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Universidade Federal de Ouro Preto

Escola de Minas – Curso de Engenharia Urbana

URB 121 – Sistemas Urbanos


Aula 01 – A cidade e o espaço urbano - conceitos

Professores: Luis Fernando Rispoli; Lucas Deleon


Ferreira; Paulo de Castro Vieira

1
Conteúdo
 O que é a cidade?
 A cidade na história.
 A paisagem urbana
 O tempo no cotidiano dos habitantes de centros urbanos
 Heterogeneidade nos centros urbanos
 A cidade na história o surgimento das cidades

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A cidade na história
“[...] Se quisermos identificar a cidade, devemos seguir a trilha para
trás, partindo das mais completas estruturas e funções urbanas
conhecidas, para os seus componentes originários, por mais remotos
que se apresentem no tempo, no espaço e na cultura, em relação aos
primeiros tells que já foram abertos. Antes da cidade, houve a
pequena povoação, o santuário e a aldeia; antes da aldeia, o
acampamento, o esconderijo, a caverna, o montão de pedras; e antes
de tudo isso, houve certa predisposição para a vida social que o
homem compartilha, evidentemente, com diversas outras espécies
animais.” (MUNFORD, 1998)

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O QUE É A CIDADE?

Belo Horizonte
(Disponível em: http://belohorizonte.mg.gov.br/bh-primeira-vista/arquitetura/belo-horizonte-perfeita-juncao-do-
espaco-urbano-e-da-cidade-jardim-em)
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O QUE É A CIDADE?
 “Qualquer habitante da cidade sabe o que ela é, posto que ele
vive na cidade e constrói no seu cotidiano o cotidiano da
cidade. Mas qual seria a real dimensão desse termo, tão
empregado pela geografia urbana? Uma localidade definida a
partir de um determinado número de habitantes? A sede de
um município?” (CARLOS, 2001)

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Que palavras as pessoas associam à palavra
Cidade?

Casas Prédios

Carros
Ruas
Pessoas

Congestionamento
Caos
Multidão
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Perguntas de um operário que lê
Bertolt Brecht
Quem construiu Tebas, a das sete portas?
Nos livros vem o nome dos reis,
Mas foram os reis que transportaram as pedras?
Babilónia, tantas vezes destruída,
Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas
Da Lima Dourada moravam seus obreiros?
No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde
Foram os seus pedreiros? A grande Roma
Está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem
Triunfaram os Césares? A tão cantada Bizâncio
Só tinha palácios
Para os seus habitantes? Até a legendária Atlântida
Na noite em que o mar a engoliu
Viu afogados gritar por seus escravos ...

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A cidade enquanto lócus do modo de
produção capitalista
De acordo com Carlos (2001), a cidade capitalista é
essencialmente o lócus da produção industrial, concentradora de
mão-de-obra, lugar onde se concentram as fábricas com seus
equipamentos, concentradora de equipamentos urbanos (energia
elétrica, água, vias de circulação, telefonia), além de concentrar
grande parte da população mundial e bens de consumo coletivo.
Assim, aglomeração e concentração são duas das características
principais da cidade capitalista. Por isso a cidade
contemporânea aparece aos nossos olhos como uma
aglomeração confusa de objetos, ruas, pessoas, prédios,
avenidas, casas, monumentos, grandes equipamentos
urbanos.

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O tempo no cotidiano dos
habitantes de centros
urbanos

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O tempo no cotidiano dos habitantes das
cidades
Sinal Fechado (Paulinho da Viola) Quem sabe ?
Olá, como vai ? Quanto tempo... pois é... (pois é... quanto
Eu vou indo e você, tudo bem ? tempo...)
Tudo bem eu vou indo correndo Tanta coisa que eu tinha a dizer
Pegar meu lugar no futuro, e você ? Mas eu sumi na poeira das ruas
Tudo bem, eu vou indo em busca Eu também tenho algo a dizer
De um sono tranquilo, quem sabe ... Mas me foge a lembrança
Quanto tempo... pois é... Por favor, telefone, eu preciso
Quanto tempo... Beber alguma coisa, rapidamente
Me perdoe a pressa Pra semana
É a alma dos nossos negócios O sinal ...
Oh! Não tem de quê Eu espero você
Eu também só ando a cem Vai abrir...
Quando é que você telefona ? Por favor, não esqueça,
Precisamos nos ver por aí Adeus...
Pra semana, prometo talvez nos vejamos

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O tempo no cotidiano dos habitantes das
cidades
 Descrição feita por Engels em 1845 da cidade Londres:
“As multidões cruzam-se como se as pessoas não tivessem
nada em comum, como se nada tivessem a fazer em conjunto,
enquanto que a única convenção entre elas é um tácito
acordo de que cada qual segue seu lado no passeio a fim de
que as duas correntes da multidão não se atravessem uma à
outra, criando um obstáculo recíproco. Mas além disso,
ninguém se lembra de ceder ao outro um olhar que seja.”
(CARLOS, 2001)

 Será que essa “correria” marca o ritmo de vida das pessoas


em uma cidade pequena ou média?

