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BELÉM – PARÁ
2013
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BELÉM – PARÁ
2013
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BANCA EXAMINADORA:
___________________________________________
Profª. – Orientadora
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Profª.
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Profª.
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RESUMO
ABSTRACT
This paper outlines the findings and observations resulting from an investigative study on the
management practice developed in a public school in the municipal school in Bragança , Pará
This study arose from the need to research how the manager and the school community
experiences the practice of democratic management as a strategy to achieve a quality
education . Thus , this has a theoretical apparatus on the principles and foundations of
democratic management in the context of public education and the profile manager embodied
this conception of management. Besides the characterization of the reality of management at
the institution investigated from a bibliographic reference in studies supported Libâneo ,
Veiga , and Paro among others , there is the analysis of data collected in the field and the
preliminary findings of this study . The methodology used was a field research through case
study , with notes of observations , interviews and questionnaires, thus providing a qualitative
character . The study indicates that both the management team and other members of the
school community recognize and trust in democratic management , given that the school has
improved its performance in implementing the same . However , we still need to directly
involve everyone in the planning process , decision making and implementation of collective
actions , in order to really promote greater interaction between management and the school
community for a more effective and shared participation. With the results it is observed that it
is necessary that the management team and other members of the school to do a self -
examination about his own take on the concept of democratic management , and then, aware
of his role , can draw a work plan that prime cultural change within the school in order to
trigger awareness in all instances of the same , that they assume responsibility as the active
participation in the decision- making process.
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
SUMARIO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................ 53
REFERENCIAS ....................................................................................................................57
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1. APRESENTAÇÃO DO TRABALHO
Pois, apesar de todo um discurso pragmático, a gestão escolar na prática, nem sempre, ou
raramente, é pautada pelo princípio de que deva ser gerida por interesses dos que estão
envolvidos. O processo como se dá a prática de gestão no interior da escola influi na
qualidade do ensino oferecido pela mesma. E assumida uma concepção peculiar de qualidade
e de produtividade da escola é importante considerar as implicações da forma como uma
gestão direciona os trabalhos no interior da organização de ensino.
Diante do exposto, pretende-se analisar os elementos teóricos do processo de
participação na gestão, observando os condicionantes internos e externos que podem ser
vivenciados na dinâmica escolar. Contribuindo assim, função e importância para se entender
como a comunidade e outros representantes podem colaborar para a melhoria de um trabalho
pedagógico implantado nos princípios de democracia, participação e integração.
Desse modo, essa pesquisa pode contribuir para a formação de sujeitos participativos,
proporcionando um conhecimento teórico que esclareça como podemos vivenciar os
princípios e as características da gestão participativa na dinâmica escolar por meio de
propostas aqui apresentadas.
A pesquisa de campo teve como universo a Escola Municipal de Ensino Fundamental
Maria José dos Santos Martins ,com os sujeitos internos que nela atuam, haja vista que a
opção por esse tipo de instituição justifica-se pela preocupação com a construção de um
espaço escolar em que possa ser exercida a democracia, e que, pela atuação consciente de seus
gestores, possibilite o desenvolvimento de processos democráticos que favoreçam uma
educação de qualidade.
O trabalho investigativo foi consolidado como estudo de caso, que para Yin (2005),
refere-se a uma investigação empírica, um método que abrange tudo – planejamento, técnicas
de coleta de dados e análise dos mesmos.
Ao término da pesquisa, foi construída uma análise de acordo com as contribuições
encontradas das próprias lições extraídas da realidade vivida, numa busca constante de
conhecimento, já pensando numa perspectiva de como saber vivenciá-la na prática.
A sistematização do trabalho teve como resultado este estudo, que será apresentado a
uma banca examinadora, onde ocorrerá a defesa das informações que foram pesquisadas.
Todo esse processo culminará para a obtenção de créditos finais para a graduação do Curso de
Licenciatura Plena em Pedagogia das Faculdades Integradas Ipiranga.
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2. INTRODUÇÃO
A escola pública no Brasil, segundo dados do senso do IBGE 2012, ainda responde
pelo atendimento da grande maioria da população em idade escolar. Mesmo tendo ocorrido,
nas últimas décadas, significativa expansão no número de vagas no ensino fundamental, é
preciso reconhecer a deficiência do ensino oferecido pelas instituições públicas de ensino,
pois os altos índices de evasão e de repetência são indicadores importantes de que muito ainda
precisa ser feito.
desenvolvimento do ser humano, garantindo também sua cidadania. Para isso a escola precisa
funcionar bem, torna-se democrática ela própria.
Uma escola bem organizada e bem gerida assegura condições pedagógicas, didáticas,
organizacionais e operacionais que propiciam um bom ensino de modo que os educandos
tenham qualidade na aprendizagem escolar, e isso não depende só do professor, da família, ou
apenas do aluno. O modo como a escola funciona, suas práticas de organização e gestão, faz
diferença em relação aos resultados escolares de seus educandos.
Nessa perspectiva, falar de democratização na escola não tem sido fácil, mas torná-la
realidade tem sido bastante complexo, ambíguo e paradoxal, uma vez que ainda não a
experimentamos em toda a sua extensão. Tem-se observado que apesar do discurso da gestão
democrática em voga no sistema educacional e assegurada pela legislação brasileira, ainda
estamos em processo de iniciação de desenvolvimento desse tipo de gestão, como nos
mostram algumas experiências de realização nas escolas públicas de uma verdadeira gestão
democrática, entendida como pressuposto da participação coletiva da comunidade escolar.
