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Os tempos impõem a mudança e Cohen, Herb. Você pode nego- Parte I -Você tamf?

ém pode
as empresas estão maduras para essa ciar qualquer coisa. Trad. do
evolução. original americano You can ne- 1. O que é negociação
Os administradores japoneses têm gociate anything, por Siu Ching 2. Quase tudo é negociável
rejeitado nossos procedimentos com- 3. Molhando os pés
Han. Rio de Janeiro, Record,
plexos, como, por exemplo, os siste- Parte li -As três variáveis cruciais
1982. (Copyríght americano de
mas computorízados de planejamen- 4. Poder
to e controle da produção (M RP li}. Herb Cohen, 1980.) 252 p. 5. Tempo
Ao invés, têm implantado sistemas 6. Informação
simples, manuais, como o Kanban. Parte 111 -Estilos de negociação
Na esteira dos numerosos artigos 7. Ganhar a qualquer custo ... à
e Iivros que tratam de desvendar o moda soviética
segredo do êxito japonês, a presen- Na contracapa desse importante li- 8. Negociações que satisfazem as
te obra procura penetrar em profun- vro se lê que Herb Cohen é, na opi- duas partes
didade esse mistériq, e encontra a ex- nião da revista Playboy, "o melhor t~cnica ganha-ga-
9. Mais sobre a
plicação nos procedimentos fabris, negociador do mundo". Não há ne- nha.
notadamente no controle total de cessidade de superlativos desse gêne- Parte I V -Como negociar qualquer
qual idade e na eliminação dos esto- ro para poder apreciar o livro ou para outra coisa, em qualquer. lugar
ques. conseguir que ele seja comprado. E 1 O. Negociações por telefone e me-
Entretanto, outros elementos do no momento o único especializado morandos de acordo
êxito japonês, tais como a automati- em llngua portuguesa e, apesar de 11. Como subir
zaç?o, o desenho inovativo, o culto ser apresentado de uma manei.ra se- 12 .· A personalização
à tecnologia e à pesquisa, a estratégia mipopular, não deixa de ser uma bri-
empresarial e os aspectos culturais, lhante contribuição ao ensino de di- Ler um livro s9bre negociação não
mencionados apenas de pa~sagem no versas disciplinas do currículo de ensina para um estudante de adminis-
livro em foco, devem também ser administração e, por que não dizer, tração negociar. Ele pode aprender
levados em conta como fatores expli- direito, engenharia, medicina e qual- isso por meio de casos, por meio de-''
cativos. quer outro que tenha contatos huma- filmes e por dramatização até deter-
Independentemente da validade nos com diversidade de pontos de vis- minado ponto. Mas a tensão nervosa
das teses do autor, sobretudo quanto ta que têm de .ser unificados antes de uma negociação, a sensaÇão gelada
à aplicabilidade dos métodos japone- de se poder continuar no trabalho. no estômago quando a gente nota
ses no Ocidente, o livro aqui rese- No curr(culo de administração, a im- que fez um erro, só a experiência en-
nhado, escrito num estilo claro e vi- portância de negociação é primordial sina. Mas para quem tem experiência
goroso, tem o grande mérito de ex- nas disciplinas de administração de o livro apresenta alguns lugares-co·
por sinteticamente, de forma acess(- pessoal, finanças, seminário sobre muns. Então é poss(vel dizer que o li-
vel, O· âmago das receitas japonesas de fusão e aquisição de empresas, admi- vro de Cohen destina-se a estudantes,
produção. O nistração de material, vendas e mar- que o usarão em conjunto com casos
keting etc. Indubitavelmente, uma li- (como os apresentados por Dean
Claude Machline nha extensa que justificaria o "semi· Ammer, em Administração de mate-
Professor titular no Departamento de nário de negociação" como um estu- riais} e há pessoas experientes, que
Admínisrração da Produção e de do interdisciplinar. Mas num pa(s conseguirão pelo livro sistematizar
Operações Industriais (POJ), da que tem brilhantes negociadores fi- suas idéias e se tornar mais eficientes
EAESP/FGV. na negociação.
