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Você é criativo?

Provamos por a+b que você já nasceu criativo


Será a capacidade de criar um dom inato? Se for, e você não o tiver, está condenado a
morrer assim? Se você acredita nisso, prepare-se para mudar de paradigma!
Para saber se alguém é criativo, precisamos antes ter clareza sobre o que é
criatividade. Veja algumas definições, coletadas em livros diversos:
• Capacidade de elaborar teorias científicas, inventar instrumentos e/ou
aparelhos, ou produzir obras de arte;
• A capacidade de produzir coisas novas e valiosas;
• A capacidade de desestruturar a realidade e reestruturá-la de outras
maneiras;
• O ato de unir duas coisas que nunca haviam estado unidas e tirar daí uma
terceira coisa;
• Uma técnica de resolver problemas;
• Uma capacidade inata que é bloqueada por influências culturais e ambientais.
Aqui adotamos uma definição diferente e subjetiva de criatividade: uma pessoa cria
quando concebe em sua mente algo que nunca viu, ouviu ou sentiu antes. Essa definição
ignora o fato de a criação ser útil ou não para algum propósito ou para resolver algum
problema. Mas é importante distinguir esses dois tipos de criatividade; ao primeiro
chamamos criatividade pura, e ao segundo, criatividade aplicada.
A criatividade pura é um ato mental, que consiste em última análise da capacidade de
combinar sons e imagens de forma subjetivamente nova, independentemente de qualquer
conexão lógica com o mundo exterior. Essa definição de criatividade desloca os aspectos
novidade e originalidade, beleza, utilidade, veracidade, viabilidade e implementação para
um segundo momento; criar é um ato pessoal e subjetivo, a criatividade pura vem antes da
aplicada. Criações não têm necessariamente que servir para alguma coisa, como
solucionar um problema, dar retorno financeiro, serem maravilhosas e belas, nada disso.
Assim, se você imagina sua cabeça fora do corpo, e o faz de uma forma que nunca fez
antes (não é uma lembrança), você está criando. Estará também criando nas seguintes
situações:
• Combinar letras para inventar uma palavra;
• Combinar duas ou mais imagens para formar uma nova (imagine um jacaré
comendo um tomate);
• Segmentar uma imagem em formas novas ou de uma forma nova (imagine
um triângulo azul e separe-o em lados e interior);
• Distorcer uma imagem (imagine seus olhos inchando e saindo das órbitas
oculares);
• Ver uma imagem sob outra perspectiva, um diferente "ângulo de câmera"
(veja seus olhos inchando de frente e depois de lado);
• Combinar algumas notas musicais para formar uma melodia nunca antes
ouvida;
• Combinar palavras para formar uma nova frase.
• Imaginar a si mesmo executando comportamentos novos.
Já a criatividade aplicada consiste tipicamente em elaborar operações que conduzem de
uma situação a outra, seja de uma situação-problema para uma solução ou, mais
genericamente, elaborar comportamentos que modificam uma situação percebida para uma
desejada. A criatividade aplicada em geral está associada à observação de regras, padrões
e limites, como:
• construir frases com significado e estrutura (sintaxe);
• construir melodias harmônicas e rítmicas;
• observar preferências pessoais (gostos, combinações).
• observar valores éticos e morais;
• seguir estilos (no caso de imagens, impressionista, realista);
• usar recursos disponíveis.
A criatividade aplicada tipicamente é treinável; veja por exemplo uma estratégia geral
para gerar idéias diferentes na matéria A técnica do estímulo aleatório.
Podemos concluir que, uma vez que todos nós, humanos, temos a capacidade de
processar imagens e sons de formas variadas na mente, todos nós temos a capacidade da
criatividade pura. Você é criativo por definição, por construção. E quanto às criatividades
aplicadas, temos aquelas para as quais nos preparamos, em termos de conhecimentos e
habilidades. Um exemplo de criatividade aplicada muito desenvolvida na nossa cultura é a
lingüística; todos praticamos desde criancinhas a combinação de palavras, usando regras,
para atingir objetivos do tipo comunicar idéias e influenciar pessoas para conseguir o que
queremos.
Sendo potencialmente criativos, talvez as únicas coisas que nos impeçam de criar mais
sejam não acreditar nessa possibilidade ou simplesmente não ter um motivo para fazer
isso. Ou desejo

Primeira página
Desde o momento em que ensaiamos nossos primeiros passos, tem início um sutil e
inconsciente movimento de inibição de nossa criatividade natural. Primeiro em casa,
depois na escola e no trabalho, somos instados a andar em terreno já conhecido, seguir a
tradição e não “fazer marolas”.

