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RESUMO
1 INTRODUÇÃO
do homem, sendo fruto do estado de pecado. Mas mostra que a luz do Evangelho
deve ser transformadora não apenas na esfera espiritual, mas também em relação à
problemática social. Nesse sentido, a igreja deve agir diretamente, por meio de
iniciativas para suprir as pessoas com bens e serviços que lhe foram negados pelo
poder público, ao mesmo tempo em que age indiretamente, influenciando os
poderes instituídos para que percebam seu dever social.
Berkhof (2009) cita Ef 1.22; 3.10, 21; 5.23-25, 27, 32; Cl 1.18, 24 afirmando
que o termo igreja se refere ao conjunto de fiéis, tanto na terra como no céu, em
qualquer lugar que se reúnam ou se unam em nome de Cristo. Na terra, a igreja é
militante, e no céu se torna triunfante.
A função social da igreja fica clara com o impasse que ocorreu na igreja
primitiva, onde pessoas da comunidade chegaram a ameaçar o trabalho pastoral
dos apóstolos com demandas sociais. Com isso, foram instituídos os diáconos, que
seriam responsáveis pelos trabalhos sociais. Devido a isso, fala-se em uma função
diaconal da própria igreja.
corpo de Cristo. Assim, fica evidenciado que o conceito de igreja construído desde
sua fundação em Cristo até os tempos modernos implica em sua responsabilidade
social.
social.
evangelismo e ação social não é a mesma coisa, mas também não são coisas
opostas. São duas dimensões de uma mesma missão que interagem e se
complementam.
O Pacto de Lausane discutiu com profundidade o papel social e político da
igreja, tomando o cuidado de manter a sobriedade em relação ao papel espiritual,
sem com isso comprometer a ação social:
Uma das principais dificuldades das igrejas que desejam desenvolver sua
missão integral está no entendimento do conceito de projeto social e na elaboração
desses projetos. Muitos pastores limitam-se à captação e distribuição de donativos,
imaginando que essa é a função social da igreja. Outros consideram o serviço
diaconal como suficiente para compor o “departamento de ação social” da igreja,
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Armani (2000, p. 18) define projeto social como sendo “uma ação social
planejada, estruturada em objetivos, resultados e atividades, baseados em uma
quantidade limitada de recursos (...) e de tempo”. Portanto, bem distante do senso
comum que permeia a maioria das igrejas, onde essas ações são feitas de forma
empírica e simbólica, sem nenhuma preocupação com resultados concretos.
Uma idéia que fica evidente no conceito de Armani é a limitação de recursos
e de tempo. Um projeto deve ter como finalidade realizar ações para cumprir metas
que levam ao alcance de objetivos. Por isso, deve ter planejamento,
desenvolvimento, monitoramento e encerramento - PDCA. Segundo LIMA (2006) o
Ciclo PDCA é uma ferramenta utilizada para a aplicação das ações de controle dos
processos, tal como estabelecimento da “diretriz de controle”, planejamento da
qualidade, manutenção de padrões e alteração da diretriz de controle, ou seja,
realizar melhorias.
O conceito apresentado por Lima a partir da gestão de uma empresa
automobilística pode ser aplicado a todo tipo de projeto. Um projeto se orienta por
números. Para intervir de forma positiva na comunidade, a igreja deve identificar de
forma numérica as necessidades, os alvos, os recursos, o tempo necessário de
ação, o número de colaboradores, dentre outros fatores. Esses números são
indicadores que vão definir a natureza e o tamanho do projeto.
Indicadores são medidas, de ordem quantitativa ou qualitativa, dotadas de
significado particular e utilizadas para organizar e captar as informações relevantes
dos elementos que compõem o objeto da intervenção (GONZALES, 2009). São
recursos metodológicos que identificam o andamento dos fenômenos que estão sob
observação ou intervenção. Boas fontes de indicadores são as bases de dados
governamentais (site da prefeitura, IBGE, sites do governo estadual e federal).
