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O trabalho do jornalista a partir

Artigo recebido em:


20.12.2015 dos processos comunicacionais e
Aprovado em:
26.07.2016 produtivos: di-mensões teóricas
em cenário de flexibilização e
Rafael do Nasci- tensionamentos identitários1
mento Grohmann,
Mestre em Ciências
da Comunicação pela
Rafael do Nascimento Grohmann
Univer-sidade de São
Paulo (USP), dou-
torando no mesmo Resumo
curso e instituição; é
professor do Curso
de Jornalismo da Em um cenário marcado por flexibilização do trabalho e tensionamentos identi-
Faculdade Cásper tários, o artigo pretende um esforço de teorização e compreensão do trabalho do
Líbero, coordenador jornalista prin-cipalmente para além de sua figura “tradicional” (contratado com
adjunto do Mes- carteira assinada em uma grande redação) a partir de três planos distintos e comple-
trado Profissional mentares: 1) o plano da produção, envolvendo teoria do valor e crítica da economia
em Jornalismo do política, além dos tipos de vínculo e relações de trabalho; 2) plataformas e dispo-
FIAM-FAAM (Cen- sitivos enquanto discursos consi-derando a linguagem como trabalho; 3) a “mar-
tro Universitário), ca” identitária resultante do processo considerando subjetividades e performances.
no qual também é Procura-se evidenciar a circulação sígnica e produtiva do trabalho do jornalista por
professor. rafael-ng@ onde circulam os sentidos ideológicos de sua atividade de comunicação e trabalho.
uol.com.br
Palavra-chave:
jornalista; trabalho; comunicação.

Abstract

In a scenario marked by flexible working and identity tensions, the paper intends to
an effort of theorizing and understanding of the work of the journalist in addition
to their “traditional” identity (contracted with a formal contract) from three distinct
and com-plementary plans: 1) the production plan, involving theory of value and
critique of polit-ical economy, in addition to the types of labor relations; 2) platforms
1
and devices while speeches considering language as work; 3) the “brand” identity
Versão inicial do artigo resulting from the pro-cess considering subjectivities and performances. We seek to
apresentada no Congresso
da Sociedade Brasileira highligt the signic and productive circulation of the journalist’s work by circulating
dos Pesquisadores em Jor- where the ideological di-rections of its activity of communication and work.
na-lismo (SBPJor) - 2015
Keywords:
journalist; work; communication.

