Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Unidade IV
7 DIREITO DO CONSUMIDOR
O Código de Defesa do Consumidor (CDC) – Lei nº 8.078/90 – estabelece bases para proteger a
parte mais frágil nas relações de consumo, ou seja, o consumidor. Mesmo assim, no dia a dia surgem
situações não previstas em lei, e cabe aos órgãos de proteção ao cidadão e principalmente aos tribunais
a interpretação do que a lei descreve.
O consumidor no Brasil, cada vez mais atento aos seus direitos, deve sempre se socorrer ao Judiciário
na proteção de seus interesses, porém é sempre recomendável que em primeiro lugar procure o serviço de
atendimento ao consumidor, se se tratar de fabricante ou de fornecedor, e tente fazer uma composição.
Porque, na verdade, quando existe a prova clara da lesão, o consumidor tem o direito de ser ressarcido.
Na medida em que existir eventual negativa do fornecedor ou do fabricante em compensar aquele dano
verificado pelo consumidor, ele deverá, neste caso, procurar um advogado e fazer valer seus direitos.
O nosso CDC foi criado há mais de vinte anos, e neste tempo muitas mudanças nas relações de
consumo ocorreram, especialmente, diante do ingresso, nos últimos sete anos, de quase 40 milhões de
brasileiros das classes C, D e E no universo do consumo, sem contar a invasão das novas tecnologias no
mercado consumidor. Diante deste quadro se faz necessária uma atualização na lei.
Pesquisa divulgada pelo Ministério da Fazenda (BENJAMIN, 2012) indica que, em 2020, o Brasil
será o quinto mercado consumidor do mundo. A previsão é de que o gasto das famílias brasileiras
com alimentação, vestuário, eletroeletrônicos, eletrodomésticos, cuidados pessoais e automóveis, por
108
ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL
exemplo, passará de R$ 2,2 trilhões em 2010 para R$ 3,5 trilhões até o final da década – o que se traduz
na necessidade de um consumo mais consciente e de uma legislação ágil, que acompanhe o avanço das
relações de consumo.
O Código de Defesa do Consumidor, oficializado na Lei nº 8.078/1990 (CDC), em seu artigo 4º,
constitui‑se numa verdadeira alma, no sentido de que se visa a atender não apenas às necessidades dos
consumidores e ao respeito à sua dignidade – de sua saúde e segurança, proteção de seus interesses
econômicos, melhoria de sua qualidade de vida –, como também à imprescindível harmonia das relações
de consumo.
Será considerada relação de consumo, para os efeitos da lei, quando ao lado dos interesses figurarem
um consumidor e um fornecedor.
Essa relação jurídica de consumo envolve duas partes bem definidas: de um lado, o adquirente
de um produto ou serviço, chamado de consumidor, enquanto, de outro lado, há o fornecedor ou
vendedor de um produto ou serviço.
Em outras palavras, como o consumidor não detém todo o conhecimento e acompanha todo o
processo de produção ou prestação do serviço, será considerado sempre como a parte mais fraca da
relação e, portanto, tem especial proteção pelo CDC.
Essa relação de consumo pode ser efetiva (exemplo: compra e venda de automóvel) ou potencial
(exemplo: propaganda).
Portanto, para termos relação de consumo, nos termos do Código de Defesa do Consumidor, não é
necessário que o fornecedor concretamente venda bens ou preste serviço; basta que, mediante oferta,
coloque os bens à disposição de consumidores potenciais.
A Lei nº 8.078/90, que é o Código de Defesa do Consumidor, define consumidor como toda pessoa
natural (ser humano) ou jurídica (empresa, por exemplo) que adquire (oneroso ou gratuito) ou utiliza
(consome) o produto ou serviço como destinatário final.
O consumidor pode ser efetivo, ou seja, aquele que concretamente adquire o produto ou serviço, ou
potencial, ou seja, aqueles que são alvos da oferta e/ou publicidade dos produtos e serviços colocados
no mercado à disposição para compra.
109
Unidade IV
Equipara consumidor à coletividade de pessoas (grupo de pessoas), ainda que indetermináveis, que
haja intervindo nas relações de consumo. Por exemplo, os doentes de hospital ou alunos de escolas, que
adquirem ou utilizam bens e serviços, ou, ainda, os associados a planos de saúde.
As pessoas jurídicas também estão incluídas na lei, como consumidoras, mas apenas aquelas que são
as destinatárias finais do produto, e não aquelas que adquirem bens ou serviços, como matéria‑prima
necessária ao desempenho de sua atividade lucrativa.
Observação
O Código de Defesa do Consumidor define, no seu artigo 3º, fornecedor como toda pessoa física
ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados que
desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação,
exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
Desta forma, são fornecedores o supermercado, a grande loja de departamentos, mas também o
feirante, o pequeno merceeiro e outros, no que toca a produtos. Assim, também é fornecedora de serviços
a companhia aérea, a agência ou a operadora de viagens, como também o eletricista, o marceneiro, o
encanador, pequenos empresários etc.
O fornecedor pode ser o próprio Poder Público, por si, ou por suas empresas autorizadas que
desenvolvam atividades de serviços públicos. Os serviços públicos também estão abrangidos pelo Código
de Defesa do Consumidor.
Dessa forma, o Código de Defesa do Consumidor inclui no rol dos fornecedores a pessoa jurídica
pública e, por via de consequência, todos aqueles que em nome dela, direta ou indiretamente, prestam
serviços públicos. Vale dizer, toda e qualquer empresa pública ou privada que por via de contratação
com a administração pública forneça serviços públicos.
O ente despersonalizado também é considerado fornecedor pela nossa legislação. A massa falida
(pessoa jurídica falida) possui no mercado produtos e, eventualmente, resultados dos serviços que ela
ofereceu e efetivou que continuarão sob a proteção da Lei do Consumidor. Por exemplo: a quebra de um
fabricante de televisores não deve eliminar, nem pode, a garantia do funcionamento dos aparelhos pelo
prazo da garantia contratual e legal.
110
ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL
Além disso, também estão dentro do conceito de ente despersonalizado as chamadas pessoas
jurídicas de fato, ou seja, aquelas que, sem constituir uma pessoa jurídica, desenvolvem, de fato,
atividade industrial, comercial, de prestação de serviços etc. Por exemplo, a figura do “camelô” ou
vendedor ambulante, que não deixa de ser fornecedora, até mesmo porque supre de maneira relevante
o mercado de consumo, estando, portanto, obrigada a obedecer às regras contidas no Código de Defesa
do Consumidor, pois se enquadra no termo ente despersonalizado.
No termo pessoa física, em primeiro lugar, está inclusa a figura do profissional liberal como
prestador de serviço e que não escapou da égide do Código de Defesa do Consumidor, não restando
dúvida de que o profissional liberal é fornecedor. Contudo, em segundo lugar, pessoa física também
corresponde a aquela pessoa que desenvolve atividade eventual ou rotineira de venda de produtos, sem
ter‑se estabelecido como pessoa jurídica. Por exemplo, o estudante que, para pagar a mensalidade da
escola, compra joias ou produtos de maquiagem para revender entre os colegas.
I. Fornecedor real (fabricante, produtor e construtor) – fabricante é quem fabrica e coloca o produto
no mercado. Incluem‑se também o montador e o fabricante de peça ou componente. Produtor é
quem coloca no mercado produtos não industrializados de origem animal ou vegetal. Construtor
é quem introduz produtos imobiliários no mercado de consumo, respondendo pela construção,
bem como pelo material empregado na obra.
III. Fornecedor aparente – também chamado de “quase fornecedor”, é quem apõe seu nome ou sua
marca no produto final, aquele que se apresenta como fornecedor. Aplica‑se a Teoria da Aparência,
que se justifica pela “apropriação” que a empresa distribuidora faz do produto. Exemplo: numa
franquia, o franqueador (titular da marca) é o fornecedor aparente. O concessionário franqueado
tem responsabilidade solidária.
Nos termos do artigo 3º, parágrafo 1º, do Código de Defesa do Consumidor, produto é qualquer bem,
móvel ou imóvel, material ou imaterial, objeto da relação de consumo. Bens econômicos, suscetíveis de
apropriação, que podem ser duráveis, não duráveis, de conveniência, de uso especial etc.
111
Unidade IV
É qualquer objeto de interesse em dada relação de consumo, destinado a satisfazer uma necessidade
do adquirente, como destinatário final.
Os bens materiais são aqueles tangíveis, com consistência (peso, formato), que podem ser tocados;
já os bens imateriais são aqueles que, embora não tangíveis, ou seja, que não podem ser tocados,
são igualmente objeto de consumo (exemplo: programas/softwares de computadores que contêm o
trabalho intelectual do seu criador).
O produto durável é aquele que, como o próprio nome diz, não se extingue com o uso; ele dura, leva
tempo para se desgastar, pode e deve ser utilizado muitas vezes. O produto “descartável” não deve ser
confundido com o produto “não durável”, um produto “descartável” é o “durável” de baixa durabilidade,
que na maioria das vezes é utilizado uma única vez. Exemplo: copos ou pratos de plástico ou de papelão.
Já o produto “não durável”, por sua vez, é aquele que se acaba com o uso, não tem durabilidade. Usado,
ele se extingue ou, pelo menos, vai‑se extinguindo. Estão nessa condição os alimentos, os remédios, os
cosméticos etc. As bebidas são exemplos de produtos de extinção imediata, pela ingestão; já o sabonete é
exemplo de extinção consumativa ou sequencial, que vai se extinguindo enquanto é usado.
Os produtos também podem ser classificados de produtos in natura, ou seja, os que não passam
pelo sistema de industrialização. O produto in natura, assim, é aquele que vai ao mercado consumidor
diretamente do sítio ou da fazenda, do local de pesca, da produção agrícola ou pecuária, em suas hortas,
pomares, pastos, granjas etc. São legumes, cereais, grãos, carnes, vegetais, frutas etc. Os produtos in
natura não perdem essa característica quando são vendidos embalados em sacos plásticos após serem
limpos, lavados ou selecionados.
Assim, todas essas classificações de produto podem ser objeto das relações de consumo. Cumpre
lembrar que um mesmo produto pode ser classificado de várias formas. Exemplo: maçã é um produto in
natura, material e não durável.
Os produtos entregues como amostras grátis estão submetidos a todas as exigências legais do
Código de Defesa do Consumidor, tais como: de qualidade, garantia, durabilidade, proteção contra
vícios, defeitos etc.
112
ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL
Nos termos do artigo 3º, parágrafo 2º do Código de Defesa do Consumidor, serviço é qualquer
atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária,
financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
Serviço é uma ação humana que tem em vista uma finalidade, sendo tipicamente toda atividade
fornecida, ou melhor, prestada no mercado de consumo.
O Código de Defesa do Consumidor tratou de definir também os serviços como duráveis e não duráveis.
Os serviços não duráveis são aqueles que, de fato, exercem‑se uma vez prestados, tais como os de
transporte, de diversões públicas, de hospedagem etc.
A Política Nacional de Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos
consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos,
a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo.
Têm os consumidores o direito de não serem expostos a perigos que atinjam sua incolumidade física,
pelo fornecimento de produtos ou serviços pelo fornecedor ou produtor. Direito que inclui até mesmo a não
colocação no mercado ou a retirada do mercado de produtos de alto grau de nocividade ou periculosidade.
Se, após a colocação no mercado, o fornecedor tomar conhecimento da periculosidade, deverá alertar o
consumidor, mediante anúncios publicitários, e comunicar o fato às autoridades competentes.
113
Unidade IV
7.7.2 Recall
Por meio desse instrumento, a legislação pretende que o fornecedor impeça ou procure impedir,
ainda que tardiamente, que o consumidor sofra algum dano ou perda em função de vício que o produto
ou o serviço tenham apresentado após sua comercialização.
