Sei sulla pagina 1di 44

UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA


DEPARTAMENTO DE QUÍMICA

APOSTILA DE QUÍMICA ORGÂNICA


EXPERIMENTAL

2017.1
1- NORMAS DE LABORATÓRIO

 Não se deve comer, beber, ou fumar dentro do laboratório.


 Cada aluno deve usar, obrigatoriamente, um jaleco. Não será permitida a
permanência no laboratório ou a execução de experimentos sem o mesmo.
 Sempre que possível, usar óculos de segurança, pois constituem proteção
indispensável para os olhos contra respingos e explosões.
 Ao manipular compostos tóxicos ou irritantes a pele, usar luvas de borracha.
 A manipulação de compostos tóxicos ou irritantes, ou quando houver desprendimento
de vapores ou gases, deve ser feita na capela.
 Leia com atenção cada experimento antes de iniciá-lo. Monte a aparelhagem, faça
uma última revisão no sistema e só então comece o experimento.
 Otimize o seu trabalho no laboratório, dividindo as tarefas entre os componentes de
sua equipe.
 Antecipe cada ação no laboratório, prevendo possíveis riscos para você e seus
vizinhos. Certifique-se ao acender uma chama de que não existem solventes
próximos e destampados, especialmente aqueles mais voláteis (éter etílico, éter de
petróleo, hexano, dissulfeto de carbono, benzeno, acetona, álcool etílico, acetato de
etila). Mesmo uma chapa ou manta de aquecimento quentes podem ocasionar
incêndios, quando em contato com solventes como éter, acetona ou dissulfeto de
carbono.
 Leia com atenção os rótulos dos frascos de reagentes e solventes que utilizar.
 Seja cuidadoso sempre que misturar dois ou mais compostos. Muitas misturas são
exotérmicas (ex. H2SO4 (conc.) + H2O), ou inflamáveis (ex. sódio metálico + H2O), ou
ainda podem liberar gases tóxicos. Misture os reagentes vagarosamente, com
agitação e, se necessário, resfriamento e sob a capela.
 Em qualquer refluxo ou destilação utilize "pedras de porcelana" a fim de evitar
superaquecimento. Ao agitar líquidos voláteis em funis de decantação, equilibre a
pressão do sistema, abrindo a torneira do funil ou destampando-o.
 Caso interrompa alguma experiência pela metade ou tenha que guardar algum
produto, rotule-o claramente. O rótulo deve conter: nome do produto, data e nome da
equipe.
 Utilize os recipientes apropriados para o descarte de resíduos, que estão dispostos
no laboratório. Só derrame compostos orgânicos líquidos na pia, depois de estar
seguro de que não são tóxicos e de não haver perigo de reações violentas ou
desprendimento de gases. De qualquer modo, faça-o com abundância de água
corrente.
 Cada equipe deve, no final de cada aula, lavar o material de vidro utilizado e limpar a
bancada. Enfim, manter o laboratório LIMPO.

2
2- INSTRUÇÕES PARA REALIZAÇÃO DAS EXPERIÊNCIAS

 Cada experiência do componente curricular QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL


terá duração de 2 (duas) horas aula.

 O aluno deverá chegar ao laboratório na hora preestabelecida.

 Deverá ser feito por parte do aluno, um estudo teórico completo a respeito do
experimento a ser realizado. O estudo deverá ser feito utilizando os livros citados na
referência bibliográfica deste componente e material de apoio da web se necessário.

 Durante a experiência, o aluno deverá fazer anotações, tais como: dos reagentes,
materiais utilizados, mudanças de colorações, formação de precipitados,
características do composto obtido, reações, etc.

 O aluno não terá direito à reposição de aula prática.

 Se o aluno faltar uma aula prática, o conteúdo da mesma permanecerá na prova


referente ao módulo.

 A nota de cada módulo será em função do número de práticas realizadas,


apresentações orais e todas as avaliações inerentes ao componente curricular.

 O aluno deverá entregar o relatório referente a cada experimento.

 O aluno não poderá mudar de turma sem a consulta e autorização prévia do


professor ou professores das turmas envolvidas.

 O professor do componente curricular fornecerá horários para tirar dúvidas a cerca


das experiências realizadas.

 O aluno será aprovado por média, se após as avaliações conseguir média sete.

 É obrigatório o uso da bata nas aulas práticas.

3- COMPOSTOS TÓXICOS

Um grande número de compostos orgânicos e inorgânicos são tóxicos, devendo


ser manipulados com cuidado, evitando a inalação ou contato direto. Muitos produtos
que eram manipulados pelos químicos, sem receio, hoje são considerados nocivos à
saúde e não há dúvidas de que a lista de produtos tóxicos deva aumentar.

3
A relação abaixo compreende alguns produtos tóxicos de uso comum em
laboratórios:

3.1- COMPOSTOS ALTAMENTE TÓXICOS:

São aqueles que podem provocar, rapidamente, sérios distúrbios ou morte.


Compostos de mercúrio Ácido oxálico e seus sais
Compostos arsênicos Cianetos inorgânicos
Monóxido de carbono Cloro
Flúor Pentóxido de vanádio
Selênio e seus compostos

3.2- LÍQUIDOS TÓXICOS E IRRITANTES AOS OLHOS E SISTEMA RESPIRATÓRIO:


Sulfato de dietila Ácido fluorobórico
Bromometano Alquil e arilnitrilas
Dissulfeto de carbono Benzeno
Sulfato de metila Brometo e cloreto de benzila
Bromo Cloreto de acetila
Acroleína Cloridrina etilênica

3.3- COMPOSTOS POTENCIALMENTE NOCIVOS POR EXPOSIÇÃO PROLONGADA:


a) Brometos e cloretos de alquila: bromoetano, bromofórmio, tetracloreto de
carbono, diclorometano, 1,2-dibromoetano, 1,2-dicloroetano, iodometano.
b) Aminas alifáticas e aromáticas: anilinas substituídas ou não, dimetilamina,
trietilamina, diisopropilamina.
c) Fenóis e compostos aromáticos nitrados: fenóis substituídos ou não, cresóis,
catecol, resorcinol, nitrobenzeno, nitrotolueno, nitrofenóis, naftóis.

3.4- SUBSTÂNCIAS CARCINOGÊNICAS:

Muitos compostos orgânicos causam tumores cancerosos no homem. Deve-se


ter todo o cuidado no manuseio de compostos suspeitos de causarem câncer, evitando-se
a todo custo à inalação de vapores e a contaminação da pele. Devem ser manipulados
exclusivamente em capelas e com uso de luvas protetoras. Entre os grupos de compostos
comuns em laboratório se incluem:

4
a) Aminas aromáticas e seus derivados: anilinas N-substituídas ou não, naftilaminas,
benzidinas, 2-naftilamina e azoderivados.
b) Compostos N-nitroso: nitrosoaminas (R'-N(NO)-R) e nitrosamidas.
c) Agentes alquilantes: diazometano, sulfato de dimetila, iodeto de metila, propiolactona,
óxido de etileno.
d) Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos: benzopireno, dibenzoantraceno, etc.
e) Compostos que contém enxofre: tioacetamida, tiouréia.
f) Benzeno: um composto carcinogênico, cuja concentração mínima tolerável é inferior
aquela normalmente percebida pelo olfato humano. Se você sente cheiro de benzeno‚
é porque a sua concentração no ambiente é superior ao mínimo tolerável. Evite usá-lo
como solvente e sempre que possível substitua-o por outro solvente semelhante e
menos tóxico (por exemplo, tolueno).
g) Amianto: a inalação por via respiratória de amianto pode conduzir a uma doença de
pulmão, a asbestose, uma moléstia dos pulmões que aleija e eventualmente mata. Em
estágios mais adiantados geralmente se transforma em câncer dos pulmões.

4- INSTRUÇÕES PARA ELIMINAÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS PERIGOSOS

 Hidretos alcalinos, dispersão de sódio


Suspender em dioxano, lentamente adicionar o isopropano, agitar até completa reação
do hidreto ou do metal: adicionar cautelosamente água até formação de solução
límpida, neutralizar e verter em recipiente adequado.
Hidreto de lítio e alumínio
Suspender em éter ou THF ou dioxano, gotejar acetato de etila até total transformação
do hidreto, resfriar em banho de gelo e água, adicionar ácido 2N até formação de
solução límpida, neutralizar e verter em recipiente adequado.

 Boroidreto alcalino
Dissolver em metanol, diluir em muita água, adicionar etanol, agitar ou deixar em
repouso até completa dissolução e formação de solução límpida, neutralizar e verter
em recipiente adequado.
 Organolíticos e compostos de Grignard
Dissolver ou suspender em solvente inerte (p. ex.: éter, dioxano, tolueno), adicionar
álcool, depois água, no final ácido 2N, até formação de solução límpida, verter em
recipiente adequado.
 Sódio
Introduzir pequenos pedaços do sódio em metanol e deixar em repouso até completa
dissolução do metal, adicionar água com cuidado até solução límpida, neutralizar,
verter em recipiente adequado.
 Potássio

5
Introduzir em n-butanol ou t-butanol anidro, diluir com etanol, no final com água,
neutralizar, verter em recipiente adequado.
 Mercúrio
Mercúrio metálico: recuperá-lo para novo emprego. Sais de mercúrio ou suas
soluções: Precipitar o mercúrio sob forma de sulfeto, filtrar e guardá-lo.
 Metais pesados e seus sais
Precipitar soba a forma de compostos insolúveis (carbonatos, hidróxidos, sulfetos,
etc.), filtrar e armazenar.
 Cloro, bromo, dióxido de enxofre
Absorver em NaOH 2N, verter em recipiente adequado.
 Cloretos de ácido, anidridos de ácido, PCl3, PCl5, cloreto de tionila, cloreto de
sulfurila.
Sob agitação, com cuidado e em porções, adicionar à muita água ou NaOH 2N,
neutralizar, verter em recipiente adequado.
 Ácido clorosulfônico, ácido sulfúrico concentrado, óleum, ácido nítrico
concentrado
Gotejar, sob agitação, com cuidado, em pequenas porções, sobre gelo ou gelo mais
água, neutralizar, verter em recipiente adequado.
 Dimetilsulfato, iodeto de metila
Cautelosamente, adicionar a uma solução concentrada de NH3, neutralizar, verter em
recipiente adequado.
 Presença de peróxidos, peróxidos em solventes, (éter, THF, dioxano)
Reduzir em solução aquosa ácida (Fe(II) - sais, bissulfito), neutralizar, verter em
recipiente adequado.

 Sulfeto de hidrogênio, mercaptanas, tiofenóis, ácido cianídrico, bromo e


clorocianos
Oxidar com hipoclorito (NaOCl).