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A cidade na história
 O período da Revolução Industrial é caracterizado pela
mudança de uma economia agrícola e mercantilista em
industrial. Ocorreu entre 1750 e 1850, tendo como
principais fatores: a descoberta da máquina à vapor, fato
que propiciou a produção em série e, em 1825, o
surgimento da ferrovia na Inglaterra.

 A partir do final do século XVII, com o advento da


Revolução Industrial, as cidades ganham importância
fundamental para o desenvolvimento do capitalismo
comercial.

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A cidade na história
 A cidade do século XIX parece ter sido dominada por fatores
dinâmicos, principalmente nas comparações com o período
anterior. Durante os séculos XVII e XVII, mesmo se a
referência eram centros em crescimento, o universo urbano
correspondia a uma noção de equilíbrio entre suas diversas
partes.

 A partir de certa data, variável de lugar a lugar, o impulso


dinâmico será ministrado antes pela demografia e depois pela
economia. Se pudéssemos descrever o andamento através dos
movimentos de um relógio, notaríamos que os ponteiros, no
século XIX, começam a girar cada vez mais rapidamente; após
um longo período de pausa, o fenômeno se torna visível no
século XVIII, para manifestar-se, principalmente no século
sucessivo, em todas as suas implicações econômicas, sociais e
territoriais. (ZUCCONI, 2015)
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A cidade na história
Agentes sociais de transformação urbana
 Quem são os agentes sociais que fazem e refazem a
cidade?

 Os proprietários fundiários (donos da terra);


 Os proprietários dos meios de produção;
 Os promotores imobiliários (o agente social que administra
capital imobiliário no processo de sua transformação em
mercadoria- edificação)
 O Estado
 Grupos sociais

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“O aumento do tempo médio
de deslocamento nas regiões
metropolitanas subiu de 38,1
para 43,3 minutos nos últimos
10 anos, demostra a saturação
dos meios de transporte hoje
utilizados”.
Na volta para a casa a
velocidade média
desenvolvida pelo
paulistano é de 14,1
km/h
HETEROGENEIDADE
Heterogeneidade
 “Na cidade capitalista, o que mais salta aos olhos é a sua
heterogeneidade. Essa heterogeneidade é resultado do uso
diferenciado do solo urbano, que se produz e se reproduz
de forma desigual, contraditória, expressão e resultado das
desigualdades sociais presentes em nosso pais.” (Carlos,
1992)

21 29/08/2018
A valorização do espaço urbano
 “Em síntese, podemos dizer que, como partimos do pressuposto de
que a cidade é uma construção humana (social e histórica) e não
um bem ofertado ao homem, o solo urbano tem uma natureza
diversa da terra rural onde aparece como meio de produção. O solo
urbano tem valor enquanto produto do trabalho humano, ao
contrário da terra rural que gerará renda. Esse valor do solo urbano
é produto da articulação a localização do “terreno urbano” na
totalidade da cidade”. (CARLOS, 2001)

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Heterogeneidade
 “Bairros Nobres”
 Apartamentos de classe média;
 Sobrados e mansões;
 Ruas pavimentadas, arborizadas, espaçosas.
 Bairros com toda a infraestrutura já implantada.

 Favelas
 Regiões onde não vigora a propriedade privada (terreno público
ou em litígio);
 Sem infraestrutura;
 Ruas sem pavimentação;
 Bairros periféricos e afastados, (hoje existem condomínios de
auto padrão em bairros periféricos e afastados do centro);

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Heterogeneidade
Vila Operária – Ouro Preto, MG

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Heterogeneidade
Vila Operária – Ouro Preto, MG

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Heterogeneidade
Vila dos Engenheiros – Ouro Preto, MG

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Heterogeneidade
Vila dos Engenheiros – Ouro Preto, MG

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Heterogeneidade
Hindalco do Brasil - Ouro Preto, MG

29
Heterogeneidade
Hindalco do Brasil - Ouro Preto, MG

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Heterogeneidade – Paisagem Urbana
A cidade na história

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Heterogeneidade – Paisagem Urbana
A cidade na história

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Heterogeneidade – Paisagem Urbana
A cidade na história

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Heterogeneidade – Paisagem Urbana
A cidade na história

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Heterogeneidade – Paisagem Urbana
A cidade na história

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Heterogeneidade – Paisagem Urbana
A cidade na história

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Heterogeneidade – Paisagem Urbana
A cidade na história

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O espaço urbano
 De acordo com Corrêa (2004), o espaço de uma cidade
capitalista constitui-se no conjunto de diferentes usos da terra
urbana. Este complexo conjunto de usos da terra urbana é o
que os geógrafos e urbanistas denominam de a organização
espacial da cidade ou, simplesmente, o espaço urbano.

