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ESTADO DO CEARÁ
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
GABINETE Exmo. Sr. JUCID PEIXOTO DO AMARAL

Processo: 0047993-36.2016.8.06.0034 - Apelação


Apelante: Imobiliária Torres de Melo Neto Ltda
Apelado: Renata Santos Araujo

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JUCID PEIXOTO DO AMARAL, liberado nos autos em 29/08/2018 às 12:19 .
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO INDENIZATÓRIA
DECORRENTE DE RELAÇÃO LOCATÍCIA. PRELIMINAR DE

Para conferir o original, acesse o site http://esaj.tjce.jus.br/esaj, informe o processo 0047993-36.2016.8.06.0034 e código E46AAD.
IMPUGNAÇÃO AO VALOR DA CAUSA REJEITADA E DE
INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO ACOLHIDA.
INAPLICABILIDADE DO CDC. RECURSO CONHECIDO
PARA ACOLHER A PRELIMINAR DE INCOMPETÊNCIA DO
JUÍZO DA COMARCA DE AQUIRAZ, MÉRITO RECURSAL
PREJUDICADO.
01.- Trata-se de Apelação Cível interposta por Imobiliária
Torres de Melo Neto Ltda inconformado com a sentença
de procedência proferida pelo Juízo da 1ª Vara Cível da
Comarca de Aquiraz na Ação de Reparação de Danos
Materiais e Morais proposta por Renata Santos Araújo.
02.- DA GRATUIDADE. O artigo 98 do CPC prevê que "a
pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com
insuficiência de recursos para pagar as custas, as
despesas processuais e os honorários advocatícios tem
direito à gratuidade da justiça, na forma da lei".
03.- DA INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO. Convém destacar que
a presente ação originou-se da relação locatícia existente
entre as partes, razão pela qual não cabe a aplicação do
CDC ao caso, devendo ser aplicada a regra do artigo 58, II
da Lei Inquilinária c/c art. 53, IV, a do CPC.
04.- Diante do reconhecimento da incompetência do juízo,
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restou prejudicada a análise meritória do presente


recurso.
05.- Recurso conhecido, para acolher a preliminar de
incompetência do juízo, restando prejudicado a análise
meritória do recurso.

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JUCID PEIXOTO DO AMARAL, liberado nos autos em 29/08/2018 às 12:19 .
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ACÓRDÃO: Vistos, relatados e discutidos estes autos, acorda a 3ª Câmara Direito
Privado do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, em conhecer do recurso para acolher
a preliminar de incompetência do juízo, restando prejudicado a análise meritória do
recurso, nos termos do voto do relator.

JUCID PEIXOTO DO AMARAL


Presidente do Órgão Julgador e Relator

RELATÓRIO

Trata-se de Apelação Cível interposta por Imobiliária Torres de Melo Neto


Ltda inconformado com a sentença de procedência proferida pelo Juízo da 1ª Vara Cível
da Comarca de Aquiraz na Ação de Reparação de Danos Materiais e Morais proposta
por Renata Santos Araújo.

Afirma a autora que celebrou contrato de locação junto a Imobiliária


requerida referente a um apartamento situado na Rua José Carlos Gurgel Nogueira, nº
211, apto 1504, Papicu.

Relata que no momento da assinatura do contrato, apontou a necessidade


de alguns reparos urgentes no imóvel (paredes descascando e sem pintura, móveis com
cupins, interruptores quebrados e quadro elétrico defeituoso), mas, apesar da insistência,
o proprietário só consertou o quadro elétrico, tendo a autora que efetuar os reparos por
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sua conta, no importe de R$ 1.051,57 (hum mil, cinquenta e um reais e cinquenta e sete
centavos).

Expõe ainda, que a síndica do condomínio entrou em contato informando


que a COELCE iria cortar a energia em razão de um débito pretérito (ano de 2015), razão

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pela qual buscou urgentemente a requerida para resolver a situação.

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Pugna pela concessão da justiça gratuita, bem como a condenação da
promovida em danos morais e materiais no importe de R$ 1.051,57 (hum mil, cinquenta e
um reais e cinquenta e sete centavos).

Acosta documentos às fls. 9/29.

