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Curso de Administração
Contagem
2017
Alan Fernandes Duarte
Contagem
2017
Dedico esse estudo aos meus pais.
Agradeço a Deus primeiramente, por me dar força e saúde para conquistar esse sonho.
Ao meu orientador, Prof. Marco Antônio Machado, pela ajuda indispensável, paciência, apoio
e estímulo.
Aos amigos que me acompanharam nessa jornada, torceram e até sofreram: Geraldo Neto,
Lucas Dias, Ronaldo Mariano, Paulo Henrique, Samuel Silveira, Emerson Robert, Mario
Felipe, Emanuel Victor, Marcelo Bispo.
“Viver e não ter medo de ser feliz”
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 7
1.1 Problemática e Justificativa ........................................................................................... 8
1.1.2 Justificativa................................................................................................................. 10
1.2 Objetivos ........................................................................................................................ 11
2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 13
2.1 Mercados consumidores ............................................................................................... 13
2.2 Marketing de varejo ..................................................................................................... 22
2.3 Merchandising ............................................................................................................... 27
2.4 Shopper Marketing ....................................................................................................... 32
2.5 Trade Marketing ........................................................................................................... 39
3 METODOLOGIA................................................................................................................ 46
3.1 Tipo de pesquisa ............................................................................................................ 47
3.2 Técnicas de pesquisa ..................................................................................................... 48
3.3 Instrumentos de pesquisa ............................................................................................. 48
3.4 Determinação do universo da amostra ....................................................................... 49
3.5 Seleção dos sujeitos ....................................................................................................... 50
3.6 Organização, tratamento e análise de dados .............................................................. 50
3.7 Limitações metodológicas............................................................................................. 51
4 DESENVOLVIMENTO PRÁTICO DO TRABALHO ................................................... 53
4.1 Trade Marketing e vantagem competitiva: melhores práticas ................................. 53
4.2 As práticas da organização em estudo ........................................................................ 57
4.4 Análise comparativa das melhores práticas e das práticas da organização ............ 60
4.5 Propostas de melhoria para o Trade Marketing da organização em estudo .......... 70
5 CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................. 74
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 76
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1 INTRODUÇÃO
Atenta às necessidades de seus consumidores, cada vez mais exigentes, a Pif Paf
desenvolve produtos práticos e saborosos. Seu catálogo conta com mais de 350 itens,
em diversos segmentos como carne de frango, suínos, ovinos, carnes processadas,
bebidas, pescados, massas, pratos prontos, todos produzidos dentro dos mais rígidos
padrões de qualidade e presentes em diversos canais como varejo, atacado,
distribuidores, grandes redes, eccomerce e food service.
melhorar ainda mais esses resultados através das ferramentas utilizadas pelo setor de
Trade Marketing.
1.1.1 Problemática
Devido às mudanças mercadológicas, é cada vez maior a preocupação das indústrias de bens de
consumo em buscarem uma diferenciação frente aos concorrentes. Este cenário competitivo
levou as organizações a buscarem novas estratégias, com objetivo de construir um vínculo
comercial mais sólido e rentável, junto aos canais de distribuição e clientes internos, quanto ao
alinhamento das estratégias no âmbito corporativo.
Kotler (2011), afirma que na análise da esfera empresarial, o canal de distribuição é considerado
pelo marketing como uma variável controlável da indústria, dentro do seu ambiente interno de
análise. Na composição do Marketing Mix da organização, ele é avaliado no “P” de praça/ponto
de venda.
Já Alvarez (1999), questiona o conceito acima, contradizendo que o controle da indústria sobre
o canal de distribuição não ocorre em todos os setores de negócios, afirmando que o ambiente
de negócios esta passando por transformações que afetam os mercados consumidores e as ações
das empresas sobre esses mercados, produzindo assim um efeito sobre o que esta sendo vendido
e o que esta sendo comprado, levando em consideração de as condições competitivas de como é
realizada a venda.
A recente preocupação das organizações em estratégias focadas nos canais de distribuição por
parte das indústrias fornecedoras de rede do varejo alimentício, fez do ponto de venda um vetor
fundamental, onde passou a ter importância estratégica e competitiva na cadeia industrial, pois
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constatou-se a possibilidade de uma aproximação junto aos consumidores, tendo acesso a uma
gama de informações que passam a alimentar toda a cadeia industrial, logo o ponto de venda
deixou de ser tratado como uma variável previsível, merecendo então um tratamento
personalizado. Nesse sentido, Hooley, Saunders e Piercy (2001), afirmam:
A transição do poder de negociação das mãos dos produtores para a mão dos varejistas, que por
sua vez, buscam e executam suas próprias ações mercadológicas de forma independente aos
produtores e acabam criando sua própria imagem junto ao consumidor final, onde as
negociações eram conduzidas de forma controlável pela indústria, pois os varejistas, em sua
grande maioria com atuação regional, não poderiam abrir mão de oferecer as principais marcas
em suas prateleiras. (HERMES, GRZYBOVSKI, 2014).