5- AQUECIMENTO NO LABORATÓRIO

 Ao aquecer substâncias voláteis e inflamáveis no laboratório, deve-se sempre levar


em conta o perigo de incêndio.
 Para temperaturas inferiores a 100°C use preferencialmente banho-maria ou banho a
vapor.
 Para temperaturas superiores a 100°C use banhos de óleo. Parafina aquecida
funciona bem para temperaturas de até 220°C; glicerina pode ser aquecida até 150°C
sem desprendimento apreciável de vapores desagradáveis. Banhos de silicone são
os melhores, mas são também os mais caros.
 Uma alternativa quase tão segura quanto os banhos são as mantas de aquecimento.
O aquecimento é rápido, mas o controle da temperatura não é tão eficiente como no

6
uso de banhos de aquecimento. Mantas de aquecimento não são recomendadas para
a destilação de produtos muito voláteis e inflamáveis, como éter de petróleo e éter
etílico.
 Para temperaturas altas (>200°C) pode-se empregar um banho de areia. Neste caso
o aquecimento e o resfriamento do banho deve ser lento.
 Chapas de aquecimento podem ser empregadas para solventes menos voláteis e
inflamáveis. Nunca aqueça solventes voláteis em chapas de aquecimento (éter, CS2,
etc.). Ao aquecer solventes como etanol ou metanol em chapas, use um sistema
munido de condensador.
 Aquecimento direto com chamas sobre a tela de amianto só é recomendado para
líquidos não inflamáveis (por exemplo, água).

5- ACIDENTES MAIS COMUNS EM LABORATÓRIOS E PRIMEIROS SOCORROS

5.1- QUEIMADURAS

 Superficiais: quando atingem algumas camadas da pele.


 Profundas: quando há destruição total da pele.

A) QUEIMADURAS TÉRMICAS - causadas por calor seco (chama e objetos aquecidos)


 Tratamento para queimaduras leves - pomada picrato de butesina, paraqueimol,
furacim solução, etc.

 Tratamento para queimaduras graves - elas devem ser cobertas com gaze
esterilizada umedecida com solução aquosa de bicarbonato de sódio a 1%, ou
soro fisiológico, encaminhar logo à assistência médica.

B) QUEIMADURAS QUÍMICAS - causadas por ácidos, álcalis, fenol, etc.

 Por ácidos: lavar imediatamente o local com água em abundância. Em seguida,


lavar com solução de bicarbonato de sódio a 1% e, novamente com água.
 Por álcalis: lavar a região atingida imediatamente com água. Tratar com solução
de ácido acético a 1% e, novamente com água .
 Por fenol: lavar com álcool absoluto e, depois com sabão e água.

ATENÇÀO: Não retire corpos estranhos ou graxas das lesões. Não fure as bolhas
existentes. Não toque com as mãos a área atingida. Procure um médico com brevidade.

C) QUEIMADURAS NOS OLHOS


 Lavar os olhos com água em abundância ou, se possível, com soro fisiológico,
durante vários minutos, e em seguida aplicar gazes esterilizada embebida com
soro fisiológico, mantendo a compressa, até consulta a um médico.

7
6- REGRAS GERAIS DE SEGURANÇA EM LABORATÓRIO

1) Adicionar sempre o ácido à água; nunca faça o inverso.


2) Ao utilizar bico de bunsen, abra lentamente a válvula de regulagem de altura da
chama até que o bico de gás ascenda.
3) Nunca transporte soluções em recipientes de boca larga, se tiver de fazê-lo por certa
distância, triplique sua atenção.
4) Não leve à boca qualquer reagente químico, nem mesmo o mais diluído.
5) Não pipete aspirando com a boca, use pêra de segurança ou pipetador de roldana.
6) Nunca use o mesmo equipamento volumétrico para medir simultaneamente soluções
diferentes.
7) Não aqueça bruscamente qualquer substância.
8) Nunca dirija a abertura de tubo de ensaios ou outros recipientes para si ou para
outrem durante o aquecimento.
9) Não aqueça fora de capelas, substâncias que gerem vapores ou fumos tóxicos.
10) Leia cuidadosamente o rótulo dos frascos de reagentes ao utilizá-lo.
11) Utilize sempre jaleco de mangas compridas, longos até os joelhos, em algodão.
12) Nunca utilize short ou bermuda, avental de nylon ou 100% poliéster.
13) Lave as mãos antes e ao sair do laboratório.
14) Nunca fume nem coma em Laboratório.
15) Volumes de soluções padronizadas, tiradas de recipientes de origem e não utilizadas,
devem ser descartadas e não retomadas ao recipiente de origem.

8
EXPERIÊNCIA 01

DETERMINAÇÃO DE CONSTANTES FÍSICAS DE COMPOSTOS ORGÂNCOS

1- INTRODUÇÃO
A grande maioria dos compostos orgânicos utilizados regularmente em
laboratórios de química é sólida ou líquida. O grau de pureza química destes compostos
pode ser avaliado pela determinação das constantes físicas, pois as substâncias puras
possuem propriedades físicas específicas e bem definidas.
As constantes físicas mais utilizadas na caracterização dos compostos orgânicos
são temperatura de fusão e de ebulição. Outras constantes físicas como densidade,
índice de refração e rotação específica também são utilizadas como critério de pureza
para os compostos orgânicos.
Ponto de Fusão

Por definição, ponto de fusão de uma substância é a temperatura em que as fases


sólida e líquida estão em equilíbrio entre si, à pressão atmosférica. A medida da
temperatura de fusão pode ser feita em aparelhagem apropriada (aparelhos para
determinação de temperatura de fusão) ou através de montagens e adaptações
realizadas em laboratório. Uma montagem simples utiliza o tubo de Thiele contendo
glicerina ou óleo mineral como banho de aquecimento (Figura 1), que proporciona um
aquecimento uniforme em todo o sistema.

Figura 1 – Montagem para a determinação da temperatura de fusão (Tubo de Thiele).

Como a figura 1 mostra, para achar o ponto de fusão coloca-se uma pequena
amostra num capilar de vidro e introduz-se este num banho apropriado para aquecer ao
lado do bulbo de um termômetro. O aquecimento deve ser feito de tal maneira a permitir
que a temperatura suba lentamente e estabeleça o equilíbrio entre a temperatura indicada
pelo termômetro e a do sólido em exame. Caso contrário, obtém-se pontos de fusão mais
altos do que o indicado na literatura. Geralmente anota-se duas temperaturas: aquela em
que a substância começa a fundir e a observada quando a amostra está inteiramente
líquida. O verdadeiro ponto de fusão estará no intervalo compreendido entre estas
temperaturas. Uma substância orgânica e cristalina é considerada pura se a temperatura
de fusão compreender uma variação de 2 a 30 C. Assim, a determinação do ponto de

9
fusão de um composto pode ser útil para identificação do composto, por comparação com
os valores encontrados nas tabelas (se a amostra for quase pura) ou por uma indicação
aproximada da pureza relativa do composto.
Para determinar corretamente a temperatura de fusão de um sólido, devem ser
observadas todas as suas mudanças, conforme apresentado na figura 2.

Figura 2 – Transformações ocorridas no intervalo de fusão.

Ponto de Ebulição

Verifica-se à pureza de um líquido determinando-se o ponto de ebulição. Ponto de


ebulição é a temperatura em que a pressão de vapor é igual à pressão externa, ou ainda
é a temperatura em que o vapor e o líquido estão em equilíbrio a uma dada pressão. A
tensão de vapor de um líquido aumenta com a elevação da temperatura. A recíproca é
verdadeira e toda vez que se produz um abaixamento da pressão a que está sujeito um
líquido, há uma diminuição da temperatura de ebulição. Quando ocorre um equilíbrio entre
a tensão de vapor de um líquido e a pressão nele exercida, o mesmo ferve, ou entra em
ebulição (devido ao desprendimento de bolhas) a uma dada temperatura.
Chama-se ponto de ebulição normal a temperatura em que um líquido entra em
ebulição à pressão de 760 mmHg. Assim enquanto a pressão externa permanecer
constante, o ponto de ebulição de uma substância pura também será constante. Como
consequência destes fatos, o ponto de ebulição das substâncias varia de um ponto
geográfico para outro.
De uma forma geral, considera-se puro aquele líquido cujo intervalo de
temperatura de ebulição não exceda a 3,0 0C. A temperatura de ebulição também está
sujeita a variações decorrentes da presença de impurezas. A temperatura de ebulição
pode ser determinada utilizando-se uma montagem semelhante a da figura 1. A diferença
é que o sistema a ser introduzido no tubo de Thiele é um pequeno tubo de ensaio
contendo a amostra líquida, juntamente com um tubo capilar imerso na amostra através
de sua parte aberta.
Durante o aquecimento, ocorre aumento da pressão de vapor do líquido, o que
leva à formação lenta e gradual de bolhas de ar no líquido, até que se forme um “colar” de
bolhas de ar (fluxo contínuo de ar no líquido). Nesse instante, a temperatura do banho de
aquecimento poderá exceder a temperatura de ebulição do líquido. Para se obter a
temperatura de ebulição do líquido, deve-se, então, interromper o aquecimento do
sistema para que a pressão de vapor do líquido se iguale à pressão atmosférica (condição
para a ebulição). A equivalência das pressões é alcançada quando o líquido se move para

10
dentro do tubo capilar. A temperatura registrada nestas condições corresponde à
temperatura de ebulição do líquido.

2 - MATERIAL E REAGENTES
Bico de Bunsen Agitador p/ banho
Tela de amianto Espátula
Termômetro Tripé
Tubo de vidro Base de ferro
Béquer de 100 mL Tubos capilares
Rolha de cortiça Vidro de relógio

3 - PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
3.1 – Determinação da temperatura de fusão
a) Caso necessário, colocar a amostra que se quer determinar o ponto de fusão em um
vidro de relógio pulverizar com a espátula.
b) Manter o tubo capilar o mais horizontal possível, empurrar sua extremidade aberta de
encontro à amostra utilizando-se da espátula, para ajudar a acomodar a amostra no tubo.
c) Tomar um tubo de vidro grande, colocando-o em posição vertical encostando-o no chão
do laboratório. Soltar o capilar do extremo superior do tubo de vidro até o chão, com a
ponta fechada voltada para baixo. Repetir esta operação até que se forme uma camada
compacta da amostra no fundo do tubo capilar (aproximadamente 6 mm).
d) Ajuste o capilar ao termômetro, utilizando um anel de borracha, de modo que sua base
fique à mesma altura do bulbo do termômetro (ver figura 1).
e) Mergulhe o conjunto no tubo de Thiele com glicerina e aqueça lentamente o sistema
com o bico de Bunsen. Observe atentamente as mudanças ocorridas com o sólido
durante todo o aquecimento. Anote as temperaturas em que a fusão se inicia e se
completa, de acordo com a figura 2.
f) Resfriar um pouco o banho antes de nova determinação.

3.2 – Determinação da temperatura de ebulição.


a) Coloque 0,5 mL da amostra líquida em um pequeno tubo de ensaio (6 x 80 mm) e
mergulhe um tubo capilar (capilar apropriado para ebulição) com a extremidade aberta
tocando o fundo do tubo.
b) Com o auxílio de um anel de borracha, ajuste o tubo com a amostra e o capilar junto ao
bulbo do termômetro e mergulhe o conjunto no tubo de Thiele, que deverá conter
glicerina.
c) Aqueça lentamente o sistema com o bico de Bunsen. Observe o aparecimento de
bolhas que escapam da parte inferior do tubo capilar e percorrem o líquido.
d) Quando se formar um “colar” contínuo de bolhas, interrompa o aquecimento e continue
observando atentamente o comportamento do líquido. Quando as bolhas de ar cessarem
por completo, o líquido irá se mover para dentro do tubo capilar. Neste momento, anote a
temperatura registrada no termômetro, a qual será a temperatura de ebulição.