Para efetivar o recall, o fornecedor deve utilizar‑se de todos os meios de comunicação disponíveis
(incluindo correspondência) e, claro, com despesas correndo por sua conta.
Caso o consumidor não seja encontrado ou não atenda ao chamado de recall, o fornecedor continua
responsável por eventuais acidentes de consumo causados pelo vício não sanado. Havendo dano, o
fornecedor responde por eles; não há excludente de responsabilização. Quando muito se poderia falar
em culpa concorrente do consumidor, caso ele receba o chamado e o negligencie. Mas, neste caso, de
culpa concorrente, pelas leis do consumidor, o fornecedor continua sendo integralmente responsável.
Esse direito básico abrange a educação formal nas escolas e a educação informal, a cargo do próprio
fornecedor e dos órgãos públicos. A informação que o consumidor deve receber não é somente sobre os
riscos do produto, mas sim sobre quantidade, características, composição, qualidade e preço. O direito
de informação pode ser contemplado sob três espécies: o direito de informar, o direito de se informar e
o direito de ser informado.
Trata da oferta de produtos e lhe atribui o caráter vinculativo, ou seja, a oferta, criando a expectativa
no público consumidor, deverá corresponder exatamente às características do produto. Em relação às
cláusulas contratuais, o CDC dispõe sobre sua interpretação da forma mais benéfica ao consumidor
em caso de obscuridade. Entretanto, se as cláusulas forem consideradas abusivas, o art. 51 do CDC
determinará sua nulidade.
114
ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL
A proteção conferida pelo art. 6º, inciso VIII, do CDC, ao consumidor hipossuficiente deve ser analisada
não apenas sob o prisma econômico e social, mas, sobretudo, quanto ao aspecto da produção de prova
técnica. Trata‑se de hipossuficiência técnica do consumidor o desconhecimento dos mecanismos de
segurança utilizados pela instituição financeira em seus procedimentos.
Art. 14 – [...]
Observação
“I – a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento
de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos” (BRASIL, 1990b).
Dos diversos fornecedores de produtos e serviços que adotem todas as providências necessárias até
para evitar riscos no consumo de produtos, ainda que intrinsecamente apresentem algum risco.
É nesse sentido, por exemplo, que os artigos 8º a 10º do CDC estabelecem os seguintes deveres aos
fornecedores de produtos e serviços.
A responsabilidade pelo fato do produto ou serviço decorre de um vício capaz de frustrar a legítima
expectativa do consumidor quanto a sua utilização ou fruição. A expectativa do consumidor estará
frustrada se o produto ou serviço contiver riscos à integridade física (periculosidade) ou patrimonial
(insegurança) do consumidor ou de terceiros. Assim, do vício do produto ou serviço podem‑se originar
dois tipos de responsabilidade para o fornecedor – responsabilidade pelo vício e responsabilidade pelo
defeito, resultando em danos materiais e/ou morais, que possam vir a ocorrer devido à existência do vício.
Exemplos de fato do produto: aqueles famosos casos dos telefones celulares cujas baterias
explodiam, causando queimaduras no consumidor; o automóvel cujos freios não funcionam, ocasionando
um acidente e ferindo o consumidor; um ventilador cuja hélice se solta, ferindo o consumidor; um
refrigerante contaminado por larvas ou um alimento estragado que venha a causar intoxicação etc.
Exemplos de fato do serviço: uma dedetização cuja aplicação de veneno seja feita em dosagem
acima do recomendado, causando intoxicação no consumidor; um serviço de pintura realizado com
tinta tóxica, igualmente causando intoxicação; uma instalação de kit gás em automóvel que venha a
provocar um incêndio no veículo etc.
116
ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL
É importante memorizar: o fato do produto ou do serviço deve desencadear um dano que extrapole
a órbita do próprio produto ou serviço. Sem a ocorrência desse pressuposto da responsabilidade civil,
inexistirá o dever de indenizar.
Prazo para arguir responsabilidade por fato do produto ou do serviço: é prescricional, pois
diz respeito a uma pretensão a ser deduzida em juízo. No caso, o prazo é de cinco anos, iniciando‑se
sua contagem a partir do conhecimento do dano e de sua autoria, consoante disposto no art. 27 do
CDC. Vejamos:
Art. 27 – Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos
causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção II deste
capítulo, iniciando‑se a contagem do prazo a partir do conhecimento do
dano e de sua autoria (BRASIL, 1990b).
O vício tem de ser substancial, levando‑se em conta aspectos intrínsecos e extrínsecos (apresentação
do produto ou do serviço) que afetam a segurança do consumidor, considerando‑se o uso e os riscos que
razoavelmente se espera do produto ou do serviço. Os vícios podem ser de criação (projeto e fórmula),
de produção ou de fabricação, de informação ou de comercialização.
Como regra geral os vícios podem ser aparentes ou ocultos. Vícios aparentes (ou de fácil constatação),
como o próprio nome diz, são aqueles que aparecem no singelo uso e consumo do produto ou serviço.
Vícios ocultos são aqueles que aparecem algum ou muito tempo após o uso e/ou que, por estarem
inacessíveis ao consumidor, não podem ser detectados na utilização ordinária.
São os vícios capazes de tornar o produto impróprio ou inadequado ao consumo ou de lhe diminuir
o valor. Podem ser ocultos (ex.: defeito no sistema de freios) ou aparentes (ex.: vencimento de prazo de
validade). A lei equiparou aos vícios de qualidade os vícios decorrentes de disparidades com as indicações
do recipiente, da embalagem, da rotulagem ou da mensagem publicitária.
117
Unidade IV
Observação
O fornecedor, desde o recebimento do produto com vício, tem trinta dias para saná‑lo definitivamente,
sem ônus. É proibida a recontagem de tempo (prazo de trinta dias), toda vez que o produto retornar com
o mesmo vício, sendo permitida a recontagem no caso de surgimento de vícios diversos. Se o problema
não for sanado no prazo de trinta dias, o fornecedor sofrerá as sanções legais (abaixo descritas) à livre
escolha do consumidor.
Caso o vício não seja sanado dentro do prazo legal trinta dias, o consumidor poderá exigir,
alternativamente, a sua escolha:
b) a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de perdas e danos;
Observação
118
ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL
Sempre que respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, o vício de quantidade se dará toda
vez que ocorrer diferença a menor de qualquer tipo de medida da porção efetivamente adquirida e paga
pelo consumidor, com relação às indicações constantes do recipiente, da embalagem, da rotulagem, da
mensagem publicitária, da oferta, do contrato etc.
Diferentemente do vício de qualidade, a norma do vício de quantidade não oferece prazo para
o fornecedor sanar o problema. Assim, o consumidor poderá exigir o cumprimento imediato das
alternativas, a sua escolha:
b) a substituição do produto por outro, de igual espécie, marca ou modelo; se não for possível,
poderá haver substituição por outra espécie, mediante complementação ou substituição de preço;
Ocorrem quando os serviços se mostrarem inadequados para os fins que deles se esperam, não
atenderem às normas regulamentadas de prestabilidade, ou quando houver disparidade em relação
às indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária. O serviço defeituoso é o que frustra
a expectativa do consumidor em relação ao modo pelo qual ele é prestado; aos riscos que seu uso
apresenta; ou à época em que foi prestado, não podendo mostrar sinais de envelhecimento.
Caso o vício não seja sanado dentro do prazo legal, o consumidor poderá exigir, alternativamente,
a sua escolha:
b) restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de perdas e danos;
119
Unidade IV
Observação
Consiste na extinção dos direitos pela inércia dos titulares (consumidores), em determinado período
de tempo. O Código do Consumidor estabeleceu no artigo 24, uma garantia legal, de que o fornecedor
não pode desonerar. Portanto, o direito de reclamar por vícios aparentes ou ocultos dos produtos ou
serviços extingue‑se em:
A durabilidade está relacionada com o tempo médio de consumo dos produtos ou serviços. Por
exemplo: produtos alimentares e vestuário são considerados não duráveis, enquanto eletrodomésticos e
veículos são considerados duráveis. O termo inicial da decadência inicia‑se partir da efetiva entrega do
produto ou do término da execução do serviço para os vícios aparentes, e a partir do momento em que
ficar evidenciado o defeito para os vícios ocultos.
O início do prazo se dá com a entrega efetiva do produto ou com o término da execução do serviço.
Em outras palavras, é preciso que o consumidor possa começar a usufruir do produto e do serviço.
• Ressalte‑se que o fornecedor pode oferecer maior garantia que a legal: é a chamada garantia
contratual. A garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante termo escrito.
• A lei não faz distinção entre produto novo e usado, pois cabe ao fornecedor especificar na oferta
e/ou no contrato de compra e venda (ou na nota fiscal) as condições reais em que o produto está
sendo vendido.
O prazo de validade do produto ou do serviço garante ao consumidor que o produto até a data
marcada encontra‑se em condições adequadas de consumo e que, após a data marcada, o risco do
serviço ou do consumo do produto é do consumidor. Decorre também a proibição da comercialização
120
ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL
de produtos fora do prazo, possibilitando a queda de preços dos produtos que estão próximos do último
dia do prazo de validade.
O defeito é o vício acrescido de um problema extra, algo que cause um dano maior que simplesmente
o mau funcionamento, o não funcionamento, a quantidade errada, a perda do valor pago. O defeito
causa, além do dano do vício – porque o produto ou serviço não cumpriram o fim ao qual se destinavam
–, outros danos ao patrimônio material e/ou moral e/ou estético e/ou à imagem do consumidor. Temos,
então, que o vício pertence ao próprio produto ou serviço, jamais atingindo a pessoa do consumidor
ou outros bens seus. O defeito vai além do produto ou do serviço para atingir o consumidor em seu
patrimônio jurídico mais amplo.
Segundo o artigo 27 do CDC, prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados
por fato do produto ou do serviço, iniciando‑se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano
e de sua autoria.
Entende‑se por responsabilidade civil a circunstância de alguém ter de ressarcir algum prejuízo
causado a outrem.
Seria extremamente difícil para o consumidor demonstrar essa circunstância, mesmo porque ele é a
parte vulnerável nas relações de consumo, tendo o CDC optado pela responsabilidade objetiva.
I – sua apresentação;
Tenha‑se em vista, entretanto, que o § 3º do artigo 12 do CDC alerta para o fato de que a
responsabilidade do fornecedor não é admitida em todos os casos, conforme parágrafo anterior.
Há alguns anos, uma renomada empresa fabricante de peças automotivas (freios de serviço para
caminhões, tratores e ônibus) foi vítima de um roubo na descida da Rodovia Anchieta, quando um
de seus caminhões transportava aquelas peças ao porto de Santos, com vista à sua exportação.
Imediatamente fez publicar em todos os principais jornais o alerta sobre esse fato, principalmente
dizendo que os proprietários de carros de passeio correriam sérios riscos se colocassem esse tipo de
freios, podendo sofrer acidentes.
Resta claro nesse caso, pois, que a empresa não colocou o produto no mercado, mas foi vítima de
um ato ilícito.
122
ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL
Seu parágrafo único, todavia, possibilita o chamado direito de regresso. Com efeito: “Aquele que
efetivar o pagamento ao prejudicado poderá exercer o direito de regresso contra os demais responsáveis,
segundo sua participação na causação do evento danoso” (BRASIL, 1990b).
O artigo 14 trata também da responsabilidade objetiva, mas relativamente aos serviços, a saber:
Ou então o serviço de dedetização, em face do qual o agente não explica corretamente as cautelas
que o consumidor deve ter após aquela atividade, e isto vem a ocasionar danos à saúde da família
consumidora daquele serviço.
