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Piauí, uma conversa quase sempre começa com: “Você soube que o Luís
morreu?” sempre acompanhado da genealogia do falecido: “Luís, filho do
Antenor, casado com Raimunda”, e mesmo quando não morre alguém
recentemente, as pessoas trazem à memória algumas mortes marcantes:
“Nossa! A morte do Antônio foi tão violenta, né?”. Às vezes o assunto da morte é
sobre o comportamento dos enlutados: “Você viu a Jesus, viúva do Francisco?
Nem completou um ano e ela já tirou o luto!”. Ou mesmo sobre a temporalidade:
“nem parece que faz um ano que o Chagas morreu, né? Passou tão rápido”. E,
daí em diante, outros mortos aparecerão nas conversas, mostrando que a
memória resiste, mesmo que de forma sutil, as pessoas que morreram têm um
lugar marcado no cotidiano do seu grupo social, ainda vivo – continuidade.
“A imagem registrada pelo celular de um agricultor, mostra o momento em que
parte da parede da represa cedeu. Em menos de uma hora, quase 50 bilhões de
litros d água desapareceram do reservatório. A água passou por aqui com tanta
força, que limpou todo o vale: arrastou árvores, torres de energia elétrica e
casas...”, anunciou Fátima Bernades no Jornal Nacional de 28 de maio de 2009,
sobre o rompimento da Barragem de Algodões, no município de Cocal, e
enfatiza que: “arrasou a zona rural de dois municípios”, precisamente a mesma
zona rural onde “seu” Zé nosso exortador de corpos, desempenha seu estranho
trabalho.
Na verdade, esse trabalho não se propõe a direcionar o olhar à tragédia de
Algodões, ou mesmo à corrupção em Cocal. Trata-se de um trabalho sobre
narrativas e performances da morte, ditas pelo “seu” Zé, um habitante de Cocal.
A cidade ficou incomunicável, já que a água inundou um raio de 50 km em torno
do local da barragem e deixou cerca de 500 famílias desabrigadas, oito mortos
e, claro, muitas histórias encharcadas de emoção. Cada um ouviu o acontecido
de alguém, como aquele que narra com tanta propriedade, que parece que
estava olhando o corpo da menina que se agarrou nos galhos de uma árvore,
mas não conseguiu vencer a força das águas.
Cocal está a 282 quilômetros de Teresina, fora do eixo da Rodovia Federal que
liga a capital ao litoral piauiense. De acordo com o IBGE, em 2009 Cocal
contava com pouco mais de 27.000 habitantes. Situado na Serra da Ibiapaba,
na divisa com o Ceará, tem particularidades que diferencia seus habitantes dos
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Fui dar uma volta para encontrar o tal “movimento”. Enfim, encontrei alguns
alunos fardados fazendo “barulho” com tambores, pratos e cornetas. Eles riam,
pulavam, falavam alto enquanto eu procurava uma sombra para sentar e
observá-los. Quando eles perceberam que existia um plateia, o volume e o grau
das brincadeiras triplicaram, alguns meninos se aproximaram de mim,e
começaram a puxar assunto. Dei a entender que não queria conversa, preferiria
só observar. Não lembro de nenhuma indicação no código de ética informando
sobre um antropólogo ter que ser simpático 24 horas durante a pesquisa. Acho
que já é forçar uma interação com o campo. Sei que Radcliffe-Brown não fez
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tanto sucesso nas etnografias por causa do seu jeito sisudo. Mas,
convenhamos: ser Margareth Mead em tempo integral não era minha intenção...