11
Questionário
1- O que se entende por ponto de fusão?
2- Com que finalidade é usado ponto de fusão?
3- Em cada um dos pares abaixo, indique o produto com ponto de fusão ou ebuliação
mais alto, justificando cada escolha:
a) Um ácido carboxílico e o seu respectivo sal;
b) Ácido salicílico e ácido acetilsalicílico;
c) Éter etílico e álcool etílico;

EXPERIÊNCIA 02

SOLUBILIDADE DE COMPOSTOS ORGÂNICOS

1- INTRODUÇÃO

A solubilidade dos compostos orgânicos pode ser dividida em duas categorias


principais: a solubilidade na qual uma reação química é a força motriz e a solubilidade na
qual somente está envolvida a simples miscibilidade. As duas estão inter-relacionadas,
sendo que a primeira é, geralmente, usada para identificar os grupos funcionais e a
segunda para determinar os solventes apropriados para recristalização, nas análises
espectrais e nas reações químicas.
Três informações podem ser obtidas com relação a uma substância desconhecida,
através da investigação de seu comportamento quanto a solubilidade em: água, solução
de hidróxido de sódio 5%, solução de bicarbonato de sódio 5%, solução de ácido
clorídrico 5% e ácido sulfúrico concentrado a frio. De acordo com o Esquema 1, os
testes de solubilidade são iniciados pelo ensaio com água. Diz-se que uma substância é
“solúvel“ em um dado solvente, quando esta se dissolve na razão de 3 g por 100 mL de
solvente. Entretanto, quando se considera a solubilidade em ácido ou base diluídos, a
observação importante a ser feita não é saber se ela atinge os 3% ou outro ponto
arbitrário, e sim se a substância desconhecida é muito mais solúvel na solução ácida ou
básica aquosa do que em água. Este aumento na solubilidade constitui o ensaio positivo
para a existência de um grupo funcional ácido ou básico.
Os compostos ácidos são classificados por intermédio da solubilidade em
hidróxido de sódio 5%. Os ácidos fortes e fracos (respectivamente, classes A1 e A2 da
Tabela 1) são distintos por serem os primeiros solúveis em bicarbonato de sódio a 5%,
enquanto que os últimos não o são. Os compostos que atuam como base em soluções
aquosas são detectados pela solubilidade em ácido clorídrico a 5% (classe B).
Muitos compostos que são neutros frente ao ácido clorídrico a 5%, comportam-se
como bases em solventes mais ácidos, como ácido sulfuríco ou ácido fosfórico
concentrados. Em geral, compostos contendo enxofre ou nitrogênio deveriam ser solúveis
neste meio.

12
Há uma tendência de solventes polares dissolverem substâncias polares e de
solventes apolares dissolverem substâncias apolares. Isso ocorre devido às forças
intermoleculares estabelecidas entre soluto e solvente.

Tabela 1- Compostos orgânicos relacionados às classes de solubilidade.


Sais de ácidos orgânicos, hidrocloretos de aminas, aminoácidos,
S2 compostos polifuncionais (carboidratos, poliálcoois, ácidos, etc.).
Ácidos monocarboxílicos, com cinco átomos de
SA carbono ou menos, ácidos arenossulfônicos.
Aminas monofuncionais com seis
SB átomos de carbono ou menos.
Álcoois, aldeídos, cetonas, ésteres, nitrilas e amidas
S1 monofuncionais com cinco átomos de carbono ou menos.
Ácidos orgânicos fortes: ácidos carboxílicos com menos de seis átomos de carbono, fenóis
A1 com grupos eletrofílicos em posições orto e para, b-dicetonas.

Ácidos orgânicos fracos: fenóis, enóis, oximas, imidas, sulfonamidas,


A2 tiofenóis com mais de cinco átomos de carbono, b-dicetonas,
compostos nitro com hidrogênio em a, sulfonamidas.
Aminas aromáticas com oito ou mais
B carbonos, anilinas e alguns oxiéteres.
Diversos compostos neutros de nitrogênio ou enxofre
MN contendo mais de cinco átomos de carbono.
Álcoois, aldeídos, metil cetonas, cetonas cíclicas e ésteres contendo
N1 somente um grupo funcional e número de átomos de carbono entre cinco e nove; éteres
com menos de oito átomos de carbono; epóxidos.
Alcenos, alcinos, éteres, alguns compostos aromáticos
N2 (com grupos ativantes) e cetonas (além das citadas em N1).
Hidrocarbonetos saturados, alcanos halogenados, haletos de arila,
I éteres diarílicos, compostos aromáticos desativados.
Obs.: Os haletos e anidridos de ácido não foram incluídos devido a alta reatividade.
Uma vez que apenas a solubilidade em água não fornece informação suficiente sobre a presença de
grupos funcionais ácidos ou básicos, esta deve ser obtida pelo ensaio das soluções aquosas com papel
de tornassol ou outro indicador de pH.

13
Esquema 1- Classificação dos compostos orgânicos pela solubilidade

2- PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Coloque 1,0 mL do solvente em um tubo de ensaio. A seguir adicione gotas do
líquido ou sólido desconhecido, diretamente no solvente. A seguir, agite cuidadosamente
o tubo de ensaio e anote o resultado. Às vezes um leve aquecimento ajuda na dissolução.
Usando o procedimento acima, os testes de solubilidade dos compostos
desconhecidos devem ser determinados nos seguintes solventes: água, éter, NaOH 5%,
NaHCO3 5%, HCl 5%, H2SO4 95 % e H3PO4 85%. O roteiro apresentado no Esquema 1
deve servir como orientação. Usando ácido sulfúrico concentrado pode haver uma
mudança de coloração, indicando um teste positivo de solubilidade.
Sólidos desconhecidos que não dissolvem nos solventes citados acima podem ser
substâncias inorgânicas.
Se o composto dissolver em água, o pH deverá ser medido com papel indicador.
Compostos solúveis em água são, em geral, solúveis em todos os solventes aquosos. Se
um composto é pouco solúvel em água, ele poderá ser mais solúvel em outro solvente
aquoso. Como já citado, um ácido carboxílico poderá ser pouco solúvel em água, mas
muito solúvel em meio básico diluído. Assim, torna-se necessário determinar a
solubilidade dos compostos desconhecidos em todos os solventes.

14
Amostra Solubilidade
Água NaOH 5% HCl 5% NaHCO3 5% Éter
A
B
C
D
E
3- IDENTIFICAÇÃO DE UM COMPOSTO DESCONHECIDO PELO TESTE DE
SOLUBILIDADE
Tabela 2- Possíveis compostos desconhecidos
Número Composto Número Composto
1 Acetanilida 11 Naftaleno
2 Acetato de isoamila 12 Cilcoexanona
3 Acetona 13 Hexano
4 Ácido acético 14 Cloreto de t-butila
5 Ácido acetilsalicpilico 15 Álcool etílico
6 Ácido adípico 16 Álcool isopropílico
7 Ácido benzoico 17 Álcool butílico
8 Ácido p-aminobenzóico 18 Álcool amílico
9 Anilina 19 Álcool t-butílico
10 Dimetilamina 20 Benzaldeído

Baseando-se nos dados experimentais, nas Tabelas 1 e 2, complete a tabela


abaixo:
Amostra Classe de Nome do Polaridade p.f./p.e.(ºC)
solubilidade Composto
A
B
C
D
E

QUESTIONÁRIO
1- Indique as classes de solubilidade a que os compostos abaixo pertencem, baseando-se
apenas em suas características estruturais e no Esquema 1.
a) fenol, cicloexanona, propionato de sódio.
b) 3-metileptanal, ácido oxálico, 2-bromooctano.
2- Um composto desconhecido é solúvel em água e em cloreto de metileno. O teste com
papel de tornassol indicou coloração azul. Qual(is) do(s) composto(s) abaixo poderia ser o
desconhecido? Quais seriam solúveis em H2SO4 95%?
a) dietilamina b) 3-etilfenol c) 2,4-dimetiloctano d) 4-etilanilina
3- Se um composto desconhecido fosse insolúvel em água e HCI 5%, quais testes ainda
seriam necessários para identificá-lo? Existe alguma substância da questão 2 que
apresentaria estas características de solubilidade?

15
EXPERIÊNCIA 03
CROMATOGRAFIA

1- INTRODUÇÃO
Cromatografia é uma técnica utilizada para analisar, identificar ou separar os
componentes de uma mistura. A cromatografia é definida como a separação de dois ou
mais compostos diferentes por distribuição entre fases, uma das quais é estacionária e a
outra é móvel.
A mistura é adsorvida em uma fase fixa, e uma fase móvel "lava" continuamente a
mistura adsorvida. Pela escolha apropriada da fase fixa e da fase móvel, além de outras
variáveis, pode-se fazer com que os componentes da mistura sejam arrastados
ordenadamente. Aqueles que interagem pouco com a fase fixa são arrastados facilmente
e aqueles com maior interação ficam mais retidos.
Os componentes da mistura adsorvem-se com as partículas de sólido devido a
interação de diversas forças intermoleculares. O composto terá uma maior ou menor
adsorção, dependendo das forças de interação, que variam na seguinte ordem: formação
de sais > coordenação > pontes de hidrogênio > dipolo-dipolo > Van der Waals.
Dependendo da natureza das duas fases envolvidas tem-se diversos tipos de
cromatografia:
- sólido-líquido (coluna, camada em camada delgada, papel);
- líquido-líquido;
- gás-líquido.

Adsorventes: Sílica (SiO2) que é um dos adsorventes mais utilizados e Alumina (AlO3)
que é o segundo mais utilizado.

Fase móvel: Solventes ou misturas de solventes.


Solventes em ordem de polaridade: água > metanol >ácido acético > acetona >
etanol > acetato de etila > éter etílico > clorofórmio > tolueno > benzeno > tetracloreto de
carbono > pentano > éter de petróleo > ciclo hexano.

1.1- CROMATOGRAFIA EM COLUNA


A cromatografia em coluna é uma técnica de partição entre duas fases, sólida e
líquida, baseada na capacidade de adsorção e solubilidade. O sólido deve ser um material
insolúvel na fase líquida associada, sendo que os mais utilizados são a sílica gel (SiO 2) e
alumina (Al2O3), geralmente na forma de pó. A mistura a ser separada é colocada na

16
coluna com um eluente menos polar e vai-se aumentando gradativamente a polaridade do
eluente e, consequentemente, o seu poder de arraste de substâncias mais polares. Uma
seqüência de eluentes normalmente utilizada é a seguinte: éter de petróleo, hexano, éter
etílico, tetracloreto de carbono, acetato de etila, etanol, metanol, água e ácido acético.
O fluxo de solvente deve ser contínuo. Os diferentes componentes da mistura
mover-se-ão com velocidades distintas dependendo de sua afinidade relativa pelo
adsorvente ou pelo eluente. Assim, a capacidade de um determinado eluente em arrastar
um composto adsorvido na coluna depende quase diretamente da polaridade do solvente
com relação ao composto.
À medida que os compostos da mistura são separados, bandas ou zonas móveis
começam a ser formadas e cada banda contém somente um composto (Figura 1). Em
geral, os compostos apolares passam através da coluna com uma velocidade maior do
que os compostos polares, porque os primeiros têm menor afinidade com a fase
estacionária. Se o adsorvente escolhido interagir fortemente com todos os compostos da
mistura, ela não se moverá. Por outro lado, se for escolhido um solvente muito polar,
todos os solutos podem ser eluídos sem serem separados.