Todavia, o que se tem visto ainda na maioria das escolas é que a dinâmica das relações
de poder tem entravado o processo de democratização da gestão, pressionando os gestores a
se tornarem déspotas com seus dirigidos e subservientes aos dirigentes dos órgãos
governamentais centrais aos quais as escolas estão ligadas, e a usarem um pseudodiscurso de
gestão democrática e participativa só para garantir a conformidade de sua ação aos padrões
legais exigidos.
esteve relacionado aos trabalhos da gestão escolar, uma vez que atuamos dentro de
instituições públicas de ensino, bem como a influencia de novos conhecimentos adquiridos na
formação acadêmica sobre a prática de uma gestão democrática na escola, levou-nos a realizar
um estudo investigativo numa unidade de ensino da rede municipal, na cidade de Bragança-
Pa, a fim de promover uma análise-reflexiva sobre a forma como a gestão dessa instituição
vem atuando, bem como apontar estratégias de trabalho que possam vir a serem adotadas
como promoção real de uma gestão participativa na escola.
Diante disso iniciamos nossos estudos a partir da seguinte problemática: De que forma
a gestão da escola pública da rede municipal de ensino, na cidade de Bragança-Pará, está
sendo desenvolvida sob os parâmetros de uma gestão democrática e participativa para que
venha atender aos anseios da população na promoção de uma educação de qualidade?
Sabe-se que a tendência da gestão democrática está sendo alimentada por uma busca
mundial quanto à participação em todos os aspectos do gerenciamento governamental, e por
um corpo crescente de pesquisa científica que confirma que: gestões que ativamente procuram
resolver conflitos, promoverem consenso e envolver participantes nos processos decisórios,
conseguem os melhores resultados, seja na escola, seja em qualquer outro tipo de organização
social. Assim, as teorias a respeito da gestão escolar numa perspectiva democrática no intuito
de explicar sua fundamentação, apontam a gestão participativa como uma das condições
necessárias para o desenvolvimento dessa abordagem nas instituições de ensino.
Frente a essa perspectiva e a partir de uma leitura prévia sobre o tema em literaturas
específicas, surgiram questões a investigar, tais como: Quais são as técnicas de trabalhos
empregadas pelo diretor escolar para gerir uma escola municipal em Bragança-Pa? Os
instrumentos criados para garantir a efetivação da gestão democrática funcionam como
deveriam, sendo vivenciado por todos os segmentos da escola? A atual prática de gestão
contempla os princípios básicos da gestão democrática, no âmbito da escola pública municipal
da cidade de Bragança-Pa Considerando, portanto, a complexidade das questões que
envolvem a gestão democrática nas organizações de ensino público, tornou-se necessário que
o estudo investigativo proposto se realizasse em apenas uma escola pública municipal, de
médio porte, onde funciona o nível fundamental de1º ao 5º Ano e a Educação de Jovens e
Adultos, sendo considerada a escola modelo dentre as dez (10) instituições localizadas na
zona urbana do município de Bragança-Pará, sendo, portanto o campo de pesquisa a Escola
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Municipal Profª. Maria José dos Santos Martins, consolidada numa proposta de gestão escolar
democrática e participativa.
Bog Dam & Birklen (1994) destacam que o objetivo do pesquisador qualitativo é o de
melhor compreender o comportamento e experiência humana. Tentando compreender o
processo mediante o qual as pessoas constroem significados e descrevem em que consistem os
mesmos. Ainda configurando esse tipo de pesquisa, Flick (2009) ressalta que ela visa abordar
o mundo, entendendo e descrevendo os fenômenos sociais de diversas maneiras, procurando
explicar a forma como as pessoas constroem o mundo à sua volta.
bem como o estabelecimento de contatos para acesso ao campo de pesquisa. Num segundo
momento, fez-se uma busca mais sistemática dos dados selecionados como os mais
importantes para compreensão e interpretação do problema investigado. E o terceiro momento
realizou-se com a explicação da realidade, com o objetivo de detectar os princípios
subjacentes ao problema situado as descobertas num contexto mais amplo, onde se buscou
confrontar os dados reais e as suas possíveis explicações teóricas para a construção de um
quadro teórico no qual o fenômeno pôde ser interpretado e compreendido.
Quanto ao registro dos dados, tento por base os pontos críticos, procurou-se descrever,
de forma cursiva, as situações observadas em algumas práticas da vida escolar, as entrevistas
foram registradas de algumas situações específicas, sendo que para completar as observações
fez-se análise de documentos produzidos pela escola, como atas de reuniões, proposta político
pedagógica, a sistematização de alguns dados em gráficos e sua respectiva análise.
Como resultado desse estudo, o presente trabalho está organizado de uma maneira
didática acessível. No primeiro capítulo, inicia-se com uma visão teórica do assunto fazendo
inferências a autores, teorias e conceitos, de modo a abranger as categorias que serão tratadas
no trabalho. Logo em seguida, no segundo capítulo, há uma explanação detalhada sobre
tópicos consubstanciados em fatos reais do cotidiano escolar oriundos da coleta de dados
realizada numa escola da rede pública de ensino no município de Bragança-Pa, com reflexões
sobre os mesmos a partir de um referencial teórico previamente sistematizado. Ao término, no
terceiro capítulo, tem-se o fechamento do trabalho quanto aos objetivos definidos para a
realização da pesquisa e as impressões pessoais dos pesquisadores no transcorrer da
construção do presente documento.