Como acontece com relação aos produtos, também o § 3º do artigo 14 do CDC (BRASIL, 1990b)
traz algumas excludentes de responsabilidade: o fornecedor de serviços só não será responsabilizado
quando provar:
O risco normal e previsível refere‑se a certa expectativa que o consumidor tem em relação ao
produto ou serviço, ou seja, representa uma normalidade e previsibilidade do consumidor em relação
ao uso e funcionamento rotineiro do produto ou serviço. Exemplo: um liquidificador apresenta riscos
na sua utilização: não se pode, evidentemente, colocar a mão dentro do copo com o aparelho ligado; o
mesmo serve para os ventiladores. Esse seria o risco normal e previsível.
7.8.10 Impressos
124
ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL
Se o produto é importado e na origem é feito por indústria, é ao importador que caberá fornecer as
informações, e se elas já acompanharem o produto, será ele o responsável pela tradução, a ser oferecida
em impresso próprio que deverá acompanhar o produto.
Para dar guarida ao dever imposto no parágrafo único do artigo 8º, o legislador criou o tipo penal
do artigo 63: “omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos, nas
embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade. Pena: detenção de 6 meses a 2 anos e multa”.
Observação
São as condições irregulares de negociação nas relações de consumo, que ferem a boa-fé, os bons
costumes, a ordem pública e a ordem jurídica.
Essas condições têm de estar ligadas ao bem‑estar do consumidor final. É o abuso contra o consumidor.
adquira também outro produto ou serviço. Não só a venda, mas também qualquer outra forma de
fornecimento pode ser objeto de prática abusiva; e condição quantitativa: diz respeito ao mesmo
produto ou serviço objeto do fornecimento. O fornecedor só vende caso seja “X” quantidade do
produto, caso seja mais ou menos, não vende. A proibição não é absoluta, já que a lei admite a
justa causa. Ex.: estoque limitado.
II. Recusa do atendimento à demanda do consumidor. Desde que o fornecedor tenha estoque
de produtos e esteja habilitado a prestar o serviço, não pode recusar‑se a atender à demanda
do consumidor.
III. Fornecimento não solicitado. O produto ou serviço só pode ser fornecido desde que haja solicitação
prévia por parte do consumidor. Se ocorrer o fornecimento sem solicitação, o consumidor deverá
recebê‑lo como amostra grátis, não cabendo nenhum pagamento.
VI. Serviços sem orçamento ou autorização do consumidor. Para que o fornecedor possa dar início
ao serviço, é preciso haver autorização expressa do consumidor. Para a aprovação expressa do
orçamento. Não basta a apresentação do orçamento. É necessário haver concordância expressa
do consumidor. Serviço prestado sem autorização será considerado amostra grátis.
VII. Divulgação de informações negativas sobre o consumidor. Nenhum fornecedor pode divulgar
informação depreciativa sobre o consumidor.
VIII. Colocar no mercado produtos e serviços em desacordo com as normas técnicas. Se existir norma
técnica expedida por órgão público, ou mesmo entidade privada credenciada pelo Conselho
Nacional de Metrologia e Qualidade Industrial (Conmetro), caberá ao fornecedor respeitá‑la.
IX. Inexistência ou deficiência de prazo para cumprimento da obrigação por parte do fornecedor.
O Código de Defesa do Consumidor obriga o fornecedor a entregar ao consumidor orçamento
prévio, discriminando o valor e as condições de pagamento, com as datas de início e término dos
serviços. Salvo estipulação em contrário, o orçamento tem validade por dez dias, contados do seu
recebimento pelo consumidor.
Existem vários casos de práticas comerciais abusivas em desfavor do consumidor. O Judiciário está
sempre atento e combatendo estes ilícitos.
126
ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL
127
Unidade IV
a) Cláusula de não indenizar – é nula a cláusula que contenha óbice ao dever legal de indenizar. A
proibição atinge qualquer cláusula que tenha por objetivo exonerar, impossibilitar ou atenuar a
responsabilidade do fornecedor.
Seja de móveis ou imóveis, a lei veda cláusula que estipule a perda total dos valores pagos pelo
consumidor em caso de resolução do contrato por inadimplência deste. É permitida, contudo, a
estipulação de pena ao consumidor pelo inadimplemento contratual, desde que essa pena seja equitativa.
São contratos cujas cláusulas tenham sido estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor, sem que
o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo. A lei não veda, mas estipula
certas condições; a principal é que as cláusulas limitativas de direitos do consumidor deverão ser regidas
com destaque, permitindo imediata e fácil compreensão, bem como que todo o escrito deverá ter
redação clara e legível.
Na cobrança de débitos o consumidor inadimplente não será exposto ao ridículo, nem submetido
a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça. O consumidor cobrado em quantia indevida tem
direito à repetição de indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de
correção monetária e juros legais, salvo engano justificável. Muitas vezes, a cobrança indevida decorre
da adoção, pelo credor, de critérios de cálculos e cláusulas contratuais financeiras não conformes
com o sistema legal de proteção do consumidor, em razão do princípio que veda o enriquecimento
injustificado do credor.
deste diploma legal – art. 1o. Improcede o pedido de perdas das parcelas
pagas, porque nula é a cláusula contratual que a estabelece, face a sua
abusividade” – (TJDF – Ap. Cível 31.902/94 – DF – 3ª T. – Rel. Des. Nancy
Andrighi – j. 16.05.94 – m. v.).
O anúncio publicitário não pode faltar com a verdade daquilo que anuncia de forma alguma, quer
seja por afirmação, quer por omissão. Nem mesmo manipulando frases, sons e imagens para, de maneira
confusa ou ambígua, iludir o destinatário do anúncio.
O anúncio deve apresentar o preço de forma clara, bem como as condições de seu pagamento:
à vista, a prazo, parcelado etc. Dos pagamentos a prazo ou parcelados, devem constar os valores da
entrada (se houver), das prestações, das taxas de juros e das demais despesas.
• Corretas: praticamente o óbvio ululante; seria absolutamente inadmissível que o fornecedor desse
informações incorretas.
• Claras: a norma pretende evitar o uso de linguagem técnica ou inacessível. Ex.: bulas de remédios.
130
ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL
• Precisas: a lei impede o uso de termos vagos e/ou ambíguos. Ex.: bancos que informam que o cliente
tem x dias para usar o cheque especial sem que lhe cobrem os juros correspondentes, porém não
informam que, se o uso superar o dia x, os juros do período anterior serão somados e cobrados.
• Em língua portuguesa: seria um disparate aceitar o uso da língua alienígena no contexto nacional,
fazendo vingar direitos contra os brasileiros.
Já as informações sobre os produtos e serviços, nos moldes anteriores, devem ser em relação:
• Ao preço: preço à vista – preço só existe à vista; não se pode confundir preço com forma
de pagamento, que pode ser a prazo, em parcelas, financiada etc. A forma pode variar, mas o
preço tem de ser o mesmo que foi estipulado à vista da compra. Exemplo: se o preço à vista
for R$ 100,00 e o pagamento for a prazo, o fornecedor não poderá dizer que para 60 dias o
preço é R$ 120,00 (acréscimo ilegal). Só é possível cobrar juros em operação sustentada por
instituição financeira (são as únicas autorizadas a cobrarem juros remuneratórios). Preço
visível – o preço tem de estar à mostra, claramente visível ao consumidor, inclusive nos
produtos das prateleiras dos supermercados e nas vitrinas. A lei visa impedir que o consumidor
seja constrangido, isso porque é prática bastante conhecida de venda (a gíria comercial diz
“malho”) a de atrair o consumidor para dentro do estabelecimento, oferecer‑lhe os produtos
sem que ele saiba quanto custa e, só depois que ele fica bastante interessado e diz que quer
comprar, o preço é dito; o consumidor, constrangido, acaba adquirindo um bem com custo
muito mais elevado do que pretendia. Consigne‑se que o preço não declarado não precisará
ser pago, se o consumidor considerá‑lo abusivo e/ou fora do padrão esperado.
• Prazos de validade: todo produto perecível deve trazer informado o prazo de validade. Observe‑se
que certos produtos devem apresentar dois prazos de validade distintos: um até que a embalagem
seja aberta e outro para o consumo após sua abertura. São centenas de produtos que a pessoa
abre e demora para consumir totalmente. Ex.: requeijão, biscoito etc.
131
Unidade IV
7.11.1.1 O “chamariz”
Modo enganoso de atrair o consumidor para que ele, uma vez no estabelecimento (ou telefonando),
acabe comprando algo muitas vezes bem constrangido. Ex.: anuncia‑se a liquidação, com grandes
descontos, e, quando o consumidor chega à loja, a liquidação é restrita a uma única prateleira ou
estante; ou: “os primeiros dez ouvintes que ligarem terão desconto de 50% na compra de tal produto”;
quando o consumidor liga, ainda que seja logo em seguida, recebe a resposta de que é o décimo
primeiro a ligar.
A publicidade será enganosa se o consumidor pudesse não ter adquirido o produto ou o serviço se
este tivesse sido anunciado corretamente; o anúncio será enganoso, se não corresponder à verdade, se
esta não se verificar. Ex.: o fornecedor diz que o produto dura 2 meses, e em 1 mês ele está estragado;
ou que o curso é grátis, exceto o material didático.
7.11.1.3 Ambiguidade
Se o anúncio “brincar” com o sentido ambíguo de seu texto ou se utilizar a ambiguidade com o
intuito de confundir, será enganoso. Se, ao ler o texto, assistir à imagem, ouvir a mensagem falada, restar
possível mais de uma interpretação e uma delas levar à “enganosidade”, o anúncio já será enganoso.
Ex.: anúncio com foto de um aparelho de melhor qualidade, diferente da sigla junto do preço ao pé da
fotografia que indicava um aparelho de qualidade inferior.
Exceção: tanto a agência quanto o veículo anunciante não terão responsabilidade quando
do anúncio não se extrair a “enganosidade” ou por cuja publicidade não for possível, por falta de
condições reais, saber se o anúncio é enganoso ou depende de uma ação real, concreta e posterior do
fornecedor‑anunciante. Ex.: uma loja anuncia desconto de 50% nos preços das mercadorias; quando o
consumidor comparece à loja, vê que os descontos são de apenas 20%.
Poderíamos desde logo afirmar que oferta é gênero e que publicidade é espécie.
mão em mão, malas diretas, mensagens veiculadas por veículos com alto‑falantes, exibição de produtos
em vitrines de lojas, correspondência contendo propostas concretas etc.).
Esses esclarecimentos são necessários, na medida em que três são as personagens de uma
mensagem publicitária:
c) Veículo: qualquer meio de comunicação em massa que leva mensagens publicitárias até seus
destinatários, consumidores ou potenciais consumidores.
O próprio Código de Defesa do Consumidor, em seu art. 37, encarrega‑se de definir publicidade
enganosa e abusiva. Com efeito:
Dispõe o parágrafo único do art. 36 do CDC: “A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o
consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal” (BRASIL, 1990b).
Cuida‑se de princípio eminentemente ético, e tem por base o dever posto tanto aos anunciantes
quanto aos seus agentes publicitários de, ao transmitirem alguma característica especial sobre
determinado bem ou serviço, caso haja dúvidas a respeito, que a justifiquem cientificamente. Exemplo:
o sabão “X” lava muito mais branco do que o “Y” porque contém o princípio ativo “H”.
Lembrete
Os primeiros estudos sobre a saúde dos trabalhadores se iniciaram no século XVI. As pesquisas
aprofundaram‑se com a Revolução Industrial, quando surgiram as primeiras leis trabalhistas visando
proteger o ser humano de possíveis acidentes e doenças ocupacionais em suas relações de trabalho
(PACHECO, 1995). Discutiremos, a seguir, a origem da Saúde e Segurança no Trabalho e sua evolução no
decorrer dos anos.
