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Universidade Federal de Santa Catarina

Direito
Teoria Política
Gabriel Garcia Rafaelli Rigoni – gabrielgarciarigoni@gmail.com

FICHAMENTO 17: JEAN JACQUES ROUSSEAU – LIVRO III

Toda ação livre é formada por duas causas – uma moral e uma física. De
maneira análoga o poder político se distingue em vontade (legislativo, que
pertence ao povo e só a ele pode pertencer) e força (executivo). Necessita,
então, a força pública (o governo) de um agente, um corpo intermediário que
concilie e seja estabelecido entre os vassalos e o soberano para que haja a sua
recíproca correspondência, sendo também encarregado da execução das leis,
da conservação da liberdade civil e política. Os membros desse corpo chamam-
se magistrados, ou reis, ou governadores e o corpo em seu conjunto recebe o
nome de príncipe. Por isso o ato daqueles que se submetem a chefes não é um
contrato. Portanto, governo é o exercício legítimo do poder executivo, príncipes
e magistrados os incumbidos da administração do governo. Quando os súditos
se recusam a obedecer o soberano, é muito provável que o estado caia no
despotismo ou na anarquia. Quanto menos as vontades particulares se
relacionam com a vontade geral, mais deve se aumentar a força repressiva. Isto
resulta que para ser bom, o governo deve ser mais forte a medida que o povo
seja mais numeroso. Não mais força absoluta, mas sim da força relativa das
diversas partes do Estado. A diferença entre esses dois corpos é que o Estado
existe por si só, já o governo não existe senão pelo soberano. Por consequência
a vontade do príncipe deve ser a vontade geral ou a lei, de modo que o governo
deve estar sempre pronto para sacrificar-se pelo povo, e não o povo para o
governo.

Quanto mais o povo é numeroso, mais se aplica a força repressiva, e


portanto, o número de chefes deve diminuir na proporção do aumento da
população. Os magistrados são mais numerosos quanto mais enfraquecido se
mostre o governo. Quanto maior o Estado mais o governo deve se restringir.
Numa legislação perfeita a vontade particular ou individual deve ser nula; e a
vontade do corpo, a vontade geral ou soberana sempre dominante é a regra
única de todas as outras. Mesmo assim, quanto maior os magistrados maior a
representação da vontade geral, onde a arte do legislador é saber fixar o ponto
em que a forca e a vontade do governo se combinem de maneira mais vantajosa
para o estado.

Rousseau parte para a explicação das divisões dos governos. A


democracia é um soberano responsável por incumbir o governo a todo povo, de
tal forma que existam mais cidadãos magistrados do que particulares. A
aristocracia é um governo restringido a poucas pessoas de modo que hajam
mais cidadãos particulares do que magistrados. Já a monarquia se caracteriza
por concentrar todo o governo nas mãos de um só magistrado, do qual recebem
o poder todos os outros cidadãos. A democracia é suscetível de aumento e
diminuição, uma vez que pode estender-se a todo o povo, ou pode limitar-se
apenas a metade. A aristocracia também (parte da metade para o menor número
que desejam os aristocratas). A monarquia já presenciou experiências do
passado em que ela também foi partilhada. Deste modo, existe um ponto em que
cada forma de governo se confunde com a seguinte. Cada forma de governo é
melhor em determinados casos, e pior em outros. O governo democrático
convém aos pequenos estados, a aristocracia aos medíocres, e a monarquia aos
grandes. Tudo isso seguindo a lógica de que o número de magistrados supremos
deve estar em razão inversa da dos cidadãos.

A melhor constituição é aquela em que o executivo está unido ao


legislativo. Mas não é certo que quem faça as leis as execute, nem que o corpo
do povo desvie sua atenção dos objetivos gerais para a pôr em objetos
particulares. A coisa mais perigosa que há é a influência dos interesses privados
nos negócios públicos, e é menor mal o abuso das leis pelo governo do que a
corrupção do legislador, resultado infalível de alvos particulares. Um povo que
não abusa do governo, jamais abusara de sua independência, e um povo que
governa sempre bem, jamais necessitara ser governado, por isso Rousseau
afirma que rigorosamente nunca existiu verdadeira democracia, e nunca existirá.
É contra a ordem natural que o grande número governe e seja o pequeno
governado. Não há governo tão exposto as guerras civis e as agitações internas
quanto o democrático ou o popular, pois não existe outro que tenda tão forte e
incessantemente a mudar de forma.

Há duas vontades gerais, uma para todos os cidadãos e outra para com
os membros da administração. A aristocracia é dividida em três classes, a natural
(povos simples), a eletiva (melhor forma de governo) e a hereditária (pior forma
de governo). A ordem melhor e mais natural é a de que os sábios governem a
multidão quando se tem certeza de que governarão no proveito deles, e não em
seu próprio.

Sobre a monarquia diz que o poder é reunido nas mãos de um só, uma
pessoa natural um homem real, que só tem o direito de dispor sobre ele segundo
as leis. Este homem se chama rei ou monarca. Embora aparentem que querem
seu povo fluorescente, numeroso e formidável a verdade é que desejam que ele
seja fraco, miserável e que nunca possa lhes resistir. Para Rousseau o governo
monárquico é inferior ao republicano pois enquanto neste o voto eleva os
homens esclarecidos e capazes ao poder, a monarquia quase sempre é
empregado por trapalhões e intrigantes sem talento que quando elevados a
grande postos logo mostram ao povo sua inaptidão. Príncipes, grandes e
nobreza são o laço de união entre monarquia e povo. Explica também que o
maior inconveniente do governo de um só é o defeito da sucessão continua, que
forma uma corrente não interrompida.

