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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA


CURSO DE GRADUAÇÃO TECNÓLOGIA EM AGRICULTURA
FAMILIAR E SUSTENTABILIDADE

ALTERNATIVAS DE PASTEJO E MANEJO DE


CULTURAS NO PERÍODO DE INVERNO PARA
BOVINOCULTURA DE CORTE NO RIO GRANDE DO SUL

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Pedro Henrique Ruwer

Três de Maio RS, Brasil

2018
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ALTERNATIVAS DE PASTEJO E MANEJO DE


CULTURAS NO PERÍODO DE INVERNO PARA
BOVINOCULTURA DE CORTE NO RIO GRANDE DO SUL
por

Pedro Henrique Ruwer

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação


Tecnólogo em Agricultura Familiar e Sustentabilidade (UFSM), como requisito
parcial para obtenção do grau de
Tecnólogo em Agricultura Familiar e Sustentabilidade

Orientador: Prof. Dr. Ana Paula Roveder

Três de Maio, RS, Brasil

2018
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Universidade Federal de Santa Maria


Curso de Graduação Tecnólogo em Agricultura Familiar e
Sustentabilidade

A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova o Trabalho de


Conclusão de Curso

Alternativas de Pastejo e Manejo de Culturas no Período de Inverno


para Bovinocultura de Corte no Rio Grande do Sul

elaborada por
Pedro Henrique Ruwer

como requisito parcial para obtenção do grau de


Técnologo em Agricultura Familiar e Sustentabilidade

COMISÃO EXAMINADORA:

__________________________________
Prof. Dr. Ana Paula Roveder
(Orientadora)

__________________________________
(Comissão examinadora TCC)
__________________________________
(Comissão examinadora TCC)
__________________________________
(Comissão examinadora TCC)

Três de Maio, Junho 2018


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AGRADECIMENTOS

Minha família em geral por me apoiar sempre, indiscutivelmente.


Minha empresa, meus sócios e funcionários por me apoiarem me dando tempo para
me dedicar aos estudos.
A minha orientadora Ana Paula Roveder que deu atenção quando foi solicitado por
mim e que dará oportunidade de agregar conhecimento em oportunidades futuras quando
solicitado.
Principalmente aos professores e tutores que todo curso EAD enfrentaram extremas
dificuldades e sem pensar duas vezes tentaram o seu melhor para dar ensino e por isso para
muitas pessoas podem ter mudado o destino para melhor.

Muito obrigado!
5

RESUMO

Trabalho de Conclusão de Curso


Curso de Graduação em Tecnologia em Agricultura Familiar e Sustentabilidade
Universidade Federal de Santa Maria

Alternativas de Pastejo e Manejo de Culturas no Período de Inverno


para Bovinocultura de Corte no Rio Grande do Sul

Autor: Pedro Henrique Ruwer


Orientador: Prof. Dr. Ana Paula Roveder
Data: Três de Maio, Junho de 2018.

No Estado do Rio Grande do Sul, no período do verão se tem uma alternativa que vem
sendo cada vez mais consolidada ao longo dos anos, que está se tornando a alternativa mais
rentável que a produção da cultura da soja, produtividade e liquidez do produto são as
características que mais se destacam para isso acontecer, a implementação do milho, além de
colaborar para características que melhoram o solo e ajudam na rotação de cultura, também é
uma cultura muito interessante e produzida ao longo dos anos, no caso do RS, semeado entre
os meses de julho, agosto e setembro, porém, com baixa liquidez do trigo, problemas
climáticos para a produção em muitos anos, tem-se estudado alternativas de outras culturas
como por exemplo: Canola, painço, linhaça e também a implementação de pasto como o
objetivo de engorda de gado, ou seja, a bovinocultura de corte, que é uma alternativa que se
torna mais segura do ponto de vista que não se tem tanta perca quando o clima não se torna
favorável e tem sido utilizada em muitos sistemas de produção no RS.

Muito pouco do total da área de soja que é semeada no verão são cultivados com trigo,
aveia, cevada, centeio, painço, linhaça e canola restando aproximadamente muitos hectares
sem geração de renda. Nesse contexto, verifica-se a oportunidade de integração da produção
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de grãos, no verão, com a atividade pecuária, que poderia ser realizada nas áreas que
permanecem em pousio ou naquelas apenas ocupadas por culturas de cobertura durante o
inverno.

O objetivo deste trabalho é discutir sistemas de produção que consigam melhorar as


condições de geração de renda através de produção de pastagem para bovinoculutura de corte,
seus manejos e também manejos que não influenciem negativamente na produção de verão
subsequente

Palavras-chave: bovinos, pastagens, inverno.


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ABSTRACT

Course Conclusion Work


Graduation Course of Technology in family agriculture and sustainability
University of Santa Maria

Alternatives of Pasture and Handling of Cultures in the Winter Period for


Bovinocultura de Corte in Rio Grande do Sul
Author: Pedro Henrique Ruwer
Advisor: Prof. Dr. Ana Paula Roveder
Date: Três de Maio, December, 01, 2017.

In the State of Rio Grande do Sul, in the summer, there is an alternative that has been
increasingly consolidated over the years, which is becoming the most profitable alternative to
soybean production, productivity and liquidity of the product. the characteristics that stand out
most for this to happen, the implementation of corn, besides collaborating for characteristics
that improve the soil and help in crop rotation, is also a very interesting crop and produced
over the years, in the case of RS, sown between July, August and September, but with low
wheat liquidity, climatic problems for production in many years, we have studied alternatives
of other crops such as: Canola, millet, flax and also the implementation of pasture cattle
raising objective, that is, beef cattle, which is an alternative that becomes safer from the point
of view that one does not have so much loss when the makes it favorable and has been used in
many production systems in RS.
Very little of the total area of soybeans sown in the summer is cultivated with wheat,
oats, barley, rye, millet, linseed and canola, leaving many acres without income. In this
context, there is an opportunity to integrate grain production in the summer with livestock
activities, which could be carried out in areas that remain fallow or those that are only
occupied by cover crops during the winter.
The objective of this work is to discuss production systems that can improve the
conditions of income generation through the production of pasture for beef cattle, their
8

management and also management that do not negatively influence the subsequent summer
production

Key words: cattle, pasture, winter.


