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Entendendo o livro de Levítico

1. INTRODUÇÃO

Acredito que todo cristão tem o desejo de ler a Bíblia inteira, de Genesis a Apocalipse. É muito
comum ouvirmos pessoas relatando o seu empenho nesta tarefa. E mais comum ainda é o relato
desta jornada quando deparada com a “muralha” chamada Levítico. Na primeira vez que eu li a
Bíblia inteira, Levítico (juntamente com Números, para fazer justiça) foi a minha grande
dificuldade. Foi como se eu estivesse andando sem dificuldades por uma planície e subitamente
tivesse que transpor o Monte Everest no mesmo ritmo.

Por causa desta suposta dificuldade, o livro de Levítico é, sem sombra de dúvida, um dos mais
poucos explorados textos por todos os cristãos. Conhecemos as riquezas de Salmos, as histórias
de Davi e Salomão, os milagres de Jesus, entre outros, mas não conhecemos uma das principais
fontes de diretrizes dada por Deus, chamada Levítico.

Acredito, porém, que conhecendo um pouco dos pontos principais de Levítico, a sua leitura se
torna até agradável.

O meu melhor amigo na época de adolescente, foi durante alguns anos um dos meus maiores
desafetos. Se ele estivesse no lado direito do pátio da nossa escola, eu certamente estaria no
lado esquerdo. Se houvesse a necessidade de um trabalho em grupo, primeiro esperava ver em
que grupo ele ficaria, para depois escolher o meu e não correr o risco de ter sua “desagradável”
convivência. Quero ressaltar que a antipatia era recíproca. A questão é que em um determinado
momento de nossas vidas, por questões avessas a nossa vontade, fomos obrigados a conviver,
um com o outro. Graças a esse convívio começamos a nos conhecer, e ver que tínhamos muito
mais coisas em comum do que nossas diferenças nos impediam de enxergar. Tornamo-nos
grandes amigos, e vivemos muitas coisas importantes juntos. Nossa amizade extrapolou o nosso
ser, fazendo que a minha família experimentasse o mesmo nível de amizade com a sua família.

Certamente, já lhe ocorreu de não gostar de uma determinada pessoa que cruzou a sua vida,
por causa de algum hábito ou coisa parecida. Entretanto, depois de você conhecê-la, passou até
a gostar dela. Tenho fé que da mesma maneira, o livro de Levítico terá o conceito mudado depois
deste estudo.

2. ANTES DE QUALQUER COISA

A nossa ansiedade, nossa natureza humana, manda que nós entremos de cabeça no estudo, pois
nossa curiosidade é maior que tudo (espero eu!). Mas é bom conversarmos um pouco antes
disto.

A primeira coisa que devemos ter em mente antes da leitura de Levítico é que ele é um livro
basicamente formado por normas, mandamentos. É um dos livros da Lei de Deus. E como é um
livro normativo, deve ser lido como tal. Não há mensagens simbólicas em Levítico, por mais que
alguns pregadores tentem “espiritualizá-lo”. É um livro que fala de normas, conduta, ação e
reação, cerimonial e etc.

Outra questão importante para ser observada antes da leitura é a temática central de Levítico.
Se pudéssemos reunir em um único versículo o principal conceito do livro, sem dúvidas seria
este: Lv 11:44a

Pois eu sou o Senhor, o Deus de vocês; consagrem-se e sejam santos, porque eu sou santo.
Deus chama a atenção do homem para importância da santificação. O termo hebraico (qadash)
e suas flexões aparecem mais de 80 vezes em todo o livro de Levítico. Qadash quer dizer
“SANTO”. O texto de Levítico mostra como um pecador pode ter acesso ao Deus que é santo, e
a importância de buscar santidade por pertencer a um Deus santo.

Em terceiro plano, vem a questão de como deve ser a leitura de Levítico. Certamente ele é um
livro de leitura desafiadora, por ser um livro repleto de ritos de culto. Um dos grandes segredos
para uma leitura prazerosa de Levítico é usar a imaginação. Um bom caminho é ir criando
mentalmente os rituais conforme vamos lendo, exagerando nos detalhes.

