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Direito
Teoria Política
Gabriel Garcia Rafaelli Rigoni – gabrielgarciarigoni@gmail.com
Toda ação livre é formada por duas causas – uma moral e uma física. De
maneira análoga o poder político se distingue em vontade (legislativo, que
pertence ao povo e só a ele pode pertencer) e força (executivo). Necessita,
então, a força pública (o governo) de um agente, um corpo intermediário que
concilie e seja estabelecido entre os vassalos e o soberano para que haja a sua
recíproca correspondência, sendo também encarregado da execução das leis,
da conservação da liberdade civil e política. Os membros desse corpo chamam-
se magistrados, ou reis, ou governadores e o corpo em seu conjunto recebe o
nome de príncipe. Por isso o ato daqueles que se submetem a chefes não é um
contrato. Portanto, governo é o exercício legítimo do poder executivo, príncipes
e magistrados os incumbidos da administração do governo. Quando os súditos
se recusam a obedecer o soberano, é muito provável que o estado caia no
despotismo ou na anarquia. Quanto menos as vontades particulares se
relacionam com a vontade geral, mais deve se aumentar a força repressiva. Isto
resulta que para ser bom, o governo deve ser mais forte a medida que o povo
seja mais numeroso. Não mais força absoluta, mas sim da força relativa das
diversas partes do Estado. A diferença entre esses dois corpos é que o Estado
existe por si só, já o governo não existe senão pelo soberano. Por consequência
a vontade do príncipe deve ser a vontade geral ou a lei, de modo que o governo
deve estar sempre pronto para sacrificar-se pelo povo, e não o povo para o
governo.
Há duas vontades gerais, uma para todos os cidadãos e outra para com
os membros da administração. A aristocracia é dividida em três classes, a natural
(povos simples), a eletiva (melhor forma de governo) e a hereditária (pior forma
de governo). A ordem melhor e mais natural é a de que os sábios governem a
multidão quando se tem certeza de que governarão no proveito deles, e não em
seu próprio.
Sobre a monarquia diz que o poder é reunido nas mãos de um só, uma
pessoa natural um homem real, que só tem o direito de dispor sobre ele segundo
as leis. Este homem se chama rei ou monarca. Embora aparentem que querem
seu povo fluorescente, numeroso e formidável a verdade é que desejam que ele
seja fraco, miserável e que nunca possa lhes resistir. Para Rousseau o governo
monárquico é inferior ao republicano pois enquanto neste o voto eleva os
homens esclarecidos e capazes ao poder, a monarquia quase sempre é
empregado por trapalhões e intrigantes sem talento que quando elevados a
grande postos logo mostram ao povo sua inaptidão. Príncipes, grandes e
nobreza são o laço de união entre monarquia e povo. Explica também que o
maior inconveniente do governo de um só é o defeito da sucessão continua, que
forma uma corrente não interrompida.
A liberdade não é comum a todos povos, não está ao seu alcance por
diversos motivos. Por outra parte, todos os governos não são da mesma
natureza: uns são mais gastadores que outros, e as diferenças se fundam neste
outro princípio, a saber que, quanto mais as contribuições públicas se apartam
de sua origem, mais são onerosas. Toda forma de governo não é própria para
qualquer país, alguns se adaptarão melhor com a monarquia, (grandes e
numerosos) alguns com a aristocracia (médios) e uns com a democracia
(pequenos).
Não tendo o soberano outra força senão o poder legislativo, não pode
obrar senão pelas leis; e não sendo essas senão atos autênticos da vontade
geral, não poderia o soberano obrar a não ser estando o povo junto.
Assim que o serviço público deixa de ser o principal desvelo dos cidadãos,
que eles gostam mais de servir com a bolsa que pessoalmente, o Estado já se
aproxima da ruína. Quanto mais bem constituído é o Estado, tanto mais os
negócios públicos excedem os privados na mente dos cidadãos. Até são muito
poucos os negócios particulares, pois, a soma da felicidade comum fornece uma
porção maior à felicidade de cada indivíduo, de modo que resta a este buscar
em ocupações particulares. A soberania não pode ser representada pela mesma
razão por que não pode ser alienada: consiste ela essencialmente na vontade
geral, e a vontade não se representa; ou ela é a mesma, ou outra, e nisso não
há meio termo, logo os deputados do povo não são, nem podem ser,
representantes seus. Não sendo a lei senão a mostra da vontade geral, é claro
que no poder legislativo não pode o povo ser representado; mas pode, e deve
sê-lo no poder executivo, que é somente a força aplicada à lei. Seja como for, no
momento em que o povo se dá representantes deixa de ser livre, e cessa de ser
povo (não existe).