Estudos em Jornalismo e Mídia


Vol. 13 Nº 1
Janeiro a Junho de 2016,
ISSNe 1984-6924

DOI: 10.5007/1984-6924.2016v13n1p6 6
U
ma das questões a refle- que de-corre somente dos últimos anos.
tir a partir das mudanças Por exemplo, Alzira Abreu (1998) já fala-
no mundo do trabalho va em mudan-ças ocorridas na década de
dos jorna-listas (FIGA- 1970, denominando categorias típicas-i-
RO; NONATO; GROHMANN, 2013) é deais para os jornalis-tas pesquisados:
o tensionamento de uma figura criada e “românticos” e “profissionais”. Contudo,
mitificada como sendo “a” única e possí- essas transformações se in-tensificaram
vel do jornalista (OLIVEIRA, 2005; LO- no cenário brasileiro principalmente
PES, 2013) – mesmo nunca tendo sido, com a racionalização do trabalho pro-
efetivamente, a única: a do jornalista movida principalmente a partir da déca-
que trabalha na redação de uma grande da de 1980 com o chamado Projeto Fo-
empresa de comunicação e que possui lha (2005), com finalidade de intensificar
carteira de trabalho assinada, ou, um métodos de gerenciamento e controle do
“jornalista-funcionário-de-empresa”, de trabalho jornalístico. Segundo Oliveira
mídia, certamente. Com isso, têm apa- (2013, p. 165),
recido diversas terminologias para o jor-
a direção iniciou uma luta declara-
nalista e suas novas funções: blogueiro, da pelo controle do trabalho, ata-
curador, freelancer, independente, em- cando o que considerava ser um
preendedor2 . estado de ‘improvisação constante’
Os dados da pesquisa “Perfil do jor- na redação. Houve, nesse contex-
nalista brasileiro” (MICK; LIMA, 2013) to, todo um esforço para ‘reeducar’,
mostram que 40,3% dos jornalistas tra- treinar a força de trabalho e habituá-
balham fora de empresas de mídia. Já -lo a um novo tipo de prática jorna-
dentre os atuantes, 40,2% não possui car- lística que a empresa preconizava.
teira assinada. Outras pesquisas, como
Fígaro, Nonato e Grohmann (2013), Com isso, representações identitá-
Moura, Pereira e Adghirni (2015), Deuze rias que dialogariam com um fazer artís-
e Witschge (2015), por exemplo, eviden- tico ou do escritor trariam “entraves para
ciam a diversidade de práticas jornalís- a gestão da força de trabalho” (OLIVEI-
ticas. Como afirmam Le Cam, Pereira e RA, 2013, p. 175). Esse trabalhador-jor-
Ruellan (2015, p. 14), “a prática jornalís- nalista proveniente do modo taylorista
tica incorpora novas rotinas advindas de de produção continua existindo. No en-
fora da sua atividade tradicional e que é, tanto, principalmente a partir da década
nesse sentido, construída por um con- de 1980 na Europa e na de 1990 no Bra-
junto de atores heterogêneos que partici- sil, houve uma reestruturação produtiva
pam ativamente da sua elaboração”. Deu- do capital em relação ao mundo do tra-
ze e Witschge (2015) seguem na mesma balho em geral, o que acabou por acarre-
direção: tar “ausência de regulamentação da força
de trabalho, a amplíssima flexibilização
a centralidade da redação nos estudos
de jornalismo fez com que os estudio- do mercado de trabalho e a consequente
sos tendessem a se concentrar na cultura precariza-ção dos trabalhadores, parti-
dos jornalistas a medida que ela emergia cularmente no que concerne aos direitos
nas áreas limitadas de redações e outros sociais” (ANTU-NES, 2001, p. 89-90).
locais centralizados da produção de notí-
Com essa flexibilização do trabalho,
cias, geralmente prestando pouca atenção
nos lugares, espaços, práticas e pessoas principalmente na virada do século, hou-
2
Ressalta-se que essas que estavam à margem dessa delimitação ve uma desterritorialização da produção
questões identitárias não espacial do universo de feitura de notí- (MORAES, 2013), bem como uma indi-
são novas e que já existiam cias (DEUZE; WITSCHGE, 2015, p. 9). vidualização das situações de trabalho e
desde que as figuras do
“intelectual”, do “artista” e uma compressão nas categorias de tem-
do “literato” se aproximam As mudanças no perfil profissional ou po e espaço (HARVEY, 2003). De um
a do jornalista. nas práticas jornalísticas não são algo lado, as redações tradicionais enxugadas.

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De outro, diversificam-se as relações de aplicabilidade em pesquisas empíricas
trabalho, como uma “liberdade” por op- futuras. Ressaltamos que as três dimen-
ção ou por imposição (GROHMANN, sões teóricas aqui eleitas não são esgo-
2012). No meio disso, as mudanças tec- tam, mas apenas “servem para pensar”
nológicas, principalmente a partir dos (CANCLINI, 2001) a partir de questio-
dispositivos móveis, propiciam uma namentos e perguntas, como gradientes,
maior facilidade na produção de material não como estruturas fechadas ou reifi-
jornalístico. Trata-se, segundo Ramonet cadas. Também não possuem intenções
(2012), de uma verdadeira “explosão do idealizadoras ou normativas acerca do
jornalismo”, culminando também em trabalho do jornalista (DEUZE; WITS-
diferentes terminologias, como sem fins CHGE, 2015), servindo apenas como
lucrativos, paywall, jornalismo de dados, pano de fundo para análises envolvendo
pagamentos por clique, video-blogging, e o trabalho do jornalista.
não só nas grandes empresas. De acordo
com Figaro (2014a, p. 35),

