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e Semicondutores
Materiais elétricos e
semicondutores
Presidente
Rodrigo Galindo
Conselho Acadêmico
Dieter S. S. Paiva
Camila Cardoso Rotella
Emanuel Santana
Alberto S. Santana
Lidiane Cristina Vivaldini Olo
Cristiane Lisandra Danna
Danielly Nunes Andrade Noé
Ana Lucia Jankovic Barduchi
Grasiele Aparecida Lourenço
Paulo Heraldo Costa do Valle
Thatiane Cristina dos Santos de Carvalho Ribeiro
Revisor Técnico
Ruy Flávio de Oliveira
Editoração
Emanuel Santana
Lidiane Cristina Vivaldini Olo
Cristiane Lisandra Danna
André Augusto de Andrade Ramos
Erick Silva Griep
Adilson Braga Fontes
Diogo Ribeiro Garcia
eGTB Editora
ISBN 978-85-8482-549-3
CDD 621.31042
2017
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Sumário
Com o estudo proposto nesse material didático objetiva-se que você, estudante
de engenharia, compreenda e diferencie os diversos materiais utilizados em
equipamentos e componentes elétricos e magnéticos, a partir da consideração
das propriedades de cada tipo de material as suas propriedades estruturais. Dentre
esses tipos de materiais destacamos os metais, as cerâmicas, os polímeros e os
semicondutores.
Assim, espera-se que ao final desse estudo você compreenda como diferentes
fatores, sobretudo os relacionados à estrutura do material, influenciam suas
propriedades, principalmente, propriedades elétricas, térmicas e magnéticas,
que são focos do estudo proposto. Para você, como futuro engenheiro, esses
conhecimentos são fundamentais para a elaboração de projetos e seleção de
materiais.
Bons estudos!
Objetivos de aprendizagem:
Com essa unidade, objetiva-se que você apreenda que a estrutura atômica
de materiais sólidos está relacionada às propriedades mais relevantes desses
tipos de materiais, sendo que, dentre essas propriedades, destacamos as
elétricas e térmicas.
Introdução à unidade
Além disso, nessa unidade, veremos que as propriedades de alguns materiais estão
diretamente relacionadas as suas estruturas cristalinas.
Seção 1
Estrutura atômica
Introdução à seção
Para falarmos sobre propriedades térmicas, é preciso ter bem clara a ideia de
calor e de temperatura. Para conhecer esse assunto, acesse: <http://fisica.
ufpr.br/grimm/aposmeteo/cap3/cap3-1.html>. Acesso em: 11 ago. 2016.
3000
resistência = 1, 7 ×10−6 ⋅ = 0, 65
( 0,1)
2
Além dessas propriedades, vale destacar que existe ainda um fator determinante
no momento do engenheiro realizar a escolha por um determinado material para
uma certa atividade: o custo desse material. Nesse mesmo fator, considera-se, ainda,
a vida útil do material.
- Metais: essa primeira categoria envolve os materiais que são constituídos por
pelo menos um elemento metálico. Isso não significa que em suas composições
não possa ter outros tipos de elementos, porém quando estes também fazem parte
da composição, são em quantidades pequenas se comparadas à quantidade de
elementos metálicos.
Nos metais, os átomos são organizados de modo ordenado e são densos. Por
isso, quanto as suas propriedades mecânicas, os metais constituem materiais rígidos,
o que não impede que estes possam ser deformados sem fratura. Devido a essa
propriedade mecânica, os metais são amplamente aplicados em estruturas.
Além das três categorias apresentadas, existe uma quarta que, de certa
forma, enquadra-se nas categorias já apresentadas: metais, cerâmicas e
polímeros. São os compósitos, que se enquadram nas demais categorias
porque são materiais compostos por dois ou mais materiais individuais,
de modo a tentar combinar as melhores características de cada material.
São exemplos do compósitos as fibras de vidro e os polímeros reforçados
por fibras de carbono. Saiba mais sobre os compósitos, acessando o link
disponível em: <http://www.almaco.org.br/compositos.cfm>. Acesso
em: 11 ago. 2016.
Entre as principais características dos metais, as quais boa parte serão exploradas
no decorrer dessa subseção, Schmidt (1979) cita:
b) A opacidade;
É importante ressaltar que cada sólido apresenta uma forma cristalina específica,
ou seja, uma estrutura em que seus átomos, íons ou moléculas estão arranjados
espacialmente.
Sobre essas estruturas cristalinas, temos que os átomos, ou íons, são tomados
como esferas sólidas com diâmetros específicos. Nesse modelo, as esferas que
representam os átomos mais próximos se tocam entre si. Quando o arranjo
tridimensional de pontos coincide com as posições dos átomos ou com os centros
das esferas, designamos a estrutura cristalina como rede cristalina.