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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.................................................................................................................10

2 REVISÃO DE LITERATURA......................................................................................12

2.1 A integração grãos-pecuária no RS................................................................12

2.2 Alternativas forrageiras para pastagens de inverno no RS........................14

2.2.1 Aveias......................................................................................................16

2.2.2 Azevém....................................................................................................17

2.2.3 Centeio.....................................................................................................18

2.2.4 Ervilhaca.......................................................................................... ................18

2.2.5 Trevo Branco...........................................................................................19

2.2.6 Trevo Vermelho.......................................................................................22

2.3 A INTEGRAÇÃO LAVOURA PECUÁRIA RELACIONADA COM A

AGRICULTURAFAMILIAR.........................................................................................

...................................??

2.4............................................................................................................................??

CONCLUSÃO....................................................................................................................??

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................??
10

INTRODUÇÃO

Integração Lavoura-Pecuária (ILP) é uma denominação coloquial e refere-se a


sistemas de produção que planejam associações de cultivos agrícolas e produção animal com
objetivos de explorar propriedades emergentes decorrentes deste conceito de produção. Estas
explorações estão longe serem tecnologias novas; seus preceitos há muito de certa forma
estão em uso. Mas ela vinha sendo preterida em relação a sistemas especializados de produção
decorrentes da Revolução Verde. Não obstante, o conceito de integração recentemente retoma
força – no RS e no Brasil – devido à ineficiência dos atuais modelos de produção pecuários e
agrícolas. A pecuária, por exemplo, não tem sido hábil em transformar em renda os amplos
espaços que ocupa, e ainda tem sido responsabilizada por impactos ambientais, dentre eles o
aquecimento global. Já a agricultura tem sido notabilizada pelo alto risco operacional dos
sistemas baseados na monocultura, e pelos temores ambientais e econômicos trazidos por uma
atividade que é, via de regra, intensiva, essencialmente ba seada em tecnologia de insumos,
descompromissada com impactos ambientais e de baixa diversificação. (CARVALHO et
al.,2011).
Os muitos requisitos e várias indagações que se relacionam nas questões que falam
sobre a associação entre lavouras, principalmente de grãos e pastagens, sistemas de produção
vegetal, tanto de grãos no verão, quanto nas pastagens no inverno e também produção animal
representam interesse na maior parte das regiões do mundo. As mais diferentes opções de
sistemas de produção e sua concepção de ocupação do solo, de tipos de pastagens e de
culturas em nível espacial e temporal, permitem sim alavancar níveis elevados de
produtividade e minimizar os impactos ambientais negativos, e também impactos negativos
em termos de produtividade em culturas subsequentes e consequentemente fatores de
sustentabilidade ligados à intensificação agrícola. Em sistemas de produção onde se conduz
pastagens de uma forma menos intensificada no sentido de densidade animal por área e
melhor aproveitamento e relação de ciclagem de nutrientes, o que faz com que ocorra menor
perda de nutrientes, tanto por lixiviação por escorrimento e volatização para atmosfera, assim
ocorre uma união entre biodiversidade vegetal, animal e microbiana, que participam na
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dinâmica da matéria orgânica e mantém a qualidade do solo(também ajudando na questão de


escorrimento superficial).

Desta maneira, a Integração Lavoura-Pecuária tem sido, de acordo com diversos


produtores da região sul do Brasil, uma ótima opção de sistema de produção onde se pode ter
como objetivo final, de uma maneira consorciada, intensificação e utilização de suas áreas em
todo ano e sustentabilidade. O que deixa todos esses sistema com essas características
conservacionistas é o plantio direto, as corretas praticas de manejo, o uso eficiente de
adubação e a utilização da pastagem em intensidades de pastejo moderadas e também a
lotação de animais moderada. Sistemas de rotações com soja e milho, intercaladas a fases
pastoris, com um sinergismos de pastagens traz benefícios de reciclar nutrientes de forma
mais eficiente e em muitos casos e relatos benefícios na questão de manejo com pragas,
doenças e plantas daninhas.

A eficiência tão desejada do ponto de vista de nível econômico e sustentável vem


através do menos insumo utilizado (em muitos casos), melhor aproveitamento do uso do
maquinário e dos funcionários ou então mão de obra familiar, melhor liquidez dos produtos
comercializados, menor risco e maior agregação de renda. O resultado final, em nível de
sistema, é maior que a soma das contribuições das tecnologias individuais; um sinergismo que
resulta em benefícios econômicos e ambientais, produção de alimentos seguros e
sustentabilidade na produção. Nesse sentido, a percepção vigente é a de se tratar de raro
sistema de produção, onde o dilema produção versus conservação tem solução compatível
com as atuais demandas da sociedade.

O objetivo deste trabalho é discutir sistemas de produção que utilizam integração


lavoura pecuária, onde se utiliza grãs (soja e milho) no verão e pastagens para produção de
bovinocultura de corte no inverno, ou seja, os manejos e opções destas pastagens nesse
período.
12

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 A INTEGRAÇÃO GRÃOS-PECUÁRIA NO RIO GRANDE DO SUL

No Rio Grande do Sul, a ILP é difundida como alternativa as rotações de cereais de


verão. É proposta para o uso eficiente da área no período da entressafra, diversificando a
propriedade, diminuindo o risco da lavoura e melhorando o solo. Na safra 2013/2014, as áreas
com soja, milho e arroz ocuparam cerca de 7,2 milhões de ha no Rio Grande do Sul. A elas
sucederam 1,3 milhões de ha de lavouras de inverno; as lavouras de trigo (1,1 milhão de ha)
se constituindo na quase totalidade das áreas ocupadas no inverno. Estimativa das áreas de
lavoura de verão que são ocupadas com pecuária no inverno são controversas, mas é notório
que ficam areas em pousio no inverno(sem qualquer ação, vindo cobertura vegetal ao natural)
ou, mais frequentemente, que permanecem com cobertura vegetal visando à produção de
palha para as lavouras de verão(semeadura de culturas de inverno para posteriormente serem
dessecadas e feita então, no verão, a produção de grãos), esta última é massa vegetal nobre,
pois muitas das áreas são cobertas por forrageiras de inverno que poderiam ser convertidas em
renda, por exemplo, carne e leite, sem prejuízo a lavoura, como demonstram vários resultados
de pesquisa. Nisto reside a principal oportunidade da tecnologia ILP ser aplicada no RS.
(CARVALHO et al.,2011).

