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AG E M SEM
M I X
S
SEGREDO CISO
( PA RT E 3) LOGIC
PRE
O QUE É IXAR
Crie e salve camadas sonoras
PARA M com a sua assinatura
BEM
Nossa matéria de capa traz o Rock in Rio USA, primeira edição Assinaturas
estadunidense do festival, agora trintão. Será que a qualidade (es- Karla Silva
trutural, sonora...) que sempre sobra nas versões nacionais do RiR assinatura@musitec.com.br
e que também chegaram às suas edições europeias foram uma rea-
lidade também em solo norte-americano? Se outras três edições já Distribuição: Eric Brito
estão agendadas para a terra do Tio Sam, você já deve imaginar a
resposta, não é? E para ficar sabendo como foi transformar o sonho Publicidade
de Roberto Medina em um acontecimento até em Las Vegas, o epi- Mônica Moraes
centro da diversão na maior potência do mundo, é só explorar essa monica@musitec.com.br
matéria de Rodrigo Sabatinelli.
Impressão: Ediouro gráfica e Editora Ltda.
E a série de Fábio Henriques sobre mixagem chega a mais um inte-
ressante capítulo, e surge a promissora série de Daniel Raizer sobre Áudio Música & Tecnologia
nosso amado Pro Tools, e o Nervoso mostra mais do itens que fazem é uma publicação mensal da Editora
com que o Logic também tenha tantos seguidores em todo o planeta... Música & Tecnologia Ltda,
Enfim, está aqui mais uma AM&T que é um prato cheio pra quem gosta CgC 86936028/0001-50
e precisa se informar com qualidade. Insc. mun. 01644696
Insc. est. 84907529
No caderno Luz & Cena o destaque vai pro DVD Luan Santana Acús- Periodicidade Mensal
tico, que coloca o jovem sertanejo num universo retrofuturista onde
ele é uma espécie de versão jovem de ninguém menos que Mr. Elvis ASSINATURAS
Presley. O visual impressiona. E na L&C você também encontra uma Tel/Fax: (21) 2436-1825
cobertura bem especial da parte de iluminação da AES Brasil Expo. É (21) 3435-0521
ler para se sentir na feira. Banco Bradesco
Ag. 1804-0 - c/c: 23011-1
Boa leitura!
Website: www.musitec.com.br
Marcio Teixeira
Não é permitida a reprodução total ou
parcial das matérias publicadas nesta revista.
30
Muitas novidades em um evento
que deu de ombros para a crise
Rodrigo Sabatinelli
Rock In Rio USA
Na terra do Tio Sam, 44 Desafiando a Lógica
Patch & Stacks – Crie e salve camadas
festival celebra 30 anos sonoras com a sua assinatura
André Paixão
Rodrigo Sabatinelli
48 Pro Tools
Curso de Pro Tools: Aula 1 – Instalação
Daniel Raizer
52 Mixagem
Mixagem sem segredos (Parte 3):
12 Em Tempo Real
Ivan Aragão Cunha, o Batata
O que é preciso para mixar bem
Fábio Henriques
Marcio Teixeira
30 Plug-ins seções
Waves H-Reverb: Chega o irmão
mais novo do Trueverb e Rverb
editorial 2 notícias de mercado 6
Cristiano Moura
novos produtos 10 índice de anunciantes 95
76
evento
Luz para quem é de luz – Novidades no
setor agitam a AES Brasil Expo 2015
70
por Rodrigo Sabatinelli
86
media composer
capa Aspectos de performance do Avid Media Composer:
Luan Santana Trabalhando a favor do sistema
Acústico – Tecnologia por Cristiano Moura
une retrô e futurismo
por Rodrigo Sabatinelli
90
PRODUTOS ........................................... 66
iluminando
EM FOCO .............................................. 68 Montando, operando e iluminando: Definindo a
F inal C ut .............................................. 82 área de trabalho dos profissionais de iluminação
por Rodrigo Horse
4 | áudio música e tecnologia
FINAL CUT .............................................. 92
NOTÍCIAS DE MERCADO
AM&T
evento cuja cobertura comple- pessoas pelo que escrevo e ver
ta você encontra nesta edição da o carinho com que todos sempre
AM&T, o estande da Editora Mú- me tratam. A editora sempre foi
sica & Tecnologia recebeu o autor uma extensão da minha família,
Fábio Henriques para o lançamen- e estar com eles também é mui-
to e tarde de autógrafos do Guia to recompensador”, destacou
de Microfonação, que chega ao Fábio. “A coisa que me deixa
mercado com dicas e mais dicas Fábio Henriques autografando o Guia de mais feliz é quando alguém me
sobre técnicas, posicionamento de Microfonação, lançado na AES Brasil Expo escreve e diz como meus livros
microfones, tipos de mics e mais, ajudaram o seu trabalho. Neste
sempre aliando prática e teoria. Muitos leitores e entusiastas do Guia de Microfonação procurei ir a fundo na teoria, mas sem-
trabalho de Fábio compareceram ao evento e puderam conver- pre de uma maneira bem objetiva”, encerrou.
sar com o a autor, além de terem seus exemplares assinados.
Para adquirir seu exemplar do Guia de Microfonação, visite a loja
“É sempre bom ira à AES Expo para ficar em dia com o mer- virtual da Editora Música & Tecnologia (link direto: http://www.
cado e com o que a tecnologia tem pra oferecer. O bônus é musitec.com.br/loja/produto.asp?cod=1210). Para comprar a
encontrar os colegas de profissão e os amigos. Só que esse versão digital do livro, vá à App Store ou ao Google Play, procure
ano foi ainda mais especial devido ao lançamento do livro. Foi por “Livraria Música & Tecnologia”, baixe o app e a obra.
De acordo com a empresa, serão oferecidos inicialmente cur- Para acessar as aulas da Masterclass basta visitar o site www.
sos de guitarra, baixo, bateria, vocal e teclados, e com eles masterclass.com.br, escolher o curso de interesse, realizar o
estão envolvidos músicos renomados como Faiska, Itamar pagamento e assistir via streaming o conteúdo.
Para o mês de agosto, dois cursos, ambos ministrados por Ézio Filho, já estão agendados: Técnicas em Gravação (http://iat.ec/
tecnicas-de-gravacao), e Edição Mixagem e Gravação (http://iat.ec/edicao-mixagem-masterizacao). Em setembro, outro curso confir-
mado: Técnicas de Captação de Áudio para TV e Cinema (http://iat.ec/captacao-audio-tv-cinema), ministrado por Eduardo La Cava.
Para saber mais e realizar sua inscrição, visite os links acima ou escreva para iatec@iatec.com.br.
6 | áudio música e tecnologia
ORgANIZAçãO E QUALIFICAçãO
PROFISSIONAL NO TERçA TÉCNICA RJ
Unir a classe do profissional do audiovisual, que abrange de técnicos de áudio e luz a profissionais da produção, dubla-
gem e sonoplastia, tornando-nos organizados e capacitados no exercício de seu ofício, é o principal objetivo do movi-
mento Terça Técnica RJ, que, inspirado no Terça Técnica de Fortaleza, surgiu em janeiro de 2015 sucedendo a Liga dos
Profissionais do Backstage do RJ. Segundo Mauricio Pinto, profissional com 26 anos no universo do áudio, advogado e
um dos idealizadores da versão carioca da ação, é importante destacar que não se trata de um encontro de “compa-
nheiros” que querem bagunçar o mercado e prejudicar empregadores.
“Por meio do Terça Técnica tentamos criar uma consciência coletiva para conquistarmos o respeito e as condições ideais
para o exercício de nosso ofício. Estamos decididos em cobrar nossos direitos de forma coletiva e consciente, e somente
com organização e mobilização conseguiremos valorizar nossa profissão”, afirma Mauricio. “Diferentemente do que pen-
sam algumas pessoas, estamos qualificando e ofe-
recendo melhores condições com um caráter pe-
AM&T
Divulgação
contemporânea. Os novos modelos AMS DC são bastante indicados para ins-
talação fixa ou para qualquer lugar onde o som precise ser claro e confiável.
A série AMS, que utiliza um driver de 16 ohm, sendo ideal para sistemas de alta
performace e baixa impedância, está disponível em sete modelos de tamanhos
que vão de 5” a 8”. Eles contam com um design bem moderno e e podem ser usa-
dos em qualquer lugar sem comprometer a decoração. Vale destacar, inclusive,
que suas cores podem ser personalizadas e pedidas por encomenda. Além disso,
as caixas foram submetidas a testes ambientais, alcançado a classificação IP65.
www.tannoy.com
www.proshows.com.br
Outros recursos da coluna são o processador DSP com quatro presets de equalização, pai-
nel de controle com volume, presets, filtro HP, chave Mic-Line, LED de status, entrada XLR e
alimentação Powerconn Neutrik na parte inferior da coluna, saída XLR e link de alimentação
Powerconn Neutrik na parte superior, para ocultar cada cabo de conexão. Oferece dispersão
de 100° horizontal e 20° vertical e seu gabinete é revistido em alumínio extrudado. Contém
um sistema de fecho superior, que facilita o acoplamento de mais módulos CLA604A. O
subwoofer que acompanha cada coluna é o modelo ativo CLA 208 Sa.
www.fbt.it
www.hpl.com.br
áudio música e tecnologia | 9
NOVOS PRODUTOS
Conta também com equalizador gráfico de sete bandas pra o Main Mix. Compacto e práti-
co, o KP12.4UFX oferece um total de 12 entradas, sendo quatro de Mic e ALT3-4 (2+2 Bus)
para flexibilidade extrema de aplicações. Ainda conta com o processador Multi-FX 32 Bit
com inúmeros presets e com faders “Logarithmic-Taper” Premium de 60 mm de alta resis-
tência, incluindo Faders dedicados para FX Send e AUX Send e controles rotatórios selados.