Na Figura 1.1, o item (a) é uma representação de uma célula unitária por meio de
esferas rígidas. Células unitárias são entidades que se repetem na estrutura cristalina.
O item (b) é a representação de uma célula unitária por esferas reduzidas e no item
(c) temos a representação de um agregado de muitos átomos.
A estrutura cúbica de faces centradas é a estrutura que possui uma célula unitária
com estrutura cúbica. Assim, os átomos estão dispostos em cada um dos vértices e
nos centros de todas as faces do cubo. Possuem esse tipo de estrutura cristalina, por
exemplo, o ouro, a prata, o alumínio e o cobre.
Na Figura 1.1 (a), observamos um modelo de esferas rígidas para a célula unitária
cúbica de faces centradas. Já no item (b) da mesma figura, evidenciamos um átomo
em cada vértice da célula unitária, um no centro de cada face e nenhum no centro
do cubo, e, no item (c) temos a seção de um cristal formado por múltiplas células
unitárias cúbicas de faces centradas.
Perceba na Figura 1.1 que as esferas se tocam ao longo de uma diagonal da face.
Matematicamente, podemos relacionar o comprimento da aresta do cubo a e o raio
atômico R pela seguinte expressão:
a = 2R 2
Note que os átomos se tocam ao longo de uma diagonal na face do cubo, cujo
comprimento vale 4R.
a ² + a ² = (4 R )²
a = 2R 2
VC= a=
³ (2 R 2 )³ = 16 R ³ 2
parte de trás e mais quatro átomos de faces equivalentes que estão localizados na
outra célula unitária mais próxima, na parte da frente.
O fator de empacotamento atômico (FEA) pode ser entendido como a razão entre
o somatório dos volumes das esferas que representam os átomos que compõem o
interior de uma célula unitária e o volume de uma única célula unitária.
4
Considerando que o volume para uma esfera é ≠ R³ e considerando que cada
3
célula unitária CFC possui quatro átomos, matematicamente podemos escrever:
4 16
VE = (4) π R ³ → VE = π R ³
3 3
VC = 16 R ³ 2
Assim, podemos concluir que o fator de empacotamento atômico (FEA) para a
estrutura cristalina CFC é de 0,74, pois:
4
(4) π R ³
FEA = 3 = 0, 74
16 R ³ 2
Esse resultado indica o máximo empacotamento que é possível, considerando
esferas de mesmos diâmetros.
rígidas, mas de esferas reduzidas. Por fim, em 1.3 (c), observamos um conjunto de
esferas que representam a estrutura cristalina CCC.
Por fim, outra estrutura cristalina é a hexagonal compacta (HC). Essa estrutura
se diferencia das demais, sobretudo, por ser um tipo de estrutura que possui célula
unitária cuja simetria não é cúbica, mas possui célula unitária de simetria hexagonal.
A figura a seguir ilustra essa estrutura cristalina.
A tabela a seguir traz a categorização dos principais metais puros, de acordo com
suas estruturas cristalinas.
Estrutura Metal
CFC Ag, Al, Au, Ca, Co-β, Cu, Fe-γ, Ni, Pb, Pd, Pt, Rh, Sr
HC Be, Cd, Co-α, Hf-α, Mg, Os, Re, Ru, Ti-α, Y, Zn, Zr-α
CCC Ba, Cr, Cs, Fe-α, Fe-δ, Hf-β, K, Li, Mo, Na, Nb, Rb, Ta, Ti-β, V, Zr-β
Em que:
Como vimos no estudo das estruturas cristalinas, uma molécula tem uma
regularidade estrutural, seja de simetria cúbica ou hexagonal. Essa regularidade
decorre de ligações covalentes que determinam um número de vizinhos para cada
átomo, bem como suas localizações espaciais.
De acordo com Rolim (2002, p. 6), “A maioria dos materiais de interesse para
os engenheiros tem arranjos atômicos que se repetem nas três dimensões de uma
Além das estruturas cúbicas e hexagonais, Rolim (2002) destaca outros cinco
tipos principais de cristais: tetragonal, ortorrômbico, monoclínico, triclínico e
romboédrico. Entre esses tipos, ainda podem ser acrescentados alguns subgrupos,
os quais podem ser observados na figura a seguir.
a) 8,89 g/cm³.
b) 8,94 g/cm³.
c) 8,98 g/cm³.
d) 9,09 g/cm³.
e) 9,19 g/cm³.
Seção 2
Introdução à seção
V = I ⋅R
Fonte: <http://docplayer.com.br/8611879-Universidade-do-estado-de-santa-catarina-centro-de-ciencias-tecnologicas-
departamento-de-engenharia-mecanica.html>. Acesso em: 12 ago. 2016.