Por último, entender que o livro de Levítico faz parte de um conjunto, de uma obra completa,
que conhecemos por Pentateuco. Para tal elucidação, faremos um apanhado geral e muito
breve do que é o Pentateuco.

3. O PENTATEUCO E SUA RELAÇÃO COM LEVÍTICO

O Pentateuco são os cinco primeiros livros da Bíblia. Formam o Pentateuco os livros de Genesis,
Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. São conhecidos também como os livros da Lei, ou a
Torah hebraica.

Apesar de serem cinco livros em abordagens e assuntos distintos, conseguem transmitir uma
unidade sem igual nos seus textos. O Pentateuco compreende o período histórico da criação do
mundo por Deus até a morte de Moisés no Monte Nebo, nas campinas de Moabe.

Os assuntos relevantes em cada livro são:

• Gênesis – Formação do mundo e dos patriarcas de Israel.

• Êxodo – Chamado de Moisés, libertação e a Lei Geral.

• Levítico – Lei Sacerdotal. Manual litúrgico.

• Números – O povo no deserto. Exortação para não perder a fé.

• Deuteronômio – Segunda leitura da Lei

Levítico, neste contexto, funciona em alguns casos como uma regulamentação da Lei expressa
nos outros livros, como o do Êxodo. É em Levítico 1-9 que os rituais do Tabernáculo são
normatizados. A instituição ocorre em Ex 25-40. O sacerdócio descrito em Ex 29 tem em Lv 8-10
a liturgia de ordenação sacerdotal.

Citamos acima que o livro de Levítico é um livro da Lei, mas não é um livro de lei simplesmente.
Ele é um grande manual de liturgia para o povo hebreu. Algumas pessoas se confundem e
afirmam que a Lei está toda em Levítico. Isto é um grande equívoco. Basta analisarmos alguns
exemplos para verificarmos que tais fatos são infundados. A lei da circuncisão está em Gn 17.9-
14. A pena capital pela quebra do Shabbat (Sábado) está em Nm 15.32-36. O maior exemplo,
porém, são os Dez Mandamentos que se encontram em Ex 20.2-17 e é repetido em Dt 5.6-21.

4. INFORMAÇÕES BÁSICAS DE LEVÍTICO

Nome do Livro – O nome Levítico é herança do título do mesmo livro na Septuaginta (Antigo
Testamento traduzido para o grego) e quer dizer levitas. Os levitas eram os descendentes de
Levi, filho de Jacó e Lia, que foram separados por Deus para o cuidado com trabalho religioso
(culto) da nação de Israel. Existe muita confusão em relação aos levitas e ao sacerdócio. O
sacerdócio foi incumbido a Arão e seus descendentes e não a todos os levitas. A confusão se dá
porque Arão é descendente de Levi, mas isto não inclui os seus irmãos levitas na herança do
sacerdócio.

O interessante é observarmos o nome hebraico do livro de Levítico. Em todo Pentateuco, os


israelitas colocavam como nome do livro as primeiras palavras do mesmo. No caso de Levítico é
“ chamou o Senhor”. E é impressionante a riqueza de entendimento que podemos ter apenas
observando o nome em hebraico. Levítico é a chamada do Senhor para a santidade, serviço e
adoração, base de qualquer relacionamento com Deus. O senhor chama para a santidade que
só provem Dele (Lv 11.44-45)

Data – A data exata da compilação de Levítico é um tanto incerta. O certo é que ela deva ter
ocorrido durante a peregrinação o povo de Israel pelo deserto, nas últimas décadas dos anos de
1.400 a.C. A confiança que temos é que foi dada a Moisés, pelo próprio Deus, na Monte Sinai,
quando o povo provavelmente acampou na região por nove meses.

Autor – Como todo o Pentateuco, é comumente aceito a autoria de Moisés. O maior indicativo
desta tese é a própria Palavra de Deus. Em Neemias 8.1 há a menção ao “Livro da Lei de Moisés”.
Em Ne 13.1 e 2Cr 25.4, por exemplo, temos a citação de “Livro de Moisés”. No NT apresentam
citações similares em Mt12.5; Mc 12.26; Lc 16.16; Jo 7.19 e Gl 3.10).

