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ATIVIDADE 1
Nas sociedades que se baseavam unicamente na oralidade, quando ainda não se dispunha de
outros sistemas comunicativos que não a fala (a chamada “oralidade primária”), a função básica da
palavra era a organização da memória social, e não a livre expressão de pensamentos, e para isso
usavam de recursos como imagens, gestos e dramatização, que ajudavam na fixação das
mensagens na memória. A concepção de tempo nessas sociedades era circular: a origem e o
funcionamento dos elementos do cotidiano eram explicados por narrativas míticas que estavam
sempre interligadas, com um eterno retorno ao presente, sem direcionar as perspectivas para o
futuro. Além disso, por se tratarem de sociedades nômades, sua maneira de se relacionar com o
espaço e nele se posicionar era transmitindo sua herança social, sobretudo por meio de rituais e
narrativas.
Há fortes indícios de que o surgimento da escrita está mais relacionado à necessidade de registro
físico de quantidades do que de comunicação. Com a transição do nomadismo para o sedentarismo
e o desenvolvimento da agricultura, os produtos cultivados começaram a entrar em circulação, e boa
parte deles acabava sendo oferecida como tributo ao deus cultuado em cada cidade. Desta forma, a
escrita surge primordialmente como sistema de controle e contabilidade dos sacerdotes.
Os registros escritos mais antigos de que se têm notícia foram criados pelos sumérios, e são datados
de 3.300 a.C., oriundos da região da Mesopotâmia (atual Iraque). Trata-se de pequenas tábulas da
argila em que eram gravados com varetas pequenos sinais em forma de cunha, daí o nome
cuneiforme. Era um sistema de escrita pictográfica, ou seja, cada sinal gráfico empregado
assemelhava-se a um desenho, cujo significado era convencionado. Desta forma, cada vez que se
este desenho aparecesse em uma tabula ou pedra, quem estivesse “lendo” saberia o que significa.
No Egito Antigo, diferente da Mesopotâmia, a escrita surgiu por fatores políticos, pois o principal
objetivo da mesma era registrar os feitos do rei e reafirmar seu poder. Outra finalidade era de cunho
religioso, uma vez que os túmulos eram ilustrados com desenhos e inscrições. Os primeiros
documentos egípcios foram registrados em 3.100 a.C.
O papel dos chineses nos primórdios da escrita vai muito além de criarem seu próprio padrão de
escrita ideográfico, tinham como suporte principal a madeira, além disso, desenvolveram um suporte
mais leve e maleável e desenvolveram a escrita sobre a seda, entretanto por se tratar de um material
caro era priorizado para mensagens imperiais. Foi um chinês o criador do chamado papel mas
estudos apontam que os chineses já realizavam impressões em madeiras muito antes da invenção
da prensa tipo gráfica.
Os árabes são considerados os pioneiros na exportação e difusão do papel pela Europa. Com a
expansão do islamismo pelo Oriente, desencadeou-se a batalha do Talas, na qual chineses foram
capturados e , com eles, os árabes aprenderam a fabricar o papel. A civilização árabe deu grande
importância ao papel por conta da religiosidade, e desenvolveram também uma quantidade razoável
de literatura profana. Conservaram uma enorme parte da literatura grega e transmitiram para o
Ocidente.
A nomenclatura utilizada para esse período traz muitos pontos a serem observados. Um deles é a
criação da Igreja Católica Apostólica Romana, carregando consigo o saber junto às ordens religiosas.
Também nesse período, foram criados os volumes (manuscritos enrolados sobre pedaços de
madeira) e o precursor do que hoje conhecemos como livro, o chamado formato codex. Um fato que
se destaca nesse período e vai de encontro à difusão do papel pelos árabes é a decantação ou
censura por parte dos monges de produções teatrais gregas junto às produções que iam contra as
doutrinas pregadas pela Igreja.