Com esse cenário, a indústria percebeu a necessidade de mudar o trato junto aos clientes e
consumidores, passando então a tratar os clientes (varejistas) como consumidores, visando o
atendimento com excelência, implantando então o Trade Marketing, que por sua vez é definido
em sua importância por Motta, Santos e Serralvo (2008, p. 39):
A função de Trade Marketing segundo Alvarez (2008), lida com várias áreas da gestão de
negócios, se relacionando com diversas áreas, sejam elas internas ou relacionadas aos clientes
externos. Demanda também uma série de atividades de amplo envolvimento que a reveste de
certa complexidade no processo de interação com a organização, possuindo características de
multidisciplinaridade e visão sistêmica do negócio.
Há 47 anos no mercado, a Pif Paf Alimentos é das dez maiores empresas brasileiras do setor de
processamento de aves e suínos, massas e vegetais. Com sede corporativa em Belo Horizonte -
Minas Gerais, a empresa possui em seu MIX mais de 300 itens. A empresa conta hoje com
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aproximadamente 8.000 empregados diretos e uma cartela de mais de 60.000 clientes ativos.
(PIF PAF ALIMENTOS, 2016).
Quais as práticas adotadas pela Pif Paf Alimentos, no que tange os conceitos de Trade
Marketing na esfera tática e estratégica?
Com essa abordagem, configura-se então a problemática que justifica o motivo deste trabalho da
seguinte forma: Quais ações são realizadas no setor de Trade Marketing da Pif Paf Alimentos,
para tornar a empresa competitiva no mercado em que ela esta inserida?
1.1.2 Justificativa
A realização desse trabalho é justificada por duas razões principais. Em primeiro lugar a
evolução do trade marketing na indústria a fim de sanar uma demanda emergente junto
ao um novo mercado, mais dinâmico e sofisticado, onde o ponto de venda possui uma
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importância nas relações comerciais, pois ganhar preferência do consumidor quando ele
está efetivamente realizando a compra tornou-se um dos fatores fundamentais para o
sucesso das estratégias empresariais.
Logo, a segunda razão que justifica esse trabalho é pela importância estratégica do trade
marketing no contexto exposto acima, justificando com o alinhamento entre toda cadeia
industrial, clientes e consumidores. Sendo essencial na orientação do desenvolvimento
das relações entre clientes internos e externos e analisando o comportamento e hábitos
dos consumidores. É neste cenário de valorização do relacionamento entre indústria,
clientes e consumidores, bem como da relevância crescente do ponto de venda, que se
percebe a importância atual do papel da área de Trade Marketing para o sucesso das
empresas de bens de consumo, tornando-se assim de fato um diferencial competitivo,
levando em consideração que os consumidores estão mais exigentes e que a
concorrência aumentou em um mercado globalizado.
1.2 Objetivos
Elaborar um plano de ação para o setor de Trade Marketing da Pif Paf Alimentos, para
melhorar a competitividade da empresa no mercado de Belo Horizonte e Região
Metropolitana.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Mas afinal, quem é, entretanto, o tal consumidor? Por que ele se comporta de
determinada forma em certas ocasiões e de maneira diferente em outras? “Ser
consumidor é ser humano. Ser consumidor é alimentar-se, vestir-se, divertir-se... É
viver” (KARSAKLIAN, 2000, p. 11).
tenha uma determinada ação frente ao processo de compra. Por mais que se busque
compreender esse comportamento do consumidor é difícil prever qual o comportamento
esperado frente a uma determinada situação da sua vida. Porém são influenciados por
necessidades e várias variáveis. Sendo assim, as informações relacionadas ao
comportamento dos consumidores, quando são utilizadas de forma correta, acabam
munindo as empresas com informações valiosas na obtenção de vantagem competitiva
frente ao mercado.
Para Karsaklian (2000), o fator cultural possui importância nesse contexto, uma
vez que a sua influência pode determinar o comportamento do consumidor frente ao
processo da decisão de compra, pois as marcas acabam ganhando mais solidez entre as
gerações, onde são preservados diferentes valores culturais. Ainda a mesma autora,
afirma que a cultura reflete hábitos alimentares, vestuário, crenças e músicas,
correspondendo a um conjunto de comportamentos que no fundo resultam a um
conjunto de normas que se revelam um conjunto de valores. Esses valores, normas e
comportamentos são compartilhados coletivamente e transferidos de geração a geração,
sendo passível de evolução, interferindo, assim, no comportamento de compra presente
e futuro.