Divulgação
wwww.waldman-music.com
www.equipo.com.br
Com o ew D1 (na foto, o modelo EW D1-E835), o usuário vai permanecer sempre conec-
tado, independentemente do que esteja nos arredores. O sistema analisa seus canais de rádio 133 vezes por segundo, respondendo
mais rapidamente às mudanças do que o som leva para chegar ao seu ouvido. Quando necessário, o ew D1 pode até aumentar a
potência de transmissão para fazer com que seu sinal seja o mais forte nos arredores, dentro de uma fração de segundo. Uma curio-
sidade: um piscar de olhos leva 20 vezes mais tempo.
www.sennheiser.com.br
www.quanta.com.br
O fone trabalha com resposta de frequência de 10 a 20.000 Hz, tem impedância de 16 ohms e sensibili-
dade de 108 dB SPL. Conta com um cabo reto, duplo, de 1,21 m de comprimento, e é equipado com Fit
Custom. Como já foi dito, basta girar o botão serrilhado e a almofada se expande para fornecer uma
regulagem adequada às necessidades do usuário. O produto conta com a garantia vitalícia Koss, que
cobre apenas defeitos de fabricação. Desgaste natural de espumas e hastes, problemas causados por
uso inadequado, quedas ou impactos acidentais não estão cobertos por esta garantia.
www.koss.com.br
www.equipo.com.br
Ivan Aragão
Cunha, o
Batata
Leo Lima
I
van Aragão Cunha é como ele foi ba-
tizado, mas no mundo do som só dá
Batata, apelido adquirido, claro, graças às semelhanças tes gêneros, mas também os de verdadeiras lendas: Rádio
que viram entre o técnico de PA do Só Pra Contrariar e o Táxi, Gilberto Gil, Elba Ramalho, Banda G.U.E.T.O, Inocentes,
simpático e divertido personagem Batatinha, do desenho Ultraje a Rigor, Zero, Camisa de Vênus, Marcelo Nova, Raul
do Manda Chuva. Seixas, Grupo Sereno, Grupo Rumo, Premeditando o Breque,
Clube do Balanço, Fabio Jr., Wando, Amizade Sincera, Beto
Aos 55 anos, ele volta no tempo para nos falar sobre as Barbosa, Bruno e Marrone, Banda Black Rio, Só Pra Contrariar
origens de seu interesse pelo áudio, que estão em seu san- e Alexandre Pires, com quem está, ao todo, há 20 anos.
gue. “Não tive outra opção (risos). Meu pai era técnico de
gravacão da companhia cinematográfica Vera Cruz, em São Para Ivan, o segredo para ser um bom profissional passa
Bernardo do Campo. Só dei continuidade”, diz ele, acres- por ter caráter e bons valores. “Infelizmente, no nosso país
centando que sua história se parece com a de outros nomes são coisas consideradas utópicas, mas creio ser possível”,
da área, como Marcelo Oliveira e Marcos e Marcelo Sabóia. afirma ele. “Fora a dedicação, a busca por atualização e
“Por influência de meu pai, sempre estive no meio, mas fazer o maior número possível de cursos, se capacitando a
meu primeiro registro profissional em carteira foi em 1976, cada dia mais.”
como sonoplasta em um restaurante”, destaca Ivan.
Quando o assunto é planos para o futuro, Batata reforça a
De lá pra cá, o técnico passou por diversas empresas: Tuka- vontade de querer se aperfeiçoar e de investir em sua em-
som, Poladian Produções, Troupe, Dama Xoc, Imaginasom, presa. “Como meu trabalho e hobby são os mesmos, quero
Sound 2000, Lugphil, Torau Equipamentos, JMA, Audio So- poder estudar, fazer treinamentos em outros segmentos da
lutions e Sunshine Eventos. Atualmente comanda sua pró- área de sonorização, como sound design, e dedicar mais
pria empresa, a BackstageExpress. tempo à BackstageExpress, que nasceu de um sonho meu
e do Paulo Braguetto e da nossa ideia de amparar bandas
A lista de artistas com os quais Batata até hoje trabalhou e quem mais precisar no meio, oferecendo um suporte di-
também é bem vasta, e inclui não apenas nomes de diferen- ferenciado.” •
BATE-BOLA
Console: Tive a honra de ser o primeiro a viajar com a depende muito do instrumento ou voz.
DiGiCo SD8 no Brasil, e hoje viajo com a Avid Venue S3L-
-X. Estou gostando muito. É um conceito novo de console, Equipamento: Aquele que me proporcione fazer meu tra-
muito compacto, mas não pequeno, pois oferece 64 canais balho com a maior qualidade e confiabilidade
e tem uma sonoridade incrível.
Periférico: Muitos vão rir, mas o meu preferido é o geren-
Microfone: Dificil dizer um, pois para cada aplicação ciador de energia. Se ele não atuar quando precisa, nenhum
existe um que se sai melhor. No estúdio gosto do AKG dos outros vai funcionar. Gostaria, inclusive, de aproveitar
414 exatamente por ser um coringa. Mas reforço que para parabenizar a Pentacústica pelo seu trabalho. É uma
empresa nacional que conseguiu se tornar unanimidade.
SPL alto ou baixo? Por que? Nem alto, nem baixo. Mú-
sica não é para agredir, mas também tem que empolgar.
Uma média de 98 dBs acho confortável e envolvente.
O que as pessoas
querem ouvir ao vivo?
Tudo não passa de uma questão de mercado
E
xistiam, existem e continuarão existindo no O que vemos há muito tempo são ondas e artistas
meio musical artistas que reclamam de seus que se tornam moda por algum tempo e depois
concorrentes diretos (comercialmente falan- acabam desaparecendo. Acontece em todos os
do), e esta briga pode ter motivações artísticas ou segmentos musicais. Na verdade, o que existe é
meramente comerciais. Estou escrevendo sobre isto uma seleção natural, e conseguem seguir em fren-
porque de uma forma ou de outra este assunto aca- te aqueles que se mostram mais fortes no merca-
ba chegando no nosso trabalho. do (nem sempre agradando a todos).
Acervo do autor
COMO ISTO ATINGE OS
PROFISSIONAIS
DE ÁUDIO?
A forma mais direta e simples de se
entender é a seguinte: se você tra-
balha com artistas de sertanejo, pa-
gode ou axé, a probabilidade de você
trabalhar mais do que técnicos de
outros segmentos é muito maior. Al-
guns destes artistas chegam a fazer
de 15 a 20 apresentações por mês.
Todos concordamos que o público é o nosso principal Porém, isto é algo que reflete diretamente no traba-
objetivo. É ele que paga os ingressos dos shows e lho dos técnicos. Muitos de nós pensam: para que
é para ele que está direcionado o trabalho daqueles um som bom se a plateia não tem nenhum padrão
técnicos que fazem PA. Mais à frente falaremos dos de qualidade? Para que vou exigir tanto da produção
que fazem o monitor (o que também deve ser muito se as pessoas estão mais preocupadas em ver o ar-
levado em consideração). tista do que ouvir o que ele está cantando.
do evento, a responsabilidade
passa a ser nossa, e por isso
nós devemos estar preparados
para qualquer situação adver-
sa que possa surgir. Um bom
técnico é aquele que possui os
atributos técnicos necessários,
assim como uma boa dose de
experiência.
Acervo do autor
é muito fácil colocar a culpa em outras
pessoas ou situações se o som não está
bom. Podemos culpar o músico ruim, o
instrumento ruim, o equipamento ruim,
a produção ruim, e assim vai. O que não
falta é uma boa desculpa.
A partir do momento em que nós as- A falta de experiência do técnico pode ser um grande
sumimos fazer a mixagem do show ou problema para toda a produção envolvida no evento
Renato Muñoz é formado em Comunicação Social e atua como instrutor do IATEC e técnico de gravação e PA.
Iniciou sua carreira em 1990 e desde 2003 trabalha com o Skank. E-mail: renatomunoz@musitec.com.br
N
essa edição da coluna vamos começar a falar so- Nessa hora é imprescindível ter em mente a sonoridade
bre gravação de bateria, partindo da preparação. desejada na gravação. Há diversas decisões que você
Assim como com qualquer instrumento, a grava- terá que tomar em relação à sonoridade da bateria, e
ção de uma bateria acústica tem início muito antes de se para poder tomar a decisão correta é preciso saber qual
apertar “rec”, antes mesmo do posicionamento dos mi- a sonoridade final que você deseja. Uma música de re-
crofones. Sem essa atenção e cuidado desde o início, fica ferência pode ser bem útil nessas horas, para comparar
bem difícil obter uma gravação de alta qualidade no final. com a sonoridade da sua bateria e poder tomar as deci-
sões de forma mais objetiva.
E a bateria, pelo tamanho e número de microfones en-
volvidos, é um dos instrumentos mais complicados de Não é possível obter uma sonoridade boa na gravação
se gravar. Além disso, emi- se a bateria em si não es-
te frequências que cobrem tiver soando bem. Por isso,
todo o espectro (grave, mé- invista todo o tempo possí-
dio e agudo), e muitas ve- vel e necessário para tirar
zes com bastante dinâmica. o melhor som possível da
A bateria é a base da músi- bateria a ser gravada. Um
ca (ocidental), e geralmente bom baterista também aju-
precisa de peso e intensi- da, pois grande parte do
dade, porém, com bastante timbre de uma bateria vem
definição e brilho. Para isso, da técnica na execução...
é essencial ter bastante cui- Mas aí nem sempre temos
dado e atenção para obter a escolha (infelizmente)!
sonoridade desejada. Pres-
tem atenção! PELES
INSTRUMENTO Antes de iniciar a gravação
– ONDE TUDO de uma bateria é impor-
COMEÇA tante se assegurar que as
peles estão em bom es-
Assim como com todo e tado. Peles gastas geram
qualquer instrumento, antes uma sonoridade sem peso
A bateria é um dos instrumentos mais
de começar a pensar em mi- ou “brilho”. Além disso,
complicados de se gravar, pelo tamanho e
crofones e posicionamento dificultam a afinação, tor-
número de microfones envolvidos. Cuidado
em uma gravação de bate- nando-a instável, muitas
e atenção são fundamentais para isso.
ria é preciso se certificar de vezes com ressonâncias
que a bateria em si está soando bem na sala, com uma indesejáveis. Se as peles estiverem gastas, o ideal é
sonoridade próxima àquela que você deseja no produ- trocá-las antes de iniciar a gravação. Se possível, utilize
to final. É claro que a escolha e o posicionamento dos peles novas para obter uma melhor sonoridade. Como
microfones vão influenciar, assim como a mixagem do eu já mencionei antes (e irei mencionar muitas vezes
material, mas tudo começa com o instrumento, e se ainda), o aspecto mais importante em relação à quali-
você otimizar a sonoridade desde o início, a tendência é dade de uma gravação é a sonoridade do instrumento
que o resultado final fique bem melhor. em si. E nisso incluem-se as peles de uma bateria!
maceta (especialmente os bateristas com “pé pesado”), Esse cuidado todo na preparação pode parecer exagera-
forçando-o a mover-se para a frente. Para corrigir isso, do, mas é muitas vezes a diferença entre uma gravação
tente posicionar os “pés” do bumbo de forma que fiquem amadora e profissional. Eu mesmo já gastei mais de 12
bem firmes no chão, utilizando o peso do próprio bumbo horas só ajustando a sonoridade e afinação de uma ba-
para segurá-lo. Se mesmo assim o bumbo quiser “dar um teria antes mesmo de gravar o primeiro take. Isso por-
rolé”, é possível amarrar, com barbante ou algum tipo de que as peles da bateria em questão haviam entrado na
corda, os pés dele no banco do baterista, de modo que o puberdade, aos 14 anos de idade, e não estavam que-
peso do baterista impeça a “fuga” do bumbo. rendo afinar de acordo (troquem as peles da bateria!).
Para piorar, a sala de gravação era bem pequena e nela
- Ruídos no ambiente – Como uma bateria emite uma mal cabia o kit da bateria, muito menos os pedestais e
pressão sonora altíssima, quaisquer objetos que estive- microfones, dificultando bastante o posicionamento dos
rem em torno serão “sacudidos” e poderão gerar ruídos na mesmos. Como não havia a opção de trocar as peles ou
gravação. Por isso, remova tudo o que não for essencial mudar de sala, e como eu não aceitava fazer uma gra-
para a gravação e estiver próximo à bateria. Ande em vol- vação ruim, foram-se 12 horas só ajustando o timbre da
ta da sala, verificando se não há ressonâncias ou ruídos bateria e o posicionamento dos microfones.
no ambiente. Se houver, remova-os ou utilize algum ma-
terial como fita crepe ou espuma para segurá-los e elimi- O resultado final da gravação ficou muito bom e nin-
nar os ruídos. Uma vez, em uma gravação, gastei mais de guém ficou sabendo do esforço que eu tive... E as ho-
meia hora (e quase enlouqueci) porque havia esquecido ras extras não foram pagas! Mas, provavelmente, se
uma caneta sobre uma mesa dentro da sala de gravação eu não tivesse feito como fiz, a gravação não teria fica-
(não coloque mesas nas salas de gravação!), e toda vez do boa, e todo mundo ficaria sabendo disso... E eu pro-
que o baterista batia no bumbo a caneta “quicava”, geran- vavelmente teria dificuldade em arrumar outras grava-
do um ruído agudo na gravação... Demorei muito tempo ções no futuro! É o efeito dominó, que pode funcionar
até conseguir identificar de onde vinha o ruído, e fiquei me a seu favor ou contra. Basta escolher. Foco, atenção e
sentindo um “mané” quando descobri. persistência são necessários desde o início.