Personagem Central

A figura central do texto recai sobre a figura do Sumo Sacerdote, pois é sobre ele que incide as
obrigações referentes ao culto de Israel. A relação do Sumo Sacerdote com Levítico é
fundamental por se tratar de um livro que expõe de maneira muito explícita o conceito de
pecado, sacrifício e expiação.

5. OS TRÊS GRANDES TEMAS DE LEVÍTICO

Já falamos acima que Levítico tem um tema central. A Santidade, de maneira geral, é o ponto
chave deste livro. No entanto esta abordagem pode ser entendida através de três pilares que a
sustenta.

Neste sentido, podemos observar que Deus deixa bem claro que ele se fez presente no meio do
seu povo. Da mesma maneira que Ele está presente, Deus é santo e porque Ele o é, exige que o
povo busque um estado de santidade. De sobremaneira, Deus mostra que apesar do homem ter
a possibilidade desta busca de santidade, ele é pecador. A presença de Deus é incompatível com
a presença do pecado, não há como estas duas facetas, Deus e o pecado, coexistirem em um
mesmo lugar. Para solucionar tal impasse, Deus cria um sistema de expiação para este pecado.
Vamos ver esta dinâmica de maneira detalhada.

a. Deus está presente.

O Senhor está presente. Ele está no meio do povo. No cap. 1.1 Ele chama Moisés na tenda da
congregação. Um Deus que habita no meio do povo é algo único. É certamente uma grande
dádiva. Muitos deuses da antiguidade sempre se mostraram de forma distante e cruel para com
os seus adoradores. O Senhor, Iavé, concede ao seu povo estar junto deles, no Tabernáculos, na
nuvem que dá sombra e na coluna de fogo que ilumina (Ex 13.21) e no maná (Ex 16.11-35).
Algumas coisas são inerentes a essa presença divina no arraial dos hebreus. A primeira delas é
que existirá a necessidade de se cultuar Deus (Lv1. 2). A outra é que Deus estará presente no
Santos dos Santos, local dentro do Tabernáculo para a sua habitação. O Santo dos Santos era
separado do resto do Tabernáculos por um véu, que só poderia ser transposto pelo Sumo
Sacerdote, uma vez por ano, no Dia da Expiação (Lv 16.17). Por último, Deus manifestava a Sua
Glória no arraial através de vários atos. O principal está descrito no cap. 9.23-24, quando da
ordenação do sacerdote.

b. Santidade.

Com bem já falamos anteriormente, o ponto central de Levítico está nos versículos 44 e 45 do
capítulo 11, que diz assim:

44Pois eu sou o Senhor, o Deus de vocês; consagrem-se e sejam santos, porque eu sou santo.
Não se tornem impuros com qualquer animal que se move rente ao chão. 45Eu sou o Senhor
que os tirou da terra do Egito para ser o seu Deus; por isso, sejam santos, porque eu sou santo.

A grande mensagem está na expressão “…sejam santos, porque eu sou santo.”, que aparece
igualmente nos dois versículos. Deus chama o povo à santidade. Ele mostra que será vital a
vontade do povo em buscar esta santidade.

O texto é explícito em dizer que o alvo do povo israelita, nesta busca de santidade, deveria ser
o comportamento de Deus. O padrão de santidade não é humano, mas sim aquele (padrão) que
se manifesta na pessoa de Deus. O caráter de Deus tem que ser imitado.

Para a busca de santidade, Deus mostra ao povo a necessidade de se abolir falhas. Veja o texto:
Lv 1:3

Se o holocausto for de gado, oferecerá um macho sem defeito. Ele o apresentará à entrada da
Tenda do Encontro, para que seja aceito pelo Senhor,

A perfeição é a exigência de Deus para o seu culto. De igual maneira ao holocausto, o sacerdote
que apresentaria aquele ato de culto deveria ser livre de defeitos, não só pecados, mas físicos
também. Veja: Lv 21.17-23

