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TITULO 1 MEDIDA CONCRETA DA PENA § 18° INDIVID © DA PENA DENTRO DA MOLDURA ABSTRACTA 56. As penas tompordrias ou varidveis. 1. A reacgio, provocada pelos abuso » que conduziu sistema das penas arbitrdris, levou a primeira legislagdo penal salda da Revolugio Francesa (Cédigo de 1791) a abolir qualquer espécie de discricionariedade na apreciagio, pelos juizes, da maior ou menor gravidade do facto e, correlativaimente, na medida da punigdo que lhe devia corresponder !, ctiando um siscema de penas fixss. A certeza sobrepunha-se assim a um éptimo de justica —que exigiria uma ponderagio das diversas graduagées ¢ auances que 0 mesmo facto coneretamente pode revesti, juer no aspecto tfpico, quer no aspecto subjective ou nas suas ‘Rages com a penenadade do delinquent sion sd dualizagio da pena devia ser puramente legal, traduzindo-se nna tipicizago abstracta dos virios crimes, susceptiveis tao-s6 de se especializar pela comsideragio de certas circunstincias 1} Ct Cuauveau @ Miu ne 1419, 2 Cr, supra todo 6 to 1. modificativas, com valor predeterminado na'lei ¢ que o juiz tetia automitica ¢ mecinicamente que aplicar. Logo, porém, se mostrou que, desta forma, se faria uma insoftivel violéncia a toda uma série de modelagies ¢ tonalidades cconcretas dos factos tipicos, que os fazia diferenciar uns dos outros e prementemente exigia, por elementar justica relativa, uma correspondente projeccio na natureza ¢-no quanto da pena a aplicar em cada caso. TI. Ora, © primeiro caminho para conseguir esta indivi- dualizagdo foi, justamente, o de substituir, cm larga medida, as ienas fixas por penas varidveis ow temporitias, isto é por ‘penas com limites méximos, minimos ou méximos ¢ mfnimos (- Gs dois a oito anos de prisio) dentro dos quais o juz poderia graduar concretamente a punigio, consoante a gravidade do crime. E foi este o sistema que o Cédigo francés de 1810 consagrou ', Davase, assim, 0 primeiro passo no sentido do qué se pode chamar ‘uma’ individualizagao judiciéria da pena, logo seguida, com maior ou menor latitude, por todos os cédigos criminais de inluéncia francesa. Mas isto criava, por seu lado, © problema da determinagdo concreta da pena dentro da moldura legal. 57, Flemantos de individualizacéo concreta da pena. ‘Ora —a que elementos deve o juiz atender na determina- gio conereta da pena, dentro da moldura abstracta? Certos. Cédigos omitem qualquer disposigio legal, sobre © problema — € 0 caso, v. g, do Cédigo alemio e do 1 Sobre 0 dirito francis antarior, ef: CHAUYEAU ¢ Hléut n° 4020, Sobre Ito of, também MAURACK, Lebuch AT 653 8. 316 ies, 57 direito inglés, ou procuram resolvé-lo deslocarido-o para © dominio das circunstincias gerais agravantes ¢ atenuantes — p. x. os Cédigos espanhol, francés, filipino © portugués anteriormente & Reforma de 19541. Deixa-se, assim, 2 juris- pradéncia e & doutrina a formulagio dos critérios gerais de fixagio conereta da pena entre os limites méximo e mfnimo da moldura legalmente determinads. ‘A dowtrina, por seu lado, tem vindo a encarar o problema como sendo daqueles em que verdadeiramente se revela a arte de julgar do juiz criminal. Ai, na verdade, se afinam todas as amuancess ¢ particulates sentidos dos fins das” penas?, af ha que langar mio de todos os ensinamentos da crimi- nologia ¢ da politica criminal, af se apuram todas as infinitas gradagdes dos varios momentos em que se analisa 0 crime 4s ‘Assim, desde logo, conforme se atribua 3s penas um sentido retributive, preventive geral ou pre~ ventivo especial, diferentes parece que havetio de ser 0s critétios decisivos de determinago conereta da punigio 5. © Ch sobre tudo isto ijta $19 ss. © LorHan ScHMIDT, Die Strafeumesine a rechayerseichende. Darstellung (1961). F Che. Daast, Das Ermessen d. Strafichers (1932) © Prvess, Die brim alpoliache Silane d. Strafichtere bei Bestimmung d. Unrechsflgen (1932, 9 Ene, Stadion aber d. Sirafzummessurgpracie d. det. Gerichte (1931). + Ch. Grassaencen, Die Sirafixmesung (1932); Heintz, Strafeumessng sm Peraelchket, eon ZSW 632 (1951) 65 ss Cavacsiny we Posinn, Meds de pena, ib £ Sobre projeeso deste pensamento no dreto americana ef, HANS MAREN Pinscn, Die Strafumessuig im Liche d. moderne amerikansche Schule (1956). air Sabido, porém, que o nosso sistema legal arranca de um pensamento ético-juridico da pena !, dat derivard por certo a consequéncia de que hi-de ser estencialmente 0 grau de culpa a determinar © quanto da punigio. Importa, porém, precisa um pouco esta ideia, Na verdade, cremos que cla valeré tio-s6 para fixar o limite iéximo da punigio. Mostrado, efeetivamente, no plano comple~ xivo de afirmagio de bens jurldicos que ao diteito cumpre, a desmecesidade juridica da pena atingir 0 quanto que 3 culpa corresponde, bem se compreenderé que aquela possa ficar abaixo deste, Por outro lado,"sempre defendemos ? que, mesmo dentro da moldura variével da punigio que corresponde a um crime, © quanto concreto da pena, medido pela culpa, nio é inteiramente fixo, mas contém ainda um resto de vvariabilidade, uma margem maior ou menor de vatiagio: Isto corresponde, em larga medida, & teoria chamada do «Spielraum» na graduagio concreta da pena—teoria a que aderiu ‘a prépria jurisprudénciaalema ¢ ‘Ora precisamente nesta margem de varlagio cabe a consi- deragio dos fins de prevengio geral ¢ especial que no caso concreto” sejam de tomar em conta 1 Ch vo 16s 2 CE, neste sentido 0 art, 2 do nowo Projecto de 1963 2 Cf. EDUARDO Connsin, Diteto Criminal (1985) Ligdes compiladas ot Panna Cosno © Rosso Cournene—@ 4 que foi, na dovtrna, Irgumente deseavolvda por SeaNoe, Zor Leire . Strafmase (1984) 168 58, Ck. depois Mauraca, Lehrbuch AT 63, com lens indizastes bibliogrfics, e « Viva contovéria suited ® volte dest teotia na ‘iscnet0 do Profcio de Cy Pe Aleto de’ 1958; inerscrifn 1V 390, M2, 382 ¢ 386 € XML 43 5, 55.6 ST 23 Neste sentido Jd EDuanpo Conn, Direlto Criminal (1949) bid. ars. 2° © 859 do Projecto de 1963. 318 918s, 57 Ali, quando se edifique — como propugnamos —o dircito ppenal sobre a culpa’ ica, certo é que isto pode fazerse sem. ‘© por em flagrante oposicio com as exigéncias de defesa da sociedade. Para o entender s6 deverd sublinhar-se que a pena, como consequéncia da culpa ética, no pode entender-se mum sentido puramente externo’ de vinganga, de retribui- io do mal com o mal, mas alcanga, justamente num. ver- dadeiro plano ético, um sentido de expiaszo, isto &, ade liber- tagio do’ homem de um pseudo-ew, cujos impulsos, tendén- as e fins constituem, nele, uma caricatura, do seu eu autGntico». Nesta perspectiva logo se verd como a pena, assim éticamente entendida, nfo se opde is exigéncias da prevengto especial € da ressocializacio, antes, pelo seu caminko préprio, vai a0 seu encontro, ea tal ponto que, se pees, & seguramente por excesso it por demasiado optimismo !, Isto continua a ser vélido mesmo no quadro de um direito penal constraido a partir do facto: & que este forma necess\- lamente uma unidade incindivel com a personalidade do seu autor € 0 apelo a esta personalidade —& pura quimera pensar coisa diferente —& um momento de que a culpa referida 20 facto se no pode libertar 2 Ct, pormenorizadamente, Houanno Conran no Relatorio do Projecto 20 3 0 que acontece eno € que a culpa 6 othada em perspectivas que auto- riram que a medida da pena post, po comsderacto da personaidade, ultrpazsat ‘9 moldure pensada para fect ou fates pratiotdos. © tomar em cont tis pene pectivas nto pode porém, como mostrdmo, fazer-selvrements, mas etd antes con- ‘dclonado pela veriicagAo de wma cert tipeidace. Dal que a dagnose da eipecil evgotdade criminal has do estar vncwlads & sun relacionagéo com determiados Dressupostos, como um certo nimero de ctines, crtas formas de vide, ef. ef, Pormenorizadamente, EDUAnn CORREA, 20 Reairio do Projecto 33 & 319 Por, tudo isto. pois, quando se fala na culpa como medida da pena — mesmo no quadro do facto —, haveri que considerar todos 0s elementos do crime que nela se perspectivam ¢ que podem ser tomados em conta para graduar a censura que por cla deve ser feita a0 agente. Vejamos quais so esses elementos. 58, Elementos de individualizagio {cont}: A)~A ilicitude. Desde logo, sendo o crime, antes de tudo, um facto antijuridico,.€ manifesto que 2 maior ou menor gravidade da ilicitude —enquanto se Ihe pode referir-o dolo ou, nos ‘atos’ especialmente previstos na lei, a” negligéncia ! —se héde reflectir na maior ou menor gravidade da pena. Que clementos podem, porém, fazer graduar este conteido da ilicitude? 