Figura 1: Cromatografia em coluna

1.2- CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA


A cromatografia em camada delgada (CCD) é uma técnica simples, barata e muito
importante para a separação rápida. Ela é usada para determinar a pureza do composto,
identificar componentes em uma mistura comparando-os com padrões; acompanhar o
curso de uma reação pelo aparecimento dos produtos e desaparecimento dos reagentes
e ainda para isolar componentes puros de uma mistura.
Na CCD a fase líquida ascende por uma camada fina do adsorvente estendida
sobre um suporte. O suporte mais típico é uma placa de vidro (outros materiais podem ser
usados).

17
A amostra é colocada na parte inferior da placa, através de aplicações sucessivas
de uma solução da amostra com um pequeno capilar. Deve-se formar uma pequena
mancha circular. À medida que o solvente sobe pela placa, a amostra é compartilhada
entre a fase líquida móvel e a fase sólida estacionária. Durante este processo, os diversos
componentes da mistura são separados. Como na cromatografia de coluna, as
substâncias menos polares avançam mais rapidamente que as substâncias mais polares.
Esta diferença na velocidade resultará em uma separação dos componentes da amostra.
Quando estiverem presentes várias substâncias, cada uma se comportará segundo suas
propriedades de solubilidade e adsorção, dependendo dos grupos funcionais presentes
na sua estrutura (Figura 2).

Figura 2: Cromatografia em camada delgada (CCD).

Depois que o solvente ascendeu pela placa, esta é retirada da cuba e seca até
que esteja livre do solvente. Cada mancha corresponde a um componente separado na
mistura original. Se os componentes são substâncias coloridas, as diversas manchas
serão claramente visíveis. Contudo, é bastante comum que as manchas sejam invisíveis
porque correspondem a compostos incolores. Para a visualização deve-se "revelar a
placa". Um método bastante comum é o uso de vapores de iodo, que reage com muitos
compostos orgânicos formando complexos de cor café ou amarela.
Um parâmetro frequentemente usado em cromatografia é o "fator de retenção" de
um composto (Rf). Na CCD, o Rf é função do tipo de suporte (fase fixa) empregado e do
eluente. Ele é definido como a razão entre a distância percorrida pela mancha do
componente e a distância percorrida pelo eluente.
Portanto: Rf = dc / ds
dc = distância (cm, mm) percorrida pela componentes da mistura
ds = distância (cm, mm) percorrida pela frente da fase móvel (eluente)

18
2- CROMATOGRAFIA EM COLUNA

2.1- MATERIAIS E REAGENTES


- Etanol - Béquer
- Água destilada - Erlenmeyer
- Mistura de alaranjado de metila e azul de metileno - Proveta
- Solução de ácido acético 10% - Pipeta de Pasteur
- Coluna cromatgráfica - Sílica

2.2- PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL


2.1.2- Empacotamento da coluna
Prepare uma coluna para cromatografia utilizando sílica gel como fase fixa, da
seguinte maneira: agite com um bastão em um béquer, aproximadamente 5 g de sílica em
etanol, até obter uma pasta fluida, homogênea e sem bolhas de ar incluídas.
Transferir esta suspensão para a bureta contendo, um pedaço de algodão na parte
inferior, depois abra a torneira para permitir o empacotamento da sílica. Caso haja bolhas
de ar oclusas na coluna, golpeie-a suavemente, de modo a expulsá-las. Terminada a
preparação, o nível do solvente deve estar 1 cm acima do topo da coluna de sílica.
2.1.3- Separação dos componentes de uma mistura
Distribua homogeneamente sobre o topo da coluna, com auxílio de uma pipeta ou
conta-gotas, 1 a 3 mL de uma solução etanólica de alaranjado de metila e azul de
metileno. Após a adsorção pela coluna, proceda a eluição com etanol, vertendo
cuidadosamente o solvente pelas paredes internas da coluna, tomando cuidado para não
causar distúrbios ou agitação na coluna. Ao mesmo tempo, abra a torneira para escoar o
solvente.
Elua todo o alaranjado de metila com etanol. Elua, primeiro com água, o azul de
metileno retido na coluna e em seguida com uma solução aquosa de ácido acético.
Observação: Se repitir o mesmo procedimento acima utilizando alumina como
fase fixa da coluna e observe que a ordem de eluição se inverte.

3- CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA:


3.1- MATERIAIS E REAGENTES
- Acetona - Béquer de 50 e 100 mL
- Diclorometano - Pipeta de Pasteur
- Amostra do analgésico - Proveta de 10 Ml
- Ácido acetilsalicílico - Papel de filtro
- Placas de sílica gel - Capilares

19
3.2 – PROCEDIMENTO
a) Aplicação da amostra na placa
Utilizando um capilar, aplicar duas ou três porções da solução da amostra sobre
uma placa de sílica (3,0 x 7,0 cm) a 1,0 cm da extremidade inferior. Evitar a difusão da
mancha de forma que seu diâmetro não deva ultrapassar a 2 mm durante a aplicação da
amostra. Deixar o solvente evaporar.
b) Desenvolvimento do cromatograma - análise dos componentes de um analgésico:
Pegue 2 tubos de ensaio. No primeiro, coloque o comprimido da amostra e no
segundo, coloque ácido acetilsalicílico. Nos 2 tubos, coloque 2,5 mL de metanol, macere
o sólido e agite cada tubo por 3-5 minutos. Em seguida, filtre e despreze o sólido. Com a
ajuda de um tubo capilar, aplique a uma distância de 1 cm as amostras em duas placas
cromatográficas distintas. Dependendo da concentração das amostras, duas ou três
aplicações serão suficientes.
Prepare a seguir dois sistemas de eluentes: i) dicloromentano; ii) acetona:
dicloromentano 1:1.
Prepare duas cubas cromatográficas, uma para cada sistema de eluentes.
Coloque cada placa cromatográfica dentro de uma cuba. Após a eluição, retire as placas
da cuba. Deixe-as secar. Após a secagem, coloque-as em uma atmosfera de iodo para
revelar as manchas. Em 1-3 minutos, aparecerão manchas amareladas sobre as placas.
Remova então as placas de dentro da cuba de iodo, contornando cada mancha com o
tubo capilar. Calcule o Rf.

QUESTIONÁRIO:
1- Fale sobre o princípio básico que envolve a técnica de cromatografia
2- Cite os principais tipos de forças que fazem com que os componentes de uma
mistura sejam adsorvidos pelas partículas do sólido:
3- Cite as características do solvente para lavar ou arrastar os compostos adsorvidos na
coluna cromatográfica:
4- Por quê se deve colocar papel filtro na parede da cuba cromatográfica?
5- Se os componentes da mistura, após a corrida cromatográfica, apresentam manchas
incolores, qual o processo empregado para visualizar estas manchas na placa
cromatográfica?
6- O que é e como é calculado o Rf ?
7- Quais os usos mais importantes da cromatografia de camada delgada?
8- A alumina, ou óxido de alumínio, tem ação básica e interage fortemente com
espécies ácidas; por sua vez, a sílica gel interage com espécies básicas devido a
natureza ácida do óxido de silício. Baseado nessas informações, explique o

20
comportamento distinto dos dois corantes empregados quando se usa alumina ou
sílica como fase fixa. A estrutura dos dois produtos está apresentada abaixo:

N SO3H

CH3 CH3
N S N
+
CH3 CI CH3
N N

Azul de Metileno
Alaranjado
CH3 N de metila
CH3

21
EXPERIÊNCIA 04

CARACTERIZAÇÃO DE GRUPOS FUNCIONAIS


1- INTRODUÇÃO
Um grupo funcional é um átomo ou um grupo de átomos em uma molécula que
serve como um local de reatividade química. Os compostos do elemento carbono foram
reunidos em grupos com características estruturais e propriedades semelhantes, o
carbono se combina com outros átomos, tais como H, N, O, S e halogênios para formar
grupos funcionais.
Os grupos funcionais são de fundamental importância, pois determinam as
características químicas e biológicas das biomoléculas e sua disposição tridimensional.
Eles permitem uma ilimitada variedade de compostos orgânicos e isso é um fator
determinante na seleção de compostos orgânicos para a formação molecular das células
na origem e evolução dos organismos vivos, determinam a reatividade e os tipos de
reações químicas que as moléculas podem sofrer.
Cada grupo funcional apresenta certas reações características, deste modo as
mesmas são utilizadas como reações de identificação. Estas reações são testes
qualitativos que permitem caracterizar uma determinada funcionalidade observando-se
uma transformação química através de mudanças físicas provocadas por uma reação.
Algumas dessas mudanças não são fáceis de serem observadas, mas úteis num
determinado instante particular. Com restrições adicionais, os testes de análise funcional
devem ser realizados à pressão atmosférica e num intervalo de tempo relativamente
pequeno.
Assim, nesta prática tem como objetivo identificar o grupo funcional, ou os grupos
funcionais, que provavelmente estão presentes na amostra desconhecida e realizar
ensaios por meio de reagentes apropriados à classificação.

2- MATERIAL E REAGENTES:
- Conta gotas - Reagente de LUCAS - Álcool t-butílico
- Pipeta de 5 mL - Iodeto de potássio-iodo - solução de bromo
- Tubo de ensaio - Nitrato de prata 5% - Acetona
- Hidróxido de amônio 10% - Metanol - Álcool etílico
- Permanganato de potássio 1% - Reagente de Jones - Ácido sulfúrico
- Cloreto férrico a 2,5% - 2,4-dinitrofenilidrazina - Cloreto de metileno

3- PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
3.1- Identificação de Alcenos e Alcinos
a) Teste de Bayer (KMnO4/H20)
 Substâncias a serem testadas: Cicloexeno e tolueno
Dissolva 25 mg de um sólido ou 2 gotas de um líquido, a determinar, em 2 mL de
etanol (pode-se usar também 1,2-dimetóxi-etano). Adicione uma solução de
permanganato de potássio a 1% em água (peso/volume), gota a gota, com agitação. O

22
teste é positivo se a cor púrpura do reagente desaparecer e se um precipitado castanho
de dióxido de manganês se formar, usualmente em menos de um minuto.
Como as soluções de permanganatos se decompõem para formar dióxido de
manganês, pequenas quantidades de precipitado devem ser interpretadas com cuidado.

b) Teste de solução de bromo em CCl4


 Substâncias a serem testadas: Cicloexeno
Em um tudo de ensaio dissolva 50 mg de um sólido ou 4 gotas de um líquido, a
determinar, em 1 mL de cloreto de metileno. Adicione uma solução de bromo a 2% (por
volume) em cloreto de metileno, gota a gota, com agitação.
Se após a adição de uma a duas gotas da solução de bromo a cor vermelha
permanecer, o teste é negativo. Se a cor vermelha desaparecer, continue a adicionar a
solução de bromo até que a cor vermelha do bromo permaneça. O teste é positivo se
mais de 5 gotas da solução tiverem sido adicionadas e se a cor tiver desaparecido. Se
isto acontecer, continue a adicionar gotas da solução de bromo para ver quantas gotas
são necessárias para atingir o ponto em que a cor permanece.
Observações:
 O método clássico de para fazer este teste é usar bromo dissolvido em tetracloreto de
carbono (CCl4). Devido à natureza tóxica desse solvente, entretanto, tem-se preferido
usar o cloreto de metileno (CH2Cl2).
 A solução de bromo é preparada, dissolvendo-se 1 mL de bromo em 50 mL de cloreto
de metileno.
 Com o tempo, o solvente irá sofre uma reação de substituição via radicais induzida
pela luz, com formação de brometo de hidrogênio. A decomposição do reagente pode
ser evitada com o uso de uma garrafa escura.