O manejo das pastagens é o ponto-chave na proposta de exploração desses sistemas de


produção integrada. É necessário entender o crescimento vegetal e animal e como as práticas
de manejo da pastagem afetam esses processos. O manejo das pastagens está embasado na
administração de dois processos que aparentemente são conflitantes: por um lado, as plantas
forrageiras necessitam de folhas para crescer, e, por outro, os animais necessitam das folhas
para se alimentar. A quantidade de forragem disponível é determinada por vários fatores, e um
componente muito importante nesse contexto envolvido no manejo dos animais é a
intensidade de pastejo. (SILVA et al., 2011).
A ILP é um exemplo de atividade que pode fazer com que os adotantes dessa pratica
se insiram economicamente no mercado, mas pra isso precisa muito conhecimento para se
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obter sucesso em tal pratica, caso consiga ter sucesso resultará em melhor aproveitamento no
uso de recursos da propriedade e resultara em maior rentabilidade por hectare, além de ser
uma prática mais sustentável, melhorando a qualidade do ambiente de produção.

É um sistema de produção que precisa ser gerenciamento in loco com pessoas


presentes no dia a dia e ao mesmo tempo planejamento estratégico-teorico a longo prazo, e
precisa partir do pressuposto de harmoniar atividades de animai e com as plantas forrageiras e
plantas de lavoura elevando aspectos produtivos e ao conservacionistas

Quando se trabalha com pastagens (pressupondo a existência de animais) e culturas, há


dois sistemas biológicos distintos atuando, ou seja, o crescimento e o desenvolvimento das
plantas forrageiras estão em função das condições de meio ambiente e o crescimento e
desenvolvimento dos animais ocorre em função do meio ambiente e da forragem produzida e
disponibilizada a eles. A introdução da pastagem no sistema representa um degrau a mais na
escalada de uma agricultura agroecologicamente sustentável, pois permite uma diversificação
de oportunidades agrícolas de forma mais elástica e contrastante. Com isso o proprietário fica
distanciado dos riscos inerentes aos modelos baseados somente nos cultivos de culturas
agrícolas, independente do tamanho desta propriedade e das diferentes condições
edafoclimáticas em que se encontra.(Silva et al., 2011)

Além de aspectos técnicos, existem benefícios sócio-economicos como um fluxo de


caixa mais amplo, muito necessário principalmente para agricultores familiares. No momento
que há diversificação, conseguimos conciliar rendas em diferentes épocas de ano com vendas
de animais e venda de grãos, por isso não se deve ter olhar antagônico e priorizar uma ou
outra, deve-se harmonizar para conseguir se extrair ao máximo do sistema, no momento que
se prioriza uma atividade, aspectos técnicos de outra atividade são deixados de lado e assim a
média geral vai ser comprometida.

O produtor não é um agente passivo que apenas recebe tecnologias, mas alguém que
também faz inovação. É necessário que todos os atores estejam capacitados, treinados e
monitorados não só do ponto de vista técnico, mas também do ponto de vista de aceitação e
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adoção do processo participativo de geração das tecnologias e como elas interferirão nos
aspectos econômicos e sociais dos mesmos e no crescimento da região. Nesse aspecto, a
inclusão do conceito de indicadores de desempenho adquire importância fundamental no
processo de educação e desenvolvimento dos atores e da região. (Silva et al., 2011)

2.2 ALTERNATIVAS FORRAGEIRAS PARA PASTAGENS DE INVERNO NO RIO


GRANDE DO SUL

As espécie que tem-se destacado na questão de produção de matéria verde e também


de semeadura nas pastagens anuais de inverno ficam por conta do azevém (Lolium
multiflorium L.) e da aveia preta (Avena strigosa Scherb) e/ou misturas de forrageiras
(azevém + aveia + trevo). O azevém é o grande utilizado por que a capacidade de
ressemedura natural na época do inverno é muito facilitada em bancos de sementes
grandes, é uma espécie bastante rustica na questão de resistência a doença, bom potencial
de produção de produção de sementes viáveis que perduram facilmente ao longo do tempo
em relação a outras espécies forrageiras de inverno, porém por outro lado existe a questão
da resistência a muitos modos de ação de herbicidas podendo se tornar assim o controle
muito difícil, consequentemente se tornando uma planta daninha na hora de se produzir
grãos, talvez por isso e por outras qualidades, a aveia preta por sua vez, apresenta uma
área de cultivo superior à do azevém no sul do Brasil, sendo a espécie preferida em áreas
com integração lavoura-pecuária, em razão do ciclo de produção mais curto que não
interfere na época de cultivo de lavouras de verão, a mistura de aveia preta e azevém
apresenta elevado potencial de produção animal, quando se utilizam manejo adequado e
elevada adubação nitrogenada.
As culturas de proteção de solo e de adubação verde, tais como aveia-preta,
ervilhaca e serradela, são forrageiras de alta qualidade, capazes de permitir ganhos de peso
superiores a 1 kg/novilho/dia, e também contribuem para armazenar água no solo, para
diminuir a amplitude térmica e, principalmente, para melhorar o controle de plantas
15

daninhas (ROMAN; VELLOSO, 1993).A ervilhaca, além disso, recicla e incorpora N ao


sistema.
O triticale tem demonstrado resultados promissores na produção de grãos em
algumas regiões do Rio Grande do Sul e do Paraná, destacando-se pela sua rusticidade e
produtividade, pelo grande potencial de adaptabilidade para as condições brasileiras e pela
alta produção de forragem e produção animal (Roso Et al., 1999).
Já o centeio destaca-se pelo crescimento inicial vigoroso, pela rusticidade e pela
resistência ao frio, à seca e à acidez do solo (BAIER, 1994). No entanto, são poucas as
informações sobre o potencial de produção animal.
Abaixo(na tabela 1) esta representada as principais forrageitas de inverno que vamos
elucidar neste trabalho com sua época de semeadura indicada e depois da mesma um pouco
sobre suas características e suas qualidades.

Tabela 1. Espécies forrageiras anuais de inverno.