Contestação às fls. 37/64, impugnando, preliminarmente: a justiça gratuita,


o valor da causa, incompetência do juízo, legitimidade passiva; no mérito, expõe que a
dívida da Coelce não era sobre o imóvel e sim sobre o titular da fatura, que a situação
apresentada pela autora está desvirtuada, pois assim que a empresa tomou ciência da
ocorrência, providenciou o imediato adimplemento, impedindo o 'corte de luz'.

Quanto aos danos materiais, noticia que nem todas as insatisfações da


locatária eram procedentes e que o proprietário do imóvel autorizou imediatamente a
substituição do quadro de energia, mas demais solicitações não se tratavam de
benfeitorias que impediam a utilização do imóvel, assim o fazendo não estão passíveis
de ressarcimento, nos termos que dispõe o parágrafo primeiro da Cláusula Quarta do
pacto locatício. Defende a inexistência de danos materiais e morais e que a autora está
agindo com litigância de má-fé.

Acosta documentos às fls. 65/74.


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Réplica às fls. 76/86.

Despacho saneador às fls. 88/91.

Petição informando a interposição de Agravo de Instrumento às fls.

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112/131.

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Memoriais do requerido às fls. 145/160, momento em que apresentou
exceção de suspeição.

Memoriais da autora às fls. 162/171.

Decisão do Agravo de Instrumento às fls. 181/185.

Decisão da exceção de suspeição às fls. 193/200.

Sentença às fls. 203/207, julgando procedente em parte o pedido autoral,


condenando a promovida a indenizar a autora ao valor de R$ 1.051,57 (hum mil,
cinquenta e um reais e cinquenta e sete centavos) e em danos morais em R$ 10.000,00
(dez mil reais), a serem corrigidos pelo IPCS a partir da data de publicação da sentença
no Dje, com incidência do juros de mora de 1%a.m a partir da referida data. Condenou
ainda ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios fixados em 20%
(vinte por cento) do valor da condenação.

Apelação às fls. 218/238, apresentando as seguintes preliminares:


impugnação a justiça gratuita concedida a requerente, incompetência do juízo, sendo
inaplicável o CDC ao caso por se tratar de relação locatícia, ilegitimidade passiva.

No mérito, afirma que não cabe indenização por danos morais uma vez que
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não houve corte de energia elétrica, em razão do pronto pagamento pela apelante assim
que tomou ciência da existência do débito e que o contrato de administração entre o
locador e o recorrente foi celebrado em 11 de janeiro de 2016 e o débito era do ano de
2015.

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Quanto a indenização por danos materiais, entende que também merece
reparo a sentença em razão de haver previsão contratual de ser permitido somente as

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benfeitorias que sejam necessárias a utilização do imóvel, no caso, o quadro elétrico, que
foi prontamente autorizado pelo proprietário. Invoca o artigo 35 da Lei Inquilinária.

Pugna pelo conhecimento e provimento do recurso, com a inversão dos


ônus sucumbenciais.

Contrarrazões às fls. 251/263, pugnando pela manutenção da sentença,


reafirmando fazer jus aos benefícios da justiça gratuidade, bem como a competência do
juízo de Aquiraz para conhecer e julgar o feito e a legitimidade passiva. Quanto ao
mérito, reafirma que teve a suspensão do fornecimento de luz e que havia necessidade
dos reparos no imóvel.

É o Relatório.

VOTO

Verificadas as condições de admissibilidade, conheço o recurso.

Sem nulidades detectadas.

PRELIMINARMENTE

IMPUGNAÇÃO À JUSTIÇA GRATUITA


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Afirma o recorrente que não houve a juntada de nenhum documento que


comprovasse a hipossuficiência financeira da Recorrida.

Em matéria de gratuidade de justiça, verifica-se que o legislador constituinte


definiu como um direito público subjetivo, pertencente à classe dos fundamentais, como

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corolário do acesso à justiça, em alusão à primeira onda renovatória descrita pelo ilustre
processualista Mauro Cappelletti (APPELLETTI,Mauro;GARTH,Bryant. Acesso. à Justiça.

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Tradução de Ellen Gracie. Porto Alegre: Sergio Antônio Fabris Editor).

