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Universidade Federal de Juiz de Fora

Faculdade de Comunicação
Programa de Pós-Graduação em Comunicação

Aluno: Willian José de Carvalho

Disciplina: Processos Simbólicos e Representação Social

Identificação da Obra: BERGER, Peter L. e LUCKMANN, Thomas. A Construção


Social da Realidade - Tratado de Sociologia do Conhecimento. Editora Vozes Ltda., 2007,
Petrópolis.

RESENHA
A obra de Berger e Luckman apresenta-se como um tratado acerca da Sociologia do
Conhecimento, no sentido de ser um exame de como o ‘homem’ constrói o seu próprio
conhecimento da realidade, tratando das relações entre o pensamento humano e o contexto
social dentro do qual ele vive. Uma realidade que existe independente de nós, ou seja, um
conjunto de fatos que acontecem no mundo independente da vontade do indivíduo, mas ao
ser percebida pelos ‘homens’ comuns em perspectivas diferenciadas produzem o
conhecimento.
De acordo com o conceito apresentado, pode-se afirmar que o conhecimento é uma
interpretação que o indivíduo faz da sua realidade, são os aspectos que o indivíduo pensa
que compõe a sua realidade. Podendo esta, se apresentar de forma sem semelhança entre a
facticidade objetiva e o significado subjetivo. Em suma, a realidade da qual temos
consciência, o conhecimento que temos dela, ambos são um produto da sociedade. E esta é
construída pelo próprio homem. Ao mesmo tempo em que o homem constrói e molda a
sociedade, ela a influência e assim por ela é moldado.
Seguindo esta premissa, a relação entre o indivíduo e o mundo social é determinada
pela percepção do mundo que o indivíduo possui, na qual se torna o seu conhecimento, e
esta construção é influenciada pelo próprio mundo e pelo seu significado subjetivo. A
mesma se dá em três níveis: indivíduos, grupo e sociedade. O primeiro percebe nos fatos os
seus valores e adquire o seu conhecimento formando a sua ideologia, seus valores. Este está
inserido em diversos grupos e, na qual as suas ideias colaboram na formação de ideologias
e de valores destes grupos juntamente com o contexto social na qual estão inseridos.
Diversos valores, ideologias, vão coexistir, interagir e se confrontar umas às outras
formando o que podemos chamar de o conjunto de ideias da sociedade. Um dínamo
constante: tanto os indivíduos como os grupos constróem e influenciam na sociedade
quanto a sociedade influencia nos grupos e nos indivíduos.
Os autores também abordam que a vida cotidiana se apresenta como uma realidade
interpretada pelo homem comum. Ao contrário dos filósofos que vivem em constante
questionamento da realidade. De certo temos consciência das diversas realidades existentes
e que em um certo momento elas são conflitantes, mas que permanecem como fundamental
para a vida cotidiana. A realidade da vida cotidiana se apresenta ao homem de forma já
constituída em um determinado momento, numa determinada família com diversas
influências (políticas, históricas, religiosas ou culturais).
Outro fator presente na realidade cotidiana é a intersubjetividade. Mesmo existindo
uma visão já estabelecida, cada indivíduo possui experiencias pessoais diferentes que
ocasionam uma nova percepção ao conhecimento existente, porém, permanecendo um
senso comum. A questão da temporalidade também influencia neste processo, devido a alta
complexidade da estrutura temporal de uma sociedade devido as restrições temporais que
são interdependentes.
As interações sociais, o convívio pessoal são elementos essenciais da realidade da
vida cotidiana. O estabelecimento de padrões comuns, pela própria realidade cotidiana, é o
agente que permite a interação entre os indivíduos, justamente a partir dos referenciais
comuns estabelecidos. Podemos citar aqui a interação face a face que é mediada por sinais
e pela linguagem. Isto é fundamenta para que ocorra a transmissão de conhecimento.
Porém, se torna necessário fazer uma diferenciação entre os significados subjetivos e as
objetivações a partir dos sinais produzidos.
Em outras palavras, a realidade da vida cotidiana é aprendida num contínuo de
tipificações, de enquadramentos do mundo, que vão se tornando mais anônimos à medida
do que se distanciam do “aqui e agora”, isto é, a medida que se distanciam da interação face
a face. Conforme há o desenvolvimento de novos padrões de interação e relacionamento
sociais, a compreensão do mundo fora do alcance da nossa experiencia pessoal e de nosso
lugar dentro dele passa a ser moldada cada vez mais pela mediação de formas simbólicas.
Assim, o mundo funciona, para o indivíduo, exatamente como ele o vê, exatamente como
deveria funcionar. Isto reforça o discurso e dá legitimação à realidade social.

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Dos vários atores que midiatizam a interação e muito destes rompem as barreiras da
temporalidade como o tempo e o espaço, a mídia, entra neste contexto, provocando
interferências, ou melhor dizendo, produzindo fatos interpretativos que propiciam a
construção social da realidade na vida cotidiana do indivíduo. E esta, por ser
institucionalizada, decorrente do seu sistema simbólico e do seu papel de proporcionar
informação, de certa forma, exerce uma maneira de agir, operar ou executar uma
determinada atividade seguindo sempre os mesmos procedimentos, seguindo sempre os
mesmos padrões nos processos.
Dessa forma, o fazer jornalístico – produto da media - pode ser compreendido como
tendo um papel socialmente legitimado na produção de construções da realidade que são
relevantes para o público, ou seja, a media é designada a competência para recolher os
acontecimentos e temas importantes e atribuir-lhes sentido, firmando, com a sociedade uma
espécie de “acordo” social e historicamente definido. Embora esse processo de construção
social dependa dos conteúdos e da prática discursiva do jornalismo, deve-se ficar atento
para não incorrer no erro de imaginar essa construção sem a participação ativa do público,
nas diversas interações em que os indivíduos tomam parte no dia-a-dia.
Dialogando com os autores, podemos concluir que o mundo é construído na
consciência do indivíduo pela conversão com o que são para eles significativos. Uma vez
que recorremos de forma crescente à mediação das formas simbólicas, temos como
resultado que nossa compreensão do mundo e do lugar que nele ocupamos acaba se
alimentando mais e mais dos produtos midiáticos
Contudo, como os autores defendem, quanto maior o conhecimento disponível em
estruturas sociais, maior é a dificuldade de uma socialização perfeitamente bem-sucedida,
permanecendo uma dialética entre as realidades objetiva e subjetiva. Diante disso, pode se
afirmar que quanto maior for a compreensão da media e dos seus mecanismos, menor será
o impacto desta na construção social da realidade na vida cotidiana deste indivíduo.

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