Época de Massa Proteína Cultura


Semeadura Seca(ton Bruta (%) Sucessora
/ha) Indicada
Aveia branca Abr-maio 5-8 12-15 Soja-milho-feijão
Aveia preta Mar-jun 5-8 12-15 Soja-milho-feijão
Azevém Mar-jun 3-7 13-17 Soja-feijão
Centeio Mar-maio 5-7 12-15 Soja-milho-feijão .
Ervilhaca Mar-abr 2-3 20-24 Milho
Trevo branco Mar-set 3-5 21-25 Milho
Trevo vermelho Mar-maio 3-4 21-25 Milho Fonte: Carlos,2014
Cornichão Mar-maio 3-4 21-25 Milho 2.2.1 Aveias

Existem inúmeras espécies de aveia, porém, no Brasil, são cultivadas e apenas as


aveias branca (Avena sativa L.) e preta (A. strigosa Schieb). As aveias são plantas anuais que
concentram seu desenvolvimento nos meses mais frios do ano. As brancas distinguem-se das
pretas por apresentarem colmos mais grossos e folhas mais largas. Os grãos da primeira são
em geral maiores e de coloração branca ou amarelada, enquanto os da segunda, além de serem
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menores, apresentam cores que variam do branco ao preto. A quantidade de sementes


recomendada para a implantação da cultura é de 350-400 sementes aptas por m2, sendo
utilizados 60-80 kg/ha de sementes. O espaçamento recomendado é de 17-20 cm, sendo as
sementes depositadas à profundidade de 2-4 cm. (Carlos et al.,2014).

A aveia preta é mais rustica, tem grande capacidade de perfilhamento, desenvolve-se


bem em solo pouco fértil, tem relativa resistência a seca, pragas e doenças em relação a
branca, geralmente é utilizada como recobrimento do solo, ou seja, adubação verde quando o
pastejo não e o objetivo, pois o recobrimento é rápido, sendo até que ser feitos manejos de
dessecação para não se ter problemas de rebrotes indesejáveis em outras cultuas, é cultivada
em rotação de culturas de verão como soja e milho, é muito semeado para se quebrar ciclos de
doenças no trigo. (livro verde adubação verde).

A soja, quando semeada em sucessão à aveia, é beneficiada por ser menos prejudicada
por Rhizoctonia e Sclerotinia. O trigo, em rotação com a aveia, tem menor incidência de
doenças radiculares como a podridão, comum de raízes, e o mal do pé (Santos et al., 1990).

A aveia branca, em comparação com a preta, é mais exigente em fertilidade do solo.


Ambas podem apresentar suscetibilidade ao vírus do nanismo amarelo da cevada (VNAC) e à
helmintosporiose. Com relação às ferrugens, a aveia preta é mais suscetível à ferrugem do
colmo, e a branca, à ferrugem da folha. Entretanto, o grau de resistência a estas doenças é
variável entre cultivares.(Machado, 2000).

2.2.2 Azevém

O azevém anual (Lolium multiflorum Lam.) é uma gramínea originária do


Mediterrâneo, considerada altamente adaptada às condições edafo-climáticas do sul do Brasil.
Por ser de clima temperado, é muito utilizada na região sul do Brasil durante o inverno como
fonte de alimento pararuminantes em geral, uma vez que possui elevado valor nutricional
(MORAES, 1995).
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É uma das pastagens, como citado anteriormente mais semeadas no Rio Grande do
Sul, tanto para produção de sementes para semeadura em outras áreas, quanto para adubação
verde e ou pastejo para animais, é uma forrageira que tem alta aceitabilidade pelos bovinos
pela sua palatibildiade, contém elevado teor de proteína, alta digestibilidade e composição
mineral equilibrada. Tem um potencial de produção de 20 a 30 toneladas por hectare de
fitomassa verde e 2 a 6 toneladas de massa seca, são necessárias na media uma semeadura de
25 a 30 kg quilos por hectare.

O azevém é de rota metabólica C3, que apresenta boa produção de forragem e


capacidade de rebrote, adaptando-se muito bem ao pastoreio e a excessos de umidade. É uma
planta cespitosa, que pode crescer até 1,20m, e alcançar, em média, 0,75m de estatura, forma
touceiras de 0,4 até 1m, possuindo colmos eretos e compridos, já a inflorescência é do tipo
dística, ereta, com 15 a 20cm de comprimento, com espiguetas multifloras, protegidos pela
palha, onde se encontram três estames e o pistilo. É uma forrageira de inverno, muito
agressiva que perfilha abundantemente cobrindo o solo. O seu crescimento inicial é mais lento
que o das aveias e o centeio, porém é bem mais rústico. Resiste bem ao pisoteio intenso e ao
frio, desenvolvendo bem somente durante o inverno. Não resiste aos verões intensos
(Fontanelli et al., 2003).

2.2.3 Centeio

É planta anual de inverno, cespitosa, de 1,2 a 1,8 m de altura, quase glabra. Possui
colmos cilíndricos eretos e glabros. As folhas são lineares, de coloração verde-azulada com
lígulas membranosas (Figura 2.4) e com aurículas pequenas. A espiga de centeio é densa e
tem de 0,05 a 0,20 m de comprimento (CALEGARI, 1992).
18

O centeio é muito rustico podendo ser cultivado em diferentes tipos de solo e níveis de
fertilidade e também tolera bastante a diferença de temperatura, principalmente na época
vegetativa, destaca-se pelo crescimento inicial vigoroso e resiste muito bem ao frio, à acidez
do solo, ao alumínio tóxico e a doenças, possuindo sistema radicular profundo e agressivo,
capaz de absorver nutrientes indisponíveis a outras espécies. É o mais eficiente dos cereais de
inverno no aproveitamento de água, pois produz a mesma quantidade de massa seca com
apenas 70% da água que o trigo requer por exemplo. (BAIER, 1994).

Quando se utiliza baixa densidade de animais pode-se ser uma ótima alternativa para
adubação verde, e seu manejo é feito quando o grão esta na fase leitosa, pode ser feito
dessecação com herbicidas e ou então rolo-faca, como seus resíduos são bastante fibrosos
(bastante lignina), ele perdura mais tempo no solo sendo assim um aspecto muito bom no
plantio direto. Possui boa capacidade de reciclar nutrientes, principalmente fósforo e tem um
sistema radicular bem agressivo.

São produzidas de 20 a 30 toneladas de massa verde e 2 a 4 toneladas por hectare e sua


semeadura ficara na média de 30 quilos de sementes por hectare.