1. Antes de tudo, a0 que parece, a importincia do interese fen a que exe elemento, dir-se-, jé intervém do ponto de vista da individualizagio legal, a0 fixarse 2 moldura penal abstracta , e nfo pode portanto voltar a ser tomado em.conta a concetamente a pena. epson violagio 0 perigo de violagio desces interesies indo pode deixar de, conrespondentemente, fazer vatiar 2 gravidade do illcito, 20 samples ersri inte iciny nto poe women clemento de. gr! “duasto da pena: of. Maurncst, Lebrbuch AT 661 Scuoens-Scrmoensn, Kom enter (12 ed 1965) 107. 2 Cl. Cavatamno De Finnea, Medida da pena 66 © Gnassernoen 8. 320 Assim, na medida em que nio for jé considerado na moldura abstracta da pena !: @) O maior ou menor dano, v. g;, 0 furto de uma coisa no valor.de 100800 ou de x 020800, as ofensas corporais que produzam efeitos de incapacidade para 0 trabalho por trés ou por dez dias, a maior ou menor duracio da privasio da liberdade no crime de efrcere privado, 1 maior ou menor extensio do crime continuado, a maior ou menor possibilidade de ter lugar © resultado nos crimes de perigo, etc., hio-de intervie na gra- duagio da ilicitade 2, 4) Quando a pluralidade de ofendidos nio multiplique © nimero de crimes, é também manifesto que 0 niimero de pessoas lesadas hé-de intervir na graduacZo conereta da pena, ) Da maior importincia hi-de ser, por outro lado, v.g-a maior ou menor gravidade da violagio do dever juridico de cuidado? ou a diferenciagio entre a comissio pot acgio € por omissio ‘, 1. © conteido do ilfeito, por outro ado, varia em fangio da efictcia, dos meios de agressio wilizados, quet estes ssjam tipicizados, quer posam ser livremente escolhidos pelo agente, Tal gran de eficécia pode, aliés, traduzirse quer num aumento das forgas agrestivas mobilizadas, quer numa dimi- 1 Neste sentido, EDUARDO Conse, Projecto art B69 4 MauRacn 668 [Na graduapio do dino nfo pode, por outro lado, debar de tomarse ‘em conta a prépria avaliaglo subjective do titular do interes ou valor lesado ou posto em perigo. De ponderar podem ser ainda os valores moras, socials ¢relisioos do ofentid. 2° Cf, vol 1 a2Ks8 4 CE. ScnoenxeScHROEDER 105, NAiRACH 669 € 0 nosso Projet, art. 86.° ine 1; wgrau de violagdo de deveres pelos cums 0 agente pode ser responsbilzadon, 321 nuigio da postibilidade de defesa. E que em ambos os casos. aumenta a probabilidade do dano', como aumenta ‘© alarme social ¢, concorrentemente, o sentimento de inse~ guranga social, Justamente no primeiro grupo aponta GrasserrorR 2 6 maior ou menor niimero de agressores, 0 carécter planeado da execugio, 0 wo duma arma que aumenta a gravidade do dano e diminui a probabilidade de defesa, v. g. superioridade de meios, utilizagio da imprensa, forg2 anormal do agente, especial gravidade da ameaga ou violencia nos crimes sexuais, extorsio, tc. No segundo grupo—menor probabilidade de defesa que aumenta a eficicia da agressio—apoita especialmente Ghassnencen 0 attificio, a fraude, a que se pode juntar a aleivosia, a traigio, 0 ataque ao inimigo que dorme, a menor forsa fisica do ofendido (crianga, velho, docnte) 'A eficicia da agressio pode ainda resultar > de 0 crime ser praticado em condigées de diminuir para 0 ofendido a possi- bilidade de fagir 20 atague ou procurar meios de defesa contra a agressio, v. g. 0 mar alto ou em lugar em que o agredido se encontra em particulares. condigées de impossibilidade de defesa ‘A. particular condiggo em que a vitima se encontra (v. g. relagies de dependéncia que tornath possivel o ataque sexval), bem como 0 facto de 0 agente assegurar todas as condigdes anteriores ¢ posteriores & sua actividade de forma a conseguir que 0 resultado nio seja evitado* sio também elementos a considerar neste plano. Gh, Cavatzimno De Fennana 6 Ibid. 23. Grassoren 31 CGaaseenatn, ibid. $18, 9 MM. © contetido da jlicieude ea sua maior ou menor gravidade variam ainda, por outro lado, em fungio do mimero dos interesses ofendidos ou das consequéncias que Ihe esto ligadas, v. g. a corrupeio que se deve 8 violagio ou a0 estupro 5 59. Elementos de individualizaao (cont.): B) A culpa. Elemento do conceito de crime é como st sabe, 20 lado da tipicidade € da ilicitude, a aulpa, ‘Ora a culpa pode entender-se, e jf se entendeu, como vimos, num puro sentido psicolégico de imputagdo subjectiva do facto-a um agente. Neste sentido, os pressupostos da impu- tagio, como as suas formas (dolo, negligéncia), haveriam de procurar recondurir-se também a jufzos psicolégicos, insus- ceptiveis.de qualquer valoragio ou graduacio, E € sabido tam- bbém que na base desta ideia esté, ou pode estar, um conceito de livre arbitrio absoluto, Mosteimos, porém, set forgoso reconhecer-se que, por vezes, a realizagio de certos factos 36 mecinico-causalmente se pode explicar, ou, pelo menos, que no seu aparecimento intervém com tal intensidade forgas causais cendégenas e exdgenas que, embora no excluam inteira com- pletamente a liberdide do sujeito —e para muitos excluem —, a reduzem, todavia, a um minimo tal que afasta toda a possi- bilidade de se exigir que se tivesse actuado de maneira diferente ¢, portanto, 2 legitimidade’ de toda a censura. Partindo, porém, da ideia duma possivel limitagio interna. ‘ou externa da liberdade, ou seja, de um indeterminismo relaivo, 1 Muito partislarmente eg relagbo a estes crimes hi que tx em conta de a concorréova da actuagéo do ofendid,v. gna medida em que acilitao crime, pode servir para baixar # medida concrea da pena: cf. ScwoENKEScHROEDER 106 fe MauRAcn 667, 323 {jd se compreende agora que, em vez de uma teoria psicolégica ‘da culpa, se adopte uma visio normativa ¢ valorativa de todo ‘© processo volitive ou de motivagio que presidiu a prética do acto. L. 0) Clara projecgio desta ideia ¢.a prépria compreensio normativa do conceito de imputabilidade e a sua graduacio, v, g. na imputablldade diminuida $6 que a menor liberdade conereta eth serapre provoca uma correspondente atenuaga0 do julzo dé culpa e da pena, 0 que deve ser tomado em conta através da ideia da culpa na formagio da personalidade !. 1b) Uma projeccdo paralela e muito importante tem a ideia na comprecnsio ¢ avaliagSo da concreta situagio externa do facto, ou seja, do conjunto de representagdes dos acontecimentos ¢° citcunstincias relativas 20 mundo externo 2 personalidade que provoca num certo momento, como resposta das forgas ou disposigées mormais do agente, a resol lugio da pritica dum facto criminoso, por outras palavras, os motives do crime 2, Assim, hé certas situagSes que se mostram carregadas de tais valores ou se estruturam de tal forma que quem as softe © representa (memo quando dotado de uma personalidade média ou da personalidade do tipo querido pelo legislador) se pode sentir artastado a responder-lhes pela pritica de certos factos que a Ici, objectivamente, prevé como crimes. Nestes casos, reconduziveis a uma ideia geral de no exigibilidade, pode dizerse que, dum ponto de vista ético-retributivo, desaparece posibilidade de exigir um outro comportamento, ou, de tum ponto de vista preventive especial, que 0 facto criminoso 1 tabido que, para cetos autores, inervém ou pode intervi antes ams dein de phuridimensinalidade da culpa ou da. propria pena 2 Exner 284, B28 518s, 9 nfo & adequado 3 personalidade, nem & produto desta 1, mas dos motivos. Compreende-se, porém, que, se os motivos em. certos ‘casos se revelam de tal forma estruturzdos que excluem a possi~ bilidade de um outro comportamento ou que indiciam ser © facto substancialmente estranho & personalidade — excluindo a possibilidade de qualquer julzo ético de culpa ou de perigo- sidade —, por sua vez a maior ou menor exigibilidade, a maior ou’ menor adequacio do facto A personalidade, hi-de servir para graduar a medida da culpa ¢, portanto, a gravidade do crime e da. pena. Neste sentido se pode dizer que os motivos desobrigam € 0 carbeter obriga (M. E. Maver) * TImporta, porém, nfo esquecer que a personalidade, padsio fou ponto de partida de um juizo de nao exigibilidade ou de inadequacio do facto a ela, éa persondlidade do homem médio, ‘ou melhor, do tipo querido pelo legislador. Deste ‘modo, quanto’ mais ot valores que respiram os motivos se enquadram nos quadros sociais dominantes ou nas ‘concepges ético-sociais do legislador, maior & a sua relevancia 1 claro que & pemonalidede interém sempre aa produsio do facto. Sim- plesmente, nfo através de inclioastes anormais poenciais © permanentes part - crime (de forma que © motive, come representasdo de uma stuardo exter, sja pretext, mera condi para a reolusioeriminos) mas na medida em que a ita so externa ot motivs, quebrando © seu equi (. ¢ dasenelvendo a cera ‘01 8 indignago) cia nea frgastrastria para 0 crime, ox fazem dexaparcort ‘x inibir os contramotivor ‘normals, parmitindo a livre ectuagdo de disposibes ‘00 capscidades do homem para o crime, nomalmente compensidas no quadro tofal da sua