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CAPÍTULO 1
VETORES
A noção de vetor, que muitos matemáticos e físicos, já discutiam há muito tempo atrás,
sua formalização com a Teoria do Cálculo Vetorial, é algo recente datado próximo ao final do século
XIV e início do século XX. Seu desenvolvimento da álgebra vetorial e da análise vetorial como
conhecemos hoje foi revelado primeiramente em um conjunto de notas de aula feitos por J. Willard
Gibbs (1839--1903) feito para seus alunos na Universidade de Yale. Gibbs nasceu em New Haven,
Connecticut (seu pai também foi professor em Yale) e suas conquistas científicas principais foram
em física, termodinâmica propriamente dita. Maxwell apoiava o trabalho de Gibbs em
termodinâmica, especialmente as apresentações geométricas dos resultados de Gibbs e concluiu
que vetores forneceriam uma ferramenta mais eficiente para seu trabalho em física. Assim,
começando em 1881, Gibbs imprimiu por conta própria notas de aulas sobre análise vetorial para
seus alunos, as quais foram amplamente distribuídas para estudiosos nos Estados Unidos, na
Inglaterra e na Europa. Ao introduzir as teorias de Maxwell sobre eletricidade e magnetismo na
Alemanha (1894), os métodos vetoriais foram defendidos e vários livros sobre análise vetorial em
alemão se seguiram. Os métodos vetoriais foram introduzidos na Itália (1887, 1888, 1897), na
Rússia (1907) e na Holanda (1903). Vetores agora são a linguagem moderna de grande parte da
física e da matemática aplicada e continuam tendo seu próprio interesse matemático intrínseco.
Grandeza Escalar: É toda grandeza que para estar bem definida é necessário caracterizar seu
módulo (quantidade) e uma unidade de medida.
Grandeza Vetorial: É toda grandeza que para estar bem definida é necessário caracterizar seu
módulo e uma unidade de medida, direção e sentido.
20N
2) Velocidade: A velocidade indica movimento de um corpo, assim, se um corpo possui uma
velocidade diferente de zero, este corpo está se deslocando com certa velocidade, numa
determinada direção e num determinado sentido. Por exemplo: uma velocidade de 12m/s
(metros por segundo), numa direção vertical com sentido para cima.
12 m/s
2 O Vetor
O vetor , tem o ponto A como origem e B é sua extremidade. Outras notações são
usadas para denotar o vetor , como: (sempre a origem primeiro e depois a extremidade) ou a
notação: (a extremidade menos a origem). Assim, podermos escrever: . O
vetor representado pelo segmento orientado (A,A) será chamado de vetor nulo e denotado por .
Para definirmos bem o vetor é necessário caracterizar seu módulo, direção e sentido.
Então:
Uma particularidade entre os vetores, e muito importante, é que vetores paralelos têm a
mesma direção. Na figura abaixo, os vetores têm a mesma direção (são paralelos), têm módulos
(tamanhos) diferentes, e têm o mesmo sentido e tem sentido oposto dos vetores e .
Vetores que têm o mesmo módulo, a mesma direção (paralelos) e o mesmo sentido são
chamados de vetores equivalentes. Na figura abaixo os vetores são equivalentes.
OBS: Existe uma definição muito mais ampla do conceito de vetor (não necessariamente
geométrica) que envolve uma gama bastante variada de objetos matemáticos como:
matrizes, conjuntos, funções, soluções de equações diferenciais, etc. Inicialmente,
trabalharemos apenas com o vetor como definido acima.
3.1 Adição: Considere os vetores e , cuja soma , é determinada da seguinte forma: Adotar
um ponto A qualquer e, com origem nele, traçar o segmento orientado (A,B) que representa o vetor
. Utilizar a extremidade B para traçar o segmento orientado (B,C) que representa o vetor
. O vetor representado pelo segmento orientado (A,C) é, por definição, o vetor soma de
com , isto é, , ou seja, .
A
C
Note que, a ordem em que se somam os vetores não altera o resultado, pois:
A
C
Este método para somar dois vetores é conhecido como "método da poligonal", o qual pode
ser aplicado para a soma de mais de dois vetores. Veja o exemplo a seguir.