Fonte: <http://professor.ufabc.edu.br/~jeverson.teodoro/archives/bc1105/2015-2/Aula_MSP10_Propriedades_El%C3%A9tricas_
Materiais.pdf>. Acesso em: 12 ago. 2016.
Esperamos que até esse momento você tenha compreendido que a condutividade
elétrica diz respeito ao movimento de cargas elétricas de uma posição para outra.
Tal movimento é provocado por um campo elétrico aplicado externamente.
A carga tem que ser transportada por íons ou elétrons e essa mobilidade depende
do tipo do material, se é condutor, semicondutor ou isolante.
Vamos dar início ao estudo desses dois tipos de conduções nas próximas
subseções.
A condução eletrônica é a que ocorre na maioria dos materiais, sendo este o tipo
de condução que ocorre em todos os materiais condutores, semicondutores e em
alguns materiais isolantes.
Nessa figura, perceba que a partir da aproximação, cada um dos estados atômicos
1s e 2s se divide, formando, assim, uma banda de energia eletrônica que consiste em
12 estados. Cada um desses estados de energia tem a capacidade de acomodar dois
elétrons de spins com sentidos opostos.
Figura 1.9 | Representação esquemática da energia eletrônica em função da separação
entre átomos correspondente a um agregado de 12 átomos (N = 12)
Fonte: <http://professor.ufabc.edu.br/~jeverson.teodoro/archives/bc1105/2016-3/Aula_MSP10_Propriedades_El%C3%A9tricas_
Materiais.pdf>. Acesso em: 12 ago. 2016.
Fonte: <http://professor.ufabc.edu.br/~jeverson.teodoro/archives/bc1105/2016-3/Aula_MSP10_Propriedades_El%C3%A9tricas_
Materiais.pdf>. Acesso em: 12 ago. 2016.
Fonte: <http://professor.ufabc.edu.br/~jeverson.teodoro/archives/bc1105/2016-3/Aula_MSP10_Propriedades_El%C3%A9tricas_
Materiais.pdf>. Acesso em: 2016.
As bandas (c) e (d) são bastante semelhantes. Nelas, a banda de valência, que está
totalmente preenchida com elétrons, está separada de uma banda de condução vazia.
Entre essas duas bandas existe um espaço entre bandas de energia.
Os elétrons livres estão presentes, em geral, nos metais, que são considerados
como bons condutores. O elétron torna-se livre quando é excitado de maneira que
possa migrar para um dos estados de energia vazios e disponíveis acima da energia
de Fermi.
Para os metais, classificados nas estruturas de banda (a) e (b), existem estados de
energias vazios adjacentes ao estado preenchido e, assim, pouco energia é necessária
para tornar os elétrons livres. Logo, a energia que o campo elétrico externo proporciona
é o suficiente para excitar um grande número de elétrons. Esse número elevado de
elétrons livres está diretamente relacionado a uma alta condutividade.
a energia de excitação não vem de fontes elétricas, mas de fontes de calor (são
termicamente excitados). Essa relação entre espaçamento entre bandas, calor e
condutividade elétrica é inversamente proporcional, “quanto maior for o espaçamento
entre as bandas, menor será a condutividade elétrica em uma dada temperatura”
(CALLISTER; RETHWISH, 2015, p. 619).
Diante de tudo que já foi abordado até aqui, destacando o estudo sobre os metais,
os quais são, em sua maioria, considerados como bons condutores, vamos dar início
à abordagem sobre a condução nos metais em termos de resistividade, o que pode
ser entendido como o inverso da condutividade.
σ = n e µe
Em que:
σ = n e µ e + p e µb
Em que:
n e ( µ e + µb ) = p e ( µ e + µb )
Logo,
σ = ni e ( µe + µb )
Resolução:
σ = ni e ( µe + µb )
σ = (4 ×1019 )(1, 6 ×10−19 )(0, 06 + 0, 022)
σ = 0, 52(Ω ⋅ m) −1
σ ≅ p e µe
Essa relação descreve a condutividade dos semicondutores extrínsecos (do tipo p).
Em que:
O material dielétrico pode ser entendido como um isolante elétrico que exibe ou
pode vir a exibir uma estrutura de dipolo elétrico.
Q
C=
V
a) A capacitância.
Resolução:
A
C =∈
l
(6, 45 ×10−4 )
C = (5, 31×10−11 )
(2 ×10−3 )
C = (5, 31×10−11 )(0, 3225)
C = 1, 71× 10−11 F
<http://www.labspot.ufsc.br/~jackie/cap4_new.pdf>;
<http://www.foz.unioeste.br/~lamat/downmateriais/materiaiscap18.
pdf>. Acesso em: 13 ago. 2016.