Acredita-se não estar hoje disponível, de forma proliferada, um documento que mostre
as contradições entre o ideal, o desejável e as experiências vivenciadas na escola sobre a
prática de gestão, pois se tem muito falado sobre como esta deveria ser fundamentada em
teorias com igual amplitude e profundidade fornecendo orientações de como concretizá-la no
interior das escolas para desencadear uma real qualidade do ensino público em nosso país,
todavia na prática são poucas ou raras instituições que consolidam uma gestão participativa.
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Assim sendo, espera-se que este venha atender as expectativas do leitor levando-o a
interpretar os achados do estudo tão apropriadamente como se fosse um membro desse grupo,
e possam compreender que não basta ficar no plano das ideias, mas por em prática um tipo de
gestão baseada em princípios essenciais da participação e autonomia, e perceba que na
vivência cotidiana isso não é fácil de ser executado diante da existência dos resquícios de uma
pratica de gestão tradicional, burocrática e de relações de poder ainda predominante na
direção vertical da hierarquização social.
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estava inspirada nos avanços realizados pela administração de empresa, caracterizada pela
descentralização política e administrativa, controle a posteriori, pressuposto da confiança
limitada, hierarquização menos rígida e atendimento ao cidadão.
Esse autor destaca ainda que, outros estudos por sua vez, ampliam um pouco mais esse
leque de concepções de organização e gestão escolar sendo elas: a técnico-científica, a
autogestionária, a interpretativa e a democrático-participativa.
A concepção técnico-científica baseia-se na hierarquia de cargos e funções, nas regras
e procedimentos administrativos, visando à racionalização do trabalho e a eficiência dos
serviços escolares.
Em face ao grande desafio que se instalou nas últimas décadas, educadores e forças
transformadoras, no transcorrer da história do povo brasileiro, vem lutando pela implantação
da democracia no contexto das instituições escolares.
Desde o final dos anos 70, quando o regime político autoritário instalado pelos
militares encontrava-se totalmente desgastados, pois não havia atendido à promessa de
oferecer qualidade de vida para a população, ao contrário, levou-se a um quadro de
empobrecimento público, econômico e sócio cultural crescente, desencadeou-se um processo
de levante, digamos assim, das entidades civis críticas à atuação desse regime.
Esse movimento foi crescendo até desencadear num conjunto de eventos no campo
político-social, que caracterizou uma verdadeira revolução, como a greve geral do ABC, a lei
que cria a geração de novos partidos, a lei da anistia, a renovação da política sindical, o
movimento nacional contra a carestia, que vão culminar no movimento pelas Diretas Já.
Esse quadro repercutiu junto àqueles que pesquisavam e lidavam mais de perto com a
realidade das escolas, avolumando as discussões nos meios acadêmicos, onde a liberdade de
crítica já começava a acontecer, apesar das pessoas serem submetidas à forte censura e à
autocensura. Nas escolas, o poder era delegado pelas autoridades constituídas. Era, portanto,
um poder grande demais para permitir a liberdade de críticas. A rígida hierarquia era algo
inquestionável, tendo no topo concentrando o poder, o diretor da escola.
A partir de então, essas práticas foram-se tornando cada vez mais corriqueiras em
escolas públicas, conforme os governos estaduais ou municipais apresentassem um perfil mais
acentuadamente democrático.
Essa luta e busca foi contemplada na Constituição de 1988 que instituiu a gestão
democrática nas escolas (Artigo 206). Também foi contemplada na LDBEN Nº 9394/96 –
Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional ao estabelecer que os sistemas de ensino
definam as normas de gestão democrática do Ensino Público na Educação Básica, de acordo
com suas peculiaridades.
No seu Artigo 23, essa Lei atribui maior autonomia às escolas para organizarem-se em
séries, ciclos, períodos semestrais, alternância regular de períodos de estudos, ampliando
ainda com o ato de avaliar e classificar os alunos mediante a verificação do rendimento
escolar, bem como outras disposições no mesmo sentido.
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No início, tinha-se a ideia de que uma gestão democrática na escola consistia apenas
no direito de escolha através da eleição de diretores, contudo evidenciou-se que a mesma vai
muito além, sendo corroborada por princípios e peculiaridades defendidas como dinâmica a
ser efetivada nas unidades escolares, visando a garantir processos coletivos de participação,
autonomia, tomada de decisão e transparência de ações.
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Deve ser entendida como, a participação efetiva dos vários segmentos da comunidade
escolar (pais, professores, estudantes e demais funcionários) na organização, na construção e
na avaliação dos projetos pedagógicos, na administração dos recursos da escola, enfim, nos
processos decisórios da escola. Inclui um ingrediente muito importante e essencial que se
traduz no aumento de poder para uma maioria que compõe a estrutura humana da escola.
Trata-se da participação com possibilidade de decidir.
Outro elemento a ser destacado, como já foi notado anteriormente, é a autonomia, pois
esta só existe se houver ação política dos sujeitos da escola, os membros do Conselho Escolar
devem participar nas decisões para garantir essa autonomia fruto da ação política, e a gestão
deve facilitar o exercício dessa autonomia, sendo que um dos instrumentos que garante essa
autonomia é o projeto político pedagógico cuja elaboração é produto e resultado de um
processo amplo de participação de todos os setores da comunidade escolar.