17″Diga a Arão: Pelas suas gerações, nenhum dos seus descendentes que tenha algum defeito
poderá aproximar-se para trazer ao seu Deus ofertas de alimento. 18Nenhum homem que tenha
algum defeito poderá aproximar-se: ninguém que seja cego ou aleijado, que tenha o rosto
defeituoso ou o corpo deformado; 19ninguém que tenha o pé ou a mão defeituosos, 20ou que
seja corcunda ou anão, ou que tenha qualquer defeito na vista, ou que esteja com feridas
purulentas ou com fluxo, ou que tenha testículos defeituosos. 21Nenhum descendente do
sacerdote Arão que tenha qualquer defeito poderá aproximar-se para apresentar ao Senhor
ofertas preparadas no fogo. Tem defeito; não poderá aproximar-se para trazê-las ao seu Deus.
22Poderá comer o alimento santíssimo de seu Deus, e também o alimento santo; 23contudo,
por causa do seu defeito, não se aproximará do véu nem do altar, para que não profane o meu
santuário. Eu sou o Senhor, que os santifico”.

Além da perfeição física, era exigida a mais importante característica da santidade exigida ao
hebreu. A santidade moral. Várias normas de conduta são estabelecidas por Deus. Destaque
aqui para o código de pureza sexual em Lv 18. Na lista de comportamento condenáveis estão o
incesto (v.6-18), adultério (v.20), a homossexualidade (v.22) e a bestialidade, ou zoofilia (sexo
com animais – v.23). Um romper de águas na época de Levítico foi o código de ética em Lv 19.18.

c. Expiação.

Deus não habita onde existe pecado. Ele ama o pecador, mas é intolerante ao pecado. Imbuído
de promover santidade para o povo, Deus estabelece uma série de maneira de livrar o povo do
fruto do pecado (Rm 6.23) através de sacrifícios. Existem basicamente cinco tipos de sacrifícios
descritos no livro de Levítico, que estão distribuídos nos sete primeiros capítulos. São eles :

1º. HOLOCAUSTO

Levítico 1 – Era a típica oferta hebraica, predominante ao longo de toda a história do Antigo
Testamento e provavelmente a forma mais antiga de sacrifício de compensação. O termo
descreve uma “oferta de ascensão” ou uma oferta que sobe. O animal era completamente
queimado no altar, e a fumaça subia em direção aos céus. Levítico exigia que o animal fosse um
macho sem manchas. Vários animais eram permitidos, de acordo com as possibilidades
financeiras.

2º. OFERTA DE CEREAL

Levítico 2 – Originalmente, é possível que fosse um “presente”, pois exatamente isso que o
termo significa. Nas regras de Levítico, o cereal tinha um significado compensatório. Ele
freqüentemente acompanhava os sacrifícios queimados e as ofertas pacíficas. Provavelmente
servia como um tipo mais barato de sacrifício queimado para aqueles que não podiam dispor de
um animal

3º. OFERTA PACIFICA

Levítico 3 – Era a forma básica de sacrifício trazida nos dias de festa. Era uma oferta
comemorativa, consumida pelas pessoas. Era freqüentemente apresentada junto aos sacrifícios
queimados, que eram consumidos por Deus. Ao que parece, não era compensatória, mas estava
ligada a restauração e reconciliação. Tinha três subtipos: sacrifício de ação de graças, sacrifício
prometido e sacrifício de espontânea vontade.

4º. SACRIFÍCÍO DE PECADO

Levítico 4.1-5.13 – Era compensatório por uma ofensa contra Deus. Enfatizava o ato de
purificação. Envolvia profanação cerimonial, engano, apropriação indevida e sedução. Variava
de acordo com quatro classes de indivíduos: sacerdote, congregação, governante ou individuo
do povo.

5º. SACRIFÍCIO DE CULPA

Levítico 5.14-6.7 – Era uma subcategoria do sacrifício de pecado. Compensatório, porem


dedicado a restituição e reparação. Geralmente tratava de profanação de artigos sagrados e
violações de natureza social.