Tal como você já deve ter estudado em Física, quando o material é submetido
a uma elevação de temperatura, a energia em forma de calor pode ser absorvida,
apresentando um aumento de temperatura e de suas dimensões (dilatação térmica).
Essa mesma expressão pode ser entendida para os casos de dilatação superficial
e volumétrica, em que ao invés de considerar l e l0 , consideramos A e A0 (área
final e área inicial) e V e V0 (volume final e inicial), respectivamente.
Tabela 1.3 | Variação do coeficiente de dilatação linear para diferentes tipos de materiais
É importante observar que no caso de ligas metálicas existe uma queda no valor
da condutividade térmica porque os átomos de impurezas que são adicionados
atuam como centro de espalhamento, o que reduz a eficiência do movimento
dos elétrons. Pelo mesmo motivo, as ligas metálicas apresentam uma queda na
condutividade elétrica.
Por fim, outra fonte que podemos citar são os choques térmicos de materiais
frágeis que estão relacionados às fraturas de um corpo devido a tensões térmicas
induzidas por variações de temperatura que ocorrem com rapidez.
Bons estudos!
Referências
Materiais condutores,
semicondutores e isolantes
Objetivos de aprendizagem:
Introdução à unidade
Na primeira unidade desse material, você já teve uma prévia sobre o estudo de
diferentes tipos de materiais, em que destacamos a forma estrutural atômica (ou
molecular) e como essa forma estrutural influencia na condutividade e resistividade
elétrica e térmica de cada material.
Seção 1
Introdução à seção
Tal como você já estudou na primeira unidade desse material, os materiais
sólidos são agrupados, em geral, em três categorias: metais, cerâmicas e polímeros.
Essa classificação é realizada com base na estrutura atômica e nas propriedades
químicas de cada material, o que lhe conferem suas propriedades específicas.
Essas propriedades podem ser de ordem mecânica, elétrica, térmica, magnética,
óptica e de deterioração. Em nosso estudo, nosso enfoque principal tem sido
nas propriedades elétricas e, em alguns casos, nas propriedades térmicas, porém,
considerando estas relacionadas às elétricas.
não são tão precisas quanto na teoria. Isso significa dizer que nem condutores e
nem isolantes são totalmente satisfatórios.
Como você já sabe, os metais são bons condutores elétricos, mas não são
apenas materiais sólidos que apresentam boa condutividade elétrica, é possível notar
esse fenômeno em líquidos e, dependendo de alguns casos, também em gasosos.
Um bom exemplo que condutor líquido é o mercúrio, que também é um metal,
mas que em condições normais, ou seja, em temperatura ambiente, encontra-se no
estado líquido. No estado gasoso, podemos considerar como exemplo a abertura
instantânea de circuitos elétricos (SCHMIDT, 1979).
Ainda na Figura 2.1, note que na primeira imagem menciona-se “sem ddp” e, na
segunda, “com ddp”. Essa sigla corresponde à diferença de potencial elétrico, que é
provocada a partir da aplicação de energia externa ao material sólido.
Além disso, devido a essa mesma característica é que podemos afirmar que os
bons condutores são, ao mesmo tempo, materiais com baixa resistência elétrica.
Sobre a estrutura dos metais sólidos, já sabemos que são considerados como
cristalinos, sendo estruturados por átomos dispostos regularmente. Essa disposição
pode ser no formato de um cubo de elemento central, do um cubo de face central
ou de um hexágono fechado.
Assim, tal como você já se iniciou nessa abordagem, os materiais condutores têm
como características principais as suas propriedades elétricas e térmicas. Sobre esses
conceitos, já apresentamos a ideia de corrente, de condutividade e de resistividade elétrica
e condutividade térmica. Agora, vamos explorar um pouco mais sobre as ligas metálicas.
Para evitar que equipamentos compostos por metais sofram danos quando
submetidos a temperaturas elevadas, faz-se necessário conhecer as características
de resistividade térmica de cada metal, para melhor selecionar que material utilizar
na construção desse equipamento.
• h é a unidade linear.
Para materiais puros, temos para a resistência térmica específica ρT valores baixos,
enquanto que para as ligas metálicas esse valor é relativamente mais alto.
Veja um exemplo:
Resolução:
Ainda sobre ligas metálicas, quando há o contato entre dois metais distintos, cria-
se uma diferença de potencial (ddp) entre as superfícies de ambos. Isso acontece
devido às diferenças entre as nuvens de elétrons de cada um desses materiais, o que
ocasiona diferenças na pressão interna.
K K T1l η0 A KT η
U = UB −U A + ln + U A + U B + 2 ln 0 B
e η0 B e η0 A
ou
K η
U= (T1 − T2 ) ln 0 A
e η0 B
U = A(T1 − T2 )
Em que:
• e = carga de um elétron;
Note que a expressão dada é muito próxima daquela estudada na primeira unidade,
segunda seção, para determinação de tensão térmica criada por aquecimento, em
que você pode conhecer um exemplo e realizar algumas atividades.