Nesse sentido podemos dizer que a autonomia na escola ocorre na medida em que
existe também a capacidade da instituição assumir responsabilidades, tornando-se, mais
competentes no seu fazer pedagógico, ou seja, a escola é mais autônoma quando mostra-se
capaz “[...] de responder por suas ações, de prestar contas de seus atos, de realizar seus
compromissos e de estar comprometida com eles, de modo a enfrentar reveses e
dificuldades.” (LUCK, 2000, p. 11.).
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Esse autor destaca ainda que no trabalho coletivo a liderança consiste numa qualidade
que pode ser desenvolvida por qualquer sujeito por meios de práticas participativas e de ações
de desenvolvimento pessoal e profissional não se restringindo exclusivamente do diretor e
coordenador, nem está ligada ao cargo ou status da pessoa; mas que cabe a capacidade de
liderança destes o funcionamento e eficácia do processo educativo oferecido pela escola.
Numa escola existem, pois, vários tipos de liderança. Entretanto, não se pode negar
que, mesmo na gestão democrática efetivada de forma cooperativa e participativa, o
funcionamento e a eficácia da escola dependem em boa parte da capacidade de
liderança de quem está exercendo a direção e a coordenação pedagógica. (LIBÂNEO,
2004, p.104).
Por ser heterogêneo, o coletivo da escola lida com vários desafios que estimulam a
própria escola a organizar-se para resolver os problemas relativos ao trabalho que produz. Ao
basear seu trabalho na discussão coletiva, a escola tende a melhorar a qualidade dos serviços
que presta para a comunidade e estimula ações compartilhadas entre seus membros,
objetivando a realização de sua maior tarefa: a construção do seu projeto pedagógico.
Além da participação, da autonomia e do trabalho coletivo, outro elemento importante
para o desenvolvimento da gestão democrática é a transparência de ações, uma vez que não dá
para se falar da escola como espaço público se a lógica de funcionamento é fechada e o fim
em si mesmo. É necessário que a escola dê satisfação de seus atos ao público, à comunidade
em que está inserida, uma vez que a escola tem funções sociais explicitas e “não pode ser
mais uma instituição isolada em si mesma separada da realidade em que está inserida, mas
integrada numa comunidade que interage com a vida social mais ampla” (LIBANEO, 2004, p.
114).
A acepção plena da participação com base em Lück (1996) refere-se a uma mudança
de atitude, onde cada membro da organização reconhece e assume seu poder de decisão para
transformar a dinâmica escolar, tanto em sua cultura como em seus resultados, decorrentes de
sua competência e vontade de compreender e agir sobre as questões que lhe dizem respeito,
no qual poderia se definir como sendo:
Neste sentido, o Projeto Político Pedagógico é uma das vias para a organização do
trabalho pedagógico na escola tendo em vista a democratização do ensino e das relações que
se desenvolvem no interior do sistema escolar, desde que sua elaboração seja produto de um
esforço coletivo e expresse os anseios, necessidades e interesses da classe constituidora da
escola.
Nesta perspectiva, Veiga (2002, p. 12-13) coloca que o projeto político pedagógico
“[...] vai além de um simples agrupamento de planos de ensino e de atividades diversas. [...]
Ele é construído e vivenciado em todos os momentos, por todos os envolvidos com o processo
educativo da escola”. Por meio do projeto político pedagógico, como verdadeiro mecanismo
de articulação da gestão colegiada e compartilhada, a escola estabelece finalidades, metas e
ações educacionais que são indispensáveis para a qualidade do ensino.
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Portanto, a gestão democrática não pode ser uma proposta de democratização apenas
na esfera da administração da escola. É fundamental que atinja todos os setores dessa
instituição e atinja principalmente a sala de aula. Pois enquanto a democracia não chegar ao
trabalho da sala de aula, a escola não pode ser considerada democrática, uma vez que a sala de
aula não é só lugar de conteúdo, mas o lugar da construção do conhecimento e da
subjetividade a partir do diálogo, isto é, o lugar da educação política.
Nesse tipo de gestão, gerir a escola torna-se uma atividade cada vez mais complexa,
exigente e sensível, isto porque a sociedade diante do quadro de transformações sócio,
políticas, econômicas e culturais, tem pressionado a escola e seus gestores a darem uma
resposta cada vez mais responsável, adequada e eficaz, que atendam suas expectativas, frente
aos desafios que se instauram.
Democratizar a gestão, portanto, consiste numa escolha que tem consequências diretas
na atuação do gestor. Ele deixa de ser a autoridade única da escola e também não mais pode
atuar como administrador burocrático, preocupado apenas com a manutenção do prédio,
preenchimento de papéis e suprimentos de recursos humanos e materiais. Na proposta
participativa, o diretor passa a ser o grande articulador das ações de todos os segmentos o
condutor do projeto da escola, aquele que prioriza as questões pedagógicas e que mantém o
ânimo de todos na construção do trabalho educativo.
[...] trata-se de entender o papel do diretor como um líder, uma pessoa que consegue
aglutinar as aspirações, os desejos, as expectativas da comunidade escolar e articular a
adesão e a participação de todos os segmentos da escola na gestão de um projeto
comum. Como gestor da escola, como dirigente, o diretor tem uma visão de conjunto
e uma atuação que apreende a escola nos seus aspectos pedagógicos, culturais,
administrativos, financeiros. (LIBÂNEO, 2004, p.113).