Ao que se refere a subcultura Kotler & Keller (2006) definem que este fator
fornece a identificação e socialização mais específicas para seus membros. Entre
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Ainda dentro da lógica de Kotler & Keller (2006) destacam que além dos
aspectos culturais, o comportamento do consumidor pode ser influenciado diretamente
por fatores sociais, como por exemplo, grupos de referência, família, papéis sociais e
status. Por sua vez, o fator social é diretamente relacionado aos meios da sociedade em
que o consumidor esta inserido.
Os grupos que por sua vez aplicam influencia direta são denominados grupos de
afinidade. Dentro do grupo de afinidades, existem também os primários, como os
familiares, amigos, vizinhos, portanto, pessoas com as quais se interage de forma
contínua e caráter informal. As pessoas avaliam suas atitudes, gerais ou específicas e
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Ainda dentro do ponto de vista de Kotler & Keller (2006), outros aspectos além
de família e ciclo de vida terão papeis de influência nos fatores pessoais, como a
ocupação do indivíduo, sua situação econômica, seu estilo de vida, personalidade e
autoimagem.
O ato de compra não surge do nada. Seu ponto de partida é a motivação, que
vai conduzir, a uma necessidade, a qual por sua vez despertará um desejo.
Com base em tal desejo, surgem as preferências por determinadas formas
especificas de atender a motivação inicial e essas preferências estarão
diretamente relacionadas ao autoconceito: o consumidor tenderá a escolher
um produto que corresponda ao conceito que ele tem ou que gostaria de ter
de si mesmo.
lazer. Em seguida vem o influenciador, que é toda a pessoa que direta ou indiretamente
influencia a decisão de compra. Para uma compra complexa, a lista de influenciadores
pode ser bastante longa, podendo inclusive incluir um famoso que anuncia tal ou tal
produto em um comercial de TV, caracterizando então o papel do marketing. Logo
após, vem o decisor, o maior envolvido na busca de informações. É ele que avalia as
informações e que determina as diferentes modalidades de compra: Marca, modelo,
local, momento. O comprador encarrega-se, então, da transação comercial propriamente
dita. Ele toma posse do produto, trocando-o por recursos financeiros. Finalmente o
utilizador é aquele que utiliza o produto para obter o desempenho correspondente a suas
funções. Às vezes o produto é destruído por ocasião de sua primeira utilização (é
geralmente o caso dos produtos alimentícios) e em outras é reutilizado em várias
oportunidades (eletrodomésticos).
A autora Karsaklian (2000) reforça ainda que em alguns casos bastante raros,
todas essas funções são cumpridas pela mesma pessoa nesse processo, o que significa
que há somente um verdadeiro consumidor. Ao constatar que ficou sem um simples
lápis, a pessoa se desloca até comércio mais próximo para comprar um; ela é ao mesmo
tempo o iniciador, o influenciador, o decisor, o comprador e o utilizador do produto. Em
termos mercadológicos, não restam dúvidas quanto a quem o fabricante deve orientar
seus objetivos comerciais. Entretanto, quando efetuar uma compra a partir de uma lista
de supermercado preparada por pela esposa (esposo) ou a marca do remédio
recomendado pelo médico, quem deve ser considerado como alvo de uma ação
mercadológica? Ainda de acordo com Karsaklian (2000), na esfera organizacional,
especificamente nas empresas, as decisões de compra são raramente tomadas por
indivíduos isolados e implicam quase sempre uma unidade de decisão.
clientes (com valor maior) e manter os clientes atuais (satisfeitos). Então o marketing
não é só obter uma venda, mas deve satisfazer as necessidades, pois ocorre através da
troca, fazendo com que as pessoas satisfaçam seus desejos e necessidades, logo então a
troca é obter algo desejado e trocando por outra coisa.
um dos dois (fabricante ou atacadista) e oferece os produtos aos seus clientes por meio
de lojas ou outras formas de distribuição.
Churchill & Peter (2000) destaca o varejo em dois perfis, sendo o primeiro em
varejistas com loja (store retailers) e em segundo varejistas sem loja (nonstore retailers),
sendo que os primeiros realizam suas transações comerciais em ambientes físicos
definidos, além de serem mais comum e usualmente mais citados na literatura do
assunto, tendo como exemplo as lojas de departamentos e as lojas de descontos, por sua
vez os varejistas sem loja (nonstore retailers), são representados pela venda direta, via
postal e o canal e-commerce.
• Loja de especialidade: Apresenta por sua vez um mix ofertado restrito de produtos
com um grande volume de opções, como os segmentos de vestuário, artigos esportivos,
móveis, floriculturas e livrarias.
