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09/09/2018
Número: 0809311-23.2018.4.05.8100
Classe: JUSTIFICAÇÃO CRIMINAL
Partes
Tipo Nome
REQUERIDO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
REQUERENTE JERONIMO ALVES BEZERRA
REQUERENTE FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
ADVOGADO Marcelo Leal de Lima Oliveira
REQUERENTE IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
ADVOGADO ANTONIO EDUARDO DE LIMA MACHADO FERRI
REQUERENTE GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
ADVOGADO Marcelo Leal de Lima Oliveira
Documentos
Id. Data/Hora Documento Tipo
4058100.3847182 25/06/2018 Ação de Justificação Criminal - Inicial Petição Inicial
18:11
4058100.3847196 25/06/2018 1 - Deusmar - Ação de Justificação simplificada Documento de Comprovação
18:11
4058100.3847199 25/06/2018 2 - Procurações Documento de Comprovação
18:11
4058100.3847201 25/06/2018 3 - Denúncia Garimpagem Documento de Comprovação
18:11
4058100.3847208 25/06/2018 4 - Sentença Garimpagem reduzido Parte1 Documento de Comprovação
18:11
4058100.3847210 25/06/2018 4 - Sentença Garimpagem reduzido Parte2 Documento de Comprovação
18:11
4058100.3847253 25/06/2018 4 - Sentença Garimpagem reduzido Parte3 Documento de Comprovação
18:11
4058100.3847256 25/06/2018 4 - Sentença Garimpagem reduzido Parte4 Documento de Comprovação
18:11
4058100.3847264 25/06/2018 5 - Acórdão, Relatório e Voto da Apelação Documento de Comprovação
18:11 Parte1
4058100.3847266 25/06/2018 5 - Acórdão, Relatório e Voto da Apelação Documento de Comprovação
18:11 Parte2
4058100.3847268 25/06/2018 6 - Andamento REsp 1.449.193 Documento de Comprovação
18:11
4058100.3847295 25/06/2018 Certidão de Distribuição Certidão
18:17
4058100.3871033 29/06/2018 Petição - remessa imediata Petição
16:49
4058100.3871037 29/06/2018 Deusmar - justificação criminal remessa Documento de Comprovação
16:49 imediata
4058100.3871207 29/06/2018 Certidão de Redistribuição Certidão
17:03
4058100.3875936 03/07/2018 Despacho Despacho
14:50
4058100.3879128 03/07/2018 Intimação Expediente
14:50
4058100.3885001 04/07/2018 Intimação Expediente
14:15
4058100.3887372 04/07/2018 Certidão de Intimação Certidão de Intimação
18:17
4058100.3895297 06/07/2018 Certidão de Intimação Certidão de Intimação
08:43
4058100.3897672 06/07/2018 Substabelecimento Petição
13:15
4058100.3897673 06/07/2018 Substabelecimento Ferri Documento de Comprovação
13:15
4058100.3899739 09/07/2018 Certidão de Retificação de Autuação Certidão de retificação de autuação
00:00
4058100.3909080 10/07/2018 PAR 12660 justificacao criminal 0809311-23.pdf Petição
15:28
4058100.3909071 10/07/2018 PAR 12660 justificacao criminal 0809311-23.pdf Petição
15:28
4058100.3909069 10/07/2018 PAR 12660 justificacao criminal 0809311-23.pdf Petição
15:28
4058100.3909061 10/07/2018 Manifestação do MPF Petição
15:28
4058100.3934662 18/07/2018 Despacho Despacho
14:24
4058100.3946325 18/07/2018 Intimação Expediente
14:24
4058100.3946326 18/07/2018 Intimação Expediente
14:24
4058100.3946327 18/07/2018 Intimação Expediente
14:24
4058100.3946328 18/07/2018 Intimação Expediente
14:24
4058100.3950955 19/07/2018 Certidão de Intimação Certidão de Intimação
13:43
4058100.3951144 19/07/2018 Certidão de Intimação Certidão de Intimação
13:57
4058100.3990410 27/07/2018 Manifestação rol de testemunhas Petição
15:13
4058100.3990430 27/07/2018 Deusmar - Ação de Justificação Criminal Documento de Comprovação
15:13 manifestação rol de testemunhas.pdf 01
4058100.3992182 28/07/2018 Certidão de Intimação Certidão de Intimação
00:01
4058100.3992183 28/07/2018 Certidão de Intimação Certidão de Intimação
00:01
4058100.4008596 01/08/2018 Decisão Decisão
14:29
4058100.4010620 01/08/2018 Intimação Expediente
15:51
4058100.4014603 02/08/2018 Ciência do MPF - MANIFESTACAO- Petição
11:52 14336_2018.pdf
4058100.4059768 11/08/2018 Certidão de Intimação Certidão de Intimação
00:04
4058100.4059769 11/08/2018 Certidão de Intimação Certidão de Intimação
00:04
4058100.4059771 11/08/2018 Certidão de Intimação Certidão de Intimação
00:04
4058100.4059772 11/08/2018 Certidão de Intimação Certidão de Intimação
00:04
4058100.4059773 11/08/2018 Certidão de Intimação Certidão de Intimação
00:04
4058100.4090691 17/08/2018 Apelação Apelação
17:47
4058100.4090698 17/08/2018 Deusmar Apelação Indeferimento Justificação Documento de Comprovação
17:47 Criminal Corrigido
4058100.4093554 20/08/2018 Despacho Despacho
17:02
4058100.4098125 20/08/2018 Intimação Expediente
17:02
4058100.4098126 20/08/2018 Intimação Expediente
17:03
4058100.4098127 20/08/2018 Intimação Expediente
17:03
4058100.4098130 20/08/2018 Intimação Expediente
17:03
4058100.4098132 20/08/2018 Intimação Expediente
17:03
4058100.4113853 22/08/2018 Certidão de Intimação Certidão de Intimação
17:34
4058100.4143061 28/08/2018 Contrarrazões do MPF Contrarrazões
14:05
4058100.4152650 29/08/2018 Certidão de retificação de processo remetido Certidão
16:52
4058100.4154303 30/08/2018 Certidão de Intimação Certidão de Intimação
00:02
4058100.4154304 30/08/2018 Certidão de Intimação Certidão de Intimação
00:02
4058100.4154383 30/08/2018 Certidão de Intimação Certidão de Intimação
00:03
4058100.4154384 30/08/2018 Certidão de Intimação Certidão de Intimação
00:03
EXCELENTÍSSIMO JUIZ FEDERAL DA ____ VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
destinada à produção de prova testemunhal, sob o crivo do contraditório, a ser utilizada em posterior ação
de Revisão Criminal, com o intuito de rescindir condenação criminal, proferida nos autos da ação penal nº
0012628.43.2010.4.05.8100, e, posteriormente, confirmada em grau de apelação pelo Tribunal Regional
Federal da 5ª Região, o que faz pelos seguintes motivos:
1.
1/9
1. 1. Os Autores foram denunciados e condenados inicialmente pela suposta
prática dos crimes descritos nos artigos 7º, IV, da Lei nº 7.492/86 e 27-C da Lei nº 6.385/76, sendo
a conduta imputada, a de "garimpagem" de ações.
1. 6. Sendo assim, não restou à defesa outro caminho senão servir-se do presente
expediente, de jurisdição voluntária, para realizar a prova testemunhal que servirá a futura Revisão
Criminal, de molde a comprovar que a ação de negociação pelo sistema realizado não
importava em lesão ao sistema financeiro nacional, pois, sendo o particular a negociar
diretamente na Bolsa, ou sendo a empresa corretora, vendendo-as em lote,
independentemente do volume das transações, resultariam em um mesmo preço .
1.
2/9
1. 9. Como já se disse, além destes depoimentos serem inéditos , não poderiam
ter sido produzidos na ação originária.
1. 10. O Superior Tribunal de Justiça, por decisão de sua Quinta Turma, já fixou o
entendimento de que a conveniência da produção da prova cabe ao interessado, sendo até mesmo
dispensável declinar, em sede de ação de justificação criminal, a sua novidade ou necessidade para
fins de revisão criminal. Neste sentido:
2.No procedimento de justificação judicial não se exige que a defesa explicite a novidade, a importância
ou a finalidade da prova que pretende produzir, exame que será realizado quando da sua utilização em
eventual ação revisional a ser ajuizada. Precedentes.
3.Habeas corpus não conhecido. Ordem concedida de ofício para determinar o processamento da
cautelar de justificação ajuizada pela defesa. (HC 324634, Rel. Min LEOPOLDO DE ARRUDA
RAPOSO, DJ de 04/11/2015)."
1.
3/9
1. 14. Nesse sentido:
4/9
"Para a revisão é inclusive necessário que seja a prova produzida judicialmente, no juízo de 1º grau,
obedecendo-se o princípio do contraditório, com a exigência, portanto, da participação do Ministério
Público. Tal justificação criminal, verdadeira ação penal cautelar preparatória, deve ser processada
perante o juízo da condenação."
"Busca da prova nova: pode ser ela introduzida diretamente nos autos da revisão criminal - quando se
tratar de documento novo, por exemplo - como pode ser alcançada por meio do procedimento próprio,
denominado justificação, que é uma medida cautelar voltada à preparação de futura ação penal ou de
julgamento, Desenvolve-se a justificação perante o juiz da condenação, como preceituado pelo art. 861 e
seguintes do Código de Processo Civil"
5/9
1. 21. Não é demais lembrar que a ação de justificação judicial é independente e
autônoma, de jurisdição voluntária , sendo que ao Magistrado não caberá fazer análise de mérito
que pudesse vir a interferir no juízo penal.
1. 22. Ao autor caberá fazer a avaliação, a depender do conteúdo que ali restar
produzido, se de fato usará o material probatório, seja para guardar como documento, seja para, no
futuro, embasar ação própria, como é sua intenção.
[2]
1. 24. Com entendimento idêntico, pode-se citar ARI FERREIRA DE QUEIROZ
.
1. 26. É o que a doutrina, de modo muito lúcido, ensina, valendo citar artigo de
[3]
autoria de ALEXANDRE CLAUDINO SIMAS SANTOS , por sua pontual exposição:
"No entanto, a controvérsia surge quando a Justificação Criminal é proposta em momento anterior ao
trânsito em julgado da sentença que se pretende ver rescindida, caso em que pode vir a ser questionado o
cabimento da cautelar, porquanto a Revisão Criminal somente é admitida em face de sentença transitada
em julgado ($ 1º do art. 625 do Código de Processo Penal).
É importante ressaltar que a legislação vigente não estabelece exigências específicas para o ajuizamento
de Justificação Criminal, não havendo que se falar em óbice legal à sua propositora anterior ao trânsito
em julgado. Em que pese esteja ela relacionada à Revisão Criminal (que inegavelmente só é cabível após
o trânsito em julgado da sentença condenatória), não se pode perder de vista a natureza cautelar de
Ação de Justificação, cuja urgência é intrínseca. Também não é demais lembrar que a prova produzida
em seu âmbito pode conduzir à reparação de um erro judicial dos mais graves, qual seja, a injusta
condenação criminal.
Dessa forma, entende-se que o indeferimento da Justificação Criminal, ainda em casos em que a
condenação não tenha passado em julgado, pode vir a malferir os princípios constitucionais do
contraditório e da ampla defesa, mormente nos casos em que o autor foi sentenciado a cumprimento de
pena em regime semiaberto ou fechado. Nesta hipótese, o óbice à obtenção da prova obtida por meio da
6/9
cautelar pode resultar na prisão do acusado, tendo em vista que, uma vez transitada em julgado a
sentença condenatória, proceder-se-ia à expedição de mandado de prisão para cumprimento da pena,
desfecho possível de ser evitado com o sucesso da futura Revisão Criminal.
(...)
Conclui-se, pois, que não há base legal para que seja indeferida a Ação de Justificação Criminal sob
argumento de que não houve transito em julgado da sentença a ser impugnada, e que a questão deve ser
solucionada em favor das garantias constitucionais da ampla defesa e do contraditório (art. 5º LV, da
Constituição da República)."
1. 27. Neste sentido, a ausência de trânsito em julgado, que se avizinha, aliás, não
constitui qualquer óbice à ação de justificação criminal, que é autônoma, e possui natureza cautelar
de produção antecipada de prova.
IV - DOS PEDIDOS
b) seja deferida a oitiva das testemunhas arroladas abaixo, intimando-as nos endereços ali expressos,
todas elas residentes nesta Seção Judiciária.
Economista
Operador de Bolsa
Analista Administrativa
7/9
Empresário
Administrador
Rua Senador Pompeu, 1520 - 3º andar- Centro - CEP 60025-902 - Fortaleza (CE)
Empresário
Bairro Meirelles
Fortaleza (CE)
c) sejam os autos, após cumpridas as formalidades legais, entregues aos Advogados subscritores, nos
termos do artigo 866 do Código de Processo Civil.
P. deferimento.
[1] THEODORO JÚNIOR, Humberto. Processo Cautelar, 18. Ed. Ver e atual. São Paulo: Livraria e
Editora Universitária de Direito, 1999, p. 323
[2] QUEIROZ, Ari Ferreira de. Direito processual civil: processo de execução e do processo cautelar. 3.
Ed. Ver., ampl. e atual até junho de 1997. Goiânia: Editora Jurídica. 1997. P. 315
8/9
[3] Disponível em:
<http://emporiododireito.com.br/leitura/sobre-o-ajuizamento-de-justificacao-criminal-antes-do-transi
to-em-julgado-analise-acerca-do-cabimento>. Acesso em: 21 fev. 2017.
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado
18062518011876000000003852529
Data e hora da assinatura: 25/06/2018 18:11:24
Identificador: 4058100.3847182
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 9/9
EXCELENTÍSSIMO JUIZ FEDERAL DA ____ VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO
CEARÁ
1/9
I – BREVE HISTÓRICO PROCESSUAL
2/9
pois, sendo o particular a negociar diretamente na Bolsa, ou sendo a empresa
corretora, vendendo-as em lote, independentemente do volume das transações,
resultariam em um mesmo preço.
3/9
defesa. (HC 324634, Rel. Min LEOPOLDO DE ARRUDA RAPOSO, DJ
de 04/11/2015).”
4/9
justificação prévia tendente para instruir revisão criminal, mas o juízo
criminal comum declinou da competência para o juizado de violência
doméstica da mesma circunscrição, por se tratar de crime praticado no
âmbito familiar doméstico. 2. Conforme precedente da egrégia câmara
criminal, a lei 11.340/2006 é norma jurídica de natureza mista que
contém regras de direito material mais gravosas. Assim, a competência
para julgar fatos que classificados como violência doméstica e familiar
contra mulher ocorridos antes de sua vigência é da vara criminal, sob
pena de ofender o princípio da irretroatividade da lei penal mais
gravosa. 3. não se tratando de apurar fato novo, mas de reapreciar
crime já transitado em julgado, verifica-se a prevenção da competência
do juízo da condenação para o procedimento de justificação judicial. 4.
conflito de competência conhecido e provido para declarar competente
o juízo suscitado. (TJ-DF – CCR: 31552520128070000 DF 0003155-
25.2012.807.0000, Relator: GEORGE LOPES LEITE, Data de
Julgamento: 12/03/2012, Câmara Criminal, Data de Publicação:
11/04/2012, DJ-e Pág. 121)”
5/9
17. No mesmo sentido, NUCCI:
“Busca da prova nova: pode ser ela introduzida diretamente nos autos
da revisão criminal - quando se tratar de documento novo, por exemplo
- como pode ser alcançada por meio do procedimento próprio,
denominado justificação, que é uma medida cautelar voltada à
preparação de futura ação penal ou de julgamento, Desenvolve-se a
justificação perante o juiz da condenação, como preceituado pelo art.
861 e seguintes do Código de Processo Civil”
6/9
23. HUMBERTO THEODORO JÚNIOR, ao comentar o antigo artigo 861 do
Código de Processo Civil, cuja redação foi reproduzida no novel artigo 381, ensina que
a justificação tem o fim de documentar fatos, podendo servir a dois objetivos diversos:
simplesmente de documento para o proponente, sem caráter contencioso, exaurindo
em si mesma sua finalidade processual, e servir de prova em processo regular 1.
26. É o que a doutrina, de modo muito lúcido, ensina, valendo citar artigo
de autoria de ALEXANDRE CLAUDINO SIMAS SANTOS3, por sua pontual exposição:
1 THEODORO JÚNIOR, Humberto. Processo Cautelar, 18. Ed. Ver e atual. São Paulo: Livraria e Editora
Universitária de Direito, 1999, p. 323
2 QUEIROZ, Ari Ferreira de. Direito processual civil: processo de execução e do processo cautelar. 3.
Ed. Ver., ampl. e atual até junho de 1997. Goiânia: Editora Jurídica. 1997. P. 315
3 Disponível em: <http://emporiododireito.com.br/leitura/sobre-o-ajuizamento-de-justificacao-criminal-
antes-do-transito-em-julgado-analise-acerca-do-cabimento>. Acesso em: 21 fev. 2017.
7/9
ampla defesa, mormente nos casos em que o autor foi sentenciado a
cumprimento de pena em regime semiaberto ou fechado. Nesta
hipótese, o óbice à obtenção da prova obtida por meio da cautelar pode
resultar na prisão do acusado, tendo em vista que, uma vez transitada
em julgado a sentença condenatória, proceder-se-ia à expedição de
mandado de prisão para cumprimento da pena, desfecho possível de
ser evitado com o sucesso da futura Revisão Criminal.
(...)
Conclui-se, pois, que não há base legal para que seja indeferida a
Ação de Justificação Criminal sob argumento de que não houve
transito em julgado da sentença a ser impugnada, e que a questão
deve ser solucionada em favor das garantias constitucionais da ampla
defesa e do contraditório (art. 5º LV, da Constituição da República).”
IV – DOS PEDIDOS
8/9
3.ANA MARIA HOLANDA BARRETO
Analista Administrativa
Av. Dom Manuel, 1020. Fortaleza (CE)
P. deferimento.
Fortaleza, 25 de junho de 2018.