nesse cenário, é relevante que se valo-


rizem as diferentes formas de engaja-
um esforço inicial
mento profissional, seja em blogs pes-
soais de informação, em instituições
de um mapa
de diferentes perfis, em coletivos e
associações, assessorias e organizações conceitual para
sociais, quaisquer que sejam as opções
de viabilidade do fazer profissional, o compreensão
teórica do trabalho
importante é disputar a credibilidade
do cidadão. Banalizar esses tipos de

jornalístico
arranjos profissionais, desacreditan-
do-os, fortalece os conglomerados de
mídia que se esforçam por manter o
monopólio do discurso jornalístico.
A base para as dimensões é a circu-
É importante salientar que não se lação dos processos comunicacionais e
trata de colocar na conta da tecnologia o do próprio capital, considerando as ati-
processo de flexibilização e os tensiona- vidades de comunicação de comunica-
mentos identitários, pois fazem parte do ção e trabalho (FIGARO, 2014b) ou os
mundo do trabalho e dos seus processos processos comunicacionais e produtivos
produtivos. Pensamos, assim como Ál- provenientes dessa circulação. Segundo
varo Vieira Pinto (2005), a tecnologia a Williams (2011, p. 69), “a comunicação e
partir do trabalho humano – a tecnolo- os seus meios materiais são intrínsecos a
gia não existe separada de sua produção todas as formas distintamente humanas
material. Nesse sentido, os deslocamen- de trabalho e de organização social, cons-
tos de identidade também aconteceram tituindo-se em elementos indispensáveis
historicamente de acordo com as pró- tanto para as forças produtivas quanto
prias mudanças nos processos produti- para as relações sociais de produção”.
vos. Então, trata-se de refletir sobre o tra-
É a partir da necessidade de compre- balho do jornalista a partir de um “cir-
ensão do trabalho do jornalista conside- cuito de cultura”, como em DuGay, Hall
rando sua complexidade e suas contradi- et al (1997). As dimensões dessa circula-
ções que nasceu a proposta do artigo. Seu ção, então, podem ser definidas a partir
objetivo é um esforço inicial de um mapa do plano da produção, dos discursos e
conceitual para compreensão teórica do das plataformas de trabalho, e por últi-
trabalho jornalístico pensando em sua mo, a esfera mesma da circulação e do

