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1 OS FUNDAMENTOS DE UMA NOVA CONCEPÇÃO POLÍTICA

Não há, portanto, verdadeiro humanismo, senão


o aberto ao Absoluto, reconhecendo uma vocação
que exprime a ideia exata do que é a vida
humana. O homem, longe de ser a norma última
dos valores, só se pode realizar a si mesmo,
ultrapassando-se.
PAULO VI

A política sempre foi objeto de reflexão de diversos pensadores da história do


pensamento filosófico. Pois procuravam pensar o homem em sua vivência em sociedade,
tendo uma visão do homem e da política propriamente dita no qual é participante. Com isso,
observa-se que ao longo da história do pensamento surgiram várias concepções políticas,
entre as quais dedicaremos especial atenção para aquelas formuladas nos séculos XIX, mais
especificamente aquelas que viriam a influenciar a primeira metade do século XX.
Neste capítulo, será tratado a concepção política de Jacques Maritain 1. O filósofo
francês acredita ser necessária uma nova compreensão da ordem política que possua uma
visão adequada do homem como pessoa humana, e possuindo toda uma estrutura política
voltada para este pressuposto, o primado da pessoa humana. Com essa posição, ele visa
contrapor os regimes políticos materialistas que influenciaram o século XX, nomeadamente,
os regimes liberal, comunista e totalitário. Regimes estes, que segundo Maritain, consideram a
realidade apenas na sua materialidade e o poder político2. Por isso, iremos explicitar a
concepção política de Maritain tratando inicialmente das diversas concepções políticas que
têm como fundamento a visão materialista, observando suas falhas e as criticando sob o
prisma do filósofo francês. Em seguida, vamos refletir sobre a necessidade e os fundamentos
de uma nova concepção política.

1.1 Tragédia da Política nos séculos XIX e XX

As filosofias políticas dos séculos XIX e XX tiveram como base de suas concepções
sobre o homem e a sociedade o fundamento materialista. O materialismo se caracteriza pelo
fato de compreender a realidade apenas pela sua causa material. Os materialistas defendem
que a realidade histórica, temporal e existencial somente ela é verdadeira, real e possível de
conhecer, também apenas ela pode ser transformada (cf. MARITAIN, 1945). Dessa forma,
“reconhecendo somente o que pertence ao mundo da matéria, sendo surdas para as realidades
do espírito, só discernem no homem a sombra da personalidade verdadeira, a individualidade
material” (MARITAIN, 1962, p. 96). Consequentemente, o materialismo considera apenas a

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Jacques Maritain (1882-1973) filósofo francês. Estudou a fundo a filosofia de Tomás de Aquino. Ele e sua
esposa converteram-se ao catolicismo. Foi Professor nas Universidades de Toronto (Canadá), Columbia,
Princeton e Chicago e embaixador da França junto ao Vaticano. Fez conferências no Brasil a convite de seu
grande amigo e seguidor Alceu de Amoroso Lima – o Tristão de Ataíde. Foi importante inspirador e um dos
redatores da “Declaração Universal de Direitos Humanos” (1948), da ONU. Suas mais de 60 obras abrangem um
vasto leque temático: filosofia do conhecimento, política, metafísica, moral, educação, direitos humanos,
fundamentos da democracia, arte e reflexões de ordem espiritual. (BIOGRAFIA. Disponível em:
<http://maritain.org.br/biografia/>. Acesso em: 05 jun. 2018.)
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Poder, conforme nos explica Jacques Maritain, “é a força por meio da qual podemos obrigar os outros a nos
obedecerem” (MARITAIN, 1966, p. 125).
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matéria, o princípio que constitui a realidade visível - os corpos - como real e causa da
realidade. Com isso, nega a realidade transcendente3 e considera o homem como o indivíduo
apenas material, na sua imanência4. Essa corrente de pensamento influenciou os seguintes
regimes políticos: o liberalismo5, o comunismo6 e o totalitarismo7. Todos estes influenciaram
a Europa por meio de suas concepções políticas no século XX.
Ao analisar tais concepções políticas o autor percebe suas falhas e males e, por isso,
põe-se a criticá-los, especialmente por seu caráter materialista que influenciará outros
aspectos desses regimes. Inicia sua análise pelo liberalismo.
O liberalismo considera o homem em sua individualidade material, apesar de muitas
vezes se aparentar como regime que aceita o transcendente, é indiferente ao mesmo, agindo
como se a realidade espiritual não existisse. O Estado não é uma comunidade onde o
indivíduo atua, porque transfere totalmente sua liberdade e vontade para obedecer ao Estado.
Ao começarem a viver em comum, cada um dos indivíduos cede um pouco da sua liberdade e
vontade em benefício da sociedade, transferindo a liberdade e vontade para o Estado para que
cuide e garanta a vida, a paz, a ordem na sociedade e o desenvolvimento de seus integrantes.
Este acordo ocorre com o pacto social assumido por todos. Com isso, o indivíduo não assume
a responsabilidade diante da sociedade, pois sendo o Estado responsável pelo bem comum e a
força motriz da sociedade, fica a seu encargo tomar as decisões referentes ao bem da
sociedade. [De qual Estado estava se falando?] Também o Estado liberal dá grande
importância para as liberdades individuais e seu desenvolvimento e garante tudo, logo o
indivíduo procura se importar com o bem estar na sua individualidade (cf. MARITAIN,
1962). Dessa forma, muitos componentes da sociedade se rebelam contra o todo social já que
cada parte da sociedade está fechada no seu individualismo importando-se apenas com seus