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
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Identificador: 4058100.3847196
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 9/9
1/4
2/4
3/4
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado
18062518031226400000003852546
Data e hora da assinatura: 25/06/2018 18:11:24
Identificador: 4058100.3847199
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 4/4
(e-STJ Fl.2)
1/10
(e-STJ Fl.3)
2/10
(e-STJ Fl.4)
3/10
(e-STJ Fl.5)
4/10
(e-STJ Fl.6)
5/10
(e-STJ Fl.7)
6/10
(e-STJ Fl.8)
7/10
(e-STJ Fl.9)
8/10
(e-STJ Fl.10)
9/10
(e-STJ Fl.11)
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
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(e-STJ Fl.380)
1/11
(e-STJ Fl.381)
2/11
(e-STJ Fl.382)
3/11
(e-STJ Fl.383)
4/11
(e-STJ Fl.384)
5/11
(e-STJ Fl.385)
6/11
(e-STJ Fl.386)
7/11
(e-STJ Fl.387)
8/11
(e-STJ Fl.388)
9/11
(e-STJ Fl.389)
10/11
(e-STJ Fl.390)
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado
18062518031226500000003852555
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Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 11/11
(e-STJ Fl.391)
1/11
(e-STJ Fl.392)
2/11
(e-STJ Fl.393)
3/11
(e-STJ Fl.394)
4/11
(e-STJ Fl.395)
5/11
(e-STJ Fl.396)
6/11
(e-STJ Fl.397)
7/11
(e-STJ Fl.398)
8/11
(e-STJ Fl.399)
9/11
(e-STJ Fl.400)
10/11
(e-STJ Fl.401)
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado
18062518031226500000003852557
Data e hora da assinatura: 25/06/2018 18:11:24
Identificador: 4058100.3847210
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 11/11
(e-STJ Fl.402)
1/10
(e-STJ Fl.403)
2/10
(e-STJ Fl.404)
3/10
(e-STJ Fl.405)
4/10
(e-STJ Fl.406)
5/10
(e-STJ Fl.407)
6/10
(e-STJ Fl.408)
7/10
(e-STJ Fl.409)
8/10
(e-STJ Fl.410)
9/10
(e-STJ Fl.411)
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado
18062518031226500000003852600
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(e-STJ Fl.412)
1/9
(e-STJ Fl.413)
2/9
(e-STJ Fl.414)
3/9
(e-STJ Fl.415)
4/9
(e-STJ Fl.416)
5/9
(e-STJ Fl.417)
6/9
(e-STJ Fl.418)
7/9
(e-STJ Fl.419)
8/9
(e-STJ Fl.420)
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado
18062518031226600000003852603
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Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 9/9
(e-STJ Fl.588)
1/10
(e-STJ Fl.589)
2/10
(e-STJ Fl.590)
3/10
(e-STJ Fl.591)
4/10
(e-STJ Fl.592)
5/10
(e-STJ Fl.593)
6/10
(e-STJ Fl.594)
7/10
(e-STJ Fl.595)
8/10
(e-STJ Fl.596)
9/10
(e-STJ Fl.597)
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado
18062518031226600000003852611
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(e-STJ Fl.598)
1/5
(e-STJ Fl.599)
2/5
(e-STJ Fl.600)
3/5
(e-STJ Fl.601)
4/5
(e-STJ Fl.602)
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado
18062518031226600000003852613
Data e hora da assinatura: 25/06/2018 18:11:24
Identificador: 4058100.3847266
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 5/5
1/6
2/6
3/6
4/6
5/6
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado
18062518031226700000003852615
Data e hora da assinatura: 25/06/2018 18:11:24
Identificador: 4058100.3847268
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 6/6
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL 5ª REGIÃO
32ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO Nº: 0809311-23.2018.4.05.8100
CLASSE: JUSTIFICAÇÃO CRIMINAL
REQUERENTE: JERONIMO ALVES BEZERRA
REQUERENTE: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
REQUERENTE: GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
REQUERENTE: IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
ADVOGADO: MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA
REQUERIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
Certidão de Distribuição
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 25/06/2018 18:17:17
Identificador: 4058100.3847295
1/1
EXCELENTÍSSIMO JUIZ FEDERAL DA 32ª VARA FEDERAL DE FORTALEZA/CE
1. 2. Vêm, também, requerer o envio dos autos com a máxima urgência para
a 11ª Vara Federal de Fortaleza/CE para que se possa dar seguimento ao feito.
OAB/DF 21.932
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado
18062916473365900000003876499
Data e hora da assinatura: 29/06/2018 16:49:53
Identificador: 4058100.3871033
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
EXCELENTÍSSIMO JUIZ FEDERAL DA 32ª VARA FEDERAL DE
FORTALEZA/CE
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado
18062916490021800000003876503
Data e hora da assinatura: 29/06/2018 16:49:53
Identificador: 4058100.3871037
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL 5ª REGIÃO
11ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO Nº: 0809311-23.2018.4.05.8100
CLASSE: JUSTIFICAÇÃO CRIMINAL
REQUERENTE: JERONIMO ALVES BEZERRA
REQUERENTE: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS
REQUERENTE: GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO
REQUERENTE: IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
ADVOGADO: MARCELO LEAL DE LIMA OLIVEIRA
REQUERIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
Certidão de Redistribuição
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 29/06/2018 17:03:39
Identificador: 4058100.3871207
1/1
PODER JUDICIÁRIO
1. Trata-se de Ação de Justificação Criminal interposta por FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS, GERALDO
GADELHA FILHO, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA e JERÔNIMO ALVES BEZERRA, com a finalidade de produzir
prova testemunhal sob o regime do contraditório, a fim de servir de prova para embasar eventual Ação de Revisão Criminal em
face do trânsito em julgado da Sentença Penal condenatória prolatada no âmbito da Ação Penal n. 0012628-73.2010.4.05.8100.
2. Os presentes autos foram redistribuídos ao Juízo da 11ª Vara após o reconhecimento da incompetência proferido pelo Juízo da
32ª Vara conforme a decisão de ID n. 4058100.3861171.
3. Antes de me manifestar acerca da competência deste Juízo para o processamento do feito, manifeste-se o Ministério Público
Federal.
4. Expedientes necessários.
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
DANILO FONTENELE SAMPAIO CUNHA - Magistrado
18070309104034100000003881409
Data e hora da assinatura: 03/07/2018 14:50:05
Identificador: 4058100.3875936
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
PODER JUDICIÁRIO
1. Trata-se de Ação de Justificação Criminal interposta por FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS, GERALDO
GADELHA FILHO, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA e JERÔNIMO ALVES BEZERRA, com a finalidade de produzir
prova testemunhal sob o regime do contraditório, a fim de servir de prova para embasar eventual Ação de Revisão Criminal em
face do trânsito em julgado da Sentença Penal condenatória prolatada no âmbito da Ação Penal n. 0012628-73.2010.4.05.8100.
2. Os presentes autos foram redistribuídos ao Juízo da 11ª Vara após o reconhecimento da incompetência proferido pelo Juízo da
32ª Vara conforme a decisão de ID n. 4058100.3861171.
3. Antes de me manifestar acerca da competência deste Juízo para o processamento do feito, manifeste-se o Ministério Público
Federal.
4. Expedientes necessários.
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
DANILO FONTENELE SAMPAIO CUNHA - Magistrado
18070314500652200000003884600
Data e hora da assinatura: 03/07/2018 14:50:07
Identificador: 4058100.3879128
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
PODER JUDICIÁRIO
1. Trata-se de Ação de Justificação Criminal interposta por FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS, GERALDO
GADELHA FILHO, IELTON BARRETO DE OLIVEIRA e JERÔNIMO ALVES BEZERRA, com a finalidade de produzir
prova testemunhal sob o regime do contraditório, a fim de servir de prova para embasar eventual Ação de Revisão Criminal em
face do trânsito em julgado da Sentença Penal condenatória prolatada no âmbito da Ação Penal n. 0012628-73.2010.4.05.8100.
2. Os presentes autos foram redistribuídos ao Juízo da 11ª Vara após o reconhecimento da incompetência proferido pelo Juízo da
32ª Vara conforme a decisão de ID n. 4058100.3861171.
3. Antes de me manifestar acerca da competência deste Juízo para o processamento do feito, manifeste-se o Ministério Público
Federal.
4. Expedientes necessários.
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
AGNOR DA SILVA CARMO JUNIOR - Diretor de Secretaria
18070414150835000000003890481
Data e hora da assinatura: 04/07/2018 14:15:49
Identificador: 4058100.3885001
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
11º VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0809311-23.2018.4.05.8100 - JUSTIFICAÇÃO CRIMINAL
Outros participantes
Sem registros
CERTIDÃO
CERTIFICO que, em 04/07/2018 18:17, o(a) Sr(a) Marcelo Leal de Lima Oliveira foi intimado(a) acerca
de Despacho registrado em 03/07/2018 14:50 nos autos judiciais eletrônicos especificados na epígrafe.
1 - Esta Certidão é válida para todos os efeitos legais, havendo sido expedida através do Sistema Processo
Judicial Eletrônico - PJe.
3 - Esta Certidão foi emitida gratuitamente em 04/07/2018 18:17 - Seção Judiciária do Ceará.
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 04/07/2018 18:17:51
Identificador: 4058100.3887372
1/1
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
11º VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0809311-23.2018.4.05.8100 - JUSTIFICAÇÃO CRIMINAL
Outros participantes
Sem registros
CERTIDÃO
CERTIFICO que, em 06/07/2018 08:43, o(a) MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL foi intimado(a) acerca
de Despacho registrado em 03/07/2018 14:50 nos autos judiciais eletrônicos especificados na epígrafe.
1 - Esta Certidão é válida para todos os efeitos legais, havendo sido expedida através do Sistema Processo
Judicial Eletrônico - PJe.
3 - Esta Certidão foi emitida gratuitamente em 06/07/2018 08:43 - Seção Judiciária do Ceará.
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 06/07/2018 08:43:24
Identificador: 4058100.3895297
1/1
EXCELENTÍSSIMO JUIZ FEDERAL DA 11ª VARA FEDERAL DE FORTALEZA/CE
P. Deferimento.
1/2
Marcelo Leal de Lima Oliveira
OAB/DF 21.932
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado
18070613114498800000003903167
Data e hora da assinatura: 06/07/2018 13:15:47
Identificador: 4058100.3897672
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 2/2
EXCELENTÍSSIMO JUIZ FEDERAL DA 11ª VARA FEDERAL DE
FORTALEZA/CE
P. Deferimento.
Brasília/DF, 06 de julho de 2018
1/2
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado
18070613142190100000003903168
Data e hora da assinatura: 06/07/2018 13:15:47
Identificador: 4058100.3897673
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 2/2
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
11° VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0809311-23.2018.4.05.8100 - JUSTIFICAÇÃO CRIMINAL
Outros participantes
Sem registros
CERTIDÃO DE RETIFICAÇÃO
Certifico que, em 08/07/2018, procedi à retificação de autuação deste processo para fazer constar:
Data de Operação Usuário
Item Situação anterior Situação atual
alteração realizada responsável
1/2
JERONIMO
ALVES
BEZERRA,
JERONIMO IELTON
ALVES BARRETO DE
BEZERRA, OLIVEIRA,
IELTON Marcelo Leal de
BARRETO DE Lima Oliveira,
OLIVEIRA, Marcelo Leal de MARIANNE
08/07/2018 Marcelo Leal de Lima Oliveira, SAUNDERS
Parte - Polo Ativo Inclusão
08:58 Lima Oliveira, FRANCISCO GUIMARAES
FRANCISCO DEUSMAR DE UCHOA
DEUSMAR DE QUEIROS,
QUEIROS, GERALDO DE
GERALDO DE LIMA GADELHA
LIMA GADELHA FILHO,
FILHO ANTONIO
EDUARDO DE
LIMA
MACHADO
FERRI
JERONIMO
ALVES
BEZERRA,
JERONIMO
IELTON
ALVES
BARRETO DE
BEZERRA,
OLIVEIRA,
IELTON
Marcelo Leal de
BARRETO DE
Lima Oliveira,
OLIVEIRA, MARIANNE
FRANCISCO
08/07/2018 Marcelo Leal de SAUNDERS
Parte - Polo Ativo Inclusão DEUSMAR DE
08:56 Lima Oliveira, GUIMARAES
QUEIROS,
FRANCISCO UCHOA
GERALDO DE
DEUSMAR DE
LIMA GADELHA
QUEIROS,
FILHO,
GERALDO DE
ANTONIO
LIMA GADELHA
EDUARDO DE
FILHO
LIMA
MACHADO
FERRI
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 09/07/2018 00:00:00
Identificador: 4058100.3899739
2/2
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO CEARÁ
EXMO. SR. DR. JUIZ FEDERAL DA 11ª VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO
CEARÁ
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PROCESSO Nº: 0809311-23.2018.4.05.8100 - JUSTIFICAÇÃO CRIMINAL
REQUERENTE: IELTON BARRETO DE OLIVEIRA e outros
ADVOGADO: Marcelo Leal De Lima Oliveira
REQUERIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PARECER N° 12.660/2018
1/10
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO CEARÁ
Documento assinado via Token digitalmente por MARCIO ANDRADE TORRES, em 10/07/2018 15:28. Para verificar a assinatura acesse
trânsito em julgado da referida decisão.
2/10
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO CEARÁ
Documento assinado via Token digitalmente por MARCIO ANDRADE TORRES, em 10/07/2018 15:28. Para verificar a assinatura acesse
30.10.2000 p. 122 JBC vol. 39 p. 177)
Ainda, com razão o Juízo da 32ª Vara quanto ao fato da ação penal já ter sido julgada
Assim, requer o MPF seja confirmada a competência da 11ª Vara da Seção Judiciária
do Ceará para conhecer e processar a presente justificação criminal.
DO CABIMENTO E ADMISSIBILIDADE
3/10
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO CEARÁ
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Desse modo, em linha de princípio cabe o ajuizamento de pedido de antecipação de
prova para fins de futuro ajuizamento de revisão criminal, agora não mais sob o pálio de mera
justificação, procedimento não contencioso previsto no art. 861 do CPC revogado.
Como noticiado nos autos, objetivam produzir prova testemunhal para futuro uso em
revisão criminal a ser proposta perante o TRF da 5ª Região, sustentando que apenas após a
condenação em que se considerou que houve lesão ao bem os autores jurídico "sistema financeiro
nacional" surgiu para a defesa a oportunidade de arrolar testemunhas relevantes, com o intuito de
Alegam que tais depoimentos seriam prova nova e inédita, e não poderiam ter sido
produzidos na ação originária.
4/10
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO CEARÁ
Documento assinado via Token digitalmente por MARCIO ANDRADE TORRES, em 10/07/2018 15:28. Para verificar a assinatura acesse
A par disso, provas novas de inocência somente podem ser as descobertas após a
decisão final da causa e que guardam liame direto com a causa, no sentido do afastamento da
condenação. Ainda há de se exigir que no curso da ação penal não poderiam ser produzidas,
porque delas o acusado não poderia dispor no momento processual oportuno.
5/10
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thema probandum, inviável em sede de justificação a reabertura da instrução
criminal, máxime quando não demonstrada claramente que a prova que se pretende
produzir seja dotada da característica da novidade.
2. Além disso, o processo não havia alcançado termo quando do pedido de
justificação, ou seja, ainda não havia trânsito em julgado, o que mostra
desarrazoada a pretensão de produzir concomitantemente prova relativa à mesma
ação penal com vistas a futura revisão criminal.
3. Recurso a que se nega provimento.
(RHC 69.390/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA
TURMA, julgado em 05/05/2016, DJe 16/05/2016)
Segundo a inicial, foram os autores condenados pelo crime do art. 7º, IV, da Lei
7492/86, em que se considerou lesão ao bem jurídico sistema financeiro, sendo que pretendem
comprovar que a negociação de ações pelo sistema de garimpagem não importa em lesão àquele
bem jurídico. Para tanto, arrolam como testemunhas RAIMUNDO FRANCISCO PADILHA
SAMPAIO, ex-Presidente da Bolsa de Valores Regional, FRANCISCO DIMAS DOS SANTOS,
operador de bolsa, ANA MARIA HOLANDA BARRETO, analista administrativa, JOSUÉ
UBIRANILSON ALVES, empresário, MÁRIO HENRIQUE ALVES DE QUEIROS, administrador
e ARMANDO LIMA CAMINHA FILHO, empresário.
Não explicitam em que medida tais depoimentos podem efetivamente contribuir para
o novo deslinde da ação penal.
E nem têm como. O crime do art. 7º, IV, da Lei 7492/86, pelo qual foram
condenados, é assim tipificado:
6/10
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Tal crime é de natureza nitidamente formal ou de mera conduta, bastando para a sua
configuração a negociação, ou seja, o ajuste de compra e venda de valores mobiliários, sem a
autorização da autoridade competente, no caso a Comissão de Valores Mobiliários.
O TRF da 3ª Região vem decidindo que, em relação aos crimes que afetam o
funcionamento do mercado mobiliário, não se faz necessária a demonstração de efetivo prejuízo:
PENAL. PROCESSUAL PENAL. NULIDADE. SENTENÇA. FALTA DE
7/10
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PELAÇÃO CRIMINAL Nº 0001450-69.2002.4.03.6181/SP)
Nessas condições, salta aos olhos que a prova pretendida é imprestável para alcançar
o resultado revisional, uma vez que a prova testemunhal a destempo indicada, mesmo que
produzida, é insusceptível de alterar a conclusão a que se chegou com a ação penal quase finda,
dada a prescindibilidade de demonstração de resultado lesivo ao Sistema Financeiro para a
concreção do tipo do art. 7º, inciso IV, da Lei 7.492/86.
8/10
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Documento assinado via Token digitalmente por MARCIO ANDRADE TORRES, em 10/07/2018 15:28. Para verificar a assinatura acesse
seguir transcrito:
PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL.
VIOLAÇÃO AOS ARTS. 535, II, 861 E 866, § 2º, TODOS DO CPC. NÃO
OCORRÊNCIA. JUSTIFICAÇÃO CRIMINAL. REQUISITOS. ANÁLISE DO
MÉRITO. AUSÊNCIA. PRECEDENTES. VIOLAÇÃO DE DISPOSITIVO DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL. AGRAVO IMPROVIDO.
…………..
2. Não há falar em violação dos arts. 861 e 866, § 2º, ambos do CPC, na hipótese
Por outro lado, se admitida for a presente justificação, já não se submete à disciplina
do antigo CPC, onde funcionava como jurisdição voluntária, tendo assumido nova feição com o
CPC de 2015, como verdadeira ação cautelar de antecipação de prova.
A ser assim, admite a aplicação do disposto no art. 382, § 5º, do novo CPC:
Art. 382. Na petição, o requerente apresentará as razões que justificam a
necessidade de antecipação da prova e mencionará com precisão os fatos sobre os
quais a prova há de recair.
9/10
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
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Não se duvida que a revisão criminal, na dicção do art. 626, parágrafo único, do CPP,
jamais poderá acarretar reformatio in pejus, bem como que é remédio processual exclusivo da
defesa. No entanto, tal não obsta a que o Ministério Público, na cautelar de produção de provas
preparatória da revisão participe ativamente de tal fase pré-processual, inclusive arrolando
testemunhas que possam esclarecer o tema probatório, como consequência lógica do contraditório e
do dispositivo processual acima referido.
Assim, requer o MPF não seja admitida a pretendida coleta de prova testemunhal, em
ROL DE TESTEMUNHAS
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
MARCIO ANDRADE TORRES - Procurador
18071015305363000000003914579
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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO CEARÁ
EXMO. SR. DR. JUIZ FEDERAL DA 11ª VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO
CEARÁ
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PROCESSO Nº: 0809311-23.2018.4.05.8100 - JUSTIFICAÇÃO CRIMINAL
REQUERENTE: IELTON BARRETO DE OLIVEIRA e outros
ADVOGADO: Marcelo Leal De Lima Oliveira
REQUERIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
PARECER N° 12.660/2018
1/10
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trânsito em julgado da referida decisão.
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30.10.2000 p. 122 JBC vol. 39 p. 177)
Ainda, com razão o Juízo da 32ª Vara quanto ao fato da ação penal já ter sido julgada
Assim, requer o MPF seja confirmada a competência da 11ª Vara da Seção Judiciária
do Ceará para conhecer e processar a presente justificação criminal.
DO CABIMENTO E ADMISSIBILIDADE
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Desse modo, em linha de princípio cabe o ajuizamento de pedido de antecipação de
prova para fins de futuro ajuizamento de revisão criminal, agora não mais sob o pálio de mera
justificação, procedimento não contencioso previsto no art. 861 do CPC revogado.
Como noticiado nos autos, objetivam produzir prova testemunhal para futuro uso em
revisão criminal a ser proposta perante o TRF da 5ª Região, sustentando que apenas após a
condenação em que se considerou que houve lesão ao bem os autores jurídico "sistema financeiro
nacional" surgiu para a defesa a oportunidade de arrolar testemunhas relevantes, com o intuito de
Alegam que tais depoimentos seriam prova nova e inédita, e não poderiam ter sido
produzidos na ação originária.