Exemplo (1): Sejam os vetores como abaixo. Determinar e .
w
D
C D
A B
A
w
w
C
B
Propriedades da Adição.
O'
1) Comutativa:
2) Associativa:
3.2 Subtração: Considere os vetores . O vetor diferença entre , indicado por , é a soma
do vetor com o oposto do vetor , ou seja, .
A
B
OBS: Dados dois vetores , vamos determinar adição e a subtração , usando o método
do paralelogramo.
Assim, dados dois vetores quaisquer, não paralelos, eles determinam um paralelogramo
onde uma diagonal é e a outra . Isso é muito útil na resolução de problemas.
3.3 Multiplicação por Escalar: Seja qualquer vetor e . Então a multiplicação do número real
pelo vetor , denotado por , ou simplesmente por , é um vetor que satisfaz:
a) Se
b) Se , o vetor o caracteriza-se por:
• é paralelo a ;
• e são vetores de mesmo sentido se , e de sentidos contrários se ;
• .
Exemplo (3): Seja um vetor qualquer. Note que os vetores , representados abaixo, são
todos paralelos, ou seja, têm a mesma direção.
3.4 Soma de um ponto com um vetor: Dados um ponto P e um vetor , o ponto Q tal que o segmento
orientado (P,Q) é representante de é chamado soma de P com e indicado por (figura
abaixo). Em símbolos: .
Definição: O versor de um vetor , diferente do vetor nulo, denotado por , é um vetor unitário, ou
seja, , como mesma direção e sentido do vetor , definido por , ou de
escrevendo de outra forma .
Por exemplo: se o vetor tem módulo e o vetor tem módulo , então seus
versores são, respectivamente, e . Assim:
4. Ângulo entre dois vetores
O ângulo entre dois vetores , não nulos, denotado por , é o
ângulo entre os segmentos orientados que representam os vetores, com a restrição ,
quando os vetores são transportados para um ponto A, de tal forma que suas origens coincidam
com este ponto A.
B
A
C
u v
Vetorialmente .
Quando o ângulo entre dois vetores é 900, dizemos que eles são ortogonais.
Exemplo (4): Dois vetores , onde formam entre si um ângulo de 120o.
Determine o módulo de e .
Solução:
120o
60o
Exemplo (5): Seja um triângulo ABC. Mostre, vetorialmente, que o segmento que une os pontos
médios M e N de dois lados do triângulo é paralelo ao terceiro lado e metade do
comprimento deste. O segmento é chamado de base média do triângulo.
Solução: Basta mostrar que : . A operação produto por escalar conserva a direção, logo,
os vetores são paralelos.
B
M N
C
A
Exemplo (6): Três forças de mesmo módulo F e aplicadas no mesmo ponto P podem equilibrar-se?
Solução: Sim, desde que elas estejam defasadas de um ângulo de 120o. Aplicando a lei dos co-senos
para duas forças de mesmo módulo F, cujo ângulo entre elas é 120o, a resultante terá a direção da
bissetriz do ângulo entre elas e módulo igual a F, pois:
Portanto, a resultante é zero e as três forças estão em equilíbrio.
120o 120o
120o
OBS: Vetores coplanares são vetores que estão no mesmo plano, ou seja, existe um plano que
contém os vetores. A figura (a) ilustra a situações em os vetores são coplanares e a figura (b)
quando eles não são coplanares.
Operando-se geometricamente com vetores, obtém-se, como resultado, vetores que são
coplanares com os vetores operados, ou seja, os vetores operados e os vetores resultantes
estão no mesmo plano.
B C
N
M
A
D
A C
D
3) Demonstrar, vetorialmente, que o segmento que une os pontos médios dos lados não paralelos
de um trapézio é paralelo às bases e igual a sua semi-soma.
4) Demonstrar que o segmento que une os pontos médios das diagonais de um trapézio é paralelo
às bases e igual à semi-diferença das referidas bases.
5) As forças dispostas como mostra a figura, determinam um hexágono regular.
Determine o módulo da resultante dessas forças em função do módulo da .
Resp: