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RESISTÊNCIA À REQUEIMA (Phytophthora infestans) ENTRE GENÓTIPOS

DE TOMATE TIPO SALADA E TIPO CEREJA

1 2 3
Fábio Moreira Sobreira ; Fabrício Moreira Sobreira ; Manoel Batista Grifo Cabral ;
4 5 4
Cristiano Cezana Contarato ; Diogo Gonçalves Neder ; Frederico de Pina Matta
1
Doutorando em Genética e Melhoramento, Depto. de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa, Campus Universitário,
CEP: 36.570-000, Viçosa - MG. E-mail: fabiomsobreira@yahoo.com.br
2
Doutorando em Fitotecnia, Depto. de Fitotecnia, Universidade Federal de Viçosa. Campus Universitário, CEP: 36570-000,
Viçosa - MG. E-mail:sobreirafm@bol.com.br
3
Instituto Federal do Espírito Santo. Campus de Alegre. CEP: 29500-000, Alegre - ES. E-mail:grifocabral@hotmail.com
4
Depto. de Produção Vegetal, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Espírito Santo. Alto Universitário, s/n.
Centro. C. P. 16. CEP: 29.500-000, Alegre - ES. E-mail: ccontarato@yahoo.com.br; fpmatta@bol.com.br
5
Bolsista PRODOC/CAPES. Depto. de Biologia, Universidade Federal de Lavras. Campus Universitário. CEP: 37200-000,
Lavras - MG. E-mail:dgneder@hotmail.com

RESUMO: O objetivo deste trabalho foi avaliar sob condições de campo, a reação diferenciada de resistência a
requeima (Phytophthora infestans) na planta e nos frutos de genótipos dos grupos de tomates tipo Salada
(Lycopersicon esculentum) e Cereja (L. esculentum var. cerasiforme), e identificar dentre estes os genótipos mais
resistentes a P. infestans. As variáveis utilizadas foram requeima em planta (RPL), requeima em frutos (RFR) e área
abaixo da curva de progresso da requeima (AACPR). Para RPL, o grupo de maior resistência teve a mesma
freqüência (33,3 %) em ambos os tipos de tomate. Para RFR, cerca de 66 % foram do tipo Cereja e apenas 33 % do
tipo Salada. Para AACPR, 50 % dos genótipos tipo Salada estiveram no grupo de maior resistência, o mesmo
acontecendo para 33 % entre os tipos Cereja. Os grupos de tomates tipo Salada e tipo Cereja diferiram quanto à
suscetibilidade a requeima. O tomate tipo Salada apresentou-se mais resistente quando a área abaixo da curva de
progresso da requeima foi considerada na analise. Os acessos CCAUFES 81, CCAUFES 88 e CCAUFES 63 foram
mais resistentes à doença, sendo indicados em novos estudos abrangendo outros materiais genéticos.

Palavras chave: requeima do tomateiro, Lycopersicon esculentum var. cerasiforme, tomateiro, acessos

RESISTANCE TO LATE BLIGHT (Phytophthora infestans) AMONG GENOTYPES


OF THE SALAD AND CHERRY TOMATO TYPES

ABSTRACT: The objective of this study was to evaluate the differential resistance between genotypes of the Salad
(Lycopersicon esculentum) and Cherry (L. esculentum var. cerasiforme) tomato types to late blight (Phytophthora
infestans) and identify the genotypes most resistant to P. infestans. The variables used were late blight in plant
(RPL), fruit late blight (RFR) and area under the late blight progression curve (AACPR). For the RPL variable, the
group with greatest resistance had the same frequency (33.3 %) in both tomatoes types. About 66 % of the Cherry
type and only 33 % of the Salad type tomatoes showed high resistance to RFR. For AACPR, 50 % of the Salad type
genotypes were of the higher resistance group, but for only 33 % of the type Cherry tomatoes. The groups Salad and
Cherry tomatoes differed in terms of late blight susceptibility. The Salad tomato type was more resistant to late blight
when the disease progress curve was considered in the analysis. The accessions CCAUFES 81, CCAUFES 88 and
CCAUFES 63 were more resistant to the disease and are indicated for further studies together with other genetic
material.