Neste contexto, temos um personagem principal. O sacerdote. Vemos nos capítulos de 8-10 e
21-22 as disposições referentes ao seu ofício. O sacrifício só poderia ser realizado através deles,
na maioria dos casos através do Sumo Sacerdote. Outro ponto fundamental na expiação são as
festas, como veremos mais a frente.
6. OS QUATRO GRANDES BLOCOS DE LEVÍTICO

De uma maneira sistemática, o livro de Levítico pode ser dividido em quatro grandes bl

ocos de observação. Estes grupos podem ser observados no decorrer do texto de uma maneira
contínua. Cada tópico irá representar uma intenção de Deus na compilação deste texto.

Esta sistematização é muito útil no momento da leitura do texto. É muito útil observarmos esta
divisão quando da leitura corrida do texto. O ideal é fazer a leitura de Levítico como se fosse de
quatro livros separados.

Abaixo apresentamos um excelente quadro extraído das notas da Bíblia Thompson . Observe as
divisões, conflite com o que você já conhece do texto. Acrescente as informações passadas até
agora pelo nosso estudo e você poderá notar que muitas coisas irão clarear na sua compreensão
do texto de Levítico.

I. A VIDA DE ACESSO A DEUS.

(1) Por meio de sacrifícios e ofertas.

(a) Holocaustos, que significavam expiação e consagração, 1:2-9.

(b) Oblações, que significavam ação de graças, 2:1-2.

(c) Ofertas pelo pecado, que significavam reconciliação, cap. 4.

(d) Ofertas pela transgressão, que significavam limpeza de culpa, 6:2-7.

(e) Ofertas de paz, 7:11-15.

(2) Através da mediação sacerdotal.

O sacerdócio humano:

(a) seu chamado, 8: 1-5;

(b) sua limpeza, 8:6;

(c) seus ornamentos, 8:7-13;

(d) sua expiação, 8: 14-34;

(e) exemplos de sua vida pecaminosa, cap. 10.

II. LEIS ESPECIAIS QUE GOVERNAM A ISRAEL.

(1) Quanta ao alimento, cap. 11.

(2) Quanta Ii limpeza, higiene, costumes, moral, etc., todas enfatizavam a pureza de vida como
condição para obter 0 favor divino, caps. 12-20.

(3) Pureza dos sacerdotes e das ofertas, caps. 21-22.

III. AS CINCO FESTAS ANUAIS.

(1) A Festa da Páscoa, 23:5.

(2) A Festa do Pentecoste (ou das semanas), 23: 15.


(3) A Festa das Trombetas, 23:23-25.

(4) O Dia da Expiação, cap. 16, e 23:26-32.

(5) A Festa dos Tabernáculos, 23:39-43.

IV. LEIS E INSTRUÇÕES GERAIS

(1) O ano sabático. Um ano em cada sete a terra era deixada sem cultivo, 25:2-7.

(2) O Ano do Jubileu. Um ano em cada cinqüenta era designado para que os escravos fossem
libertados, as dividas perdoadas e uma restituição geral tivesse lugar. 25:8-16.

(3) Condições para as bênçãos e advertências acerca do castigo, cap. 26.

7. AS FESTAS DO POVO DE DEUS

As festas no cenário de Levítico representa uma moção do Senhor a fim de atender objetivos
religiosos e sociais. Em termos religiosos os sacrifícios tinham posição central. Já em termos
sociais, a assistência aos pobres e necessitados da nação tinham ações práticas ao seu favor.

No entanto, o maior objetivo dos festas era que Deus e seus estatutos estivessem sempre
presentes na mente e no cotidiano do povo escolhido.

Um ponto a se destacar é quanto à questão da “Santa Convocação” (Lv. 23.2), que consistia no
chamado compulsório de Deus para as festas. Nos dias de santa convocação não era permitido
realizar nenhum tipo de trabalho, salvo os de preparação da comida, como pode ser visto no
texto em Êxodo:

Ex 12:16

Convoquem uma reunião santa no primeiro dia e outra no sétimo. Não façam nenhum trabalho
nesses dias, exceto o da preparação da comida para todos. É só o que poderão fazer.

Eram sete as festas instituídas em Levítico, sendo que destas mesmas três eram obrigatórias a
todos os do sexo masculino: Páscoa (e conseqüentemente a dos Pães Asmos), Pentecoste e
Tabernáculos.

