Richeson et al., 2003); efeitos das expectativas (Petrovic, Kalso,
Petersson, & Ingvar, 2002; Wager et al., 2004); cognição relacional (e.g., Aron, Fisher,
Mashek, Strong, & Brown, 2005; Iacoboni et al., 2004); empatia (Carr, Iacoboni, Dubeau,
Mazziotta, & Lenzi, 2003; Singer et al., 2004), entre outros.
4
A PET constituiu uma das primeiras formas de neuroimagem funcional, posteriormente substituída em
importância pela fMRI. Após a injeção ou inalação de marcadores radioativos (raios Gamma) que se fixam a
moléculas biologicamente ativas, a PET permite identificar por onde os marcadores estão a viajar no cérebro
durante diferentes tipos de atividade mental (Lieberman, 2010).
5
A estimulação magnética transcraniana constitui uma técnica não-invasiva que utiliza campos
magnéticos para estimular ou atrasar atividade cerebral em áreas específicas ou na totalidade do cérebro (e.g.,
Pulvermüller, Hauk, Nikulin, & Ilmoniemi, 2005).
6
A utilização da fMRI assenta no pressuposto de que o sangue que flui numa região ativa é mais
oxigenado exibindo assim propriedades magnéticas (diferentes do sangue não oxigenado), que são detectadas
pela fMRI, permitindo localizar espacialmente para onde é que o sangue está a fluir (Lieberman, 2010).
25
Os desenvolvimentos observados nas NSC constituem potenciais contributos para a
cognição social a três níveis: permitem estudar processos psicológicos que experiencialmente
se sentem de forma idêntica e produzem resultados comportamentais semelhantes, mas que na
verdade dependem de diferentes mecanismos (e áreas cerebrais) subjacentes; permitem
observar processos aparentemente heterogéneos que, ao contrário do que se pensava,
dependem dos mesmos mecanismos (recrutando as mesmas áreas cerebrais; Lieberman,
2010); e permitem acumular conhecimento sobre as funções de diferentes regiões cerebrais,
segmentar fenómenos complexos nos seus componentes mais simples, tornando possível
inferir alguns processos mentais (Lieberman, 2007a), dificilmente capturados por medidas
comportamentais tradicionais (Ochsner & Lieberman, 2001). Por exemplo, através destas
técnicas foi possível avaliar as contribuições independentes de processos que ocorrem
simultaneamente como, por exemplo, os componentes automáticos e controlados de um dado
processo (Ochsner & Lieberman, 2001). Uma questão recorrente no estudo da memória
nomeadamente, saber se diversos tipos de memória resultavam de um único sistema de
memória a operar de diferentes formas, ou de sistemas de memória distintos a operarem de
forma concertada, foi recentemente clarificada a partir de dados neuropsicológicos e
provenientes da neuroimagem que apontam para a existência de múltiplos sistemas de
memória (e.g., Schacter & Tulving, 1994; Squire, 1992).
No entanto o contributo da NSC para o desenvolvimento de modelos e teorias
psicológicas não é consensual. Os mais cépticos afirmam que a NSC ainda não possui dados
suficientes que permitam testar e distinguir entre teorias que concorrem pela explicação do
mesmo fenómeno psicológico (e.g., Coltheart, 2006; Henson, 2005). Outros reconhecem as
NSC como uma área importante, admitindo que o mapeamento das áreas cerebrais
subjacentes a alguns processos cognitivos simples poderá informar e diferenciar entre
modelos psicológicos. No entanto, reconhecem também o seu limitado potencial de aplicação
aos modelos atuais em cognição social. Estas limitações decorrem da complexidade dos
próprios processos psicossociais7 que dificilmente permitem uma exata localização (e.g.,
Lieberman, 2007a; Mitchell, 2008; Willingham & Dunn, 2003). Será que, por exemplo, o
processo de categorização inicial, comum em muitos dos atuais modelos de formação de
impressões (e.g., Brewer, 1988; Fiske & Neuberg, 1990), não é ele próprio composto por
vários sub-processos recrutados consoante o tipo de categorização a efetuar (e.g., raça, sexo)?
Será que estes modelos ganham poder explicativo ao incorporarem o nível de precisão
7
Para uma discussão detalhada sobre as limitações da NSC, ver Willingham e Dunn (2003).
27
oferecido pelas NSC? Discute-se ainda até que ponto o enfâse na localização dos processos
psicológicos e as metodologias das NSC que impedem os participantes de falar, de se
movimentarem, e de interagirem enquanto são expostos a sucessivas repetições de ensaios
para extrair sinais detectáveis do ruído, não suprimem a importância do contexto, dos agentes
e das suas interações (Lieberman, 2010). Por último, destacam-se também aqueles que
defendem que se “os processos cognitivos são implementados pelo cérebro, as medidas da
atividade cerebral poderão fornecer insights sobre a sua natureza” (Rugg & Coles, 1995, p.
27). Para estes, a NSC é uma área vibrante que tem contribuído para o conhecimento sobre o
ser humano social com novas descobertas que fundamentam e por vezes desafiam muitas
teorias existentes em cognição social (e.g., Lieberman, 2007a; Mitchell, 2008; Ochsner &
Lieberman, 2001).
O fato das NSC preconizarem que saber “onde” os processos cognitivos ocorrem
equivale a saber “como ocorrem”, levou a que as contribuições dos estudos de neuroanatomia
funcional para a cognição social adquirissem uma má reputação. Na verdade saber “onde” os
processos ocorrem deixa em aberto muitas questões (Lieberman, 2010), pelo que a utilidade
do mapeamento cerebral só emerge quando a questão “onde” (no cérebro) é apenas um
prelúdio para as questões “quando”, “porquê” e “como”. Não obstante, com base na
neuroanatomia funcional e na localização dos processos psicológicos, é por vezes possível
saber como é que estes processos ocorrem, quando ocorrem e porque ocorrem. Assim, se a
resposta à pergunta “onde” não for interpretada enquanto um fim em si mesmo que retire a
ênfase da compreensão dos processos afectivo-sociais e o coloque na sua localização e se
estas técnicas forem entendidas como ferramentas adicionais e complementares às medidas
tradicionais de investigação em cognição social (e.g., Ochsner & Lieberman, 2001), as
medidas da NSC podem contribuir para desvendar as estruturas e os processos inerentes aos
fenómenos sociais (Lieberman, 2007a). Por outro lado, enquanto as NSC historicamente se
focam no estudo de fenómenos elementares, compreendendo o fenómeno social segundo uma
perspectiva bottom-up, os psicólogos sociais tendem a focar-se na análise de um vasto
conjunto de fenómenos sociais complexos e socialmente relevantes, integrando uma
perspectiva top-down.
No entanto, a investigação em cognição social poderá informar os estudos das NSC
nomeadamente acerca da função sócio-cognitiva de determinadas regiões no cérebro. Por
outro lado, e ainda que não seja claro até que ponto a localização de estruturas e processos
cognitivos constitua um contributo para a cognição social (Lieberman, 2005), é possível que,
27
mantendo o nível de desenvolvimento teórico e reconhecendo a existência de fenómenos que
não são passíveis deste mapeamento devido ao seu grau de complexidade, a cognição social
possa usar os dados das neurociências. Nomeadamente, a informação sobre o mapeamento
cerebral poderá desambiguar e testar teorias concorrentes relativas aos processos psicológicos
subjacentes a vários tipos de fenómenos utilizando o conhecimento relativo aos sistemas do
cérebro que estão inerentes à memória, linguagem, emoção e outros processos, permitindo
testar hipóteses que não poderiam ser testadas usando somente medidas comportamentais.
Será assim da convergência de múltiplas áreas do conhecimento e de vários métodos e
técnicas que emergem contributos recíprocos (e.g., Miller & Keller, 2000; Ochsner &
Lieberman, 2001) que permitam responder a algumas questões e levantar outras tantas.
7.6 Conclusão
Embora a abordagem sócio-cognitiva surja historicamente ligada à psicologia cognitiva,
assumindo nomeadamente o pressuposto de que os mesmos princípios de processamento de
informação se aplicam quer a domínios sociais quer a não sociais, a cognição social vai além
da mera aplicação de teorias e metodologias cognitivas a tópicos tradicionalmente estudados
em psicologia social. Atualmente, a cognição social não se limita ao estudo de processos
puramente intelectuais de pensamento, julgamento e recordação, reconhecendo a natureza
social do processamento de informação e considerando um conjunto de variáveis afectivas e
motivacionais assim como variáveis contextuais que influenciam a forma como percebemos,
sentimos e agimos sobre o mundo.
Neste sentido, o estudo da cognição social não se limita apenas ao estudo do indivíduo e
dos seus processos cognitivos, nem se limita apenas aos estudos do ambiente social e dos
processos sociais que nele ocorrem. Efetivamente, o indivíduo e o seu ambiente social são
estudados como um elemento único e inseparável. Isso é demonstrado pela observância de um
conjunto de processos cognitivos, motivacionais e afetivos interdependentes, que permitem
responder à questão global “Porque é que as pessoas fazem aquilo que fazem?”, através de um
nível de explicação psicológico.
Estes pressupostos refletem-se na diversidade de processos examinados pela cognição
social, que incluem temas estudados noutras áreas da ciência psicológica, como a memória,
perceção e atenção, emoção, e outros “grandes temas”. A cognição social examina estes temas
no sentido de compreender os determinantes e processos que estão na base do comportamento
humano, como por exemplo: imitação, prossecução de objetivos, estabelecimento e
manutenção de relações, tomada de decisão (individual e em grupo), formação de impressões,
29
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