134
ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL
Todas as normas citadas no parágrafo anterior serão devidamente examinadas neste livro‑texto.
Ao fazer uma análise sobre Saúde e Segurança no Trabalho, podemos compreender a importância
de interferir no processo de segurança ocupacional dos colaboradores tendo o objetivo de prevenir,
minimizar e eliminar os riscos decorrentes de condutas e procedimentos que causam riscos à saúde do
trabalhador. Podemos entender que um serviço de saúde ocupacional apresenta finalidades como:
• cuidar do colaborador e protegê-lo contra qualquer risco à saúde que se origine em seu ambiente
de trabalho ou das condições físicas e psicológicas a que o trabalho o expõe;
Saiba mais
135
Unidade IV
A maioria dos serviços de saúde ocupacional foca três áreas principais: prevenção, ajustamento ao
trabalho e tratamento.
A saúde do trabalhador é de tamanha importância que pode ser considerada como uma área do
conhecimento que requer investigação e intervenção e que tem sofrido diversas configurações ao longo
das últimas décadas.
O crescimento da área da saúde do trabalhador pode ser entendido através de duas dimensões: uma
decorrente da nova ordem do capital sobre o trabalho; outra por conta do reconhecimento político
da área, representado pela sua inserção, ainda que insuficiente, no conjunto das políticas públicas e
intersetoriais, resultante da capacidade de organização de diferentes agentes políticos.
Com relação à ordem do capital sobre o trabalho, esta se figura no impacto dos novos padrões da
nova ordem capitalista, ao se verificar, a partir do complexo dos avanços produtivos, a necessidade de
uma análise mais detalhada dessas novas estruturas, sem deixar de lado o seu impacto sobre a saúde.
8.2 Prevenção
A prevenção na saúde e segurança do trabalho deve ser desdobrada em duas funções – controlar
riscos e controlar emergências –, diminuindo, assim, as estatísticas dos acidentes com os colaboradores.
De acordo com Cardella (1999), o controle de riscos pode ser exercido por meio de sistemas altamente
sofisticados, como o de uma unidade industrial, ou muito simples, como o de um trabalhador que
controla os riscos de suas atividades. Em qualquer um dos casos, são adotados os seguintes princípios:
O objetivo da gestão de riscos é trabalhar a prevenção dos acidentes e, dessa forma, manter os riscos
associados à organização abaixo dos valores tolerados pela Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
(Cipa). Algumas organizações não levam seus colaboradores a conscientizar-se da responsabilidade da
prevenção, mas é dever de todos zelar por uma boa saúde, segurança no trabalho e, consequentemente,
por uma boa qualidade de vida. Segundo Cardella (1999), a política estabelece as regras comportamentais
da organização. Portanto, cada organização, família, pessoa ou sociedade deve estabelecer sua própria
política, que é sempre um reflexo de seus valores.
• Quem responde por uma atividade deve responder também pelos riscos decorrentes dessa atividade.
Ainda de acordo com Cardella (1999), é considerado emergência todo procedimento perigoso
sobre os quais o homem não tenha nenhum controle. Toda emergência é considerada anormal, pois o
esperado e desejado é a ausência de emergências. Ela pode ser caracterizada como explosão, incêndio,
vazamento de gás tóxico, enchente, falta de energia elétrica, falta de água e refrigeração, dentre outros.
Em qualquer um dos casos, são adotados os seguintes princípios:
• A velocidade de propagação da série de eventos perigosos é maior que a velocidade com a qual o
homem detecta, analisa e toma decisões.
• Não é possível elevar a confiabilidade dos sistemas a 100%. Quando o último recurso
mecânico‑eletrônico falha, o controle passa a depender totalmente da intervenção humana.
• que as emergências devem ser analisadas previamente para que decisões criticas sejam incorporadas
ao plano de ação e as ações sejam executadas de modo automático no momento da ocorrência;
• que as ações de controle devem ser executadas preferencialmente por equipamentos, pois eles
atuam muito rapidamente e com muito maior confiabilidade do que o homem;
• que as pessoas que atuam no controle de emergências devem ser treinadas em detecção de falhas.
137
Unidade IV
A política de gestão de emergências deve ser simples e objetiva, não deixando dúvidas quanto ao
comportamento esperado. Cabe à liderança estabelecer a política da organização.
Lembrete
Embora estudos sinalizem, principalmente, os efeitos do trabalho sobre a saúde do colaborador, não
podemos esquecer que é tarefa primordial estudar os efeitos que a saúde pode ter sobre o trabalho.
Podemos iniciar esse estudo pelo processo seletivo do candidato a determinado cargo, com o qual
analisaremos a sua saúde e as suas aptidões.
Segundo Cardella (1999), o clima organizacional resulta de fatores internos e externos. Dentre eles,
podemos citar a visão de futuro, ameaças externas, situação política, econômica e social do país, grau de
satisfação das necessidades das pessoas, liderança, cultura organizacional e sistema de gestão.
Saiba mais
138
ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL
• adaptação das instalações e dos locais de trabalho à capacidade mental e física dos trabalhadores
mediante a aplicação da ergonomia.
A prevenção dos acidentes do trabalho é vista como forma de evitar a incapacitação dos
colaboradores nas empresas, abordando as causas dos acidentes e mostrando pesquisas e estudos
recentes no nosso país. É a única chance para evitar a incapacitação de milhares de colaboradores,
apesar de muitas empresas ainda considerarem que o custo para os seus negócios é irrecuperável.
Infelizmente, enquanto essa postura equivocada não mudar, será difícil conseguir reduzir o número
desses acidentes.
• alcoolismo etc.
139
Unidade IV
As doenças mentais, na maioria das vezes, acontecem em decorrência de alguns fatores, tais como:
• conviver com os limites entre a vida e a morte (situação vivida pelos profissionais de saúde,
policiais, motoristas, dentre outros);
• trabalhar com o grande público (situação vivida por professores, palestrantes e gestores, dentre outros);
• monotonia;
Observação
Podemos entender que as organizações precisam constantemente ofertar aos seus colaboradores
algumas atividades destinadas à qualidade de vida, tais como academias, ginástica laboral, cinema nos
horários de intervalo e palestras sobre temas diversos de qualidade de vida que, com certeza, melhoram
a sua vida profissional. O programa de saúde e segurança no trabalho recebeu atenção especial, e
foram consolidadas diversas parcerias e convênios com entidades e empresas. Como órgãos envolvidos
nesses programas, temos a Organização Internacional do Trabalho (OIT), que é uma agência multilateral
voltada às questões do trabalho, ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), e a Organização
Pan‑Americana da Saúde, que é um órgão internacional de saúde pública. Seu objetivo é coordenar
os esforços estratégicos de colaboração entre os Estados‑membros e outros parceiros com o intuito de
manter o equilíbrio na saúde, combater doenças, elevar a qualidade de vida e aumentar a expectativa
de vida dos povos das Américas. Além dessas organizações, temos:
• Fundacentro: órgão que tem como finalidade a realização de estudos e pesquisas relativas
aos problemas de segurança, higiene, meio ambiente e medicina do trabalho. Esse respectivo
organismo está vinculado ao Ministério do Trabalho (MT).
140
ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL
Podemos concluir que é responsabilidade de toda a sociedade a prevenção contra doenças e acidentes
de trabalho e, principalmente, a melhoria da qualidade de vida de todos.
Lembrete
Como vimos anteriormente, a Cipa é uma comissão que tem o objetivo de evitar a ocorrência de
acidentes de trabalho e as doenças que eles acarretam, de modo que garanta que trabalho, segurança
e promoção da saúde estejam sempre em perfeita sintonia e complementação. As empresas que
admitirem trabalhadores como empregados deverão estabelecer e manter suas comissões em perfeito e
regular funcionamento. Incluem‑se, nesse caso, empresas públicas, privadas, cooperativas, associações
recreativas, sociedades de economia mista, dentre outras. Vale lembrar que a NR‑5 também se aplica aos
trabalhadores avulsos e às empresas que lhe tomam serviço.
Saiba mais
8.6 Da organização
Toda e qualquer comissão interna de prevenção de acidentes deverá ser composta por membros
representantes do empregador e do quadro de empregados. Os representantes dos empregadores, tanto
os titulares como os suplentes, serão designados por eles mesmos. No caso dos representantes dos
empregados, estes serão eleitos por meio de votação secreta pelos demais empregados interessados. Os
eleitos terão mandato de um ano, podendo ser reeleitos para um próximo mandato subsequente.
141
Unidade IV
Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, “o empregador deverá garantir que seus indicados
tenham a representação necessária para a discussão e [o] encaminhamento das soluções de questões de
segurança e saúde no trabalho analisadas na Cipa” (BRASIL, 1999d).
Observação
8.7 Atribuições
No interior das organizações, a Cipa possui, atualmente, uma gama de atribuições importantes na
prevenção de acidentes e na promoção da saúde do trabalhador. Podemos citar como as mais relevantes:
Para que todas as atribuições descritas anteriormente possam ser realizadas, é imprescindível que
os demais empregados participem de todo o processo, que tem início na própria escolha dos membros
da comissão. Os empregados precisam ter a consciência de que se trata de uma comissão formada para
garantir a sua integridade física, sendo importante que essa comissão seja acompanhada e auxiliada
pelos demais colaboradores.
142
ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL
Para auxiliar o trabalho da Cipa, os demais empregados poderão indicar as situações de risco que
sejam detectadas, bem como sugerir ações para eliminá‑las. Será também de grande auxílio à Cipa o uso
correto dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), assim como o seguimento correto das normas
de segurança no trabalho. Algumas comissões deixam de realizar feitos importantes por perderem
tempo na fiscalização de comportamentos adequados dos trabalhadores.
Observação
8.8 Funcionamento
A Cipa realizará reuniões mensais, com datas preestabelecidas, em local apropriado e sempre no
horário do expediente. Uma vez encerrada a reunião, uma ata desta deverá ser assinada por todos
os participantes, e uma cópia deverá ser enviada para todos os membros presentes ou ausentes à
reunião. Essas atas deverão estar sempre à disposição dos agentes de inspeção do trabalho. Vale lembrar
que, apesar de as datas das reuniões serem previamente fixadas, em caso de necessidade, reuniões
extraordinárias poderão acontecer. São motivos para a convocação de reunião extraordinária:
Antes de tomarem posse, os membros da Cipa recebem treinamento especializado, cujo conteúdo
programático contempla:
• um estudo completo de seu ambiente de trabalho, incluindo os riscos que ele apresenta;
• a apresentação das metodologias de investigação das doenças do trabalho e dos acidentes de trabalho;
Observação
Exemplo de Aplicação
Faça uma pesquisa e construa uma linha do tempo que retrate a evolução da saúde do trabalhador. Esta
atividade tem o objetivo de analisar o processo histórico da saúde do trabalhador e conhecer a evolução
do processo, com o objetivo de prevenir, minimizar e eliminar os riscos e agravos à saúde do trabalhador.
Sabemos que a empresa tem o dever, em relação à saúde e segurança no trabalho, de fornecer aos
empregados um ambiente de trabalho propício e seguro, ou seja, de fazer que ele se sinta bem e saudável.
Nesse sentido, “a principal proteção de qualquer trabalhador no Brasil, e em qualquer parte do mundo, é
um ambiente de trabalho livre de riscos à integridade física e adequado às condições necessárias para se
preservar a saúde de cada trabalhador e o meio ambiente” (GONÇALVES, 2003, p. 185).