3.2 Identificação de Álcoois


a) Teste de Jones (oxidação de álcool)
 Substâncias a serem testadas: 1-butanol, isopropanol e 2-metil-2-propanol
Em um tudo de ensaio dissolva 1 gota de um álcool líquido em 1 mL de acetona.
Adicione 1 gota do reagente ácido crômico e observe o resultado após 2 segundos. Um
teste positivo para um álcool primário ou secundário é o aparecimento da cor verde-
azulada. Os álcoois terciários não dão teste positivo em 2 segundos, e a solução
permanece alaranjada.

Observações:
 A solução de oxidante é preparada, dissolvendo-se 7,0 g de K2Cr2O7, em 7 mL de
ácido sulfúrico concentrado. Adicione, lenta e cuidadosamente, esta solução a 40 mL
de água destilada fria. Este reagente deve ser preparado em cada começo de
semestre e armazenado em frasco escuro.

23
b) Teste de Lucas:
Adicionar 3 a 4 gotas de álcool t-butílico a 30 gotas do reagente de LUCAS em um
tubo de ensaio. Agitar a mistura vigorosamente. Deixar em repouso e observar o que
acontece. Repetir o mesmo processo, usando álcool etílico.

3.2 Identificação de Fenóis


a) Teste com cloreto férrico
 Substância a ser testada: Fenol
Coloque cerca de 50 mg de um sólido desconhecido (2 ou 3 mm da ponta da
espátula) ou 5 gotas de um líquido desconhecido em 1mL de água em um tudo de ensaio.
Agite a mistura com a espátula para dissolver o composto desconhecido. Adicione a
mistura várias gotas de uma solução de cloreto férrico a 2,5% em água.
Observações:
 Muitos fenóis solúveis em água produzem uma cor intensa vermelha, azul, púrpura
ou verde.
 A formação da cor é usualmente imediata, mas ela pode não perdurar.

3.3 Identificação de Aldeídos e Cetonas


a) Teste com a 2,4-dinitrofenilidrazina
 Preparação do reagente:
Dissolva 1,0 g de 2,4-dinitrofenilidrazina em 5 mL de ácido sulfúrico concentrado.
Misture, em um bécher, 7 mL de água e 25 mL de etanol. Adicione, sob agitação vigorosa
constante, a solução de 2,4-dinitrofenilidrazina à mistura etanol-água. Após misturar
bastante, filtre a solução por gravidade. Este reagente tem que ser preparado no início de
cada aula.
 Substâncias a serem testadas: benzaldeído, cicloexanona, ácido benzoico.
Coloque uma gota do líquido desconhecido em um tubo de ensaio e adicione 1 mL do
reagente 2,4-dinitrofenilidrazina. Se o composto desconhecido for um sólido, dissolva
cerca de 10 mg na menor quantidade possível de etanol antes de adicionar o reagente.
Agite a mistura vigorosamente. Muitos aldeído e cetona darão imediatamente um
precipitado de cor amarela a vermelha. Outros, entretanto, levaram até 15 minutos ou
precisarão, até mesmo, de leve aquecimento para dar o precipitado. O aparecimento do
precipitado é um positivo.

b) Teste de Tollens:
 Preparação do reagente de TOLLENS:
Em um tubo de ensaio, colocar 2 mL de uma solução a 5% de AgNO3. Em seguida
adicionar uma gota da solução a 10% de NaOH. Agitar o tubo e juntar solução de NH4OH
a 10%, gota a gota, com agitação, até que o precipitado de hidróxido de prata se dissolva
totalmente, obtendo-se uma solução transparente. Agitar o tubo e deixar em repouso por
10 minutos.
 Substâncias a serem testadas: benzaldeído e cicloexanona.

24
Em um tubo de ensaio muito limpo, colocar 0,5 mL (aproximadamente 10 gotas) de
formol e adicionar 0,5 mL do reagente de TOLLENS recentemente preparado. Repetir o
processo usando acetona e depois e glicose. (Quando a amostra for sólida usar
aproximadamente 10 mg).

c) Teste do Iodofórmio:
 Substâncias a serem testadas: álcool etílico, metanol e acetona.
Em um tubo de ensaio, colocar 2 mL de água, 5 gotas de álcool etílico e 0,5 mL do
reagente iodeto de potássio-iodo. Adicionar solução a 5% de hidróxido de sódio até que a
solução fique amarela clara. Agitar e esperar cerca de 2-3 minutos. Se não ocorrer
nenhuma modificação, aquecer o tubo a 60oC. Registar suas observações. Repetir o
processo usando metanol e depois acetona.
Observações:
 O reagente iodeto de potássio-iodo é preparado, dissolvendo-se 10 g de iodeto de
potássio e 5 g de iodo em 50 mL de água.
 O reagente de LUCAS é preparado, dissolvendo-se 22,7 g de cloreto de zinco anidro
em 17,5 g de ácido clorídrico concentrado com resfriamento.

Questionário:
1- O que são grupos funcionais? Qual sua importância?
2- Teste de Bayer e o teste com a solução de bromo são usados na identificação de
ligações múltiplas de alcenos e alcinos, mostre as reações envolvidas.
3- Como podemos reconhecer se o teste de Bayer e teste a com a solução de bromo
foram positivos?
4- O teste de Jones é usado na identificação de que tipo de álcool? Mostre as
reações envolvidas indique se ocorre formação de precipitado ou mudança de cor.
5- No teste de Jones, qual a finalidade da solução oxidante? E como ela é composta?
6- O teste de Lucas é usado na identificação de que tipo de álcool? Mostre as
reações envolvidas indique se ocorre formação de precipitado ou mudança de cor.
7- Quais grupos funcionais são identificados através no teste com cloreto férrico?
Mostre as reações envolvidas indique se ocorre formação de precipitado ou
mudança de cor.
8- O teste com a 2,4-dinitrofenilidrazina é usado para identificar quais tipos de grupos
funcionais? Mostre as reações envolvidas indique se ocorre formação de
precipitado ou mudança de cor.
9- Quais grupos funcionais são identificados através do teste de iodofórmio? Mostre
as reações envolvidas.
10- Por que o reagente de Tollens é positivo apenas para aldeídos? Mostre a reação
envolvida.

25
EXPERIÊNCIA 05
PREPARAÇÃO E IDENTICAÇÃO DA ACETONA

1- INTRODUÇÃO
O produto formado a partir da oxidação de álcoois depende do agente oxidante
empregado e da natureza do álcool de partida (álcool primário, secundário ou terciário).
Álcoois primários, por oxidação controlada, produzem aldeídos. A oxidação é feita
com uma solução de dicromato de potássio (K2Cr2O7) em água e meio ácido. Uma vez
que aldeídos são facilmente oxidados aos ácidos carboxílicos correspondentes, deve-se
remover o mais rápido possível o aldeído que vai sendo formado, através de uma
destilação.
O
H+
RCH2OH + Cr2O72- + Cr 3+
R H
Álcool primário Aldeído
Os álcoois secundários sofrem oxidação, produzindo cetonas. Como agente
oxidante normalmente se utiliza uma solução de K2Cr2O7 + H2SO4 (mistura sulfocrômica).
Pode-se utilizar, alternativamente, CrO3 em ácido acético glacial, CrO3 em piridina ou
ainda uma solução de KMnO4 a quente.

OH O
H2SO4
R C R1 + K2Cr2O7 + Cr 3+ + H2O
R R1
H

Álcool Secundário Cetona (cor verde)


Os álcoois terciários não se oxidam em condições alcalinas ou em presença de
ácido. Estes álcoois são rapidamente desidratados formando alcenos, e estes então são
oxidados.
A acetona será preparada a partir do álcool isopropílico, através de uma reação de
oxidação. Esta reação poderá ser observada pela mudança de coloração, onde o
dicromato de potássio (K2Cr2O7) é alaranjado e se reduz a Cr+3, de coloração verde.
OH O

H3C CH3 Na2Cr2O7 H3C CH3


H2SO4
isopropanol acetona

26
Sendo a acetona um solvente volátil, o refluxo dificulta a saída de seus vapores, à
medida que esta é sintetizada (Figura 1).
A purificação de líquidos, como é o caso da propanona, pode ser feita através da
destilação fracionada, observando-se a temperatura de ebulição deste solvente (56C).

Figura 1: Aparelhagem para reação sob refluxo.

2- MATERIAIS E REAGENTES
Erlenmeyer de 250 mL Dicromato de potássio
Condensador de Liebig Ácido sulfúrico concentrado
Balão de destilacão de 250 mL Álcool isopropílico
Funil de decantação Nitroprussiato de sódio a 2%
Bico de bunsen Hidróxido de sódio a 30%
Pérolas de vidro Ácido acético glacial
Becker de 50 mL

3- METODOLOGIA
a) Preparação da solução oxidante
• Em um erlenmeyer de 250 mL colocar 7,3 g de dicromato de potássio e 37,5 mL de água
destilada. Adicionar lentamente e homogeneizando, 6,3 mL de ácido sulfúrico
concentrado sob corrente de água de torneira.

b) Obtenção da acetona
• Em um balão de destilacão de 250 mL, colocar 7,3 mL de álcool isopropílico, 15 mL de
água destilada e algumas pérolas de vidro.
• Suspender o balão de destilacão em um supote universal e acoplar na abertura lateral
do mesmo, um condensador de Liebig. Na abertura central do balão, adaptar o funil de
decantação contendo a solução oxidante. Adicionar lentamente a solução oxidante ao
balão de destilacão.
• Em seguida, retirar o funil de decantação e substituí-lo por um termômetro.

27
• Aquecer o balão de destilação e observar a Temperatura de Ebulição da acetona
(T.E.=560C), para recolher o destilado em um erlenmeyer de 125 mL.

4- IDENTIFICAÇÃO
Em um becker de 50 mL, colocar 4 gotas de acetona obtida. Em seguida, adicionar
4 gotas da solução aquosa a 2% de nitroprussiato de sódio e 4 gotas da solução de
hidróxido de sódio a 30%. Após um minuto, adicionar 8 gotas de ácido acético glacial.
Observar a mudança de coloração. A coloração vermelho-arroxeada indica a presença da
acetona.