O perfil de líder num gestor é um marco importantíssimo na sua atuação, haja vista
que a liderança é relevante para motivar os membros da comunidade escolar a darem o melhor
de si. Dessa forma, um bom gestor deve possuir a competência de liderar, gerir, motivar,
apoiar e orientar seus companheiros de trabalho na melhoria permanente da escola.
A um diretor de escola além de ser um bom gestor, deve ser um bom líder da
comunidade escolar, que esteja permanentemente preocupado e ocupado a incentivar as
equipes de trabalho e a melhorar continuamente a qualidade da educação. Tem de saber
edificar equipes e definir orientações com a colaboração dessas equipes, ter autoridade e
poder para tomar decisões e saber conduzir a instituição educativa para melhoria permanente.
Vieira (2002) também advoga que o novo perfil do gestor escolar, frente a mudanças
no contexto da organização escolar e no ambiente externo a mesma, deve apresentar certas
características, dentre as quais se destaca: capacidade de trabalhar em equipe; capacidade de
gerenciar um ambiente cada vez mais complexo, criação de novas significações em um
ambiente instável; capacidade de abstração; manejo de tecnologias emergentes; visão de
longo prazo; assumir responsabilidades pelos resultados; saber se comunicar (expressar-se e
escutar); usar a criatividade; fundamentar suas decisões; atuar em função de objetivos;
cristalizar suas intenções (honestidade e credibilidade); e ser consciente das oportunidades e
limitações.
Quando a escola é vista como fábrica, pode-se atribuir ao gestor, ao coordenador ou ao
supervisor o papel de simples administrador, com foco no controle de materiais, recursos e
procedimentos ou na fiscalização do cumprimento de obrigações. Mas a coisa muda de figura
se a escola é percebida como um sistema vivo, como uma organização humana constituída por
seres aprendentes.
Ao tomar providências administrativas, priorizar o pedagógico e estimular a
comunidade escolar a participar do processo de tomada de decisão, o gestor escolar se apoia
numa forma democrática de gestão. Nesse caminho, o mesmo atua de forma democrática:
organizando o todo e as partes, fazendo a grande articulação da escola, com o envolvimento
de todas as pessoas; esforça-se por manter um bom clima de comunicação; avalia os
resultados com os envolvidos, cuidando para que acertos sejam valorizados e erros,
corrigidos.
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Pensa-se então que a gestão escolar tem sido um ideal a ser construído pelas unidades
escolares, portanto a perspectiva de trilhar no caminho que conduza a gestão democrática tem
conduzido os gestores dessas instituições a pensar em consolidação de ações que efetivem tal
proposta.
pedagógica dos estabelecimentos de ensino (BRASIL, 1995). Sobre o papel das UEx, a
referida Resolução afirma que:
A função das Uex é administrar bem como receber, executar e prestar conta dos
recursos transferidos por órgãos federais, estaduais, municipais, privados, doados, ou
os recursos provenientes de campanhas escolares, advindos da comunidade ou de
entidades beneficentes, bem como fomentar as atividades pedagógicas da escola
(BRASIL, 1997, p. 11).
Essa atitude do governo veio a se fazer necessária a partir da década de 90, quando o
MEC passou a transferir recursos financeiros diretamente para as unidades escolares,
procurando assim atender o princípio da autonomia escolar estabelecida em lei.
A respeito desses tipos de autonomia, Veiga (1988) faz uma diferenciação bem clara,
ao considerar a autonomia pedagógica aquela ligada a liberdade da escola em construir o seu
Projeto Político Pedagógico no qual decide sobre o funcionamento do seu processo de ensino-
aprendizagem, sem ferir os princípios da legislação da Constituição de 1988 e da LDB – Lei
9394/96.
A autonomia financeira, por sua vez, ainda segundo essa referida autora, configura-se
quando a escola elabora e executa o seu orçamento, principalmente, quando realiza a
fiscalização dos recursos financeiros que lhes são pertinentes, para que assim possa conferir
mais transparência na sua utilização.
Ainda sobre essa autonomia financeira, a referida teórica frisa que a escola através do
Conselho Escolar, garante a ação de controle social sobre a distribuição, transparência e
aplicação dos recursos, evidenciando a importância da participação popular no
acompanhamento da execução dos atos administrativos no interior da escola.
Deste modo, o Conselho Escolar possui uma dimensão mobilizadora, que revela o
desafio em integrar os participantes da comunidade escolar e local nas ações da escola,
garantindo uma democracia representativa e participativa. Porém, é importante sublinhar que
essa participação na escola deve procurar, como fim, a qualidade na educação escolar, a ser
construída coletivamente, com base nas relações que a escola estabelece com a comunidade, o
sistema de ensino e, de maneira geral, com os contextos regionais e nacionais em que está
inserida.
Neste caso, a construção coletiva do conceito de qualidade deve passar pela discussão
do Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola. O Conselho Escolar deve ser um agente
responsável para que toda a comunidade escolar e local discuta o PPP, no sentido de
contribuir para sua elaboração e revisão.
Assim, esse órgão colegiado, desenvolve-se no dia a dia dos que fazem a escola
pública brasileira, devendo ser fortalecido como instituição no interior da escola, para não ser
enfraquecido pela decisão de uma pessoa, um gestor ou grupo partidário; e, assumir o desafio
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Dessa forma, percebe-se que a gestão escolar mediada ação do Conselho Escolar
representa uma eficiente estratégia de democratização das ações nas instituições de ensino,
uma vez que ele assume o papel de mediador entre a sociedade e a escola, de forma a situar as
ações do sistema de ensino com qualidade na lógica da cidadania.