Não existem governos simples, um chefe único deve possuir magistrados


subalternos, e um governo popular deve ter um chefe. Quando a autoridade de
cada parte é independente porem imperfeita, isso resulta em uma má forma de
governo, pois não existe união, e o estado necessita dessa união com a
autoridade. É preferível um governo simples pelo fato de ele ser simples.
Obviamente há exceções.

A liberdade não é comum a todos povos, não está ao seu alcance por
diversos motivos. Por outra parte, todos os governos não são da mesma
natureza: uns são mais gastadores que outros, e as diferenças se fundam neste
outro princípio, a saber que, quanto mais as contribuições públicas se apartam
de sua origem, mais são onerosas. Toda forma de governo não é própria para
qualquer país, alguns se adaptarão melhor com a monarquia, (grandes e
numerosos) alguns com a aristocracia (médios) e uns com a democracia
(pequenos).

Há diversas opiniões acerca do que é um bom governo, e isto varia de


indivíduo para indivíduo. Para Rousseau isto é assombroso, mas se resolve de
maneira simples: qual é o fim da sociedade política? A conservação e
prosperidade de seus membros; e qual é o sinal mais seguro de que eles se
conservam e prosperam? Seu número e população.

Como aqui não há outra vontade de corpo, que resistindo à do príncipe se


equilibre com ela, deve acontecer, ou mais tarde ou mais cedo, que o príncipe
subjugue ao fim o soberano e rompa o tratado social. Há duas maneiras que
conduzem a degenerescência: Quando se restringe ou quando se dissolve o
Estado. Restringe-se o Estado quando passa do número grande (democracia)
para o número pequeno (primeiro a aristocracia, e por fim monarquia). A
dissolução do Estado pode se dar por duas maneiras: primeiro, quando o
príncipe cessa de o administrar segundo as leis, e usurpa o poder soberano
(acontecendo então um restrição que leva a troca de forma de governo e portanto
a degeneração); e se sucede o mesmo quando os membros do governo
separadamente usurpam o poder, que só em corpo devem exercer, produzindo
ainda mais desordem. Quando o Estado se dissolve chama-se de anarquia.

Nenhum Estado pode durar eternamente. Se queremos formar


estabelecimento duradouro, não cuidemos de o fazer eterno. Assim como o
corpo do homem, o político começa a morrer desde o seu nascimento. A
constituição do homem é obra da natureza a do Estado de arte. Não depende
dos homens o prolongar a sua vida, mas está em suas mãos prolongar a do
Estado o quanto for possível, dando-lhe a melhor constituição que ele possa ter.
O mais bem constituído acabará, porém, muito depois de outros, se imprevistos
não o derrocarem prematuramente. O Estado não subsiste pelas leis, mas sim
pelo legislativo.

Não tendo o soberano outra força senão o poder legislativo, não pode
obrar senão pelas leis; e não sendo essas senão atos autênticos da vontade
geral, não poderia o soberano obrar a não ser estando o povo junto.
Assim que o serviço público deixa de ser o principal desvelo dos cidadãos,
que eles gostam mais de servir com a bolsa que pessoalmente, o Estado já se
aproxima da ruína. Quanto mais bem constituído é o Estado, tanto mais os
negócios públicos excedem os privados na mente dos cidadãos. Até são muito
poucos os negócios particulares, pois, a soma da felicidade comum fornece uma
porção maior à felicidade de cada indivíduo, de modo que resta a este buscar
em ocupações particulares. A soberania não pode ser representada pela mesma
razão por que não pode ser alienada: consiste ela essencialmente na vontade
geral, e a vontade não se representa; ou ela é a mesma, ou outra, e nisso não
há meio termo, logo os deputados do povo não são, nem podem ser,
representantes seus. Não sendo a lei senão a mostra da vontade geral, é claro
que no poder legislativo não pode o povo ser representado; mas pode, e deve
sê-lo no poder executivo, que é somente a força aplicada à lei. Seja como for, no
momento em que o povo se dá representantes deixa de ser livre, e cessa de ser
povo (não existe).

Se fosse possível que o soberano, considerado como tal, tivesse o poder


executivo, o direito e o fato seriam confundidos de tal modo a não mais se saber
o que é lei, nem o que não é, e o corpo político, assim desnaturado, cedo seria
presa da violência contra a qual havia se instituído. Só há um contrato no Estado,
o da associação, excluindo quaisquer outros.

De que modo deve se conceber o ato pelo qual o governo é instituído?


Tal ato é complexo ou composto de outros dois: o do estabelecimento de leis e
o de execução destas. Disto resulta que o ato estabelecido não é contrato, mas
sim lei. Quando o povo institui um governo monárquico ou aristocrático
hereditário o faz de forma provisória até que se contemple em substituir por
outra. São sempre perigosas estas mudanças, e que não convém jamais tocar
no governo estabelecido, a não ser que este se torna incompatível com o bem
público. As assembleias periódicas são apropriadas a prevenir ou espaçar esse
infortúnio, principalmente se não é preciso convocação formal, por que então o
príncipe não pode impedi-las sem declara-se infrator das leis e inimigo do
Estado.

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