AS FASES DE UMA BATERIA Na próxima edição vamos seguir falando das técnicas de
posicionamento dos microfones para tirar o melhor som
Como em uma gravação de bateria haverá diversos mi- possível nas suas gravações de bateria. Não percam!
crofones envolvidos, os mesmos estarão suscetíveis a
interferências de fase, que podem causar perdas de fre- Até lá! •
Lucas Ramos é tricolor de coração, engenheiro de áudio, produtor musical e professor do IATEC. Formado em Engenharia de Áudio pela SAE (School
of Audio Engineering), dispõe de certificações oficiais como Pro Tools Certified Operator, Apple Logic Certified Trainer e Ableton Live Certified Trainer.
E-mail: lucas@musitec.com.br
Waves H-Reverb
Chega o irmão mais novo do Trueverb e Rverb
N
o ano passado, tratamos dos reverberado-
res da Waves, que incluem o Trueverb, Rei-
nassence Verb e o reverberador baseado em
convolução IR–1. Apesar das diferentes características
entre eles, A Waves entendeu que havia ainda uma la-
cuna a ser preenchida. Neste artigo, então, vamos en-
tender mais sobre o novo H-Reverb e seus diferenciais
se comparado aos outros reverberadores da empresa.
CONCEITO
Algo que podemos perceber rapidamente é a
proposta de dar mais flexibilidade no ajuste de
primeiras reflexões (ER) e a reverberação (tail)
do que a maioria dos reverberadores. Não custa
lembrar: usamos as configurações de Early Re-
flections (ER) para ajustar o tamanho e formato Fig. 2A – Nenhum Pre Delay
da sala e a reverberação, que reflete as caracte-
rísticas do revestimento e
itens de uma sala e estão
diretamente relacionados
à absorção da mesma.
CUSTOMIZAÇÃO
TOTAL
Fig. 2B – Atraso
Na parte central do plug-
ocasionado pelo Pre Delay
-in temos um “seletor de
ER” (fig. 1), e, à esquer- reverberação demora para se concretizar.
da, controles de Pre Delay,
Build Up E Size. Em espe- É confundido com o Pre Delay, mas sonoramente
cial, o Build Up não é um os resultados são distintos. Enquanto o Pre Delay
controle comum em outros causa um atraso no reverberação (figs. 2A e 2B),
reverberadores. Ele funcio- podemos, de uma maneira bem “informal”, enca-
na como um “attack” do
Fig. 1 – Opções de rar o controle de Build up como um controle de
reverb, ou o tempo que a
primeiras reflexões fade-in da reverberação (fig. 3).
EXTRAS QUE
ANDAM JUNTOS
Afim de criar uma assinatura sonora, oferecer al-
gum diferencial, trazer algum interesse ou mes-
mo corrigir alguma limitação, mais e mais enge-
nheiros de som dedicam boa parte do tempo da
sua mixagem ao trabalho em processadores liga-
dos em série após a reverberação.
PRESETS QUE
PRESTAM – E MUITO!
Houve uma época em que reverbera-
dores vinham com centenas de pre-
sets que os fabricantes faziam com
intenção de demonstrar os produtos e
mostrar sua flexibilidade, não neces-
sariamente se comprometendo com
sua usabilidade.
Cristiano Moura é produtor musical e instrutor certificado da Avid. Atualmente leciona cursos oficiais em Pro Tools, Waves,
Sibelius e os treinamentos em mixagem na ProClass. Também é professor da UFRJ, onde ministra as disciplinas Edição de Trilha
Sonora, Gravação e Mixagem de Áudio e Elementos da Linguagem Musical. Email: cmoura@proclass.com.br
Rock In
Rio USA
na terra do Tio sam, festival celebra 30 anos
C
omemorando, em 2015, três décadas de sua pri- gem do festival pelas terras do Tio Sam, que, merecida-
meira edição, o Rock in Rio, um dos maiores fes- mente, ilustra a capa desta edição.
tivais de música do mundo, chegou a Las Vegas,
nos Estados Unidos, onde entre os dias 8 e 16 de maio ALInhAmEnTO E DIsTrIBuIÇãO
reuniu atrações como Ivete Sangalo, Taylor Swift, Bruno
Mars, Metallica, Linkin Park, John Legend e Joss Stone,
AssEgurAm COBErTurA AmpLA
entre muitas outras de expressão internacional.
O sistema utilizado para sonorizar o Palco Mundo, prin-
cipal ambiente do evento, foi um JBL VTX, composto por
Sonorizado pela Gabisom, o evento contou com sistemas
de sonorização JBL e consoles Avid, Yamaha e DiGiCo, quatro torres. Em cada uma das duas colunas principais
dentre outros equipamentos cedidos pela locadora pau- do PA, ou melhor, no L/R, estiveram dispostas duas linhas
listana, que enviou parte de seu arsenal por containers, de caixas V25, contendo, ao todo, 18 elementos, mais
transportados por navios, e aviões. uma linha de subs S28, contendo 15 unidades, enquanto
que nas colunas complementares, ou seja, nos outfills,
Em entrevista à AM&T, Maurice Hughes e Tobé Lombello, estiveram dispostas, por lado, mais duas linhas de caixas
respectivos gerentes de produção e de palco do Rock in V25, contendo nove elementos cada, e uma linha de subs
Rio, revelaram detalhes técnicos sobre a primeira passa- S28, contendo sete unidades cada.
Divulgação
binações,
além de
uma DiGiCo
SD7, de 128 canais, para geren-
ciamento exclusivo do sistema,
mas por se tratar de um setup
dedicado única e exclusivamente
ao festival, muitas informações
acerca dele não foram disponi-
bilizadas pela empresa”, comple-
tou o gerente de produção.
“LUXO” NA HOUSE
MIX ATENDE
A GREGOS E
TROIANOS
Em cima no palco, por conta da
Divulgação
Ferraz, engenheiros como Carlos Kalunga, que trabalha “É dessa forma que tem que ser feito. É preciso
com a cantora Ivete Sangalo, compartilharam com o re- dialogar e respeitar o técnico. Na ocasião, ao visitar
presentante da locadora detalhes de suas mixagens. a UM, pude mostrar a ele, Marcelinho, alguns dos
planos de minha mix, como, por exemplo, os das
O objetivo era que o amigo, responsável pelo “envio” músicas em que a guitarra tem que ser colocada mais
do som para a TV, realizasse um trabalho fiel ao que ‘na cara’, ou seja, com uma pegada mais rock’n roll,
o público ouvia ao vivo. E, diante de sua estação de e daquelas em que o Pro Tools atua somente como
trabalho, ele recebeu dicas preciosas, que nitidamen- preenchimento da base”, contou ele, também famoso
te fizeram a diferença para quem curtia o festival de por postar, em sua página no Facebook, vídeos
casa, algo que Kalunga fez questão de destacar. explicativos de seu trabalho.
Divulgação
Divulgação
Consoles como PM5D RH, da Yamaha, e SD7, da DiGiCo, estiveram presentes no Rock in Rio USA
Divulgação
bisom ficou à frente da
sonorização do festival.
Dentro ou fora do Brasil, a
empresa parece ser sempre
a primeira opção da pro-
dução do evento. A que se
deve essa escolha?
Penso que, se uma das maiores empresas de áudio do va, um benefício à realização de um trabalho mais
mundo tem condição de atender a um festival como prático e eficiente neste tipo de evento?
esse, não há porque substitui-la. Gabi [dono da em-
presa] é um cara que está sempre disponível para re- Tobé Lombello: Na parte de áudio, o uso de multipinos
ceber seus clientes, e contar com esse atendimento em também facilita muito a nossa operação, mas, na minha
qualquer lugar do mundo é muito bom. Muitos no Brasil opinião, acho que a evolução nos sistemas de rigging e
podem não ter consciência de que, no país e exterior, a talhas motorizadas tem ajudado muito a todas as mu-
Gabisom é diferen- danças de estrutu-
ciada e qualificada ra que temos em
Divulgação
papel importante
nas edições recen-
tes. O que tem a di-
zer sobre isso?
AEs BrAsIL
E
ntre os dias 25 e 28 de maio, a AES Brasil Expo desem- MADI e Dante, tem total integração com o Pro Tools, permite a
barcou, pela 19ª vez, na capital paulista para apre- gravação de até 300 canais, utilizando, para isso, somente um
sentar grandes novidades nos segmentos de áudio, cabo thunderbolt, e, por sua compatibilidade, atende perfeita-
iluminação e instalações especiais, além de seminários que mente às necessidades dos usuários da família Venue”, garan-
abordaram temas como gravação, mixagem, masterização, tiu Carlos Kalunga, especialista de produtos da marca.
som ao vivo e instalações.
Apresentadas na Prolight+Sound 2015, na Alemanha, as multi-
Ponto de encontro de profissionais renomados, a feira mos- touch da família TF foram destaque no estande da Yamaha do
trou-se alheia à atual crise financeira e levou, a mais de Brasil. Mas a grande novidade da empresa, a Rivage PM10, foi
5.700 pessoas – número fornecido por sua organização –, apreciada somente por quem visitou sua sede, a alguns quilô-
produtos como consoles de pequeno, médio e grande porte, metros da feira. “Com 44 canais de entrada, 72 auxiliares e 36
além de sistemas de sonorização e microfones, que, hoje, matrizes e um pacote de plug-ins Ruppert Neve, ela estará dis-
diferentemente do que ocorria no passado, chegam a nosso ponível no país somente no início de 2016”, anunciaram, no lo-
país logo após seus lançamentos internacionais. cal, os especialistas de produto Aldo Werner e Matheus Madeira.
No estande da Quanta Live, por exemplo, o público conheceu a Demonstrada na Roland, a M-5000, nova mesa da fabricante,
novíssima Avid S6L. Lançada na última NAB, em Las Vegas, “a também chamou a atenção do público presente e logo ganhou
mesa para som ao vivo, que trabalha com os protocolos AVB, status de estrela. Com suporte em 96 kHz para até 300 entradas
e 286 saídas, o equipamento tem, dentre seus diferenciais, “o sos. “Ela suporta até 32 canais se usada com seu expansor, o
emprego da tecnologia O.H.R.C.A., que permite ao usuário con- AB168, e tem como principal recurso o controle via iPad”, disse
figurar todo o caminho do sinal, além de protocolos expansíveis”, Vladimir Ganzerla, distribuidor nacional da fabricante inglesa.
como disse o técnico de produtos Jorge Henrique Perez.
No estande da Music Company, o gerente e especialista de
Apresentada pela Audio System, a S21, da DiGiCo, reuniu um produtos Raven, Roberto Wielickza, anunciou, em primeira
grande número de pessoas no estande empresa. “Com 40 ca- mão, as atualizações do software do console totalmente tou-
nais de processamento e 16 bus, todos podendo ser estéreos, ch screen MTi, que agora pode ser usado com duas telas
a mesa conta ainda com 24 entradas e 12 saídas analógicas, dedicadas, sendo uma à mixagem e outra à edição de pistas
dois slots DMI, duas conexões Ethernet para redes, oito má- de áudio, e conta com mais de 500 batch commands, sele-
quinas de efeito e 16 equalizadores gráficos, entre outros dife- cionáveis via função search, também nova.
renciais”, disse o técnico especialista Renato Carneiro.
E da estrada para o estúdio, a novidade ficou a cargo da
Se as mesas grandiosas chamavam a atenção do público, XL-Desk, da SSL. Mostrada pelo engenheiro Conrado Ru-
as pequeninas também não passavam em branco. Lançadas ther, “ela conta com 24 canais, sendo 16 monos e quatro
pela ProShows, as X Air X18 e XR18, da Behringer, chegaram estéreos, quatro subgrupos estéreos e buss compressor
ao mercado com 18 entradas e oito saídas, gravando multi- SSL G-Series com filtro passa-altas para o side-chain,
pistas e podendo ser controladas remotamente por compu- além de oito pré-amplificadores SSL VHD”, disse.
tadores e iPads. “A diferença entre elas é que a superfície da
X18 conta com um dock station para encaixe de tablets”, dis- mICrOFOnEs E sIsTEmAs
se Emerson Duarte, especialista de produtos da fabricante. DE mOnITOrAÇãO pArA
EsTÚDIO E EsTrADA
Na ocasião, o especialista também anunciou a atualização
do firmware da Pro 6, console da Midas que, de acordo com Também estiveram em destaque na feira microfones para as
ele, “agora, permite ao usuário fazer seu soundcheck virtu- mais diversas aplicações. Distribuidora dos produtos Sen-
al, além de gravar até 56 canais das sessões executados ao nheiser, a Quanta apresentou o wireless D1, “composto pela
vivo, utilizar pacotes de plug-ins, como, por exemplo, os Wa- cápsula cardioide e945 e passível de controle via aplicativo”,
ves, e alinhar o sistema visualizando os gráficos de softwares segundo Daniel Reis, especialista de produtos da empresa. No
como o Smaart em sua própria tela”. entanto, o ClipMic Digital, um lapela para iPhones que con-
segue anular consideravelmente o vazamento de ambientes
Além da distribuidora gaúcha, a Audio Premier foi outra a apre- ruidosos, foi a grande surpresa do espaço.
sentar produtos compactos, como a QUPac, da Allen & Heath,
que, apesar de minúscula, mostrou-se dotada de muitos recur- Na ProShows, representante nacional da Audio-Technica, o
destaque ficou a cargo do do System 10, sistema sem fio como pancadas de chuva e exposição ao calor”. O executivo
digital que trabalha em 2.4 GHz com kits como o bastão ainda demonstrou os amplificadores X4 e X8, de quatro e oito
ATW1102, além de headsets, lapelas e transmissores para canais, da Série X, da PowerSoft.
instrumentos. Mas outros lançamentos, como o sem fio con-
densador cardioide AEW5255 e o dinâmico hipercardióide MB Na Amerco Brasil, o diretor técnico Rodrigo C. Bordignon
3k/c, também foram muito bem recebidos pelo público, de anunciou a distribuição exclusiva dos produtos da italiana
acordo com o especialista Milton Koprosky. Proel e destacou alguns modelos das linhas V Series, Flash
Series e Axiom, como a Flash12HDA, caixa ativa composta
Um dos produtos mais curiosos na linha de transmissões ao por um falante de 12” e um driver Celestion de 1” em ne-
vivo, o surround Esfera, da Sennheiser, foi demonstrado pelo odímio, e a Axiom ED25P, caixa passiva composta por dois
engenheiro Beto Neves em sua unidade móvel, a Mix2Go. falantes de 5.25” e um dome tweeter, “que nada mais é que
Projetado com a renomada tecnologia do condensador de RF um tweeter com guia de onda esférico”, observou ele.
da marca, “o microfone tem como função converter o sinal
estéreo em um 5.1 completo em qualquer lugar do fluxo de No estande da Harman do Brasil, que representa nacional-
produção, seja ao vivo, durante uma transmissão que requer mente produtos de marcas como JBL, AKG, Crown, Lexicon e
áudio 5.1 HD, ou numa pós-produção”, afirmou Beto. Soundcraft, o consultor técnico Richard Powell apresentou a
nova caixa EON615, da JBL. “Ela, que é dotada de bluetooth
Tradicional fabricante de microfones, a Shure, representada no integrado, guia de ondas exclusivo e entradas XLR ¼”, é am-
Brasil pela Pride Music, teve como lançamento um novo sistema plificada por um classe D de potência de 1.000 watts e pode
de monitoração pessoal, o PSM 300. Apresentado pelo especia- ter parâmetros como equalização controlados remotamente via
lista de produtos da marca, Raphael Andrade, “o equipamento é iPad”, disse Richard, que também apresentou alguns modelos de
de fácil configuração e trabalha com dois modelos de receptores microfones AKG, como o sistema digital sem fio DMS 700 e os
bodypacks estéreo – o P3R e o P3RA –, que têm alcance de 100 modelos para estúdio e ao vivo C414 XLII, P170, P220 e P420.
m de distância e utilizam baterias recarregáveis”, disse ele.
Na HPL, o especialista de produtos FBT, Selismar Oliveira, de-
LInEs E CAIXAs COm monstrou o line array de coluna Vertus, que, de acordo com
DnA InTErnACIOnAL o próprio, “pode ser utilizado tanto em eventos corporativos
como em shows de pequeno e médio porte”, e as caixas da
Como de costume em edições da AES, foram lançados di- linha Mitus, compostas por elementos com falantes de média
versos modelos de caixas acústicas. Na Gobos do Brasil, por alta de 6,5” e drivers de 1.4” e subs aéreos e de chão com
exemplo, o executivo Esteban Risso apresentou o Firenze, da falantes de 12” e 18”, respectivamente.
K-Array, line array que segue a filosofia slim de produtos da
fabricante e que, de acordo com ele, “por ser fabricado com Além desses dois produtos, Selismar também apresentou a
material ultra-resistente, suporta adversidades climáticas linha Mitus, de line array para médios e grandes espetáculos,
composta por caixas com falantes de média alta de 6,5”, dri- nético que faz uso de uma bobina de uma polegada”.
vers de 1.4”, por subs aéreos com falantes de 12” e subs de
chão com falantes de 18”. Ainda na ocasião, o técnico de suporte da empresa, Cleber
Pomerinskas, apresentou itens de outras marcas distribuídas
Na Decomac, o especialista de produtos Fernando Nanão esteve por ela, dentre eles interfaces e conversores RME, sintetiza-
mais uma vez demonstrando o line Aero 40, um sistema ampli- dores Moog Music Inc., amplificadores Kemper Amps e in-ears
ficado de três vias, da DAS Audio, que possui conectividade para Clear Tune Monitors. Sobre o Kemper, ele destacou se tratar
monitoração e controle remotos, e o Event 208A, que é um line de um aparelho que tem a função de captar, analisar e emular
de baixo custo, também da marca, destinado a pequenos e mé- timbres reais de amplificadores valvulados de guitarra, “e, a
dios clientes, enquanto que, na Bosch, Alex Lameira, gerente de partir disso, catalogá-los junto aos já existentes em seu ban-
marketing para a América Latina, apresentou caixas da Electro- co, como os clássicos vintage e os modernos de alto ganho”.
-Voice, como a ativa ZXA1 e o novo line da marca, o X2.
Na Lando Eletro-Acústica, o sócio-proprietário da empre-
Na Music Imports, distribuidora oficial dos produtos db Techno- sa, Lando Milbers, demonstrou itens da linha Evo de line
logies, o gerente comercial da empresa, Leandro Nogueira, des- arrays de coluna para ambientes específicos, como, por
tacou a chegada das caixas das linhas DVA, DVX, Arena, Black exemplo, templos religiosos. “Tratam-se de caixas feitas a
Line, Cromo e Sigma, como o line de três vias, segundo ele, partir da tecnologia de focalização digital Automatic Beam-
“carro-chefe do grupo”. Na Nexo, o especialista de produtos Mar- -Steering, desenvolvida pela alemã CVS, que podem ser
celo Costa mostrou os monitores de chão 4512, fabricados com montadas em até cinco módulos de oito grupos, cada, in-
falantes de 12” e que podem ser acoplados uns aos outros; os terconectados com um único DSP de até 40 canais”, expli-
subs RS15, compostos por dois falantes de 18” e indicados para cou ele, lembrando que seus sistemas hoje são utilizados
eventos de médio e grande porte; as PS15, que podem ser usa- na Catedral da Sé e no Mosteiro de São Bento.
das como line ou monitores, e os lines da linha GEO, indicados
para eventos coorporativos, além do sistema STM M46. No espaço da All Tech Pro, o sócio-administrador Alexandre
Barrios apresentou suportes de microfones e instrumentos da
No estande do Grupo Studio Brazil, o especialista de produtos Ultimate Support, mas destacou mesmo os sistemas alemães
Igor Ferreira apresentou, dentre outras novidades, as caixas LD Systems, marca que distribui com exclusividade no Brasil,
para monitoração de estúdio da EVE Audio. De todos os mode- tais como os modelos MAUI 11Mix, MAUI 28, MAUI 66 e Play
los demonstrados por ele, o destaque ficou por conta do SC205. 15, “dotados da filosofia all in one, fabricados com falantes
Segundo Igor, “trata-se de uma caixa de duas vias composta Celestion, e que contam com amplificação classe D e têm dis-
por um falante de 5” ativado por um sofisticado sistema mag- persão de 120 graus”, segundo disse.
do novo elemento Picollo 6 – que pode ser usado em front tação, apresentou o V30, amplificador de 1 ohm, 28.000 wat-
fill e em torres de delay – e do novo mixer amplificador de ts, e capaz de suportar até seis falantes por canal, totalizando
seis canais, o VM810. De acordo com Pedro, que falou sobre 12 unidades suportadas; o X20, de 18.000 watts, sendo 9.000
o mixer, “o equipamento, que é silencioso por não ter coo- por canal, em duas unidades de rack, e o protótipo de uma
ler, é indicado para palestras e convenções e conta com um pequena caixa, ativa e biamplificada, para line array – D340S.
player de MP3, entre outros diferenciais”. “Composta por um falante de 8” e um driver, ela deve chegar
ao mercado nos próximos meses”, disse ele, que também de-
E na Staner Eletrônica, o especialista e técnico em produtos monstrou o 4HD25, amplificador lançado na última Expomusic.