Tal fenômeno consiste em, a partir de um condutor, por meio do qual circula
uma corrente, aplicar do seu lado de maior comprimento um campo magnético
uniforme. Assim, provoca-se o deslocamento de elétrons em direção perpendicular
ao campo magnético.
Na Figura 2.4, você pode observar que os portadores de carga principais são os
elétrons e que estes se acumulam do lado esquerdo da barra (IBACH; LÜTH, 2009).
Ainda, nessa mesma figura, note que temos um esquema de uma barra metálica
que, em resposta a um campo elétrico, os elétrons se deslocam na direção x, o que
provoca o surgimento da corrente Ix. Na direção z, visualizamos a aplicação de um
campo magnético, cuja força resultante dessa aplicação e que age sobre os elétrons
majoritários, faz com que estes se desloquem na direção y, no sentido da esquerda.
RH I x Bz
VH =
d
Em que:
• RH é o coeficiente de Hall, que é uma constante com valor específico para cada
material;
• Ix é a corrente originada;
• d é a espessura da amostra.
µe = RH σ
Resolução:
−4, 74 ⋅10−10
VH =
15 ⋅10−3
VH = −3,16 ⋅10−8V
Vale destacar que nem sempre o material de maior condutividade elétrica deve
ser o escolhido para uma dada situação. Isso porque cada material apresenta diversas
propriedades além de elétrica e térmica, tais como, luminosa, mecânica, magnética
etc., e, diante de certa situação, deve-se ter bem claro que, todas as propriedades
sofrem efeitos. Assim, para cada situação o material deve ser escolhido segundo
cada um dos efeitos sofridos por cada propriedade, tendo em vista escolher aquele
que acarretará menores consequências indesejáveis.
Tendo em vista a frequência com que tais materiais são utilizados, vamos
conhecer uma pouco mais sobre suas características principais, tendo como base o
que apresenta Schmidt (1979):
Em contato com ar, o óxido do cobre quando formado, o que pode ser
resultado do estado de fusão, por exemplo, pode se fundir à massa do cobre
metálico. Com isso, o cobre passa a apresentar diferença considerável em suas
propriedades elétricas e mecânicas devido à característica de resistividade elétrica
elevada apresentada pelo óxido de cobre. Assim, para contornar essa situação, faz-
se necessário o acréscimo de outros materiais na composição: metais oxidantes, tais
como o silício ou o alumínio. Porém, é essencial destacar que, diante do acréscimo
de outros materiais, seja de óxidos ou de outros metais, mesmo que em pequenas
proporções, já ocorrem mudanças consideráveis no cobre, que passa a apresentar
menor condutibilidade e maior rigidez.
- A prata (Ag): dentre os metais nobres, é o mais utilizado nas indústrias, seja
na forma pura ou de liga, sobretudo em partes condutoras, ou seja, em locais cuja
oxidação poderia causar sérios danos. Por esse motivo, também utiliza-se a prata em
espessuras muito finas para proteger outros metais da corrosão.
ordem mecânica.
- Para fins de regulação e carga: para esses tipos de ligas, a faixa de temperatura
varia entre 100 e 200°C.
Uma forma de fornecer maior energia para o elétron é por meio da elevação de
temperatura. Contudo, dificilmente essa elevação de temperatura é suficiente para
tornar um material isolante em um bom condutor. O aumento de condutividade,
nesse caso, é inversamente proporcional à resistividade do material, ou seja, quanto
maior a resistividade do material, menor será a elevação de sua condutividade a partir
da variação de temperatura.
<https://www.youtube.com/watch?v=CUbOFkZV8ZM>;
<http://professores.unisanta.br/santana/downloads%5CTelematica%5C
Microondas_1%5CEletromagnetismo%5Ccapitulo7.pdf>. Acesso em: 27
ago. 2016.
Seção 2
Introdução à seção
Você já recordou e aprofundou seu estudo sobre materiais condutores e isolantes,
aprofundando, sobretudo, seus conhecimentos sobre materiais condutores,
conhecendo quais são os materiais de alta condutividade e as finalidades e
características das composições denominadas de ligas metálicas.
Não significa dizer que considerar os semicondutores como uma mediação entre
condutores e isolantes esteja totalmente equivocado, afinal, em termos de valores
de condutibilidade elétrica, de fato, os semicondutores apresentam valores limitados
inferiormente pelos isolantes e superiormente pelos condutores, porém apenas
esses valores não são o suficiente para descrever os materiais e ligas semicondutores.