• Loja de departamentos: Oferece uma grande gama de produtos em seu portfólio, tais
como: produtos domésticos, vestuário, utensílios do lar.
Com base no que foi apresentado, pode-se afirmar que o administrador do varejo
além de procurar, de forma rápida, adaptar-se às mudanças de seus ambientes no
cenário interno e externo, deve também agir de forma flexível aos novos processos e
agir de forma criativa e inovadora em relação aos seus consumidores e aos seus
concorrentes.
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Para Kotler (2000) as decisões de marketing que os varejistas tomam são tão
importantes, pois são estas decisões que decidem o futuro do empreendimento. Os
principais cuidados nessas decisões são:
• A maioria deles procura altas margens sobre baixos volumes, ou baixas margens sobre
volumes maiores.
Contudo segundo Kotler (2000) ter baixos preços não é suficiente para se
construir um empreendimento viável, é preciso agregar qualidade e atendimento para
que o cliente sinta que está comprando com base no valor.
2.3 Merchandising
De acordo com Zanone & Buairide (2005), são três objetivos principais do
Merchandising:
A autora ainda enfatiza que uma exibição bem realizada é vantajosa para os três
atores que participam do processo da troca, o consumidor tem sua aquisição facilitada,
aperfeiçoa o tempo e sacia suas necessidades; o varejista conquista uma maior
fidelidade dos seus clientes, aumenta o retorno financeiro da sua loja e valoriza o espaço
disponível na área de venda, já o fabricante por sua vez aumenta o giro de produtos no
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O ambiente do ponto de venda deve fazer com que o cliente sinta-se provocado a
comprar. Para isso deve-se trabalhar os aspectos da comunicação visual, iluminação,
cores,layout, displays, música e aromas dentro da loja e com isso estimular as emoções
e percepções dos clientes.
No mesmo contexto Blessa (2010) ainda retrata que todos esses sentidos
fornecem características únicas ao ambiente e criam um cenário positivo no ponto-de-
venda que acaba induzindo o cliente ao ato da compra em si, além de criar uma
sensação de bem-estar e entusiasmo. Desse modo, acredita-se que a mercadoria exposta
no ambiente do ponto de venda vende-se por si, salientando ainda que uma exposição
bem planejada e bem feita chama atenção dos consumidores e motiva os mesmos a
efetuar a compra. Dessa forma, os produtos devem ser estrategicamente posicionados
levando em conta a categoria, a quantidade exposta, o local, a visibilidade do público e
seu acesso. Constata também a importância em relação a arrumação da gôndola, onde o
alinhamento da embalagens expostas, ajuda a identificação rápida do produto procurado
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no ponto de venda como também o auto ressalta a importância das vitrines como
instrumento de atração de vendas. O baixo custo das ferramentas que fazem parte do
Merchandising contribui diretamente para oferecer vantagem competitiva para as
organizações.
Ainda no mesmo contexto, D’Andrea (2011), ressalta que existem três ciclos no
comportamento de compra do Shopper ao longo da jornada de compra: a pré-shop,
shopping e consumo. É importante destacar que o Shopper marketing atua
principalmente durante os dois primeiros ciclos. O primeiro ciclo é a pré-compra. O
Shopper identifica um desejo/necessidade por um produto/serviço e planeia de forma
deliberada, ou não, com uma lista mental ou escrita, o que irá comprar, como e onde.
Em relação às fontes para a pesquisa do Shopper podem ser a tradicional (tv, jornal e
rádio), internet e a comunicação entre consumidores. Mais adiante, serão discutidos
quais os estímulos de Shopper marketing são mais importantes durante cada fase da
jornada de compra, conforme atmosfera proporcionada pelo ponto de venda. Existem
três ciclos no comportamento de compra do Shopper ao longo da jornada no ponto de
venda: Primeiramente a pré-shop, shopping e consumo. O primeiro ciclo é a pré-
compra. O Shopper constata o desejo/necessidade por um produto/serviço e toma
atitudes de forma espontânea, ou não, com uma lista mental ou escrita, onde possua
informações sobre a compra (D’ANDREA , 2011).
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• Lealdade São Shoppers fieis que não gostam de efetuar trocas de produtos ou marcas
porque optam por não perderem tempo buscando novas opções e podem ainda sentir
desconforto quando não encontram a sua marca de preferência, tanto no sentido do
fabricante quanto do canal de distribuição.
• E por fim a Pressão de Tempo, O tempo é precioso e valioso para estes Shoppers e
estão dispostos a escolher a forma de compra mais rápida, ou seja, não estão dispostos a
perderem tempo fazendo pesquisas de preço e estão dispostos a pagar mais pela
conveniência e agilidade.