Começa a escurecer e fui assistir o desfile junto com a população, para escutar
os ruídos que Turner insiste em que prestemos atenção. As escolas passavam e
as pessoas ao meu lado comentavam sobre os filhos dos amigos ou desafetos
que marchavam, com comentários do tipo “olha como a filha da Valquíria tá
gorda” ou “meu deus! O filho da Leonora nem marchar sabe!”. Acho que não
dava para ter comentários patrióticos, pois as escolas que desfilaram não
tocaram no assunto em nenhuma das alas. Os temas foram: características da
globalização, ecologia, futuro (com meninos vestidos de astronautas usando
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O que me intrigou é que não teve nenhuma escola que comentasse a quebra da
barragem, já que esse desfile tem como função simbolizar os assuntos que
circulam em Cocal. Talvez tocasse em feridas, por isso foi relegado aos não-
ditos da cidade.
Conversando com dona Maria, uma personagem notória de Cocal, por ter 68
anos e falar o que pensa sem poupar ninguém ou mesmo palavrões, descobri
que esse penúltimo prefeito havia comprado umas terras na região da barragem
Algodões e que mandar passar o trator em cima de um cemitério, deixando as
pessoas contam que ainda acharam um casal que foi enterrado juntos,
reconhecidos pelos pés dentro das meias ainda novas. O sagrado desacatado.
O tabu remexido, e a quebra da barragem como um castigo. Aliás, nossa
aproximação começa quando ela fala em alto em bom tom que o cocalense não
dá valor para sua história, nem para o seu passado. O contexto em si de como
começou o assunto eu não sei, mas não perdi a oportunidade de me aproximar
e prestar atenção nos seus dizeres. Ela conta sobre o cemitério da sua família
que foi destruído pelas águas da barragem, a deixando sem referências, pois
toda a sua vida estava enterrada naquele cemitério.
A concepção de interior - às vezes confundido com o sertão, como sugerido por
alguns acadêmicos –, está de acordo com uma categoria emic, cuja definição é
dada pelos próprios sujeitos do tal interior, marcada pelas imagens de currais,
poços, canteiros e lamparinas que convivem em consonância com motocicletas
aparelhos de DVD, lan houses e antenas parabólicas. Considerando de onde
estou falando, Cocal pode ser considerado rural. Especificamente, interior, como
se diz no Piauí. Se estamos falando desde Teresina, logo falamos de Cocal
como interior. Se estamos em Cocal, dizemos que é uma cidade. A categoria
interior parece toma lugar no Piauí para substituir o que por outros autores seria
chamado de sertão.
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A Batalha do Jenipapo ocorreu em 13 de março de 1823 (data que foi recentemente fixada na
bandeira do Piauí, embaixo da estrela). A situação de disputa se deu pelas tropas portuguesas,
sob comando do Major João José da Cunha Fidié contra piauienses, cearenses e maranhenses
que não aceitavam mais ser colônia de Portugal, assim reivindicando a independência. A batalha
ocorreu às margens do riacho Jenipapo, próximo a Campo Maior, cujo monumento à batalha
guarda o cemitério, onde estão enterrados os que lutavam com panelas, paus e pedras contra
as tropas portuguesas armadas. Tal qual palavras de Carlos Drummond de Andrade: “No
cemitério de Batalhão os mortos do Jenipapo Não sofrem chuva nem sol; o telheiro os protege.
Asa imóvel na amplidão campeira”.
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Incelências ou excelências: são cantos proferidos aos pés dos mortos, durante o cerimonial de
velório, onde cantam as repetidas estrofes das orações. À cabeça dos falecidos são cantados os
benditos (CASCUDO, 2001).
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“Estar lá/Estar aqui” de Geertz ao falar das aflições nos interstícios do ir ao campo fazer
etnografia e o escrever a etnografia, quando se tem a missão de passar para o papel o universo
de sentimentos que fora captado durante a pesquisa (GEERTZ, 2002).