personalidade 2 Claro que, de ium ponto de visa diceetrbutivo,s eaciter obrign a medida om que é vontade lire ou produto da yortade livre, CY, todavia, contra este pensamento (que entronca em Panni ¢ M. E,'Maven), Maunscu § 63 IA. 325 e a sua desculpabilidade, ¢ inversamente. Por isso se diz, ¢ a ideia eseé expressamente consagrada por alguns sistemas legis- lativos, que os motives elevades atenuam a responsabilidade 08 inferiores a agravam. Neste sentido os fins, motivos © senti= mientos revelados no facto tém, pois, um papel muito impor tante na graduacio da pena. £ mister cambém esclarecer que a personalidade que serve de padrio ao legisador tem de ser representada'por um quadro fou por um conjunto de elementos ou disposigdes positives ‘ou negativos ? em sf, ¢ ainda nas suas relasdes com o exterivi, que funciona de forma 1 que 0 seu portador normalmente no actue criminosamente, Ora, pode ser justamente a normal disposicio exterior das coisas para o facto que, facilitando a execucio do crime 3, quebra 0 total equifbrio da personalidade em sie nas suas relagSes com o exterior, criando a situagio interna anormal propicia 4 pritica do crime ou da sua repetigio 4, Também aqui a exigibilidade de um outro comportamento & menos viva © a prética do facto criminoso ¢ menos produto da personali- dade, como um todo, e sempre referida a um mundo externo 1G, © now Project, art 6° ne 3. 2 Muto ccteorarente acetuava Exven que nfo hi nenhom interes, ‘neahuma quilidade, nenhum ininio, nenhum elemento do careter que, em si leoladament, cleo ergo criminal. Este resulta sempre de uma conexto de elemen- to. Por ito, 0 esprit de cro pode fast um capitalita ou um Indi, 0 deseo 4 pléria pode fazer wm Aloxandre ou um Herostato (cf, EXNER 174), > Grassammcen, ibid, 4B caro que pode suceder que a representagio do exe aja J produto uma especial tendacia de personsidade para a pita, por cert foe, de deter ‘minados crimes — caso em que se estark em face de uma hipétese na qual, de ws certo ponty de vista, se impbe uma especial punto, dada a particular perigonicade o agente (encitncia Rembtropa: cf. supra 149 68). 326 normal, do que da prépria anormalidade deste ambiente extemo '. 2) Vé-se, assim, que os ‘motives, fins ou sentimentos revelados no facto, bem como os impubos que a eles conduzem, podem, a um tempo, revelar uma particular infensidede ou um _grau especialmente elevado da vontade criminosa — devendo por iso ser levados em conta para medir a pena. Pela mesma razio, jé vimos que circunstincias como a premeditagio, a frieza de animo, a relexio sobre os fins ¢ os meivs du crisuc, a persistencia da resclusfo criminosa, podem it a ponto de alverar a propria moldura penal abstracta 2. Para aguém ditto, na medida em que exprimem uma maior intensidade da vontade do agente, deverio em todo 0 ciso influir sobre a medida concreta da pena. 4) Do que acabamos de expor resulta bem como a perso- nalidade, na medida em que tem mais ou menos preponde- rincia do que os motivos externos na realizagio de um crime importa uma maior ou menor gravidade da culpa ¢ da perigo- sidade éicamente censurivel e, portanto, da respectiva pena. Por sta vez, ea maior ou menor pteponderincia indicia-se através de uma maior ou menor exigibilidade de um, Sutro comportamento, de uma maior ou menor adequagio do facto 2 personalidade, de uma maior ou menor capacidade crimi- nosa revelada pelo facto. ‘Ms, se tudo isto se equivale, nfo se pode bem dizer que tudo isto coincida com aquilo que impée aumento ou dimi- nuigio da pena, com base em uma maior ou menor perigosi- + Notose que pode tambien suceder que 4 situago, que faite 0 crime, cotca carregade de ur especial dever de nfo a aproveliar (v8 nfo mtar de nite ‘or tego) e asim, em ver de diminui, agravar« culpa do agente ¢revelar a sua ‘maior perigosidade, 2 Ch pre 244 dade criminal. & que esta pode, antes de tudo, ser tio grande aque no possa tomar-se em conta dentro da moldura da pena -vatiével que serve de limite 1 medida da pena. E, por outro lado, porque verdadeiramente aquilo que hé a considerar na perso- nalidade, para efeito da medida concreta da pena de que agora tratamos, sfo sé at tendéncias ow conjunto de tendéncias que no facto se exprimem, bem podendo suceder que haja no mesmo agente outta secgio, outro plano criminégeno , que nfo se exprime no facto cuja medida de punigio se procura deter minar. Certo é porém, que tudo isto—jé que o caricter, a personalidade, é um todo — pode, indirectamente, contribuir para se determinar se o facto foi mais ou menos produto da personalidade on dos motives, € portanto concorrer para a agravacio da pena. €) Mas mais do qite isso, pode 0 passado do criminoso, ‘ou 0 seu comportamento posterior (bom ou mau) auxiliar ¢ cexplicar a natureza mais ou menos adequada do facto a personalidade, a maior ou menor capacidade criminosa reve Jada pelo crime e, portanto, 2 mais ou menos grave graduagio da pena. E claro, porém, que este elemento ter4, no sentido exposto, tanto mais importincia quanto, mais ou menos, afastar © peso da especifica explicagio endégena da pritica de um certo crime e, portanto, menos valer4 se apenas ilidir ou confirmar outras tendéncias que se nao exteriorizaram ou revelaram no crime, ‘A csta luz, os-clementos da vida do delinguente anteriores 20 crime, muito embora censurdveis, que no posam rela conar-se com tendéncias reveladas no facto, si0 em princfpio 4 cf, Hamer, iid, 2 GF, ScwoenxeScunoeDen 109 5, 2 CE ScwoenxeScimoeoes, bid. 328 sm. indiferentes para a medida da punigio, Assim, v. g. a inf delidade ou os maus tratos do ladrio para com a sua mulher io podem, regra geral, considerar-se clementos da deter- minagio da medida conereta do furto por ele praticado !, Por outro lado, elementos como © bom comportamento na escola, na familia ou na profisio, os relevantes servigos prestados & sociedade, etc., terZo sempre que ser tomados em conta para iluminar a prépria etiologia endégena ou exégena do crime. Jé, contudo, a nfo punigio anterior do réu poderé ser tHo-s6 0 resultado das suas particulares condigSes pessoais ow sociais, anteriores pritica do facto, e, portanto, nio ter qualquer importincia — ou pelo menos nio ter valor decisive — para atcnuar a pena. Pelo contririo, a resistencia a0 crime em circunstincias que solicitavam 0 agente para o facto é, seguramente, um elemento que nio pode deixar de favorecer 0 delinquente. No que toca 4 conduta posterior'a0 crime haverd que consi- derat todos os elementos que se reflectem sobre a avaliacio, © diagnéstico, das tendéncias criminosas reveladas no facto, Asim, p. ex., 0 attependimento, a intengio de remediar as consequéncias do facto v. g. através da indemnizagio de perdas ¢ danos, a auto-acusaco para se libertar de remorsos de cons- ciéncia, uma sensibilidade do agente em face dos resultados do crime — tudo isto deve ser tomado em conta para fixar © quanto concreto da pena®. [As consequéncias da confssio ou negagdo do facto de que alguém é acusado tm, por outro lado, que se conexionar sem= pre com a possbilidade de serem referidas 3 personalidade do criminoso’ ¢ com a natureza do préprio procesto penal. Assim, a confissio corresponde muitas vezes a um arrependimento CF dnousen, em LK (84 ed. 1957) 114, 2 Aim Jaouscw 120, que miostra 0 carfcter extranho do ficto relativamente & perso fualidade. Pode, porém, uma tal confissfo ser feita justamente para obter um beneficio, encobrir um outro erime, etc. ‘A negagio do crime corresponde, por seu lado, a um dirito do arguido e portanto nfo pode, necessiriamente, considerar-se clemento da agravagdo di pena. Em proceso penal nio hé, da parte do arguido, um alever de colaboragio com a justigay nem tGo-pouco sé poderi falar aqui de dolo ou mé f rocessual. Pree Acentue-se $6, a terminar, que referéncia de todos os elementos aludidos & personalidade do agente, embora vera a coincidir muitas veces nas solugGes com as exigéncias — dentro da moldura penal do facto—da escola positiva, de nenhoma forma viola a ideia do direito penal assente sobre culpa, na medida em que considera o agente responsivel pelo: seu modo de ser revelado no facto. : ‘Daqui resulta alés, por outro lado, que consoante for maior ou menor a tendéncia para o crime, maior ou menor serd. a gravidade da falta de preparasio para respeitar ot comandos criminais. Pelo que isto haverd de ser, em geral, uma razio, 4 ponderar quando se fixa o quanto concreto da puniglo '. Hi, Como & sabido, 2 culpa pode ter duas formas de impu- dolo ¢ negligéncia. we disse-se eon que a verificagio desta titima ¢ uma circunstincia modificativa do crime 2. ‘Simplesmente, no quadro das respectivis molduras de imputagdo subjectva hé, por sua vez, que graduar a pena conforme a maior ou menor gravidade que reveste cada uma delas. Assim, v. g., a negligéncia consciente implica uma maior 1 Ch neste ventda, 0 nowo Projecto, an, B62 ne 6% 2 Cl. supra 26. 