2.2.4 Ervilhaca

Leguminosa anual de inverno, de hábito indeterminado e trepador, glabra, de


coloração verde-clara. O caule pode atingir de 0,30 m até 2,00 m de comprimento; é flexuoso,
estriado, simples ou quase simples. (DERPSCH; CALEGARI, 1992).
É uma planta de clima temperado, anual e precoce, com razoável desenvolvimento em
clima subtropical. Destaca-se por possuir certa rusticidade, apresentando rápido crescimento
inicial e elevada capacidade de cobertura de solo. Essa planta pode ser aproveitada como
adubação verde, na melhoria da fertilidade do solo, como fonte de nitrogênio, como forragem
verde, feno, silagem na alimentação animal. Como as demais leguminosas, necessita de
inoculante específico que diga-se de passagem é muito difícil no mercado pois a mesma não é
cultivada de forma muito ampla atual no RS e de certa forma em todo o Brasil.
(DERPSCH;).As plantas da ervilha-forrageira desenvolvem-se mesmo com ocorrência de
geada, desde que não frequentes e prolongadas. Temperatura amena é favorável ao
19

desenvolvimento vegetativo e durante a fase de maturação. A planta adapta-se a solos de


textura argilosa, porém mostra melhor desenvolvimento de raízes em solos arenosos ou
francos, bem drenados e soltos. Prefere solos bem providos de matéria orgânica e pouco
ácidos. Normalmente tem respondido à aplicação de nitrogênio, de fósforo e de cálcio
(DERPSCH; CALEGARI, 1992).
A época de semeadura da ervilha-forrageira abrange o período de abril a junho. Pode
ser estabelecida por plantio direto, o espaçamento mais indicado entre linhas é de 17-20 cm e
a densidade será entre 15-18 sementes lineares, uma profundidade não maior de 4 cm, com
isso a densidade na media ficara em torno 80 a 90 quilos por hectare. Quando consorciada,
usam-se 40 a 45 quilos por hectare.

2.2.5 Trevo Branco

Pode ser considerada planta bienal, renovando-se pela emissão de estolões a cada
estação de crescimento ou anualmente por ressemeadura natural quando há períodos de seca
drástica durante o verão (BALL et al., 2007). O trevo-branco é uma leguminosa perene e
estolonífera. Suas folhas são compostas por folíolos ovais e glabros, com margens denteadas e
mancha esbranquiçada em forma de meia lua na face superior da folha. A inflorescência é um
capítulo com muitas flores (50 a 200) brancas ou rosadas. Possui sementes muito pequenas de
cor limão-pálido, com 1 a 1,5 mm de comprimento e 0,9 a 1,0 mm de largura. Há
aproximadamente 1.374.000 a 1.764.000 sementes por kg (Pederson, 1995).

O trevo branco é muito cultivado no mundo e no RS não é diferente. É a leguminosa


forrageira de produção invernal mais usada para pastejo direto, em associação com gramíneas
(BALL et al., 2007). É planta típica de clima temperado, e temperaturas elevadas a
prejudicam. Consegue ter desenvolvimento muito bom em solos neutros. É razoavelmente
tolerante à geada e vegeta bem à sombra. A temperatura adequada para o crescimento está
entre 20 e 25ºC. De forma geral, apresenta um crescimento mais lento do que as gramíneas de
clima temperado em temperaturas abaixo de 10ºC, e mais rápido em temperaturas acima de
20ºC.
20

Tem capacidade boa de adubo verde pois produz abundante e densa folhagem. No
inverno as folhas são menores do que na primavera e no verão. É ótima restauradora de solo,
com grande capacidade de fixação de nitrogênio atmosférico.

O trevo branco é uma planta que se adapta à maioria dos solos, baixos ou altos, desde
que úmidos ou sujeitos a regime de precipitações pluviais adequados. É indicado que o pH
seja superior a 6,0, em termos de fertilidade, ela é muito exigente quanto à correção da acidez
do solo, pois não tolera alumínio e suas exigências em fósforo também são elevadas. Portanto,
é uma espécie cuja utilização só é recomendada quando o solo for de alta fertilidade natural,
ou esta seja corrigida conforme recomendação da análise do solo. Segundo Bailey e Laidlaw
(1999), o aumento do pH do solo de 5,4 para 6,1 resultou na duplicação da produção do trevo-
branco. Pode apresentar, ainda, baixa nodulação em solos muito ácidos. Porém, desde que as
plantas estejam efetivamente inoculadas, o trevo-branco persiste e produz bem. A baixa
nodulação ocorre devido aos efeitos tóxicos do alumínio e manganês sobre a multiplicação do
Rhizobium (Wood et al., 1984). Daí a preocupação com a correção da acidez do solo. Além
disso, em baixo pH a deficiência de molibdênio pode impedir a formação do complexo
enzimático que é essencial para a fixação do N2 (During et al., 1960).

O trevo branco é aparentemente bem aceito por animais em todas as estações do ano e
com rendimento de forragem elevado. É tolerante ao pastejo e ao pisoteio, produzindo
forragem de valor nutritivo elevado que resulta em ganho de peso também elevado (BALL et
al., 2007). É agressivo em condições de clima e solo favoráveis, competindo com vantagens
sobre as gramíneas componentes da pastagem, tendendo a dominância (Figura 11.2 e 11.3). É
aconselhável consorciar com gramíneas e mantê-las em proporções elevadas, mínimo de 60%
de forragem na base seca, para evitar problemas de timpanismo (BALL et al., 2007).

No primeiro ano da pastagem, geralmente, forma ramificação em setembro e se


enraíza em outubro. Decorridos 3 a 4 meses a partir da semeadura, as ramificações enraizadas
irão originar estolões, que se tornam independentes, emitindo novos estolões das gemas
axilares, formando um sistema secundário e terciário, expandindo-se pela área e perenizando
a planta. O pastejo deverá ser iniciado quando as plantas estiverem 0,20 a 0,30 m acima do
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solo, deixando- se as plantas com pelo menos 10 cm de altura para posterior rebrote. O
pastejo deve ser iniciado quando as plantas formarem uma cobertura de solo uniforme. Como
apenas as folhas são forrageadas, o trevo branco oferece alimento muito protéico. O trevo
branco pode produzir até 5,0 toneladas de matéria seca por hectare.

O trevo branco compõe pastagens perenes de inverno e de verão. Em estimativas de


desempenho animal nessas pastagens, o GPV anual variou de 300 a mais de 760 quilos por
hectare.