Schmidt (1979) afirma que existe uma relação matemática entre grandezas que
nos permite obter um índice praticamente seguro para afirmar que um material é
semicondutor:
ε
n = f ( n0 ) exp. −
2kT
• ε é a condutividade.
Schmidt (1979) destaca que existem ainda dois efeitos que provocam influência
nos semicondutores, inclusive, influências bem maiores do que nos materiais
condutores, são os efeitos termoelétricos e de Hall. O primeiro efeito é aquele que
provoca uma diferença de potencial no ponto de contato entre dois materiais, a partir
da variação de temperatura nesse ponto. O segundo, o efeito Hall, corresponde à
submissão de um campo magnético perpendicular ao condutor, provocando uma
diferença de potencial na face oposta do material condutor, onde circula a corrente.
Diante de tudo isso, Schmidt (1979, p. 94) resume bem uma definição para
material semicondutor:
a função que desejamos desempenhar com esse material semicondutor e, por esse
motivo, materiais semicondutores têm sido aplicados em larga escala no setor elétrico
e eletrônico.
Por junção é quando a circulação da carga elétrica ocorre a partir da junção de dois
ou mais materiais semicondutores que se juntam com o contato de suas superfícies.
Referências
Materiais dielétricos,
ferroelétricos e piezoelétricos
Objetivos de aprendizagem:
Essa unidade tem o objetivo de ensinar as propriedades dos materiais
dielétricos, os tipos de polarização que influenciam o comportamento físico do
material e compreensão dos fenômenos da constante e rigidez dielétrica, bem
como o fator de perda. Destacamos os materiais cerâmicos e polímeros e suas
aplicações para a engenharia.
Introdução à unidade
Seção 1
Materiais dielétricos
Introdução à seção
Nesta seção, o objetivo é conduzir você, estudante, a evidenciar algumas das
propriedades fundamentais dos materiais dielétricos, também conhecidos como
isolantes, que dependem da composição de sua estrutura para permitir ou não a
passagem de eletricidade, quando ele faz parte do circuito elétrico.
Figura 3.2 | Representação esquemática (a), polarização eletrônica (b) e polarização iônica
(c) polarização de orientação
A Figura 3.3a representa o isolante que não apresenta perdas. “Se num isolante,
a polarização é retardada, aparecem perdas dielétricas e a curva característica se
torna uma elipse” (SCHMIDT, 1979, p. 32), apresentada pela Figura 3.3b. As perdas
são demonstradas pelo cálculo da área interna à elipse, sendo esta proporcional
à energia absorvida no período de tempo se transformando em calor, por isso é
considerado perda. “Para materiais isolantes eletro-seignéticos e ferromagnéticos a
energia de perda também é proporcional à área interna do laço” (SCHMIDT, 1979, p.
33), representado na Figura 3c.
Figura 3.3 | Representação de dependência entre carga e tensão para (a) isolante sem
perdas; (b) isolante com perdas e (c) isolante seigne-elétrico
silício, polietileno, grafita, vidro, porcelana, madeira, plástico e muitos outros. Afinal,
que características apresenta um material para que possamos considerá-lo como
isolante?
Figura 3.4 | Formação de bandas, com 1 átomo, alguns átomos e muitos átomos (sólido)
• Q0 carga acumulada;
• ε 0 permissividade no vácuo equivalente a ε 0 = 8, 85 x10−12 F / m ;
• A área das placas;
• L distância entre as placas;
• C capacitância do capacitor;
• V tensão aplicada em volts.
Figura 3.8 | Esquematização do campo elétrico atuante no capacitor com placas separadas
pelo vácuo e placas separadas por um dielétrico
Até aqui citamos o capacitor como elemento dielétrico, não só este, mas
todos os dielétricos possuem um valor limite suportado a fim de desempenhar seu
funcionamento sem avarias. Normalmente, quando estes valores são ultrapassados,
o componente modifica de “maneira irreversível o material, como, por exemplo,
uma ruptura dielétrica, deformação permanente, modificação estrutural etc.
Frequentemente essa modificação afeta fundamentalmente as propriedades
isolantes do dielétrico” (SCHMIDT, 1979, p. 2).
Veja um exemplo:
Resolução:
Logo, a inserção de um material com uma alta constante dielétrica pode reduzir
sensivelmente a área requerida para as placas.