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Ele me mostrou um álbum de fotos onde guarda os santinhos dos mortos que
ele ajudou a exortar. No mesmo álbum, as fotos dos filhos e netos, que moram
em Luís Correia, mas antes tentaram a vida em São Paulo, trabalhando em
construção. Entre uma fotografia de um filho e de um neto, uma fotografia de um
velório em que ele exortou o corpo. Três homens em pé em volta de um caixão
no chão, em cima de um cobertor, rodeado por velas, o finado João Bela, da
baixa do brejo, interior próximo ao Cocal. A próxima foto, de outro filho que é
pescador. Logo depois, o santinho desse finado João Bela e de outros que “seu”
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Ainda com o álbum nas mãos, as narrativas surgem a partir das imagens dos
mortos. Desde sua vinda e de seus familiares de Granga no Ceará, fugindo da
seca, em 1957 quando ele tinha 19 anos. Vieram caminhando para a ilha das
batatas, litoral piauiense. Os pais dele ficaram no Brejinho, próximo ao Cocal. Só
os filhos foram para a ilha das batatas, trabalhar nos carnaubais, cortando
palha. Os irmãos voltaram em 1960 para o Brejinho encontrar os pais e “seu” Zé
continua a morar na ilha. Em 1964 foi para Parnaíba, trabalhar em padarias,
mas não gostava do horário da madrugada estabelecido aos padeiros. Voltou
para o Brejinho, trabalhar na roça. De lá vai para Luis Correia, trabalhar nas
cocheiras, alimentando gado. O dono da fazenda o convidou para ir embora
para o Goiás, ele recusou, pois não queria ficar longe da sua família. Arranjou
um casamento, e diz que foi onde arrumou sua perdição. Ficaram casados seis
anos. Ela foi embora de casa, levando os três filhos, o mais novo com 6 meses.
Os motivos não foram mencionados nem indagados. Só sei da diferença de 20
anos entre os dois. Ele trabalhava com o pai dela, que queria dar uma pisa na
filha em nome da honra da família, mas “seu” Zé preferiu impedi-lo. Eles
trabalhavam com mandioca, fazendo farinha. “Seu” Zé não podia ir embora, pois
tinha acabado de plantar uma roça de mandioca. Precisava esperar um ano
para poder colher. Passado o tempo, “seu” Zé volta para a casa dos pais. Seu
sogro não queria deixá-lo ir embora, preferindo o ex-genro à filha. “Seu” Zé disse
que ele não podia negar o seu sangue em favor de um que não era mais da sua
família. Prometeu ao sogro que voltava depois de dois anos, mas nunca
retornou. Só reviu os filhos recentemente, passados 30 anos. Ele ainda
demonstra em suas feições e no amenizar do tom de voz um grande
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A mãe morreu em 14 de janeiro de 1961, com 49 anos. Ela teve uma febre
muito forte, e morreu em Parnaíba, quando levada ao hospital. Ela adoeceu no
mês de novembro, mas recusava ir para Parnaíba, sendo levada ao hospital
apenas dia de ano (31 de dezembro). Quando a estavam levando para
Parnaíba, disse que sabia que não ia mais voltar. E não era para ninguém
colocar luto, pois alguns irmãos eram de folias, e não adiantava uns de luto e
outros não, mas quem quisesse ter suas reservas, sem ir festa durante um ano,
ela aceitava, e para quem quisesse levar por cima da moita, ela não se
importava. Seu Zé parou com todo movimento. O mais novo colocou uma divisa
(pedaço de tecido, lembrando as tarjas pretas das vendetas de Kadaré) no bolso
da camisa. Mas ele não esperou nenhum mês e já andava bêbado. Apenas
André e “seu” Zé foram enterrar a mãe. O pai tinha que ficar cuidando dos
outros filhos pequenos. A filha mais velha tinha 11 anos, e assumiu os trabalhos
domésticos e cuidou dos menores. Sem velório e nenhuma condição de levar o
corpo para o interior, ela foi enterrada em Parnaíba mesmo, e que ainda hoje
recebe a visita de “seu” Zé no dia dos finados.
O pai (Vitalino Antônio Capitão dos Santos) morreu em 1988. Ele foi enterrado
na Baixa, próximo de Cocal. Ele foi exortado pelo seu Zé, quando tinha 88 anos.