Key words: tomato late blight, Lycopersicon esculentum var. cerasiforme, tomato plant, accessions

INTRODUÇÃO principais doenças, destaca-se a requeima ou mela do


tomateiro, causada pelo oomiceto Phytophthora
A cultura do tomateiro ( Lycopersicon infestans. Esta é altamente destrutiva, podendo
esculentum) está sujeita a ocorrência de diversas comprometer todo o cultivo em poucos dias (Reis e
doenças, responsáveis por significativas perdas na Lopes, 2002). Os sintomas da requeima ocorrem nas
produção (Kurozawa e Pavan, 2005). Dentre as folhas, hastes, frutos e pecíolos do tomateiro,

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apresentando um aspecto semelhante à queima foram utilizados doze genótipos de cada um dos grupos.
(Kurozawa e Pavan, 2005). As mudas foram transplantadas para o campo no
O controle químico da doença é complexo, pois o vigésimo sexto dia após a semeadura. Os genótipos
patógeno causador apresenta período de latência de 4 - foram dispostos no delineamento em blocos ao acaso,
10 dias (Singh et al., 2004), exigindo aplicações com três repetições e dez plantas por parcela. Como
freqüentes de fungicidas (Duarte et al., 2002). Isolados parcela útil adotou-se as oito plantas centrais da
de P. infestans com resistência a produtos químicos têm parcela. Estas foram conduzidas no espaçamento de
sido relatados na literatura (Fontem et al., 2005; 1 m entre fileiras e 0,6 m entre plantas, no sistema
Hanson e Shattock, 1998; Gisi e Cohen, 1996), sendo vertical, com duas hastes por planta (Marim et al.,
necessária a adoção de medidas alternativas de 2005). Os tratos culturais foram realizados segundo
controle, como o plantio de variedades resistentes Filgueira (2003), exceto a aplicação de fungicidas, visto
(Mizubuti, 2001). que a doença requeima era essencial à avaliação dos
A resistência varietal é o método ideal de genótipos.
controle, porém para a requeima não estão disponíveis O patógeno foi obtido na mesma região do
variedades com esta característica. As principais estudo, através da coleta de folhas com sintomas da
fontes de resistência estão nas espécies selvagens de doença, sendo identificado e isolado de forma direta
L. hirsutum e L. chilense. Mas o cruzamento destas (Erwin e Ribeiro, 1996) em meio B de centeio-sacarose-
com o tomate cultivado é complicado, devido ágar (CSA) (Caten e Jinks, 1968). O isolado obtido foi
à incompatibilidade entre estas espécies (Mizubuti, mantido em tubos de ensaio com meio CSA,
2001; Peralta e Spooner, 2000; Prestes e Goulart, preservados em óleo mineral e armazenados em
1995). condições ambiente. A concentração de inóculo
Nesse sentido, estudos que busquem a utilizada foi ajustada com hemacitômetro para 1x103
identificação de genótipos de L. esculentum resistentes esporângios mL-1 e a inoculação realizada por
a requeima são de importância primária. Outro pulverização 60 dias após o transplantio das mudas
ponto relevante, ainda não considerado, é a para o campo. Foi utilizado pulverizador costal manual
resposta diferenciada de resistência entre de 20 L de capacidade, no qual foi acoplado um bico de
L. esculentum (tomate tipo Salada) e L. esculentum var. pulverização do tipo cone vazio regulado, de forma a
cerasiforme (tomate tipo Cereja), visto que desta última, proporcionar cobertura adequada dos folíolos (volume
de origem andina silvestre, originou-se o tomateiro de aplicação 400 L ha-1).
atualmente cultivado (Filgueira, 2003; Rick e Holle, A área foliar lesionada pelo patógeno foi avaliada
1990). a cada três dias, segundo escala de severidade pro-
O objetivo deste trabalho foi avaliar sob posta por James (1971). A severidade foi quantificada
condições de campo, a reação diferenciada de nas doze primeiras folhas em uma das hastes que foram
resistência a requeima na planta e nos frutos, presente previamente marcadas ao acaso. Pela média de
entre genótipos dos grupos de tomates tipo Salada e severidade das folhas, obteve-se a severidade de
Cereja, e identificar dentre estes os genótipos mais requeima em cada planta. Com os dados de severidade
resistentes a P. infestans. na planta e do tempo de epidemia, foi obtida a área
abaixo da curva de progresso da requeima (AACPR).
Os valores de AACPR foram padronizados dividindo-se
cada valor pelo número de dias da epidemia.
MATERIAL E MÉTODOS
No estágio mais avançado da doença, como
variáveis adicionais, três avaliadores julgaram a
O experimento foi realizado no segundo
requeima na planta (RPL) e a requeima nos frutos
semestre de 2008, sob condições de campo, no
(RFR), por meio de escala de notas. Em relação ao
Instituto Federal do Espírito Santo (20º 45' S e 41º 29' W
estado da planta, foi atribuída nota 1 a plantas sem
e 270 m de altitude) localizado no município de Alegre –
sintomas da doença, 2, 3 e 4 a plantas que
ES. Foram utilizados 24 acessos de tomate, sendo 17
apresentaram 25, 50 e 75 %, respectivamente, de
pertencentes ao banco de germoplasma do Centro de
folhas comprometidas ou mortas e 5 a plantas mortas.
Ciências Agrárias da Universidade Federal do Espírito
Para os frutos a escala utilizada foi 1 = sem danos da
Santo (CCAUFES). Quatro são testemunhas
doença no fruto, 2 = de 1-12% dos frutos danificados,
comerciais, e três (HEM 054, HEM 057 e HEM 058) são
3 = de 12- 25 % dos frutos danificados, 4 = 25-50 % dos
híbridos em teste fornecidos pela EMBRAPA, dois são
frutos danificados e 5 = mais que 50 % dos frutos
do grupo Salada e um do Cereja.
danificados pela doença.
As testemunhas comerciais utilizadas foram:
Para a análise estatística os dados referentes às
Santa Clara (TS1) e Alambra F1 (TS2); Cereja laranja
notas e a severidade, foram transformados em raiz
TOPSEED (TC1) e Cereja vermelho ISLAPAK (TC2),
quadrada (x + 0,5) e arcsen √ x/100, respectivamente.
dos tipos Salada e Cereja, respectivamente. Ao todo

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30 Resistência à requeima (Phytophthora infestans) entre ...

A análise de variância foi realizada, esta sendo estarem no grupo de maior resistência, estes apresen-
significativa, aplicou-se o teste de Scott e Knott (5 %) taram de 50 % a quase 75 % de folhas comprometidas
para diferenciação dos tratamentos. A associação entre pela doença, mostrando um nível de resistência não
variáveis foi estudada por meio de correlação simples satisfatório para dispensar o controle químico.
(5 %). Todas as análises foram realizadas utilizando o Para RFR dois grupos foram formados e as notas
programa GENES (Cruz, 2006). variaram de 1,56 a 2,89 e de 3,11 a 4,44, respectiva-
mente para cada grupo. Foram alocados 54 % dos
tratamentos no grupo de menor resistência, apresen-
RESULTADOS E DISCUSSÃO tando de 12 a 50 % de frutos danificados. Este grupo foi
composto por 33,3 e 20,8 % de tomates tipo Salada e
Foram realizadas seis avaliações para compor a Cereja, respectivamente (Figura 2).
AACPR, não sendo identificado nenhum genótipo com A TC1 recebeu a maior nota (4,44), sem diferir dos
imunidade a P. infestans. A análise de variância genótipos tipo Salada CCAUFES 09, CCAUFES 21,
demonstrou existir diferença significativa entre os CCAUFES 28, CCAUFES 46, CCAUFES 55, HEM 057,
genótipos quanto à resistência a requeima, nas três TS1, TS2 e tipo Cereja, CCAUFES 16, CCAUFES 40,
variáveis consideradas (RPL, RFR e AACPR). Na CCAUFES 64 e CCAUFES 71 (Tabela 1). No grupo mais
Tabela 1, observa-se a média de resultados obtidos nos resistente, apresentando menos de 12 % dos frutos com
tratamento, os grupos formados pelo teste de Scott e requeima, alocaram-se cerca de 46 % dos genótipos, dos
Knott (5 %) e os valores médios em cada variável para quais 29,1 % são tipo Cereja (CCAUFES 11, CCAUFES
os tomates tipo Salada e Cereja. 25 CCAUFES 79, CCAUFES 81, HEM 054 e TC2) e
Os genótipos foram classificados em grupos apenas 16,6 % tipo Salada (CCAUFES 69, CCAUFES 88,
quanto aos níveis de resistência à doença, sendo HEM 058) (Figura 2). Os acessos CCAUFES 50 (C) e
considerados mais resistentes (menos suscetíveis) CCAUFES 63(S) receberam a menor nota (1,56).
aqueles que apresentaram as menores médias, seja na A variável AACPR apresentou dois grupos de
escala de notas ou na área abaixo da curva de acessos, com áreas de 8,33-16,54 e de 21,05-29,00,
progresso da requeima (Tabela 1). respectivamente para cada grupo. Cerca de 58 % dos
Os genótipos tipo Cereja e tipo Salada diferiram materiais genéticos apresentaram menor resistência ao
quanto à variável AACPR, apresentando menor nível de ataque de P. infestans (Figura 3). Destes, 25 % foram do
resistência os tomates tipo Cereja, cuja média (20,52) tipo Salada (CCAUFES 21, CCAUFES 28, CCAUFES
foi superior em relação à do tipo Salada (17,53). Para as 46, CCAUFES 55, HEM 058, TS2) e 33 % do tipo Cereja