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consumo do trabalho do jorna-lista, con- agência de notícias? Ou é gerente de um
siderando-o como “marca”. grande conglomerado midiático, o que
Wright (1997) chamaria de “localização
contraditória de classe”?
Plano da Produção Considerando as pesquisas recentes
de Figaro, Nonato e Grohmann (2013)
Conjecturar sobre o trabalho do e Mick e Lima (2013), o jornalista, em
jornalista a partir do plano da produ- geral, pode ser considerado a partir das
ção, do modo como aqui colocamos, classes tra-balhadoras a partir da ex-
pode soar redundante. Mas nós não es- pressão “classe-que-vive-do-trabalho”,
távamos falando até o presente momen- de Ricardo Antunes (2001), que inclui a
to sobre a produção? Sim, mas a partir totalidade dos que vendem a sua força de
de uma dimensão contextual (e que até trabalho, seja produtiva ou improdutiva-
poderia ser considerada, portanto, uma mente. Quem está fora dessa definição,
quarta camada) do mundo do trabalho então, são os gestores do capital.
em geral. Aqui queremos nos aprofundar Esta é a dimensão onde o jorna-
em algumas questões: qual é o lugar na lista é visto a partir de suas condições de
produção? Envolve, em primeiro lugar, o trabalho e suas relações de classe con-
efetivo lugar na produção enquanto po- siderando as metamorfoses do capital.
sições de classes no processo produtivo e Nesse sentido, é preciso tomar cuidado
também, em outro plano, a posição “téc- com expressões como “classe criativa”
nica” na produção. (FLORIDA, 2011), “tra-balhadores do
O que significa tomar o trabalho conhecimento” (MOSCO; MCKER-
dos jornalistas a partir das posições e CHER, 2009), pois esses conceitos po-
lutas3 de classes? Quer dizer, de alguma dem se mostrar mais ajustados às pres-
forma, o trabalho pensado a partir da crições do cool capitalism (MCGUIGAN,
produção de mer-cadorias e de questões 2009). Desse modo, se assemelhariam
como força de trabalho, exploração e mais aos discursos dos “promotores da
mais-valia – isto é, em re-lação ao modo revolução da informação que argumen-
de produção capitalista (MARX, 2013; tam a dissolução de classes” (DYER-WI-
HARVEY, 2013; EAGLETON, 2012). A THEFORD, 2015, p. 9). Nesse sentido é
teoria do valor e a crítica da economia que entra o exercício dialético proposto
política, portanto, devem ser considera- por Huws (2014) de ana-lisar os traba-
-das. Segundo Saad-Filho (2011, p. 164), lhadores (no nosso caso, os jornalistas)
“as relações de exploração de classe são a partir da “expressão” e da “ex-propria-
de-terminadas pelo modo de extração de ção”, pois
trabalho excedente dos produtores dire- há um desejo, por parte dos trabalha-
tos”. dores individuais, de fazer algo signifi-
E o jornalista pode ser considerado cativo na vida, produzir uma marca no
um trabalhador produtivo do ponto de mundo, ser reconhecido, apreciado e
vista do capital? Se “enriquece o editor respeitado, de um lado, e por outro, há
que publica as suas obras” (MARX, 2010, a necessidade de uma renda que lhes dê
p. 152) e, então, não detém os meios de os meios de subsistência, a capacidade
produção, sim. Qual o (mais)-valor pro- de se planejar com antecedência, e al-
gum tempo para passar com os entes
duzido por esses jornalistas em suas ati-
queridos. Isso é frequentemente colo-
vidades? Como é vendida sua força de cado como uma contradição entre um
trabalho? Quem expropria a força de tra- movimento por autonomia e uma busca
3 balho de quem? Qual, pois, é seu lugar por estabilidade. Essas contradições são
Lutas essas também se
refletem na dimensão no sistema do capital, ou nas rela-ções jogadas umas contra as outras, como
discursiva do trabalho de classes? Trabalha como pequeno pro- uma complexa dança nas quais as dife-
jornalista, que abordare- prietário, por exemplo, de uma pequena rentes formas de controle empresarial
mos adiante.

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dão origem a diferentes Outro questionamento a ser fei-
formas de resistência por to para compreensão do jornalista en-
parte dos trabalhadores quanto sujeito social pertencente a uma
(HUWS, 2014, p. 124-125). classe é a sua origem social, bem como
a sua trajetória familiar, aos moldes do
A partir disso, podemos observar que Accardo (2007) realizou em sua
que, nas estruturas de posições de clas- pesquisa, pois isso auxilia a investigar
ses, o jornalista, em geral, não possui as condições sociais relacionadas à pró-
as mesmas condições de trabalho dos pria trajetória profissional jornalística.
atendentes de call-center, como mostram Por exemplo, o capital cultural institu-
Braga e Antunes (2009) e o cibertariado cionalizado (BOURDIEU, 2007) em di-
de Huws (2009), mas isso não quer dizer plomas, aprendizado de idiomas, viagens
trata-los como “artistas fora do modo de para cursos no exterior é um fator a ser
produção capitalista”, como bem mostra considerado para análise das condições
Fuchs (2014) em relação aos trabalhado- de trabalho do jornalista. Desse modo,
res do Google, uma das empresas mais evita-se uma “ideolo-gia meritocrática”
louvadas e consumidas simbolicamente (SOUZA, 2010) que naturaliza as práti-
em relação ao trabalho criativo (CA- cas sociais.
SAQUI; RIEGEL, 2009). A despeito do Além disso, em um universo de valo-
trabalho, em certos momentos, se asse- rização de figuras como o “jornalista-em-
melhar a um jogo4 , os trabalhadores re- preendedor” (ROXO; GROHMANN,
latam, em seus discursos (FUCHS, 2014, 2015), naturaliza-se seu possível su-
p. 144-145), longas horas de trabalho, cesso como resultado de “inteligência”,
noites dormidas na própria mesa de tra- “coragem” ou “inovação” (ROSS, 2009),
balho, excessiva pressão para realização ocultando a histo-ricidade e a trajetória
das tarefas e um desequilíbrio entre o de classe do jornalista. Com a intensifi-
tempo de trabalho e o restante da vida. cação da individualização das situações
Trata-se, então, de evitar a glamouriza- de trabalho, faz-se ainda mais necessá-
ção dos trabalhos ditos “flexíveis” e cool, rio pensar o quanto essas desigual-dades
pois, como afirma Fuchs (2013, p. 220), nas trajetórias de classe se relacionam às
“o pós-fordismo não substitui o tayloris- condições de trabalho dos jornalistas.
mo, mas se assemelha mais à sua forma Uma última subdivisão dessa di-
ainda mais sangrenta”. Desnaturalizando mensão da produção, decorrente do que
as condições de trabalho, podemos me- já foi discutido, envolve o entendimento
lhor analisar, então, a precarização do dos tipos de vínculo e relações de tra-
trabalho dos jornalistas. balho na vida do jornalista. Então, são
perguntas pertinentes: essa pessoa rece-