4/10
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A par disso, provas novas de inocência somente podem ser as descobertas após a
decisão final da causa e que guardam liame direto com a causa, no sentido do afastamento da
condenação. Ainda há de se exigir que no curso da ação penal não poderiam ser produzidas,
porque delas o acusado não poderia dispor no momento processual oportuno.
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thema probandum, inviável em sede de justificação a reabertura da instrução
criminal, máxime quando não demonstrada claramente que a prova que se pretende
produzir seja dotada da característica da novidade.
2. Além disso, o processo não havia alcançado termo quando do pedido de
justificação, ou seja, ainda não havia trânsito em julgado, o que mostra
desarrazoada a pretensão de produzir concomitantemente prova relativa à mesma
ação penal com vistas a futura revisão criminal.
3. Recurso a que se nega provimento.
(RHC 69.390/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA
TURMA, julgado em 05/05/2016, DJe 16/05/2016)
Segundo a inicial, foram os autores condenados pelo crime do art. 7º, IV, da Lei
7492/86, em que se considerou lesão ao bem jurídico sistema financeiro, sendo que pretendem
comprovar que a negociação de ações pelo sistema de garimpagem não importa em lesão àquele
bem jurídico. Para tanto, arrolam como testemunhas RAIMUNDO FRANCISCO PADILHA
SAMPAIO, ex-Presidente da Bolsa de Valores Regional, FRANCISCO DIMAS DOS SANTOS,
operador de bolsa, ANA MARIA HOLANDA BARRETO, analista administrativa, JOSUÉ
UBIRANILSON ALVES, empresário, MÁRIO HENRIQUE ALVES DE QUEIROS, administrador
e ARMANDO LIMA CAMINHA FILHO, empresário.
Não explicitam em que medida tais depoimentos podem efetivamente contribuir para
o novo deslinde da ação penal.
E nem têm como. O crime do art. 7º, IV, da Lei 7492/86, pelo qual foram
condenados, é assim tipificado:
6/10
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Tal crime é de natureza nitidamente formal ou de mera conduta, bastando para a sua
configuração a negociação, ou seja, o ajuste de compra e venda de valores mobiliários, sem a
autorização da autoridade competente, no caso a Comissão de Valores Mobiliários.
O TRF da 3ª Região vem decidindo que, em relação aos crimes que afetam o
funcionamento do mercado mobiliário, não se faz necessária a demonstração de efetivo prejuízo:
PENAL. PROCESSUAL PENAL. NULIDADE. SENTENÇA. FALTA DE
7/10
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PELAÇÃO CRIMINAL Nº 0001450-69.2002.4.03.6181/SP)
Nessas condições, salta aos olhos que a prova pretendida é imprestável para alcançar
o resultado revisional, uma vez que a prova testemunhal a destempo indicada, mesmo que
produzida, é insusceptível de alterar a conclusão a que se chegou com a ação penal quase finda,
dada a prescindibilidade de demonstração de resultado lesivo ao Sistema Financeiro para a
concreção do tipo do art. 7º, inciso IV, da Lei 7.492/86.
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seguir transcrito:
PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL.
VIOLAÇÃO AOS ARTS. 535, II, 861 E 866, § 2º, TODOS DO CPC. NÃO
OCORRÊNCIA. JUSTIFICAÇÃO CRIMINAL. REQUISITOS. ANÁLISE DO
MÉRITO. AUSÊNCIA. PRECEDENTES. VIOLAÇÃO DE DISPOSITIVO DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL. AGRAVO IMPROVIDO.
…………..
2. Não há falar em violação dos arts. 861 e 866, § 2º, ambos do CPC, na hipótese
Por outro lado, se admitida for a presente justificação, já não se submete à disciplina
do antigo CPC, onde funcionava como jurisdição voluntária, tendo assumido nova feição com o
CPC de 2015, como verdadeira ação cautelar de antecipação de prova.
A ser assim, admite a aplicação do disposto no art. 382, § 5º, do novo CPC:
Art. 382. Na petição, o requerente apresentará as razões que justificam a
necessidade de antecipação da prova e mencionará com precisão os fatos sobre os
quais a prova há de recair.
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Não se duvida que a revisão criminal, na dicção do art. 626, parágrafo único, do CPP,
jamais poderá acarretar reformatio in pejus, bem como que é remédio processual exclusivo da
defesa. No entanto, tal não obsta a que o Ministério Público, na cautelar de produção de provas
preparatória da revisão participe ativamente de tal fase pré-processual, inclusive arrolando
testemunhas que possam esclarecer o tema probatório, como consequência lógica do contraditório e
do dispositivo processual acima referido.
Assim, requer o MPF não seja admitida a pretendida coleta de prova testemunhal, em
ROL DE TESTEMUNHAS
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
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EXMO. SR. DR. JUIZ FEDERAL DA 11ª VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO
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PROCESSO Nº: 0809311-23.2018.4.05.8100 - JUSTIFICAÇÃO CRIMINAL
REQUERENTE: IELTON BARRETO DE OLIVEIRA e outros
ADVOGADO: Marcelo Leal De Lima Oliveira
REQUERIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
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trânsito em julgado da referida decisão.
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30.10.2000 p. 122 JBC vol. 39 p. 177)
Ainda, com razão o Juízo da 32ª Vara quanto ao fato da ação penal já ter sido julgada
Assim, requer o MPF seja confirmada a competência da 11ª Vara da Seção Judiciária
do Ceará para conhecer e processar a presente justificação criminal.
DO CABIMENTO E ADMISSIBILIDADE
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Desse modo, em linha de princípio cabe o ajuizamento de pedido de antecipação de
prova para fins de futuro ajuizamento de revisão criminal, agora não mais sob o pálio de mera
justificação, procedimento não contencioso previsto no art. 861 do CPC revogado.
Como noticiado nos autos, objetivam produzir prova testemunhal para futuro uso em
revisão criminal a ser proposta perante o TRF da 5ª Região, sustentando que apenas após a
condenação em que se considerou que houve lesão ao bem os autores jurídico "sistema financeiro
nacional" surgiu para a defesa a oportunidade de arrolar testemunhas relevantes, com o intuito de
Alegam que tais depoimentos seriam prova nova e inédita, e não poderiam ter sido
produzidos na ação originária.
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A par disso, provas novas de inocência somente podem ser as descobertas após a
decisão final da causa e que guardam liame direto com a causa, no sentido do afastamento da
condenação. Ainda há de se exigir que no curso da ação penal não poderiam ser produzidas,
porque delas o acusado não poderia dispor no momento processual oportuno.
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thema probandum, inviável em sede de justificação a reabertura da instrução
criminal, máxime quando não demonstrada claramente que a prova que se pretende
produzir seja dotada da característica da novidade.
2. Além disso, o processo não havia alcançado termo quando do pedido de
justificação, ou seja, ainda não havia trânsito em julgado, o que mostra
desarrazoada a pretensão de produzir concomitantemente prova relativa à mesma
ação penal com vistas a futura revisão criminal.
3. Recurso a que se nega provimento.
(RHC 69.390/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA
TURMA, julgado em 05/05/2016, DJe 16/05/2016)
Segundo a inicial, foram os autores condenados pelo crime do art. 7º, IV, da Lei
7492/86, em que se considerou lesão ao bem jurídico sistema financeiro, sendo que pretendem
comprovar que a negociação de ações pelo sistema de garimpagem não importa em lesão àquele
bem jurídico. Para tanto, arrolam como testemunhas RAIMUNDO FRANCISCO PADILHA
SAMPAIO, ex-Presidente da Bolsa de Valores Regional, FRANCISCO DIMAS DOS SANTOS,
operador de bolsa, ANA MARIA HOLANDA BARRETO, analista administrativa, JOSUÉ
UBIRANILSON ALVES, empresário, MÁRIO HENRIQUE ALVES DE QUEIROS, administrador
e ARMANDO LIMA CAMINHA FILHO, empresário.
Não explicitam em que medida tais depoimentos podem efetivamente contribuir para
o novo deslinde da ação penal.
E nem têm como. O crime do art. 7º, IV, da Lei 7492/86, pelo qual foram
condenados, é assim tipificado:
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Tal crime é de natureza nitidamente formal ou de mera conduta, bastando para a sua
configuração a negociação, ou seja, o ajuste de compra e venda de valores mobiliários, sem a
autorização da autoridade competente, no caso a Comissão de Valores Mobiliários.
O TRF da 3ª Região vem decidindo que, em relação aos crimes que afetam o
funcionamento do mercado mobiliário, não se faz necessária a demonstração de efetivo prejuízo:
PENAL. PROCESSUAL PENAL. NULIDADE. SENTENÇA. FALTA DE
7/10
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PELAÇÃO CRIMINAL Nº 0001450-69.2002.4.03.6181/SP)
Nessas condições, salta aos olhos que a prova pretendida é imprestável para alcançar
o resultado revisional, uma vez que a prova testemunhal a destempo indicada, mesmo que
produzida, é insusceptível de alterar a conclusão a que se chegou com a ação penal quase finda,
dada a prescindibilidade de demonstração de resultado lesivo ao Sistema Financeiro para a
concreção do tipo do art. 7º, inciso IV, da Lei 7.492/86.
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seguir transcrito:
PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL.
VIOLAÇÃO AOS ARTS. 535, II, 861 E 866, § 2º, TODOS DO CPC. NÃO
OCORRÊNCIA. JUSTIFICAÇÃO CRIMINAL. REQUISITOS. ANÁLISE DO
MÉRITO. AUSÊNCIA. PRECEDENTES. VIOLAÇÃO DE DISPOSITIVO DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL. AGRAVO IMPROVIDO.
…………..
2. Não há falar em violação dos arts. 861 e 866, § 2º, ambos do CPC, na hipótese
Por outro lado, se admitida for a presente justificação, já não se submete à disciplina
do antigo CPC, onde funcionava como jurisdição voluntária, tendo assumido nova feição com o
CPC de 2015, como verdadeira ação cautelar de antecipação de prova.
A ser assim, admite a aplicação do disposto no art. 382, § 5º, do novo CPC:
Art. 382. Na petição, o requerente apresentará as razões que justificam a
necessidade de antecipação da prova e mencionará com precisão os fatos sobre os
quais a prova há de recair.
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Não se duvida que a revisão criminal, na dicção do art. 626, parágrafo único, do CPP,
jamais poderá acarretar reformatio in pejus, bem como que é remédio processual exclusivo da
defesa. No entanto, tal não obsta a que o Ministério Público, na cautelar de produção de provas
preparatória da revisão participe ativamente de tal fase pré-processual, inclusive arrolando
testemunhas que possam esclarecer o tema probatório, como consequência lógica do contraditório e
do dispositivo processual acima referido.
Assim, requer o MPF não seja admitida a pretendida coleta de prova testemunhal, em
ROL DE TESTEMUNHAS
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
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18071015294750000000003914568
Data e hora da assinatura: 10/07/2018 15:28:50
Identificador: 4058100.3909069
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EXMO. SR. DR. JUIZ FEDERAL DA 11ª VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO
CEARÁ
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PROCESSO Nº: 0809311-23.2018.4.05.8100 - JUSTIFICAÇÃO CRIMINAL
REQUERENTE: IELTON BARRETO DE OLIVEIRA e outros
ADVOGADO: Marcelo Leal De Lima Oliveira
REQUERIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
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trânsito em julgado da referida decisão.
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30.10.2000 p. 122 JBC vol. 39 p. 177)
Ainda, com razão o Juízo da 32ª Vara quanto ao fato da ação penal já ter sido julgada
Assim, requer o MPF seja confirmada a competência da 11ª Vara da Seção Judiciária
do Ceará para conhecer e processar a presente justificação criminal.
DO CABIMENTO E ADMISSIBILIDADE
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Desse modo, em linha de princípio cabe o ajuizamento de pedido de antecipação de
prova para fins de futuro ajuizamento de revisão criminal, agora não mais sob o pálio de mera
justificação, procedimento não contencioso previsto no art. 861 do CPC revogado.
Como noticiado nos autos, objetivam produzir prova testemunhal para futuro uso em
revisão criminal a ser proposta perante o TRF da 5ª Região, sustentando que apenas após a
condenação em que se considerou que houve lesão ao bem os autores jurídico "sistema financeiro
nacional" surgiu para a defesa a oportunidade de arrolar testemunhas relevantes, com o intuito de
Alegam que tais depoimentos seriam prova nova e inédita, e não poderiam ter sido
produzidos na ação originária.
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A par disso, provas novas de inocência somente podem ser as descobertas após a
decisão final da causa e que guardam liame direto com a causa, no sentido do afastamento da
condenação. Ainda há de se exigir que no curso da ação penal não poderiam ser produzidas,
porque delas o acusado não poderia dispor no momento processual oportuno.
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thema probandum, inviável em sede de justificação a reabertura da instrução
criminal, máxime quando não demonstrada claramente que a prova que se pretende
produzir seja dotada da característica da novidade.
2. Além disso, o processo não havia alcançado termo quando do pedido de
justificação, ou seja, ainda não havia trânsito em julgado, o que mostra
desarrazoada a pretensão de produzir concomitantemente prova relativa à mesma
ação penal com vistas a futura revisão criminal.
3. Recurso a que se nega provimento.
(RHC 69.390/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA
TURMA, julgado em 05/05/2016, DJe 16/05/2016)
Segundo a inicial, foram os autores condenados pelo crime do art. 7º, IV, da Lei
7492/86, em que se considerou lesão ao bem jurídico sistema financeiro, sendo que pretendem
comprovar que a negociação de ações pelo sistema de garimpagem não importa em lesão àquele
bem jurídico. Para tanto, arrolam como testemunhas RAIMUNDO FRANCISCO PADILHA
SAMPAIO, ex-Presidente da Bolsa de Valores Regional, FRANCISCO DIMAS DOS SANTOS,
operador de bolsa, ANA MARIA HOLANDA BARRETO, analista administrativa, JOSUÉ
UBIRANILSON ALVES, empresário, MÁRIO HENRIQUE ALVES DE QUEIROS, administrador
e ARMANDO LIMA CAMINHA FILHO, empresário.
Não explicitam em que medida tais depoimentos podem efetivamente contribuir para
o novo deslinde da ação penal.
E nem têm como. O crime do art. 7º, IV, da Lei 7492/86, pelo qual foram
condenados, é assim tipificado:
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Tal crime é de natureza nitidamente formal ou de mera conduta, bastando para a sua
configuração a negociação, ou seja, o ajuste de compra e venda de valores mobiliários, sem a
autorização da autoridade competente, no caso a Comissão de Valores Mobiliários.
O TRF da 3ª Região vem decidindo que, em relação aos crimes que afetam o
funcionamento do mercado mobiliário, não se faz necessária a demonstração de efetivo prejuízo:
PENAL. PROCESSUAL PENAL. NULIDADE. SENTENÇA. FALTA DE
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PELAÇÃO CRIMINAL Nº 0001450-69.2002.4.03.6181/SP)
Nessas condições, salta aos olhos que a prova pretendida é imprestável para alcançar
o resultado revisional, uma vez que a prova testemunhal a destempo indicada, mesmo que
produzida, é insusceptível de alterar a conclusão a que se chegou com a ação penal quase finda,
dada a prescindibilidade de demonstração de resultado lesivo ao Sistema Financeiro para a
concreção do tipo do art. 7º, inciso IV, da Lei 7.492/86.
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seguir transcrito:
PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL.
VIOLAÇÃO AOS ARTS. 535, II, 861 E 866, § 2º, TODOS DO CPC. NÃO
OCORRÊNCIA. JUSTIFICAÇÃO CRIMINAL. REQUISITOS. ANÁLISE DO
MÉRITO. AUSÊNCIA. PRECEDENTES. VIOLAÇÃO DE DISPOSITIVO DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL. AGRAVO IMPROVIDO.
…………..
2. Não há falar em violação dos arts. 861 e 866, § 2º, ambos do CPC, na hipótese
Por outro lado, se admitida for a presente justificação, já não se submete à disciplina
do antigo CPC, onde funcionava como jurisdição voluntária, tendo assumido nova feição com o
CPC de 2015, como verdadeira ação cautelar de antecipação de prova.
A ser assim, admite a aplicação do disposto no art. 382, § 5º, do novo CPC:
Art. 382. Na petição, o requerente apresentará as razões que justificam a
necessidade de antecipação da prova e mencionará com precisão os fatos sobre os
quais a prova há de recair.
9/10
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Não se duvida que a revisão criminal, na dicção do art. 626, parágrafo único, do CPP,
jamais poderá acarretar reformatio in pejus, bem como que é remédio processual exclusivo da
defesa. No entanto, tal não obsta a que o Ministério Público, na cautelar de produção de provas
preparatória da revisão participe ativamente de tal fase pré-processual, inclusive arrolando
testemunhas que possam esclarecer o tema probatório, como consequência lógica do contraditório e
do dispositivo processual acima referido.
Assim, requer o MPF não seja admitida a pretendida coleta de prova testemunhal, em
ROL DE TESTEMUNHAS
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
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PODER JUDICIÁRIO
I. RELATÓRIO
2. Inicialmente, esclarecem os autores que foram denunciados e condenados em primeiro grau pela
prática dos delitos descritos nos arts. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86 e 27-C da Lei nº 6.385/76, sendo a
conduta imputada de "garimpagem" de ações. Por sua vez, o Tribunal Regional Federal deu parcial
provimento ao recurso para absolvê-los do crime previsto no art. 27-C da Lei nº 6.385/76, remanescendo
a condenação pelo crime do art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86, às penas de 09 anos e 02 meses de reclusão
para FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS e de 05 anos de reclusão para os demais.
3. Argumenta que, somente após a condenação [1] dos autores por delito diverso do descrito, em que se
considerou a existência de lesão ao bem jurídico 'sistema financeiro nacional' única e exclusivamente pelo
suposto volume de transações é que surgiu para a defesa a oportunidade de arrolar testemunhas relevantes
para a defesa, de molde a comprovar que a ação de negociação pelo sistema realizado não importava em
lesão ao sistema financeiro nacional, pois, sendo o particular a negociar diretamente na Bolsa, ou sendo
a empresa corretora, vendendo-as em lote, independentemente do volume das transações, resultariam em
um mesmo preço .
4. Tais depoimentos, segundo os requerentes, constituem-se em novidade que servirá de base para futuro
pedido de Revisão Criminal em que se pretende a rescisão do édito condenatório, ressaltando, ainda, que a
irreversibilidade da condenação se mostra iminente, havendo o risco premente de suas prisões em razão
do regime de cumprimento de pena fixado em razão das penas corporais aplicadas. Pede, ao final, seja
deferida a oitiva das testemunhas arroladas na inicial
1/3
5. Instruem a inicial os documentos vistos nos id's 4058100.3847199, 4058100.3847201,
4058100.3847256, 4058100.3847264, 4058100.3847266, 4058100.3847268.
6. Decisão proferida pelo juízo da 32ª Vara Federal declarando sua incompetência para processar e julgar
o presente feito, ao tempo em que determinou sua redistribuição para esta 11ª Vara Federal (id.
4058100.3861171).
7. Instado a se manifestar, o Ministério Público Federal pugnou pela não admissão da pretendida coleta
testemunhal, à míngua de constituírem provas novas, não se enquadrando no estreito conceito do art. 621,
III, do Código de Processo Penal (id. 4058100.3909080).
10. Inicialmente, firmo a competência deste juízo para o processamento e julgamento do feito. Com
efeito, a ação penal (Processo nº 0012628-43.2010.4.05.8100) tramitou perante esta 11ª Vara Federal,
sendo naqueles autos produzidas as provas e realizados todos os atos processuais que resultaram na
condenação dos ora requerentes. Além disso, a justificação deve ser realizada no juízo de primeiro grau,
uma vez que o juízo de revisão não admite fase instrutória e em razão da necessidade de ser observado o
princípio do contraditório, sob pena de insegurança jurídica (TJRS. Revisão Criminal nº 70053817391.