QUESTIONÁRIO

1- Cite os nomes dos métodos na preparação da acetona.


2- Industrialmente como pode ser obtida a acetona?
3- Como se chama este processo de preparação da acetona?
4- Qual a finalidade da solução oxidante? E como ela é composta?
5- Qual a finalidade do refluxo neste experimento?
6- Por que coloca-se água destilada com o álcool isopropílico na obtenção da acetona?
7- Após a adição da solução oxidante, por que a temperatura deve se manter a 90ºC?
8- O que se observe ao adicionar a mistura oxidante.
9- Escreva a equação de obtenção da acetona.
10- Mostre o mecanismo da reação de obtenção da acetona.
11- Como podemos reconhecer a acetona obtida?
12- Por que o erlenmeyer, no qual se recolhe o destilado (acetona), deve ser mergulhado
em água gelada?
13- Qual a finalidade das pérolas de vidro ou fragmentos de porcelana porosa?
14- Como pode ser feita a purificação da acetona?
15- Quais as aplicações da acetona na medicina?
16- Cite as propriedades físicas da acetona.
17- Quais as aplicações da acetona na indústria?

28
1- EXPERIÊNCIA 06

OBTENÇÃO E PRUFICAÇÃO DO ÁCIDO ACETIL SALICÍLICO

1- INTRODUÇÃO

O ácido acetil salicílico (AAS) é função mista ácido carboxílico e este contendo
anel benzênico. A aspirina foi introduzida na medicina, no ano de 1899, como anti-
reumático e antipirético. É um dos produtos farmacêuticos de mais alta produção
atualmente.
Um grande número de fenóis e éteres fenólicos ocorre da natureza. Somente um
pequeno deles apresenta interesse especial. Em certos casos eles são modificados
quimicamente de modo a produzir um material com atividade específica medicinal
desejada. O orto-hidroxi-benzôico mais conhecido como ácido salicílico 1, pode ser obtido
das árvores de salgueiro. Embora o ácido acetil salicílico (AAS) não ocorra livre na
natureza, ele tem uma enorme importância como analgésicos sendo conhecido como
aspirina.
A síntese da aspirina é possível através de uma reação de acetilação do ácido
salicílico 1, um composto aromático bifuncional (ou seja, possui dois grupos funcionais:
fenol e ácido carboxílico). Apesar de possuir propriedades medicinais similares ao do
AAS, o emprego do ácido salicílico como um fármaco é severamente limitado por seus
efeitos colaterais, ocasionando severa irritação na mucosa da boca, garganta, e
estômago.
A reação de acetilação do ácido salicílico 1 ocorre através do ataque nucleofílico
do grupo -OH fenólico sobre o carbono carbonílico do anidrido acético 2, seguido de
eliminação de ácido acético 3, formado como um sub-produto da reação. É importante
notar a utilização de ácido sulfúrico como um catalisador desta reação de esterificação,
tornando-a mais rápida e prática do ponto de vista comercial.
O O
O O O
OH H2SO4 OH
+ +
H3C O CH3 H3C OH
OH O
1 2 3
AAS O CH3

O ácido acetil salicílico se decompõe por aquecimento. Não possui um ponto de


fusão real perfeitamente definido. Registram-se pontos de decomposição na faixa de 128º
a 135ºC; obtem-se um calor de 129º-133ºC em uma chapa elétrica aquecida. Pode
ocorrer um ponto de decomposição, caso o composto seja recristalizado com um solvente
de alto ponto de ebulição ou caso o período de ebulição durante a recristalização seja
indevidamente prolongado.
A aspirina é um medicamento antipirético e anti-reumático, de vasta aplicação no
mundo ocidental. É a base de produtos populares como o “Melhoral” e a “Bayaspirina”. É

29
um pó branco, cristalino, solúvel ao álcool, éter e clorofórmio. Pouco solúvel me água, em
doses maciças tende a atacar a mucosa do estômago.
A purificação de compostos cristalinos impuros é geralmente feita por cristalização
a partir de um solvente ou de misturas de solventes. Esta técnica é conhecida por
recristalização, e baseia-se na diferença de solubilidade que pode existir entre um
composto cristalino e as impurezas presentes no produto da reação.
Um solvente apropriado para a recristalização de uma determinada substância
deve preencher os seguintes requisitos:
a) Deve proporcionar uma fácil dissolução da substância a altas temperaturas;
b) Deve proporcionar pouca solubilidade da substância a baixas temperaturas;
c) Deve ser quimicamente inerte (ou seja, não deve reagir com a substância);
d) Deve possuir um ponto de ebulição relativamente baixo (para que possa ser facilmente
removido da substância recristalizada);
e) Deve solubilizar mais facilmente as impurezas que a substância.
O resfriamento, durante o processo de recristalização, deve ser feito lentamente
para que se permita a disposição das moléculas em retículos cristalinos, com formação de
cristais grandes e puros.
Caso se descubra que a substância é muito solúvel em um dado solvente para
permitir uma recristalização satisfatória, mas é insolúvel em outro, combinações de
solventes podem ser empregadas. Os pares de solventes devem ser completamente
miscíveis. (exemplos: metanol e água, etanol e clorofórmio, clorofórmio e hexano, etc.).

2- PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
2.1 - Materiais e Reagentes
Erlenmeyer de 250 mL Ácido salicílico
Pipeta Anidrido acético
Proveta Ácido sulfúrico concentrado
Pisseta Álcool etílico
Kitassato
Bomba de vácuo
Becker de 100 mL

2.2- Metodologia
a) Obtenção do ácido acetil salicílico (AAS)
 Em um erlenmeyer de 250 mL, colocar 2,5 g de ácido salicílico e adicionar 5 mL de
anidrido acético, homogeneizando bem.
 Em seguida, adicionar 8 gotas de ácido sulfúrico concentrado, homogeneizando a
cada adição.
 Caso não se forme um sólido branco, aquecer até 500 – 600C. Resfriar e, em seguida,
adicionar 50 mL de água destilada.
 Filtrar à vácuo, lavando com uma pequena quantidade de água destilada.

b) Recristalização

30
 Transferir o AAS obtido para um erlenmeyer de 250 mL e adicionar 10 mL de etanol
com 25 ml de água destilada aquecida. Se o AAS não ficar totalmente dissolvido,
aquecer a mistura para completar a dissolução. Deixar a solução límpida esfriar
lentamente para precipitação dos cristais.
 Em seguida filtrar a vácuo. Secar em dessecador e determine o rendimento e o ponto
de fusão.
Observações:
 O rendimento deve chegar aproximadamente a 3 gramas.
 O grau de pureza do produto formando obtido pode ser observado através da
análise por CCD.

QUESTIONÁRIO
1- Proponha outros reagentes para sintetizar a aspirina e outros solventes que poderiam
ser utilizados na sua purificação.
2- Que tipo de reação se verifica neste processo?
3- Qual é o mecanismo da reação entre o ácido salicílico e o anidrido acético, em meio
ácido?
4- O H+ atua, na reação de preparação do AAS, como um reagente ou como um
catalisador? Justifique sua resposta.
5- Porque as gotas do ácido sulfúrico não podem ser adicionadas de uma única vez?
6- Ao purificar um composto por recristalização, é aconselhável esfriar a solução lenta
ou rapidamente? Explique.
7- Quais solventes podem ser empregados para recristalização da “Aspirina”?
8- Por que na purificação da “Aspirina” utiliza-se álcool e água destilada e quente?
9- Na etapa de filtração a vácuo, os cristais formados são lavados com água gelada. Por
quê?
10- Qual é a função do "trap" (kitasato) no aparato para filtração a vácuo?
11- Cite as principais propriedades físicas da “Aspirina”.
12- Cite algumas aplicações da “Aspirina”.

31
EXPERIÊNCIA 07
REAÇÃO DE CONDENSAÇO ALDÓLICA

1- INTRODUÇÃO
Sendo uma das reações mais utilizadas para a síntese de ligações carbono-
carbono, a condensação (ou adição) aldólica baseia-se na formação de um íon enolato e
na sua subsequente reação com uma molécula de um aldeído ou cetona, originando um
β-hidroxialdeído ou uma β-hidróxicetona, respectivamente (designados genericamente por
aldóis).
Os aldóis não são geralmente os produtos finais da reação, na medida em que, nas
condições experimentais adotadas, têm tendência a desidratar espontaneamente para
formarem aldeídos ou cetonas α,β-insaturados, estabilizados por ressonância. A adição
aldólica seguida de desidratação recebe o nome de condensação aldólica.
A reação de formação da 1,5-difenil-(E,E)-1,4-pentadien-3-ona (dibenzalacetona),
um composto que é utilizado como protetor solar, é um exemplo de uma condensação
aldólica “mista” ou “cruzada”, pois estabelece entre dois compostos carbonílicos
diferentes (Figura 1). Nestas condições, para que a condensação aldólica resulte na
formação majoritária de um produto, é necessário que um dos reagentes não condense
com ele próprio, ou seja, não tenha a possibilidade de formar um íon enolato em meio
básico. É o que acontece com o benzaldeído, que não tem carbonos com Hα.
O intermediário formado por condensação aldólica de uma molécula de acetona e
uma molécula de benzaldeído possui ainda átomos de hidrogénio ácido, pelo que também
forma um íon enolato que condensa com uma nova molécula de benzaldeído. Dá-se, pois,
uma nova condensação aldólica para originar o produto final.

Figura 1- Esquema reacional da síntese da dibenzalacetona

32
2- PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
2.1- Material e Reagentes
balões de 25, 100 e 250 Ml hidróxido de sódio
vidro de relógio etanol
Espátula Benzaldeído
Pipetas Acetona
Termômetro Diclorometano
Barra éter de petróleo
Provetas Gelo
Placa de agitação

2.2- Procedimento
 Em erlenmeyer 50 mL, adicione 0,6 mL de benzaldeído.
 Adicione 0,6 mL de acetofenona e 4,0 mL de etanol ao erlenmeyer contendo o
benzaldeído, agite para misturar os reagentes.
 Em seguida, adicione 0,5 mL de uma solução de hidróxido de sódio 5% a solução de
benzaldeído/acetofenona. Agite o erlenmeyer por rotação, até a solidificação ou até
que a mistura fique bastante turva (cerca de 3 minutos).
 Filtre o precipitado obtido e lave-o exaustivamente no funil com água gelada, para
retirar o excesso de base. Controle a lavagem com papel indicador.
 Seque o sólido obtido na estufa durante alguns minutos, a uma temperatura máxima
de 50 ºC. Pese o produto.
 Recristalize o sólido de etanol. Pese o produto purificado e calcule o rendimento.
 Determine o ponto de fusão

Observações:
A evolução da reação pode ser acompanhado por cromatografia em camada fina,
utilizando como eluente uma mistura de diclorometano/ éter de petróleo (2:3).
QUESTIONÁRIO
2- Proponha o mecanismo de reação para a formação do produto.
3- Neste experimento, qual o rendimento do produto obtido?
4- Qual o produto de oxidação do benzaldeído?
5- Qual seria o produto de redução (NaBH4) do benzaldeído?
6- Caso se utilize somente o benzaldeído e adicionássemos à solução do hidróxido,
que tipo de reação se procede e que produto (s) devemos esperar?