 Corrêa (2004), ainda acrescenta que “o espaço urbano é


simultaneamente fragmentado e articulado: cada uma de suas
partes mantém relações espaciais com as demais, ainda que de
intensidade muito variável.” Tais relações se manifestam nos
fluxos de veículos e pessoas, aos deslocamentos quotidianos
entre áreas residenciais e os diversos locais de trabalho, aos
deslocamentos menos frequentes para compras no centro da
cidade ou lojas do bairro, às visitas a parentes e amigos, às idas
ao cinema, cultos religiosos, praias e parques.

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Aspectos referentes à Urbanização
 Algumas cidades tendem a se especializar economicamente.
Dentre atividades setoriais especificamente realizadas por
alguns centros urbanos, pode-se destacar:

 CIDADES POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS;

 CIDADES INDUSTRIAIS;

 CIDADES CULTURAIS (Turísticas; Religiosas e Universitárias);

 CIDADES PORTUÁRIAS;

 CIDADES POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS;

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CIDADES INDUSTRIAIS
 Industriais - Camaçari (Brasil), Córdoba (Argentina), Manchester (Inglaterra),
Dusseldorf (Alemanha).
 ABCD Paulista: é uma região tradicionalmente industrial do estado de São Paulo,
parte da região metropolitana de São Paulo. É formada por sete municípios pelos
municípios de Santo André, São Bernardo, São Caetano e Diadema, Mauá, Ribeirão
Pires e Rio Grande da Serra.

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CIDADES CULTURAIS
 Nesse contexto alguns autores propõem uma
subdivisão em:
 Cidades Religiosas
Veneza (Thinkstock/Flickr)
 Cidades Universitárias
 Cidades Turísticas

Jerusalém (Ammar Awad/Reuters)

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CIDADES CULTURAIS
 Religiosas – Jerusalém (Israel), Meca (Arábia Saudita) e Aparecida do
Norte (Brasil), Santiago de Compostela (Espanha);
Jerusalém (Ammar Awad/Reuters)

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CIDADES CULTURAIS
 Turísticas – Las Vegas (EUA); Ouro Preto (Brasil); Veneza (Itália);
Versalhes (França);

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CIDADES CULTURAIS
 Universitárias – Oxford e Cambridge (Inglaterra);

Cambridge University
(disponível em:https://www.telegraph.co.uk/news/2018/03/30/cambridge-university-
decolonisation-row-spreads-students-target/)

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CIDADES PORTUÁRIAS
 Portuárias – Santos (Brasil), Roterdã (Holanda) e Hamburgo (Alemanha).

Porto de Santos (Santos, São Paulo)


(disponível em: http://www.portodesantos.com.br/)
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CIDADES POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS
 Político-administrativas – Brasília (Brasil), Washington (EUA).

Praça dos Três Poderes (Brasília, DF). (Foto: Tony Winston/Agência Brasília)
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CIDADES QUE CONCENTRAM MAIS DE
UMA ATIVIDADE SETORIAL
 Exemplos: São Paulo (SP); Rio de Janeiro (RJ), Paris (França); Belo Horizonte
(MG)

Cidade Administrativa (Belo Horizonte, MG)


Foto: Créditos: Leo Drumond (Disponível em: https://minasemgerais.com.br)
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A cidade na história
O surgimento das cidades

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A cidade na história
Se, na base de uma simples economia de caça e coleta, todos os membros adultos
do grupo eram obrigados a participar da busca e obtenção de alimento, sob pena
de morrerem de fome se não fizessem, a possibilidade técnica da obtenção de
excedentes propiciava condições para que certos indivíduos se desvinculassem da
produção, dedicando-se a outras funções em caráter “especializado”: fazer a guerra,
cuidar dos serviços religiosos etc. A cidade, em contraposição ao campo, que é de
onde vinham os alimentos, foi se constituindo, paulatinamente, como um local onde
se concentravam os grupos e classes cuja existência, enquanto pessoa não-
diretamente vinculadas às atividades agropastoris, era tornada possível graças à
possibilidade de se produzirem mais alimentos do que o que seria necessário para
alimentar os produtos diretos.