Rel. Des. Isabel de Borba Lucas. Quarto Grupo de Câmaras Criminais. Julgado em 24 de maio de 2013).
12. Antes, porém, de examinar o pedido de que cuida a inicial, determino a intimação da parte autora para
que demonstre seu interesse processual, uma vez que, como bem salientou o órgão ministerial, a sentença
condenatória ainda não transitou em julgado, estando o caso ainda pendente junto ao Superior Tribunal de
Justiça (como destacado na própria inicial) ou mesmo de eventual recurso de cunho constitucional perante
o Supremo Tribunal Federal.
13. Além disso, deverá a parte autora demonstrar em que os pretendidos depoimentos podem
efetivamente contribuir para eventual novo desfecho da ação penal em questão, uma vez que a ação de
justificação criminal não se revela uma nova e simples ocasião para tomada de depoimentos de
testemunhas não arroladas pela defesa no curso do processo penal.
2/3
14. Após, voltem-me os autos conclusos.
[1] Com trânsito em julgado para o Ministério Público Federal e com a publicação do acórdão que julgou
o segundo recurso de embargos de declaração no agravo regimental no recurso especial oposto pela
defesa.
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
DANILO FONTENELE SAMPAIO CUNHA - Magistrado
18071615114003400000003940173
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PODER JUDICIÁRIO
I. RELATÓRIO
2. Inicialmente, esclarecem os autores que foram denunciados e condenados em primeiro grau pela
prática dos delitos descritos nos arts. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86 e 27-C da Lei nº 6.385/76, sendo a
conduta imputada de "garimpagem" de ações. Por sua vez, o Tribunal Regional Federal deu parcial
provimento ao recurso para absolvê-los do crime previsto no art. 27-C da Lei nº 6.385/76, remanescendo
a condenação pelo crime do art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86, às penas de 09 anos e 02 meses de reclusão
para FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS e de 05 anos de reclusão para os demais.
3. Argumenta que, somente após a condenação [1] dos autores por delito diverso do descrito, em que se
considerou a existência de lesão ao bem jurídico 'sistema financeiro nacional' única e exclusivamente pelo
suposto volume de transações é que surgiu para a defesa a oportunidade de arrolar testemunhas relevantes
para a defesa, de molde a comprovar que a ação de negociação pelo sistema realizado não importava em
lesão ao sistema financeiro nacional, pois, sendo o particular a negociar diretamente na Bolsa, ou sendo
a empresa corretora, vendendo-as em lote, independentemente do volume das transações, resultariam em
um mesmo preço .
4. Tais depoimentos, segundo os requerentes, constituem-se em novidade que servirá de base para futuro
pedido de Revisão Criminal em que se pretende a rescisão do édito condenatório, ressaltando, ainda, que a
irreversibilidade da condenação se mostra iminente, havendo o risco premente de suas prisões em razão
do regime de cumprimento de pena fixado em razão das penas corporais aplicadas. Pede, ao final, seja
deferida a oitiva das testemunhas arroladas na inicial
1/3
5. Instruem a inicial os documentos vistos nos id's 4058100.3847199, 4058100.3847201,
4058100.3847256, 4058100.3847264, 4058100.3847266, 4058100.3847268.
6. Decisão proferida pelo juízo da 32ª Vara Federal declarando sua incompetência para processar e julgar
o presente feito, ao tempo em que determinou sua redistribuição para esta 11ª Vara Federal (id.
4058100.3861171).
7. Instado a se manifestar, o Ministério Público Federal pugnou pela não admissão da pretendida coleta
testemunhal, à míngua de constituírem provas novas, não se enquadrando no estreito conceito do art. 621,
III, do Código de Processo Penal (id. 4058100.3909080).
10. Inicialmente, firmo a competência deste juízo para o processamento e julgamento do feito. Com
efeito, a ação penal (Processo nº 0012628-43.2010.4.05.8100) tramitou perante esta 11ª Vara Federal,
sendo naqueles autos produzidas as provas e realizados todos os atos processuais que resultaram na
condenação dos ora requerentes. Além disso, a justificação deve ser realizada no juízo de primeiro grau,
uma vez que o juízo de revisão não admite fase instrutória e em razão da necessidade de ser observado o
princípio do contraditório, sob pena de insegurança jurídica (TJRS. Revisão Criminal nº 70053817391.
Rel. Des. Isabel de Borba Lucas. Quarto Grupo de Câmaras Criminais. Julgado em 24 de maio de 2013).
12. Antes, porém, de examinar o pedido de que cuida a inicial, determino a intimação da parte autora para
que demonstre seu interesse processual, uma vez que, como bem salientou o órgão ministerial, a sentença
condenatória ainda não transitou em julgado, estando o caso ainda pendente junto ao Superior Tribunal de
Justiça (como destacado na própria inicial) ou mesmo de eventual recurso de cunho constitucional perante
o Supremo Tribunal Federal.
13. Além disso, deverá a parte autora demonstrar em que os pretendidos depoimentos podem
efetivamente contribuir para eventual novo desfecho da ação penal em questão, uma vez que a ação de
justificação criminal não se revela uma nova e simples ocasião para tomada de depoimentos de
testemunhas não arroladas pela defesa no curso do processo penal.
2/3
14. Após, voltem-me os autos conclusos.
[1] Com trânsito em julgado para o Ministério Público Federal e com a publicação do acórdão que julgou
o segundo recurso de embargos de declaração no agravo regimental no recurso especial oposto pela
defesa.
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
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I. RELATÓRIO
2. Inicialmente, esclarecem os autores que foram denunciados e condenados em primeiro grau pela
prática dos delitos descritos nos arts. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86 e 27-C da Lei nº 6.385/76, sendo a
conduta imputada de "garimpagem" de ações. Por sua vez, o Tribunal Regional Federal deu parcial
provimento ao recurso para absolvê-los do crime previsto no art. 27-C da Lei nº 6.385/76, remanescendo
a condenação pelo crime do art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86, às penas de 09 anos e 02 meses de reclusão
para FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS e de 05 anos de reclusão para os demais.
3. Argumenta que, somente após a condenação [1] dos autores por delito diverso do descrito, em que se
considerou a existência de lesão ao bem jurídico 'sistema financeiro nacional' única e exclusivamente pelo
suposto volume de transações é que surgiu para a defesa a oportunidade de arrolar testemunhas relevantes
para a defesa, de molde a comprovar que a ação de negociação pelo sistema realizado não importava em
lesão ao sistema financeiro nacional, pois, sendo o particular a negociar diretamente na Bolsa, ou sendo
a empresa corretora, vendendo-as em lote, independentemente do volume das transações, resultariam em
um mesmo preço .
4. Tais depoimentos, segundo os requerentes, constituem-se em novidade que servirá de base para futuro
pedido de Revisão Criminal em que se pretende a rescisão do édito condenatório, ressaltando, ainda, que a
irreversibilidade da condenação se mostra iminente, havendo o risco premente de suas prisões em razão
do regime de cumprimento de pena fixado em razão das penas corporais aplicadas. Pede, ao final, seja
deferida a oitiva das testemunhas arroladas na inicial
1/3
5. Instruem a inicial os documentos vistos nos id's 4058100.3847199, 4058100.3847201,
4058100.3847256, 4058100.3847264, 4058100.3847266, 4058100.3847268.
6. Decisão proferida pelo juízo da 32ª Vara Federal declarando sua incompetência para processar e julgar
o presente feito, ao tempo em que determinou sua redistribuição para esta 11ª Vara Federal (id.
4058100.3861171).
7. Instado a se manifestar, o Ministério Público Federal pugnou pela não admissão da pretendida coleta
testemunhal, à míngua de constituírem provas novas, não se enquadrando no estreito conceito do art. 621,
III, do Código de Processo Penal (id. 4058100.3909080).
10. Inicialmente, firmo a competência deste juízo para o processamento e julgamento do feito. Com
efeito, a ação penal (Processo nº 0012628-43.2010.4.05.8100) tramitou perante esta 11ª Vara Federal,
sendo naqueles autos produzidas as provas e realizados todos os atos processuais que resultaram na
condenação dos ora requerentes. Além disso, a justificação deve ser realizada no juízo de primeiro grau,
uma vez que o juízo de revisão não admite fase instrutória e em razão da necessidade de ser observado o
princípio do contraditório, sob pena de insegurança jurídica (TJRS. Revisão Criminal nº 70053817391.
Rel. Des. Isabel de Borba Lucas. Quarto Grupo de Câmaras Criminais. Julgado em 24 de maio de 2013).
12. Antes, porém, de examinar o pedido de que cuida a inicial, determino a intimação da parte autora para
que demonstre seu interesse processual, uma vez que, como bem salientou o órgão ministerial, a sentença
condenatória ainda não transitou em julgado, estando o caso ainda pendente junto ao Superior Tribunal de
Justiça (como destacado na própria inicial) ou mesmo de eventual recurso de cunho constitucional perante
o Supremo Tribunal Federal.
13. Além disso, deverá a parte autora demonstrar em que os pretendidos depoimentos podem
efetivamente contribuir para eventual novo desfecho da ação penal em questão, uma vez que a ação de
justificação criminal não se revela uma nova e simples ocasião para tomada de depoimentos de
testemunhas não arroladas pela defesa no curso do processo penal.
2/3
14. Após, voltem-me os autos conclusos.
[1] Com trânsito em julgado para o Ministério Público Federal e com a publicação do acórdão que julgou
o segundo recurso de embargos de declaração no agravo regimental no recurso especial oposto pela
defesa.
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
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PODER JUDICIÁRIO
I. RELATÓRIO
2. Inicialmente, esclarecem os autores que foram denunciados e condenados em primeiro grau pela
prática dos delitos descritos nos arts. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86 e 27-C da Lei nº 6.385/76, sendo a
conduta imputada de "garimpagem" de ações. Por sua vez, o Tribunal Regional Federal deu parcial
provimento ao recurso para absolvê-los do crime previsto no art. 27-C da Lei nº 6.385/76, remanescendo
a condenação pelo crime do art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86, às penas de 09 anos e 02 meses de reclusão
para FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS e de 05 anos de reclusão para os demais.
3. Argumenta que, somente após a condenação [1] dos autores por delito diverso do descrito, em que se
considerou a existência de lesão ao bem jurídico 'sistema financeiro nacional' única e exclusivamente pelo
suposto volume de transações é que surgiu para a defesa a oportunidade de arrolar testemunhas relevantes
para a defesa, de molde a comprovar que a ação de negociação pelo sistema realizado não importava em
lesão ao sistema financeiro nacional, pois, sendo o particular a negociar diretamente na Bolsa, ou sendo
a empresa corretora, vendendo-as em lote, independentemente do volume das transações, resultariam em
um mesmo preço .
4. Tais depoimentos, segundo os requerentes, constituem-se em novidade que servirá de base para futuro
pedido de Revisão Criminal em que se pretende a rescisão do édito condenatório, ressaltando, ainda, que a
irreversibilidade da condenação se mostra iminente, havendo o risco premente de suas prisões em razão
do regime de cumprimento de pena fixado em razão das penas corporais aplicadas. Pede, ao final, seja
deferida a oitiva das testemunhas arroladas na inicial
1/3
5. Instruem a inicial os documentos vistos nos id's 4058100.3847199, 4058100.3847201,
4058100.3847256, 4058100.3847264, 4058100.3847266, 4058100.3847268.
6. Decisão proferida pelo juízo da 32ª Vara Federal declarando sua incompetência para processar e julgar
o presente feito, ao tempo em que determinou sua redistribuição para esta 11ª Vara Federal (id.
4058100.3861171).
7. Instado a se manifestar, o Ministério Público Federal pugnou pela não admissão da pretendida coleta
testemunhal, à míngua de constituírem provas novas, não se enquadrando no estreito conceito do art. 621,
III, do Código de Processo Penal (id. 4058100.3909080).
10. Inicialmente, firmo a competência deste juízo para o processamento e julgamento do feito. Com
efeito, a ação penal (Processo nº 0012628-43.2010.4.05.8100) tramitou perante esta 11ª Vara Federal,
sendo naqueles autos produzidas as provas e realizados todos os atos processuais que resultaram na
condenação dos ora requerentes. Além disso, a justificação deve ser realizada no juízo de primeiro grau,
uma vez que o juízo de revisão não admite fase instrutória e em razão da necessidade de ser observado o
princípio do contraditório, sob pena de insegurança jurídica (TJRS. Revisão Criminal nº 70053817391.
Rel. Des. Isabel de Borba Lucas. Quarto Grupo de Câmaras Criminais. Julgado em 24 de maio de 2013).
12. Antes, porém, de examinar o pedido de que cuida a inicial, determino a intimação da parte autora para
que demonstre seu interesse processual, uma vez que, como bem salientou o órgão ministerial, a sentença
condenatória ainda não transitou em julgado, estando o caso ainda pendente junto ao Superior Tribunal de
Justiça (como destacado na própria inicial) ou mesmo de eventual recurso de cunho constitucional perante
o Supremo Tribunal Federal.
13. Além disso, deverá a parte autora demonstrar em que os pretendidos depoimentos podem
efetivamente contribuir para eventual novo desfecho da ação penal em questão, uma vez que a ação de
justificação criminal não se revela uma nova e simples ocasião para tomada de depoimentos de
testemunhas não arroladas pela defesa no curso do processo penal.
2/3
14. Após, voltem-me os autos conclusos.
[1] Com trânsito em julgado para o Ministério Público Federal e com a publicação do acórdão que julgou
o segundo recurso de embargos de declaração no agravo regimental no recurso especial oposto pela
defesa.
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
DANILO FONTENELE SAMPAIO CUNHA - Magistrado
18071814242423800000003951863
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PODER JUDICIÁRIO
I. RELATÓRIO
2. Inicialmente, esclarecem os autores que foram denunciados e condenados em primeiro grau pela
prática dos delitos descritos nos arts. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86 e 27-C da Lei nº 6.385/76, sendo a
conduta imputada de "garimpagem" de ações. Por sua vez, o Tribunal Regional Federal deu parcial
provimento ao recurso para absolvê-los do crime previsto no art. 27-C da Lei nº 6.385/76, remanescendo
a condenação pelo crime do art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86, às penas de 09 anos e 02 meses de reclusão
para FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS e de 05 anos de reclusão para os demais.
3. Argumenta que, somente após a condenação [1] dos autores por delito diverso do descrito, em que se
considerou a existência de lesão ao bem jurídico 'sistema financeiro nacional' única e exclusivamente pelo
suposto volume de transações é que surgiu para a defesa a oportunidade de arrolar testemunhas relevantes
para a defesa, de molde a comprovar que a ação de negociação pelo sistema realizado não importava em
lesão ao sistema financeiro nacional, pois, sendo o particular a negociar diretamente na Bolsa, ou sendo
a empresa corretora, vendendo-as em lote, independentemente do volume das transações, resultariam em
um mesmo preço .
4. Tais depoimentos, segundo os requerentes, constituem-se em novidade que servirá de base para futuro
pedido de Revisão Criminal em que se pretende a rescisão do édito condenatório, ressaltando, ainda, que a
irreversibilidade da condenação se mostra iminente, havendo o risco premente de suas prisões em razão
do regime de cumprimento de pena fixado em razão das penas corporais aplicadas. Pede, ao final, seja
deferida a oitiva das testemunhas arroladas na inicial
1/3
5. Instruem a inicial os documentos vistos nos id's 4058100.3847199, 4058100.3847201,
4058100.3847256, 4058100.3847264, 4058100.3847266, 4058100.3847268.
6. Decisão proferida pelo juízo da 32ª Vara Federal declarando sua incompetência para processar e julgar
o presente feito, ao tempo em que determinou sua redistribuição para esta 11ª Vara Federal (id.
4058100.3861171).
7. Instado a se manifestar, o Ministério Público Federal pugnou pela não admissão da pretendida coleta
testemunhal, à míngua de constituírem provas novas, não se enquadrando no estreito conceito do art. 621,
III, do Código de Processo Penal (id. 4058100.3909080).
10. Inicialmente, firmo a competência deste juízo para o processamento e julgamento do feito. Com
efeito, a ação penal (Processo nº 0012628-43.2010.4.05.8100) tramitou perante esta 11ª Vara Federal,
sendo naqueles autos produzidas as provas e realizados todos os atos processuais que resultaram na
condenação dos ora requerentes. Além disso, a justificação deve ser realizada no juízo de primeiro grau,
uma vez que o juízo de revisão não admite fase instrutória e em razão da necessidade de ser observado o
princípio do contraditório, sob pena de insegurança jurídica (TJRS. Revisão Criminal nº 70053817391.
Rel. Des. Isabel de Borba Lucas. Quarto Grupo de Câmaras Criminais. Julgado em 24 de maio de 2013).
12. Antes, porém, de examinar o pedido de que cuida a inicial, determino a intimação da parte autora para
que demonstre seu interesse processual, uma vez que, como bem salientou o órgão ministerial, a sentença
condenatória ainda não transitou em julgado, estando o caso ainda pendente junto ao Superior Tribunal de
Justiça (como destacado na própria inicial) ou mesmo de eventual recurso de cunho constitucional perante
o Supremo Tribunal Federal.
13. Além disso, deverá a parte autora demonstrar em que os pretendidos depoimentos podem
efetivamente contribuir para eventual novo desfecho da ação penal em questão, uma vez que a ação de
justificação criminal não se revela uma nova e simples ocasião para tomada de depoimentos de
testemunhas não arroladas pela defesa no curso do processo penal.
2/3
14. Após, voltem-me os autos conclusos.
[1] Com trânsito em julgado para o Ministério Público Federal e com a publicação do acórdão que julgou
o segundo recurso de embargos de declaração no agravo regimental no recurso especial oposto pela
defesa.
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
DANILO FONTENELE SAMPAIO CUNHA - Magistrado
18071814242505200000003951864
Data e hora da assinatura: 18/07/2018 14:24:25
Identificador: 4058100.3946328
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 3/3
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
11º VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0809311-23.2018.4.05.8100 - JUSTIFICAÇÃO CRIMINAL
Outros participantes
Sem registros
CERTIDÃO
CERTIFICO que, em 19/07/2018 13:43, o(a) Sr(a) JERONIMO ALVES BEZERRA foi intimado(a)
acerca de Despacho registrado em 18/07/2018 14:24 nos autos judiciais eletrônicos especificados na
epígrafe.
1/2
1 - Esta Certidão é válida para todos os efeitos legais, havendo sido expedida através do Sistema Processo
Judicial Eletrônico - PJe.
3 - Esta Certidão foi emitida gratuitamente em 19/07/2018 13:43 - Seção Judiciária do Ceará.
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 19/07/2018 13:43:08
Identificador: 4058100.3950955
2/2
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
11º VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0809311-23.2018.4.05.8100 - JUSTIFICAÇÃO CRIMINAL
Outros participantes
Sem registros
CERTIDÃO
CERTIFICO que, em 19/07/2018 13:57, o(a) Sr(a) IELTON BARRETO DE OLIVEIRA foi intimado(a)
acerca de Despacho registrado em 18/07/2018 14:24 nos autos judiciais eletrônicos especificados na
epígrafe.
1/2
1 - Esta Certidão é válida para todos os efeitos legais, havendo sido expedida através do Sistema Processo
Judicial Eletrônico - PJe.
3 - Esta Certidão foi emitida gratuitamente em 19/07/2018 13:57 - Seção Judiciária do Ceará.
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 19/07/2018 13:57:33
Identificador: 4058100.3951144
2/2
EXCELENTÍSSIMO JUIZ FEDERAL DA 11ª VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
Autos nº 0809311-23.2018.4.05.8100
1/10
1. 6. Entretanto, sem que houvesse sido efetuada a mutatio libelli , com
aditamento da denúncia, e oportunização de arrolamento de novas testemunhas, a sentença aplicou
aos Autores a pena do crime descrito no artigo 7º, IV, da Lei 7.492/86.
"43. Ademais, cabe lembrar que, no caso dos autos, somente no ano de 2001, foram realizadas cerca de
4000 (quatro mil) transferências de ações a crédito da RENDA, a grande maioria delas oriundas de
contas cujos titulares eram pessoas físicas. Além disso, conforme destacado no item 16 do citado Termo
de Acusação n2 CVM SP-2008-40: "Houve também cerca da 350 (trezentas e cinquenta) transferências a
débito da RENDA e a crédito da PAX, isto é, aquelas correspondentes às vendas em bolsa. Como é típico
da "garimpagem", a RENDA era sempre (e somente) vendedora de ações nos mercados organizados:
todas as 187 (cento e oitenta e sete) notas de corretagem da RENDA do ano 2000 a meados de 2006,
sumarizadas nas planilhas das fis. .., apresentam saldo credor. Nesse período, houve uma única compra
de ações em bolsa, em que a RENDA adquiriu ações de companhias telefônicas no valor de R$4 mil (fi..).
Por sua vez, as vendas em mercados organizados superaram a cifra de R$ 4,3 milhões."(grifamos), donde
se infere que a intensa atividade de mediação/corretagem de valores mobiliários atingiu não só o
mercado de capitais como também abalou a própria credibilidade do sistema financeiro, não havendo,
pois, que falar em atipicidade tampouco em incidência do tipo penal previsto no art. 27-E da Lei nç?
6.385/769, afastando-se, ainda, por via de conseqüência, a ocorrência do evento prescricional
possivelmente decorrente em caso de aplicação deste último dispositivo legal."
"estando a opção pelo enquadramento do delito praticado pela recorrente na previsão do art. 7º, inciso
IV, da Lei n.º 7.492/1986 escudada em farta remissão ao arcabouço fático-probatório dos autos, que
aponta para um especial abalo à credibilidade do sistema financeiro nacional , a desclassificação dessa
imputação para a de prática do crime previsto no art. 27-E da Lei n.º 6.385/76 esbarra, inevitavelmente,
no óbice da Súmula 07/STJ."
1.
2/10
1. 11. Foi fundamento da decisão que negou provimento ao Recurso Especial o fato
de que a sentença, bem assim o acórdão que a confirmou, consideraram que o volume das
operações caracterizaria lesão ao sistema financeiro nacional e que este fato específico, conduziria à
subsunção à norma da Lei de Crimes contra o Sistema Nacional.
1. 13. Sendo assim, não restou à defesa outro caminho senão servir-se do presente
expediente, de jurisdição voluntária, para realizar a prova testemunhal que servirá a futura Revisão
Criminal, de molde a comprovar que a negociação das ações, da forma como realizada, não
importava em lesão ao sistema financeiro nacional , pois, sendo o particular a negociar
diretamente na Bolsa, ou sendo a empresa corretora, vendendo-as em lote, independentemente do
volume das transações, resultariam em um mesmo preço .
1. 17. A mesma testemunha poderá, além disso, explicar a forma como se opera na
Bolsa de Valores e as razões pelas quais a prática da garimpagem não ofende, nem em tese, o bem
jurídico tutelado pelo tipo penal no qual restaram incursos os Requerentes, qual seja, o sistema
financeiro nacional.
3/10
1.
celetista, a defesa pretenderá provar, na Revisão Criminal, que o Requerente JERÔNIMO não
figurava como gerente da empresa, fator este que foi considerado tanto para determinar a sua
condenação, quanto para aumentar a sua pena base no momento da dosimetria e principalmente
para aplicar a pena de multa muito acima do patamar mínimo.
1. 22. Provará, ainda, que, em concomitância com seu trabalho na PAX trabalhava
ainda na rede de farmácias PAGUE MENOS como advogado, participando de todas as reuniões de
Diretoria e empregando a maior porcentagem de seu tempo na rede de farmácias, não na PAX.
1. 23. Tal fato será de fundamental importância na futura Revisão Criminal, pois o
Requerente GERALDO GADELHA trabalhou com carteira assinada na empresa PAX, única e
exclusivamente na área meio, não realizando operações, até mesmo porque não tinha formação
qualquer na área de mercado de capitais, e, ainda, não tinha dedicação de tempo suficiente na
empresa para cometer os ilícitos que lhe foram imputados.
1. 27. Como já se disse, além destes depoimentos serem inéditos , não poderiam
ter sido produzidos na ação originária, no qual se imputava a prática de crime diverso.
4/10
1. 28. Deste modo, está demonstrado, efetivamente, que os depoimentos
pretendidos podem efetivamente contribuir para um novo desfecho da ação penal em questão, não
pretendendo os Autores servirem-se de mera ocasião para a tomada de depoimentos de testemunhas
não arroladas pela defesa no curso da ação penal.
1. 29. Aliás, mesmo se assim fosse, estar-se-ia diante de caso em que, não tendo
sido arrolada absolutamente nenhuma testemunha de defesa, e não tendo se feito presente a defesa
constituída às audiências em que foi ouvida a maior parte das testemunhas de acusação, para que
fossem feitas reperguntas, teria ocorrido uma verdadeira renúncia ao direito de defesa, mesmo
sendo este irrenunciável e garantia inafastável, o que geraria, por si só, nulidade, hipótese que
também é passível de ser analisada em sede de revisão criminal.
1. 30. De mais a mais, apenas após a efetivação da oitiva das testemunhas arroladas
é que caberá ao órgão competente para apreciar a ação de revisão criminal verificar se a prova
produzida mostrou-se, de fato, inédita, ou se se revelou mera repetição.
1. 31. Esta análise, obviamente, somente poderá ser feita quando da análise dos
requisitos processuais da ação principal em si, quando já posta com todos os seus fundamentos.
1. 35. Ao Autor caberá fazer a avaliação, a depender do conteúdo que ali restar
produzido, se de fato usará o material probatório, seja para guardar como documento, seja para, no
futuro, embasar ação própria, como é sua intenção.
1.
5/10
1. 36. HUMBERTO THEODORO JÚNIOR, ao comentar o antigo artigo 861 do
Código de Processo Civil, cuja redação foi reproduzida no novel artigo 381, ensina que a
justificação tem o fim de documentar fatos, podendo servir a dois objetivos diversos: simplesmente
de documento para o proponente, sem caráter contencioso, exaurindo em si mesma sua finalidade
[2]
processual, e servir de prova em processo regular .
[3]
1. 37. Com entendimento idêntico, pode-se citar ARI FERREIRA DE QUEIROZ
.
1. 38. O Superior Tribunal de Justiça, por decisão de sua Quinta Turma, já fixou o
entendimento de que a conveniência da produção da prova cabe exclusivamente ao interessado,
sendo até mesmo dispensável declinar, em sede de ação de justificação criminal, a sua novidade ou
necessidade para fins de revisão criminal. Neste sentido:
6/10
1.
1. 44. É o que a doutrina, de modo muito lúcido, ensina, valendo citar artigo de
[4]
autoria de ALEXANDRE CLAUDINO SIMAS SANTOS , por sua pontual exposição:
"No entanto, a controvérsia surge quando a Justificação Criminal é proposta em momento anterior ao
trânsito em julgado da sentença que se pretende ver rescindida, caso em que pode vir a ser questionado o
cabimento da cautelar, porquanto a Revisão Criminal somente é admitida em face de sentença transitada
em julgado (§ 1º do art. 625 do Código de Processo Penal).
É importante ressaltar que a legislação vigente não estabelece exigências específicas para o ajuizamento
de Justificação Criminal, não havendo que se falar em óbice legal à sua propositora anterior ao trânsito
em julgado. Em que pese esteja ela relacionada à Revisão Criminal (que inegavelmente só é cabível após
o trânsito em julgado da sentença condenatória), não se pode perder de vista a natureza cautelar de
Ação de Justificação, cuja urgência é intrínseca. Também não é demais lembrar que a prova produzida
em seu âmbito pode conduzir à reparação de um erro judicial dos mais graves, qual seja, a injusta
condenação criminal.
Dessa forma, entende-se que o indeferimento da Justificação Criminal, ainda em casos em que a
condenação não tenha passado em julgado, pode vir a malferir os princípios constitucionais do
contraditório e da ampla defesa, mormente nos casos em que o autor foi sentenciado a cumprimento de
pena em regime semiaberto ou fechado. Nesta hipótese, o óbice à obtenção da prova obtida por meio da
cautelar pode resultar na prisão do acusado, tendo em vista que, uma vez transitada em julgado a
sentença condenatória, proceder-se-ia à expedição de mandado de prisão para cumprimento da pena,
desfecho possível de ser evitado com o sucesso da futura Revisão Criminal.
(...)
Conclui-se, pois, que não há base legal para que seja indeferida a Ação de Justificação Criminal sob
argumento de que não houve transito em julgado da sentença a ser impugnada, e que a questão deve ser
solucionada em favor das garantias constitucionais da ampla defesa e do contraditório (art. 5º LV, da
Constituição da República)."
1.
7/10
1. 45. Neste sentido, a ausência de trânsito em julgado, que se avizinha, aliás, não
constitui qualquer óbice à ação de justificação criminal, que é autônoma, e possui natureza cautelar
de produção antecipada de prova.
1. 46. Além de tudo quanto foi exposto, resta impugnar, por dever de ofício, o
inusitado pedido do Ministério Público de oitiva de testemunhas de acusação, em sede de ação de
justificação criminal (!)
1. 47. Na primeira leitura, julgou-se que o Ministério Público afirmava ter direito a
"arrolar testemunhas" em caráter meramente dialético.
1. 48. Qual não foi a surpresa dos Autores quando, ao final, o Ministério Público,
de fato, requereu a oitiva de uma testemunha por ele arrolada!
1. 49. Ora, como decorrência de tudo quanto foi exposto até o momento, fica claro
que falta completamente ao Ministério Público o interesse processual em arrolar testemunhas em
sede de justificação processual.
1. 50. Não há, da parte acusatória, nada a ser provado, pois o título condenatório já
está posto.
1. 52. Tal fato apenas mostra como o Parquet confunde sua atuação, deixando de
atuar como fiscal da lei para perseguir a qualquer custo o encarceramento das pessoas.
1. 53. Mostra, ainda, que antevê a fragilidade da própria prova produzida na ação
penal, pois julga necessário ouvir outras testemunhas adicionais, além daquelas que já foram
ouvidas!
8/10
1. 55. Como ele próprio reconhece, a revisão criminal jamais poderá acarretar
reformatio in pejus , sendo remédio exclusivo da defesa.
1. 56. Mais do que isso, o nome da testemunha por ele arrolada, esta sim, não
apresenta qualquer ineditismo, pois seu nome consta dos autos da ação penal desde sempre, sendo
JOSÉ BISMARQUE COÊLHO GUERRA justamente o deflagrador da reclamação perante a CVM.
1. 57. Aliás, o nome dele consta da própria denúncia, e, ainda, foi mencionado por
seis vezes na sentença condenatória!
1. 58. Mais ainda, o depoimento deste cidadão foi expressamente considerado para
a condenação dos Autores, ainda que não tenha sido ouvido em juízo, sob o crivo do contraditório,
pois à defesa não foi dado confrontar as suas palavras.
1. 59. Esta sim, foi uma violação ao contraditório, corolário da ampla defesa...
IV - DOS PEDIDOS
1. 61. Assim, sendo, requer seja deferida a oitiva das testemunhas arroladas na
inicial, intimando-as nos endereços ali expressos, todas elas residentes nesta Seção Judiciária.
P. deferimento.
9/10
OAB-DF 21.932 OAB-SP 234.563
[1] Art. 27-E. Exercer, ainda que a título gratuito, no mercado de valores mobiliários, a atividade de
administrador de carteira, agente autônomo de investimento, auditor independente, analista de valores
mobiliários, agente fiduciário ou qualquer outro cargo, profissão, atividade ou função, sem estar, para
esse fim, autorizado ou registrado na autoridade administrativa competente, quando exigido por lei ou
regulamento.
[2] THEODORO JÚNIOR, Humberto. Processo Cautelar, 18. Ed. Ver e atual. São Paulo: Livraria e
Editora Universitária de Direito, 1999, p. 323
[3] QUEIROZ, Ari Ferreira de. Direito processual civil: processo de execução e do processo cautelar. 3.
Ed. Ver., ampl. e atual até junho de 1997. Goiânia: Editora Jurídica. 1997. P. 315
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado
18072715090922800000003996012
Data e hora da assinatura: 27/07/2018 15:13:08
Identificador: 4058100.3990410
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 10/10
EXCELENTÍSSIMO JUIZ FEDERAL DA 11ª VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO
CEARÁ
Autos nº 0809311-23.2018.4.05.8100
1/12
4. Toda a defesa orbitou em torno de procurar demonstrar que a ação
realizada não configurava o tipo descrito na denúncia, mas aquele constante do
artigo 27-E da Lei 6.385/761, pois a denúncia imputou aos Requerentes a conduta
de garimpar ações, isto é, de, por sua empresa “desenvolver atividade diversa da
que tinha por objeto, praticando mediação ou corretagem de ações fora da bolsa
de valores, sem contar com a devida autorização da CVM para tanto”.
1Art. 27-E. Exercer, ainda que a título gratuito, no mercado de valores mobiliários, a atividade de
administrador de carteira, agente autônomo de investimento, auditor independente, analista de
valores mobiliários, agente fiduciário ou qualquer outro cargo, profissão, atividade ou função, sem
estar, para esse fim, autorizado ou registrado na autoridade administrativa competente, quando
exigido por lei ou regulamento.
2/12
as 187 (cento e oitenta e sete) notas de corretagem da RENDA do
ano 2000 a meados de 2006, sumarizadas nas planilhas das fis. ..,
apresentam saldo credor. Nesse período, houve uma única compra
de ações em bolsa, em que a RENDA adquiriu ações de
companhias telefônicas no valor de R$4 mil (fi..). Por sua vez, as
vendas em mercados organizados superaram a cifra de R$ 4,3
milhões."(grifamos), donde se infere que a intensa atividade de
mediação/corretagem de valores mobiliários atingiu não só o
mercado de capitais como também abalou a própria credibilidade
do sistema financeiro, não havendo, pois, que falar em atipicidade
tampouco em incidência do tipo penal previsto no art. 27-E da Lei
nç? 6.385/769, afastando-se, ainda, por via de conseqüência, a
ocorrência do evento prescricional possivelmente decorrente em
caso de aplicação deste último dispositivo legal.”
3/12
13. Sendo assim, não restou à defesa outro caminho senão servir-se
do presente expediente, de jurisdição voluntária, para realizar a prova testemunhal
que servirá a futura Revisão Criminal, de molde a comprovar que a negociação das
ações, da forma como realizada, não importava em lesão ao sistema financeiro
nacional, pois, sendo o particular a negociar diretamente na Bolsa, ou sendo a
empresa corretora, vendendo-as em lote, independentemente do volume das
transações, resultariam em um mesmo preço.
4/12
19. Em conjunto com a carteira de trabalho assinada, a afirmar o
vínculo celetista, a defesa pretenderá provar, na Revisão Criminal, que o
Requerente JERÔNIMO não figurava como gerente da empresa, fator este que foi
considerado tanto para determinar a sua condenação, quanto para aumentar a sua
pena base no momento da dosimetria e principalmente para aplicar a pena de multa
muito acima do patamar mínimo.
5/12
curto, e foi realizada em termos gerais, justamente em função de sua profissão de
advogado, sendo que não atuou na RENDA em qualquer negociação, muito menos
naquelas reputadas ilícitas pela sentença.
6/12
32. Em se tratando de instrumento cautelar, basta que, em tese, o
pedido e a causa de pedir trazidos pelos Autores se amolde aos requisitos
processuais da ação principal, sob pena de impedir-se, pura e simplesmente, de
plano e categoricamente, que os réus tenham a chance de se utilizar do único
instrumento processual possível para afastar casos de injustiça ou erro judiciário, o
que não se coaduna nem com o sistema democrático, nem com a legitimidade da
própria pena.
2THEODORO JÚNIOR, Humberto. Processo Cautelar, 18. Ed. Ver e atual. São Paulo: Livraria e
Editora Universitária de Direito, 1999, p. 323
7/12
37. Com entendimento idêntico, pode-se citar ARI FERREIRA DE
QUEIROZ3.
3QUEIROZ, Ari Ferreira de. Direito processual civil: processo de execução e do processo cautelar.
3. Ed. Ver., ampl. e atual até junho de 1997. Goiânia: Editora Jurídica. 1997. P. 315
8/12
II - DESNECESSIDADE DO TRÂNSITO EM JULGADO PARA O
CONHECIMENTO DA AÇAO DE JUSTIFICAÇÃO CRIMINAL E DA SUA
NECESSIDADE CAUTELAR JUSTAMENTE EM RAZÃO DA PREMENTE
PRISÃO DOS REQUERENTES
9/12
Criminal somente é admitida em face de sentença transitada em
julgado (§ 1º do art. 625 do Código de Processo Penal).
É importante ressaltar que a legislação vigente não estabelece
exigências específicas para o ajuizamento de Justificação Criminal,
não havendo que se falar em óbice legal à sua propositora anterior
ao trânsito em julgado. Em que pese esteja ela relacionada à
Revisão Criminal (que inegavelmente só é cabível após o trânsito
em julgado da sentença condenatória), não se pode perder de vista
a natureza cautelar de Ação de Justificação, cuja urgência é
intrínseca. Também não é demais lembrar que a prova produzida
em seu âmbito pode conduzir à reparação de um erro judicial dos
mais graves, qual seja, a injusta condenação criminal.
Dessa forma, entende-se que o indeferimento da Justificação
Criminal, ainda em casos em que a condenação não tenha passado
em julgado, pode vir a malferir os princípios constitucionais do
contraditório e da ampla defesa, mormente nos casos em que o
autor foi sentenciado a cumprimento de pena em regime
semiaberto ou fechado. Nesta hipótese, o óbice à obtenção da
prova obtida por meio da cautelar pode resultar na prisão do
acusado, tendo em vista que, uma vez transitada em julgado a
sentença condenatória, proceder-se-ia à expedição de mandado
de prisão para cumprimento da pena, desfecho possível de ser
evitado com o sucesso da futura Revisão Criminal.
(...)
Conclui-se, pois, que não há base legal para que seja indeferida a
Ação de Justificação Criminal sob argumento de que não houve
transito em julgado da sentença a ser impugnada, e que a questão
deve ser solucionada em favor das garantias constitucionais da
ampla defesa e do contraditório (art. 5º LV, da Constituição da
República).”
46. Além de tudo quanto foi exposto, resta impugnar, por dever de
ofício, o inusitado pedido do Ministério Público de oitiva de testemunhas de
acusação, em sede de ação de justificação criminal (!)
10/12
47. Na primeira leitura, julgou-se que o Ministério Público afirmava ter
direito a “arrolar testemunhas” em caráter meramente dialético.
48. Qual não foi a surpresa dos Autores quando, ao final, o Ministério
Público, de fato, requereu a oitiva de uma testemunha por ele arrolada!
49. Ora, como decorrência de tudo quanto foi exposto até o momento,
fica claro que falta completamente ao Ministério Público o interesse processual em
arrolar testemunhas em sede de justificação processual.
50. Não há, da parte acusatória, nada a ser provado, pois o título
condenatório já está posto.
52. Tal fato apenas mostra como o Parquet confunde sua atuação,
deixando de atuar como fiscal da lei para perseguir a qualquer custo o
encarceramento das pessoas.