Investigar as
be salário com carteira assinada mesmo
não trabalhando em uma empresa de co-

condições
municação? Qual é a sua função? Traba-
lha como assessor? É gestor, de comuni-

sociais
cação ou outra área? Trabalha com redes
sociais? Ou é um “trabalhador polivalen-

relacionadas à
te”, no sentido forte negativo da palavra,
como um “faz-tudo”, no sentido do cha-

própria trajetória
mado “jornalista multiplataforma” ou
“convergente”?

profissional
No caso de trabalhar como pessoa
jurídica (PJ), é prestador de serviços
Como demonstra o conceito
jornalística
4
para uma empresa ou outra pessoa? Mas
de playbour (play + labour) –
é regularizado ou precisa comprar notas (KÜKLICH, 2005).

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fiscais de tercei-ros? Recebe por projetos e principalmente, segun-
de forma autônoma? Ou é um frila fixo do seu valor de troca (ROS-
– para que a empresa escape de pagar os SI-LANDI, 1985, p. 86).
benefícios previstos na Consolidação das
Leis do Trabalho (CLT) ou por opção do Então, a produção linguística pode
jornalista? Quem lhe paga o salário? Ou- ser considerada como homóloga à pro-
tro jornalista? Uma pequena em-presa dução material pelo valor gerado – pelos
ou startup? Um grande conglomerado? usos sociais dos produtos jornalísticos e
De que área? seu próprio valor-de-troca. É prioritaria-
Ou esse jornalista é pessoa jurídica, mente por meio da linguagem enquanto
mas trabalha para si mesmo? Nesse caso, produção de sentido derivada da ativi-
trabalha sozinho? Emprega outras pesso- dade humana que o jornalista vende sua
as? É dono de uma empresa? Qual o seu força de trabalho. Assim, o produto do
porte? Trabalha em regime de trabalho trabalho jornalístico deve ser analisado a
associativo, como uma cooperativa, as- partir tanto da dimensão da mercadoria
sociação ou ONG? Possui fins lucrativos? quanto da produção de sentido. De algu-
Então, a partir dos questionamentos ma forma, esse produto também revela
acerca do lugar na produção, das ques- as lutas de classes nos processos comu-
tões de mais-valia e exploração, das tra- nicacionais. Segundo Marcondes Filho
jetórias e posições de classes e dos tipos (2009, p. 101), “a luta de classes reprodu-
de vínculos e relações de trabalho, po- z-se no produto: as páginas do jornal e da
demos analisar as condições de trabalho revista, como realidades ‘dialéticas’ e não
dos jornalistas a partir dessa dimensão. monolíticas de produção de significado,
reinscrevem conflitos reais entre em-
pregadores e empregados da empresa”.
Discursos e Plataformas de Traba- Com isso, em alguma medida, consegui-
lho mos compreender os valores ideológicos
presentes no trabalho com a linguagem
Se o plano da produção é o lugar dos jornalistas, pois como afirma Citelli
do “quem produz”, essa segunda dimen- (2004, p. 31), “pode-se (...) ‘ler’ a consci-
são se preocupa com “o que é produzi- ência dos homens através do conjunto de
do por esse alguém”. A matéria-prima signos que a expressa” (CITELLI, 2004,
do trabalho jorna-lístico são os signos, p. 31).
mesmo que sejam os da big data. Trata- No entanto, a notícia não é nem
-se, então, prioritariamente de um traba- nunca foi a única mercadoria vendida
lho com a linguagem (ou da linguagem pelos jornalistas (MARCONDES FI-
como trabalho). LHO, 2009) pela diversidade de narra-
Segundo Rossi-Landi (1985), a tivas, formatos e gêneros desenvolvidos
linguagem é fruto do trabalho humano historicamente, ou seja, pela própria va-
e possui também valor-de-uso – satis- riedade de práticas jornalísticas A per-
fazendo, então, necessidades comunica- gunta, então, passa a ser: quais são as
cionais – e valor-de-troca, dimensões da mercadorias vendidas pelos jornalistas?
mercadoria. Um tweet de 140 caracteres para ser lido
no celular não é a mesma materialidade
Uma vez aceita a concepção da lingua-
discur-siva/linguageira de uma reporta-
gem como trabalho, a primeira hipóte-
se de indagação que se apresenta é que gem para televisão ou de uma cobertura
também as palavras e as expressões ve- audiovisual ao vivo de um protesto para
nham a ser empregadas, e as mensagens a internet. É preciso, pois, conside-
transmitidas e recebidas, não apenas rar os dispositivos comuni-cacionais na
segundo seu valor de uso, mas também, acepção de Maingueneau (2008), que