Surgido dos estudos realizados por Tylor e Fayol no início do século passado, o
modelo de administração cientifico consolidou-se nas organizações escolares já décadas atrás,
e atualmente, ainda continua a ser o modelo dominante, muito embora possa ser considerada
uma forma de gestão ultrapassada para a maioria das organizações que trabalham na
perspectiva humanista da construção do conhecimento.
Apesar dessa aparente evolução no quadro de gestão, podemos perceber ainda uma
grande heterogeneidade nas concepções adotadas nas empresas, pois muitas ainda espelham o
paradigma dá administração científica. O mesmo acontece na escola, pois a grande maioria
das instituições ainda está fortemente impregnada de ações e concepções do racionalismo
cientifico. As aulas de 60 minutos, o pensar e fazer dissociados, professores, coordenação e
direção não compartilhando os mesmos objetivos, as classes com carteiras enfileiradas, a
concepção de disciplina com classes em total silêncio, as relação de troca e individualismo
entre professores. Isso tudo são indícios de que a estrutura organizacional ainda não mudou.
Nessa perspectiva dar um sentido maior às atividades educacionais, que seja coerente
com a melhoria da existência do homem, passa a ser um ponto importante a ser alcançado
pela escola através do desenvolvimento de valores sociais comuns.
Acredita-se que uma escola de qualidade social consiste num espaço educativo de
construção de personalidades humanas autônomas, críticas, nas quais os alunos aprendem a
serem pessoas. Nesses ambientes, os alunos são ensinados a valorizar a diferença, a
convivência com seus pares, pelo exemplo dos professores, pelo ensino ministrado nas salas
de aulas, pelo clima sócio afetivo das relações estabelecidas em toda a comunidade escolar.
Mas para alcançar uma educação escolar de qualidade social é necessário integrar
vários objetivos e estratégias, uma vez que não basta apenas reorganizar a escola e mudar a
prática de gestão, seguindo princípios democráticos participativos para resolver os problemas
do ensino e do baixo rendimento escolar.
O trabalho investigativo foi consolidado como estudo de caso, que para Yin (2005),
refere-se a uma investigação empírica, um método que abrange tudo – planejamento, técnicas
de coleta de dados e análise dos mesmos.
Durante o período de pesquisa de campo, foi feita a investigação numa escola da rede
municipal de ensino do meio urbano do município de Bragança-Pará, na qual foram
observados aspectos peculiares de atuação do gestor, vice-gestores, coordenadores
pedagógicos, e alguns representantes das demais instâncias: professores, merendeiras,
serventes, vigias, pais e alunos. Dessa população, trabalhou-se diretamente com um total de
41 sujeitos tendo representantes de cada instância da escola, sendo que a amostra foi de 01
gestor, 02 vices-gestores, 06 coordenadores pedagógicos, 25 professores, 06 pessoas do apoio,
10 pais de alunos e 10 alunos.
Quanto ao registro dos dados, tento por base os pontos críticos, procurou-se descrever,
de forma cursiva, as situações observadas em algumas práticas da vida escolar, as entrevistas
foram registradas em áudio e algumas situações específicas, sendo que para completar as
observações fez-se análise de documentos produzidos pela escola.
A escola foi fundada em julho do ano 1999 na administração do então Prefeito José
Joaquim Diogo e do Governador do Estado Almir de Sousa Gabriel, no intuito de ser uma
referencia da educação infantil e fundamental no meio urbano desse município. É uma escola
de rede pública municipal com missão de garantir a formação de cidadãos plenos num
ambiente inovador onde as parcerias somadas ao respeito mútuo e dedicação ao trabalho
garantam a realização e sucesso individuais dos seus alunos.
A referida instituição está situada num bairro periférico, um local com uma estimativa
de 90% de suas ruas asfaltadas, não possui boa iluminação pública, sendo que o serviço de
saneamento, esgoto, e segurança é bastante deficiente, não possui posto policial, nem posto de
saúde, a área de lazer concentra-se numa praça pública e num ginásio poliesportivo que foi
recentemente inaugurado pela poder publico. Apresenta ainda um pequeno e variado
comércio, varias igrejas, sendo duas católicas e as demais de outras religiões. A população na
sua maioria sobrevive do serviço público, do comércio informal ou de renda provinda de
programas sociais.
O corpo funcional da escola está composto por pessoas que apresentavam variados
níveis de formação. Na categoria administrativa os diretores, vice-diretores e coordenadores
pedagógicos tem formação escolar em nível superior, com especialização na área de
educação. A secretária escolar tem apenas o ensino médio, complementado por um curso de
aperfeiçoamento de secretariado escolar. A formação dos outros segmentos da escola como
serventes, vigias e merendeiras, varia entre ensino fundamental incompleto ou completo,
ensino médio incompleto ou completo. No quadro docente também há uma heterogeneidade
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de formação sendo que nem todos possuem formação em magistério no nível superior,
alguns são contratados e estão cursando sua primeira graduação, outros já possuem
especialização.