Constante Constante
Material
dielétrica (k) dielétrica (k)
Ar 1,00059 3
Porcelana 7 5,7
Óleo de transformador 4,5 12
Papel parafinado 3,7 16
Mica 5,4 10-100
Vidro (pirex) 4,7 14
Tendo em vista a frequência com que tais materiais são utilizados, vamos conhecer
uma pouco mais sobre suas características principais, tendo como base o que
apresentam Smith e Hashemi (2012):
- Zirconia (ZrO2): diferente dos outros materiais cerâmicos, possui alta constante
dielétrica, resultando em uma expansão térmica muito elevada. Isto proporciona
uma resistividade elevada à propagação de fendas e alta resistência à fratura, por isso
frequentemente é aplicada como ferramenta para a moldagem de fios, como auxiliar
no processo de fundição de cerâmicas e aço. É utilizado na fabricação de plataformas
auxiliares para a construção de restaurações dentárias, como coras e pontes na
indústria de odontologia, nos automóveis aparece nas células de medição de oxigênio
nas sondas lambda representadas na Figura 3.9, e como anéis de isolamento nos
processos térmicos. Os componentes produzidos com este material são muito
mais caros que os produzidos com alumina. Este material vem sendo estudado para
possíveis aplicações como isolante nos transistores de dispositivos nano-eletrônicos.
Figura 3.9 | Estrutura física de uma sonda lambda, com uso de cerâmida de dióxido de
zinco
Veja que até aqui estudamos os tipos específicos de cerâmicas voltadas a um alto
desempenho. Um exemplo típico é a porcelana que, sendo um material de excelente
isolamento térmico, é aplicada em linhas aéreas de transmissão de energia devido a suas
propriedades químicas, mecânicas e dielétricas, mas apresenta desvantagens quanto a
sua flexibilidade, por isso temos suas aplicações mais presentes em equipamentos que
mantêm uma posição fixa.
Material Aplicação
Porcelana Isolantes elétricos.
Tijolos Construção; utilização como refratário.
Alumina densa, carboneto Ferramentas de corte, matrizes; superfícies resistentes
nitreto de silício, zircônia ao desgaste, mancais; implantes cirúrgicos; peças de
cúbica motores e turbinas; blindagem.
Fibra de vidro (composto
Estruturas de alto desempenho.
cerâmico)
Cermet Ferramentas de corte, matrizes.
Alumina-carboneto de silício Aplicações em alta temperatura e alta tenacidade.
Os polímeros não são apenas plásticos, eles também constituem estruturas de toda
vida vegetal. Um exemplo é o ADN, código genético que define as características dos
seres vivos, que é um polímero. Portanto, temos polímeros naturais e polímeros sintéticos.
Material Aplicação
Tubulação, película, garrafas, xícaras, isolamento
Polietileno, PE
elétrico, embalagem.
As mesmas aplicações que o PE, porém é um material
Polipropileno, PP
mais leve, mais rígido e mais resistente à luz do sol.
Utilizações voltadas à arquitetura (esquadrias de janelas
Cloreto de Polivinila, PVC etc). Se plastificado produz couro artificial, meias e
vestuário.
Náilon 66 Têxteis, corda, moldagens.
Fibra de vidro, adesivos. Produto mais caro que o
Epóxi
poliéster.
Fibra de vidro, laminados. Produto mais barato que o
Poliéster
epóxi.
Poliisopreno Borracha natural.
Estrutura de toda vida vegetal, principal componente
Celulose
estrutural em paredes de células.
Proteína Gelatina, lã, seda.
b) 1,043mm.
c) 2,11m.
d) 3,21m.
e) 0,108m.
Seção 2
e assim transmitir ondas sonoras” (SMITH; HASHEMI, 2012, p. 575). Outras aplicações
de uso cotidiano que incluímos são: os autofalantes, os microfones, as impressoras
a jato de tinta e relógios de quartzo.
Referências
Materiais ferromagnéticos e
supercondutores
Patrícia Beneti de Oliveira
Objetivos de aprendizagem:
Com essa unidade, objetiva-se que você apreenda os materiais magnéticos
e como se comportam quanto as suas propriedades magnéticas, bem como
o que lhe ocorre quando submetidos a uma corrente elétrica. Além disso,
evidenciamos o estudo da supercondutividade na apresentação dos materiais
supercondutores, suas características e aplicações no campo da engenharia.
Dentre os tipos de materiais magnéticos, destacamos a classe de materiais
ferromagnéticos, conhecidos como ímãs permanentes devido a sua facilidade
de magnetização e forças de atração intensa.
Introdução à unidade
Seção 1
Introdução à seção
Na maioria dos casos, os elétrons nos átomos são emparelhados de modo que
os momentos magnéticos ( ms ) positivo e negativo se cancelam. Caracterizando
o momento magnético fundamental, Callister e Rethwisch (2015) afirma ser o
magnéton de Bohr, µ B , que possui valor:
eh
µB =
4π m
Em que:
Devemos nos atentar que os campos magnéticos também são gerados pela
corrente elétrica que transpassa um condutor. A Figura 4.2 demonstra a formação
das linhas de campo magnético ao redor de uma bobina de fio de cobre, denominada
por solenoide. Foram utilizados para a visualização do fenômeno limalha de ferro
em uma folha de papel sobre a barra.