variáveis RPL e RFR, comportamento inverso foi (CCAUFES 16 CCAUFES 25, CCAUFES 50, CCAUFES
observado, porém as médias não diferiram. 64, CCAUFES 71, CCAUFES 79 e TC2). O acesso
A variável RPL apresentou três grupos de CCAUFES 40 (C) apresentou o maior valor (29,00) neste
tratamentos. As maiores notas (4,67-5,00) foram dos parâmetro. O grupo mais resistente foi composto por 25
genótipos tipo Salada CCAUFES 09, CCAUFES 46, % de tomates tipo Salada (CCAUFES 09, CCAUFES 63,
CCAUFES 55 e tipo Cereja CCAUFES 64 e TC1. Estes CCAUFES 69, CCAUFES 88, HEM 057 e TS1) e 16 % do
mostraram o menor nível de resistência à doença, sendo tipo Cereja (CCAUFES 11, CCAUFES 81, HEM 054 e
observada a morte das plantas. O grupo de menor TC1), representando ao todo 41,6 % dos materiais
resistência, considerado altamente suscetível, foi avaliados (Figura 3). Na Figura 4, observa-se a
representado por 20,8 % dos genótipos avaliados, dos distribuição dos genótipos no grupo mais resistente de
quais 12,5 e 8,3 % são do tipo Salada e Cereja, cada variável. Considerando a progressão da doença
respectivamente (Figura 1). (AACPR), 50 % dos genótipos tipo Salada estiveram no
grupo de maior resistência, contra 33 % dos tratamentos
O grupo de resistência intermediária (4,0-4,3)
tipo Cereja. Quanto aos danos por requeima em frutos, a
apresentou mais de 75 % das folhas comprometidas pela
situação é inversa. Verifica-se que cerca de 66 % dos
doença, e representou cerca de 46 % dos materiais
tratamentos deste grupo foram do tipo Cereja e apenas
genéticos (Figura 1). Sendo 20,8 % de tomates tipo
33 % do tipo Salada. Para a variável RPL, o grupo de
Salada (CCAUFES 28, CCAUFES 69, HEM 057, HEM
maior resistência teve a mesma frequência (33,3 %) em
058 e TS1) e 25 % de tomates tipo Cereja (CCAUFES 11,
ambos os tipos de tomate.
CCAUFES 25, CCAUFES 40, CCAUFES 71, HEM 054, e
TC2). No grupo inferior de médias (3,0-3,78), alocaram-se Os acessos CCAUFES 81(C), CCAUFES 88 (S) e
33 % dos acessos (Figura 1), represen-tados em igual CCAUFES 63 (S) estiveram nos grupos de maior resistência
proporção por materiais tipo Salada (CCAUFES 21, nas três variáveis estudadas. Estes, para confirmação da
CCAUFES 63, TS 2) e tipo Cereja (CCAUFES 16, maior resistência, são indicados em outros estudos, junto a
CCAUFES 50, CCAUFES 79) (Tabela 1). Os acessos materiais genéticos classificados como resistentes. As
CCAUFES 81(C) e CCAUFES 88 (S) receberam a menor testemunhas comerciais e híbridos em estudo,
nota (3,0) em RPL, sem diferir dos demais. Apesar de apresentaram comportamento intermediário em relação aos
acessos do banco de germoplasma, conforme esperado.
Magistra, Cruz das Almas - BA, v. 22, n. 1, p.28-34, jan./mar., 2010.
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Tabela 1 - Médias apresentadas pelos acessos de tomate tipo Salada e Cereja, para as variáveis: requeima em
planta (RPL), requeima em frutos (RFR) e área abaixo da curva de progresso da requeima (AACPR).