Os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) têm a sua legalização formalizada pelo Ministério do
Trabalho e Emprego, por meio da Norma Regulamentadora nº 6, da Portaria nº 3.214, de 8 de junho de
1978. Essa norma afirma que “equipamento de proteção individual é todo dispositivo de uso individual,
destinado a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador” (BRASIL, 1978). Ela confirma a
necessidade de uso e obriga a organização a fornecer gratuitamente aos empregados o equipamento de
proteção individual direcionado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento:
• nas situações em que as medidas de proteção forem consideradas inviáveis em relação à sua
técnica, ou quando não oferecerem confiança em relação aos riscos inerentes às atividades.
144
ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL
Observação
A NR‑6 é a norma que regulamenta os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Considera‑se EPI
todo dispositivo de uso individual destinado a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador,
sendo a empresa obrigada a fornecê-los aos empregados gratuitamente. Devido a sua importância, a
norma é apresentada aqui na íntegra:
145
Unidade IV
146
ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL
147
Unidade IV
g) cancelar o CA.
149
Unidade IV
Cabeça
• óculos de segurança para tarefas que possam causar ferimentos nos olhos, provenientes de
impacto de partículas;
• protetores faciais voltados à proteção dos olhos e da face contra lesões geradas por partículas,
respingos, vapores de produtos químicos e radiações luminosas intensas;
• óculos de segurança para trabalhos que possam causar vermelhidão nos olhos e outras lesões
referentes à ação de radiações perigosas;
• capacetes para trabalhos em obras de construções e reformas, onde haja a possibilidade remota
de quedas de partes soltas e restos de materiais;
• óculos de segurança contra respingos para trabalhos que possam causar irritação nos olhos e
outras lesões decorrentes da ação de líquidos agressivos;
• óculos de segurança para trabalhos que possam causar irritação nos olhos, decorrentes de poeiras.
Observação
Vale lembrar que para cada função é utilizada uma cor de capacete.
Membros superiores
• luvas, mangas de proteção e/ou cremes protetores que devem ser utilizados em atividades em que
haja perigo de lesão provocada por materiais ou objetos:
— aquecidos;
— choque elétrico;
— radiações perigosas.
150
ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL
Membros inferiores
Tronco
• Aventais, capas e outras vestimentas especiais de proteção para trabalhos em que haja perigo de
lesões provocadas por riscos de origem radioativa, biológica e química.
Pele
Cremes protetores: só poderão ser comercializados ou utilizados como EPI quando possuírem o
Certificado de Aprovação (CA) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Respiração
• respiradores e máscaras de filtro químico para utilizar quando houver exposição a agentes
químicos;
• aparelhos de isolamento (autônomo ou de adução de ar), para áreas de trabalho nas quais o teor
de oxigênio seja menor que 18% em volume.
Ouvidos
Protetores auriculares de espuma e/ou concha para trabalhos ruidosos que precisam de diminuição
do nível de pressão sonora para garantir a saúde ocupacional.
Observação
Não podemos esquecer que, antes de utilizar qualquer equipamento de proteção individual, o
profissional precisa conhecer qual(is) o(s) risco(s) de natureza física, química e biológica a que pode
estar exposto.
151
Unidade IV
Saiba mais
8.10.1 Definição
Acidente de trabalho é considerado como tal quando acontece durante o exercício das atividades
laborais. O acidentado, no caso, o empregado ou segurado, deverá estar em pleno exercício do trabalho,
e o fato poderá acarretar, para ele, lesões corporais ou algum tipo de disfunção funcional que possam
resultar em morte ou, ainda, perda ou limitação, seja permanente ou temporária, de sua capacidade
para a realização do trabalho. Conforme dispõe o art. 19 da Lei nº 8.213/91 (BRASIL, 1991):
Antes de nos aprofundarmos nesse assunto, precisamos conhecer dois termos indispensáveis:
insalubridade e periculosidade.
• insalubridade: palavra originada do latim, que diz respeito a tudo o que possa causar doença. Seu
conceito legal é dado pelo artigo 189 da Consolidação das Leis do Trabalho, nos seguintes termos:
• periculosidade: refere‑se a tudo aquilo que possa de alguma forma oferecer perigo.
Acidentes ocorrem com pessoas e também com materiais, como ferramentas, máquinas, dentre
outros. Assim, acidente pessoal é uma ocorrência inesperada, geralmente, um contato físico do
152
ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL
empregado com algum objeto ou substância, ou a sua exposição ao ambiente nocivo, que interfere no
andamento normal do trabalho. O contato pode não resultar em lesão.
Lembrete
Exemplo de aplicação
Um empregado tentou soltar uma porca grande com uma chave-inglesa. A porca estava enferrujada
e muito apertada. Quando ele foi aplicar uma pressão extra na chave, ela escorregou, fazendo-o
cambalear para trás. Sua cabeça bateu contra a beirada afiada de um transportador, localizado às
suas costas.
• a chave escorregou;
Esta última é que se ajusta à nossa definição. Ela foi inesperada, interrompeu o trabalho do empregado.
153
Unidade IV
Trata‑se de ocorrência inesperada envolvendo o manuseio do equipamento que poderia, sob certas
circunstâncias, resultar no contato do empregado com o objeto ou a substância, ou colocá‑lo sob a
condição de exposição. Em geral, embora não necessariamente, a ocorrência inesperada resulta na
interrupção do uso do equipamento.
Note que os elementos‑chave são muito similares àqueles dos acidentes pessoais. Envolvem uma
interrupção do trabalho devido à forma do uso do equipamento. Existe um componente de contato
pessoal. É essa última característica que distingue os acidentes envolvendo equipamento e os torna algo
de interesse especial do ponto de vista da segurança.
Aqui está um caso para ilustrar a definição: um ajudante de guindasteiro afastou‑se da carga e
deu o sinal para iniciar a operação. Enquanto a carga estava sendo erguida, um cabo se partiu e ela
se espatifou no solo, a alguns metros de distância do empregado, que ficou assustado, mas não foi
atingido pela carga.
Agora, responda a esta pergunta: que tipo de acidente você diria que houve, se o ajudante tivesse
sido atingido pela carga?
As duas definições deixaram bem claro o que estamos tentando evitar: ocorrências inesperadas, que
envolvem (ou que poderiam envolver) os empregados em contato com as coisas à sua volta.
• Doenças profissionais: aquelas que foram produzidas ou desencadeadas por algum tipo específico
de atividade. Para ser considerada doença profissional, ela deverá constar na relação oficial do
Ministério do Trabalho e da Previdência Social.
Observação
• Doenças do trabalho: representadas pelas doenças adquiridas ou desencadeadas por conta das
condições oferecidas pelo trabalho. Elas também necessitam fazer parte da relação do Ministério
do Trabalho e da Previdência Social para serem consideradas como tais (BRASIL, 1997).
154
ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL
Vale ressaltar que, nos casos excepcionais em que a doença não faça parte dessa relação oficial
do Ministério do Trabalho e da Previdência Social, mas tenha ficado constatado que foi adquirida ou
desencadeada pelas condições de trabalho, a Previdência Social (INSS) a considera como doença de trabalho.
As doenças degenerativas próprias da faixa etária do empregado não serão consideradas como doenças
de trabalho. Já as doenças endêmicas, como as epidemias, não serão consideradas como acidentes de
trabalho para aquelas pessoas que já são habitantes no local. É necessária uma comprovação de que o
empregado cujo local de origem é diferente daquele onde adquiriu a doença foi infectado ao se deslocar
para realizar suas atividades laborais em condições ambientais distintas daquelas a que estava habituado.
Atos inseguros: representam todos os atos praticados pelo colaborador por conta de sua atividade
no trabalho. São também definidos como o comportamento consciente ou inconsciente do trabalhador,
que pode levá‑lo a sofrer algum tipo de acidente em virtude de sua exposição a um determinado risco
exigido por seu trabalho.
Condições inseguras: representam toda e qualquer condição que de alguma forma comprometa
a segurança do trabalhador. Um risco ambiental sem controle, como um vazamento de gás, pode ser
considerado uma condição insegura. Também podemos citar como exemplos equipamentos com defeito,
lâmpadas queimadas, dificuldade de visibilidade, dentre outros.
• o acidente que contribuiu para a morte, perda ou redução da capacidade do segurado para o
exercício laboral, ainda que o acidente não tenha sido a causa exclusiva;
• o acidente sofrido fora do horário e do local de trabalho, em viagem do empregado a serviço da empresa.
Observação
155
Unidade IV
De acordo com Gardin (2001), em 1980, o(Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) registrava
as ocorrências de acidente de trabalho de forma centralizada, mas, a partir de 1990, ocorreu uma
descentralização, e cada agência passou a fazer seu próprio registro e levantamento, o que dificulta
termos um registro dos dados.
A perícia médica do INSS é a responsável por caracterizar tecnicamente os acidentes de trabalho. Ela
realiza o reconhecimento do chamado nexo causal entre:
• o acidente e a lesão;
• a doença e o trabalho;
Além disso, é o INSS, por meio de seu setor de benefícios, que reconhecerá o direito do segurado de
receber o benefício acidentário.
De acordo com o artigo 337 do Decreto 3.048/99, “será considerado agravamento do acidente aquele
sofrido pelo acidentado quando estiver sob a responsabilidade da reabilitação profissional” (BRASIL,
1999c). O Decreto nº. 2.172, de 5 de março de 1997, que dispõe sobre os planos de benefícios da
Previdência Social, em seu artigo 131 a 133, determina:
a) a doença degenerativa;
156
ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL
I – o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única,
haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para a perda ou
redução da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija
atenção médica para a sua recuperação;
• causa: porque trata de um fato inesperado, isto é, que não foi programado;
• dano: presença de um prejuízo, pois pode provocar lesão corporal, perturbação funcional ou
até morte;
• nexo causal: é imprescindível a existência da ligação do acidente com o fato de que o trabalho foi
a causa do dano.
158
ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL
Lembrete
Os movimentos sindicais, por meio de suas lutas constantes, foram responsáveis por várias
mudanças nas relações laborais. Essas mudanças tinham a finalidade de diminuir, amenizar e prevenir
os riscos que poderiam comprometer a saúde do trabalhador. Assim, por meio desses movimentos,
houve ampliação da capacidade de intervenção da classe trabalhadora pela participação efetiva nos
processos de negociação da relação trabalho através de instrumentos jurídicos – como convenções
e dissídios coletivos de trabalho – objetivando a prevenção da nocividade do ambiente de trabalho,
a utilização de medidas de proteção contra os riscos ambientais e a defesa da saúde através de
instrumentos técnicos.
No governo de Getúlio Vargas, o modelo de assistência ao trabalhador estava voltado para a questão
da medicina assistencialista, através da intervenção de uma assistência médica voltada para o estudo
das doenças ocupacionais. Nessa época, era clara a figura do assistencialismo médico sindical no qual
se preconizava a tutela de medidas sobre o trabalhador, não envolvendo as questões relacionadas ao
ambiente de trabalho e outros fatores que concorrem para a nocividade do processo gerencial ou de
produção que oferecem riscos ao trabalhador.
8.11.1 Prevenção
159
Unidade IV
Altos também são os custos gerados pelos acidentes de trabalho, tanto para empresários quanto para
os próprios trabalhadores, pois ainda que estes últimos recebam o benefício que lhes é de direito, serão
eles quem deveram arcar com outros gastos, como medicamentos, alimentação especial, transporte
para se deslocar às consultas etc. Portanto, não deixar que os acidentes ocorram, ou seja, preveni‑los, é
a melhor solução tanto para empregadores quanto para empregados.
Hoje, todas as ações que visam evitar acidentes de trabalho estão diretamente ligadas ao tipo
de atividade exercida pelo trabalhador, pois cada atividade possui seus equipamentos e normas de
segurança. Porém, elas também dependem diretamente do ambiente de trabalho e das tecnologias que
o homem tem a seu dispor.