56. Mais do que isso, o nome da testemunha por ele arrolada, esta sim,
não apresenta qualquer ineditismo, pois seu nome consta dos autos da ação penal
desde sempre, sendo JOSÉ BISMARQUE COÊLHO GUERRA justamente o
deflagrador da reclamação perante a CVM.
11/12
57. Aliás, o nome dele consta da própria denúncia, e, ainda, foi
mencionado por seis vezes na sentença condenatória!
IV – DOS PEDIDOS
P. deferimento.
Fortaleza, 23 de julho de 2018.
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado
18072715122131700000003996034
Data e hora da assinatura: 27/07/2018 15:13:08
Identificador: 4058100.3990430
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 12/12
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
11º VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0809311-23.2018.4.05.8100 - JUSTIFICAÇÃO CRIMINAL
Outros participantes
Sem registros
CERTIDÃO
CERTIFICO que, em 27/07/2018 23:59, o(a) Sr(a) FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS foi
intimado(a) acerca de Despacho registrado em 18/07/2018 14:24 nos autos judiciais eletrônicos
especificados na epígrafe.
1/2
1 - Esta Certidão é válida para todos os efeitos legais, havendo sido expedida através do Sistema Processo
Judicial Eletrônico - PJe.
3 - Esta Certidão foi emitida gratuitamente em 28/07/2018 00:01 - Seção Judiciária do Ceará.
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 28/07/2018 00:01:36
Identificador: 4058100.3992182
2/2
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
11º VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0809311-23.2018.4.05.8100 - JUSTIFICAÇÃO CRIMINAL
Outros participantes
Sem registros
CERTIDÃO
CERTIFICO que, em 27/07/2018 23:59, o(a) Sr(a) GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO foi
intimado(a) acerca de Despacho registrado em 18/07/2018 14:24 nos autos judiciais eletrônicos
especificados na epígrafe.
1/2
1 - Esta Certidão é válida para todos os efeitos legais, havendo sido expedida através do Sistema Processo
Judicial Eletrônico - PJe.
3 - Esta Certidão foi emitida gratuitamente em 28/07/2018 00:01 - Seção Judiciária do Ceará.
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 28/07/2018 00:01:37
Identificador: 4058100.3992183
2/2
PROCESSO Nº: 0809311-23.2018.4.05.8100 - JUSTIFICAÇÃO CRIMINAL
REQUERENTE: IELTON BARRETO DE OLIVEIRA e outros
ADVOGADO: Marcelo Leal De Lima Oliveira e outros
REQUERIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
11ª VARA FEDERAL - CE (JUIZ FEDERAL TITULAR)
DECISÃO
I- RELATÓRIO.
2- Arrolam como testemunhas Raimundo Francisco Padilha Sampaio (ex-presidente da Bolsa de Valores
Regional), Francisco Dimas dos Santos (operador de bolsa), Ana Maria Holanda Barreto (analista
administrativa), Josué Ubiranilson Alves (empresário), Mário Henrique Alves de Queirós (administrador)
e Armando Lima Caminha Filho (empresário), asseverando que a colheita dos seus depoimentos
objetiva " comprovar que a ação de negociação pelo sistema realizado não importava em lesão ao
sistema financeiro nacional, pois, sendo o particular a negociar diretamente na Bolsa, ou sendo a
empresa corretora, vendendo-as em lote, independentemente do volume das transações, resultariam em
um mesmo preço".
4- Determinado à parte autora que demonstrasse o seu interesse processual, e em que os pretendidos
depoimentos podem efetivamente contribuir para eventual novo desfecho da ação penal nº
0012628-43.2010.4.05.8100 (identificador 4058100.3934662), veio ela aos autos, no identificador
4058100.3990410, aduzindo, em suma, que:
a) "Certos da atipicidade da conduta imputada, a instrução foi realizada sem que fosse produzida
qualquer prova defensiva, já que não foram arroladas quais testemunhas ou mesmo sem que tenha
ocorrido sequer o interrogatório dos Acusados, que optaram por permanecer em silêncio ";
b) basearam a sua defesa " em torno de procurar demonstrar que a ação realizada não configurava o
1/4
tipo descrito na denúncia, mas aquele constante do artigo 27-E da Lei 6.835/76 ", reputando que a
prova documental seria mais suficiente, ocorrendo que, " sem que houvesse sido efetuada a mutatio
libelli, com aditamento da denúncia, e oportunização de arrolamento de novas testemunhas, a sentença
aplicou aos Autores a pena do crime descrito no artigo 7º, IV, da Lei 7.492/86 ", e somente " após a
condenação por crime absolutamente diverso ao descrito" foi que surgiu a oportunidade de a defesa
arrolar testemunhas relevantes;
6- A tente-se que na mencionada denúncia foi atribuída aos ali acusados o cometimento do crime
descrito no art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86 , o que evidencia o primeiro equívoco da argumentação ora
analisada, vez não ser a hipótese de mutatio libelli.
7- Cabe observar que, ainda que na primeira instância tenha ocorrido condenação de FRANCISCO
DEUSMAR DE QUEIRÓS, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO, IELTON BARRETO DE
OLIVEIRA e de JERÔNIMO ALVES BEZERRA nas penas do art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86 c/c o art.
27-C da Lei nº 6.385 c/c o art. 71 do Código Penal (crime continuado), conforme a sentença
SEN.0011.000172-0/2012 (cuja cópia é vista nos identificadores 4058100.3847208, 4058100.3847210,
4058100.3847253 e 4058100.3847256), na segunda instância foi aquele julgamento parcialmente
reformado, com a condenação dos apontados réus nas penas do art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86 , em
continuidade delitiva (cf. Apelação Criminal ACR nº 9363-CE, identificadores 4058100.3847264 e
4058100.3847266), ou seja, na mesma figura típica constante da denúncia , tendo sido mantida essa
condenação pelo Superior Tribunal de Justiça , ao negar provimento ao Recurso Especial REsp nº
1.449.193-CE e aos Embargos de Declaração interpostos pela defesa (cf. identificador 4058100.3847268).
8- Tal constatação afasta o argumento dos ora postulantes de que teriam sido condenados, na ação penal
nº 0012628-43.2010.4.05.8100, por crime diverso do constante na denúncia e, obviamente, de que apenas
" após a condenação por crime absolutamente diverso ao descrito" surgiu a oportunidade de arrolar as
testemunhas relevantes para a defesa.
9 - Deve ser registrado claramente que, no processo original, foi dada aos réus a oportunidade de alegar e
provar o que interessasse às suas defesas, não somente na fase do art. 396-A do CPP, mas também durante
toda a instrução daquele processo , preferindo suas Defesas não arrolarem testemunhas e os orientar
a permanecerem em silêncio durante os interrogatórios.
10 - Desde logo percebe-se que a Justificação criminal é aceita como procedimento preparatório de futura
Revisão Criminal que, se for o caso, corrigirá eventuais equívocos não percebidos na primeira, segunda e
terceira instância, apenas se ocorrerem qualquer das hipóteses previstas no art. 621 do CPP . Assim,
a via eleita não é prevista para a correção de opções livremente eleitas pelos réus e seus defensores,
não suportando o papel de retificação de estratégias que eventualmente resultaram imprecisas .
11- Assim, como prevê o art. 621 da lei adjetiva penal, são as seguintes as hipóteses de admissão da
revisão criminal:
I - quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou à evidência dos autos;
2/4
comprovadamente falsos;
12- Nesse contexto e de acordo com a inicial, tem-se que a produção de prova oral na justificação
criminal somente se admite nos casos de os depoimentos já colhidos serem falsos ou os novos
depoimentos representarem uma novidade não existente, disponível ou acessível à época do processo, não
sendo, qualquer dessas hipóteses, o caso dos autos .
14- O ra, como bem ponderado pelo douto órgão ministerial (identificador 4058100.3909080):
"(...) Não pode a justificação criminal se prestar ao mero arrolamento de novas testemunhas, esquecidas
pela defesa no momento processual oportuno, como já decidiu o STJ com apoio em precedentes da
própria Corte e do STF:
1. Esta Corte Superior de Justiça tem entendido que a justificação criminal se destina à obtenção de
prova nova com a finalidade de subsidiar eventual ajuizamento de revisão criminal, 'não é a Justificação,
para fins de Revisão Criminal uma nova e simples ocasião para reinquirição de testemunhas ouvidas no
processo da condenação, ou para arrolamento de novas testemunhas' (STF, HC 76.664, 1.ª Turma, Rel.
Min. SYDNEY SANCHES, DJ de 11/09/1998) (RHC 36.511/PR, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA
TURMA, julgado em 15/10/2013, DJe 25/10/2013).' (AgRg no AREsp 753.137/SP, Rel. Ministra LARIA
THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, DJe 23/11/2015).
2. Incidência da Súmula 568/STJ: O relator, monocraticamente e no Superior Tribunal de Justiça, poderá
dar ou negar provimento ao recurso quando houver entendimento dominante acerca do tema.
3. Agravo regimental improvido.
(AgRg no AREsp 859.395/MG, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA,
julgado em 10/05/2016, DJe 16/05/2016."
15- Diante do exposto, e não tendo os postulantes logrado demonstrar que o desejado na
presente Justificação está inserido em qualquer das hipóteses de cabimento da medida pleiteada
(mormente depoimentos anteriormente colhidos eivados de falsidade ou a aduzida necessidade da oitiva
das testemunhas não existentes, disponíveis ou acessíveis, o que constituiria novidade), não podendo este
procedimento ser usado para a reabertura da instrução criminal, nem para retificar eventuais
opções ou estratégias da defesa , INDEFIRO a Justificação criminal de que se cuida.
16- Intimem-se.
3/4
17- Expedientes necessários.
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
DANILO FONTENELE SAMPAIO CUNHA - Magistrado
18080112495060500000004014220
Data e hora da assinatura: 01/08/2018 14:29:25
Identificador: 4058100.4008596
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 4/4
PROCESSO Nº: 0809311-23.2018.4.05.8100 - JUSTIFICAÇÃO CRIMINAL
REQUERENTE: IELTON BARRETO DE OLIVEIRA e outros
ADVOGADO: Marcelo Leal De Lima Oliveira e outros
REQUERIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
11ª VARA FEDERAL - CE (JUIZ FEDERAL TITULAR)
DECISÃO
I- RELATÓRIO.
2- Arrolam como testemunhas Raimundo Francisco Padilha Sampaio (ex-presidente da Bolsa de Valores
Regional), Francisco Dimas dos Santos (operador de bolsa), Ana Maria Holanda Barreto (analista
administrativa), Josué Ubiranilson Alves (empresário), Mário Henrique Alves de Queirós (administrador)
e Armando Lima Caminha Filho (empresário), asseverando que a colheita dos seus depoimentos
objetiva " comprovar que a ação de negociação pelo sistema realizado não importava em lesão ao
sistema financeiro nacional, pois, sendo o particular a negociar diretamente na Bolsa, ou sendo a
empresa corretora, vendendo-as em lote, independentemente do volume das transações, resultariam em
um mesmo preço".
4- Determinado à parte autora que demonstrasse o seu interesse processual, e em que os pretendidos
depoimentos podem efetivamente contribuir para eventual novo desfecho da ação penal nº
0012628-43.2010.4.05.8100 (identificador 4058100.3934662), veio ela aos autos, no identificador
4058100.3990410, aduzindo, em suma, que:
a) "Certos da atipicidade da conduta imputada, a instrução foi realizada sem que fosse produzida
qualquer prova defensiva, já que não foram arroladas quais testemunhas ou mesmo sem que tenha
ocorrido sequer o interrogatório dos Acusados, que optaram por permanecer em silêncio ";
b) basearam a sua defesa " em torno de procurar demonstrar que a ação realizada não configurava o
1/4
tipo descrito na denúncia, mas aquele constante do artigo 27-E da Lei 6.835/76 ", reputando que a
prova documental seria mais suficiente, ocorrendo que, " sem que houvesse sido efetuada a mutatio
libelli, com aditamento da denúncia, e oportunização de arrolamento de novas testemunhas, a sentença
aplicou aos Autores a pena do crime descrito no artigo 7º, IV, da Lei 7.492/86 ", e somente " após a
condenação por crime absolutamente diverso ao descrito" foi que surgiu a oportunidade de a defesa
arrolar testemunhas relevantes;
6- A tente-se que na mencionada denúncia foi atribuída aos ali acusados o cometimento do crime
descrito no art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86 , o que evidencia o primeiro equívoco da argumentação ora
analisada, vez não ser a hipótese de mutatio libelli.
7- Cabe observar que, ainda que na primeira instância tenha ocorrido condenação de FRANCISCO
DEUSMAR DE QUEIRÓS, GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO, IELTON BARRETO DE
OLIVEIRA e de JERÔNIMO ALVES BEZERRA nas penas do art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86 c/c o art.
27-C da Lei nº 6.385 c/c o art. 71 do Código Penal (crime continuado), conforme a sentença
SEN.0011.000172-0/2012 (cuja cópia é vista nos identificadores 4058100.3847208, 4058100.3847210,
4058100.3847253 e 4058100.3847256), na segunda instância foi aquele julgamento parcialmente
reformado, com a condenação dos apontados réus nas penas do art. 7º, IV, da Lei nº 7.492/86 , em
continuidade delitiva (cf. Apelação Criminal ACR nº 9363-CE, identificadores 4058100.3847264 e
4058100.3847266), ou seja, na mesma figura típica constante da denúncia , tendo sido mantida essa
condenação pelo Superior Tribunal de Justiça , ao negar provimento ao Recurso Especial REsp nº
1.449.193-CE e aos Embargos de Declaração interpostos pela defesa (cf. identificador 4058100.3847268).
8- Tal constatação afasta o argumento dos ora postulantes de que teriam sido condenados, na ação penal
nº 0012628-43.2010.4.05.8100, por crime diverso do constante na denúncia e, obviamente, de que apenas
" após a condenação por crime absolutamente diverso ao descrito" surgiu a oportunidade de arrolar as
testemunhas relevantes para a defesa.
9 - Deve ser registrado claramente que, no processo original, foi dada aos réus a oportunidade de alegar e
provar o que interessasse às suas defesas, não somente na fase do art. 396-A do CPP, mas também durante
toda a instrução daquele processo , preferindo suas Defesas não arrolarem testemunhas e os orientar
a permanecerem em silêncio durante os interrogatórios.
10 - Desde logo percebe-se que a Justificação criminal é aceita como procedimento preparatório de futura
Revisão Criminal que, se for o caso, corrigirá eventuais equívocos não percebidos na primeira, segunda e
terceira instância, apenas se ocorrerem qualquer das hipóteses previstas no art. 621 do CPP . Assim,
a via eleita não é prevista para a correção de opções livremente eleitas pelos réus e seus defensores,
não suportando o papel de retificação de estratégias que eventualmente resultaram imprecisas .
11- Assim, como prevê o art. 621 da lei adjetiva penal, são as seguintes as hipóteses de admissão da
revisão criminal:
I - quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou à evidência dos autos;
2/4
comprovadamente falsos;
12- Nesse contexto e de acordo com a inicial, tem-se que a produção de prova oral na justificação
criminal somente se admite nos casos de os depoimentos já colhidos serem falsos ou os novos
depoimentos representarem uma novidade não existente, disponível ou acessível à época do processo, não
sendo, qualquer dessas hipóteses, o caso dos autos .
14- O ra, como bem ponderado pelo douto órgão ministerial (identificador 4058100.3909080):
"(...) Não pode a justificação criminal se prestar ao mero arrolamento de novas testemunhas, esquecidas
pela defesa no momento processual oportuno, como já decidiu o STJ com apoio em precedentes da
própria Corte e do STF:
1. Esta Corte Superior de Justiça tem entendido que a justificação criminal se destina à obtenção de
prova nova com a finalidade de subsidiar eventual ajuizamento de revisão criminal, 'não é a Justificação,
para fins de Revisão Criminal uma nova e simples ocasião para reinquirição de testemunhas ouvidas no
processo da condenação, ou para arrolamento de novas testemunhas' (STF, HC 76.664, 1.ª Turma, Rel.
Min. SYDNEY SANCHES, DJ de 11/09/1998) (RHC 36.511/PR, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA
TURMA, julgado em 15/10/2013, DJe 25/10/2013).' (AgRg no AREsp 753.137/SP, Rel. Ministra LARIA
THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, DJe 23/11/2015).
2. Incidência da Súmula 568/STJ: O relator, monocraticamente e no Superior Tribunal de Justiça, poderá
dar ou negar provimento ao recurso quando houver entendimento dominante acerca do tema.
3. Agravo regimental improvido.
(AgRg no AREsp 859.395/MG, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA,
julgado em 10/05/2016, DJe 16/05/2016."
15- Diante do exposto, e não tendo os postulantes logrado demonstrar que o desejado na
presente Justificação está inserido em qualquer das hipóteses de cabimento da medida pleiteada
(mormente depoimentos anteriormente colhidos eivados de falsidade ou a aduzida necessidade da oitiva
das testemunhas não existentes, disponíveis ou acessíveis, o que constituiria novidade), não podendo este
procedimento ser usado para a reabertura da instrução criminal, nem para retificar eventuais
opções ou estratégias da defesa , INDEFIRO a Justificação criminal de que se cuida.
16- Intimem-se.
3/4
17- Expedientes necessários.
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
MARIANNE SAUNDERS GUIMARAES UCHOA - Diretor de Secretaria
18080115510016500000004016246
Data e hora da assinatura: 01/08/2018 15:51:37
Identificador: 4058100.4010620
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PR-CE-MANIFESTAÇÃO-14336/2018
08093112320184058100
Documento assinado via Token digitalmente por MARCIO ANDRADE TORRES, em 02/08/2018 11:52. Para verificar a assinatura acesse
PR-CE-MANIFESTAÇÃO-14336/2018
MM Juiz,
PROCURADORIA DA Rua João Brígido, Nº 1260 5º Andar Salas 504 E 505, Joaquim
REPÚBLICA - Távora - Cep 60135080 - Fortaleza-CE
CEARÁ/MARACANAÚ Tel. (85)32667300 - Fax: - Email:Prce-sac@mpf.mp.br
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PROCURADORIA DA Rua João Brígido, Nº 1260 5º Andar Salas 504 E 505, Joaquim
REPÚBLICA - Távora - Cep 60135080 - Fortaleza-CE
CEARÁ/MARACANAÚ Tel. (85)32667300 - Fax: - Email:Prce-sac@mpf.mp.br
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
MARCIO ANDRADE TORRES - Procurador
18080211551958800000004020232
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TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
11º VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0809311-23.2018.4.05.8100 - JUSTIFICAÇÃO CRIMINAL
Outros participantes
Sem registros
CERTIDÃO
CERTIFICO que, em 10/08/2018 23:59, o(a) MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL foi intimado(a) acerca
de Decisão registrado em 01/08/2018 14:29 nos autos judiciais eletrônicos especificados na epígrafe.
1 - Esta Certidão é válida para todos os efeitos legais, havendo sido expedida através do Sistema Processo
1/2
Judicial Eletrônico - PJe.
3 - Esta Certidão foi emitida gratuitamente em 11/08/2018 00:04 - Seção Judiciária do Ceará.
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 11/08/2018 00:04:23
Identificador: 4058100.4059768
2/2
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
11º VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0809311-23.2018.4.05.8100 - JUSTIFICAÇÃO CRIMINAL
Outros participantes
Sem registros
CERTIDÃO
CERTIFICO que, em 10/08/2018 23:59, o(a) Sr(a) JERONIMO ALVES BEZERRA foi intimado(a)
acerca de Decisão registrado em 01/08/2018 14:29 nos autos judiciais eletrônicos especificados na
epígrafe.