, ,
Acessos / Comerciais RPL¹ ³ RFR ² ³ AACPR ³
CCAUFES 09 (S) 4,67 a 4,11 a 8,69 b
CCAUFES 11(C) 4,22 b 2,00 b 8,33 b
CCAUFES 16 (C) 3,78 c 3,33 a 19,38 a
CCAUFES 21 (S) 3,67 c 3,11 a 18,94 a
CCAUFES 25 (C) 4,33 b 2,78 b 24,76 a
CCAUFES 28 (S) 4,11 b 3,22 a 23,01 a
CCAUFES40 (C) 4,00 b 3,11 a 29,00 a
CCAUFES 46 (S) 5,00 a 4,33 a 28,01 a
CCAUFES 50 (C) 3,67 c 1,56 b 23,05 a
CCAUFES 55 (S) 5,00 a 3,11 a 28,30 a
CCAUFES 63 (S) 3,67 c 1,56 b 13,83 b
CCAUFES 64 (C) 5,00 a 3,44 a 28,52 a
CCAUFES 69 (S) 4,33 b 2,89 b 15,13 b
CCAUFES 71 (C) 4,22 b 3,78 a 28,45 a
CCAUFES 79 (C) 3,33 c 1,89 b 21,05 a
CCAUFES 81 (C) 3,00 c 2,33 b 16,54 b
CCAUFES 88 (S) 3,00 c 2,89 b 12,12 b
HEM 054 (C) 4,22 b 2,67 b 12,56 b
HEM 057 (S) 4,22 b 3,56 a 8,89 b
HEM 058 (S) 4,22 b 2,67 b 19,47 a
TS1 - Alambra F1 (S) 4,22 b 3,00 a 15,60 b
TS2 - Santa Clara (S) 3,78 c 3,44 a 18,39 a
TC1- Cereja Laranja TOPSEED(C) 5,00 a 4,44 a 13,55 b
TC2- Cereja Vermelho ISLAPAK (C) 4,00 b 2,56 b 21,07 a

Análise por grupos C.V.(%) Média C.V.(%) Média C.V.(%) Média

Salada e Cereja (Conjunto) 11,15 4,11 25,01 2,99 37,85 19,03


Salada 13,88 4,16 a 24,10 3,16 a 45,71 17,53 b
Cereja 7,51 4,06 a 26,84 2,82 a 32,38 20,52 a
Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade; C: genótipos
‘tipo Cereja”; S:genótipos “tipo Salada”.
1
Escala de notas em RPL 1 = sem sintomas da doença, 2, 3 e 4 = 25, 50 e 75 %, respectivamente de folhas comprome-
2
tidas e 5 = morte da planta. Escala de notas em RFR1 = sem danos da doenças no fruto; 2 = 1-12 %; 3 = 12-25%; 4 = 25-50 % e
5 > 50 % de frutos danificados.
3
dados apresentados sem transformação.