Diversas são as causas dos acidentes de trabalho, porém as mais frequentes estão ligadas a:
• Cansaço ou fadiga: acomete principalmente os que trabalham com mudança de turnos. Por não
dormirem o suficiente ou por estarem com o relógio biológico desajustado, acabam perdendo o
controle do corpo. Nos casos em que o colaborador trabalha no manejo de máquinas perigosas, a
fadiga poderá ser fatal, podendo levá‑lo ao óbito.
• Álcool: muitos acidentes estão associados à ingestão de bebidas alcoólicas. Algumas estatísticas
mostram que a segunda‑feira é o dia em que mais trabalhadores sofrem acidentes de trabalho
pelo fato de, no fim de semana, terem feito a ingestão de bebidas alcoólicas.
• Alimentação: por mais que pareça absurdo, ainda hoje trabalhadores sofrem acidentes de trabalho
por falta de alimentação. Tonturas e desmaios são os sintomas mais frequentes da hipoglicemia (a
ausência de açúcar no organismo).
• Seleção de pessoal inadequado: alguns cargos exigem que sejam ocupados por pessoas com
formação adequada; porém, muitas vezes, encontrar colaboradores com o perfil desejado passa
a ser uma tarefa muito difícil. Para evitar uma paralisação nas suas atividades, as empresas
passam a contratar pessoas aquém do que o cargo exige e, assim, passam a correr sérios riscos
de acidentes de trabalho, já que estão optando por trabalhar com pessoal não especializado para
a atividade. Outras empresas, por desconhecerem as peculiaridades de alguns cargos, passam
a contratar pessoas inaptas para ocupá‑los e, da mesma forma, caem no risco do acidente de
trabalho, embora, neste caso, o risco seja inconsciente.
• Falta de treinamento adequado: a falta de treinamento adequado para algumas funções tem
contribuído bastante para o aumento do número de acidentes de trabalho no Brasil. Por mais
tempo que o trabalhador tenha desempenhado uma função, deverá participar de treinamentos
periódicos para complementação e atualização sobre suas funções. Sempre que necessário, o
treinamento deve acontecer de forma individualizada, mesmo que os gastos sejam relevantes.
Melhor é gastar um pouco mais para prevenir do que para remediar.
160
ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL
Como foi dito, a imposição não auxilia as empresas na hora de prevenir acidentes. Conscientização
e formação são a base para se evitar os acidentes de trabalho, porém alguns pontos devem ser
observados. Vejamos.
• O trabalhador precisa sentir‑se parte integrante de seu local de trabalho. Somente quando se
sentir à vontade, interagindo com o ambiente, sentirá a necessidade de cuidar dele, tornando‑o
apto para o desenvolvimento excelente de suas tarefas.
• É preciso que o trabalhador perceba que ele somente tem a ganhar quando segue as regras
de segurança que suas atividades necessitam, sobretudo, quando se tratar de atividades que
envolvam riscos de acidentes. É bom deixar claro que, em caso de acidentes, ele será o maior
prejudicado, juntamente com sua família.
• Um local de trabalho organizado, limpo e sem objetos obsoletos, ou seja, que já estão sem
utilidade, ajuda a reduzir os riscos de acidente de trabalho. Se todos os objetos de trabalho e
equipamentos de segurança estiverem em seus devidos lugares, será fácil encontrá‑los em caso
de alguma urgência.
• É importante também que os colaboradores estejam cientes dos riscos que envolvem sua atividade
laboral, mesmo aqueles mais moderados.
• Não deixar que falte nenhum equipamento de proteção, seja ele individual ou coletivo. É básico
ter à disposição capacetes, vestuário adequado, protetores auriculares, lentes de proteção,
dispositivos antiqueda, manuais de instrução, dentre outros. Estes equipamentos são básicos
quando o objetivo é prevenir acidentes.
• É importante que não haja imposição, aos seus colaboradores, da utilização de equipamentos ou
do seguimento de determinadas normas de segurança. Eles precisam estar dispostos a fazê‑lo,
ou seja, deve ser uma ação consciente e espontânea. Assim, evitar acidentes deixa de ser uma
constante pressão e passa a ser uma atividade cotidiana.
8.11.2 Investigação
161
Unidade IV
Recomenda‑se dispor de um kit pronto (papel, prancheta, lápis, caneta, borracha, trena, máquina
fotográfica e/ou filmadora e filmes).
A coleta de dados é uma fase crucial que deve ser realizada no próprio local de ocorrência do
acidente. Uma boa coleta deve possibilitar a compreensão de como o acidente ocorreu quase como se
fosse possível visualizá‑lo passo a passo.
A sistematização da coleta de dados facilita esta tarefa, além de ajudar a evitar que aspectos
importantes deixem de ser investigados. Em nossas investigações, mesmo quando não utilizamos o
Método de Árvore de Causas, realizamos a coleta de dados com auxílio de suas categorias de análise, ou
seja, atividade em desenvolvimento, desdobrada nos componentes:
Recomenda‑se:
c) Verificar o tipo de energia utilizada; se for o caso, descrever máquinas e/ou equipamentos (tipo,
forma de acionamento, de alimentação etc.).
e) Identificar, em relação às condições de trabalho habituais (trabalho real, não trabalho prescrito),
isto é, sem ocorrência de acidente, o que mudou/alterou/variou, investigando as origens das
alterações/mudanças/variações ocorridas. É extremamente importante identificar as condições
162
ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL
do sistema que permitiram o aparecimento dessas mudanças (ou variações). Em outras palavras,
buscar as “causas das causas”.
g) Buscar confirmação para todas as afirmações colhidas nas entrevistas visando descrever os fatores
que participaram do desencadeamento do acidente com a maior fidelidade possível.
Durante as entrevistas, diante de expressões como “foi um descuido”, “acho que não prestei muita
atenção”, “fiz uma bobeira”, utilizadas pelos próprios acidentados (vítimas) de acidentes não fatais para
descrever os episódios de que foram vítimas, é imprescindível indagar – e, se necessário, insistir –, como
foi o tal “descuido”, a “falta de atenção”, procurando caracterizar o sentido da expressão utilizada pelo
trabalhador (ou testemunha, ou colega, em casos de acidentes fatais). Sobretudo, é da maior importância
investigar suas causas. Frequentemente os “descuidos” ocorrem em situações de pressão de tempo para
execução de tarefas (urgências de várias naturezas e origens), ao final de turnos noturnos, ao final de
jornadas de trabalho prolongadas por horas‑extras, em situações de fadiga evidente do trabalhador,
durante execução de tarefas anexas/secundárias ou de tarefas eventuais, por exemplo, as de manutenção.
É fundamental que durante a coleta de informações sejam descritos fatos passíveis de constatação.
Por exemplo, em vez de registrar “expôs‑se desnecessariamente ao perigo”, descrever ações, posições etc.
adotadas pelo trabalhador, sem emitir juízo de valor. Da mesma forma, não incluir interpretações
e/ou conclusões do investigador durante a fase de coleta de dados.
Uma boa descrição de acidente é objetiva e precisa, desprovida de juízos de valor, de interpretações
e de conclusões. Para se conseguir executar uma coleta de dados que atenda a esses requisitos, é
163
Unidade IV
muito importante ter sempre em mente que se buscam as “causas das causas” do acidente, visando
à prevenção, e não à identificação de responsáveis e/ou culpados (objetivos de investigações com
finalidades jurídicas).
• Jamais confundir o trabalho real com o trabalho prescrito ou reduzir o primeiro ao segundo.
Procure conhecer o trabalho real, o que demanda tempo, entrevistas com operadores etc.
• Não tomar como “causas” opiniões a priori, que não foram adequadamente investigadas,
formando opiniões precoces acerca de causas do acidente que vai ser investigado, contaminando
e prejudicando a investigação.
• Não aceitar como verdade informações sem verificar sua veracidade. A título de exemplo, pode
ser citado um fato ocorrido durante investigação de acidente fatal em uma grande siderúrgica
brasileira. Em reunião entre representantes sindicais, técnicos de várias instituições, um
representante da empresa afirmou não ser possível a instalação de uma tampa no “panelão” que
transportava aço fundido para as lingoteiras. Isso porque a tampa provocaria modificações no aço
que eram incompatíveis com as especificações do produto. Posteriormente, verificou‑se que tal
afirmação era falsa.
Os dados coletados devem ser organizados, isto é, deve ser elaborada uma descrição coerente do acidente,
baseada em fatos passíveis de serem observados/constatados, sem emissão de juízos de valor e/ou
interpretações, e que permita ao(s) investigador(es) “visualizar” da maneira mais completa possível como o
episódio se desenrolou. Esta etapa é fundamental na investigação. Embora aparentemente fáceis de serem
realizadas, boas descrições exigem treinamento. Pode‑se considerar adequada uma descrição cuja leitura
permita a compreensão de como o acidente ocorreu por profissionais que não participaram da investigação.
Somente após elaborar a descrição do acidente é que se devem analisar e interpretar as informações
registradas e que nortearão a prevenção.
Representam todos os atos praticados pelo colaborador por conta de sua atividade no trabalho. É
também definido como o comportamento consciente ou inconsciente do trabalhador, que pode levá‑lo
164
ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL
a sofrer algum tipo de acidente em virtude de sua exposição a um determinado risco exigido por seu
trabalho.
Lembrete
Condições inseguras nos locais de serviço são aquelas que compreendem a segurança do trabalhador.
São as falhas, os defeitos, irregularidades técnicas e carência de dispositivos de segurança que põem em
risco a integridade física e/ou a saúde das pessoas e a própria segurança de instalações e equipamentos.
165
Unidade IV
• Passagens perigosas.
• Falta de EPI.
• Má arrumação/falta de limpeza.
• Iluminação inadequada.
• Piso danificado.
Atos inseguros podem ocorrer por diversas causas, e todas elas são provenientes do homem, portanto,
o “como se faz” é o grande problema dos resultados que traz um ato inseguro.
Fazer com segurança, consciência e sem pressa são atitudes que contribuem para que se faça benfeito
e não gerando uma situação insegura, que coloca em risco a própria vida e a dos demais.
As condições inseguras têm como resultado o tempo; a resistência de certos materiais se desgasta;
a organização do local, que é um fator humano e/ou falta de manutenção; tecnologia aplicada ao local,
dentre outros.
Mesmo sendo originadas por diversos fatores externos, as condições inseguras têm como responsável
o próprio homem, seja por sua omissão, seja por sua irresponsabilidade.
Portanto, a segurança começa e termina com as ações, as atitudes e a consciência de todos nós.
166
ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL
Colabore com ambientes mais salubres, a começar em casa, na escola, rua, sociedade e principalmente
na empresa, reduzindo o número de acontecimentos alarmantes que cresce a cada ano.
• administrativamente: cabe ao INSS, por meio do setor de benefícios, estabelecer o nexo entre o
acidente e o trabalho exercido pelo colaborador;
Observação
Há algum tempo, a investigação de acidentes de trabalho era baseada apenas em atos ou condições
inseguras. Essa prática foi comum até bem pouco tempo atrás, porém sua pouca representatividade na
diminuição dos acidentes de trabalho fez que ela fosse descartada. Atualmente, os acidentes de trabalho
têm sido investigados por meio do Método Árvore de Causas, que objetiva encontrar os elementos
físicos, ambientais e subjetivos que contribuíram para o acidente. A realização de uma investigação
dita causal é um evento muito importante para evitar que os acidentes aconteçam, pois é capaz de
identificar quais são os fatores de risco e trabalhar na sua eliminação, auxiliando, assim, na diminuição
da ocorrência de novos acidentes.