Através da literatura aplicada até esse ponto, identificamos que vários autores já
procuraram descrever o Shopper, através de diferentes tipos de segmentação. Algumas
definições focadas em aspectos culturais do Shopper, outras de acordo com o tempo
disponível para realização das compras entre outras.
Sansolo (2012, apud Sacchetti, 2014) destaca que existem quatro fatores que
auxiliam o Shopper na sua jornada de compra no ponto de venda: Sendo o tempo,
dinheiro, família e assuntos pessoais. O tempo têm a ver com o dinamismo da vida
moderna entre o trabalho, família e a casa. Dinheiro e restrições de orçamento fazem
parte da vida da maioria das pessoas em qualquer contexto.
• Impaciente: São compras que não podem ser adiadas e que possuem necessidade no
curto prazo. São caracterizadas por emoção e rapidez, porque o Shopper não gostaria de
perder tempo com isso e o risco de erro é grande (Ex: Pneus para carros). Nas compras
impacientes, o cronómetro começa a girar rápido e são poucas as oportunidades de
influenciar o Shopper.
• Prazerosa: São compras realizadas com tranquilidade e com prazer. Normalmente, são
produtos que não possuem risco/menor valor agregado. Boa oportunidade para
consolidar uma experiência de compra prazerosa. (Padaria Gourmet).
• Relutante: Shoppers relutantes são apressados e não costumam ter muita paciência, no
que diz respeito à vontade de finalizar a compra o mais rápido possível. O Shopper
reluctante não gosta, ou tem medo de tomar decisões. (Abrir uma conta em um banco).
• Dolorosa: O Shopper realiza compras de alto risco devido ao alto valor agregado do
produto. O Shopper aqui demora a fazer a compra justamente porque tem medo de
cometer erros. (Ex: Carros)
(1) O Shopper é definido como uma aptidão e não como um departamento que
faz parte da organização, (2) Ter em atenção à jornada de compra do Shopper, e não só
o ponto de venda, e considerar também o momento da decisão de compra e não só o
momento da verdade; (3) Ter uma visão diferenciada das categorias, com alinhamento
entre a marca e o retalhista, pela criação de uma agenda de crescimento integrado, com
o consumidor como condutor do processo.
Copernicus, Consulting & Research Services (2014), constatam que para que a
execução do Shopper Marketing consiga criar uma vantagem competitiva ao longo do
processo de compra do Shopper no ambiente do ponto de venda, aumentar as vendas do
retalhista e obter lealdade e fidelização por parte do Shopper, há que desenvolver e
implementar uma estratégia que deve passar por cinco fases distintas, desde a
priorização de esforços até o desenvolvimento e execução da estratégia.
O Trade Marketing é uma ciência que tem como principal premissa estruturar o
relacionamento entre fabricantes e canais de venda com o objetivo de maximizar o
desempenho da marca, entendendo e atendendo as necessidades do consumidor final e
do cliente varejista (D’ANDREA; CÔNSOLI; GUISSONI, 2011).
Os autores apontam que a segmentação da estrutura de Trade Marketing pode ser feita
de diversas maneiras, o que demonstra a não existência em Trade Marketing de uma
estrutura e de segmentação que é reconhecida pelo mercado como a mais eficiente.
compreendendo que os negócios passam por empresas varejistas e estas devem esta
integrada ao modelo de negócio da empresa. À medida que as empresas varejistas
aumentam seu potencial e passam a adotar avançadas tecnologias de informação e de
gestão, estas passam a possuírem um papel cada vez mais importante na modernização
do sistema de distribuição e da economia em que estão inseridas (BARCELLOS, 1999).
Labajo (2003) por sua vez, apresenta algumas condições necessárias para o
desenvolvimento eficaz do trade marketing nas empresas, sendo o primeiro a implicação
e interação de toda a empresa na função de trade marketing, incluindo a direção geral da
mesma; disponibilidade de recursos económicos, alteração do pensamento no
departamento de marketing e comercial das empresas de forma a trabalharem para um
mesmo fim; conhecimento das estratégias dos canais de distribuição; existência de um
key account manager para gerir as relações com os clientes-chave da marca;
experiências de campanhas com êxito de trade marketing implementadas em outras
filiais da empresa; especialização e formação dos indivíduos responsáveis pelo
desenvolvimento das estratégias a implementar no ponto de venda.
relação “ganha-perde”, em que apenas uma das partes obtinha vantagem. Essa forma de
negociação, todavia, vem perdendo espaço para a relação “ganha-ganha”, em que ambas
as partes tenham vantagens no processo de negociação. Mas é preciso considerar que,
no dia-a-dia, nem sempre essa forma mais saudável de negociação prevalece. A relação
está evoluindo para a concepção de parcerias efetivas, que carecem mais ainda de maior
confiabilidade e transparência.