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Transcendência é o “estado ou condição do princípio divino, do ser além de tudo, de toda experiência humana
(enquanto experiência de coisas) ou do próprio ser” (ABBAGNANO, 2014, p. 970), a realidade espiritual.
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Imanência é a “negação de qualquer realidade fora do Eu (sujeito)” (ABBAGNANO, 2014, p. 540) e da
realidade material.
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Segundo Bobbio (2000), o liberalismo é a defesa do Estado limitado contra o Estado absolutista. A exigência
permanente expressa pelo liberalismo clássico é a luta contra os abusos de poder e a defesa dos direitos de
Liberdade. Garantia dos direitos e controle dos poderes são característicos do Estado Liberal. A liberdade
defendida pelo liberalismo é a liberdade como não-impedimento: liberal é aquele que persegue o fim de ampliar
cada vez mais a esfera das ações não-impedidas. O Princípio fundamental do liberalismo é a concepção
historicista da verdade, o comportamento crítico contra o comportamento dogmático.
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Segundo Bobbio (2000), o comunismo é a transformação radical de uma sociedade considerada opressiva e
injusta em um sociedade totalmente diferente, livre e justa. (...) Leva em consideração o homem como genus e
não como indivíduo. O ideal comunista de emancipação humana é um ideal universalista, antitético ao ideal
nacionalista do fascismo e ao ideal racista do nazismo.
O termo comunismo será de acordo com o pensamento de Maritain, que se refere a Marx e a União Soviética.
Mas o comunismo é o termo final de teoria de Marx, após a sociedade capitalista passar para a sociedade
socialista, no controle dos meios de produção e da ditadura do proletariado, para alcançar a uma sociedade
igualitária e sem classes, que é a sociedade comunista (cf. ABBAGNANO, 2014).
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Para a definição de totalitarismo, usaremos a definição de Hannah Arendt, “o Totalitarismo é uma forma de
domínio radicalmente nova porque não se limita a destruir as capacidades políticas do homem, isolando o em
relação à vida pública, como faziam as velhas tiranias e os velhos despotismos, mas tende a destruir os próprios
grupos e instituições que formam o tecido das relações privadas do homem, tornando-o estranho assim ao mundo
e privando-o até de seu próprio eu. Neste sentido, o fim do Totalitarismo é a transformação da natureza humana,
a conversão dos homens em ‘feixes de recíproca reação’, e tal fim é perseguido mediante uma combinação,
especificamente totalitária, de ideologia e de terror. A ideologia totalitária pretende explicar com certeza
absoluta e de maneira total o curso da história.”(BOBBIO; MATTEUCCI; PASQUINO, 1998, p. 1248)
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interesses e não com o bem comum de todos, encontrando como solução ao individualismo o
seu contrário.
O comunismo, apesar de parcialmente acusar a desumanização da pessoa no
liberalismo, considera a mesma pessoa apenas na sua imanência, negando toda realidade de
transcendência no homem. Mostra-se contrário ao individualismo e favorável ao coletivismo,
pois se o homem é um ser histórico que age e transforma a história, diante disso ele busca se
encaminhar rumo à transformação da sociedade. Para isso necessita da união dos homens para
esse objetivo. Demonstrando assim sua consideração pelo coletivismo e o desprezo pelo
individualismo. Outro ponto crucial na crítica ao comunismo é que “o Estado político será
abolido, em compensação a sociedade como comunidade econômica8 [...] subordinará a si
toda a vida das pessoas” (MARITAIN, 1962, p. 98). Nesse sentido, observa-se que, no
comunismo, a sociedade está relacionada à comunidade econômica nos seus mais diversos
aspectos da vida social que visa o bem comum de toda comunidade. O bem comum almejado
é substancialmente humano (cf. MARITAIN, 1962). A administração cuida das coisas
produzidas, esta é a obra principal da sociedade. Mas como Marx afirmou, o homem é seu
trabalho9. Logo, quem cuida do trabalho controla toda atividade do homem, seja de ordem
material ou moral, visando o bem econômico do todo da sociedade e não o desenvolvimento
das pessoas individualmente. Ou seja, esta uniformização deixa de lado o princípio da
diferença que também é constituinte da identidade.
O totalitarismo se caracteriza por ser uma resposta contrária ao liberalismo, indo
contra o individualismo, e ao comunismo, já que não tem em vista a prevalência de uma
sociedade igualitária, mas o domínio de um/alguns sobre todos. Age em nome da dignidade e
soberania do Estado ou do povo ou da raça, e julga o homem como um ser apenas social, um
todo social “composto duma multidão de individualidades materiais, não verdadeiras pessoas”
(MARITAIN, 1962, p. 99). Pois o homem vive, existe e é formado pelo Estado, sendo o
homem aquilo que o governante considera verdadeiro, já que o governante é a única pessoa
capaz de participar e conduzir a vida política (cf. MARITAIN, 1962). O governante conduz
materiais individuais, um rebanho sem consciência de si e desorientado e que precisa de
alguém para lhe dizer o caminho e manifestar o que ele é. Com isso, controlando todo
desenvolvimento do homem, seduzindo-o com grandeza, poder e prestígio, com a exaltação
de si. Com isso, incita as paixões do homem, e leva-o para a guerra e a destruição de si e do
país, como se constata com a Segunda Guerra Mundial (cf. MARITAIN, 1962).
Outra falha das concepções materialistas, conforme a indicação de Maritain, está na
racionalização da vida política. Podemos pensar a política de forma técnica ou moral.