Este processo tem seu lado positivo, pois a vida em sociedade requer a observação de
certas regras e costumes. No entanto, traz um efeito secundário pernicioso: o lento, mas
inexorável, bloqueio de nossa curiosidade, imaginação e engenhosidade.

O DECLÍNIO DA CRIATIVIDADE

No livro “Ponto de Ruptura e Transformação”, George Land relata os resultados de


testes realizados com um grupo de 1.600 jovens nos EUA. O estudo se baseou nos testes
usados pela NASA para seleção de cientistas e engenheiros inovadores. No primeiro
teste as crianças tinham entre 3 e 5 anos e 98% apresentaram alta criatividade; o mesmo

grupo foi testado aos 10 anos e este percentual caiu para 30%; aos 15 anos, somente
12% mantiveram um alto índice de criatividade. Teste similar foi aplicado a mais de
200.000 adultos e somente 2% se mostraram altamente criativos..

George Land e sua colega Beth Jarman concluíram que aprendemos a ser não-criativos.
O declínio da criatividade não é devido à idade, mas aos bloqueios mentais criados ao
longo de nossa vida. A família, a escola e as empresas têm tido sucesso em inibir o
pensamento criativo. Esta é a má notícia. A boa notícia é que as pesquisas e a prática
mostram que este processo pode ser revertido; podemos recuperar boa parte de nossas
habilidades criativas. Melhor ainda, nós podemos impedir este processo de robotização.

O desenvolvimento da criatividade requer que abandonemos nossa zona de conforto e


nos libertemos dos bloqueios que impedem o pleno uso de nossa capacidade mental.
Nas palavras do poeta Guillaume Apollinaire, temos de perder o medo de voar:

Cheguem até a borda, ele disse.


Eles responderam: Temos medo.
Cheguem até a borda, ele repetiu.
Eles chegaram.
Ele os empurrou… e eles voaram.

Convido-o a seguir comigo neste vôo e explorar as respostas a algumas questões


importantes: Qual o significado de criatividade? O que sabemos sobre a criatividade
humana? E como podemos usar este conhecimento para desenvolver nossa criatividade?

Num primeiro momento, nós abordaremos o significado dos conceitos criatividade,


inovação e inteligência. Em seguida, analisaremos os diversos tipos de bloqueios
mentais e como superá-los. Num terceiro momento, exploraremos diversas técnicas de
criatividade e como você pode usá-las para o seu desenvolvimento profissional e para a
solução criativa de problemas.

Acredito que todos nós, cada um a seu modo, somos capazes de realizações criativas em
alguma área de atividade. Para isso, é necessário contar com as condições certas e com
o acesso aos conhecimentos e habilidades apropriadas.

Existem várias definições diferentes para criatividade. Para Ghiselin (1952), "é o
processo de mudança, de desenvolvimento, de evolução na organização da vida
subjetiva". Segundo Flieger (1978), "manipulamos símbolos ou objetos externos para
produzir um evento incomum para nós ou para nosso meio". Outras definições:

• "o termo pensamento criativo tem duas características fundamentais, a saber: é


autônomo e é dirigido para a produção de uma nova forma" (Suchman, 1981)
• "criatividade é o processo que resulta em um produto novo, que é aceito como
útil, e/ou satisfatório por um número significativo de pessoas em algum ponto no
tempo" (Stein, 1974)
• "criatividade representa a emergência de algo único e original" (Anderson,
1965)
• "criatividade é o processo de tornar-se sensível a problemas, deficiências,
lacunas no conhecimento, desarmonia; identificar a dificuldade, buscar soluções,
formulando hipóteses a respeito das deficiências; testar e retestar estas hipóteses;
e, finalmente, comunicar os resultados" (Torrance, 1965)
• "um produto ou resposta serão julgados como criativos na extensão em que a)
são novos e apropriados, úteis ou de valor para uma tarefa e b) a tarefa é
heurística e não algorística" (Amabile, 1983)

Todo ser humano possui criatividade em diferentes habilidades. Acredita-se que a


habilidade criativa das pessoas estejam de certa forma ligadas a seus talentos.