Análise de estatísticas da igreja ou pesquisas bem conduzidas na comunidade
também podem gerar indicadores.
Dessa forma, a igreja deve seguir alguns passos ao elaborar seus projetos
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3.1.4 Autoestima
3.1.5 Auto-realização
A igreja pode lançar mão de diversas fontes para alavancar recursos para
seus projetos. A diversidade de fontes depende da natureza do projeto e da forma de
organização da igreja. Se a igreja pretende investir em projetos sociais, o primeiro
passo é adequar seu estatuto e se organizar internamente, com bons instrumentos
de gestão, como planejamento, monitoramento e sistemas eficientes de avaliação de
resultados. Feito isso, está aberto o caminho para investir em projetos sociais.
O Código Civil Brasileiro, Lei 10.406/2002, define os tipos de pessoa jurídica.
No Art. 40, aponta que “as pessoas jurídicas são de direito público, interno ou
externo, e de direito privado”. No inciso IV, cita as organizações religiosas, com
base na Lei nº 10.825, de 22.12.2003. Dessa forma, toda igreja precisa ter um
estatuto que define suas regras de funcionamento e suas obrigações civis.
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Por ser uma organização religiosa, uma igreja tem interesses que podem ser
contrários ao interesse público. As igrejas tratam as pessoas de forma excludente,
quando privilegiam seus membros e excluem quem não é membro de suas ações
sociais, por exemplo. Devido a isso, muitos recursos governamentais ou
empresariais não podem ser destinados a organizações religiosas.
O poder público municipal não pode fazer parceria diretamente com uma
igreja, por exemplo, pois há conflito de interesse entre a igreja e o poder público.
Enquanto que o município dirige suas ações para toda a comunidade, a igreja tende
a privilegiar seus fiéis. Isso mostra que uma igreja que pretende atuar no setor social
precisa rever seus conceitos de inclusividade.
Devido a isso, para captar recursos do governo ou de empresas
beneficiadas com renúncia fiscal, a igreja precisa organizar uma associação com
estatuto próprio, com diretoria, CNPJ, conselho fiscal e objetivos diferentes dos da
igreja. Essas associações não podem remunerar seus diretores, não podem limitar
seu campo de ação somente aos membros da igreja e não podem visar lucro.
Dessa forma, são possíveis fontes de recursos para os projetos sociais, se
tiver uma associação:
a) convênios de subvenção social com órgãos públicos municipais,
estaduais e federais;
b) convênios de parceria com órgãos públicos para realização de serviços
públicos (educação, saúde, meio ambiente, habitação, esportes, cultura, etc);
c) doações de empresas com desconto em impostos (ISS, ICMS, Imposto de
Renda, dependendo de algumas condições);
d) parcerias empresariais visando lucro (se for uma cooperativa ou se tiver
inscrição estadual e municipal). Nesse caso perde uma parte dos benefícios de
isenção fiscal.
Se a igreja não tiver uma associação com CNPJ próprio e não se adequar
ao conceito de organização social sem fins lucrativos, pode captar recursos da
seguinte forma:
a) doações de empresas ou de pessoas físicas sem dedução nos impostos;
b) patrocínio de projetos como parceria publicitária;
c) comercialização de natureza filantrópica de bens e serviços (jantares,
venda de objetos, eventos em geral, publicações, etc.).
Observa-se que nesse caso a igreja tem mais autonomia, pode restringir
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seus objetivos, mas também tem seu campo de captação de recursos restrito. Seja
qual for a forma de captação de recursos, a igreja ou a associação a ela ligada deve
zelar pela transparência e pela documentação de tudo o que faz para fins de
prestação de contas.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
5 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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Presbiteriana, 1990.
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2011.
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2014.
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STOTT, John R. W. O cristão em uma sociedade não cristã. Niterói: Vinde, 1989.