Através das suas ferramentas disponíveis, o Trade Marketing por si só, tem
capacidade de alimentar toda a indústria com informações pertinentes de grande
importância para as estratégias organizacionais, como por exemplo, informações
relacionadas ao mercado, concorrência, logística de entrega, qualidade, SAC entre
outras áreas, além de ser o setor de trade marketing ter contato direto com o SHOPPER.
Labajo (2003, apud Mello, 2015) destaca quatro atribuições do trade marketing
no ponto de venda: (a) adaptação ou preparação do produto às especificações do
distribuidor, as exposições nas prateleiras por exemplo; (b) definição de promoções
específicas para cada distribuidor, em alinhamento com as estratégias do varejo (c)
otimização dos fluxos de informação entre equipe operacional e estratégica; e (d)
atividades de marketing no ponto de venda, relacionadas a rotina operacional, como as
precificações, controle de datas ou FIFO e reposições.
A partir deste cenário exposto por Toledo acima, Alvarez (2008) descreve que o
Trade Marketing passou a atuar de forma integrada com marketing, vendas e com o
cliente varejista, para que a atratividade dos produtos nos pontos de venda seja elevada
e, por conseguinte, sejam geradas mais vendas e melhor rentabilidade.
3 METODOLOGIA
Diante do exposto pelos autores citados acima, a metodologia pode ser explicada
como tipo de estudo que ajuda o pesquisador a realizar suas análises por etapas e saber a
maneira de coletar as informações para solucionar os desafios a serem superados.
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Quanto à natureza da pesquisa, Gil (2010) define uma das formas mais
tradicionais de classificação das pesquisas e estabelece duas grandes categorias,
denominadas de pesquisa básica e pesquisa aplicada. Sendo a definição da pesquisa
básica: reúne estudos que tem como propósito preencher uma lacuna no conhecimento.
Ou seja, objetiva gerar conhecimentos novos, úteis para o avanço da ciência sem
aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses universais e já a pesquisa
aplicada: abrange estudos elaborados com a finalidade de resolver problemas
identificados no âmbito das sociedades em que os pesquisadores vivem. Ou seja,
objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigida à solução de problemas
específicos. Envolve verdades e interesses locais. Portanto será considerado nesse
estudo o tipo de pesquisa aplicada, com o objetivo de gerar conhecimento para
aplicação prática.
A observação oferece limitações, por isso aliado a ela serão feitas entrevistas
estruturadas ou semi-estruturadas com o uso de formulários. A entrevista por sua vez é
o encontro de duas pessoas afim de que se obtenham informações a respeito do assunto,
sendo ela estruturada o entrevistador deverá seguir um roteiro, sabendo que esta
entrevista será realizada com gestores estratégicos responsáveis pelo Trade Marketing
da referida empresa.
Por sua vez o método por conveniência é uma técnica de amostragem em que,
como o próprio nome condiz, a amostra é identificada no primeiro momento por
conveniência. Elementos são adicionados na amostra sem probabilidades, onde são
previamente definidas em sua seleção. Por exemplo, um aluno que faz pesquisas em
uma faculdade pode utilizar professores ou funcionários voluntários para compor uma
amostra, simplesmente porque eles estão disponíveis e participarão como objetos de
50
O referido autor recomenda que haja uma clara definição das funções a serem
desempenhadas em cada departamento. Segundo seus estudos, a ausência dessa
definição, ou seja, das atribuições e dos limites de cada um, são a principal fonte de
conflitos e de desgastes de relacionamento, com prejuízos para a desejada sinergia entre
as equipes, pois há disputas de poder e pelos recursos disponíveis, criando um cenário
oposto ao da cooperação desejada.
55
Nesse contexto, o autor verificou que não há uma estrutura única possível para o
setor de trade marketing nas empresas, bem como o tamanho e a abrangência de atuação
variam em função de fatores como a maturidade do departamento, o tamanho do setor
na economia e o peso relativo (importância) que a direção da empresa dá a essa
atividade, especificamente. Diante desse quadro, a conclusão lógica é que o profissional
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responsável pelo setor de Trade Marketing precisa ter sólida formação acadêmica,
grande conhecimento da área e experiência em áreas de marketing, vendas e logística.