Nesse prisma, é inegável que o processo é um instrumento de


concretização de direitos fundamentais, e enseja o reconhecimento ao direito de uma
prestação jurisdicional adequada, nos termos do artigo 5º, LXXIV da CF/88 que dispõe:
“o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem
insuficiência de recursos”.

O artigo 98 do CPC prevê que "a pessoa natural ou jurídica, brasileira ou


estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas
processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da
lei". E o artigo seguinte assim estabelece:

Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado


na petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de
terceiro no processo ou em recurso.
[…]
§ 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos
autos elementos que evidenciem a falta dos pressupostos
legais para a concessão de gratuidade, devendo, antes de
indeferir o pedido, determinar à parte a comprovação do
preenchimento dos referidos pressupostos.
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§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência


deduzida exclusivamente por pessoa natural.
§ 4º A assistência do requerente por advogado particular não
impede a concessão de gratuidade da justiça.

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Dos dispositivos legais acima transcritos infere-se que poderá ser concedido
o benefício da assistência judiciária a qualquer pessoa que não disponha de recursos

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financeiros suficientes para pagar as custas do processo e os honorários do advogado,
sem prejuízo próprio ou de sua família.

Nesse sentido acosto jurisprudência:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. Justiça gratuita. Gratuidade


que não alcança somente aqueles em situação de miséria
absoluta, mas também aqueles impossibilitados de arcar com
as custas e despesas processuais sem prejuízo do sustento
próprio ou da família. Presunção de hipossuficiência deduzida
por pessoa natural. Presença de elementos que evidenciam a
possibilidade de concessão da gratuidade. Aplicação do artigo
99 , § 3º, do Código de Processo Civil . Decisão reformada.
RECURSO PROVIDO. (TJSP, Agravo de Instrumento-
2126591-17.2016.8.26.0000, Relator: Ana Maria Baldy, Órgão
Julgador: 6ª Câmara de Direito Privado, julgamento:
25/5/2017)
*****
AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE EXIBIÇÃO DE
DOCUMENTOS- JUSTIÇA GRATUITA - INDEFERIMENTO -
PESSOA FÍSICA - JUSTIÇA GRATUITA - PRESUNÇÃO DE
HIPOSSUFICIÊNCIA EM NÃO HAVENDO DEMONSTRAÇÃO
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DO CONTRÁRIO - DEFERIMENTO DA BENESSE -Em se


tratando de pessoa física, a parte tem direito ao benefício da
justiça gratuita se não há qualquer indício de sua suficiência
financeira, incumbindo à parte contrária, caso queira, derruir a
alegada hipossuficiência legal. (TJ-MG - AI:

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10000160161493001 MG, Relator: Luciano Pinto, Data de
Julgamento: 28/06/0016, Câmaras Cíveis / 17ª CÂMARA

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CÍVEL, Data de Publicação: 30/06/2016)
*****
AGRAVO DE INSTRUMENTO COM PEDIDO LIMINAR.
INDEFERIMENTO DE GRATUIDADE JUDICIÁRIA. AFRONTA
AO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DO ACESSO À JUSTIÇA.
DECLARAÇÃO DE POBREZA. PRESUNÇÃO DE
VERACIDADE NÃO ELIDIDA POR OUTROS
FUNDAMENTOS. COMPROVAÇÃO DA NECESSIDADE.
PRECEDENTES STJ, TRIBUNAIS E DESTA CORTE.
ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA DEFERIDA. AGRAVO
DE INSTRUMENTO CONHECIDO E PROVIDO. (TJCE,
Agravo de Instrumento 0621346-57.2016.8.06.0000, Relator:
Durval Aires Filho, 4ª Câmara de Direito Privado, publicação:
22/11/2016)

Sempre que possível, portanto, o processo deve ser custeado pelas partes.
Entretanto, se por um lado há que se ter cuidado para não conceder a gratuidade a quem
dela não necessita, por outro, não se pode impedir o acesso à justiça por excesso de
rigor. Deve-se atentar, ainda, ao fato de que a própria lei presume verdadeira a alegação
de insuficiência deduzida por pessoa natural (artigo 99, § 3º, do CPC).

