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A dor pode ser localizada ou generalizada, superficial ou profunda, localizada ou referida. Pode
ser intensa, moderada ou fraca. A dor pode ser constante, espontânea ou intermitente ou
cursar com episódicos de dor aguda em repouso ou apenas quando o doente é mobilizado ou
manipulado (procedimentos diagnósticos, cirurgias, fraturas, obstruções viscerais ou arteriais,
acutizações da doença).
A dor pode ser um dos primeiros sinais da doença. É importante mencionar que em pacientes
portadores de câncer avançado a dor é a terceira mais frequente queixa, com 76 %, sendo
mais comuns apenas as queixas de astenia e anorexia. O não controle da dor no câncer está
associado com o significativo aumento dos níveis de depressão, ansiedade, hostilidade e
somatização.
A dor por excesso de nocicepção (nociceptiva) é a mais comum no câncer. E causada por
estímulos aferentes de grande intensidade, nocivos ou lesivos, produzidos por processo
inflamatório ou infiltração de tecidos pelo tumor, capazes de atingir o alto limiar de
excitabilidade do nociceptor e gerar a dor. A dor nociceptiva ocorre como resultado da
ativação e sensibilização dos nociceptores em tecidos cutâneos e profundos, localizados
preferencialmente na pele, músculo, tecido conjuntivo, osso e víscera torácica ou abdominal.
A dor neuropática é uma das duas principais manifestações dolorosas crônicas, não havendo,
geralmente, nenhum dano tecidual. O que ocorre é um a disfunção das vias que transmitem
dor, levando a uma transmissão crônica dos sinais dolorosos. A injúria neural, que produz dor
neuropática, pode ser óbvia ou oculta, podendo o correr em qualquer nível das vias
nociceptivas periféricas ou centrais.
Infiltração óssea ou de partes moles, compressão e/ou infiltração de nervos, vasos sanguíneos
e vasos linfáticos, linfedema com consequente insuficiência circulatória, necrose tumoral em
mucosas, seguida de ulceração e/ou perfuração, edema cerebral
Infiltração óssea. A infiltração óssea tumoral é a causa mais comum de dor no câncer, podendo
manifestar-se localmente ou à distância, pelo mecanismo de dor referida. As metástases
ósseas mais comuns são as provenientes dos tumores de mama, próstata e pulmão. Ela ocorre
por conta de estimulação nociva nos nociceptores no periósteo. O crescimento tumoral ou as
fraturas secundárias podem ocasionar lesão, com pressão, tração ou laceração das estruturas
nervosas, ocasionando dor isquêmica, dor neuropática periférica ou dor mielopática. A dor
óssea se manifesta com sensação de dolorimento constante, profundo, às vezes contínuo, e
surge com os movimentos (dor incidental).
Infiltração do neuroeixo (SNC). Pode ocorrer dor por invasão tumoral na medula espinal, no
encéfalo e em suas meninges. A dor radicular surge por compressão ou infiltração da medula
espinal, com alteração motora, sensitiva e autonômica distais ao local da lesão.
Infiltração e oclusão de vasos sanguíneos e linfáticos. As células tumorais podem infiltrar e/ou
ocluir os vasos sanguíneos e linfáticos, ocasionando vasoespasmo, linfangite e possível
irritação nos nervos aferentes perivasculares. O crescimento tumoral nas proximidades dos
vasos sanguíneos leva à oclusão desses vasos parcial ou totalmente, produzindo estase venosa
ou isquemia arterial, ou ambos. A isquemia causa dor e claudicação. A estase venosa produz
edema nas estruturas supridas por esses vasos, determinando distensão dos compartimentos
faciais e de outras estruturas nociceptivas. A oclusão arterial produz isquemia e hipoxia com
destruição celular. Esses mecanismos causam dor normalmente difusa, cuja intensidade
aumenta com a progressão do processo.
Infiltração de vísceras ocas ou invasão de sistemas ductais de vísceras sólidas. A oclusão de
órgãos dos sistemas digestório, urinário e reprodutivo (estômago, intestinos, vias biliares,
ureteres, bexiga e útero) produz obstrução do esvaziamento visceral e determina contratura
da musculatura lisa, espasmo muscular e isquemia, produzindo dor visceral difusa (tipo cólica)
constante, com sensação de peso ou pobremente localizada, referida nas áreas de inervação
da víscera comprometida. Órgãos como linfonodos, fígado, pâncreas e suprarrenais podem vir
a apresentar dor devido à isquemia ou distensão de suas cápsulas. Essas vísceras sólidas
também podem apresentar quadro álgico por obstrução de seus sistemas ductais.