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considera que “o modo de transporte e com as condições de trabalho dos jorna-
de recepção do enunciado condiciona a lis-tas, bem como seu lugar na produ-
própria constituição do texto, modela o ção e nas estruturas de classes, o plano
gênero do discurso” (MAINGUENEAU, discursivo compreende o trabalho lin-
2008, p. 72). Ou seja, dispositivo tomado guageiro. Enquanto isso, a terceira di-
na produção de sentido da totalidade do mensão pretende com-preender o jorna-
processo comunicacional, procurando lista enquanto marca, e aqui entendemos
analisar quais os sentidos construídos “marca” como lugar de consti-tuição de
por esse produto do trabalho jornalís- identidades e subjetividades, isto é, a
tico? Afinal, os dispositivos fazem par- sua autodenominação para o mundo do
te do fazer jornalístico, de seu processo trabalho, um “uso de si por si mesmo e
produtivo. pelos outros” (SCHWARTZ; DURRIVE,
A partir disso, a presente dimensão 2010).
se preocupa com as plataformas e os dis- Conceber o jornalista enquanto
positivos midiáticos enquanto meios ou marca é compreender a síntese de sua
plataformas de trabalho dos jornalistas. atividade de comunicação e trabalho,
Do que se trata: jornal, rádio, TV, blog, um “uso de si”. De acordo com Schwartz
vlog, alguma rede social, aplicativo, no- e Durrive (2010, p. 70), “é efetivamente
tícia de agência, assessoria? E se for um na atividade de trabalho que se manifes-
blog, por exemplo, de qual tipo é? Profis- ta a dialética do uso de si, ou seja, a ma-
sional, organizacional, grupal (PRIMO, neira singular pela qual os homens e as
2010). E de que tipo é essa mercadoria? mulheres fazem uso deles próprios e da-
Jornalístico? Como são as nar-rativas? quilo que os outros lhe demandam”. Este
Considerando uma análise discursiva do uso de si por si mesmo e pelos outros é o
material produzido por esses jornalis- que lhe confere um lugar no mundo do
-tas, pode-se verificar o que está sendo trabalho jornalístico: sua marca identi-
realizado: quais os seus atributos e crité- tária para o consumidor/leitor, para os
rios? outros jornalistas, enquanto colegas de
Em relação à internet, por exemplo, trabalhos, parceiros ou patrões.
como afirma Deuze (2003), não existe Trata-se do plano onde circulam os
so-mente uma maneira de organização sentidos ideológicos sobre o mundo do
do discurso jornalístico. Por isso, o autor trabalho dos jornalistas e sobre a pró-
fala em “jornalismos on-line”, no plural, pria profissão, como sentidos sígnicos
para marcar essa diversidade discursiva. (enquanto marca) e dos próprios pro-
Trata-se de uma tessitura marcada pela cessos produtivos. É, então, uma sínte-
interatividade? Pelas multitextualidades se dos processos comunicacionais e das
e hipertextualidades (BASTOS, 2010)? suas escolhas e seus valores enquanto
Pelas narrativas transmídia (SCOLA- trabalhador. Qual é a marca? Pode ser
RI, 2015)? Enfim, o que essa dimensão um blogueiro (NONATO, 2015), um
busca evidenciar são as consequências vlogger, um jornalista independente, um
da produção desse material para o tra- jornalista freelancer, um jornalista em-
-balho jornalístico enquanto: a) produ- preendedor, um jornalista gestor ou um
ção de sentido sígnica; b) circulação de jornalista de-sempregado, por exemplo.
mercadorias pensando na reprodução Não se trata somente da função, mas o
do capital. nome reivindicado pelo próprio jorna-
lista, simbolizando seu lugar-de-fala,
podendo também abarcar mais de uma
O Jornalista como Marca denominação.
Dizer que um jornalista é “freelan-
Se o plano da produção se preocupa cer”, “empreendedor” ou “independente”