33
EXPERIÊNCIA 08
SÍNTESE E PURIFICAÇÃO DA ACETANILIDA

1- INTRODUÇÃO
Algumas aminas aromáticas aciladas como acetanilida, fenacetina (p-
etoxiacetanilida) e acetaminofen (p-hidroxiacetanilida) encontram-se dentro do grupo de
drogas utilizadas para combater a dor de cabeça. Estas substâncias têm ação analgésica
suave (aliviam a dor) e antipirética (reduzem a febre).
A acetanilida 1, uma amida secundária, pode ser sintetizada através de uma
reação de acetilação da anilina 2, a partir do ataque nucleofílico do grupo amino sobre o
carbono carbonílico do anidrido acético 3 seguido de eliminação de ácido acético 4,
formado como um sub-produto da reação. Como esta reação é dependente do pH, é
necessário o uso de uma solução tampão (ácido acético/acetato de sódio, pH ~ 4,7).
Após sua síntese, a acetanilida pode ser purificada através de uma recristalização.

OO A
c
OH
, O
O
+ A
c
ON
a +
H H
N C
3
2
OC
H3 NCH H
3COH
3
2 3 1H 4

2- PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
2.1 -Materiais e Reagentes
Balão de fundo redondo de 500 mL Ácido acético glacial
Becker de 1000 mL Anidrido acético
Condensador de refluxo Anilina
Funil de Büchner Zinco em pó
Baqueta de vidro

2.1- Metodologia
a) Obtenção da acetanilida
 Em um balão de fundo redondo de 500 mL, adaptado ao condensador de refluxo,
colocar 5 mL de anilina, 5 mL de anidrido acético, 5 mL de ácido acético glacial e 0,1
g de zinco em pó. Aquecer suavemente a mistura reacional durante 30 minutos.
 Enquanto a mistura estiver no refluxo, colocar 250 mL de água destilada em um
bécher de 1000 mL e levar à geladeira.
 Passado o tempo, resfriar a mistura vertendo lentamente no bécher que contém a
água gelada, agitando sempre com o bastão. Formará então um precipitado branco
(acetanilida).
 Deixar esfriar e filtrar à vácuo. Lavar várias vezes com água e deixar secar a
temperatura ambiente.

34
OBS.: CUIDADO AO MISTURAR A ANILINA E O ANIDRIDO ACÉTICO, POIS A
REAÇÃO É EXOTÉRMICA
b) Recristalização
 Transferir a acetanilida obtida para um erlenmeyer de 250 mL e adicionar 10 mL de
etanol com 25 ml de água destilada aquecida. Se o AAS não ficar totalmente
dissolvido, aquecer a mistura para completar a dissolução.
 Filtrar à quente, recebendo o filtrado em um erlenmeyer de 250 mL contendo 20 mL
de água ente 40 e 50 0C.
 Deixe em repouso para permitir a formação de cristais. Filtre novamente usando um
funil de Buchner, seque, determine o ponto de fusão e o rendimento obtido.

OBS.: O zinco em pó produz impurezas coloridas da acetanilida e previne a


oxidação.

QUESTIONÁRIO
1- Forneça as reações e os respectivos mecanismos envolvidos no experimento:
2- Qual a função da mistura CH3COO-Na+/CH3COOH durante o processo de síntese?
Considerando-se o pKa da anilina, discuta qual deve ser o pH do meio reacional:
3- Em cada um dos pares abaixo, indique o produto com ponto de fusão mais alto,
justificando cada escolha:
a) Um ácido carboxílico e o seu respectivo sal;
b) Ácido propiônico e álcool n-pentílico;
c) Éter etílico e álcool etílico;
4- Qual é o solvente usado na recristalização da acetanilida?
5- Por quê é recomendável utilizar apenas uma quantidade mínima de solvente no
processo de recristalização?
6- Quando e por que se deve utilizar a filtração a quente?
7- Ao purificar um composto por recristalização, é aconselhável esfriar a solução lenta ou
rapidamente? Explique:
8- Além do resfriamento, cite outra(s) técnica(s) utilizada para iniciar a formação de
cristais:
9- Quais características deve ter um bom solvente, para que possa ser usado numa
recristalização?
10- Como se deve proceder para verificar se os compostos acima foram realmente
purificados após a recristalização dos mesmos?
11- Qual o ponto de fusão teórico da acetanilida? Compare com aquele obtido
experimentalmente e justifique, se existir, a diferença entre eles.

35
EXPERIÊNCIA 09
OBTENÇÃO DA p-NITROACETANILIDA

1- INTRODUÇÃO
Os hidrocarbonetos aromáticos são conhecidos, em geral, como arenos. Um grupo
arila é derivado de um areno pela remoção de um átomo de hidrogênio e o seu símbolo é
Ar. Assim, os arenos são simbolizados por ArH, tal como os alcanos o são por RH.
As reações mais características dos arenos benzenóides são as reações de
substituição que ocorrem quando reagem com reagentes eletrofílicos. Estas reações são
do tipo geral que aparece a seguir:
H E

+ E + H

As substituições eletrofílicas aromáticas permitem a introdução direta de grande


variedade de grupos no anel aromático e, por isto, abrem caminho para a síntese de
muitos compostos importantes. As cinco substituições aromáticas são: halogenação,
sulfonação, alquilação de Friedel-Crafts, acilação de Friedel-Crafts e, a que realizaremos
neste experimento, nitração.
O benzeno reage lentamente com o ácido nítrico concentrado para dar o
nitrobenzeno. A reação é mais rápida se for feita pelo aquecimento do benzeno com
mistura de ácido nítrico concentrado e ácido sulfúrico concentrado.
H NO2
HNO3 / H2SO4
+ H3O + HSO4

2- PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
2.1 -Materiais e Reagentes
Ácido sulfúrico Erlenmeyer de 250ml Água destilada gelada
Ácido nítrico Termômetro Gelo
Acetanilida Funil de Buchner

2.2- Método
 Em um erlenmeyer de 250 mL, coloque 10 mL de ácido sulfúrico e 5,0 mL de ácido
nítrico, ambos concentrados. Resfriar o erlenmeyer em recipiente com água gelada
(gelo), até que a mistura se encontre a menos de 200C.
 Quando a temperatura estiver a mais ou menos 150C, adicione vagarosamente 5 g de
acetanilida finamente pulverizada à mistura do erlenmeyer, tendo o cuidado para a
temperatura não ultrapassar 200C. A solução passará a ter uma cor marrom escura.
 Em seguida adiciona-se 100 mL de água gelada vagarosamente à mistura do
erlenmeyer e filtra-se à vácuo, lavando sempre com água gelada.

36
QUESTIONÁRIO

1. Que tipo de reação é a reação de nitração da acetanilida?


2. Como se poderia obter a p-nitroacetanilida, a partir do produto sintetizado?
3. Quais são os sub-produtos da reação de nitração efetuada?
4. Porque usamos o ácido nítrico concentrado?
5. Porque usamos o ácido sulfúrico concentrado?
6. Qual a finalidade da mistura congelante (sal-gelo)?
7. Mostre a reação do ácido nítrico com o ácido sulfúrico. Porque fazemos essa mistura?
8. O que aconteceria se a temperatura ultrapassasse 20ºC?
9. Cite algumas aplicações e as propriedades físicas (solubilidade, P.F. e P.E.) da para-
nitroacetanilida.
10. Porque adicionamos água à mistura?
11. Porque adicionamos a acetanilida aos poucos?
12. Qual a finalidade da filtração a vácuo?
13. De que forma se encontra a para-nitroacetanilida, antes e depois da cristalização?
14. Mostre a reação e o mecanismo de obtenção da para-nitroacetanilida.
15. Qual a função do ácido acético glacial?
16. Por que devemos resfriar a mistura sulfonítrica (ácido sulfúrico + ácido nítrico) antes
de adicionar a mistura reacional (acetanilida + ácido acético glacial)?
17. A que podemos atribuir a cor amarela da para-nitroacetanilida bruta?
18. Por que a reação conduz preferencialmente à formação do isômero para?
19. Como podemos identificar a para-nitroacetanilida obtida na experiência?

37
EXPERIÊNCIA 10
SAPONIFICAÇÃO - SABÕES
1- INTRODUÇÃO

A finalidade da preparação do sabão que é composto de molécula que contêm


grandes cadeias hidrocarbônicas, ou seja, o glicérido que reage com a base alcalina, é
produzir glicerina e sais de ácidos graxos superiores.

Glicérido + base glicerina + sabão

C
H
2OC
O
CH
1
531 C
H
2OH
O
C
HOC
O
CH
1
531 3
+Na
OH C
HO
H+3C
H
1
53C
1
- +
ONa
C
H
2OC
O
CH
1
531 C
H
2OH

Sabões são sais de sódio, de potássio, de cálcio, de chumbo etc. Comumente são
uma mistura de ácidos graxos especialmente ácidos palmíticos esteáricos e oleco.
Os glicerídeos representam os óleos e as gorduras naturais, nas gorduras
predominam ésteres de glicerina + ácido graxo saturado (ácido palmítico) que é o C15H31–
COOH. Nos óleos predominam ésteres de glicerina mais ácidos graxos insaturados (ácido
oléico).
Os ácidos graxos possuem mais de 10 carbonos na cadeia, sendo de cadeia
normal podendo ter ou não dupla ligação. Vejamos:

CH2 O COC17H33 CH2 O COC17H33

CH O COC15H31 CH O COC17H33

CH2 O COC15H31 CH2 O COC17H33

(gordura) (óleo)
Tripalmitato de glicerina Trioleato de glicerila (Trileina)

O sabão comum é constituído de sais de sódio ou de potássio e de ácidos graxos.


O hidróxido de sódio (NaOH) forma sabões duros, já o hidróxido de potássio (KOH) forma
sabões moles ou mesmo líquidos. A mistura de ambos dá as consistências intermediárias.

O sabão pode variar segundo a composição e segundo o método de fabricação.


Se fabricado a partir do azeite, tem-se o sabão de Marselha, pode adicionar-lhe álcool
para tornar transparente, por batimento pode encorporar-se e dar-lhe a propriedade de
glutuar.

O sabão tem a propriedade de reduzir a tensão superficial da água tornando mais


fácil o molhamento de muitas superfícies. Cada gordura possui o seu índice de
saponificação próprio, que deve ser observado rigorosamente, a fim de evitar o excesso
de soda, o que é muito prejudicial.
A saponificação trata-se da reação dos glicéridos com (NaOH e KOH). Esta reação
é utilizada em obtenção de sabão comum.

38
A ação do sabão é que a molécula possui uma parte apolar que é capaz de
“espetar” num líquido, e possui uma extremidade polar que é capaz de se dissolver na
água.
A sujeira empregada no tecido é geralmente um lipídeo se este é insolúvel na
água. Entretanto, a água é polar e a gordura apolar.
Exemplo: Palmitato de sódio (sabão)
O
C15H31C
- +
O Na
Vejamos o comportamento:
- +
C
OON
a

Quando se coloca sabão, os quais são moléculas “alfinetes” espetam


impregnações gordurosas ficando com a parte [-COO–] em contato com água.

2- PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
2.1 -Materiais e Reagentes
-Balão de fundo redondo; -Gordura;
-Condensador de refluxo; -Hidróxido de sódio ou potássio;
-Balão de destilação; -Álcool etílico;
-Becker; -Ácido clorídrico;
-Bastão de vidro; -Cloreto de cálcio;
-Tubos de ensaio; -Sulfato de cobre II;
-Tela de amianto; -Sulfato de magnésio;
-Tripé de ferro -Cloreto de sódio.

2.2- Preparação de sabão

Pesar 21 g de gordura (banha, sebo, estearina, etc.) em um de bécher aquecendo


brandamente até sua fusão. Em seguida, adicionar em pequenas porções 3 g de
hidróxido de sódio já dissolvidos em 4 mL de água (em solução), sempre agitando com o
bastão de vidro e esperando que termine a reação de cada porção para juntar novamente,
tendo cuidado que pode espirrar. Após toda a adição da solução de hidróxido de sódio,
continuar o aquecimento por mais 5 ou 10 minutos se necessário, apagar o fogo, deixar
esfriar o sabão formado e retirá-lo do bécher.

2.3- Identificação do sabão

a) Colocar 2 gramas de sabão num de Becker com 100 ml de água e levar à ebulição
até dissolvê-lo. Esfriar a solução.
b) Colocar 10 ml da solução do sabão em tubo de ensaio e adicionar com agitação 2
mL de uma solução de cloreto de cálcio a 10 %. Observar, anotar e comentar.

39
c) Colocar 5 mL da solução aquosa do sabão em um tubo de ensaio e juntar 1 mL de
ácido clorídrico diluído. Observar a separação dos ácidos graxos. Anotar e
comentar.
d) Colocar 5 ml da solução aquosa do sabão em um tubo de ensaio e juntar 1 ml de
solução de sulfato de cobre. Observar a precipitação do sabão de cobre. Anotar e
comentar.
e) Colocar 5 ml da solução aquosa do sabão num Becker e adicionar 5 gramas de
cloreto de sódio. Observar a separação de um sabão coagulado. Anotar e
comentar.

QUESTIONÁRIO
1- Que são sabões? Explique.
2- O que representam os glicéridos? E o que predominam nestas representações?
3- Que é saponificação?
4- Por que o sabão comum tem reação alcalina?
5- Que é sabão duro e sabão mole?
6- Por que os sabões são denominados “sais de ácidos graxos”?
7- Como se obtém o sabão em pó?
8- Que é índice de saponificação?
9- Por que é imprópria para lavagem de roupas a água que contem sais de cálcio e
magnésio?
10- Explique como o sabão comum elimina a sujeira.
11- Que são ácidos graxos? Exemplifique.
12- Como se recuperam o álcool etílico quando utilizado em preparação de sabões?
13- Dê exemplo de óleos e gorduras na fabricação de sabão.
14- Mostre a reação tripalmitato de glicerina com o hidróxido de potássio dando o nome
do sabão formado.

40
EXPERIÊNCIA 11
RESINA FENOL FORMOL: BAQUELITE
1- INTRODUÇÃO

A baquelite é uma resina fenol formol também chamada de polímero com ligações
cruzadas. As ligações entre as cadeias permitem a forma de uma estrutura tridimensional,
de modo que os polímeros formados são materiais rígidos e completamente insolúveis.
A baquelite cujo consumo total é considerável é uma das primeiras resinas; sua
fabricação foi industrializada na América (1909) pelo belga Back Cland.
Na presença de catalisadores o fenol reage sobre o formol dando produtos sólidos
ou líquidos que se transformam pela polimerização numa substância sólida. A baquelite,
translúcida, dura, insolúvel, isolante, infusível, resistente a unidade e aos agentes
químicos.
Quando o polímero é obtido pela reação de dois monômeros com eliminação
simultânea de uma substância mais simples (H2O, NH3 e etc.).
O polímero fenol-formaldeído ou baquelite no seu primeiro estágio e predominante
linear e tem massa relativamente baixa sendo conhecido como Novolac e é muito
empregado em tintas vernizes e cola pra madeira. A reação, no entanto, pode prosseguir
e gerar a baquelite que é um polímero tridimensional (termofixo). Sendo o mais antigo
polímero sintético de uso industrial onde se presta muito bem à fabricação de objetos
moldados.
Em reações intermediárias, no processo de condensação, pode ocorrer livremente
à temperatura elevada como os polímeros fundidos podem variar pelos pesos
moleculares das moléculas reagentes.
A condensação de fenol-formol na presença de um ácido (reação de Friedel-Craft)
pode ser controlada de modo a produzir um material de baixo peso molecular no quais as
unidades fenólicas são ligadas por grupos metileno.
Quando o peso molecular é cerca de 1000, o material é solúvel e pode ser
misturada com corantes, carga inerte e uma fonte de formaldeído, tal como o
hexametileno-tetramina. Sob aquecimento, a mistura funde-se e é usada pra moldagem.
Posterior aquecimento decompõe o hexametileno-tetramina em formaldeído e amoníaco.
O formaldeído propicia a formação de ligações adicionais entre as cadeias e
forma-se um produto termorrígido. Assim, o polímero final é uma rede tridimensional
rígida, insolúvel e, em certos casos, também quebradiça.
Quando a condensação se processa entre o fenol e o formaldeído, obtem-se as
resinas fenólicas – os mais antigos elementos da família dos plásticos. Apresenta boas
propriedades físicas e químicas e baixo custo de produção.
As resinas fenólicas apresentam uma química complexa. As duas reações mais
importantes entre o fenol e o formaldeído podem ser reguladas com catalisadores
especiais ou por controle de relação de massas entre os reagentes. As duas reações são
hidroximetilação e a formação de ligações metilênicas.
A primeira dessas reações pode ser controlada de modo a ser interrompida
quando da formação de álcoois fenólicos. Em meio ácido e excesso de fenol gera-se

41
álcool fenólico dissubstituído. Neste caso, a formação das ligações metilênicas é mais
rápida, dando um polímero termoplástico – a “Novalac”.
Quando se opera em meio alcalino e em presença de excesso de formaldeído,
forma-se um produto trissubstituído, que, por aquecimento, se condensa até resultar uma
resina termofixa. Chega-se a formação de resina chamada resite - aumentando-se
gradativamente a temperatura através de estágios de condensação intermediários que
correspondem a polímeros de cadeia cada vez amis ramificada.
A policondensação pode ser interrompida em qualquer estágio por redução brusca
de temperatura ou por neutralização do catalisador básico.
Esta técnica é usada na produção de pó pra estampagem: a reação é interrompida
no ponto em que o polímero (estrutura chamada reasol). O polímero obtido é reduzido a
pó que submetido a aquecimento em prensa, passa de reasol a resite, permitindo produzir
objetos infusíveis.
As baquelites são as mais conhecidas substâncias termofixas desse grupo e foram
as primeiras matérias plásticas fabricadas e, embora ainda estejam sendo suplantadas,
ainda são muito usadas.

2- PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
2.1 -Materiais e Reagentes
-Agitador elétrico magnético com termostato; -Formaldeído (Formol);
-Beckers; -Fenol;
-Condensador de refluxo; -Hidróxido de sódio 40%.
-Erlenmeyer;
-Pipetas;
-Provetas.

2.2- Método de preparação da resina


 Em um erlenmeyer de 500 mL, colocar uma mistura de 27 ml de fenol, 50 mL de
formol (formalina) e 4 mL de uma solução de hidróxido de sódio a 40%. Homogenizar
bem até apresentar uma coloração turva.
 Em seguida prender o erlenmeyer a um condensador de refluxo sob um agitador
elétrico magnético com termostato e refluxar suavemente durante um período de 30 a
40 minutos. No decorrer deste intervalo, a mistura adquire uma coloração
avermelhada tornando-se cada vez mais viscosa, encontrando dificuldade de escapar
da superfície do recipiente.
 Após cessar o aquecimento, derramar imediatamente a massa viscosa em um
depósito de vidro comum adequado. Limpar imediatamente o erlenmeyer reacional
com a mesma solução catalisadora (hidróxido de sódio a 40%) evitando assim a difícil
remoção do produto endurecido que reveste o recipiente.
 Para completar a formação da resina que é no caso o seu 2º estágio, colocar o
recipiente (conteúdo) em uma estufa de ar durante uma hora a 50ºC e durante 4
horas a 60º-75ºC.

42
 Quando o processo de cozimento estiver completo, obtem-se uma massa dura rósea
da resina fenol-formol.

QUESTIONÁRIO
1. Que são polímeros?
2. Que é polímero tridimensional?
3. Mostre a reação de polimerização de baquelita.
4. Que é monômero?
5. Que são polímeros termofixos ou termorrígidos?
6. Que tipo de polímero é a baquelita?
7. Qual a diferença entre a baquelita 1º e o 2º estágio para formação da baquelita?
8. Cite algumas aplicações da resina fenol-formol.
9. Qual a função do NaOH a 40% na mistura fenol-formol? Poderíamos substituir o
NaOH por ácido?
10. Qual a finalidade do refluxo na preparação da resina?
11. Por que se utiliza o aquecimento até a ebulição?
12. Qual a dificuldade de deixar em repouso por um certo tempo?
13. O fator temperatura é importante no processo de condensação?
14. No processo de condensação, quais as substâncias que podem ser liberadas?
15. Quais os principais empregos da Novalac?

43
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ENGEL, R. E. et al. Química Orgânica e Experimental. 3ª ed. São Paulo, Cengage


Learning, 2012.

MANO, E. B.; SEABRA, A. P. Práticas de Química Orgânica. São Paulo, Edart, 1977.

MANO, E. B. Introdução a Polímeros. 3a. ed. São Paulo, Edgard Blucher Ltda., 1988.

MORRISON, R. T.; BOYD, R. N. Química Orgânica. Tradução de M. Alves da Silva . 12a.


ed. Lisboa Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1983.

PAVIA, D. L. et al. Química Orgânica e Experimental: técnicas de pequena escala. 2ª


ed. Porto Alegre, Bookman, 2009.

SOLOMONS, T. W. G.; FRYHLE, C. B. Química Orgânica. Vol. I e II. 9ª ed. Rio de


Janeiro, LTC, 2009.

VOGEL, A. I., Química orgânica: análise orgânica qualitativa. 3ª ed, Rio de Janeiro, Ao
Livro Técnico SA, 1981.

VOGEL, A. Química Orgânica. Análise Orgânica Qualitativa. Vol. I a III. Tradução de


Carlos A. C. Costa et al. 5a. ed. Rio de Janeiro, Ao Livro Técnico S.A., 1982.

ZUBRICK, J. W., Manual de Sobrevivência no Laboratório de Química Orgânica,


Livros Técnicos e Científicos Editora S. A - LTC , 6ª edição, 2004.

44

Potrebbero piacerti anche