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Fr.

Bruno Varriano, ofm

Maria
- Myrhiàm

mãe da humanidade
Maria, mãe da humanidade

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Fr. Bruno Varriano, ofm

A Sua Excelência, Dom Alfio Rapisarda,


arcebispo titular de Canne, ex-núncio apostólico
no Brasil e núncio emérito de Portugal, que
a mim transmitiu o dom do presbiterado,
consagrando os primeiros instantes da minha
vida sacerdotal a Maria!

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Maria, mãe da humanidade

Sumário
Prefácio 9
Introdução 13

1 Maria, mulher hebreia de Nazaré 17


1.1 Maria guardiã da promessa 18
1.2 Mulher do silêncio 22
1.3 Vinda da periferia 25

2 O sim que mudou a sorte da humanidade 29


2.1 E teve medo 33
2.2 Anunciação: escola de humanidade 35
2.3 Maria, humanidade que caminha 38

3 Mãe de Deus na humana casa do pão 45


3.1 Maria, humanidade exaltada 48
3.2 Esperança dos pobres 51
3.3 Protetora dos refugiados 54

4 Na cotidianidade de Nazaré 61
4.1 Maria, esposa de José 63
4.2 Mãe de Jesus 69
4.3 São José, esposo e pai 73

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Fr. Bruno Varriano, ofm

5 Maria, discípula de seu Filho 79


5.1 A mãe de Jesus estava em Caná 82
5.2 Maria, mulher peregrina 85
5.3 A viúva de Nazaré 88

6 Maria no Mistério Pascal 95


6.1 Mulher aos pés da Cruz 97
6.2 Testemunho do terceiro dia 101
6.3 No cenáculo 103
6.4 Assunta ao céu 105

7 Todos as gerações me chamarão bem-aventurada 111


7.1 Maria e o hebraísmo 115
7.2 Maria e o islamismo 117
7.3 Mãe da Igreja 121

8 Maria na vida dos discípulos e da Igreja 125


8.1 Santa Clara de Assis 126
8.2 Santa Teresa de Calcutá 130
8.3 Madre Cecília de Piracicaba 134
8.4 Madre Maria Bernadete de Jesus 137

Conclusão 143
Posfácio 147
Bibliografia 151
Glossário 155
Abreviaturas e siglas 159
Caderno de fotos 162

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Maria, mãe da humanidade

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Prefácio

Maria, Mãe da Humanidade, mas também Maria, Mãe de


humanidade. Fr. Bruno Varriano escolheu este título aberto,
pois ele apresenta Maria como mulher que, na sua cotidiana
humanidade, nos mostra um modelo de humanidade universal,
válido a todos e para todos os tempos. Não porque ela fez
grandes coisas, mas porque permitiu que o Altíssimo fizesse
nela grandes coisas, dentro da sua vida ordinária, de todos os
dias. É interessante, porém, que o livro não apresenta uma
humanidade genérica e nem mesmo uma mulher qualquer.
Maria é a Mãe de Jesus, do Messias, do Salvador, de Deus
que se fez homem “para que o homem seja mais humano” (F.
Hadjadj). Quando falamos de Maria neste contexto, falamos
então que também Jesus, na sua humanidade, se torna próximo
da nossa realidade humana. A relação com Maria nos leva ao
encontro Daquele que é o centro e fim de tudo: Cristo Jesus.

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Maria, mãe da humanidade

Existe um detalhe na tradição hebraica sobre a criação do


homem. No criar o homem, Deus tinha criado por primeiro o
céu e a terra e, depois, todos os elementos celestes e terrestres
em maneira equilibrada. De um lado, todos os elementos
celestes, como o firmamento, o sol, a lua e todos os elementos
que estão no céu. Do outro lado a fauna, a flora e tudo aquilo
que forma a vida terrestre. “No sexto dia (Deus) veio para
criar o homem e disse: ‘Se o criarei me servindo dos elementos
celestes, ele se tornará superior a toda a criação terrestre, porém
a criação é única e assim não existirá a paz no mundo’. Farei
assim, disse Deus Criador: ‘Vou criá-lo me servindo dos dois
elementos, celeste e terrestre, para que tenha paz no mundo’”.
De fato, está escrito: “O Senhor Deus plasmou o homem com
o pó do solo” (Gn 2, 7), então ele pegou do elemento terrestre
e soprou nas narinas do homem o hálito de vida (cf. Gn 2, 7) e
estes são os elementos celestes” (Bereshit Rabbah 12, 8). Nesta
belíssima passagem, a tradição hebraica, dos quais o presente
livro é muito rico, nos diz que o “homem” é o lugar onde o céu
e a terra se encontram.
E diz também que a paz no mundo depende do equilíbrio
do homem. Se o homem em si mesmo faz prevalecer o seu
ser terrestre, se desfazendo dos elementos celestes e espirituais,
não teremos a paz no mundo. E se faz prevalecer os elementos
celestiais e espirituais a despesa daqueles terrestres, também
não teremos a paz. Fr. Bruno, neste livro, simples e claro, nos
mostra como esta Mulher Maria de Nazaré, teve vivo no seu
coração e na sua vida este importante equilíbrio. Fala-nos
desta mulher completamente humana, que viveu como todas
as mulheres hebreias do tempo “terrestre”, como todos nós:
filha, mãe, esposa e, por fim, viúva, que na sua cotidianidade
cultivou e custodiou no seu coração o “Deus” que a criou. No
seu coração e no seu seio virginal. Custodiou nela o divino,

