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Religião x Estado

É pertinente e precisa ser analisado a questão que diz respeito até que
momento é possível ou importante que conceitos religiosos possam interferir nas
decisões do Estado.

Os embates sobre a interferência da Igreja no Estado e vice-versa, foram


grandes. Na Grécia e na Roma aceitava-se os deuses mitológicos, mas não
tinham eles qualquer participação nas decisões do Estado, pois não havia
ingerência religiosa sobre o Estado.

Segundo a Bíblia Jesus proferiu a seguinte frase: “A César o que é de


César e a Deus o que é de Deus” (Mateus 22, 22) quando foi quando foi
questionado se era lícito pagar tributos ao rei. Tal fato deve ser interpretado
como divisão que impera entre Estado e Igreja.

Os conflitos foram constantes na Idade Média. O surgimento do


cristianismo e a conversão dos reis, fez a Igreja ter forte participação nos
negócios do Estado. Vários foram os fatores que levou à separação definitiva de
ambas as instituições, dentre eles a conversão de Constantino (312 a.D.) e
posteriormente os diversos confrontos entre papas e imperadores.

Após o período Imperial, o Brasil adotou a Igreja Católica como religião


oficial:

“Art. 5. A Religião Catholica Apostolica Romana continuará a ser a


Religião do Imperio. Todas as outras Religiões serão permitidas com
seu culto domestico, ou particular em casas para isso destinadas, sem
fórma alguma exterior do Templo.” 1

A separação das instituições se consolidou na Constituição de 1891. O


Brasil tornou-se um Estado Laico, onde há a liberdade de culto e posição de
liberdade religiosa, sem que pudesse haver qualquer interferência das coisas de
uma nas de outro.

Portanto, coisas matérias e terrenas não dizem respeito à Igreja.


Evidente que, nos cultos de qualquer os estabelecimentos religiosos, é possível

1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao24.htm
a interpretação e crítica sobre todos os pontos das denominas escrituras
sagradas. Há plena liberdade de assim proceder.

No entanto, em assuntos de natureza civil, ou seja, comportamento das


pessoas em sociedade, não há que se aceitar qualquer interferência de
ensinamentos religiosos, adequados ou não, em matéria civil.

“Quão pernicioso, quer para a religião, quer para o Estado, é conceder


aos ministros do culto o direito de decretarem o que quer que seja ou
se imiscuírem em assuntos políticos; em contrapartida, haverá muito
mais estabilidade se eles estiverem sujeitos a dar sua opinião só
quando forem interrogados e a limitar sua atividade e o seu ensino
àquilo que é tradicionalmente aceito e consagrado pelo costume. 2 (...)
Quão perigoso é remeter questões de ordem puramente especulativa
para o direito divino e basear leis em opiniões sobre as quais os
homens costumam, ou, pelo menos, podem discutir.”3

Na atual Constituição Federal há perfeita separação de atribuições em


relação a igreja de qualquer culto.

Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos


Municípios: I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-
los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus
representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na
forma da lei, a colaboração de interesse público;

As decisões sobre comportamentos sociais, de que cabe ao Estado


cuidar, nenhuma pode ser a interferência de qualquer Igreja. A matéria de como
lidar com novas identidades é matéria que cabe, exclusivamente, ao Estado.

No que se diz respeito ao “interesse público” pode haver colaboração,


isto é, naquilo que for definido como importante para o poder público.
Recuperação de viciados de drogas, assistência social a pessoas necessitadas,
orientação religiosa em presídios etc. São assuntos nos quais pode ter
interferência religiosa.

Referências

Dias, Maria Berenice. União homoafetiva: o preconceito & a justiça. Editora


Revista dos Tribunais, 2009.

2
SPINOZA. Tratado Teológico- político. p.282.
3
Idem, p.283
OLIVEIRA, Regis Fernandes de. "Homossexualidade: Análise mitológica,
religiosa, filosófica e jurídica. rev. atual. e ampl. São Paulo: Ed." Revista dos
Tribunais, 2013.

SPINOZA, Baruch. Tratado teológico-político. 1982.

Costituição Politica do Imperio do Brazil (de 25 de Março de 1824)


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao24.htm <Acesso
04 de Junho de 2016>

Constituição da Repúclica Federativa do Brasil de 1988


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm

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