330 S18, 99 ccensurabilidade que a ‘negligencia inconsciente, jé que naquela hipétese se impunha 20 agente uma gaior reflexio sobre a verificagio do resultado. Por sua vez, compreende-se que sejam completamente diferentes a natureza ¢ a intensidade dos deveres que impdem a representagio justa e devida ou a representago de um certo resultado criminoso, bem como do dever de cuidado na sua expresso. subjectiva i Igualmente, consoante 0 dolo toma as formas de neces sisio ou eventual, assim a realizagio do crime é mais intensa, mais radica na sua personalidade ¢ na sua vontade, e, portanto, mais severa havers que ser a punigfo no quadro da moldura do facto. ‘ Da mesma sorte, se a consciéncia da ilicitude € limite do dolo, a maior ow menor clareza com que se representa 20 agente, como o mais ou menos grave erro sobre a proibicio, devem ser elementos da graduasio concreta da pena 2, Este ilkimo ponto—o da influéncia do chamado erro sobre a proibigio na determinagio da medida concreta da pena —chama a debate um outro: 0 do criminoso por conviciao. A diferenca entre 0 criminoso por conviegio e 0 erro sobre a proibigao esti em que, no iiltimo caso 0 agente nao conhece 4 natureza proibida do acto, enquanto no primeiro ele tem consciéncia do caricter proibido do acto mas, em nome de uma certa convicsio politica, religiosa ou social, nega @ natu- reza criminosa do comportamento que leva a cabo, substituindo assim a sua 3 valoragio legal. Quer dizer: as convicgSes poll- ticas, religiosas ou sociais do agente aparecem entio como legitimarao pessoal da pritica de certos actos realizados como meio de actuago daquelas conviogies. Neste sentido MAURACH 668 # 0 nosso Projecto, ar. 6 not 19.6 28 * Assim Taouscn, em LA 118 8. 381 ‘A induéncia deste elemento sobre 2 punigfo tem sido muito discutida e depende, findamentalmente, da.concepgio do mundo da vida que a ordem juridica respite, dos limites de direito natural que a ela possim ser opostos ou que possam set opostos ‘as concepgbes pestoais dos que, em seu nome, violam a ordem jjuridica cstabelecida |. 60. Elomentos de individvalizagéo (cont): C) Influéncia da pena sobre 0 criminoso. Fungdo da graduagio concrete da pena é além do mais, estabelecer uma justa proporgio entre o mal do crime ¢ o mal da pena, O mal da pena tem porém, naturalmente, gue se eferir a quem concretamente o softe. ‘Ora & manifesto que o castigo € 0 sofrimento que a pena enyolve varia consoante quem dela & passivo. Isto 4, antes de tudo, evidente nas penas pecunidrias: mil escudos de multa pode ser uma pena quase itrisgria na economia de um imiliondtio mas représentar a rufna para um’ pobre artifice, ‘Mas a mesma ideia vale, em certa medida, para as restantes penas, v. g. a8 de privagio de liberdade: wm cximinoso habitual ‘ou embotado, indiferente aos juizos sociais, softe muito menos ‘com a aplicagio da prisio do que um outro criminoso que ainda no perdeu o sentimento do respeito social, um depres- sivo muito mais do que um insensfvel, etc. Por isso mesmo, sinda se realiza consretamente a justiga quando, na moldura da pema, se considera o maior ou menor grau de susceptibilidade 1, sobee cae ponte E. Wot, Verbrechen aur Ceberzeupung (1927; NaOLm, fem GS 948 (1908) 48; Maunaén § 35 Ul JAGUSCH, em LK 118. 382 20 efectivo sofrimento do mal das sangdes por parte dos seus possiveis sujeitos passivos | ‘Considerando certos fins das penas —que tém, aliés, como vimos, de estar presentes na graduacZo da pena ?— bem pode acontecer, todavia, que os resultados assim alcancados se modi fiquem. Assim, v. g. a especial frequéncis num dado momento de certos delitos, i ppetigo da sua imitaglo (p. ex. em caso de crimes passionais), podem exigir uma especial agravagio da pena, dentro da moldara do fice, em nome da prevenglo veel. De resto, ainda por outta via se susta a influgacia de alguns ‘dos elementos que acabamos de referir na graduacio conéreta da. pena, £ que, de um modo geral, as condigies pessonis, econbmicas ¢ sociais do arguido, v. g. 0 seu estado civil, a sua saide, of seus hibitos de vida, etc., estio muitas veres na origem do crime € podem, assim, ser tomadas em conts para efeitos de o compretnder. V. g. 