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Fr. Bruno Varriano, ofm

mantendo-se humana. É exatamente isso que o autor do livro


nos leva a compreender nas páginas desta obra.
A Encarnação, que é o coração da fé cristã, se compreende
somente olhando Maria. Somos chamados a fazer dela a
nossa história e, assim, a “Escola de Nazaré” nos continuará
a transmitir através das páginas do Evangelho a verdadeira
“Escola de humanidade”. Estou certo que Fr. Bruno Varriano,
vivendo já há tantos anos no Lugar Santo que guarda o “sim”
de Maria, foi inspirado a escrever no mistério que, pouco a
pouco, se encarnou em seu coração e deixa claro a razão porque
através dos seus livros, ele consegue falar ao coração de tantos
homens e mulheres, cristãos, hebreus e mulçumanos. Sustento
com prazer a leitura deste livro e recomendo a publicação, o
quanto possível, em outras línguas.

Jerusalém, 17 de novembro de 2017.

Dom Pierbattista Pizzaballa, OFM.


Arcebispo Adm. Apostólico
do Patriarcado Latino de Jerusalém

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introdução

Para um filho que ama a própria mãe e procura descrever


a sua beleza, não necessita de muitas palavras. No entanto,
desde quando cheguei a Nazaré, para ser o guardião da casa
de Nossa Senhora e reitor da magnífica basílica dedicada ao
santo mistério da Encarnação, muitos amigos, peregrinos e
confrades me pedem para escrever sobre a Virgem Maria e,
assim, contribuir na reflexão daquele “sim” que mudou a sorte
da humanidade. Depois de uma breve resistência, dou início a
esta obra na tentativa de compreender aquela mulher humana e
santa, que não desprezou mas abraçou a sua historia e realidade,
e viveu a cotidianidade daquele que era o pequeno povoado
de Nazaré, nunca mencionado nas Escrituras. Gostaria, então,
de apresentar Maria de Nazaré na sua humanidade e realidade
concreta procurando colocá-la no seu contexto autêntico,
aquele da Galileia do primeiro século.

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Maria, mãe da humanidade

Nada de extraordinário ou impressionante, mas aquilo


que eu amo chamar simplesmente de “vida ordinária”, que não
quer dizer “insignificante”, ao contrário, ela vive na experiência
humana o evento de trazer no seu seio virginal o “Verbo que se
fez carne”: et Verbum hic caro factus est, e este hic (aqui) tem a sua
morada concreta naquela criatura humana. Com a Encarnação,
foram derrubadas as barreiras e Ele se torna o “Emanuel”,
Deus conosco e, assim, na vida ordinária de Maria de Nazaré,
se realiza a promessa da “arca santa” em nosso meio (cf. 1Rs,
Samuel 5, 1-7). Realmente, tiradas as barreiras, contemplamos
o retrato realístico de Maria no seu contexto religioso, político
e social, tornando-se tão próxima da nossa condição humana.
Partindo dos textos evangélicos, tendo como pano de fundo as
origens hebraicas de Maria e com aquilo que a arqueologia nos
confirma quanto ao contexto físico e social deste santo lugar
onde ela viveu, cresceu e fez crescer o Filho de Deus, vamos
buscar reconstruir a sua existência humana, impermeada do
“divino”, que a exaltou com a sua maternidade divina.
Escrevendo aqui (hic), do lugar onde o “Verbo” se fez Carne,
local da “Kenosis” (abaixamento), de Deus, reconhecendo
o meu limite, pedi o auxílio de Fr. Frédéric Manns OFM,
docente emérito de Sagrada Escritura do Studium Biblicum
Franciscanum de Jerusalém, já decano da mesma faculdade e de
fama internacional entre os melhores conhecedores das fontes
hebraicas do Novo Testamento. A ele o meu agradecimento
pelo encorajamento, proximidade fraterna nas indicações,
correções e supervisão no conteúdo bíblico, fontes hebraicas
e arqueológicas.
Este opúsculo, que me permito de chamar de “livro”, se
articula em oito capítulos. Uma das características de todos
os capítulos do livro é uma oração conclusiva, com a qual o
irmão e irmã, companheiros neste itinerário de conhecimento
da humanidade de Maria e da sua maternidade universal, é