nanceiros, que no entanto fazem
erros facilmente evitáveis, ninguém Especificamente é poss(vel dizer
até hoje procurou ensinar numa es- que o livro do Cohen é interessante
cola superior tal assunto, mesmo se e cheio de exemplos abundantes. Jus·
cursos de negociação já tenham sido tamente estes exemplos interrompem
dados em cursos isolados por profes- o fluxo da narrativa e da indução.
sores nacionais e estrangeiros: Mas Mas isso é assim em todos os livros
até agora não "pegou" que negociar de negociação que até hoje passaram
é uma atividade que pode ser ensina- por minhas mãos. Para exemplificar
da como qualquer outra, sem no en- com Cohen, leia-se (no esp(rito de
tanto.apresentar o caveat que tanto 23 de março do I R) na p. 228, as
.administração quanto negociação explicações na negociação com o fis-
·podem ser ensinados, mas alguns cal do imposto de renda. Nota-se que
serão melhores. São os que se sobres- o procedimento é norte-americano,
saem. Herb Coh€ln se sobressaiu co- mas a atualidade é nossa também.
mo negociador. Possivelmente Karrass Negociar, na opinião de Herb
é superior em base técnica e apresen- Cohen, pode ser ensinado por meio
tação, mas não em popularização. da compra de uma geladeira na loja
da Sears. Ele mostra como ajuda a
O sumário do livro de Cohen per- informação (saber· o preço de outras
mite discernir a marcha do desenvol- lojas), como o tempo é precioso (o
vimento de idéias: vendedor perde os outros negócios
Resenha bibliográfica
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e, se não fechá r o seu, perdeu tudo) e Morgan, Gareth. Beyond me- tratégias através das quais um evento
o poder do dinheiro que é seu, ape- thod strategies for social pode ser pesquisado e problematiza-
sar do que a Sears não vai ficar me- do nas ciências sociais.
research. Los Angeles, Sage Pu-
lhor ou pior sem a sua compra, mais blícations, 1983.424 p. Embora possa parecer à primeira
a comissão do vendedor. vista, esse não é um livro descritivo
Quanto aos estilos de negociação, Após Beyond method, até que de estratégias; não há dúvida de que
o autor apresenta muitos, por exem- ponto a metáfora "torre de Babei" um leitor mais experiente e mais
pfo, da prática de um policial, com o aplicada por Anthony Giddens acostumado a esse tipo de reflexão
interrogatório do criminoso pelo ( 1979) às ciências sociais continuará considerará o Iivro carente de maior
"duro" e pelo "compreensivo", a ne- sustentável? E até que ponto a mes- aprofundamento, porém dificilmente
gociação pode ser feita pelo duro e ma metáfora poderá ser estendida às poderá negar seus méritos. Em pri-
pelo compreensivo, que procura con- teor ias de organ izaçào como fez G ib- meiro lugar, tem-se que reconhecer a
senso. Além de desorientar o vende- son Burrel (1980}? A leitura do livro identificação do significativo pluralis-
dor, ou comprador, uma alternância gera a sensação de que os diversos mo de estratégias, claramente descri-
de negociador cansa menos os nego- di seu rsos nas ciências sociais deixam tas. justificadas e e xem pl ificad as. A
ciadores, e cada vez há necessidade de ser inintelig(veis uns em relação referência ·a um vasto suporte- biblio-
de começar de novo, o que pode ser aos outros, uma vez que cada um é gráfico, rei ativo a cada estratégia, não
uma vantagem. Dentro das técnicas desenvolvido para ser explicado e jus- deixa dúvidas de que a intenção do
de negociação temos de considerar tificado. Tudo indica que Bevond autor consistiu em apoiar o pesquisa-
a de evitar conflitos, a do blefe, a de method foi um livro preparado para dor no aprofundamento de capacida-
reconhecer necessidades por parte do lidar com a diversidade - ou o "es- de de.conhecer e lidar com diferentes
oponente, como dificuldades finan- pantoso desarranjo" de Clegg e estratégias. Um segundo mérito do li-
ceiras, ou falta de estoques de segu- Dun kerley ( 1977) - nas estratégias vro consiste, segundo as próprias pa-