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A comunidade econômica, conforme nos explica Jacques Maritain, é a responsável pela administração dos bens
produzidos pelas pessoas. Pois no comunismo não existe o Estado como no capitalismo, já que é uma realidade
burguesa, existe é a administração, coordenação dos bens produzidos, já que tudo é voltado para o bem da
comunidade comunista.
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Conforme nos explica Jacques Maritain, “a profunda intuição que teve Marx das condições de heteronomia ou
de alienação a que chegou no mundo capitalista a força-trabalho, e da desumanização de que são nele
simultaneamente feridos possuidor e proletário, esta intuição acreditamos, é o grande lampejo de verdade que
atravessa toda sua obra (Marx), ele contudo a conceituou imediatamente em uma metafísica monista
antropocêntrica, na qual trabalho hipostasiado se torna a essência mesma do homem, e na qual, recuperando sua
essência pela transformação da sociedade, o homem é convidado a revestir os atributos que a ‘ilusão' religiosa
conferia a Deus” (MARITAIN, 1945, p. 46).
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A racionalização técnica da vida política se caracteriza pela política que visa à


conquista e a manutenção do poder por diversos meios. Tal atitude está conforme com a
proposta de Maquiavel na sua obra O Príncipe. Essa atitude ficou conhecida na tradição
política como maquiavelismo (cf. MARITAIN, 1966). O maquiavelismo provém da ideia de
que se um governante segue a justiça e a virtude é um governante fraco e que será subjugado
por outros países ou terá o cargo usurpado por grupos conspiradores. Por isso, o governante
precisa usar diversos meios, sejam eles quais forem, para se manter no poder. Valoriza-se,
então, a política apenas no seu âmbito temporal e o bem essencialmente humano individual e
egoísta, recusando o âmbito transcendental, atemporal.
A racionalização moral da vida política se define pela política de ordem moral, que
tem como fim o bem comum de um povo unido (cf. MARITAIN, 1960). Sua fonte é “a
justiça, a lei e a amizade mútua” (MARITAIN, 1966, p. 64). Também possui força, não como
no estado maquiavélico, mas a força a serviço da justiça, paz e liberdade. Assim, colocando
toda a vida política à disposição da pessoa humana, do bem comum e da fraternidade. Uma
política que não se baseia em anseios infantis, na violência, no orgulho, na ganância para se
saciar como se estivesse num jogo no qual vale tudo, mas fundamenta-se na razão com a
consciência das verdadeiras necessidades físicas, espirituais e morais do homem.
Portanto, tais regimes possuem uma concepção de política materialista, não
concebendo o homem como pessoa e considerando apenas parte deste, qual seja: sua
imanência. Consequentemente, negam sua transcendência. Percebe-se a não participação na
comunidade política, pois transferiu-se totalmente sua vontade e liberdade para obedecer à
vontade do Estado, havendo, com isso, o conflito das partes com o todo, e cada regime
tomando um extremo desse conflito. Tudo isso, tem como finalidade a política, a manutenção
no poder. Diante dessas críticas feitas a esses regimes políticos, se compreende que tais
regimes não atendem às necessidades verdadeiramente pertinentes ao homem, “por que são
incapazes de dar direito às exigências da pessoa e, por isso mesmo, de compreender a
natureza da sociedade” (MARITAIN, 1962, p. 100). Se não atendem as necessidades, o que
fazer diante de tal situação? É possível uma nova concepção política, que não caia nem na
utopia e nem no autoritarismo, em nenhum dos erros regimes anteriores?

1.2 Uma nova concepção política e seus fundamentos