O espaço escolar é composto por dez salas de aula amplas, a sala da coordenação, sala
dos gestores, dois banheiros e o pátio que é utilizado para as brincadeiras e que serve também
para as crianças lancharem, pois não possui área livre ampla para tal atividade. As salas de
aulas são bem conservadas, iluminadas e ventiladas tanto naturalmente quanto por
ventiladores, com lâmpadas fluorescentes, portas e janelas. Essas salas são compostas por
mesinhas com cadeiras de madeira, em número suficiente para todos os alunos e são utilizadas
para as aulas e frequentemente o lanche, já que o pátio não é grande.
frequência, a professora está sempre acompanhando os alunos, assim como sua vivência e
relacionamento com a família.
Essa escola também possue um Conselho Escolar Deliberativo, que é coordenado por
um professor eleito pela comunidade escolar, não apresenta um Regimento Interno, pois todas
as escolas da rede municipal, assim como a Secretaria Municipal de Educação, seguem as
normas do Regimento Escolar do Conselho Estadual de Educação.
Um primeiro ponto que se destacou foi o fato de que o atual grupo gestor e a
coordenação pedagógica não foram eleitos, mas sim designados pela Secretaria Municipal de
Educação, que ainda considera esse corpo técnico-administrativo e pedagógico passiveis de
nomeação de cargo comissionado e de confiança. Vê-se claramente que ainda não está sendo
posto em prática nessa instituição a escolha da gestão pelo voto. A garantia do processo
eleitoral, que afirma o direito de escolha, é a primeira etapa da democratização do poder na
escola.
É nesse sentido que a escolha dos dirigentes, acima de qualquer solução burocrática
ou clientelista, deve passar necessariamente pela manifestação da vontade dos dirigidos, de
modo a comprometer-se de fato com os que fazem a educação escolar e, acima de tudo,
com os usuários diretos, que são os alunos e indiretos de seus serviços, os pais e
comunidade em geral. (PARO, 2001, p 11-12).
50% 50%
0%0%
As discussões são feitas somente com os funcionários que tem tempo para participar das reuniões
com a Direção.
Os avisos são registrados para a comunidade no quadro de aviso.
O que nota-se, é que na prática isso ainda não foi experimentado na sua essência. Nas
reuniões propostas pela direção e coordenação para os professores, ou com todo corpo
funcional sempre trataram de “coisas que deveriam ser feitas”, mas estes chegaram
apresentando as sugestões do que eles haveriam pensado, e apenas solicitam a opinião dos
presentes, se estes concordam ou não, do contrário devem dar outra proposta. Segundo relato
de alguns participantes, há professores que às vezes contestam mas apresentam outra
sugestão, que é ou não aceita por todos os presentes. Assim, os membros das reuniões acabam
concordavam mesmo não querendo, e assumindo responsabilidades contrarias aos seus
interesses.
A gente ta lá, se a maioria apoia, nós temos que concordar né? Tem que ser feito mesmo. Mas a
direção pergunta o que a gente acha ... eu é que não gosto de falar muito. Só que os colegas na
hora não argumentam nada, aceitam a proposta, mas depois ficam comentando nos seus
grupinhos e acaba sobrando pra uns, porque todos assumem responsabilidades, mas depois
muitos não cumprem o que se proporam fazer. (Depoimento de um dos funcionários).
A escola, como ressaltado no início desse capítulo, possue sua Proposta Político-
Pedagógica, e pesquisa demonstrou que como a instituição procede na construção do Projeto
politico Pedagógico, sendo que 50% dos entrevistados responderam que existe consenso
sobre as diferentes opiniões dos grupo na tomada de decisões e outros 50% disseram que para
essa discussão sobre o PPP existe a construção coletiva na elaboração do projeto, como
mostra o GRÁF. 02.
47
50% 50%
No questionamento apresentado no GRÁF. 03, sobre como a escola faz para incentivar
os pais no acompanhamento do desempenho de seus filhos, 50% responderam que a escola
mantem os pais informados de tudo sobre a vida escolar dos filhos e 50% responderam que a
escola convoca os pais individualmente quando necessários com convite em mãos, notou-se
que a família é de grande importância para o aprendizado do aluno.
50%
50% 50%
10%
80%
Não existe, pois, as pessoas não tem tempo para as devidas reuniões na instituição;
Existe e é convocado todas as vezes que se considera necessário, pois, acredita ser um grande
aliado para o desenvolvimento da instituição;
Existe formalmente, porém, sem maior participação e interesse por parte dos componentes que
formam o conselho escolar.
Veiga (2000) salienta que as instâncias colegiadas da escola deve ter a concepção do projeto
político-pedagógico que se alicerça no princípio da construção coletiva. Assim, a concretização e o
encaminhamento das ações dessa unidade executora têm como exigência a compreensão da dimensão
coletiva de gestão democrática.
Assim, não basta existir um Conselho Escolar, faz-se necessário que o mesmo seja
atuante exercendo seu papel nas questões financeira, pedagógicas e administrativas, não sendo
tomado como medida isolada, nem desligado de uma política mais ampla de democratização,
evidenciando mais a face burocrática do sistema de gestão, haja vista que Veiga (2000)
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salienta que a análise das instâncias colegiadas da escola deve ter a concepção do projeto
político-pedagógico que se alicerça no princípio da construção coletiva.
Perguntados sobre o que seus filhos têm falado sobre a escola, este ressaltou que os
mesmos falam muito bem dessa instituição, que os professores são bons; os diretores são
legais, que sempre estão presente na escola, visitam as salas de aula e conversam com os
alunos. Relataram ainda que o pessoal de apoio tem bom relacionamento com os alunos e
fazem muito bem a merenda. Em suma: eles gostam muito da escola que estudam.