0 facto de a violagio ou 0 estupro ser praticado por um homem casado no deixard de se reflectir na_punicio. ° ‘Tado isto s6, porésn, repetimos, na medida em que esteja relacioiiado com a otigem do crime. Assim, 9 facto de ser um juiz, um médico ou um advogado a cometer uma inftaegio 20 Cédigo da Bstrada é coisa que nfo pode reflectr-se na graduasio da pena Ch, em gerl, Scnoene-Scrnosbex 107 © ILI e MauRAcH 665, Com isto no se viola, mas'entes se fina, © principio da igaldade de todos perante a le. Efectvamente, 85 assim se podecé tomar em conta a desigualdade dos efeitos «que a pena astume,conscante a qualidade das pessos a quem aplicads. Isto valerd de resto, par agravar a punlgdo, em cio de mula, relatvamente be pesoas reas, [No se trata equi, pois, de um pensamento de clase, embora se convenka que passa sonter ese eign 2 Ch supra 317. 2 Cho jh itado art. £5 do nosso Projecto © Ch. Scnonnne Scxmoroen 108, 333 Mas jd a miséria ou a ocisional falta de trabalho poderio mostrar o carScter ocisional do ctime ¢ concorrer, portanto, para a atenuacZo da respectiva pena '. 61. A individ Aegislativo. izagdo concreta da pena como problema LO problema em geral. Os critérios gerais de individualizagio concreta da pena a aque acabimos de fazer referéncia — ¢ que dltimamente tém dado lugar a uma larga reflexéo na doutrina ? e na jurisprudéncia de ‘vitios paises — sio obecto, nos Cédigos Penais mais modernos, de um tratamento que em larga medida os confirma. Assim no Cédigo italiano (art. 132.) 3, no suigo (art. 63.) 4, no brasileiro fart, 42.%, no polaco (art. $42), no dinamarqués (§ 80), no Brego (art. 798), no jugoslavo (art. 38), etc.8, 1 Innporta acentuar, gor fim, que © problema da revisiblidade da medida 4a pena € de dteto procesual, nto devendo por iso ser aqui triado, Cf. sobre le, em todo 0 caso, Mavnact § 62 D, ScuownKe-ScwonDen 112s. iteratra citada estes lugares. 2 CE por todos Maumacn 663, 9 aPoderes discriconvos do uit na apicagto de pena: ites. Nos Kites Tixados pela eo juieaplion a pena dsrcioniriamente, devendo indicat os moti vos ave jutifcam 0 uso de tl poder disrkioniria. No aumento ov diminviglo 4a pena nfo podem ultrapasar-ae os limits estabelcidos para cada espécie de pent, salvo nos casos expresuamente determinados pea lei. 4 e0 Joie ford a pena segundo a culpa do detinguente, tendo em conta con mbes, of anteodentes + a situasSo pessoal deste, Ch. também os Caigos sovitico (ar. 452) e chtcosovaco (F 19) que atribuem particular importacia a elementos como 0 da defesn dt conscitnca jur- dice socialta ou 0 de Sninizade relativamente & order democrisie popular. Cr por atime Lorvax Sex, ct pre 317%. 384 T fae, 61 Igualmente os Projectos mais modernos apresentam uma série de critérios orientadores do juiz na fixagio da pena— com © que procuram, alifs, excluir um total arbitrio do juiz na medicio concreta da pena, na medida, sobretudo, ‘em que, obrigando aquele a motivar a decisio, eriam fundamento para a revisibilidade das sentengas condenatérias também no que toca ao quanto da pena aplicada 1. I. O direito portugués. Sua evolugio. 4) © Chdigo de 1832 atribula a0 juiz um poder intei- ramente discriciondrio de determinacio concreta da pena, Tal como o Cédigo francés de 1810, cle previa (arts. 28.°5s), a0 lado das chamadas penas fixas, penas tempordrias ou varis- vveis, visando justamenté adaptar a previsio legal, por via de individualizagio judiciéria, & concreta situagio do caso. art. 46%, porém, colocava inteiramente nas mios do juiz a fxagio da medida concreta da pena temporiria, atribuindo 120 juiz um discricionério dentro, naturalmente, dos polos da moldura abstracta, de graduagio da pena, No uso desve poder parecia, pois, que cle deveria recorrer aos prin- pics atrés-enunciados. 8) legislador: de 1884 procurou tratar expressamente 4 questi da individualizagio concreta da pena. Escrevia-se zo seu relatério: «No art, 14° da proposta de lei de 13 de Maio de 1870 cestabeleceu 0 seu autor que as penas temporsrias sejam aplicadas 1 Cf, neste sentido MavRAci 663. com amplas indicagBes bibliogréficas; t tambéen 0s temas do Congress da AIDP em Atenas (1955) © Perens © ScHROE- ‘ben, In welcher Weise empfiht ex sich, ahe Gren d straihtrichen Brmessens ' kafigen S1GB zu regels, co Gutachten zum 41, dt, Juristentcg (1955). 835

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