(SOUZA, 2003, p. 44)

49
A cidade na história
 As primeiras estruturas classificáveis como urbanas surgem no
decorrer da chamada Revolução Neolítica ou Agrícola.

 Esse período é caracterizado pelo surgimento de excedentes


agrícolas, produzidos inicialmente por povos que descobriram
técnicas como aração, irrigação, escolha e armazenamento e
sementes, limpeza do terreno, plantio em períodos adequados do
ano, etc.

 Graças a essa descoberta prática da agricultura foram surgindo, aos


poucos assentamentos sedentários e posteriormente os primeiros
centros urbanos.

 Antes do domínio da agricultura, a subsistência do homem,


normalmente nômade, era garantida pela caça, pesca e coleta
vegetal.

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A cidade na história

(Disponível em:
http://www.imagensdobrasil.art.br/produtos/797/3/1/Etnia_Kamayur
%C3%A1_/_Parque_Indigena_do_Xingu#.WsE9fYjwbIU)

(Disponível em:
http://wetu.com/iBrochure/en/Photos/101034/Bushme
n_Initiation_Hunt)

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A cidade na história

Os nômades da Mongólia
(disponível em: http://www.rutas10.com/asia-central-ruta-seda/antiguos-pueblos-nomadas-10575.html)
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A cidade na história
(Disponível em:
https://pt.depositphotos.com/12197674/stock-photo-
indian-agriculture.html)

(Disponível em:
http://panoramacultural.com.co/index.php?option=com
_content&view=article&id=5565:las-culturas-
prehispanicas-desarrollo-de-la-agricultura-y-la-
orfebreria&catid=46&Itemid=173)
53
A cidade na história

“(...) Quando o homem começa a produzir ele muda as suas


relações com o meio. Ele passa a produzir um espaço e nesse
relacionamento ambos começam a se modificar. Nessa evolução
de relações a sociedade cria novas técnicas para o suprimento
de suas necessidades de sobrevivência.” (CARLOS, 2001)

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A cidade na história
“(...) as primeiras cidades surgem como resultado de transformações
sociais gerais – econômicas, tecnológicas, políticas e culturais -, quando,
para além de povoados de agricultores (ou aldeias), que eram pouco
mais que acampamentos permanentes de produtores diretos que se
tornaram sedentários, surgem assentamentos permanentes maiores e
muito mais complexos, que vão abrigar uma ampla população de
não-produtores: governantes (monarcas, aristocratas), funcionários
(como escribas), sacerdotes e guerreiros. A cidade irá, também,
abrigar artesãos especializados, como carpinteiros, ferreiros,
ceramistas, joalheiros, tecelões, construtores navais, os quais
contribuirão com suas manufaturas, para o florescimento do comércio
entre os povos. Em vários sentidos, por conseguinte, a cidade difere do
tipo de assentamento neolítico que a precedeu, menos complexo.”
(SOUZA, 2003)

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O que é cidade?
Definição do dicionário Aurélio
 Povoação que corresponde a uma categoria administrativa (em Portugal,
superior a vila), geralmente caracterizada por um número elevado de
habitantes, por elevada densidade populacional e por determinadas
infraestruturas, cuja maioria da população trabalha na indústria ou nos
serviços.
 2 - Conjunto dos habitantes dessa povoação.
 3 - Parte dessa povoação, com alguma característica específica ou com um
conjunto de edifícios e equipamentos destinados a determinada atividade.
 4 - Vida urbana, por oposição à vida no campo.
 5 - Território independente cujo governo era exercido por cidadãos livres,
na Antiguidade grega.
 6 - Sede de município brasileiro, independentemente do número de
habitantes.
 8 - Parte dessa povoação, com alguma característica específica ou com um
conjunto de edifícios e equipamentos destinados a determinada atividade.
 9 - Vida urbana, por oposição à vida no campo.

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Referências
 CARLOS,Ana Fani A. A cidade. 6ª ed. São Paulo: Contexto, 2001. 98p.

 CORRÊA, R., L., O espaço urbano. São Paulo: Ática, 2004. 94p.

 MUMFORD, Lewis. A cidade na historia: suas origens, transformações e


perspectivas . 4.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998. 741 p.

 SOUZA, Marcelo J. L. ABC do desenvolvimento urbano. 6ª ed. Rio de


Janeiro: Bertrand Brasil, 2011. 190 p.

 VIEIRA, L., C. Ouro Preto e o século XIX: Mito e decadência.

 ZUCCONI, G., A cidade do século XIX. 1ª ed. 1ª reimp. São Paulo:


Pespectiva, 2015. 205p.

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