Cumpre acrescentar que para a concessão do presente benefício não se


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exige miserabilidade, nem indigência, pois basta que a parte, como na hipótese, não
possa suportar os encargos do processo sob pena de prejudicar o sustento próprio e/ou
de sua família.

Por outro lado, apesar de impugnado, o apelante não apresentou

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comprovação da possibilidade da apelada ter cassado tal benefício.

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INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO

Defende o recorrente que o foro competente ser o da Comarca de


Fortaleza, uma vez que o artigo 53, IV do CPC, dispõe que nas demandas dessa
natureza, o foro competente para ajuizar a ação é o lugar do ato ou do fato, sendo
previsto no próprio pacto locatício a cláusula de eleição de foto.

Assevera, ainda, não se tratar de relação de consumo, portanto não poderia


ser aplicado o CDC ao caso, como decidiu a magistrada de piso.

Convém destacar que a presente ação originou-se da relação locatícia


existente entre as partes, razão pela qual não cabe a aplicação do CD C ao caso,
devendo ser aplicada a regra do artigo 58, II da Lei Inquilinária c/c art. 53, IV, a do CPC.

Nesse sentido restou decidido:

APELAÇÃO CÍVEL. LOCAÇÃO. COBRANÇA DE ALUGUÉIS


E ENCARGOS. CDC . INAPLICABILIDADE. As regras do CDC
não são aplicáveis aos contratos de locação. Precedentes do
STJ. MORATÓRIA E EXTINÇÃO DA FIANÇA. AUSÊNCIA DE
PROVAS. Não há prova da alegada moratória, não sendo
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suficiente a alegação de decurso de tempo. A embargante


assumiu a responsabilidade solidária pelo cumprimento de
todas as obrigações do locatário até a efetiva desocupação do
imóvel, por isso, inviável a extinção da fiança pretendida.
MULTA. Não há falar em ilegalidade e abusividade na multa

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livremente pactuada. Inaplicável a regra do art. 52 , ˜ 1º , do
CDC ao contrato de locação. Apelação desprovida. (Apelação

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Cível Nº 70078284932, Décima Sexta Câmara Cível, Tribunal
de Justiça do RS, Relator: Jucelana Lurdes Pereira dos
Santos, Julgado em 26/07/2018).

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – ALEGAÇÃO DE OMISSÃO


– APLICABILIDADE DO CDC – LOCAÇÃO - Acolhem-se os
embargos de declaração tão somente para o fim de
reconhecer a inaplicabilidade dos ditames da lei consumerista
à presente demanda, que versa sobre locação. Relação
puramente de direito civil regida por lei específica.
EMBARGOS ACOLHIDOS, sem efeito modificativo. (TJ-SP -
ED: 10027578220158260564 SP 1002757-82.2015.8.26.0564,
Relator: Maria Lúcia Pizzotti, Data de Julgamento: 13/07/2016,
30ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação:
18/07/2016)

APELAÇÃO CÍVEL. LOCAÇÃO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO


POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. CDC.
INAPLICABILIDADE. Os autores postulam a inversão do ônus
da prova com fundamento no Código de Defesa do
Consumidor , o que vai desacolhido já que conforme reiterado
entendimento desta Col. 15ª Câmara Cível tal diploma não se
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aplica aos contratos de locação regidos pela Lei nº 8.245 /91.


DANO MORAL NÃO CONFIGURADO. Ausente prova de
prestação de serviços defeituosa ou culpa da ré pelos
transtornos referidos na inicial, inexistindo prova nos autos de
eventual abuso por parte da administradora ônus da parte

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demandante (artigo 373 , inciso I , do CPC ). A prova dos
autos indica que a administradora da locação cumpriu com as

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atribuições no tocante às solicitações de reparos e intermediou
de forma efetiva os problemas relatados pelos recorridos. No
período de um ano, foram realizados quatro consertos no
imóvel. APELAÇÃO PROVIDA. (Apelação Cível Nº
70076449552, Décima Quinta Câmara Cível, Tribunal de
Justiça do RS, Relator: Ana Beatriz Iser, Julgado em
07/03/2018).

Cumpre consignar que inexiste nos autos, quaisquer elementos de provas


capazes de demonstrar a hipossuficiência da apelada ou dificuldade do acesso a Justiça
e, portanto, de afiançar a tese da nulidade da cláusula de eleição de foto pactuada entre
as partes.