A época de semeadura desta leguminosa deve ser de março a junho, com 2 a 4 kg.ha-1
de sementes. A profundidade de semeadura deve ser de 1,0 a 1,5 cm, sob uma leve, mas firme
camada de solo, devido ao minúsculo tamanho das sementes. Quando semeado visando a
produção de sementes deve-se utilizar cerca de 3 kg.ha-1 em fileiras espaçadas entre 30 e 45
cm (Laidlaw, 1978). Quando em consorciação gramínea/trevo, para reduzir a competição, a
gramínea deve ser semeada com a metade da recomendação para um pasto exclusivo. Pode
ser consorciado, por exemplo, com azevém, trevo-vermelho e cornichão. Como a gramínea é
a componente com produção mais elevada na consorciação, a escolha da mistura é feita
geralmente com base nela. Segundo Fothergill e Davies (1993), as cultivares de azevém
tetraplóides são mais compatíveis na consorciação do que as cultivares diplóides devido a
uma menor capacidade de perfilhamento.

Obrigatoriamente, como para todas as demais leguminosas forrageiras de clima


temperado, as sementes devem ser previamente inoculadas com rizóbio específico e
peletizadas. Para facilitar sua distribuição se pode misturar as sementes inoculadas e
peletizadas com azevém ou até mesmo com adubos, desde que não contenham nitrogênio e
sua concentração em potássio seja baixa. Em qualquer caso, somente fazer a mistura no
momento da semeadura.

Tem estolões próximo ao solo é o que faz ser resistente a desfolha, e os brotos que vao
formar novos pontos de crescimento ficam protegidos do pastejo. Além disso, seu arranjo
foliar permite que, mesmo sob pastejo intenso, haja área foliar que permita a interceptação de
22

luz necessária ao seu crescimento. Em consorcio com outras pastagens pode ocorrer excessos
de trevo-branco por sua abundancia de folhas e sobreamento de outras culturas e podem ser
corrigidos aliviando-se a carga animal e, ou adubando estrategicamente a gramínea com
nitrogênio.

Comparado com as gramíneas, o trevo-branco tem baixo conteúdo de carboidratos


solúveis em água e de massa seca, e um elevado teor de proteína. Para melhorar a qualidade
da silagem devem ser realizados os seguintes procedimentos: cortar a forragem no campo com
o objetivo de provocar um pré-murchamento e, com isso, aumentar a concentração de
carboidratos solúveis, além de, picar a forragem para ajudar à liberação dos açúcares e a
compactação no silo. No feno é importante tentar evitar a perda de nutrientes da folha do
trevo durante o processo de corte (Bax e Browne, 1995).

2.2.6 Trevo Vermelho


O trevo-vermelho é uma leguminosa de ciclo bienal, ereta, que alcança até 80 cm de
altura. As folhas são trifoliadas, pubescentes e alternas, com uma mancha pálida, em “V”
invertido, na parte ventral dos folíolos. Os caules às vezes enraízam nos nós quando em
contato com a superfície úmida do solo. O trevo-vermelho é uma planta com caules erguidos
ou decumbentes, podendo apresentar raízes adventícias ao lado da raiz pivotante. A raiz pode
estender-se a um metro ou mais de profundidade. Possui inflorescência sobre uma ou duas
folhas normais com estípulas dilatadas. As inflorescências consistem de um capítulo com
numerosas flores cor-de-rosa ou roxas, normalmente 125 flores por inflorescência. A
polinização cruzada é realizada com a ajuda de abelhas, que são os principais agentes
polinizadores dos trevos. As vagens contêm uma ou duas sementes na cor amarela, marrom ou
roxa, medindo cerca de 2 a 3 mm de comprimento (Taylor e Smith, 1995).

Trevo vermelho é intensamente cultivado nos países de produção pecuária, por ser
rústico, palatável e nutritivo. Admite múltiplos aproveitamentos, como corte, pastejo direto,
fenação e adubação verde (BALL et al., 2007). Sua grande importância advém da
produtividade e valor nutritivo elevados, semelhante ao da alfafa. Trata-se de espécie de
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extrema importância para o Estado do Rio Grande do Sul, principalmente na região do


Planalto e nos Campos de Cima da Serra. Consorcia-se bem com azevém, com aveia preta,
com centeio e com festuca. Embora com adaptação ampla no Rio Grande do Sul, as regiões
preferenciais são aquelas com clima mais ameno como a Encosta do Nordeste, Serra do
Sudeste e nos solos profundos da Campanha. É uma planta que apresenta boa produtividade
em solos semi-profundos, drenados e de boa fertilidade. Desta forma, os solos argilo-
arenosos, com razoável teor de matéria orgânica, são os mais indicados. Embora menos
exigente em fósforo que o trevo-branco, é particularmente intolerante a baixos níveis deste
nutriente (Taylor e Quesenberry, 1996).

Em cultivo singular o trevo-vermelho produz de 8 a 10 toneladas por hectare de massa


seca, podendo chegar entre 15 e 23 toneladas por hectare com irrigação. A produção de
forragem normalmente declina com o avanço da idade da pastagem. Trabalhos realizados na
Europa com duração de três anos registraram produções de 9 a 18, 9 a l5 e 4 a 14 toneladas
por hectare. É uma espécie de rápido crescimento e em 90 dias pode ser usada em com
cuidado, pelo risco de timpanismo, mantendo-se resteva de 10 cm e iniciando o pastejo
quando as plantas tiverem altura de 30 cm (Laidlaw e Frame, 1988).

Pode ser semeado de abril ate final de maio Pode ser estabelecido sob plantio direto. A
quantidade de semente varia de 8 a 10 quilos por hectare. Quando consorciado, podem ser
usados de 6 a 8 quilos por hectare de semente. O peso de 1.000 sementes é de
aproximadamente 2,0 g. A semente deve ser colocada à profundidade de 1,0 cm. Pode ser
estabelecido a lanço após a cultura de trigo ou de aveia preta + ervilhaca.

O trevo-vermelho não suporta pastejo intenso e quando a isto é submetido torna- se


dominado por outros componentes da consorciação. Entretanto, em regime de pastejo leve
acaba reduzindo o desenvolvimento das outras espécies. A pastagem formada com esta
leguminosa, observados os cuidados principais, tais como época de semeadura e preparo do
solo, adubação e manejo eficiente, permite iniciar o pastejo em 90 dias, desde que as plantas
atinjam uma altura mínima de 15 a 20 cm. Quando consorciada com azevém tem como
potencial ser aproveitada por, no mínimo, 150 a 180 dias no ano. (Sheldrick et al., 1986)
24

Pelo seu porte ereto, grande volume de massa e intolerância a desfolhações freqüentes
sua utilização é indicada para corte, possibilitando excelentes produções de feno ou silagem e
permitindo substituir com vantagens econômicas os concentrados, podendo atingir produção
de 4 toneladas de feno.