Francisco Carlos, o Fran, mostrou, entre outras, a ativa e triam-
plificada SR615A, “composta por falantes de 15” e um driver No espaço da B&C Speakers, o representante comercial da
em titânio”; a PS520, “modelo que traz em seu painel um kit empresa, Claudio Abreu, apresentou alguns lançamentos da
multimídia para leitura de pen drive e possui sintonizador de fabricante italiana de falantes. Dentre eles, o driver DE250,
FM”; a SR88A, “composta por um falante de 8” e um driver com resposta de frequência que vai de 1.000 a 18.000 Hz, e
em titânio, contando com leitor de bluetooth e sintonizador de dois falantes de 3” e 8”, indicados para line sources e moni-
FM, além de chave para receber sinais de linha e microfone”, tores, respectivamente, enquanto que na Oversound o coor-
e a SR110A, “composta por um falante de 10” e um driver em denador de projetos Emerson Righi demonstrou falantes de
titânio, que pode ser usada como monitor”, destacou. 6”, 8”, 10” e 12” da linha LA, com destaque para o driver de
compressão DTI 3850, “indicado para quem deseja trabalhar
“Mas as novidades não param por aí! Tivemos ainda os lan- com guia de ondas importados, pois oferece duas opções de
çamentos do sub passivo PSW 212 P, que conta com amplifi- garganta: 2” com a tampa inferior e 1.5” sem a tampa”, disse.
cador externo; a também passiva SLR 504, que já conta com
suporte de parede e de pedestal, e o sistema de earphone No estande da Eros Alto-Falantes, o representante comercial
SRM1E, que possui 16 canais, chave de ajuste de sensibili- Cristian Prado apresentou dois modelos de falantes fabrica-
dade e um body pack com saída de linha para ser utilizado dos pela empresa: o E-21 Panzer 5.0K e o SDS Pro 3.0K. Se-
como transmissor de sinal”, completou Fran. gundo Cristian, “o E-21, que tem 21” de diâmetro e suporta
até 2.500 watts RMS de potência, é indicado para caixas de
FALAnTEs, AmpLIFICADOrEs, subgraves e som automotivo, enquanto que o SDS Pro, que
CABOs E AFIns tem 18” de diâmetro e suporta até 3.000 watts RMS de po-
tência, é voltado exclusivamente para a construção de subs”.
Na Studio R, fabricante de caixas acústicas e amplificadores de
potência, Norberto Iazzetta, gerente de comunicação e expor- Na Pentacústica, o diretor executivo Henrique Elisei apresentou
pATCh &
sTACKs
Crie e salve camadas sonoras
com a sua assinatura
V
ocê constrói e configura uma cadeia de efeitos Se quiser abrir outros patches, fique à vontade, pois
(plug-ins) inserida em um canal de audio, por isso só vai ajudar a compreender melhor a brincadeira,
exemplo, e decide salvá-la com o objetivo de aces- que, por sinal, está apenas começando.
sá-la em futuras produções para não perder tempo. Foi
por isso que o Logic criou o recurso “Save Channel Strip”, O primeiro passo é explorar as diferentes camadas des-
muito utilizado em versões anteriores. Agora, se pensar- se patch clicando na seta à esquerda do ícone referente
mos em uma evolução desse benefício, o que poderíamos ao instrumento, o que vai revelar todos os componentes
adicionar? Múltiplos instrumentos virtuais? Mandadas? desse som específico. Nesse caso, temos três instâncias
Controles inteligentes? Efeitos MIDI? Tudo isso? Sim, tudo do RetroSynth, um canal entitulado Delay e outro como
isso! O patch é uma evolução do channel strip, com o Reverb, todos inseridos num mesmo grupo de canais, que
mesmo conceito – em que você pode combinar diferentes conhecemos como “Track Stack”. Existem dois tipos de
fontes sonoras e tratamentos. Assim, pode começar a co- Stacks: Summing e Folder. A diferença básica entre eles
çar a cabeça e imaginar as possibilidades. Melhor: comece é que este último é puramente organizacional, e nele po-
abrindo um preset de fábrica e visualize a brincadeira. demos ter controle geral de volumes e pan. Já o primeiro
pode abrigar inserções e mandadas de efeitos, o que o
Abrindo “Library”, sua biblioteca, entre no menu/categoria torna muito mais poderoso.
Synthesizer > Pad e selecione o patch “Cosmic
Dust”. Utilize o seu controlador MIDI para evo-
car algumas ambiências sonoras a partir de
acordes aleatórios.
DICA BOA
Já pensou em aplicar uma levada de batera acústica numa bateria eletrônica? O Logic X apresenta um recurso fantás-
tico. Basta abrir uma instância do Drummer, gerar uma levada e copiá-la para um canal vazio de software instrument.
A partir daí basta escolher uma das diversas baterias eletrônicas e você terá uma surpresa: o Logic automaticamente
cria um Summing Stack com todos elementos e pistas separados.
André Paixão é compositor e produtor de trilhas sonoras para teatro, TV, publicidade e cinema. O SuperStudio é sua segunda casa, onde
passa grande parte de seu tempo criando, gravando e mixando. Faz parte das bandas Acabou La Tequila e Lafayette e os Tremendões.
Atualmente dedica-se à produção musical em seu estúdio, onde também acontece o workshop SynthCamp – Produção de Música Eletrônica
Vintage. Contato: superstudio@superstudio.com.br. URLs: www.superstudio.com.br e www.facebook.com/DesafiandoLogic.
Curso de
Pro Tools
Aula 1 – Instalação
O
lá, colega! Depois de sete anos escrevendo sunto instalação. E eu imaginando você lendo como
para essa estimada revista, depois de ter se estivesse caminhando por uma rua e apreciando
falado sobre um monte de coisas, confesso a paisagem, percebendo os detalhes da vizinhan-
que me vi sem assunto, mas isso já seria um assun- ça e descobrindo vida no entorno em vez de tomar
to que me renderia alguns parágrafos. Fato é que o ônibus, abstraindo a mesma paisagem inerte de
ainda sentia cócegas para falar sobre a migração de sempre até chegar ao trabalho sem se dar conta de
búfalos nas planíceis, de liquificadores, de diodos e onde passou...
de bactérias emissoras de fótons de forma metafóri-
ca para encaixar o assunto em meu discurso direto Vamulá?
ou indireto sobre Pro Tools.
COMEÇANDO
Pensei, então, com meus botões (como diria minha
avó): que tal fazer um apanhado geral do Pro Tools Nessa primeira aula você vai aprender a instalar o
desde o começo? Boa ideia! Mas eu não queria falar Pro Tools 12. Parece simples, mas não é. Eu poderia
tudo de novo, trocando as linguiças por gerânios. Eu simplesmente dizer para você baixar o aplicativo da
queria algo novo, então ouvi um “plim”, uma lampa- sua conta da Avid e instalá-lo, mas assim não teria
dinha se acendeu e eu digitei: “Curso de Pro Tools: graça e você perderia os detalhes.
Aula 1 – Instalação”.
Como a versão corrente é a 12, vamos partir dela,
Parei e fiquei olhando o título e subtítulo no papel que está diferente da 11 já na instalação, pois voltou
branco-azulado virtual e pensei: “Que porre! Conti- a ser um arquivo só, tanto para quem vai usar a
nuo sem assunto!”. Mas continuei a escrever coisas. versão plena quanto a HD, sendo que apenas a ati-
Essas que você acabou de ler. A essa altura eu já ti- vação é que ativa as ferramentas instrínsecas de
nha cumprido um bom parágrafo, estava começando cada versão.
o próximo e estava convencido de que muita gente
iria gostar de ler, mês a mês, uma matéria sobre Pro Mas, antes disso, o assunto tem que ser informática.
Tools na forma de curso que tivesse um caráter evo- Seu computador tem que estar preparado para re-
lutivo, encadeando um assunto no outro, da instala- ceber o Pro Tools 12. faça o checklist a seguir.
ção à masterização, passando pela gravação, edição
e mixagem, mas sem ter devaneios tão fantásticos - Máquina:
e serpenteantes como os das matérias que vieram
à tinta até aqui. ( ) Processador Intel i5 (i7 para sistemas HD em Mac
OS X ou Xeon para sistemas HD em Windows)
Nada mais justo, então, do que começar com o as- ( ) 4 GB de memória RAM (8 GB para sistemas HD)
- Sistema operacional:
- Interface de áudio:
(Marque uma opção)
suA COnTA
Se é a primeira vez que você usa o Pro Tools, será necessário
ter uma conta em www.ilok.com, caso você ainda não tenha.
Acesse o site e clique em Create Free Account. Preencha os
dados, dando especial atenção ao campo User ID. Esse é o
seu nome de conta no iLok e é este que você irá fornecer à
Avid para ela depositar a licença do Pro Tools. Portanto, preste
bastante atenção.
INSTALAÇÃO
Pronto! Agora sim, vamos instalar o
Pro Tools? Ainda não.
Entre no site www.avid.com/activation e faça login Após o passo acima você está pronto para reali-
em sua conta ou crie uma nova. Clique em Avid zar a instalação. Se você está no Mac OS X, rode
o arquivo que você baixou da sua conta da Avid
Software Activation and Download e siga os passos
e siga os passos da tela. Se você está no Windo-
da tela. Lembre-se de que você será solicitado a
ws, deverá ter privilégios de administrador para
informar o seu código de ativação (do cartão ou do
instalar o Pro Tools. Se o Autorun estiver ativo,
e-mail) e também o seu User ID do ilok.
um minibrowser aparece automaticamente. Caso
Se meu editor me permitir a Figura 4 – A instalação do Pro Tools 12. Parece que não vai, mas vai.
Daniel Raizer é músico, especialista em tecnologia musical e autor do livro Como Fazer Música Com o Pro Tools, lançado pela editora
Música & Tecnologia e já em sua segunda edição, e do blog www.danielraizer.blogspot.com.br. Trabalhou no estúdio de Belchior
como técnico principal, na Quanta Brasil como especialista de produtos e na Loudness Sonorização como gestor de Marketing e de
Contas de AV Pro. Atualmente dedica-se à música, aos seus trabalhos artísticos, aos seus clientes e seguidores virtuais.
mIXAgEm
sEm sEgrEDOs (parte 3)
O que é preciso para mixar bem
E
ssa questão ocupa uma boa parte dos pen- estava a cargo do “engenheiro de corte”, que era o
samentos de quem pretende se aventurar no responsável por cortar a master que iria gerar as có-
mundo das mixagens. Curiosamente, exis- pias dos LPs de vinil). Com o avanço da tecnologia,
te uma “hierarquia” informal entre as atividades todas as áreas técnicas vieram se especializando ao
relacionadas à gravação de música, o que leva as longo do tempo, e o áudio não foi uma exceção. As
pessoas a acharem que é normal começar por uma ferramentas de cada etapa foram aumentando em
função de assistente, progredindo para engenheiro quantidade e complexidade e começaram a exigir
de gravação, depois para engenheiro de mixagem e uma atenção maior dos profissionais e uma conse-
culminando como engenheiro de masterização. quente separação de funções.
Embora isso seja frequentemente verdade na car- Talvez essa tal hierarquia se deva às eventuais
reira de muita gente, a questão é mais de oportu- consequências que cada atitude tem em cada eta-
nidade e necessidade, do que de competência. E pa do processo. Por exemplo, um microfone mal
é típico que um profissional conhecido como “mi- escolhido ou mal posicionado na gravação pode
xador” assuma o papel de engenheiro de gravação ser “consertado” na mixagem, e, por sua vez, um
sem que isso represente uma perda de prestígio. desequilíbrio de resposta em frequência na mix
Conheço pelo menos um consagrado masterizador pode ser “arrumado” na masterização. Porém,
que adoraria fazer um “PA-zinho” de vez em quan- uma equalização equivocada na master não tem
do, pelo prazer da coisa. mais conserto porque é a última etapa. Assim,
é de se esperar que os produtores (artísticos
Antigamente (e isso não é tão longe assim), lá pelas e comerciais) confiem as sucessivas etapas a
décadas de 1960 e 1970, o profissional de áudio aca- profissionais com mais experiência e maior grau
bava se encarregando de todas as etapas do proces- de especialização. E como nesse meio a maior
so, já que o próprio conceito de mixagem estava no prova de capacitação de um profissional é o seu
nascedouro e o de masterização simplesmente não currículo, as produções acabam procurando não
existia (o que hoje conhecemos como masterização arriscar muito.
vEnCEnDO Os DEsAFIOs
Talvez a primeira barreira que um iniciante tenha que vencer seja
a lei informal, que diz o seguinte: “Você faz todos os sacrifícios
para atender alguém que resolveu (por falta de recursos) acreditar
em um iniciante e consegue um excelente resultado. Depois do
sucesso, esta mesma pessoa, agora munida de verba, vai procurar
alguém mais consagrado que você”.
Infelizmente, isso acontece muito, o que nos leva a não esperar grati-
dão em alguém que nos contrata nessas condições. Mas felizmente há
muitos casos em que o cliente entende que fomos uma parte impor-
tante do seu sucesso e se mantém fiel – e isso já aconteceu comigo
muitas vezes. Além disso, nunca se sabe onde um trabalho bem feito
pode nos levar em termos de possibilidades, mas um trabalho mal
feito tem o destino certo de nos colocar em uma posição delicada.
Se faça ouvir como mixador, mesmo que ainda não seja um. Por
exemplo, se você foi contratado para apenas gravar um trabalho,
ofereça ao cliente uma “cópia de monitor” caprichada.
áudio música e tecnologia | 53
Mixagem
O importante é se fazer ouvir como mixador, mes- Porém, não se pode confundir a habilidade em
mo que você não o seja ainda. Por exemplo, se usar as ferramentas do trabalho com a capacida-
você foi contratado para apenas gravar um tra- de em conseguir resultados artisticamente signi-
balho, ofereça ao cliente uma “cópia de monitor” ficativos. Dominar as ferramentas é só uma parte
caprichada. Use o seu tempo vago para isso. Você da coisa. É preciso saber o que fazer com elas pra
aparentemente estará perdendo dinheiro, mas se se chegar a uma finalidade. Você pode praticar
sua pré-mix for boa, haverá uma chance de que, escalas na guitarra o dia inteiro, todo dia, e no
lá na mix pra valer, o cliente chegue à conclusão final não produzir nada, musicalmente falando. A
de que a sua estava tão boa (ou até melhor) do habilidade mecânica é só um dos requisitos. Na
que a do mixador, e isso pode valer pontos para verdade, o que se pretende é que as limitações
um próximo trabalho. físicas não sejam um obstáculo à criatividade e à
habilidade artística.
Não se trata de ferir a ética e tentar “puxar o
tapete” do mixador. É simplesmente uma questão Essa discussão me levou a um outro assunto: a
de capricho e consideração pelo seu próprio tra- gente “aprende” a mixar? Sim, sem dúvida. Outro
balho. Quais são suas vantagens? Primeiro, por dia li uma frase ótima no livro de um cara de quem
ter participado do processo de gravação, você curiosamente discordo em 99%. Ele dizia que “mi-
sabe exatamente o que o cliente espera em ter- xar não se ensina, só se aprende”. Ou seja, o pro-
mos sonoros – algo que o mixador só vai ter cesso de aprendizado é contínuo, embora o en-
certeza lá pela quarta música. Segundo, sino seja muito difícil. O que se quer dizer
como a gravação é fruto de seu traba- Frases como quando falamos que não dá pra ensinar
lho, é normal que você queira que o “esse cara mixava a mixar é que os processos mais im-
resultado dela seja apresentado da mal, mas o trabalho dele portantes para uma boa mixagem
melhor maneira possível. foi ficando cada vez não são aqueles parametrizáveis.
melhor” não existem, Alguém pode te ensinar a compri-
Há, porém, coisas que você não porque se ele mixa mal, mir, mas você é que deve aprender
deve fazer. Por exemplo, entregar não vai achar um quando é que o ato de comprimir te
um material muito equalizado ou próximo trabalho oferecerá o resultado desejado.
comprimido ao mixador. Isso sim pode
ferir a ética profissional, pois você esta- É interessante notar que normalmente
rá impondo sua sonoridade. Tudo bem filtrar um mixador não vem melhorando com o
os graves do vazamento da técnica no violão, por tempo. Frases do tipo “esse cara mixava mal,
exemplo, mas timbrar definitivamente os instru- mas o trabalho dele foi ficando cada vez melhor”
mentos na gravação pega mal. simplesmente não existem, porque se o cara mixa
mal, não vai achar um próximo trabalho pra fazer.
Essa “pré-mix” que você fará ao cliente deve cons- Assim, precisamos usar nosso tempo disponível
tar de uma sessão separada, de preferência só sua, e essas tais cópias de monitor e pré-mixes como
usada para gerar a sua versão da mix. Porém, por laboratório, já que não há cobranças envolvidas.
mais que isso seja tentador, não tente convencer
o cliente a mixar contigo. Apresente apenas o seu COMO SE DESENVOLVER
trabalho e durma feliz com o resultado. Mais cedo
ou mais tarde as coisas irão acontecer. Na pior das Para que se consiga bons resultados mixando, é fun-
hipóteses, foi um ótimo exercício. damental desenvolver duas competências: a audi-
ção crítica e o método. Vamos conhecê-las melhor.
APRENDER A MIXAR?
A audição crítica se baseia em dois princípios: mor-
Existe um conceito generalizado de que para se mi- fológicos e semânticos. Morfologia se refere à forma,
xar bem basta dominar o uso dos equipamentos e ao aspecto externo das coisas. Ouvir morfologica-
plug-ins. É nisso que se baseia a maioria dos livros mente significa observar a resposta em frequência
sobre o assunto, já que se concentram em informar de uma informação musical, avaliar se está havendo
como usar equalizadores, compressores, reverbs etc. distorção, se há reverb etc. Essa análise é muito útil
Saber se gostamos ou não de uma informação Podemos analisar também não só a informação so-
sonora é apenas a ponta do iceberg. O nora em si, mas a estrutura do arranjo. Por
mais importante de tudo é saber por que foi colocado um solo neste lugar?
que gostamos. Isso nos prepara Para exercitar Modular (subir o tom) foi útil e ne-
para o clássico momento em que a análise semântica, cessário?
o cliente nos pergunta: “o som pode-se importar uma
dessa guitarra está bom pra música de sucesso para Para exercitar a análise semântica,
você?”. A gente precisa resistir dentro de seu software e remontá- pode-se, por exemplo, importar
à tentação de responder “não, -la,tirando o solo, ou começando uma música de sucesso para
eu adoro ficar ouvindo um som pelo refrão, ou colocando o dentro de seu software e remontá-
que detesto”, e fornecer a ele solo no final, e observar os la, tirando o solo, ou começando
os motivos reais pelos quais dei- resultados artísticos pelo refrão, ou colocando o solo
xamos o som do jeito que está. envolvidos. no final, por exemplo, e observar os
resultados artísticos envolvidos. Um
Este primeiro nível de audição crítica, processo interessante é comparar duas
o que se concentra na forma, no “som do versões de uma mesma música e observar as
som”, não se preocupa muito com o papel que diferenças entre elas e o resultado obtido.
aquela informação desempenha no arranjo e na
mixagem. Exercitar essa habilidade nos capacita Alguém neste ponto pode argumentar que a coisa
a futuramente decidir como chegar a um timbre toda é muito pessoal, e na verdade é mesmo. É isso o
que vai acabar montando sua personalidade artística. é aguda. Assim, se em uma ocasião vimos que
Porém, como mixadores, precisamos desenvolver um foi útil filtrar todas as frequências abaixo de uns
bom grau de versatilidade e adaptabilidade, colocan- 1.200 Hz no hi-hat, podemos, a partir daí, elabo-
do-nos no lugar do cliente e do estilo que ele procura. rar um método de se chegar ao som do hi-hat, que
Isto vai permitir que consigamos conviver com duas se baseia nesta equalização.
situações que aparecem todo dia: a do cliente que
quer o seu som e a do cliente que quer que você É claro que esta foi uma enorme simplificação dos
consiga o som dele. processos bem mais complicados de uma mixagem.
Porém, se nós temos métodos para as pequenas
Dá pra ver que existem mais preocupações ao mi- coisas, as coisas maiores começam a ficar mais
xar do que simplesmente saber como equalizar ou simples. Mas será que toda essa visão tão formal e
comprimir. Por isso, a coisa mais importante de to- técnica não pode acabar com a espontaneidade da
das, a cada instante, é elaborar um conceito a partir coisa sob o ponto de vista artístico? Na verdade,
dessas análises. Isso nos permite saber o que fazer pode sim. É por isso que temos que ter cuidado
a seguir e para onde caminhar com o trabalho. para que todo esse processo que vimos não seja a
finalidade em si, mas apenas o facilitador.
A IMPORTÂNCIA DO MÉTODO
O método não é uma regra. É um orientador. Ha-
Vimos até aqui que é fundamental ser capaz de verá casos em que deixar o canal do hi-hat sem
analisar as informações sonoras, observando filtrar é tudo o que necessitamos. Porém, será
suas características de forma
e significado. A partir disso,
precisamos, então, elaborar
maneiras de atingir estas me-
tas. Gostar e não gostar de
um timbre ou de sua função
em um arranjo é só a primeira
etapa. Precisamos desenvolver
técnicas de chegar ao som que
desejamos, e para isso é fun-
damental que desenvolvamos
um método.
Fábio Henriques é engenheiro eletrônico e de gravação e autor dos Guias de Mixagem 1, 2 e 3, lançados pela editora Música &
Tecnologia. É responsável pelos produtos da gravadora Canção Nova, onde atua como engenheiro de gravação e mixagem e produtor
musical. Visite www.facebook.com/guiaDeMixagem, um espaço para comentários e discussões a respeito de mixagens, áudio e
música. Comente este artigo em www.facebook.com/guiaDeMixagem.
Produção Fonográfica | Lucas C. Meneguette
Laboratório
de áudio
Entendendo a digitalização
O
mundo do áudio tem seus
tópicos de discussão prefe-
ridos, bem como suas polê-
micas mais notórias e persistentes.
Um desses assuntos é a compara-
ção entre os domínios analógico e
digital, no que diz respeito à quali-
dade de equipamentos, de sinal de
áudio e de processos de produção.
Trata-se, ainda, de um território
contestado, de opiniões contraditó-
rias e por vezes guiadas por gostos
pessoais e pela falta de embasa-
mento científico. Há quem diga que
aí se opera uma espécie de fé tec-
nológica, contra a qual a presença
ou ausência de comprovação daqui-
lo que se afirma de nada serviria.