Sobre o tema, com propriedade, leciona Fredie Didier Jr.:

"... O foro de eleição ou fora contratual é uma cláusula


negocial, pela qual as partes do negócio escolhem um foro
perante o qual devem ser ajuizadas eventuais demandas
relacionadas ao respectivo negócio jurídico. Relaciona-se,
assim, com a competência territorial, que de regra é relativa.
..." (Curso de Direito Processual Civil. Teoria Geral do
Processo e Processo de Conhecimento 12ª edição Juspodvim
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Bahia, 2010 pág. 152).

No mesmo sentido lecionam Nelson Nery Júnior e Rosa Maria de Andrade


Nery:

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"... 3. Eleição de foro. Em atenção ao princípio dispositivo, que
informa a competência relativa, esta pode ser objeto de
convenção entre as partes, normalmente pela forma de
cláusula contratual de eleição de foro. A competência
absoluta, por ser matéria de ordem pública, não pode ser
objeto de eleição de foro. ..." (Código de Processo Civil
Comentado Editora Revista dos Tribunais 10ª ed. São Paulo
2007 pág. 367).

Cumpre consignar, ainda, que o Supremo Tribunal Federal sobre o tema da


eleição de foro editou a Súmula nº 335 com o seguinte enunciado:

Súmula 335/STJ - "É válida a cláusula de eleição do foro para


os processos oriundos do contrato."

Diante do afastamento da aplicabilidade do CDC ao presente caso, entendo


que o juízo competente para processar e julgar o presente feito é o juízo da comarca de
Fortaleza.

Isto Posto, conheço do recurso para, conhecer a preliminar de


incompetência do juízo.
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DO MÉRITO

Diante do reconhecimento da incompetência do juízo, restou prejudicada a


análise meritória do presente recurso.

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DISPOSITIVO

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Forte em tais supedâneos, conheço o recurso, para não acolher a preliminar
de impugnação a justiça gratuita e acolher a preliminar de incompetência do juízo,
restando prejudicada a análise do mérito.

Determino a inversão dos ônus sucumbenciais, ao passo em que suspenso


a exigibilidade em razão da apelada estar amparada pelos benefícios da justiça gratuita.

É como voto.

Fortaleza, 29 de agosto de 2018.

Desembargador Jucid Peixoto do Amaral


Relator
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SECRETARIA DA 3ª CÂMARA DIREITO PRIVADO

APELAÇÃO CÍVEL Nº 0047993-36.2016.8.06.0034 - 1ª VARA DA COMARCA DE


AQUIRAZ
Apelante: IMOBILIÁRIA TORRES DE MELO NETO LTDA
Apelada: RENATA SANTOS ARAUJO
RELATOR: DES. JUCID PEIXOTO DO AMARAL

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por BRUNO PINHEIRO JUCA, liberado nos autos em 29/08/2018 às 17:00 .
Presidente: Exmo. Sr. Des. JUCID PEIXOTO DO AMARAL

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Procurador de Justiça: Exmo. Sr. Dr. ANTÔNIO FIRMINO NETO

CERTIDÃO DE JULGAMENTO

Certifico que a egrégia Terceira Câmara de Direito Privado, ao


apreciar o processo em referência na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:

"A Câmara, por unanimidade, acordou em conhecer do recurso


para acolher a preliminar de incompetência do juízo, restando prejudicado a análise
meritória do recurso, nos termos do voto do Relator."

As Exmas. Sras. Desas. MARIA VILAUBA FAUSTO LOPES e


LIRA RAMOS DE OLIVEIRA votaram com o eminente Relator.

O referido é verdade. Dou fé.

Sala das Sessões do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, em


Fortaleza, 29 de agosto de 2018.

BRUNO PINHEIRO JUCÁ


- Coordenador da 3ª Câmara de Direito Privado -

Tribunal de Justiça do Estado do Ceará


Centro administrativo Gov. Virgilio Távora - Av. Gal. Afonso Albuquerque, s/n – Cambeba -
CEP: 60.822.-325 – Fortaleza – CE - Fone: * 0(**)85 – 3207-7000

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