Quanto aos alunos que foram perguntados sobre o que eles acham da escola que
estudam, relataram que se sentem bem, que gostam dos professores, dos diretores e dos
demais funcionários da escola. E sobre atuação dos gestores, os alunos pesquisados
responderam que gostam do seu trabalho, pois são alegres, atenciosos e brincam de vez em
quando com os mesmos.
É evidente através desses relatos que a atual gestão da escola investigada, mantém um
bom relacionamento interpessoal com a comunidade escolar, contudo gestão democrática não
se configura apenas no campo das relações, pois há certo respeito pela figura do diretor nessas
situações descritas, É importante um sistema de relações interpessoais em função da qualidade
do trabalho de membro da comunidade escolar, da valorização da experiência de cada um e
do clima amistoso de trabalho para que a equipe supere sistematicamente na mudança das
relações autoritárias para relações baseadas no diálogo e no consenso, para que haja uma
combinação entre exigência, respeito e tato humano. Contudo, não pode restringir-se apenas
50
Quanto à competência técnica, a equipe gestora, apesar de uns deterem mais domínio
do que outros apresentaram essa qualidade e a do conhecimento pedagógico.
Além de ser uma pessoa aberta ao diálogo, a diretora conhece as normas, as leis o
trabalho dela. E quando ela não sabe ela procura se informar e estar atualizada.
(Depoimento de secretária).
No que diz respeito ao setor pedagógico, a gestão mostrou certa preocupação quanto a
forma como os professores trabalham para proporcionar a aprendizagem do aluno.
Outro fator que se destacou foi a relação da escola com as determinações do sistema
oficial de ensino, com a Secretária Municipal de Educação (SEMED). Analisando as
respostas dos informantes que têm relação direta com a questão, pode-se detectar certa
polaridade entre burocracia versus autonomia.
dada pela SEMED, fica a cargo desse órgão, ou melhor, dizendo, da secretária representativa
do órgão, decidir se pode ou não ser posto em prática. E na medida em que tenta assumir seu
papel educativo, buscando espaço para exercer a práxis educacional, o gestor que tentar se
impor contra os interesses do sistema, sofre sanções que vão das advertências à substituição
sumária por alguém que não “incomode”.
Como se vê, a dinâmica das relações do poder pode encontrar o avanço desse
processo, sendo necessário que o permanente esforço humano seja coletivo e caminhando em
função de decisões de grupos e não de indivíduos. Para isso é preciso que sejam criados
mecanismos que gerem a participação como adesão e dinâmica de todos na definição de
estratégia, organização da escola, na redefinição de seus conteúdos e fins, ou seja, recuperar o
sentido público da gestão escolar.
Para que a gestão democrática seja exercida no ambiente escolar é preciso que se
criem instrumentos adequados, como técnicas e métodos eficazes, que garantem o princípio
fundamental da mesma, a participação no seu sentido mais amplo.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A escola, pelo que se observou, nem sempre, ou diria, raramente, é pautada pelo
princípio de que deva ser gerida por interesses dos que estão envolvidos. Observa-se que o
gestor escolar assume uma nova centralidade organizacional sob a realização de um
pseudogestão democrática, transformando-se no principal responsável pela efetiva
concretização de metas e objetivos quase sempre centrais e hierarquicamente definidos.
Instaurar a gestão democrática nas escolas requer conhecimento e prática, não basta
ficar no discurso é preciso agir. Cabe ao gestor integrar esforços pela transformação maior,
através do seu trabalho, numa gestão que se sustenta na concepção democrática e
participativa, pois esta possibilita desmontar as relações de mando e submissão, fazendo
surgir o trabalho coletivo, no qual todos decidem, agem e podem atuar na transformação da
escola como um todo.
Democratizar a gestão, portanto, consiste num ato que gera consequências diretas na
atuação do diretor. Este deixará a autoridade única da escola e também não é mais o
administrador burocrático, preocupado apenas com a manutenção do prédio preenchimento de
papeis e materiais; passara a ser o grande articulador das ações de todos os segmentos, o
condutor do projeto da escola, priorizando as questões pedagógicas, aglutinando interesses
diversos e mantendo a participação de todos na construção do trabalho coletivo.
construção de um projeto pedagógico que vise ensino de qualidade para a atual clientela da
escola pública e para que isso aconteça é preciso um novo diretor, liberto de suas marcas de
autoritarismo redefinindo o seu perfil, incorporando características de coordenação,
colaborador e de educador, para que consiga implantar um processo de tomada de decisões a
partir do planejamento e da participação de representantes dos segmentos da comunidade
interna e externa da escola.
REFERÊNCIAS
BRESSER PEREIRA, L. C. Uma nova Gestão para um novo estado: liberal, social e
republicano http://reformadagestaopublica.org.br/papers/2001/78Ottawa-p.pdf. Acessado
em 19/11/2013.
FLICK, U. Introdução à pesquisa qualitativa (3a ed., J. E. Costa, Trad.). São Paulo:
Artmed, 2009.
LÜCK, H. et al. A escola participativa: o trabalho do gestor escolar. 4. ed. Rio de Janeiro:
DP&A, 2000.
_______________Sobre dimensão participativa da gestão escolar. Revista Gestão em Rede.
Ago/1996.