Comparação ao osciloscópio entre dois pares de sinais analógicos e
Nesse artigo procuramos apresen- suas digitalizações utilizando diferentes parâmetros de qualidade
tar o processo da digitalização do
áudio sob um ponto de vista labo-
ratorial. Para isso, iremos apresentar conceitos de permite a representação infinitesimal de valores
áudio digital e visualizar alguns de seus aspectos dentro de um intervalo numérico, ou seja, entre
utilizando geração de sinal analógico, conversão dois pontos existem infinitos outros pontos de
analógico-digital, combinadas com análise de sinal gradações de valores. Em um espaço discreto, ao
por osciloscópio. contrário, há uma quantidade limitada de grada-
ções, de forma que uma contagem numérica se
DIGITALIZAÇÃO daria em passos descontínuos. Imagine a tarefa
de contar quantas pessoas existem em uma sala:
A digitalização é um processo de codificação a contagem sempre daria números inteiros, pu-
que converte um sinal contínuo (analógico) em lando de um para dois, e assim por diante, sem
um sinal discreto (digital). Um espaço contínuo cortar ninguém ao meio.
AmOsTrAgEm
O processo de amostragem consiste em coletar amostras do si-
nal em intervalos periódicos. Em geral, o sinal de áudio analó-
gico é representado por uma variação de voltagem no circuito.
Desse modo, a voltagem é medida em instantâneos, algumas
vezes por segundo, pelo conversor analógico-digital.
Lucas C. Meneguette, músico e pesquisador, é professor das disciplinas de Software e Hardware e Teoria e Percepção Musical
no curso de Produção Fonográfica da Fatec Tatuí. Em sua tese de doutorado estuda o design funcional de áudio para jogos
digitais. E-mail: lucasmeneguette@gmail.com.
AES BRASIL
EXPO 2015
As novidades em
iluminação que
agitaram o evento
Divulgação
destaque em sua linha 2015 é o Par LED Octopus.
O equipamento é um versátil ultra-refletor com 18 LEDS de 1W, sete canais DMX, mo-
delos de cores RGB e que é dotado de um extremamente útil sensor de áudio. O equi-
pamento oferece feixes luminosos a um ângulo de 25º, é bivolt e pesa apenas 1 kg, o
que facilita seu transporte e instalação.
www.proshows.com.br
www.penn-elcom.com.br
O LED Strobe ST-S752 SF oferece conexões DMX in e out XLR de 3 pinos, programas
internos de efeitos e ajuste de velocidade do Flash. Suas dimensões são 33 cm x 26 cm
x 38 cm, pesando 5,3 kg. Consome 400 W e funciona com alimentação de 127 V-240 V.
www.star.ind.br
O novo produto da GoPro, que permite ao usuário realizar vídeos em alta definição a 60 frames
por segundo e fazer fotos supernítidas, de 8 megapixels, estreou nas prateileiras dos Estados
Divulgação
Unidos em junho, e a expectativa é a de que chegue a solo brasileiro até o final de 2015.
www.gopro.com
modelos de 575 W.
Os modelos Megalite S4
750W, fabricados pela Kupo www.kupo.com.tw
66 | áudio música e tecnologia sob rígidos padrões de qua- www.gobos.com.br
áudio música e tecnologia | 67
em fo c o
PERNAMBUCO DIVULGA
CONTEMPLADOS PARA EDITAL
Por meio da oitava edição do Edital do Programa de Fomento
Wiki Images
ao Audiovisual de Pernambuco, a parceria entre governos fe-
deral e estadual resultou em mais de R$ 20 milhões para in-
centivar a produção audiovisual em Pernambuco. Do total de
recursos, R$ 8,55 milhões são do Programa Brasil de Todas as
Telas, gerenciado pela Agência Nacional do Audiovisual (An-
cine), com recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA).
Outros R$ 11,5 milhões vêm do orçamento do Funcultura.
LUAN
SANTANA
ACÚSTICO
Tecnologia une retrô e futurismo
U
m dos maiores fenômenos da música pop brasileira A convite de Ludmila, que assim como Marcos e Joana está em
dos últimos tempos, Luan Santana lançou em abril seu terceiro projeto com o cantor, nossa equipe embarcou numa
passado seu quarto álbum ao vivo. Luan Santana viagem tecnológica ainda mais surpreendente do que a proposta
Acústico, o trabalho em questão, foi gravado em dezembro realizada em O Nosso Tempo É Hoje, DVD anterior ao acústico,
de 2014 nos Estúdios Quanta, em São Paulo, e ganhou ar no qual a linguagem das raves foi utilizada como conceito visual.
retrô claramente inspirado na estética sessentista das apre- Sejam bem-vindos, então, a Luan Santana Acústico.
sentações de ícones da música internacional, como o rei do
rock, Elvis Presley. rIDEr pODErOsO COnTA
COm rOBE, CLAY pAKY,
Dirigido por Joana Mazzucchelli, da Polar Filmes, o DVD teve sgm E WhITE vOID
direção de arte e cenografia de Ludmila Machado e desenho
de luz e direção de fotografia de Marcos Olivio, da Spectrum O rider de luz criado por Marcos Olivio literalmente reflete o
Design, locadora responsável por fornecer 100% dos equipa- tamanho do projeto. Grandioso, ele conta com 112 apare-
mentos de iluminação do espetáculo. lhos da Clay Paky, sendo 16 Bee Eye, 60 Sharpy e 36 Alpha
Divulgação
Na sequência, dois momentos de destaque dos triângulos OLED
especialmente para a realização do projeto. No local, auxi- as suas fichas no intimismo, usando, para isso, um único
liando o iluminador, também estiveram eventualmente Lud- elemento luminoso: o Halupix.
mila e Joana, participando dessa criação, que teve por obje-
tivo oferecer a cada canção do repertório um look diferente. “Luan queria entrar no palco sob um ‘foquinho’ [de luz]. Achei
muito boa a ideia e sugeri o uso do equipamento [o Halupix],
“Escutávamos as músicas e encontrávamos o tom ideal de que ofereceu à cena um ar nostálgico, de um passado acon-
cores e movimentos para elas. O difícil mesmo foi dosar chegante, em que tudo era analógico. Dessa forma, já inicia-
mos o show de modo diferente, inesperado”, lembra Ludmila.
o uso da grande quantidade de equipamentos que tínha-
mos às mãos”, conta Marcos. “Se usássemos aquele apa-
Mas as surpresas não param por aí, e o segundo momento
rato todo sem critério e bom gosto, o resultado final seria,
do show é marcado pela entrada da fachada do cinema,
fatalmente, comprometido. Era tanta coisa que nem mesmo
que tem, além de portas que se abrem e fecham, uma
o programador alemão Daniel Dalfovo conseguia acreditar”,
vitrine com um cartaz retroiluminado anunciando a apre-
sentação do cantor e um grande letreiro iluminado, feito
SUBVERSÃO DO ÓBVIO de LEDs RGB dmx e neon.
Surpreender a plateia era o desejo da equipe de direção do A movimentação desse letreiro, que pesa cerca de quatro
DVD, que decidiu “se arriscar” logo no início do espetáculo toneladas e sai de cena em apenas quatro segundos, é feita
ao fugir das “óbvias” explosões de luzes e apostar todas manualmente por uma equipe de maquinistas especializados
Divulgação
Divulgação
A economia nas luzes, em momentos pontuais do show, fez A abertura do show, com pouca luz,
com que o espetáculo ganhasse amplitude em seu conceito mostrou a ousadia do projeto
áudio música e tecnologia | 73
Capa
Divulgação
Divulgação
Um total de 327 motores se encarregaram de movimentar os triângulos, que desceram bem perto da plateia
em cenotecnia de teatro. “Equipe essa que ensaiou exausti- graças a 327 motores Kinects – sendo um para cada vértice
vamente o movimento de desconstrução do cinema e que, de cada triângulo – em meio ao passeio dos moving lights,
para exercer tal função, utiliza roldanas, pesos e contrape- que bailam sobre a plateia. Mas é o quarto e último momento
sos”, explica a diretora de arte. que promove uma verdadeira catarse nos fãs do cantor, que
apreciam atentos o verdadeiro “balé” dos triângulos que des-
A desconstrução do cinema faz com que o teto da fachada, cem do teto até praticamente a altura de suas mãos, “numa
feito com os triângulos OLED, se movimente sinuosamente cena contemporânea e super colorida”, completa Ludmila. •
Divulgação
demais ambientes utili-
zados nos DVDs anterio-
res a esse feitos por vo-
cês, Marcos e Joana?
Então, no momento em que “Um teto, por favor”: diretora de arte e iluminador tiveram o
nos reunimos para elaborar conforto de montar cenário e luzes em um estúdio
Luz para
quem é de luz
novidades no setor agitam a AEs Brasil Expo 2015
A
união entre a Associação Brasileira de Iluminação Dot2 XL-B, além de dois módulos de expansão, Dot2 F-
Profissional – ABRIP – e a AES Brasil, estabelecida -Wing e Dot2 B-Wing. “A nova série, voltada para aplica-
no ano passado, trouxe mais conforto a expositores ções de pequeno porte, como instalações teatrais, OB Vans
e ao público do segmento de iluminação e cenografia, que e pequenos espetáculos, vem se mostrando, graças a seu
neste ano pôde, mais uma vez, conferir na AES Brasil Expo preço mais acessível, uma excelente opção para quem de-
os principais lançamentos nas linhas de consoles, moving seja entrar no universo das MA”, afirmou o executivo.
lights, refletores e painéis de LED, dentre muitos outros
produtos espalhados pelos corredores do Pavilhão Amarelo Na Harman, o especialista de produtos Amandio Costa
do Expo Center Norte, em São Paulo. apresentou diversos produtos da Martin, tradicional fabri-
cante de consoles e moving lights. Na ocasião, o destaque
Além das novidades no setor, o público presente também ficou a cargo do M6, console da família M-Series, que, de
se beneficiou do tradicional Ciclo de Palestras, que con- acordo com ele, “controla, além de aparelhos convencionais
e móveis, servidores de mídia, dentre outros”. Composto
tou com as participações de iluminadores como Osvaldo
por duas telas de 3,5”, totalmente sensíveis ao toque, o
Perrenoud e Césio Lima.
equipamento fornece até 64 universos DMX por suas por-
tas de rede e conta com dez faders motorizados, 12 faders
COnsOLEs mOsTrAm adicionais e 17 codificadores para acesso de parâmetros.
EvOLuÇãO DE gErAÇãO
Ainda no estande da Harman foram demonstrados os moving
No estande da Lighting Bits, distribuidora nacional dos pro- lights MAC Viper Profile, que, segundo Amandio, “funcionam
dutos MA Lighting, o diretor da empresa, Daniel Ridano, com uma lâmpada de 1.000 watts e se apresentam como uma
apresentou os mais novos itens da família de mesas da alternativa compacta aos aparelhos de 1.500 watts”; os MAC
empresa: os pequenos consoles Dot2 Core, Dot2 XL-F e Quantum Wash, “que têm ótica de alta eficiência e trabalham
L&C
L&C
Daniel Ridano e um dos consoles Dot: Console e moving lights: Harman apresentou diversos lançamentos da Martin
lançamento em sua linha de entrada
L&C
L&C
Walter Silva, da Trust, e o
sistema de controle de motores
L&C
Sharpy e Mythos, além do estrobo LED Stormy.