∟Páscoa/Pães Asmos – Era comemorada para lembrança do sofrimento e da libertação da


escravidão no Egito. As duas festas estavam intimamente ligadas.

∟Pentecoste – Também era conhecida como festa das Semanas ou da Colheita. Na verdade, o
nome Pentecoste só veio ser comumente usado por volta de 300 a.C., devido ao domínio e
influência do império Grego e sua cultura. Pentecoste quer dizer “50 dias depois”, pois a festa
ocorria 50 dias passados da Páscoa. Eram ao todo sete semanas de celebração, começando com
a colheita da cevada; o encerramento acontece com a colheita do trigo (Dt 34.22; Nm 28.26; Dt
16.10).

∟Tabernáculos – Ocorria no sétimo mês e durava sete dias, fazendo jus ao reconhecimento do
número sete como o representante da perfeição nas Escrituras. A festa tinha como objetivo
lembrar os 40 anos de peregrinação no deserto. O povo devia habitar sete dias em cabanas para
que se lembrasse que o Senhor os fez habitar em cabanas quando do êxodo (Lv 23.42-43). Por
isso também era conhecida como a festa das Cabanas.
∟ Trombetas – Comemorava o início do ano civil dos hebreus. O toque de uma trombeta no 1º
dia do mês tisri (7º mês) anunciava a festa. Provavelmente esta trombeta era feita de chifre de
carneiro, que era própria para as cerimônias solenes do antigo Israel.

∟Dia da Expiação – Era o dia mais solene do ano. O povo devia cessar o seu trabalho e “afligir a
sua alma” (Lv. 23.27). Neste dia (10º dia do mês de tisri) o Sumo Sacerdote entrava no Lugar
Santíssimo do Tabernáculo, a fim de fazer a expiação do pecado de todo o povo. Este era o único
dia permitido por Deus para que alguém, e neste caso somente o Sumo Sacerdote, entrasse no
lugar mais sagrado do Tabernáculo.

∟Primícias – Ocorria nas festas dos Pães Asmos e no Pentecoste, e consistia da oferta dos
primeiros frutos da colheita. Representava a benção o Senhor sobre a fartura da Terra
Prometida.

8. CURIOSIDADES

1. Bode Expiatório – Uma das maiores curiosidades encontradas nos livro de Levítico é
certamente o da figura do bode expiatório (Lv 16.20-22). A curiosidade é pelo fato de muitas
pessoas, hoje e de muito tempo, usarem esta terminologia para designar alguém que sofreu
algum tipo de punição em lugar de alguém, sem ter tido culpa. O bode expiatório é um
mandamento cerimonial de Deus. No Dia da Expiação, o sacerdote colocava sua mão sobre a
cabeça de um bode, e lhe imputava, ou seja, transferia através de confissão, os pecados de todo
o Israel. Depois, este bode, que já levava sobre si os pecados que não eram seus, era conduzido
para o deserto a fim de que as iniqüidades não estivessem mais na presença do Senhor.

2. Sementes para os Pobres – Os Israelitas não tinham, certamente, um programa de assistência


social para ajudar os pobres nos tempos do Antigo Testamento, mas Deus se mostra meticuloso
ao cuidar dos pobres. Os agricultores deviam deixar sementes de cereais da borda do campo e
as que ficassem para trás na colheita para que as pessoas pobres e viajantes pudessem ter algo
para comer. Veja o texto:

Levítico 19.9-10.

9″Quando fizerem a colheita da sua terra, não colham até as extremidades da sua lavoura, nem
ajuntem as espigas caídas de sua colheita. 10Não passem duas vezes pela sua vinha, nem
apanhem as uvas que tiverem caído. Deixem-nas para o necessitado e para o estrangeiro. Eu
sou o Senhor, o Deus de vocês.

A história que encontramos em Rute 2.2-9 mostra como o cumprimento dessa lei foi
fundamental para a provisão alimento para os forasteiros.

3. A Morte de Nadabe e Abiú – O Sumo Sacerdote Arão tinha quatro filhos, que foram
consagrados ao sacerdócio (Nm 3.2). Os dois mais velhos, Nadabe e Abiú foram consumidos pelo
fogo do Senhor (Lv 10.2), por apresentarem “fogo estranho” perante Deus. Ninguém sabe ao
certo o que é este “fogo estranho”. O mais provável é que as instruções para a oferta do incenso
não foram seguidas a risca. Alguns comentaristas acreditam que os dois estavam embriagados
no momento da oferta, mas tudo é especulação. Não há nada de concreto.

4. Purificação Depois do Parto – No capítulo 12 é descrito algo semelhante com a dieta, que se
recomenda a toda gestante do n

ossos dias, faça depois do parto. O interessante da história é que a purificação variava conforme
o sexo da criança. Se o fruto do parto fosse um menino, a purificação duraria sete mais trinta e
três dias. Porém, se fosse uma menina a purificação duraria duas semanas mais sessenta e seis
dias. Outra fato importante é que a mulher nesse período não podia ter contato com nada que
fosse santo.

9. O LIVRO DE LEVÍTICO E OS NOSSO DIAS

Muitos dos interpretes críticos das Escrituras, senão a maioria, não vê aplicabilidade nos textos
do AT, principalmente os do livro de Levítico. Isto é um tremendo equivoco e perda de uma
chance muito grande de edificação pessoal. Além de que o texto de Levítico traz muitas
fundamentações teológicas que se baseia o cristianismo.

Como todo o AT, Levítico é um pano de fundo, um cenário para o desenrolar da fé cristã. Como
em uma peça de teatro, o cenário (neste caso Levítico) tem por função ambientar a ação dos
protagonistas. O que pretendemos fazer aqui é entender por que este “pano de fundo” é
importante para a Igreja de Cristo nos dias atuais.

A primeira grande contribuição de Levítico é quanto à conscientização da gravidade que o


pecado tem para Deus. O capítulo 10 é rico em descrever tal fato. Deus nos mostra em Levítico
que o pecado é algo que impede o seu relacionamento conosco, que é intolerável, mas que pode
ser apagado através da expiação. E mais, quando Deus indica que esta expiação deveria ser feito
inclusive pelos pecados dos Sumo Sacerdote, revela que o pecado é algo universal, inerente a
toda a humanidade(Mt 7.21-23; Rm 3.23).

Através do rigor da Lei litúrgica de Levítico, temos noção do poder que envolve a pessoa de
Cristo.

O Sumo Sacerdote era o único que tinha acesso direto a Deus. E isto só ocorria uma vez ao ano.
Jesus é o sacerdote por excelência. É o sacerdote perfeito (Hb 7.28) que nos dá acesso direto ao
Pai, por meio do Seu sangue, não uma vez, mas constantemente. Por isso a sua morte rompeu
o véu do Templo (Mt 27.51 – Hb 10.19-20).

Parar finalizar ressaltamos Deus como fonte de vida e que habitou no meio de nós, em Levítico
no Tabernáculo e nas suas manifestações miraculosas, e na Nova Aliança na pessoa de Jesus
Cristo como relata o texto na tradução Almeida revista e atualizada: Jo 1:14

E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória,
glória como do unigênito do Pai.

Jesus, o Deus encarnado, refletiu em sua vida aquilo que Deus prefigurava quando exortava o
povo à santidade. Jesus refletia esta santidade e por causa dela pode ser o sacrifício perfeito e
definitivo: 2 Co 5:21

Deus tornou pecado por nós aquele que não tinha pecado, para que nele nos tornássemos
justiça de Deus.

Graças a estes paralelos podemos entender a profundidade do ministério de Jesus Cristo.

10. CONCLUSÃO

A partir do estudo mais aprofundado de Levítico temos noção de muito que Deus espera da
nossa vida, e o que tem a oferecer a ela. Através deste estudo, acredito que possamos entender
um pouco mais que a Graça do Senhor é melhor que tudo, é “melhor que a vida”.
Tendo a busca por santidade, o crescer em graça, na fé, como objetivo maior descrito em
Levítico, mas nos moldes da Nova Aliança em Jesus Cristo, o crente certamente terá a verdadeira
alegria e vida abundante que só vem de Deus.

“… eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.” Jo 10.10

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