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pode significar sinônimos para alguém. um aprisionamento visto como
Entretanto, os nomes circulam contextos liberdade. Há pessoas que tive-
ideológicos distintos em relação ao que ram que se ajustar à “cidade por
se espera desses profissionais, enquan- projetos” e deixar de ser celetis-
to atributos e compe-tências desejáveis. tas para não ficar sem emprego
(GROHMANN, 2012, p. 256-257).
É preciso, então, buscar a historicidade
dessa marca na trajetória dos jornalistas
e de quais escolhas e valores essa marca Então, ao desvendar o que há por
é síntese. Algumas perguntas: por que trás da “marca”, podemos revelar as con-
uma pessoa escolhe uma marca e não tradições nos discursos e nas práticas dos
outra? E quando ela convive com várias? próprios jornalistas. No mais, qual seria,
E quando não convive com nenhuma – por exemplo, a diferença entre um jor-
apagando alguns sentidos sobre a sua nalista “empreendedor” e um “indepen-
própria atividade de trabalho? O que isso dente”? Ambos não seriam jornalistas
nos diz sobre o mundo do trabalho dos que não estão nas grandes redações e se-
jornalistas? guirem seus próprios passos?
Em Grohmann (2012), os jornalistas Pois o contexto do jornalista inde-
se declararam freelancers, embora hou- pendente, por exemplo, envolveria, em
vesse, entre eles, uma variedade de situa- certa medida, práticas contra-hegemô-
ções de trabalho: desde o trabalhador que nicas e alternativas ao mainstream dos
vivia apenas de fazer “frilas”, passando grandes conglomerados, fazendo par-
pelo “frila fixo” e pelo jornalista CLT que te de seu campo semântico expressões
fazia frilas de vez em quando. A pergunta como: engajamento político e resis-tên-
é: por que eles se reivindicam o mesmo cia. Enquanto isso, o perfil do jornalis-
estatuto identitário-discursivo? O que ta empreendedor, por hipótese, tende-
diferenciaria, por exemplo, um empre- ria à aproximação ou ao ajustamento às
endedor de um freelancer? Trata-se de prescrições do cool capitalism (MCGUI-
uma “narrativa do eu”. “O sujeito assume GAN, 2009). A ele seriam associadas
identidades diferentes em diferentes mo- expressões como “inovação” e “criativi-
mentos, identidades que não são unifica- dade” em uma gramática que assemelha
das ao redor de um ‘eu’ coerente. Dentro àquela utilizada no mundo dos negócios
de nós há identidades contraditórias” (ROXO; GROHMANN, 2014; 2015).
(HALL, 2006, p. 13). Na pesquisa com os
freelancers, pôde-se observar que os su-