Nesse contexto, o autor concluiu que as indústrias que possuíam uma estrutura
em seu organograma com a área de Trade Marketing, colocavam-se à frente nessa
disputa. Em seu trabalho, o autor analisou a aplicação do conceito de Trade Marketing
em indústrias fornecedoras da rede supermercadista brasileira, no que tange às
atribuições e estrutura do Trade Marketing, considerando empresas que possuíam
departamentos formais constituídos para tal, assim como aquelas que desenvolveram
estas ações junto a outros departamentos. Em sua investigação, o autor uma empresa
multinacional, líder de mercado e com o departamento de Trade Marketing já
consolidado, ativo e atuante e outros dois grupos similares de empresas, porém um
possuindo o departamento de Trade Marketing formalizado e o outro grupo não, porém
este por sua vez desenvolve ações de Trade Marketing junto a outros departamentos.
Supervisor e promotor possuem pouco contato com superior imediato, por conta
da saturação do trabalho (Equipe volumosa e região de atuação extensa).
Supervisor e promotor possuem pouco ou nenhum acesso às premissas
estratégicas e metas delegadas ao Trade Marketing
Gerente comercial reconhece apenas características operacionais do Trade
Marketing.
Gerente comercial afirma característica operacional do Trade Marketing
Contagem como também a saturação operacional do setor.
Gerente comercial reconhece pontos somente operacionais atribuídos a
importância do mesmo para área comercial.
Gerente comercial reconhece de forma isolada a importância do Trade
Marketing para a área comercial, porém não explora pontos estratégicos que
englobam as duas áreas.
Gerente comercial em relação aos pontos fortes, reconhece empenho e dedicação
do Trade Marketing, que apesar de poucos recursos ainda conseguem bons
resultados.
Gerente comercial em relação aos pontos fracos, cita o turnover. Onde o
promotor permanece pouco tempo na função, o que faz o Trade Marketing
perder tempo com captação/contração e treinamento de um novo promotor.
Promotor influencia a decisão de compra de um consumidor exercendo
atribuições básicas da função (Operacionais).
Promotor possui atribuições operacionais e de forma esporádica contribui com
pesquisas de mercado.
Promotor recebe roteiro de atendimento em uma folha A4 do supervisor.
Roteiro feito de forma manual pelo supervisor. Onde os ajustes de rotas são
feitos por telefone ou presencialmente no PDV (Demanda morosidade nos
ajustes e alta margem de ruídos na comunicação, por se tratar de ambientes e
situações corriqueiras).
Promotor não tem definido um valor mínimo do ROI que se espera da sua rotina.
Outro ponto crítico que talvez seja por conta do contexto abordado no paragrafo
anterior, o alto grau de amplitude no Trade Marketing, onde um supervisor possui sob
sua responsabilidade aproximadamente 70 colaboradores em uma região geográfica
extensa, com cobertura de 42 cidades nas regiões de Belo Horizonte e Região
Metropolitana, Norte e Oeste de Minas Gerais.
realizadas por áreas especificas, como por exemplo, a gestão de despesas e benefícios
aos promotores de vendas como também o planejamento e execução de treinamentos
que teoricamente teriam que ser realizados pelo RH, o próprio Trade Marketing assume
essa demanda, direcionando tempo e recursos para tais.
Então, com a entrada de uma gerência, o Trade Marketing teria um maior foco por
resultados e performance para o departamento. Porém essa modificação teria um
impacto na estrutura, uma solução plausível para a atual estrutura, seria fornecer
autonomia no que tange a estratégia e tomada de decisão no orçamento para o
Coordenador de Trade Marketing, onde esse seria responsável direto pela performance,
e não apenas com foco operacional junto com sua equipe como é atualmente.
Uma ação possível para acelerar essa transição, onde não envolva mudanças na
estrutura seria criar um plano de ação para já implantar ações estratégicas visando tornar
o TM mais competitivo junto todos envolvidos no processo.
Sugere-se uma melhor sincronia e aproximação para as três áreas, no que tange
as competências e atribuições do departamento de TM.
Outra situação que envolve ambas as áreas seria no caso de rupturas no ponto de
venda, o TM através do promotor no PDV, detecta a ausência de um determinado
produto no PDV e logo aciona o seu supervisor por telefone e informa a ruptura, o
supervisor por sua vez aciona o vendedor responsável pelo cliente por telefone, que este
por sua vez vai verificar o motivo da ruptura junto ao cliente. Ou seja, todo o processo é
monitorado por telefone e não existem parâmetros ou número de protocolos/ocorrências
para acionar o responsável pelo processo pela ação ou acompanhamento.
exigem pouco do promotor, que por sua vez permanece pouco tempo no PDV, em
média de 2 a 3 horas por dia com uma frequência semanal de visitas 1 a 2 vezes na
semana.
Já as grandes redes (Grande contas) e atacadistas são canais com perfil oposto do
varejo, possuem um MIX maior e um movimento intenso de consumidores, o promotor
é muito exigido em todo o tempo que permanece no PDV, seja com reposições de
caixas fechadas (Atacado), manipulação de produtos (embutidos), precificações,
exposições e controles de estoques (FIFO), pois esses clientes possuem um alto estoque.