L&C
João Alonso e um módulo do Halupix, Spot LED de 90 watts da All Tech Pro:
produto em destaque na Hot Machine 16 canais DMX e 14 efeitos distintos
estrobos, lasers e refletores e ribaltas de LED, o desta- por sete LEDs RGBW de 10 watts, cada, além dos PR 5000
que ficou a cargo de um aparelho Spot LED de 90 watts. Spot, um dos mais avançados da linha, que conta com zoom
De acordo com Alexandre, “compacto, o equipamento ajustável, sistema de mistura de cores, um disco de cores e
de 16 canais DMX conta com gobos intercambiáveis e dois de gobos rotativos com seis gobos intercambiáveis e um
dispõe de 14 efeitos distintos”. disco de efeito intercambiável. •
Trabalhando
com as máscaras
de efeitos
Aplique efeitos a trechos específicos da imagem
A
versão 10.2 do Final Cut Pro trou-
xe uma novidade muito interes-
sante: a possibilidade de adicio-
nar máscaras a praticamente todos os
efeitos aplicados a um clipe. A ferramen-
ta de correção de cor já contava com este
recurso desde as primeiras versões. Com
a sua extensão para os efeitos ganhamos Figura 2 – Os efeitos de vídeo agora contam com
a possibilidade de modificar os clipes de opções de máscara, acessíveis via Inspector
forma muito mais precisa, criando com-
posições cada vez mais complexas. céu é bem diferente do restante da imagem, que
contém também tons esverdeados (grama) e próxi-
CRIANDO MÁSCARAS mos ao bege (igreja). Queremos isolar o azul do céu
BASEADAS EM COR para aplicar um efeito a ele.
Todo programa de edição interpreta as cores de uma No browser de efeitos (atalho Command+5), vamos
imagem em termos numéricos. Isso permite que escolher o efeito SciFi como exemplo. Selecione o cli-
isolemos determinada cor (e os tons próximos a ela) pe na timeline e dê um duplo clique no efeito SciFi.
para que então possamos aplicar efeitos somente ao Repare que toda a imagem ganhará um tom esverde-
trecho que nos interessa. ado, a la Matrix. Para que somente o céu seja afetado
pelo efeito, abra o Inspector (atalho Command+4),
Observe a figura 1. Repare que o tom azulado do posicione o cursor sobre o nome do efeito e repare no
ícone circular que representa as máscaras.
USANDO MÁSCARAS
DE FORMA
Só podemos usar uma instância da más-
Figura 4 – O efeito aplicado ao céu
cara de cor por efeito. Já as máscaras de
dá a ele um tom esverdeado
Aspectos de
performance
do Avid Media
Composer
Trabalhando a favor do sistema
A
performance do Avid Media Composer de- decs nativos, que são aqueles que o Avid reproduz
pende diretamente não apenas da máquina, sem fazer muito esforço. Entre eles, estão o Avid
mas também da maneira com a qual o usu- DNxHD e DNxHR, Apple ProRes e XDCAM, entre ou-
ário trabalha. tros. Para ver a lista completa, basta acessar o Me-
dia Creation Settings e abrir a lista (fig. 1).
É importante entender que o Avid, basicamente,
permite jogar qualquer vídeo diretamente na ti- AMA É SEU INTÉRPRETE
meline, sem se importar com formato, codec, fra-
me rate e aspect ratio, mas isso não quer dizer Voltando aos idiomas, imagine que você precise
que ele “gosta” de trabalhar assim. Neste artigo fazer uma reunião com um alemão. Diferentemen-
vamos entender os limites e as contrapartidas te do espanhol, não há muita similaridade entre os
desta flexibilidade da ferramenta. dois idiomas, e, neste caso, o ideal seria termos ao
nosso lado um intérprete que pudesse ficar tradu-
SE PORTUGUÊS É SEU IDIOMA zindo o que cada um fala.
Da mesma forma, o
Avid tem os seus co- Fig. 1 – Media creation settings
Da mesma forma, o AMA é o intérprete do Avid que “POR QUE” É MAIS IMPORTANTE
permite reproduzir vídeos codificados com outros
DO QUE “COMO”
codecs (ou idiomas), mesmo os que não são nativos.
Cristiano Moura é instrutor certificado pela Avid. Por meio da ProClass, oferece consultoria e treinamentos
customizados, além de lecionar cursos oficiais em Avid Media Composer. Contato: cmoura@proclass.com.br.
Montando,
operando e
iluminando
Definindo a área de trabalho
dos profissionais de iluminação
E
sses dias, conversando com um colega de nós poderia operar a luz de seu espetáculo, já que
profissão, estávamos falando sobre o merca- seu iluminador não poderia devido a um problema
do de trabalho, sobre as empresas que nos pessoal. Falamos que não teria como, pois tínhamos
dão suporte e a mão de obra que existe, que, aliás, outros trabalhos a fazer.
é pouca e muitas vezes de baixa qualidade. É por
isso que muitas vezes temos que “criar” técnicos de Ela então perguntou se poderíamos indicar um
luz para nos ajudar em montagens e no processo de “iluminador” para operar a luz. Eu lhe respon-
um projeto de luz. di com outra pergunta.
“Você quer um operador
Rodrigo Horse
Isso me faz lembrar de uma frase que ouvi uma vez: “Quem co-
nhecer as coisas nas origens terá um melhor entendimento delas”.
Este refletor em específico, por exemplo, surgiu da necessidade do
homem aperfeiçoar outro equipamento – os faróis de sinalização
marítima. No início do século 19, o físico Augustin Jean Fresnel
(1788-1827) criou um engenhoso artefato ótico com o objetivo de
Rodrigo Costa Assis
Il um inando
Faça um teste. Vá na
Reprodução
internet e coloque a
palavra “iluminador”
nos sites de busca.
Você encontrará
referências somente
a produtos de beleza
– mais uma razão
para se definir o que
é e como trabalham
estes profissionais.
Se olharmos a his-
tória da iluminação
teatral, veremos que
estas profissões não
Fig. 5 – Eletricista do século 18 (Documentário da BBC) existiam: iluminador
cênico, técnico de luz
executa, realiza, através de um projeto luminotéc- e operador, tudo era pensado e executado pelo dire-
nico, conceitos de iluminação, assim contribuindo tor ou o encenador e, muitas vezes, pelo cenógrafo.
para quem visualiza o trabalho (teatro, show, circo, Nos séculos 18 e 19 tínhamos a figura do diretor ou
instalação, desfile, arquitetura...). Concretiza ideias encenador que criava todo um ambiente cênico para
e pensamentos sobre a obra a ser iluminada, não seus espetáculos. Quando chegamos no século 20,
agindo como um personagem isolado, mas em con- após a descoberta e desenvolvimento de estudos
junto com o todo, construindo uma ideia visual do acerca da eletricidade, surge o termo “eletricista”
que representa esta obra em si.” (fig. 5), que no início era aplicado aos estudiosos
da eletricidade que muitas vezes utilizavam seus co-
Essas três frentes de trabalho contribuem para o nhecimento a favor de truques de mágica.
escopo final de um projeto, todos trabalhando em
conjunto para a conceptualização desta luz que irá Como curiosidade, recomendo assistirem ao filme O
transparecer ao público suas ideias e pensamentos, Grande Truque, de 2006, dirigido por Christopher No-
lembrando que cada função do trabalho é uma etapa lan, que retrata a competição de dois grandes mágicos
a ser construída durante sua vida profissional. Temos que utilizam a eletricidade como forma de truque. Já
que buscar justificar e orientar os outros profissionais no teatro, o termo eletricista é aplicado a pessoas que
quanto à importância de distinguir estas áreas. Já vi ligam os refletores, ou aos operadores. Somente mais
acontecer de um técnico de luz que acaba de ser con- tarde, com o grande Jorginho de Carvalho, é que o
tratado para um teatro sem nunca ter operado uma termo “iluminador” se aplicou a um profissional res-
luz e muito menos criado, assumindo uma luz dizen- ponsável pela luz de um espetáculo ou evento.
do-se “iluminador”. Por ter operado a luz uma única
vez, ele defende a ideia de que já é um iluminador. O que se precisa hoje é que a categoria defina cla-
A própria definição da palavra “iluminador” é difícil, ramente o que são esses três profissionais – técnico
pois se formos tentar traduzir o seu significado, seria de luz, operador de luz e iluminador cênico – peran-
alguém que somente ilumina, acende uma luz. Por te o mercado de trabalho. Assim, não contrataremos
isso muitos profissionais colocam-se como ilumina- mais “gato por lebre” e não aparecerá gente procu-
dores cênicos ou lighting designers, dando um signi- rando apenas o “iluminador” para lhe quebrar um
ficado mais objetivo à sua profissão. galho e operar a luz de seu espetáculo. •
94 | áudio música e tecnologia Até o mês que vem, com mais um caderno Luz & Cena!
ÍNDICE DE ANUNCIANTES
Expomusic 47 www.expomusic.com.br
Educação
é a solução
E
ssa frase anda na moda. Estamos vivendo problemas graves no país decorrentes da
falta dela – a educação. Mas quase sempre que falamos em educação (e sempre que
o governo fala), estamos nos referindo à educação acadêmica, quando, na verdade,
existem várias formas de ser educado. Desde ter um diploma pendurado na parede a simples-
mente ser cortês com pessoas ao redor.
Dentre as várias maneiras de praticar a educação, uma é ser interessado pela informação.
E, recentemente, durante um dos meus treinamentos Mix Secrets, me peguei contemplando
como aqueles seminários me realizavam pelo fato de ali eu sempre encontrar pessoas
interessantes, calmas, e, apesar das suas diferenças, todas tinham algo em comum:o
encantamento pelo aprendizado.
Na verdade, a conta é simples: quem realmente quer aprender não está interessado em “pulo
do gato”, em um truque que permita a eles parecer que são bons no que fazem. As pessoas mais
interessantes querem ser realmente boas. Note que terminei a frase no “boas” porque elas não
querem ser boas apenas no que fazem – elas querem ser boas em tudo. Boas pessoas.
Bem, neste momento da nossa página aqui, me lembro que há pouco mais de um ano escrevi
um artigo para esta nossa última página da Áudio Música & Tecnologia cujo título era “Música
não é Formula 1”. Ao mesmo tempo em que queremos ser bons (e bons no que fazemos),
aprendemos que, melhor do que competir com os outros, é aprender com os outros. Quando
percebemos que não adianta ficar dando chutes e que bons resultados não são questão de
sorte é que começamos a obtê-los, através da educação.
Posso dizer que, apesar de música ser uma área em que conhecemos pessoas atípicas, al-
gumas totalmente autodidatas, outras mais zen, outras com pouca disciplina acadêmica, foi
através da engenharia de música que eu conheci as pessoas mais perfeccionistas, mais capri-
chosas. As que não se contentam simplesmente em entregar um trabalho e que não medem
esforços para conseguir chegar (ou ultrapassar) no que elas pensam ser o melhor possível. E
pra quem, como eu, gosta de excelência, isso é um verdadeiro presente da vida.
Encerro nossa última página desse mês parabenizando e agradecendo a todos os perfeccio-
nistas por aí. Todo mundo que não cansa de descobrir novos jeitos, novas ferramentas, novos
métodos, todos que viram noites, ou os que acordam cedo (acho que estes são a minoria neste
ramo) a fim de chegar a resultados maravilhosos independentemente da exigência do cliente,
do artista, da gravadora, do contratante ou de quem for. Ninguém é capaz de exigir mais de
um profissional do que ele próprio quando existe o prazer pela excelência. Estudar incansavel-
mente e praticar as novas informações é o único caminho para nos fazer sermos melhores no
que fazemos. Ou simplesmente melhores.