O que diferencia-
jeitos pesquisados se distinguiam entre
“frila por opção” e “frila por imposição”
Quem opta por este caminho o faz por
conta da liberdade e por questões que ria, por exemplo,
incomodavam na “redação”: “redação
era chata”, “redação como nicho de co- um empreendedor
de um freelancer?
bra” ou relação desgastada. Para eles,
a flexibilidade é o maior diferencial da
vida de freelancer, mas por outro lado,
exige “maior engajamento” por parte do
sujeito (“correr atrás”) e uma maior dis- O que é valorizada, então, é a perfor-
ciplina no que tange à organização de mance (EHRENBERG, 2010) no mundo
tempo e trabalho. (...) O “frila por impo-
do trabalho. Dizer-se “desempregado”
sição” seria fruto das relações precárias e
da flexibilização no mundo do trabalho
significa uma valoração negativa em re-
dos jornalistas, é a parcela que não está lação ao ou-tro. Nesse sentido, segundo
“ajustada-integrada” e feliz. Por vezes, é Ehrenbeg (2010, p. 95), “o indivíduo é

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exatamente um recurso no sentido em ção e trabalho dos jornalistas – e, portan-
que é apreendido como um capital hu- to, dimensões que se articulam a partir
mano, um potencial de desen-volvi- da circulação de sentidos simbólicos e na
mento que permite aumentar seu valor, circulação do próprio capital. Procura-se
melhor gerir seu trabalho e suas relações evi-denciar, então, a circulação sígnica e
com os outros”. produtiva do trabalho do jornalista por
Com isso, há o consumo dessa per- onde circu-lam os sentidos ideológicos
formance no trabalho pelos outros, o que de sua atividade de comunicação e tra-
Schwartz e Durrive (2010) chamam de balho.
“uso de si pelos outros”. Como, então, é Procurando, então, abarcar a va-
visto e consumido o trabalho do jorna- riedade de práticas jornalísticas, para
lista pelo outro, tanto profissionais quan-
além do estatuto tradicional do traba-
to leitores, usuá-rios, telespectadores oulho do jornalista, elegemos três planos
quaisquer terminologias que designem que podem servir como base para pes-
o receptor? O jornalista, nesse sentido, équisas empíricas, a saber: a) o plano da
visto a partir da circulação de sentidos. produção, envolvendo teoria do valor,
A presente dimensão teórica, então, nos crítica da economia política, trajetória
auxilia na compreensão do trabalho do dos sujeitos, tipos de vínculos e relações
jornalista enquanto identidades, perfor- de trabalho, isto é, os arranjos para seu
mances e formação de subjetividades, sustento; b) os produtos do trabalho do
por onde circulam ideologias enquanto jornalista, ou seja, narrativas, lingua-
valores, escolhas e posicionamentos en- gens, discursos, plataformas, dispositi-
quanto sujeitos sociais, estando inserida vos; c) a “marca” identitária resultante do
também aí a discussão ética. processo produtivo – como o jornalista
se vê em meio ao mundo do trabalho,
considerando que denominações como
Considerações Finais “independente”, “alternativo”, “empreen-
dedor”, por exemplo, circulam com di-
Tomando por base os processos ferentes sentidos no mundo do trabalho
comunicacionais e produtivos enquan- dos jornalistas. Esse esforço de teoriza-
to totali-dades, pensamos as dimensões ção é, pois, também uma proposta me-
a partir de um circuito que considere os todológica – não um modelo ou algo que
entrelaçamentos entre produção-consu- se proponha como “verdade absoluta”,
mo (DUGAY, HALL et ali, 1997). Por- mas uma dentre outras propostas – para
tanto, são três planos distintos enquanto compreensão do trabalho jornalístico, de
gradientes, mas que fazem parte de uma forma a não naturalizar ou negligenciar
totalidade das atividades de comunica- práticas profissionais.

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