1/2
1 - Esta Certidão é válida para todos os efeitos legais, havendo sido expedida através do Sistema Processo
Judicial Eletrônico - PJe.
3 - Esta Certidão foi emitida gratuitamente em 11/08/2018 00:04 - Seção Judiciária do Ceará.
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 11/08/2018 00:04:24
Identificador: 4058100.4059769
2/2
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
11º VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0809311-23.2018.4.05.8100 - JUSTIFICAÇÃO CRIMINAL
Outros participantes
Sem registros
CERTIDÃO
CERTIFICO que, em 10/08/2018 23:59, o(a) Sr(a) FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS foi
intimado(a) acerca de Decisão registrado em 01/08/2018 14:29 nos autos judiciais eletrônicos
especificados na epígrafe.
1/2
1 - Esta Certidão é válida para todos os efeitos legais, havendo sido expedida através do Sistema Processo
Judicial Eletrônico - PJe.
3 - Esta Certidão foi emitida gratuitamente em 11/08/2018 00:04 - Seção Judiciária do Ceará.
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 11/08/2018 00:04:25
Identificador: 4058100.4059771
2/2
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
11º VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0809311-23.2018.4.05.8100 - JUSTIFICAÇÃO CRIMINAL
Outros participantes
Sem registros
CERTIDÃO
CERTIFICO que, em 10/08/2018 23:59, o(a) Sr(a) GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO foi
intimado(a) acerca de Decisão registrado em 01/08/2018 14:29 nos autos judiciais eletrônicos
especificados na epígrafe.
1/2
1 - Esta Certidão é válida para todos os efeitos legais, havendo sido expedida através do Sistema Processo
Judicial Eletrônico - PJe.
3 - Esta Certidão foi emitida gratuitamente em 11/08/2018 00:04 - Seção Judiciária do Ceará.
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 11/08/2018 00:04:26
Identificador: 4058100.4059772
2/2
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
11º VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0809311-23.2018.4.05.8100 - JUSTIFICAÇÃO CRIMINAL
Outros participantes
Sem registros
CERTIDÃO
CERTIFICO que, em 10/08/2018 23:59, o(a) Sr(a) IELTON BARRETO DE OLIVEIRA foi intimado(a)
acerca de Decisão registrado em 01/08/2018 14:29 nos autos judiciais eletrônicos especificados na
epígrafe.
1/2
1 - Esta Certidão é válida para todos os efeitos legais, havendo sido expedida através do Sistema Processo
Judicial Eletrônico - PJe.
3 - Esta Certidão foi emitida gratuitamente em 11/08/2018 00:04 - Seção Judiciária do Ceará.
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 11/08/2018 00:04:27
Identificador: 4058100.4059773
2/2
EXCELENTÍSSIMO JUIZ FEDERAL DA 11ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICÁRIA DO
CEARÁ
RECURSO DE APELAÇÃO
em face da decisão terminativa proferida por este Juízo, que indeferiu a Justificação Criminal, requerendo
a juntada das razões que seguem anexas e a remessa dos autos para o Tribunal Regional Federal da 5ª
Região
P. deferimento
OAB/DF 21.932
1/14
Caio César Vieira Rocha
OAB/CE 15.095
OAB/SP 329.034
OAB/CE 16.386
OAB/CE 8.502
APELANTES:
RAZÕES DE APELAÇÃO
1.
2/14
1. 1. Os Recorrentes aviaram Justificação Criminal perante a 11ª Vara Federal do
Ceará no intuito de produzir prova testemunhal para instruir posterior Revisão Criminal contra
sentença condenatória contra eles proferida.
" 10 - Desde logo percebe-se que a Justificação criminal é aceita como procedimento preparatório de
futura Revisão Criminal que, se for o caso, corrigirá eventuais equívocos não percebidos na primeira,
segunda e terceira instância, apenas se ocorrerem qualquer das hipóteses previstas no art. 621 do CPP.
Assim, a via eleita não é prevista para a correção de opções livremente eleitas pelos réus e seus
defensores, não suportando o papel de retificação de estratégias que eventualmente resultaram
imprecisas.
(...)
12- Nesse contexto e de acordo com a inicial, tem-se que a produção de prova oral na justificação
criminal somente se admite nos casos de os depoimentos já colhidos serem falsos ou os novos
depoimentos representarem uma novidade não existente, disponível ou acessível à época do processo,
não sendo, qualquer dessas hipóteses, o caso dos autos.
(...)
15- Diante do exposto, e não tendo os postulantes logrado demonstrar que o desejado na presente
Justificação está inserido em qualquer das hipóteses de cabimento da medida pleiteada (mormente
depoimentos anteriormente colhidos eivados de falsidade ou a aduzida necessidade da oitiva das
testemunhas não existente, disponíveis ou acessíveis, o que constituiria novidade), não podendo este
procedimento ser usado para a reabertura da instrução criminal, nem para retificar eventuais opções
ou estratégias da defesa, INDEFIRO a Justificação criminal de que se cuida. (grifos no original)
3/14
II - PRELIMINARMENTE: DA USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA DESTE TRF-5 PELO
JUÍZO DE PRIMEIRO GRAU PARA ADENTRAR NA ANÁLISE DOS PRESSUPOSTOS
PROCESSUAIS DE REVISÃO CRIMINAL
II - pelo Tribunal Federal de Recursos, Tribunais de Justiça ou de Alçada, nos demais casos.
1. 9. Daí se conclui que a Revisão Criminal exige órgão colegiado para seu
processamento. E o Juízo de Primeiro Grau não o é.
4/14
1. 11. Ora, o processo em curso não é nem nunca foi uma Revisão Criminal.
Trata-se apenas de Justificação Criminal, um procedimento de natureza totalmente diversa da
Revisão.
Art. 381. A produção antecipada da prova será admitida nos casos em que:
I - haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou muito difícil a verificação de certos
fatos na pendência da ação;
(...)
§ 2 o A produção antecipada da prova é da competência do juízo do foro onde esta deva ser produzida
ou do foro de domicílio do réu.
§ 3 o A produção antecipada da prova não previne a competência do juízo para a ação que venha a ser
proposta.
§ 4 o O juízo estadual tem competência para produção antecipada de prova requerida em face da União,
de entidade autárquica ou de empresa pública federal se, na localidade, não houver vara federal.
1. 17. Ora, a própria natureza da Revisão Criminal impede que haja, em seu corpo,
dilação probatória. Evidente que qualquer prova testemunhal a ser produzida de forma a instruir tal
ação deve se originar em Justificação Criminal, diante da impossibilidade de sua produção na
5/14
1.
própria Revisão.
Art. 625. O requerimento será distribuído a um relator e a um revisor, devendo funcionar como relator
um desembargador que não tenha pronunciado decisão em qualquer fase do processo.
(...)
6/14
1.
autônoma, de jurisdição voluntária, se socorrendo do Poder Judiciário apenas para atribuir à
produção desta prova o necessário caráter contraditório, por isso ao Magistrado não caberá fazer
análise de mérito que pudesse vir a interferir no juízo penal.
1. 22. Ao autor caberá fazer a avaliação, a depender do conteúdo que ali restar
produzido, se de fato usará o material probatório, seja para guardar como documento, seja para, no
futuro, embasar ação própria, como é sua intenção.
1. 25. O uso que fará desta prova dependerá de muitos fatores, sendo que até
mesmo a pertinência e relevância dependerão, em muito, do que estas testemunhas de fato vierem a
falar em juízo.
1. 26. Aliás, nem sequer na própria revisão criminal seria dado rejeitar
liminarmente a ação sob o fundamento de que a prova não é nova ou que deveria ter sido produzida
antes, bastando, no momento da análise preliminar, a mera afirmação do autor, valendo, aqui, a
teoria da afirmação.
"O requerente deve pelo menos afirmar que a sentença ou o processo contém um dos vícios elencados
nos incisos do art. 621, o que será aferido em cognição sumária e provisória. Ou seja, a afirmação do
autor, (in statu assertionis ), deve referir-se a uma (ou mais), das hipóteses legais, tornando possível o
exercício da ação com vista à causa de pedir invocada.
Adota-se, nesse passo, a denominada teoria da afirmação (em italiano, prospettazione ), pela qual a
existência das condições da ação se afere, em cognição sumária e provisória, no momento do
ajuizamento da demanda, de acordo com a alegação do autor, e não perante sua existência concreta. A
inexistência efetiva, apurada em cognição profunda e exauriente, levará à rejeição da demanda, pelo
mérito ."
7/14
1.
de Ação de Justificação Criminal, a decisão atacada foi além da competência do Juízo que a
proferiu.
1. 30. Ainda que assim não fosse, e autorizado estivesse ao juiz adentrar na análise
dos pressupostos processuais da própria ação revisional, fato é que o indeferimento das testemunhas
arroladas em ação de justificação criminal, sob o fundamento de que " a revisão criminal não se
presta a corrigir falhas de estratégia ", representa constrangimento ilegal mais do que evidente.
1. 31. Isto porque a ação revisional tem por fundamento histórico e político
exatamente esse: o de corrigir falhas no exercício da defesa.
1. 33. Com efeito, dispõe o inciso XXXV, do artigo 5º de nossa Constituição, com
clareza solar que " a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça de lesão
a direito ".
1. 34. Tanto é sagradíssimo que o direito de tentar produzir prova de inocência que
aparece como única exceção à cláusula do "trânsito em julgado", de igual natureza pétrea.
8/14
1. 36. Nesse sentido, vale relembrar a clássica lição de ADA PELLEGRINI
GRINOVER, ANTONIO MAGALHÃES GOMES FILHI e ANTONIO SCARANCE FERNADES
[4] , a respeito do tema:
"A atividade jurisdicional, por melhor que seja, está sujeita a equívocos, pois o juízo humano, por mais
precauções que se tomem, é inseparável do erro.
Dois valores, que podem ser antagônicos, são levados em consideração para resolver situação críticas:
de um lado, o valor segurança, representado pela coisa julgada; de outro, o valor justiça, defendido pelo
sistema recursal. Mas, às vezes, o sistema recursal pode não ser eficiente para estabelecer a justiça
material, e é por isso que surgem remédios como a revisão criminal e a rescisória cível.
No entanto, há diferenças entre as duas ações de impugnação: no campo civil, a rescisória é sujeita a um
prazo preclusivo e pode ser ajuizada por qualquer das partes e até por terceiros juridicamente
prejudicados. No campo penal, onde está em jogo o valor liberdade, a revisão não se sujeita a prazos
preclusivos, podendo ser ajuizada a qualquer tempo (mesmo após a morte do condenado), mas é, em
grande parte dos sistemas processuais, privativa da defesa ."
1. 37. Ora, sendo assim, é evidente que o fundamento da decisão aqui atacada não
subsiste de forma alguma.
1. 39. Especialmente numa hipótese como a presente, em que ainda há tempo hábil
para reparar a injustiça antes que venham os Requerentes a iniciar, de fato, o cumprimento da pena
privativa de liberdade, suportando em seus próprios corpos, as agruras do cárcere, mesmo se
tratando de pessoas de excelente índole, muito bem ajustada socialmente, bem estabelecidas, com
família constituída, e que apenas boas obras trazem ao seu contexto social na atualidade.
1. 40. Que a prova não seja considerada procedente e suficiente, ao fim e ao cabo,
para cancelar essa nefasta condenação, o futuro dirá, mas o que não se pode é tolher dos
Requerentes a sua própria esperança, retirando deles a singela possibilidade de colher prova.
1. 41. Tal fato seria muito natural em ordenamentos jurídicos em que a prova é
colhida diretamente pelas partes, como ocorre nos Estados Unidos. Mas, no nosso, em que as partes
dependem do paternalismo judicial para ouvir uma testemunha, é preciso que esse direito seja
resguardado, ainda para que mostrem o seu resultado para seus filhos e netos quando estes
perguntarem porque o seu avô foi preso.
9/14
IV - DA EFETIVA PRESENÇA DAS HIPÓTESES DE CABIMENTO DA REVISÃO CRIMINAL
1. 42. Ainda que pudesse o Juízo Singular decidir sobre o mérito da Revisão
Criminal, o indeferimento ora atacado mereceria revisão.
" 10 - Desde logo percebe-se que a Justificação criminal é aceita como procedimento preparatório de
futura Revisão Criminal que, se for o caso, corrigirá eventuais equívocos não percebidos na primeira,
segunda e terceira instância, apenas se ocorrerem qualquer das hipóteses previstas no art. 621 do CPP.
Assim, a via eleita não é prevista para a correção de opções livremente eleitas pelos réus e seus
defensores, não suportando o papel de retificação de estratégias que eventualmente resultaram
imprecisas.
1. 47. Busca-se apenas garantir aos Apelantes a ampla defesa que inocorreu na ação
penal originária!
1. 48. Como a própria decisão pontuou, não foram arroladas quaisquer testemunhas
pela defesa, e, ainda, os Acusados foram orientados a permanecer em silêncio.
1. 49. Mesmo que fosse o caso de efetiva inação, o decisium atacado não poderia
sobrepor a garantia do trânsito em julgado à do direito de defesa, quando, na verdade, o direito de
provar a própria inocência é sagrado a ponto de aparecer como exceção à primeira.
10/14
1. 51. Não se trata de arrolar agora testemunhas "esquecidas" pela defesa quando da
instrução, vez que, como já explicado, apenas a condenação considerou que os supostos atos ilícitos
atacaram o bem jurídico "sistema financeiro nacional" por conta do volume de transações, inovando
em relação ao quanto descrito e delimitado pela denúncia.
1. 53. Eis como a doutrina sempre delineou o conceito de "prova nova", de molde a
incluir toda e qualquer prova que não tenha integrado o conjunto probatório que integrou a ação
penal:
"No processo penal, presta-se à revisão qualquer prova nova, atinente ou não a fato alegado no
processo, incluindo a relativa a fato novo, não suscitado no primeiro processo , fato que pode até ter
sido descoberto depois .
Uma interpretação ainda mais aberta do texto processual penal pode levar ao entendimento de que a
prova, conhecida e apresentada no primeiro processo, e que chegou a ser apreciada pelo juiz, pode ser
reexaminada como prova nova, com argumentação diversa da desenvolvida pela sentença: é o que pode
ocorrer, por exemplo, com a reapreciação da prova em virtude de novos conhecimentos científicos."
1. 55. Novo deve ser entendido no sentido de inédito . Isto, é dado até então não
analisado, não levado ao conhecimento dos julgadores, não integrante do conjunto probatório que
embasou a condenação e que levou os destinatários da prova a considerarem-na suficientes para
afastar o primado da presunção de inocência.
1. 56. O Superior Tribunal de Justiça, por decisão de sua Quinta Turma, já fixou o
entendimento de que a conveniência da produção da prova cabe ao interessado , sendo até
mesmo dispensável declinar, em sede de ação de justificação criminal, a sua novidade ou
necessidade para fins de revisão criminal. Neste sentido:
11/14
NOVIDADE, FINALIDADE OU IMPORTÂNCIA DA PROVA QUE SE PRETENDE PRODUZIR.
CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZADO. CONCESSÃO DA ORDEM DE OFÍCIO.
defesa explicite a novidade, a importância ou a finalidade da prova que pretende produzir, exame que
será realizado quando da sua utilização em eventual ação revisional a ser ajuizada. Precedentes.
3. Habeas corpus não conhecido. Ordem concedida de ofício para determinar o processamento da
cautelar de justificação ajuizada pela defesa. (HC 324634, Rel. Min LEOPOLDO DE ARRUDA
RAPOSO, DJ de 04/11/2015).
1. A aventada ilegalidade do indeferimento da justificação judicial não foi analisada pela Corte
Estadual, que não conheceu do writ ali impetrado sob o argumento de que tal decisão não teria o condão
de violar a liberdade ambulatorial do paciente, circunstância que impediria a manifestação deste
Sodalício sobre o tópico, sob pena de incorrer em indevida supressão de instância.
DA ORDEM DE OFÍCIO.
12/14
importância ou a finalidade da prova que pretende produzir, exame que será realizado quando da sua
utilização em eventual ação revisional a ser ajuizada . Precedentes.
2. Recurso ordinário não conhecido. Ordem concedida de ofício para determinar o processamento da
cautelar de justificação ajuizada pela defesa.
(STJ, Quinta Turma, RHC 40832, Rel. Min. JORGE MUSSI, DJ de 10/04/2014)
IV - DO PEDIDO
1. 60. Caso não se entenda ser a Apelação o recurso cabível contra o decisium
atacado, requer a presente peça seja recebida como Habeas Corpus , de modo a corrigir o ato coator
- decisão terminativa da Revisão Criminal, concedendo-se, de ofício, a ordem para determinar o
processamento da justificação criminal objeto da presente medida.
P. deferimento.
OAB/DF 21.932
13/14
Caio César Vieira Rocha
OAB/CE 15.095
OAB/SP 329.034
OAB/CE 16.386
OAB/CE 8.502
[1] THEODORO JÚNIOR, Humberto. Processo cautelar. 18. ed. rev. e atual. São Paulo: Livraria e
Editora Universitária de Direito, 1999, p. 323.
[2] QUEIROZ, Ari Ferreira de. Direito processual civil: processo de execução e do processo cautelar. 3.
ed. rev., ampl. e atual. até junho de 1997. Goiânia: Editora Jurídica, 1997. p. 315
[3] Recursos no Processo Penal, 3ª ed., Revista dos Tribunais, 2001, p. 313.
[4] Recursos no Processo Penal, 3ª ed., Revista dos Tribunais, 2001, p. 306.
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Assinado eletronicamente por:
Marcelo Leal de Lima Oliveira - Advogado
18081717442195400000004096389
Data e hora da assinatura: 17/08/2018 17:47:41
Identificador: 4058100.4090691
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 14/14
EXCELENTÍSSIMO JUIZ FEDERAL DA 11ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO
JUDICÁRIA DO CEARÁ
RECURSO DE APELAÇÃO
P. deferimento
Brasília, 17 de agosto de 2018
1/16
ORIGEM: JUSTIFICAÇÃO CRIMINAL Nº 0809311-23.2018.4.05.8100
APELANTES:
FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS
GERALDO GADELHA FILHO
IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
RAZÕES DE APELAÇÃO
2/16
processual da ação penal 0012628-43.2010.4.05.8100, uma
vez que naquela fazer processual há muito encerrada, repise-
se, apesar de terem tido todas as oportunidades de
alegarem e proverem tudo o que fosse atinente às suas
defesas, nos termos do art. 396-A do CPP e no decorrer da
instrução criminal, inclusive o afirmado objetivo das oitivas
requeridas nestes autos, seja na oportunidade da produção de
prova oral (ocasião em que já poderiam ter requerido o
depoimento em juízo das mesmas pessoas que somente agora
elencam como testemunhas), seja com a oportuna apresentação
de prova documental, quedaram-se inertes, sendo também
essa a opção da Defesa dos réus ao os orientar a
permanecerem calados e não responderem perguntas eu
lhe são formuladas (cf. identificadores 4058100.3847182 e
4058100.3990410).
(...)
15- Diante do exposto, e não tendo os postulantes logrado
demonstrar que o desejado na presente Justificação está
inserido em qualquer das hipóteses de cabimento da
medida pleiteada (mormente depoimentos anteriormente
colhidos eivados de falsidade ou a aduzida necessidade da oitiva
das testemunhas não existente, disponíveis ou acessíveis, o que
constituiria novidade), não podendo este procedimento ser
usado para a reabertura da instrução criminal, nem para
retificar eventuais opções ou estratégias da defesa,
INDEFIRO a Justificação criminal de que se cuida. (grifos no
original)
3/16
5. Obstou-se, pura e simplesmente, a produção de provas que
podem ou não vir a compor o corpo de Revisão Criminal, sob o seguinte
fundamento, verbis:
4/16
II - pelo Tribunal Federal de Recursos, Tribunais de Justiça ou
de Alçada, nos demais casos.