Mesmo apresentando índices baixos de matéria seca e carboidratos solúveis, uma boa
silagem de trevo-vermelho pode ser feita utilizando aditivo eficaz, picando e realizando o
murchamento da forragem antes da ensilagem (Collins, 1982).

2.3 A INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRA RELACIONADA COM A


SUSTENTABILIDADE
O sistema de produção que faz integração lavoura de grãos, pastagens para engorda de
animais num processo completo em termos sustentáveis ambientalmente é aquele que
consegue se aproximar de diversificações microbiológicas no solo no agroecossistema em que
ele esta incluindo, ou que pelo menos, esteja sempre buscando esse ideal, apoiando-se ao
máximo sobre os mecanismos naturais de reciclagem e diminuindo muito insumos externos,
mantendo produtividade de carne, grãos e massa verde. Desse jeito, palavra integração tem
um grande significado e importância nesse sistema que engloba varias atividades, em outras
palavras pode-se dizer que todas as suas atividades estão ligadas a um meio que esteja em
sintonia com o seu ambiente; para que isso ocorra precisa respeitar as regionalidades do seu
agroecossistema, harmonizar a atividade microbiológica do solo, os efeitos do clima e saber
respeitar também as consequências deles(manejar densidade de população de animais de
acordo com o clima por exemplo), saber os efeitos positivos da micro ;médio e macro fauna, e
obviamente também utiliza ferramentas como plantio direto, fertilizantes químicos, insumos
para correção do pH e inseticidas, fungicidas e herbicidas(biológicos e químicos) na medida
em que seus efeitos estejam em harmonia com os mecanismos naturais.

O ILP seria um sistema mais pró característico de cada propriedade, que respeita mais
o meio ambiente(na verdade todo sistema que integra mais praticas é na verdade mais
respeitoso com o meio ambiente, e consequentemente mais sustentável), no campo, podemos
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perceber exatamente isso nestas produções, onde encontramos características do sistema


integração lavoura-pecuária, pois nele, se explora ao máximo os recursos naturais, em
praticamente todos sistemas que se faz essas integrações conseguimos, após implementado,
fazer a reciclagem de todos os resíduos orgânicos das culturas agrícolas e das criações. Os
resíduos vegetais e dejetos dos animais restituem a superfície do solo, uma parte dos
fertilizantes que foram aplicados e os minerais extraídos e reciclados do subsolo através das
absorção das raízes, principalmente de culturas que tem características de adubação verde e
pastagem ao mesmo tempo.

Essa diversificação faz com que se use bem a terra, conservando solo e água, faz com
que se use muito bem o nutriente em suas diversas transformações no seu ciclo, que pode
servir tanto para produção animal, e depois através dos dejetos dos animais, ser transformado
e nutriente para pastagens e depois para lavoura de grãos e assim sucessivamente, em sai
mais afinada técnica ainda faz adições de fertilizantes para, no máximo, complementar os
aportes naturais, através de analises completas de solo, e nesta parte é muito importante a
utilização de laboratórios extremamente confiáveis para isso, precisa intercalar culturas
gramíneas e leguminosas, para uma boa utilização de N atmosférico (inoculação
extremamente importante).

O que nota-se que onde se tem mais sucesso, é quando existem explorações mistas ao
mesmo tempo, por exemplo, pastagens perenes onde se tem animais o ano inteiro, pastagens
de inverno, produção de milho, trigo e soja, na questão do milho, alguma coisa também e
destinada para produção de silagem para fornecer a animais para suplementação, a utilização
de sal mineral á bastante utilizado (insumo externo).

Estes processos são altamente intensificados, o que quer dizer que recursos humanos,
solo e agua, devem ser altamente esgotados antes de serem exportados para serem
transformados em produtos de venda, fazendo que seja exatamente isso o fator
sustentabilidade, por exemplo, um nutriente deve ser o máximo reciclado, para então ser
exportado para fora da propriedade em forma de grão. Por isso o conhecimento é essencial,
tanto empírico quanto teórico, e assim que o extensionista técnico e o produtor rural se
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completam, pois só com o conhecimento dos dois para saber o que realmente pode ser
aplicado na pratica, o que se gera na pesquisa.

Para agricultura familiar todos sabem que financeiramente é praticamente inviável


pagar para uma assistência técnica, e uma opção são grupos para buscar conhecimento através
de cooperativas, busca de ajuda em prefeituras, requisição da emater, barganha em insumos e
também formação de lotes maiores para venda de animais, enfim, a união seria o caminho
mais sensato para poder obter sucesso em suas respectivas propriedades.

2.4 PLANTIO DIRETO E A INTEGRAÇÃO LAVOURA PECUÁRIA

A adoção do plantio direto é palavra chave e obrigatoriedade quando se fala em ILP e


para que consigamos que se tenha ao médio e longo prazo, sustentabilidade econômica e
social, é imprescindível que se tenha boa cobertura de solo durante o ano todo; aporte
contínuo e abundante de biomassa vegetal; utilização de um sistema de rotação com plantas
capazes de melhorar o balanço de nitrogênio no solo através da fixação biológica e rotação de
culturas, incluindo culturas produtoras de grãos e forragem, e o mínimo revolvimento de solo.

Devido à necessidade de manutenção de grande quantidade de biomassa para assegurar


o bom uso do sistema de plantio direto, a implantação da integração lavoura-pecuária sobre
essas áreas pode parecer conflitante, uma vez que grande parte da biomassa da pastagem
produzida no inverno, que serviria de cobertura de solo para semeadura das culturas de verão,
será ingerida pelos animais. Entretanto, estudos comprovam que, se bem manejado, esse
sistema pode favorecer tanto a pecuária quanto a agricultura (ASSMAN, 2008).

Existem alguns pontos principais que servem como alicerce em alguns sistemas de
produção e no sucesso do sistema de integração lavoura- pecuária o ajuste da pressão de
pastejo ou frequência e intensidade de utilização da pastagem e adubação da pastagem como
na mesma importância como se fosse uma cultura de grãos. Fazendo manejos errados nestes
sistemas podemos fazer com que a palhada se reduza a praticamente zero e então começar a
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ter problemas no sistema de plantio direto, tanto em efeitos químicos, quanto fisicos. Um
exemplo muito comum disso é quando há muito animal em pouca área.