A variável RPL apresentou correlação RPL e RFR com a variável AACPR. Demonstrando
significativa (5%) de 61 % com RFR, indicando boa não existir na planta, relação direta entre a condição
associação entre o comprometimento da planta pela de hospedeiro favorável ao patógeno e potencial da
doença e a percentagem de frutos danificados. planta em superar os danos causados pela doença. Da
A associação entre as variáveis é favorecida por mesma forma, o progresso da doença na planta não
serem avaliadas num mesmo estádio da doença. condiz com a sucetibilidade dos frutos ao ataque de
Correlação não significativa (5 %) foi observada entre P. infestans.

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32 Resistência à requeima (Phytophthora infestans) entre ...

Conjunto Salada Cereja considera o tempo de desenvolvimento da doença. Mas


é útil na discriminação dos genótipos quanto à
45,80 resistência, por informar o comportamento do acesso
após um período considerado longo (18 dias) de
% genótipos

exposição ao patógeno.
33,30
Quando se trabalha com um grande número de
25,00 acessos a AACPR, pode não alocar adequadamente os
20,80 20,80 materiais genéticos estudados e a comparação entre as
16,60 16,60
curvas de progresso da doença é dificultado (Nutter Jr et
12,50
8,30
al., 2006). Nesse sentido, é interessante o uso de outras
variáveis, como realizado neste estudo, que
consideram influências distintas, para auxiliar a
3,00 - 3,78 (c) 4,00 - 4,30 (b) 4,67 - 5,00 (a) identificação de genótipos resistentes.

Grupos em RPL
Conjunto Salada Cereja

Figura 1 - Frequência dos 24 genótipos dos tipos 58,30


Salada e Cereja para os grupos de menor
(a), intermediária (b) e maior (c) resistência

% genótipos
a requeima, na variável RPL. A legenda 41,60

“conjunto” refere-se a soma dos genótipos 33,30

tipo Salada com os tipo Cereja. 25,00 25,00


16,60

Conjunto Salada Cereja

54,10
8,33 - 16,50 (b) 21,00 - 29,00 (a)
45,80
% genótipos

Grupos em AACPR
33,30
29,10

20,80 Figura 3 - Frequência dos 24 genótipos dos tipos


16,60
Salada e Cereja para os grupos de menor
(a) e maior (b) resistência a requeima,
respectivamente, na variável AACPR. A
legenda, “conjunto”, refere-se a soma dos
1,56 - 2,89 (b) 3,11 - 4,44 (a) genótipos tipo Salada com os tipo Cereja.
Grupos em RFR

Figura 2 - Frequência dos 24 genótipos dos tipos Conjunto Salada Cereja


Salada e Cereja para os grupos de menor
66,60
(a) e maior (b) resistência a requeima,
considerando a variável RFR. A legenda
% genótipos

“conjunto” refere-se a soma dos genótipos 50,00


tipo Salada com os tipo Cereja.
33,30 33,30 33,30 33,30
A diferença de comportamento dos genótipos em
relação às variáveis RPL e AACPR é explicada com
base nos fatores que influem sobre cada variável
resposta. A AACPR considera basicamente o ciclo de
desenvolvimento do patógeno na planta (Jeger e
Villjanen-Rollinson, 2001). Nesse sentido são mais RPL RFR AACPR

resistentes os genótipos com menor AACPR, pois o Variáveis analisadas


patógeno manifestou-se tardiamente e/ou apresentou
evolução lenta no hospedeiro em estudo (Bergamin
Filho e Amorim, 1996). Figura 4 - Frequência de acessos do tipo Salada e
A variável RPL, avaliada por escala de notas, Cereja no grupo de maior resistência das
fornece um dado diferente da variável AACPR, pois não variáveis RPL, RFR e AACPR.