11. Ora, o processo em curso não é nem nunca foi uma Revisão
Criminal. Trata-se apenas de Justificação Criminal, um procedimento de
natureza totalmente diversa da Revisão.
5/16
Art. 381. A produção antecipada da prova será admitida nos
casos em que:
I - haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível
ou muito difícil a verificação de certos fatos na pendência
da ação;
(...)
§ 2o A produção antecipada da prova é da competência do juízo
do foro onde esta deva ser produzida ou do foro de domicílio do
réu.
§ 3o A produção antecipada da prova não previne a competência
do juízo para a ação que venha a ser proposta.
§ 4o O juízo estadual tem competência para produção
antecipada de prova requerida em face da União, de entidade
autárquica ou de empresa pública federal se, na localidade, não
houver vara federal.
6/16
naturalidade, mesmo porque, mesmo com o novo Código de Processo Civil, a
tradicionalíssima redação do artigo 861 do antigo Códex foi mantida com a
mesma redação na nova disciplina pelo artigo 381, §5º:
1THEODORO JÚNIOR, Humberto. Processo cautelar. 18. ed. rev. e atual. São Paulo: Livraria e
Editora Universitária de Direito, 1999, p. 323.
7/16
24. Com entendimento idêntico, pode-se citar ARI FERREIRA DE
QUEIROZ2.
25. O uso que fará desta prova dependerá de muitos fatores, sendo
que até mesmo a pertinência e relevância dependerão, em muito, do que estas
testemunhas de fato vierem a falar em juízo.
26. Aliás, nem sequer na própria revisão criminal seria dado rejeitar
liminarmente a ação sob o fundamento de que a prova não é nova ou que deveria
ter sido produzida antes, bastando, no momento da análise preliminar, a mera
afirmação do autor, valendo, aqui, a teoria da afirmação.
2 QUEIROZ, Ari Ferreira de. Direito processual civil: processo de execução e do processo
cautelar. 3. ed. rev., ampl. e atual. até junho de 1997. Goiânia: Editora Jurídica, 1997. p. 315
3 Recursos no Processo Penal, 3ª ed., Revista dos Tribunais, 2001, p. 313.
8/16
29. Mais do que isso, incorreu em indevido exercício de futurologia,
pois conseguiu “adivinhar” não só o teor dos depoimentos como a sua
imprestabilidade para alterar a condenação!
9/16
preclusivos, exatamente porque a defesa não é um direito renunciável,
assim como, as deficiências e vicissitudes processuais ocorridas quando
da ação penal não podem retirar do condenado a chance que possa ter de
fazer a prova de sua inocência a qualquer momento. Tanto que se permite a
revisão criminal mesmo quando cumprida a pena e mesmo após a morte!
10/16
iniciar, de fato, o cumprimento da pena privativa de liberdade, suportando em
seus próprios corpos, as agruras do cárcere, mesmo se tratando de pessoas de
excelente índole, muito bem ajustada socialmente, bem estabelecidas, com
família constituída, e que apenas boas obras trazem ao seu contexto social na
atualidade.
11/16
suportando o papel de retificação de estratégias que
eventualmente resultaram imprecisas.
12/16
53. Eis como a doutrina sempre delineou o conceito de “prova nova”,
de molde a incluir toda e qualquer prova que não tenha integrado o conjunto
probatório que integrou a ação penal:
55. Novo deve ser entendido no sentido de inédito. Isto, é dado até
então não analisado, não levado ao conhecimento dos julgadores, não integrante
do conjunto probatório que embasou a condenação e que levou os destinatários
da prova a considerarem-na suficientes para afastar o primado da presunção de
inocência.
13/16
DA PROVA QUE SE PRETENDE PRODUZIR.
CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZADO.
CONCESSÃO DA ORDEM DE OFÍCIO.
1. Embora o indeferimento de justificação judicial não viole,
imediatamente, a liberdade de locomoção do acusado, o certo é
que inviabiliza a produção da prova com a qual pretende instruir
a revisão criminal, ameaçando o seu direito ambulatorial, ainda
que de modo reflexo, já que está sendo impedido de questionar
a condenação que reputa ser injusta ou nula. Precedente.
2. No procedimento de justificação judicial não se exige que a
defesa explicite a novidade, a importância ou a finalidade da
prova que pretende produzir, exame que será realizado quando
da sua utilização em eventual ação revisional a ser ajuizada.
Precedentes.
3. Habeas corpus não conhecido. Ordem concedida de ofício
para determinar o processamento da cautelar de justificação
ajuizada pela defesa. (HC 324634, Rel. Min LEOPOLDO DE
ARRUDA RAPOSO, DJ de 04/11/2015).
14/16
seu direito ambulatorial, ainda que de modo reflexo, já que está
sendo impedido de questionar a condenação que reputa ser
injusta ou nula. Precedente.
JUSTIFICAÇÃO JUDICIAL. INDEFERIMENTO. JUÍZO
ACERCA DA IDONEIDADE DA PROVA PARA FINS DE
REVISÃO CRIMINAL. ILEGALIDADE. DESNECESSIDADE DE
INDICAÇÃO DA NOVIDADE, FINALIDADE OU IMPORTÂNCIA
DA PROVA QUE SE PRETENDE PRODUZIR.
CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZADO.
CONCESSÃO
DA ORDEM DE OFÍCIO.
1. No procedimento de justificação judicial não se exige que
a defesa explicite a novidade, a importância ou a finalidade
da prova que pretende produzir, exame que será realizado
quando da sua utilização em eventual ação revisional a ser
ajuizada. Precedentes.
2. Recurso ordinário não conhecido. Ordem concedida de ofício
para determinar o processamento da cautelar de justificação
ajuizada pela defesa.
(STJ, Quinta Turma, RHC 40832, Rel. Min. JORGE MUSSI, DJ
de 10/04/2014)
IV – DO PEDIDO
15/16
concedendo-se, de ofício, a ordem para determinar o processamento da
justificação criminal objeto da presente medida.
P. deferimento.
Brasília, 17 de agosto de 2018.
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
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PROCESSO Nº: 0809311-23.2018.4.05.8100 - JUSTIFICAÇÃO CRIMINAL
REQUERENTE: IELTON BARRETO DE OLIVEIRA e outros
ADVOGADO: Marcelo Leal De Lima Oliveira e outros
REQUERIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
11ª VARA FEDERAL - CE (JUIZ FEDERAL TITULAR)
Expediente de praxe.
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
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PROCESSO Nº: 0809311-23.2018.4.05.8100 - JUSTIFICAÇÃO CRIMINAL
REQUERENTE: IELTON BARRETO DE OLIVEIRA e outros
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REQUERIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
11ª VARA FEDERAL - CE (JUIZ FEDERAL TITULAR)
Expediente de praxe.
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
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DANILO FONTENELE SAMPAIO CUNHA - Magistrado
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PROCESSO Nº: 0809311-23.2018.4.05.8100 - JUSTIFICAÇÃO CRIMINAL
REQUERENTE: IELTON BARRETO DE OLIVEIRA e outros
ADVOGADO: Marcelo Leal De Lima Oliveira e outros
REQUERIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
11ª VARA FEDERAL - CE (JUIZ FEDERAL TITULAR)
Expediente de praxe.
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
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DANILO FONTENELE SAMPAIO CUNHA - Magistrado
18082017030333000000004103914
Data e hora da assinatura: 20/08/2018 17:03:03
Identificador: 4058100.4098132
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 1/1
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
11º VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0809311-23.2018.4.05.8100 - JUSTIFICAÇÃO CRIMINAL
Outros participantes
Sem registros
CERTIDÃO
CERTIFICO que, em 22/08/2018 17:34, o(a) Sr(a) FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIROS foi
intimado(a) acerca de Despacho registrado em 20/08/2018 17:02 nos autos judiciais eletrônicos
especificados na epígrafe.
1/2
1 - Esta Certidão é válida para todos os efeitos legais, havendo sido expedida através do Sistema Processo
Judicial Eletrônico - PJe.
3 - Esta Certidão foi emitida gratuitamente em 22/08/2018 17:34 - Seção Judiciária do Ceará.
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 22/08/2018 17:34:35
Identificador: 4058100.4113853
2/2
Ministério Público Federal
Procuradoria da República no Estado do Ceará
Documento assinado via Token digitalmente por MARCIO ANDRADE TORRES, em 28/08/2018 14:05. Para verificar a assinatura acesse
PROCESSO: 0809311-23.2018.4.05.8100
APELANTES: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS
GERALDO GADELHA FILHO
IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
APELADO: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
Procurador da República
20180824-GAB-MAT-LRDC
1/10
Ministério Público Federal
Procuradoria da República no Estado do Ceará
PROCESSO: 0809311-23.2018.4.05.8100
APELANTES: FRANCISCO DEUSMAR DE QUEIRÓS
Documento assinado via Token digitalmente por MARCIO ANDRADE TORRES, em 28/08/2018 14:05. Para verificar a assinatura acesse
GERALDO GADELHA FILHO
IELTON BARRETO DE OLIVEIRA
APELADO: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
COLENDA TURMA,
20180824-GAB-MAT-LRDC
2/10
Ministério Público Federal
Procuradoria da República no Estado do Ceará
Documento assinado via Token digitalmente por MARCIO ANDRADE TORRES, em 28/08/2018 14:05. Para verificar a assinatura acesse
trânsito em julgado da referida decisão.
Para fundamentar a justificação, os autores alegaram que somente agora surgiu para a
defesa a oportunidade de arrolar testemunhas relevantes, motivo pelo qual requereram produzir prova
testemunhal a ser utilizada em futura Revisão Criminal.
3/10
Ministério Público Federal
Procuradoria da República no Estado do Ceará
Documento assinado via Token digitalmente por MARCIO ANDRADE TORRES, em 28/08/2018 14:05. Para verificar a assinatura acesse
reabertura da instrução criminal, nem para retificar eventuais opções ou
estratégias da defesa, INDEFIRO a Justificação criminal de que se
cuida.
(grifos nossos)
É o breve relato.
2. PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE
20180824-GAB-MAT-LRDC
4/10
Ministério Público Federal
Procuradoria da República no Estado do Ceará
vicissitudes processuais ocorridas quando da ação penal não podem retirar do condenado a chance
que possa ter de fazer a prova de sua inocência a qualquer momento”.
Documento assinado via Token digitalmente por MARCIO ANDRADE TORRES, em 28/08/2018 14:05. Para verificar a assinatura acesse
É bem verdade que a análise dos pressupostos para a Revisão Criminal é de
competência originária dos Tribunais de 2º grau (art. 624, inc. II, do CPP), descabendo ao magistrado a
quo avaliar o cumprimento dos requisitos legais (art. 621 do CPP) e das provas, ou ainda, adentrar
propriamente na apreciação de qualquer nulidade processual que possa ser aventada pela parte
interessada no Pedido Revisional.
20180824-GAB-MAT-LRDC
5/10
Ministério Público Federal
Procuradoria da República no Estado do Ceará
Documento assinado via Token digitalmente por MARCIO ANDRADE TORRES, em 28/08/2018 14:05. Para verificar a assinatura acesse
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE
JUSTIFICAÇÃO CRIMINAL. INDEFERIMENTO DA OITIVA DE NOVAS
TESTEMUNHAS. PRECEDENTES DESTA CORTE E DO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL. SUMULA 568/STJ. RECURSO DESPROVIDO.
1. Esta Corte Superior de Justiça tem entendido que a justificação criminal se
destina à obtenção de prova nova com a finalidade de subsidiar eventual
ajuizamento de revisão criminal, " 'não é a Justificação, para fins de Revisão
Criminal uma nova e simples ocasião para reinquirição de testemunhas
ouvidas no processo da condenação, ou para arrolamento de novas
testemunhas' (STF, HC 76.664, 1.ª Turma, Rel. Min. SYDNEY SANCHES, DJ de
6/10
Ministério Público Federal
Procuradoria da República no Estado do Ceará
Documento assinado via Token digitalmente por MARCIO ANDRADE TORRES, em 28/08/2018 14:05. Para verificar a assinatura acesse
A argumentação levada a efeito pelos autores não elide a compreensão de que os
depoimentos que pretende produzir não podem ser considerados “prova nova”, uma vez que nada
impediria que, no curso da ação penal, tivessem arrolado as testemunhas que agora pretendem inquirir,
para forçar o reexame da condenação, ou que tais depoimentos tenham o efeito pretendido de afastar a
justa causa para a condenação.
Agora insistem em ouvir seis testemunhas, sob pretensa e dissociada alegação de que
elas não teriam sido arroladas porque a denúncia da ação penal originária trazia acusação diversa
daquela utilizada para condená-los.
20180824-GAB-MAT-LRDC
7/10
Ministério Público Federal
Procuradoria da República no Estado do Ceará
Assim, a mera insatisfação dos recorrentes com o resultado do processo não autoriza o
pedido cautelar de refazimento de prova que entenderam não efetivada da forma devida, no processo de
conhecimento!
Documento assinado via Token digitalmente por MARCIO ANDRADE TORRES, em 28/08/2018 14:05. Para verificar a assinatura acesse
Como bem assentou o MM. Juiz, “a via eleita não é prevista para a correção de
opções livremente eleitas pelos réus e seus defensores, não suportando o papel de retificação de
estratégias que eventualmente resultaram imprecisas”. E ainda: “não pode este procedimento ser
usado para a reabertura da instrução criminal, nem para retificar eventuais opções ou estratégias da
defesa”.
Afirmam ainda os apelantes que “não se pode tolher dos Requerentes a sua própria
Ocorre que o direito à defesa no processo penal (assim como qualquer outro direito) não
é absoluto, não obstante tratar-se de direito constitucionalmente previsto. Ao referir-se à ampla defesa,
pretende a Constituição consagrar a garantia da defesa pertinente, necessária e adequada, já que o
abuso de direito é vedado pelo sistema jurídico.
Outro não é o entendimento do TRF da 3ª Região – em relação aos crimes que afetam o
funcionamento do mercado mobiliário, não se faz necessária a demonstração de efetivo prejuízo:
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Ministério Público Federal
Procuradoria da República no Estado do Ceará
Documento assinado via Token digitalmente por MARCIO ANDRADE TORRES, em 28/08/2018 14:05. Para verificar a assinatura acesse
exigindo, para sua consumação, resultado naturalístico. A consumação dá-se
com a realização das operações simuladas ou a execução de outras
manobras fraudulentas, independentemente do efetivo alcance da finalidade
de alteração do funcionamento do mercado de capitais, ou, ainda, da
obtenção de vantagem ou lucro ou da causação de prejuízo a outrem.
(ACR 00061937820094036181, DESEMBARGADOR FEDERAL ANDRÉ
NEKATSCHALOW, TRF3 - QUINTA TURMA, e-DJF3 Judicial 1
DATA:10/02/2017 ..FONTE_REPUBLICACAO:.)
Nessas condições, salta aos olhos que a prova pretendida é imprestável para
alcançar o resultado revisional, pois insusceptível de alterar a conclusão a que se chegou com a
20180824-GAB-MAT-LRDC
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Ministério Público Federal
Procuradoria da República no Estado do Ceará
Documento assinado via Token digitalmente por MARCIO ANDRADE TORRES, em 28/08/2018 14:05. Para verificar a assinatura acesse
4. CONCLUSÃO
Procurador da República
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Assinado20180824-GAB-MAT-LRDC
eletronicamente por:
MARCIO ANDRADE TORRES - Procurador
18082814054918500000004148903
Data e hora da assinatura: 28/08/2018 14:05:29
Identificador: 4058100.4143061
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfce.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 10/10
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
11° VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0809311-23.2018.4.05.8100 - JUSTIFICAÇÃO CRIMINAL
CERTIDÃO
Certifico que, em 29/08/2018, o processo supracitado foi remetido ao TRF da 5ª Região com as seguintes
informações de autuação:
Classe Judicial
APELAÇÃO
Assuntos
DIREITO PENAL|Crimes Previstos na Legislação Extravagante|Crimes contra o Sistema
Financeiro Nacional|
Outros participantes
Marcelo Leal de Lima Oliveira ADVOGADO
ANTONIO EDUARDO DE
ADVOGADO
LIMA MACHADO FERRI
Marcelo Leal de Lima Oliveira ADVOGADO
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 29/08/2018 16:52:35
Identificador: 4058100.4152650
1/1
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
11º VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0809311-23.2018.4.05.8100 - JUSTIFICAÇÃO CRIMINAL
Outros participantes
Sem registros
CERTIDÃO
CERTIFICO que, em 29/08/2018 23:59, o(a) MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL foi intimado(a) acerca
de Despacho registrado em 20/08/2018 17:02 nos autos judiciais eletrônicos especificados na epígrafe.
1 - Esta Certidão é válida para todos os efeitos legais, havendo sido expedida através do Sistema Processo
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Judicial Eletrônico - PJe.
3 - Esta Certidão foi emitida gratuitamente em 30/08/2018 00:02 - Seção Judiciária do Ceará.
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 30/08/2018 00:02:21
Identificador: 4058100.4154303
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TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
11º VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0809311-23.2018.4.05.8100 - JUSTIFICAÇÃO CRIMINAL
Outros participantes
Sem registros
CERTIDÃO
CERTIFICO que, em 29/08/2018 23:59, o(a) Sr(a) JERONIMO ALVES BEZERRA foi intimado(a)
acerca de Despacho registrado em 20/08/2018 17:02 nos autos judiciais eletrônicos especificados na
epígrafe.
1/2
1 - Esta Certidão é válida para todos os efeitos legais, havendo sido expedida através do Sistema Processo
Judicial Eletrônico - PJe.
3 - Esta Certidão foi emitida gratuitamente em 30/08/2018 00:02 - Seção Judiciária do Ceará.
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 30/08/2018 00:02:22
Identificador: 4058100.4154304
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TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
11º VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0809311-23.2018.4.05.8100 - JUSTIFICAÇÃO CRIMINAL
Outros participantes
Sem registros
CERTIDÃO
CERTIFICO que, em 29/08/2018 23:59, o(a) Sr(a) IELTON BARRETO DE OLIVEIRA foi intimado(a)
acerca de Despacho registrado em 20/08/2018 17:02 nos autos judiciais eletrônicos especificados na
epígrafe.
1/2
1 - Esta Certidão é válida para todos os efeitos legais, havendo sido expedida através do Sistema Processo
Judicial Eletrônico - PJe.
3 - Esta Certidão foi emitida gratuitamente em 30/08/2018 00:03 - Seção Judiciária do Ceará.
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 30/08/2018 00:03:02
Identificador: 4058100.4154383
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TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
11º VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO CEARÁ
PROCESSO: 0809311-23.2018.4.05.8100 - JUSTIFICAÇÃO CRIMINAL
Outros participantes
Sem registros
CERTIDÃO
CERTIFICO que, em 29/08/2018 23:59, o(a) Sr(a) GERALDO DE LIMA GADELHA FILHO foi
intimado(a) acerca de Despacho registrado em 20/08/2018 17:02 nos autos judiciais eletrônicos
especificados na epígrafe.
1/2
1 - Esta Certidão é válida para todos os efeitos legais, havendo sido expedida através do Sistema Processo
Judicial Eletrônico - PJe.
3 - Esta Certidão foi emitida gratuitamente em 30/08/2018 00:03 - Seção Judiciária do Ceará.
Processo: 0809311-23.2018.4.05.8100
Data e hora da inclusão: 30/08/2018 00:03:03
Identificador: 4058100.4154384
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