rança. Assim, negociação é uma téc- das ciências sociais. Nada menos do lavras de Morgan, em colocar o leitor
nica interdisciplinar, necessitando de que 21 di fere ntes abordagens de pes- (beyond method) além da metodolo-
profundos conhecimentos práticos de quisa são dissecadas, num a tenta ti va gia, levando-o a dissecar· ontológica
psicologia. Mais uma vez, não adianta de esclarecer e maximizar seus pon- e epistemologicamente cada estraté-
psicologia teórica. tos de referência e suas conseqüên- gia, de tal modo que não só sejam
Como técnicas necessárias para a cias no desenvolvimento de um pro- justificadas as demandas e o significa-
informação, temos a engenharia eco- blema social qualquer. Morgan assu~ do atribu (dos à realidade, mas tam-
nômica,toda a matemática financeira, miu claramente como objetivo de seu bém, e principalmente, propondo ao
o conhecimento técnico de produtos livro aquilo que tem sido a preocupa- leitor melhor identificação das reais
ou de mão-de-obra etc. ção de todo pesquisador, ou seja, "as diferenças entre uma estratégia e ou-
Antes de qualquer outra conside- demandas, o significado e a natureza tra. Nesse sentido, Beyond method
ração, precisa ser louvada no livro de contrária de diferentes estratégias de promove um diálogo entre uma estra-
Co h e n a arte de escritor, de 'tornar a pesquisa" (p. 14), de tal forma que tégia e outra, a partir do qual se che-
negociação uma aventura interessan- a escolha de uma ou a exclusão de ga ao ponto de partida para a aceita-
te, o que é feito por alguém que tem outra se dê a partir de um conheci- ção e o confronto entre diversas prá-
satisfação de trabalhar no relaciona- menta completo daquilo que é esco- ticas de pesquisa em ciências sociais,
mento de dois interesses conflitantes. lhido e daquilo que é rejeitado. Co- condição necessária para se Ii dar com
O livro é bem escrito e bem tradu- mo estabelecer um ponto de referên- as mesmas. Em outras palavras, o mé-
zido. Impressão clara. Muito reco- cia que permita a comparação e o rito principal do Iivro -está na sua c a-·
mendado para todos os n!'veis, de es- confronto entre diferentes estraté- pacidade de ampliar a autocrltica,
tudante a executivo. D gias? Morgan tenta justificar que não permitindo ao pesquisador transcen-
é poss t'vel se ju Igar a vai ida de ou a der as limitações de suas próprias op-
Kurt Ernst Weil contribuição de diferentes perspecti- ções metodológicas nas elaborações
vas a partir de bases assumidas em cient(ficas.
Professor titular no Departamento outras perspectivas, porque se está
de Produção e Operações Industriais Como conseqüência, o livro em
diante de algo que é um processo au- questão desponta como um instru-
da Escola de Administração de
Empresas de São Paulo da Fundação tojustificável; "não há um óbvio pon- mento útil na formação de pesqui-
Getulio Vargas e decano da to de referência ·fora do sistema de sadores e na consolidação que cada
Congregação. pensamento expressado e descrito um está constantemente fazendo so-
por uma perspectiva qu a Ique r" bre suas concepções e modelos de
(p. 15). Um mesmo evento não pode pesquisa. Com certeza, Bevond me-
ser traduzido ou organizado como thod será um livro rapidamente co-
um mesmo problema para diferentes
nhecido, tornando-se uma obra clás-
perspectivas, se uma acredita no
sica nas áreas de metodologia e de
mundo real e se para outra tal mun-
ciências sociais. O
do não apresenta a mesma consistên-
cia metafl'sica. Por isso, Beyond me-
Sigmar Malvezzi
thod apresenta-se como um livro de
metodologia diferente dos demais,
Professor de psicologia organizacional
uma vez que nele estão- analisadas na- na EAESP/FGVe na PUC/SP. Consultor
da menos do que 21 diferentes es- em recursos humanos.

52 Revista de Administração de Empresas

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