Em média um promotor permanece por dia de 4 até 8 horas (Fixo) em clientes com esse
perfil de atendimento, com uma frequência semanal de visitas de 3 a 4 vezes.
PROBLEMA 01
Situação Atual Ausência de aparato tecnológico para gestão do promotor de vendas em campo.
Situação desejada Aquisição de aparato tecnológico para fazer gestão do promotor no ponto de
venda
O que fazer? Verificar fornecedores atuantes no mercado
Como fazer? Buscar formato ideal de ferramenta para atender demandas do departamento
Quem fará? Gestor Trade Marketing
Quando será 02/08/2017
feito?
Quanto Custará? R$ 4.500 de investimento inicial e depois mensais de 7.900 p/ 100 usuários. VIDE
ORÇAMENTO/PROPOSTA TRADE FORCE.
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PROBLEMA 02
Situação Atual Alto grau de amplitude da supervisão TM junto aos promotores
Situação desejada Diminuir o grau de amplitude da supervisão TM junto aos promotores
O que fazer? Terceirizar a operação TM em regiões do interior (Menor representatividade)
Como fazer? Contratar empresa que efetuar gestão promotor (Prestadora de serviço)
Quem fará? Gestor Trade Marketing.
Quando será feito? 15/09/2017
Quanto Custará? R$ 3.200,00 mês por promotor, estima-se cerca de 18 promotores alocados em
regiões estratégicas, total mês de R$ 57,600,00.
PROBLEMA 03
Situação Atual Ausência de indicador GPD
Situação desejada Indicadores da área parametrizados ao sistema SAP
O que fazer? Parametrizar indicadores da área ao sistema SAP
Como fazer? Verificar com o setor de TI, tabelas necessárias para importar para o sistema SAP
Quem fará? Assistente Trade Marketing em conjunto com analista TI
Quando será feito? 15/08/2017
Quanto Custará? Sem custos adicionais, demanda será alocada nas demandas TI (SAP suporta).
PROBLEMA 04
Situação Atual Realização de serviços pertencentes a outros departamentos
Situação desejada Desmembrar funções secundária de outros departamentos do Trade Marketing
O que fazer? Reunião com gerentes de RH, logística, segurança do trabalho e comercial.
Como fazer? Alinhamento através de reunião com responsáveis pelas áreas acima.
Quem fará? Gestor de Trade Marketing
Quando será feito? 10/09/2017
Quanto Custará? Sem custos adicionais, quadro atual do RH irá absolver tarefas.
PROBLEMA 05
Situação Atual Elaboração de roteirização dos promotores de forma manual
Situação desejada Rota de promotores feita de forma parametrizada no sistema SAP e aplicativo
proposto no problema 1 acima.
O que fazer? Parametrizar rota dos promotores dentro do sistema SAP.
Como fazer? Reunião de alinhamento com TI para verificar bases necessárias.
Quem fará? Assistente Trade Marketing em conjunto com analista de TI.
Quando será feito? 20/07/2017
Quanto Custará? Utilizar ferramenta ROADNET que a logística utiliza para roteirização dos
caminhões de entrega.
Uma segunda ação que teria um impacto positivo tão bom quanto à primeira
sugerida seria a terceirização de mão de obra em regiões estratégicas, buscando com
essa ação então a redução do grau de amplitude da supervisão de trade marketing.
Existem no mercado hoje, fornecedores que oferecem esse tipo de serviço, onde fazem a
gestão de toda equipe, fornecendo relatórios de produtividade diários para o contratante.
departamento de trade marketing mais competitivo, sugere-se então que as demais ações
sejam tratadas posteriormente na organização analisada.
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REFERÊNCIAS
BLESSA, Regina. Merchandising no Ponto-de-venda. 5ª. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia científica. 5. ed. São
Paulo: Prentice Hall, 2002.
ETZEL, Michael J.; WALKER, Bruce J.; STANTON, William J. Marketing. São
Paulo: Editora Makron Books Ltda, 2001.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas,
1999.
GIL, A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2007.
GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 5ª ed. São Paulo: Atlas,
2010.
LAS CASAS, Alexandre Luzzi. Marketing de varejo. São Paulo: Atlas, 1992.
LEVINE, D. M.; et al. Estatística: teoria e aplicações. 5. ed. Rio de Janeiro: TLC,
2008. 752 p.
MOTTA, R.; SANTOS, N.; SERRALVO, F. Trade marketing: teoria e prática para
gerenciar os canais de distribuição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
PARENTE, Juracy. Varejo no Brasil - Gestão e Estratégias. São Paulo: Atlas, 2011.
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