Figura 4.5 | Campo magnético gerado por uma bobina cilíndrica e interferência deste
campo com a inserção de um material sólido
Figura 4.11 | Orientação dos dipolos magnéticos em campo nulo e temperatura ambiente
e curvas de M e H para os tipos de materiais magnéticos
Lembramos que qualquer fio percorrido por uma corrente elétrica irá apresentar
linhas de campo circulares concêntricas, em que o uso da regra da mão direita
determina a direção e sentido destas linhas, que induzirão a formação de um campo
magnético ao redor do condutor. Este terá seu sentido alterado caso alterne-se o
sentido da corrente elétrica, comportamento representado na Figura 4.13.
Fonte: <http://www.ing.uc.edu.ve/electrica/potencia/maqelec1/index.php?option=com_content&view=article&id=82&Item
id=113>. Acesso em: 21 set. 2016.
Arranjo de espiras, formando uma superfície de revolução, que pode ser pensada como de um círculo
1
Em que:
H campo magnético que é gerado pela corrente circular e pelo ímã, com
unidade em ampère/metro ou oersted (Oe).
Materiais χ Materiais χ
paramagnéticos diamagnéticos
1.4 Indutância
Denominamos de indutância o fenômeno observado no elemento indutor, que
conhecemos a pouco com o nome de solenoide ou bobina. Percebemos que ao
enviarmos uma corrente a um indutor, com ou sem núcleo, um campo magnético é
estabelecido neste elemento. O nível de indutância irá determinar a força de atuação
do campo magnético pela corrente que será aplicada. Sua unidade de medida é
henries (H).
L=
l
Em que:
N o número de espiras;
A área em metros quadrados (m²);
l comprimento em metros;
L valor da indutância em henries (H).
a) Calcule a indutância.
Resolução:
1 1m
d= pol = 6, 35mm
4 39, 37 pol
π d ² π (6, 35mm)²
Logo em seguida, devemos indicar o valor da área A = = = 31, 7 µ m²
4 4
Para calcularmos o valor da indutância, precisamos também do valor do
comprimento do condutor utilizado na construção do solenoide, assim:
1m
l = 1 pol = 25, 4mm
39, 37 pol
µ N²A
L = 4π x10−7 r
l
(1)(100)²(31, 7 x10−6 )
L = 4π x10−7 = 15, 68µ H
25, 4 x10−3
Seção 2
Introdução à seção
<https://www.if.ufrgs.br/public/tapf/n8_ostermann_ferrera_cavalcanti.
pdf>;
<http://www.cienciamao.usp.br/dados/epef/_supercondutividadeaplica.
trabalho.pdf>;
<http://www.abenge.org.br/CobengeAnteriores/2011/sessoestec/
art1875.pdf>. Acesso em: 24 set. 2016.
- Tipo II: estes materiais são completamente diamagnéticos desde que submetidos
a aplicação de campos pequenos e a exclusão do campo é total. Logo, a transição
do estado supercondutor para o estado normal é gradual e ocorre entre os campos
críticos inferior (Hc1) e superior (Hc2). Acima da Hc1, as linhas de campo magnético
começam a passar pelo material até que atinja Hc2. Desta forma, entre Hc1 e Hc2 temos
um material em estado misto, nesta região o material pode conduzir a corrente
elétrica em seu interior o que proporciona o uso em aplicações que demandam
alta corrente e alto campo. Os supercondutores mais comumente utilizados são as
ligas de nióbio-titânio (NbTi) e o composto intermetálico nióbio-estanho (Nb3Sn),
aplicados em sistemas de ressonância nuclear magnética para diagnóstico médico.
puro a 6K. Consulte o Quadro 4.2 para encontrar os valores de Tc e H0 para este
material.
fluxo magnético.
Considerando o abordado no texto, julgue as assertivas:
I- O eletroímã apresenta forte atração por materiais que
apresentem características magnéticas
PORQUE
II- Seu núcleo demonstra uma magnetização espontânea,
ou seja, mesmo após cessar a corrente elétrica, o eletroímã
mantém um magnetismo residual.
dipolos magnéticos.
(__) Não apresenta momento magnético resultante, pois os
átomos se alinham em direções contrárias.
(__) Apresenta magnetização sob efeito de campo
magnético externo.
(__) Os dipolos apresentam-se emparelhados, podendo os
efeitos positivos anularem os efeitos negativos.
(__) Os dipolos apresentam sentidos opostos, com
intensidades diferentes, o que faz com que não anulem o
campo magnetizante.
a) 40,09µH; 20,04mH.
b) 7,89µH; 3,94mH.
c) 26,03µH; 2,34H.
d) 12,34mH; 4,03µH.
e) 2,11mH; 23,6 mH.
Referências