Segundo Jacques Maritain, na busca de ver o homem integral, um humanismo integral,


faz-se necessário uma filosofia política e social que faça transformações radicais,
transformações substanciais. Tais transformações não podem apenas modificar as estruturas
políticas e sociais e inaugurar um novo regime, mas devem dar a abertura para as realidades
espirituais (cf. MARITAIN, 1945). Por isso se faz necessário uma política humanista, baseada
na natureza do homem considerado como pessoa humana, como ser composto de
materialidade e espiritualidade. Com isso, justifica-se uma nova concepção política que
valorize o homem na sua integralidade, ou seja, considerando o corpo e a alma,
individualidade e personalidade, tendo como primado a pessoa humana e atendendo suas
necessidades essenciais. Para desenvolver suas potencialidades como pessoa, necessita de
viver em relação como outro, viver em sociedade. É neste espaço de relação com o outro que
ocorre a política que visa o bem comum de toda comunidade. Logo, o homem existe como
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pessoa humana, que é o fundamento da sociedade e da ordem política. Por esse fato,
iniciaremos tratando sobre a pessoa humana.
A pessoa humana10 é um animal de alma intelectiva, composto de matéria e forma,
corpo e alma, individualidade e personalidade. Possui a capacidade de inteligir e escolher,
além de domínio sobre si mesmo (cf. AQUINO, 2018) e capacidade de transcendência - nisto
consiste a marca de Deus, a imagem de Deus na pessoa, demonstrando sua dignidade. Para
entendermos a pessoa humana, segundo Maritain, dois conceitos são fundamentais:
individualidade e personalidade. Estes são frutos dos conceitos corpo e alma, matéria e
forma11.
A individualidade tem origem na realidade material. A matéria, segundo Maritain, é o
princípio que individua os homens, dando a existência de maneira física. Diante disso, tende a
multiplicidade indefinida e por isso somos diferentes fisicamente uns dos outros. O homem
enquanto material “é um animal e um indivíduo” (MARITAIN, 1947, p. 11). O homem sendo
um indivíduo, para Maritain, é conduzido pela inteligência e pelo domínio de si, que não
pertencem à realidade material, demonstrando que sua existência está além da realidade física,
possuindo uma existência muito mais elevada: a realidade espiritual (cf. MARITAIN, 1947).
A personalidade advém da realidade espiritual, que é a alma12. A alma “constitui com
a matéria que informa uma única substância, simultaneamente carnal e espiritual”
(MARITAIN, 1962, p. 37-38), constituindo um todo e existindo de maneira independente por
causa da existência de sua alma que ultrapassa o tempo e a morte (cf. MARITAIN, 1947).
Também torna-nos capazes de amar e conhecer, assim nossa vida espiritual e nossas
capacidades [?], isto nos torna semelhantes a Deus. Por sua existência transcender a
materialidade, devido à sua alma, a pessoa possui dignidade, pois nada no universo pode ter
mais valor do que a pessoa, visto que está em íntima relação com o Deus no qual encontra a
felicidade, seu fim último (cf. MARITAIN, 1947).
A pessoa é um todo, porém não é fechado e sim aberto (cf. MARITAIN, 1947). Por
isso, para nosso filósofo, naturalmente ela busca se relacionar com o outro e ter uma vida
social, com todo seu ser. A sociedade permitirá a pessoa viver, desenvolver-se, atender suas
necessidades existências e morais, e se realizar para alcançar a felicidade, o fim último da
pessoa. Ou seja, a pessoa se torna pessoa na relação com o outro, tanto com o Outro quanto o
outro em sociedade. Como Aristóteles13 demonstrou, o homem é um animal sociável e é um
animal político, pois participa das atividades da comunidade e serve na vida comum da