2) DOR CAUSADA PELO TRATAMENTO DO CÂNCER: Cerca de 19% dos pacientes com câncer
apresentam dor secundária ao tratamento.
Após a radioterapia, pode ocorrer fibrose de forma lenta e progressiva, ocasionando lesão nas
adjacências dos nervos, com dor em queimação e disfunção do sistema somatossensorial. A
mielopatia actínica que acontece de forma temporária, ou progressiva e permanente, é mais
comum na medula cervical e dorsal.
Dor pós-quimioterapia. A dor pode ocorrer por polineuropatias periféricas, causadas por
drogas imunossupressoras (oxaliplatina, paclitaxel, docetaxel, vincristina, carboplatina,
cisplatina, doxorrubicina e capecitabina), podendo ser de caráter transitório ou definitivo.
Existem as mucosites (oral, faríngea, gastroduodenal e nasal) induzidas por leucopenia ou
irradiação junto com a monilíase do sistema digestório e a esofagogastroduodenite.
As síndromes dolorosas que não estão relacionadas nem ao tratamento nem ao tumor
representam 3% do total e podem ser causadas por: osteomielite, enxaqueca, cefaleia
tensional, osteoartrite, osteoporose, neuropatia diabética, protrusão discal, hérnia discal,
entre outras, sem relação com a dor ocasionada pelo câncer
TRATAMENTO DA DOR
Deve-se ter em conta alguns princípios diretores de utilização da escala analgésica proposta:
3 -Se mesmo assim, não se obtiver controlo adequado da dor, deve-se subir um degrau (e não
prescrever outro fármaco do mesmo patamar);
4 - Na dor severa pode haver necessidade de iniciar o tratamento com opioides fortes;
Para pacientes com dor moderada a despeito do uso de AINE deve ser
adicionado ao tratamento, opioides fracos como tramadol e codeína.
Os fármacos do degrau 2 são os opioides fracos, como o tramadol, codeína. Um paciente com
dor moderada deve ser tratado com opioide fraco associado a AINEs ou paracetamol. Se, sob
doses terapêuticas, a dor não estiver controlada, não se deve mudar para outro fármaco deste
grupo, mas passar a opioides fortes.
3º Degrau é composto pelos opióides fortes como é o caso da morfina, metadona, fentanil e a
oxicodona. Deve ser reservado para os pacientes que não obtiveram
controle da dor com opioides fracos e AINE. Nesse degrau substituímos
os opioides fracos por opioides fortes, como morfina, metadona,
oxicodona e fentanil. É importante lembrar que não existe limite de
dosagem para os opioides fortes, e a dose considerada máxima é aquela
que consegue o melhor equilíbrio entre analgesia e efeitos colaterais.
Não devemos nos esquecer que qualidade de vida e bem-estar implicam a observância de
vários aspectos da vida, Problemas sociais, dificuldades de acesso a serviços, medicamentos e
outros recursos podem ser também motivos de sofrimento.
Nunca estamos completamente sós. O ser humano é por natureza um ser gregário. Todo o
núcleo familiar e social do paciente também “adoece”
A integração sugerida pelo Cuidado Paliativo é uma forma de observarmos o paciente sob
todas as suas dimensões e a importância de todos estes aspectos na composição do seu perfil
para elaborarmos uma proposta de abordagem.
Com uma abordagem holística, observando este paciente como um ser biográfico mais que um
ser simplesmente biológico.
9. Deve ser iniciado o mais precocemente possível, juntamente com outras medidas de
prolongamento da vida, como a quimioterapia e a radioterapia e incluir todas as
investigações necessárias para melhor compreender e controlar situações clínicas
estressante
O plano de cuidados deve ser claro o bastante para que o tratamento proposto possa ser
continuado por toda a rede assistencial, inclusive em unidades de emergência e hospitais
gerais onde o paciente poderá ser atendido por outras equipes.
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