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Fr. Bruno Varriano, ofm

convidado(a) a rezar e deixar-se conduzir pelo Espírito Santo,


para que, através do nosso “sim”, como aquele da Virgem
Maria, o mistério da Encarnação possa continuar em nossas
vidas e o Evangelho posso propagar-se em todos os confins da
Terra.
O primeiro capítulo é o reconhecimento das origens
hebraicas e do contexto histórico de Maria de Nazaré, seguido
dos capítulos que colocam Maria na sua humanidade concreta
de sentimentos, fatos e situações que a fazem modelo de
humanidade e santidade, porém não destacada de nossa
realidade. Assim, estes capítulos aproximam Maria a cada um
de nós, homens e mulheres necessitados de Deus, do Seu olhar,
da Sua salvação. A sua humanidade materna se torna, um
percurso, como afirma os Padres da Igreja, de modo especial
Santo Irineu. Por isso, a maternidade de Maria é um caminho:
Nazaré, Caná de Galileia, Calvário, para se tornar a mãe de
toda humanidade, na maternidade universal.
O quinto capítulo apresenta Maria como discípula de
Seu Filho, aquela que se assemelha à nossa condição. E se
nos parece impossível imitá-la em sua maternidade divina e
santidade imaculada, torna-se acessível seguir o seu exemplo
de peregrina e discípula do Bom Mestre de Nazaré. No sexto
capítulo, Maria, mesmo na sua condição de viúva, não deixou
de seguir o Seu Filho no mistério do sacrifício pascal e de
salvação. No calvário, Jesus compartilha com seus discípulos
o dom de sua mãe. E ela continua presente no Pentecostes da
Igreja, qual mãe do Ressuscitado, unida aos apóstolos na Igreja
e com a Igreja de Jerusalém, na espera confiante do Espírito
prometido pelo Crucificado depois da ascensão ao Pai.
No sétimo capítulo, a nossa reflexão acolhe a humanidade
de Maria na sua profecia: “Todas as gerações me chamarão
bem-aventurada” (Lc 1, 48). Uma maternidade que se
estende a toda humanidade. Aqui, iremos apresentar Maria

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Maria, mãe da humanidade

no diálogo inter-religioso como expressão de nossa abertura


aos nossos irmãos maiores hebreus, e os irmãos mais novos,
os muçulmanos, assim como os amava chamar São João Paulo
II, ao nos recordar que somos todos filhos de Abraão. E da
universalidade da maternidade de Maria, iremos adentrar na
maternidade de Maria para a Igreja, para os discípulos de seu
Filho, para os quais ela é o sustento e intercessora.
Enfim, a obra se conclui no oitavo capítulo, com a
apresentação da humanidade de Maria na vida dos discípulos
e de sua Igreja, privilegiando, mesmo que brevemente, o
exemplo de quatro mulheres: Santa Clara de Assis, Santa Teresa
de Calcutá, Madre Cecília do Coração de Maria e Madre
Maria Bernadete de Jesus, que viveram a vida de Jesus, o seu
Evangelho na Igreja, no modelo de Maria, na sua humanidade
e maternidade por todos os seus filhos. Estes exemplos são em
analogia à narração de São João (cf. Jo 19, 25), no trecho das
quatro mulheres que permaneceram junto à cruz de Cristo,
memória das quatro mães de Israel no Antigo testamento.
Estes exemplos, bem como todo o livro, são um convite para
darmos continuidade a esses ensinamentos em nossas vidas e
refletirmos a imagem de Cristo e o perfume do Seu Evangelho.
Deste modo, iremos a Ele com Maria, que continuamente nos
recorda o que disse nas Bodas de Caná: “Fazei tudo o que Ele
vos disser” (Jo 2, 5).

Nazaré (Israel), 12 de Outubro 2017.


Jubileu dos 300 anos de Aparecida.
800 anos da presença franciscana na Terra Santa

Fr. Bruno Varriano, OFM.

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Maria, mulher
hebreia de Nazaré

Neste primeiro capítulo, me permito chamar Maria de


“mulher hebreia de Nazaré”, partindo da sua história humana no
contexto de Israel. Sem a conjuntura histórica, o conhecimento
de Maria se torna desconceituado. Maria, querida por Deus,
foi inserida em Israel e na Igreja. Para os hebreus era mãe
de um conhecido homem; para a Igreja é o lírio imaculado
a qual oferece a devoção e da qual colhe o perfume para
servir as necessidades da humanidade por todas as gerações.
Para entender Maria como instrumento empenhado do povo
de Deus e como excelência nas mãos de Deus, necessitamos
pensar Maria em sua realidade humana, com suas dificuldades,
e como membro do povo eleito e cooperadora da luta para
levar até os confins da terra a luz do Altíssimo.
Todas as manhãs, quando se levantava, como todas as
filhas de Israel, Maria começava o seu dia bendizendo Deus

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Este livro não termina aqui...Para ler as
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