Magistra, Cruz das Almas - BA, v. 22, n. 1, p.28-34, jan./mar., 2010.


Sobreira et al. 33

Com base na AACPR, os genótipos tipo Cereja econômico. São Paulo: Agronômica Ceres, 1996. 289 p.
foram hospedeiros mais favoráveis ao desenvol-
vimento de P. infestans, comparados aos do tipo CATEN, C. E.; JINKS, J. L. Spontaneous variability of
Salada. Porém considerando a RPL, os dois grupos de single isolates of Phytophthora infestans I. Cultural
tomate apresentaram comportamento semelhante. variation. Canadian Journal of Botany, v. 46, p. 329-
Possivelmente a maior perda de área foliar dos 348, 1968.
genótipos tipo Cereja, foi contrabalanceada pelo
potencial destes em suprimir com maior eficiência os CRUZ, C. D. Programa GENES – Biometria. Viçosa:
danos causados pela doença, crescendo e emitindo UFV, 2006. 382 p.
novas folhas. Este fato pode estar ligado a origem dos
grupos de tomate avaliados. Segundo Filgueira (2003)
DUARTE, R.; ISMAEL, M. M.; OLIVEIRA, C. G.;
e Rick e Holle (1990), da espécie andina silvestre,
BEGLIOMINI, E. Eficácia do fungicida Metiram no
L. esculentum var. cerasiforme (tomate tipo Cereja), foi
controle da requeima (Phytophthora infestans) do
selecionada a cosmopolita L. esculentum, da qual
tomateiro ( Lycopersicon esculentum Mill). In:
pertence o tomate tipo Salada. Portanto esperava-se
CONGRESSO BRASILEIRO DE FITOPATOLOGIA, 35.
uma reação mais diferenciada entre os tipos de tomate,
2002, Recife. Anais.... Recife: Fitopatologia Brasileira,
visto que a maioria das variedades possuidoras de
2002.
resistência a pragas e/ou doenças têm contribuição de
materiais genéticos silvestres (Abreu et al., 2008; Peña
et al., 2006; Lee et al., 2002). ERWIN, D. C.; RIBEIRO, O. K. Phytophthora Diseases
Worldwide . Saint Paul, Minnesota: American
Phytopathological Society, 1996. 562 p.

CONCLUSÕES FILGUEIRA, F. A. R. Novo manual de olericultura:


Agrotecnologia moderna na produção e
1. Os grupos de tomates tipo Salada e tipo Cereja comercialização de hortaliças. 2. ed. Viçosa: UFV, 2003.
diferem quanto à suscetibilidade a requeima. 412 p.
O tomate tipo Salada é mais resistente
quando o progresso da doença na folha foi avaliado.
FONTEM, D. A.; OLANYA, O. M.; TSOPMBENG, G. R.;
OWONA, M. A. P. Pathogenicity and metalaxyl
2. Os acessos CCAUFES 81(C), CCAUFES sensitivity of Phytophthora infestans isolates obtained
88 (S) e CCAUFES 63 (S) foram mais resistentes from garden huckleberry, potato and tomato in
a doença, sendo indicados em novos estudos Cameroon. Crop Protection, v. 24, n. 5, p. 449-456,
abrangendo outros materiais genéticos. 2005.

GISI, E.; COHEN, Y. Resistance to phenilamide


AGRADECIMENTOS fungicides: A case study with Phytophthora infestans
involving mating type and race structure. Annual review
Ao Instituto Federal do Espírito Santo - Campus of Phytopathology, v. 34, p. 549-572, 1996.
de Alegre e a Universidade Federal do Espírito Santo
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Recebido: 17/02/2009
Aceito: 04/09/2009

Magistra, Cruz das Almas - BA, v. 22, n. 1, p.28-34, jan./mar., 2010.

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