10
Maritain na sua elucidação sobre a pessoa humana, toma como fundamento da constituição da pessoa humana
a filosofia de Tomás de Aquino. Por isso, neste trabalho seguiremos o pensamento autor, inclusive na articulação
conceitual com Tomás de Aquino.
11
Maritain toma os conceitos de matéria e forma, como base para explicar os conceitos de individualidade e
personalidade para explicar a pessoa humana. Seguindo a tradição metafísica tomista que tinha como
fundamento para explicar a natureza dos corpos, a teoria do hilemorfismo. O hilemorfismo é a teoria segundo a
qual a realidade resulta da união de dois princípios distintos e complementares, matéria e forma, que são origem
das propriedades quantitativas (é um acidente caracterizado pela divisibilidade interna) e qualitativas (é o
acidente que afeta a substância dando determinações sensíveis).
12
“A alma intelectiva, portanto, é a forma absoluta” (AQUINO, 2018).
13
Maritain na sua elucidação sobre a sociedade, toma como fundamento ao tratar sobre a sociedade a filosofia
de Tomás de Aquino e de Aristóteles. Por isso, neste trabalho seguiremos o pensamento autor, inclusive na
articulação conceitual com Tomás de Aquino e Aristóteles.
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sociedade, especialmente na política. Por isso, o homem deve viver em sociedade (cf.
MARITAIN, 1947).
A pessoa participando da sociedade [?], segundo Maritain, “um todo de todos”
(MARITAIN, 1947, p. 16) por que a sociedade é um todo, composta de uma multidão de
pessoas humanas, que possuem liberdade e domínio de si, por isso formando uma sociedade
de pessoas. Cada pessoa, que é um todo em si, constitui o todo da sociedade, sem deixar de
ser pessoa individual (cf. MARITAIN, 1962). Essa sociedade tem como fim o bem comum
das pessoas humanas.
O fim da sociedade é bem comum da comunidade. Consiste na busca do bem em si e
por si que atenda às necessidades físicas e espirituais da natureza humana. Não como uma
reunião de bens comuns individuais ou o bem de um todo que abandona as partes, mas o bem
comum sem deixar de lado a individualidade de cada pessoa e o bem comum de toda
sociedade, das partes e do todo (cf. MARITAIN, 1962). Esse bem abrange todas as coisas
mais profundas dos seres humanos, envolvendo a reunião de bens de serviços públicos, de
interesse da nação, da consciência e sabedoria cívica e moral do povo. Não compreendendo
esse bem como vantagens, mas como bem em si de uma retidão que seja moral e eticamente
boa (cf. MARITAIN, 1962).

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