Passou dezenove dias agonizando, mas proibiu os filhos de levarem ele ao
hospital, pois não queria ser furado por agulhas e que só tomaria remédio
caseiro, do mato. Queria morrer em paz na rede dele, pois profetizava que
“quem não vai no tempo de novo, vai no tempo de velho”, repetiu os dizeres de
seu pai, sorrindo, mas talvez seu pai nunca teria sorrido desse assunto...
O pai dele pediu para não enterrá-lo em caixão, pois se a terra deu de comer a
ele, pois trabalhava à custa do que a terra dava para ele, então ia dar de comer
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para a terra: “não sou farinha para andar dentro de caixão”. Na hora em que seu
Zé está narrando essa história, Graça, que varria a casa no momento, começa a
contar sobre o avô que não quis ser enterrado em caixão, com a mesma
“desculpa” de não ser farinha.
“Seu” Zé ensinou aos familiares que o remédio seria na hora do cortejo fúnebre
fossem guiados por uma vara verde até o cemitério e na hora que colocasse o
caixão na cova, dissesse que a vara seria a companhia dele, e a enterrasse
junto com o corpo. Mas a família fez o contrário: levaram uma vara seca, e não
verde. Antes de uma semana, a cunhada morreu. Antes de inteirar um mês, foi a
filha do finado. Além do mais, foram os filhos que seguraram na alça do caixão
do pai até o cemitério.
O finado André era o irmão mais velho do “seu” Zé, e foi o primeiro, depois ele.
Só esses dois estudaram. “Seu” Zé tinha 11 anos.Os outros trabalhavam de
roça. Eles estudaram por onze meses. O pai pagava 10 mil réis por mês para
uma pessoa ensiná-los. Não era em escola, mas em casa de família. A carga
horária era intensa, chegando a ser comparada com o rojão do serviço de roça.
Sem recreio, o único “brinquedo” era a palmatória. A memória da palmatória
como um brinquedo diverte as lembranças de infância, mas que se tornam
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MORORÓ: Bauhinia forficata Link. (Bauhinia aculeata Vell.). - Arbusto alto ou árvore pequena.
Folhas subdivididas em duas partes, pecioladas, glabras em cima e algo pubescentes por baixo
com 9 nervuras salientes e dotadas de propriedades hipoglicemiantes. Flores em cachos,
branco-cremes. Vagem chata, comprida e escura, contendo muitas sementes, tomentosa
quando nova e glabra quando adulta. Madeira para estaca e lenha. Casca adstringente e
peitoral. Ramas forraginosas (HOUAISS, 2007).
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“Seu” Zé não recorda a primeira vez em que viu o pai exortando um corpo, aliás,
ele tinha muito medo de mortos. No dia que morria uma pessoa próxima à casa
de “seu” Zé, ele não conseguia dormir sozinho. Quando tinha que ir comprar
alguma coisa na quitanda, iam em bandos de três meninos: um atrás, outro na
frente e ele no meio. Dois anos antes de ele vir para o Piauí, resolveu testar o
remédio que o ensinaram para perder o medo: na hora de cavar uma sepultura,
bebesse cachaça no crânio de um esqueleto. Aproveitou o momento em que
estavam cavando uma sepultura, e encontrou o quengo de uma mulher. Sabia
que era mulher porque próximo ao esqueleto tinha muito cabelo. A cabeça da
mulher é pequena e se parte em dois pedaços. A cabeça do homem em quatro.
Partiu o crânio, limpou o excesso da terra, colocou a cachaça (já que para se
cavar uma sepultura é preciso um litro de cachaça para dar coragem aos
homens) e bebeu dum gole só, mesmo sem ser acostumado com bebidas
alcoólicas, mas como era remédio tinha que tomar. Tinha que ser feito três
vezes e foi. A partir de então, ele enfrenta qualquer perigo que aparecer.
A primeira exortação foi uma mulher, na Boa Esperança – outro interior nas
proximidades de Cocal. Ela morreu em plena sexta-feira maior (sexta-feira da
paixão), engasgada. Ela comeu um pedaço de carne na Semana Santa, o que é
proibido, apenas peixe pode ser consumido. Ele foi chamado para ir à casa dela,
exortar o seu corpo para que sua alma não se perdesse nos caminhos. As
pessoas ficavam ao redor da mulher agonizando, mas ninguém sabia a reza
para desengasgar - nem o próprio “seu” Zé sabia. Ela estava na rede, e “seu” Zé
encostado, aparando o vômito dela com as mãos para jogar fora. O vômito era
só carne de gado, como se o corpo expulsasse as impurezas (DOUGLAS, 1976)
entranhadas também na alma, em plena sexta-feira santa. A casa estava cheia
de gente. Era noite. Remeti às descrições acerca da morte domestica: “segundo
o costume, o quarto está cheio de gente, porque se morre sempre em público”
(ARIÈS, 1988, p.131).
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Teve uma vez em que um senhor morador da Baixa tomou um chá de tiú5.
Sentou-se no alpendre, e não conseguiu levantar mais. Chamou os filhos para
levá-lo para sua rede. Achando que ele ia morrer, chamaram seu Gilberto, que
se dizia exortador, mas não era. Pelo menos “seu” Zé não o reconhecia com tal.
Quando lá chegou, observou os passamentos do homem e pediu uma vela para
a esposa do provável moribundo, pois a morte estava chegando para buscá-lo.
O doente se irrita e com dificuldade balbucia: “não é hora”. E até hoje ele está
vivo, relata “seu” Zé, divertindo-se. A pressa do seu Gilberto o impediu de ser
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Tiú ou teiú: árvore (Casearia sylvestris) da família das flacourtiáceas, nativa das regiões
tropicais das Américas, encontrada em todo Brasil, de sementes oleífera (HOUAISS, 2007).
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Hoje já se compra o caixão na funerária, mas antes quem fazia era o Manuel
Justino, um morador da região, que fora exortado por “seu” Zé há cinco anos.
Pouco tempo antes do seu falecimento, o finado Manuel Justino deixou as
tábuas escolhidas para o seu caixão e avisou aos filhos que não queria ser
enterrado em caixão de funerária. “Seu” Zé pastorou durante nove dias o finado
Manuel Justino, que sempre lembrava aos filhos que queria que fizessem seu
caixão com as tábuas que ele deixou separado. Os filhos se recusaram, mas
com a insistência de “seu” Zé, alertando a importância do feitio desse último
pedido, os filhos aceitaram. Ele morreu numa tarde de uma sexta-feira, às 14
horas. Os filhos que estavam na roça foram avisados, e começaram a trabalhar
na feitura do caixão. Às 21 horas terminaram o feitio.
enquanto aquele corpo não é exortado. “Seu” Zé também faz serviços de visitas
aos túmulos para rezar e cantar os benditos fúnebres. As pessoas narram que a
entonação de “seu” Zé emociona e ao mesmo tempo traz paz aos que ficam
nesse mundo e que talvez ajude às almas a alcançarem a salvação, como se as
direcionasse mais rápido.
Enfim, concluímos que as narrativas das performances de um exortador ajuízam
contextos de interações entre sujeitos pesquisantes e pesquisados, que
excedem a pesquisa de campo, criando aprendizagens e trocas: quando “seu”
Zé pensaria ser tema de um trabalho acadêmico e seu nome viajaria por
congressos e universidades em todo o Brasil? Quando eu poderia pensar que
uma etnografia iria me ensinar mais do que apreendi em grande parte de minha
vida? Experiências que transformam trajetórias. Eventos narrativos em
confluência com eventos narrados (BAUMAN, 1986) criam uma narrativa
própria, original, dentro do contexto atual, em que se cria (em vez de recriar!) as
performances de um exortador de corpos, conduzindo memórias e traduzindo
emoções, dando sentido a uma performance narrativa (Idem) interpretando ou
sendo interpretada por vozes que em momentos sussurram e em outros gritam
exortando sentidos, encaminhando significados.
BIBLIOGRAFIA