Esse método se fundamenta em relato objetivo e detalhado dos fatos envolvidos na ocorrência do
acidente de trabalho a partir da lesão produzida, identificando retroativamente tais fatos, denominados
fatores antecedentes. Com estas informações, constrói‑se a rede de antecedentes do acidente,
representada sob forma de diagrama denominado Árvore de Causas.
É consenso que, para que um acidente viesse a ocorrer, algum comportamento foi alterado ou
alguma variação aconteceu se comparada ao cotidiano ao qual o trabalhador estava habituado. Por isso,
o método Árvore de Causas trabalha sobre a reconstituição do acidente, analisando de forma minuciosa
167
Unidade IV
todos os fatos, sejam eles comuns ou estranhos, que antecederam o ocorrido. Com isso, ele poderá
identificar qual alteração ocasionou o acidente.
O método
De acordo com o Método Árvore de Causas, todo trabalhador desenvolve uma atividade que pode
ser decomposta em quatro elementos, descritos a seguir:
1. O indivíduo: representado pela pessoa física que desenvolve suas atividades em seu
ambiente de trabalho, de acordo com as orientações que recebeu ao entrar na organização.
Vale lembrar que esse indivíduo carrega consigo toda a sua bagagem pessoal, como crenças,
valores e sentimentos.
4. Meio de trabalho: representa o ambiente físico no qual o indivíduo executa suas tarefas.
Uma vez identificados cada um dos quatro elementos descritos anteriormente, a investigação deverá
ocorrer na busca das alterações ocorridas nesses.
1º passo: deve ser realizada uma investigação do acidente tão logo ele aconteça e, de preferência,
no local do evento. Essa primeira investigação deve, se possível, envolver o próprio acidentado e seus
companheiros de trabalho, bem como algum técnico que tenha conhecimento tanto da situação quanto
da atividade desenvolvida pelo acidentado.
2º passo: identificar, na descrição do acidente, apenas o que forem fatos objetivos. Nesse momento,
as interpretações ou as opiniões próprias de envolvidos ou “curiosos” não acrescentam subsídios para
o esclarecimento do evento. Para isso, é preciso que o investigador seja o mais imparcial possível e não
possua vínculo emocional com os envolvidos.
3º passo: investigar o modo habitual de trabalho (as tarefas rotineiras e o sistema de trabalho
cotidiano). O ideal é que o investigador possa estar pelo menos um dia inteiro no local de trabalho para
que todas as ações sejam observadas. Esse terceiro passo visa encontrar em que ponto o modo habitual
de trabalho sofreu variação.
168
ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL
4º passo: proceder à investigação dos fatos, tanto os que permaneceram inalterados quanto os que
no momento do acidente sofreram alteração. Neste passo, os quatro componentes (trabalhador, tarefa,
material e meio de trabalho) são observados.
5º passo: montagem da Árvore, procurando identificar uma relação entre os fatos ocorridos. É
importante, nesse momento, respeitar tudo o que tiver coerência e procedência.
Exemplo de aplicação
Identifique, no seu ambiente de trabalho, as situações de riscos ocupacionais. Descreva quais tipos
de equipamentos de proteção são utilizados e verifique se estão adequados à atividade exercida.
Saiba mais
Segurança do Trabalho pode ser definida como um conjunto de medidas que são adotadas visando
minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a
capacidade de trabalho do trabalhador. No Brasil, a Segurança do Trabalho é regulamentada tanto por leis
quanto por normas regulamentadoras e normas regulamentadoras rurais. As Normas Regulamentadoras
da Higiene e Segurança do Trabalho (NR) são formadas pelos 32 dispositivos comentados a seguir.
• NR‑1: refere‑se às disposições gerais e esclarece que as normas regulamentadoras são de total
responsabilidade das empresas que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis
Trabalhistas (CLT).
• NR‑2: todo e qualquer estabelecimento, antes de inaugurar suas atividades, deve obter uma
autorização de funcionamento junto ao Ministério do Trabalho.
169
Unidade IV
• NR‑3: uma vez que a Delegacia Regional do Trabalho (DRT) ou a Delegacia do Trabalho Marítimo (DTM)
constatem que existe risco grave e iminente para o trabalhador, esses órgãos, utilizando‑se de laudo
técnico, podem pedir a intervenção no estabelecimento ou na obra em execução. Também poderão ser
embargados máquinas e equipamentos que, da mesma forma, ofereçam perigo ao trabalhador.
• NR‑4: de acordo com o número de empregados e o tipo de atividade desenvolvido pela empresa,
ela deverá possuir um setor de Engenharia de Segurança do Trabalho e um setor de Medicina do
Trabalho. Esses setores garantirão a saúde integral dos trabalhadores.
• NR‑5: é de obrigatoriedade de qualquer empresa, cujos empregados sejam regidos pela CLT,
estabelecer de forma permanente uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa).
• NR‑7: toda empresa fica obrigada a formar e implementar seu Programa de Controle Médico de
Saúde Ocupacional (PCMSO). O programa deve ter o objetivo permanente de preservar a saúde
dos trabalhadores de forma coletiva.
• NR‑8: as normas regulamentadoras estabelecem que existem alguns requisitos básicos para a construção
de qualquer edificação. Esses requisitos garantem o conforto e a segurança dos trabalhadores.
• NR‑9: as empresas ficam obrigadas a implementar seus programas de prevenção de riscos ambientais
com o objetivo de apresentar aos empregados os riscos decorrentes de suas atividades laborais.
• NR‑11: todo material deverá ser armazenado de acordo com suas características e requisitos de
segurança. Também ficam estabelecidas normas de segurança para a movimentação física dos
produtos, incluindo máquinas transportadoras, guindastes, empilhadeiras etc.
• NR‑12: o local onde as máquinas mencionadas anteriormente serão guardadas também deverá
obedecer aos requisitos mínimos de segurança.
• NR‑13: as caldeiras de qualquer fonte de energia, bem como os vasos de pressão, terão seus
funcionamentos atrelados à regulamentação profissional brasileira.
• NR‑14: existem requisitos mínimos para a construção de fornos. Eles devem estar em construções
sólidas, cujo revestimento seja feito de material refratário. Essa exigência garante que o calor não
ultrapasse os limites de segurança.
170
ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL
• NR‑16: os trabalhadores que transportam ou manuseiam materiais como explosivos, produtos inflamáveis,
produtos químicos ou substâncias radioativas terão suas atividades regulamentadas pelas NRs.
• NR‑21: aos que trabalham a céu aberto, devem ser destinados abrigos capazes de protegê‑los de
intempéries.
• NR‑23: todas as empresas devem possuir um seguro sistema de proteção contra incêndio. Isso
inclui saídas de emergência, suficiente número de equipamentos e pessoal treinado para utilizá‑los.
• NR‑24: estabelece as condições mínimas para instalações sanitárias como cozinhas, banheiros,
vestiários etc.
• NR‑25: estabelece que todos os resíduos industriais devem ser eliminados do local de trabalho
para evitar riscos à segurança e à saúde dos empregados.
• NR‑26: dispõe sobre a sinalização de segurança, fixando as cores a serem utilizadas nos locais de
trabalho para prevenir acidentes.
• NR‑29: estabelece normas de proteção à saúde dos trabalhadores de zonas portuárias, como
portos organizados ou instalações portuárias de uso privativo.
• NR‑32: estabelece as diretrizes básicas de segurança à saúde dos trabalhadores dos serviços de
saúde, bem como de todos os que exercem atividades de assistência e promoção à saúde de um
modo geral.
Lembrete
Resumo
172
ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL
1º passo: deve ser realizada uma investigação do acidente tão logo ele
aconteça e de preferência no local do evento.
175
REFERÊNCIAS
Audiovisuais
A LISTA de Schindler. Dir. Steven Spielberg. EUA: Universal Pictures, 1993. 195 minutos.
HISTÓRIAS DO PODER. Dir. Ana Dip. Brasil: Digital Produções; TV Câmara. 2006 (série de 5
documentários). Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/tv/programa/50-
HISTORIAS-DO-PODER.html>. Acesso em: 16 mar. 2015.
THE CORPORATION. Dir. Mark Achbar; Jennifer Abbott. Canadá: Zeitgeist Films, 2004. 1 DVD. 145
minutos.
UMA SECRETÁRIA de futuro. Dir. Mike Nichols. EUA: Twentieth Century Fox Film Corporation, 1988.
113 minutos.
WALL Street. Dir. Oliver Stone. EUA: Twentieth Century Fox Film Corporation, 1987. 126 minutos.
Textuais
ALONSO, F. R.; CASTRUCCI, P. L.; LÓPEZ, F. G. Curso de ética em administração. São Paulo: Atlas, 2006.
ASHLEY, P. A. (Coord.). Ética e responsabilidade social nos negócios. São Paulo: Saraiva, 2002.
BASTOS, C. R. Curso de direito constitucional. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 1990, p. 298.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, 1988a. Disponível em:
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao.htm>. Acesso em: 18 fev. 2013.
___. Decreto nº 611, de 21 de julho de 1992. Dá nova redação ao Regulamento dos Benefícios
da Previdência Social, aprovado pelo Decreto nº 357, de 7 de dezembro de 1991, e incorpora as
alterações da legislação posterior. Brasília, 1991. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/
fed/decret/1992/decreto-611-21-julho-1992-449055-norma-pe.html>. Acesso em: 22 fev. 2013.
176
___. Decreto nº 2.172, de 5 de março de 1997. Aprova o Regulamento dos Benefícios da
Previdência Social. Brasília, 1997. Disponível em: http://www010.dataprev.gov.br/sislex/
paginas/23/1997/2172.htm>. Acesso em: 26 março. 2015.
___. Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Brasília, 1940. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848compilado.htm>. Acesso em: 28 fev. 2013.
___. Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho.
Brasília, 1943. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm>.
Acesso em: 28 fev. 2013.
___. Instituto Nacional da Propriedade Industrial. Guia básico de marcas e manual do usuário
sistema e-marcas. Rio de Janeiro, março 2013a. Disponível em: <http://www.inpi.gov.br/portal/
artigo/guia_basico_de_marcas_e_manual_do_usuario_sistema_emarcas>. Acesso em: 2 mar. 2013.
___. Instrução Normativa nº 1, de 12 de outubro de 1988. Dispõe sobre a ação a ser desenvolvida pelos
Fiscais do Trabalho em face da Nova Constituição Federal. Brasília, 1988b. Disponível em: <http://portal.
mte.gov.br/data/files/FF8080812BD96D6A012BDA649F59102F/in_19881012_01.pdf>. Acesso em: 2 fev. 2013.
___. Lei 3.921, de 23 de agosto de 2002. Veda o assédio moral no trabalho, no âmbito dos órgãos,
repartições ou entidades da administração centralizada, autarquias, fundações, empresas públicas e
sociedades de economia mista, do poder legislativo, executivo ou judiciário do estado do Rio de Janeiro,
inclusive concessionárias e permissionárias de serviços estaduais de utilidade ou interesse público, e dá
outras providências. Brasília, 2002b. Disponível em: <http://alerjln1.alerj.rj.gov.br/contlei.nsf/e9589b9aabd9c
ac8032564fe0065abb4/3dcfce02b06be53903256c2800537184?OpenDocument>. Acesso em: 24 mar. 2015.
___. Lei nº 5.859, de 11 de dezembro de 1972. Dispõe sobre a profissão de empregado doméstico e dá
outras providências. Brasília 1972. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5859.
htm>. Acesso em: 28 fev. 2013.
177
___. Lei nº 5.889, de 08 de junho de 1973. Estatui normas reguladoras do trabalho rural. Brasília, 1973.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5889.htm>. Acesso em: 24 mar. 2015.