O que se deve dar atenção e condições para que as áreas pastejadas pelos animais
possam se recuperar e acumular biomassa vegetal para atingirem um nível de matéria seca
que permita a implantação das culturas de verão sobre uma quantidade adequada de cobertura
de solo ou manejar a pastagem para que esta possa ter um bom aporte de massa residual no
final do pastejo para o plantio das culturas de verão. Para uma boa manutenção de resíduo do
solo e um aporte de massa seca final (residual) mínimo para o bom manejo do plantio direto
sem prejudicar o sistema são necessários 2.000 kg/ha de matéria seca, aproximadamente, ou
seja, em torno de 15-20 cm de altura para o caso de pastagens de aveia e/ou azevém.
(ASSMAN, 2008).

2.4.1 Rotação de Culturas no Sistema Integração Lavoura-Pecuária

A rotação de culturas aumenta a dificuldade, complexidade, mão de obra e tempo a


fazeres que se dedica nas propriedades, precisa muito estudo e manejo a longo prazo e
utilização do solo e da propriedade como um todo, precisa ser visto cada gleba em separado e
suas características em separado para poder aplicar de melhor maneira cada manejo e
planejamento que melhor adequado for, por exemplo a escolha do sistema de rotação de
culturas no sistema integração lavoura pecuária deve se ter em foco especial a oferta de
forragem constante nas diferentes estações do ano.

É desejável alternar gramíneas e leguminosas quando se quer aumentar a cobertura do


solo com restos culturais ou elevar a disponibilidade de nitrogênio através da escolha de
espécies com relação carbono/nitrogênio baixa ou decomposição rápida.(ASSMAN, 2008).
Além disso, devem-se alternar plantas com sistemas radiculares que permitam maior
infiltração de água e a retirada de nutrientes da camada mais profunda do perfil do solo,
deixando-os na superfície após a mineralização da palha (GASSEN; GASSEN, 1996).
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A pesquisa tem-se mostrado mais positiva em relação a integração e muito vai ao


encontro que se manejado bem, tanto a cultura de grãos quanto a engorda de animais dão
resultado positivo.

A tabela a seguir mostra uma sugestão de rotação de culturas para um sistema de


produção que adota o sistema de integração lavoura pecuário.

Tabela 1. Sistema de rotação de cultura para cinco anos em sistema de integração


lavoura-pecuária no Noroeste Do RS

Utilizando rotação de culturas e intercalando diferentes espécies para diferentes


finalidades, uma hora ciclagem de nutrientes, outra hora espécies para melhorar a qualidade
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física do solo e ainda de forma sequencial, agrega diferentes tipos de resíduos, permitindo a
biodiversidade, melhorando a estrutura e aumentando a capacidade produtiva do solo.

No sistema integração lavoura-pecuária deve haver de forma positiva a utilidade dos


nutrientes nos sistemas, por que as exportações serão menores, pois os dejetos ficam na área e
assim os nutrientes vão sendo aproveitados e ciclo vai se reiniciando. A falta de cobertura e de
conservação do solo proporcionam degradação. Por outro lado, quando se tem palhada depois
do pasto e boa conservação do solo, consegue-se proteção em aspectos de lixiviação de
nutrientes e ganho em produtividade e sustentabilidade a longo prazo.

2.5 DESMITIFICANDO PISOTEIO ANIMAL E COMPACTAÇÃO DE SOLO

Solo é sistema tri fasico, composto por minerais e espaços que são ocupados por água,
ar, micro e microrganismos. Para se alcançar seu máximo potencial de produção, ele deve
apresentar espaços para abrigar microrganismos, armazenar água e ar e, desta forma, permitir
o adequado desenvolvimento das plantas.(ASSMAN, 2008).

Existe uma resistência de produtores de grãos que a entrada de animais e produção de


carne vai haver compactação de solo, com isso vai haver restrição no desenvolvimento
radicular das culturas e então, menor produtividade nos grãos produzidos subsequente a
engorda do gado. Porém que provoca a restrição ao desenvolvimento radicular, a normalidade
de macro e microporosidade e consequentemente a compactação de um solo não é somente e
exclusivamente a entrada de bovinos ou mesmo de um equipamento agrícola, ou se ainda foi
isso momentaneamente, é feito por que o solo esta propicio a isso. De certa forma entrada dos
animais, a densidade dos mesmos, o manejo animal, bem como o manejo do sistema de
produção, condução do plantio direto, da cobertura vegetal que se encontra sobre este solo é
que pode definir o resultado em que se vai ter ou não a compactação.
30

Frequentemente, os bovinos entram em áreas em pouca disponibilidade de forragens.


Em períodos de pouca oferta de silagem ou alimento em geral, principalmente, tende-se a
antecipar a entrada nas pastagens de inverno (aveia e azevém ou após a entrada dos animais,
muita densidade de animais. Esses procedimentos tendem a fazer que não se tenha cobertura
vegetal adequada. Isso faz com que o solo fica diretamente ao efeito dos cascos dos animais,
assim como ao impacto causado pelas gotas de chuva e pela entrada de equipamentos
agrícolas e assim a compactação.

Chegando ao solo, a gota da água da chuva vai ser escoada ou então ira adentrar no
macro e micro porosidades dos mesmos. O método de penetração é consequência da
estabilidade de arranjo do solo, sendo dois fatores importantes nesse processo: a porosidade
(espaço onde as raízes vão percolar) e a ausência de compactação.

Quando se tem matéria seca, verde, raízes vivas e morta constantemente e em


adequado estado de desenvolvimento e que inclusive não sofreram demasiado pastejo, faz
com que as raízes das mais diversas culturas(grãos, pastagens e cobertura verde) tenham um
efeito descompactador.

Deve-se lembrar sempre que as raízes, ao crescerem e posteriormente morrerem,


deixam espaços no solo chamados de canais preferenciais. Esses canais facilitam a infiltração
de água, reduzindo o processo erosivo e aumentando a capacidade de armazenamento de água
do mesmo, fazendo com que as plantas cultivadas fiquem menos suscetíveis a períodos de
estiagem.(ASSMAN, 2008).

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