___. Lei nº 7.716, de 05 de janeiro de 1989. Define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de
cor. Brasília, 1989. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7716.htm>. Acesso em:
26 mar. 2015.
___. Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990. Dispõe sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, e
dá outras providências. Brasília, 1990a. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
l8036consol.htm>. Acesso em: 22 fev. 2013.
___. Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990b. Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras
providências. Brasília, 1990b. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm>.
Acesso em: 22 fev. 2013.
___. Lei nº 8.138, de 28 de dezembro de 1990. Revogada pela Lei nº 10.045, de 2002. Brasília, 1990.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1989_1994/L8138.htm>. Acesso em: 9 abr. 2014.
___. Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre a organização da Seguridade Social, institui
Plano de Custeio, e dá outras providências. Brasília: 1991. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/L8212cons.htm>. Acesso em: 29 jun. 2018.
___. Lei nº 9.051, de 18 de maio de 1995. Dispõe sobre a expedição de certidões para a defesa de
direitos e esclarecimentos de situações. Brasília, 1995a. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/L9051.htm>. Acesso em: 28 fev. 2013.
___. Lei nº 9.296, de 24 de julho de 1996. Regulamenta o inciso XII, parte final, do art. 5° da
Constituição Federal. Brasília, 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9296.
htm>. Acesso em: 26 mar. 2015.
___. Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996. Regula direitos e obrigações relativos à propriedade industrial.
Brasília 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9279.htm>. Acesso em: 28 fev. 2013.
___. Lei nº 9.601, de 21 de janeiro de 1998. Dispõe sobre o contrato de trabalho por prazo
determinado e dá outras providências. Brasília, 1998a. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/L9601.htm>. Acesso em: 28 fev. 2013.
___. Lei nº 9.609, de 19 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre a proteção da propriedade intelectual
de programa de computador, sua comercialização no País, e dá outras providências. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9609.htm>. Acesso em: 26 março. 2015.
___. Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. Altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos
autorais e dá outras providências. Brasília, 1998b. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/L9610.htm>. Acesso em: 22 fev. 2013.
178
___. Lei nº 10.165, de 27 de dezembro de 2000. Altera a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que
dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação,
e dá outras providências. Brasília, 1981. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
L10165.htm>. Acesso em: 23 fev. 2013.104
___. Lei nº 10.224, de 15 de 2001. Altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código
Penal, para dispor sobre o crime de assédio sexual e dá outras providências. Brasília, 2001b. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10224.htm>. Acesso em: 24 mar. 2015.
___. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Brasília, 2002. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm>. Acesso em: 2 fev. 2013.
___. Lei nº 11.324, de 19 de julho de 2006. Altera dispositivos das Leis nos 9.250, de 26 de dezembro
de 1995, 8.212, de 24 de julho de 1991, 8.213, de 24 de julho de 1991, e 5.859, de 11 de dezembro
de 1972; e revoga dispositivo da Lei nº 605, de 5 de janeiro de 1949. Brasília, 2006a. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11324.htm>. Acesso em: 22 fev. 2013.
___. Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Altera e revoga dispositivos da Lei nº 6.404, de 15 de
dezembro de 1976, e da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende às sociedades de grande porte
disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações financeiras. Brasília, 2007. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm>. Acesso em: 9 fev. 2013.
___. Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de estudantes; altera a redação
do art. 428 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º
de maio de 1943, e a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996; revoga as Leis nos 6.494, de 7 de
dezembro de 1977, e 8.859, de 23 de março de 1994, o parágrafo único do art. 82 da Lei nº 9.394, de
20 de dezembro de 1996, e o art. 6º da Medida Provisória nº 2.164-41, de 24 de agosto de 2001; e dá
outras providências. Brasília, 2008. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2008/lei/l11788.htm>. Acesso em: 22 fev. 2013.
___. Lei 12.250, de 9 de fevereiro de 2006. Veda o assédio moral no âmbito da administração pública
estadual direta, indireta e fundações públicas. Brasília, 2006b. Disponível em: <http://www.al.sp.gov.br/
norma/?id=60848>. Acesso em: 24 mar. 2015.
___. Lei Complementar nº 139, de 10 de novembro de 2011. Altera dispositivos da Lei Complementar
123, de 14 de dezembro de 2006, e dá outras providências. Brasília, 2006b. Disponível em: <http://
www.normaslegais.com.br/legislacao/lei-complementar-139-2011.htm>. Acesso em: 23 fev. 2013.
___. Ministério da Fazenda. Receita Federal do Brasil. Simples Nacional. [s.d.]. Disponível em: <http://
www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/legisassunto/simplesnacional.htm>. Acesso em: 30 mar. 2015.
___. Superior Tribunal de Justiça. Desconsideração da personalidade jurídica: proteção com cautela.
Brasília, 2011. Disponível em: <http://stj.jus.br/portal_stj/publicacao/engine.wsp?tmp.area=398&tmp.
texto=103724>. Acesso em: 24 mar. 2015.
___. Superior Tribunal de Justiça. Notoriedade da marca da vodca Absolut terá de passar por
procedimento no INPI. Brasília, 2013. Disponível em: <http://ns2.stj.gov.br/portal_stj/publicacao/
engine.wsp?tmp.area=398&tmp.texto=108729&acs.tamanho>. Acesso em: 24 mar. 2015.
___. Tribunal Superior do Trabalho. Enunciado nº 63, DJ de 24 de outubro de 1974. Disponível em:
<http://www.dji.com.br/normas_inferiores/enunciado_tst/tst_0063.htm>. Acesso em: 2 fev. 2013.
180
___. Tribunal Superior do Trabalho. Enunciado nº 244, DJ de 09 de dezembro de 1985. Disponível em:
<http://www.dji.com.br/normas_inferiores/enunciado_tst/tst_0244.htm>. Acesso em: 2 fev. 2013.
___. Tribunal Superior do Trabalho. Enunciado nº 328, DJ de 21 de dezembro de 1993. Brasília, 1993.
Disponível em: <http://www.dji.com.br/normas_inferiores/enunciado_tst/tst_0301a0330.htm>. Acesso
em: 2 fev. 2013.
___. Tribunal Superior do Trabalho. Enunciado nº 340, DJ de 17 de fevereiro de 1995. Brasília, 1995b.
Disponível em: <http://www.dji.com.br/normas_inferiores/enunciado_tst/tst_0331a0360.htm>.
Acesso em: 2 fev. 2013.
___. Tribunal Superior do Trabalho. Súmula nº 27. Brasília, 1970. Disponível em: <http://www.trtsp.jus.
br/geral/tribunal2/TST/Sumulas.htm>. Acesso em: 24 março. 2015.
___. Tribunal Superior do Trabalho. Súmula nº 113. Brasília, 1980. Disponível em: <http://www.trtsp.
jus.br/geral/tribunal2/TST/Sumulas.htm>. Acesso em: 24 mar. 2015.
___. Tribunal Superior do Trabalho. Súmula nº 261. Brasília, 2003. Disponível em: <http://www3.tst.
jus.br/jurisprudencia/Sumulas_com_indice/Sumulas_Ind_251_300.html#SUM-261>. Acesso em: 24
março. 2015.
___. Tribunal Superior do Trabalho. Súmula nº 269. Brasília, 2003b. Disponível em: http://www3.tst.jus.
br/jurisprudencia/Sumulas_com_indice/Sumulas_Ind_251_300.html#SUM-269>. Acesso em: 24 mar. 2015.
BRINKLEY, D. L.; SCHELL, R. R. Concepts and terminology for computer security. In: ABRAMS, M. D.;
JAJODIA, S.; PODELL, H. J. (Ed.). Information security: an integrated collection of essays. Los Alamitos,
CA: IEEE Computer Society Press, jan. 1995.
CARDELLA, B. Segurança no trabalho e prevenção de acidentes: uma abordagem holística. São Paulo:
Atlas, 1999.
CESCA, C. G. G.; CESCA, W. Estratégias empresariais diante do novo consumidor: relações públicas e
aspectos jurídicos. São Paulo: Summus, 2000.
CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 5. ed. São
Paulo: Elsevier, 2004.
CRETELLA JR., J. Curso de liberdades públicas. São Paulo: Editora Forense, 1986
181
COTRIM, G. Direito fundamental: instituições de direito público e privado. 22. ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
DELGADO, M. G. Curso de direito do trabalho. Exemplar n. 10013, 4. ed. São Paulo: LTr, 2005.
FAGUNDES, M. S. O controle dos atos administrativos pelo poder judiciário. 7. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2005.
FERRAZ, S. V. Práticas comerciais abusivas e sociedade de consumo. Jus Navigandi, nov. 2011.
Disponível em: <http://jus.com.br/revista/texto/20409/praticas-comerciais-abusivas-e-sociedade-de-
consumo#ixzz2MQWI6pDS>. Acesso em: 20 mar. 2015.
GONÇALVES, E. A. Manual de segurança e saúde no trabalho. 2. ed. São Paulo: LTR, 2003.
GONZAGA, A. Z. Vade Mecum Jurídico. São Paulo. Revista dos Tribunais. 2012.
HOWARD, J. D. An analysis of security incidents on the internet: 1989-1995. 1997. Tese de Doutorado
– Carnegie Mellon University, Pittsburgh, Pennsylvania, EUA, 1997.
HOUAISS, A. Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009. 1 CDROM.
KOTLER P.; ARMSTRONG G. Princípios de marketing. Rio de Janeiro: Prentice Hall, 1988.
MAGALHÃES JR., E.; SILVA, F. R. da; CEGA, A. Acidente de trabalho: a importância da higiene e segurança
do trabalho na prevenção de acidentes. Revista Científica Eletrônica de Ciências Contábeis, ano IV,
n. 7, maio 2006. Disponível em: <http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Acidente-De-Trabalho-a-
Importancia-Da/881417.html>. Acesso em: 23 mar. 2015.
182
MAXIMINIANO, A. C. A. Fundamentos de administração. São Paulo: Atlas, 2004.
MELLO, C. A. B. Curso de direito administrativo. 27. ed. São Paulo: Malheiros, 2010.
NASCIMENTO, A. M. Curso de direito do trabalho. 22. ed. São Paulo: Saraiva, 2007.
NUNES, R. Bê-a-bá do consumidor. 2. ed. São Paulo: Companhia dos Livros, 2010.
PACHECO JR., W. Qualidade na segurança e higiene do trabalho: série SHT 9000, normas para a
gestão e garantia da segurança e higiene do trabalho. São Paulo: Atlas, 1995.
PEREIRA, L. CLT comparada urgente. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2017.
REALE JR., M. Lições preliminares do direito. 27. ed. São Paulo: Saraiva, 2004.
SILVA, J. A. Curso de direito constitucional positivo. 16. ed. São Paulo: Malheiros, 1998.
___. Curso de direito constitucional positivo. 19. ed. São Paulo: Malheiros, 2001.
___. Ética empresarial: o ciclo virtuoso dos negócios. 3. ed. São Paulo: Elsevier, 2008.
___. Poder, cultura e ética nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1998.
VARGAS, R. Os meios justificam os fins: gestão baseada em valores. Ricardo. São Paulo: Prentice Hall 2005.
183
WALDHELM NETO, N. História da segurança no trabalho. Segurança no Trabalho NWN, [s.d.].
Disponível em: <http://segurancadotrabalhonwn.com/historia-da-seguranca-do-trabalho/>.
Acesso em: 23 mar. 2015.
Sites
<http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nrs.htm>.
<http://www.jusbrasil.com.br>.
<www.cnae.ibge.gov.br>.
<www.inpi.gov.br>.
<www.mte.gov.br/>.
<www.procon.sp.gov.br>.
<www.sebrae.com.br>.
184
185
186
187
188
Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000