Tipos

Pode-se classificá-la segundo o lugar de origem e a forma como se manifesta. Um


exemplo de classificação por lugar de origem é a seguinte:

• Criatividade individual: é a forma criativa expressa por um indivíduo


• Criatividade coletiva ou de grupo: é a forma criativa expressa por uma
organização, equipe ou grupo. Ela surge geralmente da interação de um grupo
com o seu exterior ou de interações dentro do próprio grupo.

Potencial criativo

Acredita-se que o potencial criativo humano tenha início na infância. Quando as


crianças têm suas iniciativas criativas elogiadas e incentivadas pelos pais, tendem a ser
adultos ousados, propensos a agir de forma inovadora. O inverso também parece ser
verdadeiro.

Quando as pessoas sabem que suas ações serão valorizadas, parecem tender a criar
mais. O medo do novo, o apego aos paradigmas são formas de consolidar o status quo.
Quando sentem que não estão sob ameaça (de perder o emprego ou de cair no ridículo,
por exemplo), as pessoas perdem o medo de inovar e revelam suas habilidades criativas.

Algumas pessoas acreditam que ver a criatividade como habilidade passível de


desenvolvimento é um grande passo para o desenvolvimento humano, enquanto outras
têm a visão de que a criatividade é uma habilidade inata, ligada a fatores
genético/hereditários e, portanto, determinista.

Certas pessoas também admitem que a criatividade não tem necessariamente ligação
com o quociente de inteligência (QI), que ela tem mais afinidade com motivação do que
com inteligência. Outras pessoas, por outro lado, confirmam uma forte correlação entre
QI e potencial criativo, especialmente para QIs abaixo de 120 e com uma correlação
positiva leve acima de QI 120.
Processo criativo

Durante o processo criativo, frequentemente distinguem-se os seguintes estágios:

• Percepção do problema. É o primeiro passo no processo criativo e envolve o


"sentir" do problema ou desafio.
• Teorização do problema. Depois da observação do problema, o próximo passo é
convertê-lo em um modelo teórico ou mental.
• Considerar/ver a solução. Este passo caracteriza-se geralmente pelo súbito
insight da solução; é o impacto do tipo "eureka!". Muitos destes momentos
surgem após o estudo exaustivo do problema.
• Produzir a solução. A última fase é converter a idéia mental em idéia prática. É
considerada a parte mais difícil, no estilo "1% de inspiração e 99% de
transpiração".

Forma de expressão

• Arte e cultura. O mundo da arte e da cultura é preeminentemente um mundo da


criatividade, porque o artista não está diretamente ligado às convenções, dogmas
e instituições da sociedade. O artista tem uma expressão criativa que é resultado
direto de sua liberdade.

• Pesquisa e desenvolvimento. Para produtos resultantes de atividades de pesquisa


e desenvolvimento tecnológico, o critério criativo é a patente deste produto. São
geralmente três os pré-requisitos de uma patente: a) novidade; b) inventividade e
c) aplicação prática.

• Humor (comédia)

Medição

Foram propostas várias tentativas de desenvolver um quociente de criatividade de uma


forma análoga ao quociente de inteligência. Porém, a maior parte dos critérios de
medição da criatividade depende do julgamento pessoal do examinador e por isso é
difícil estabelecer um padrão de medição.

Entendendo a criatividade:
o comportamento de pessoas criativas

Um dos principais ‘combustíveis’ para a criatividade é a imaginação. Trata-se de um aspecto


intrínseco ao ser humano que lhe possibilita trabalhar e combinar idéias e fatos conhecidos a
fim de gerar novas idéias. A imaginação permite o indivíduo formar idéias abstratas e está
intimamente associado a capacidade de criação.
Pessoas criativas têm níveis de consciência e atenção maior do que as demais. Isto dá a elas
uma sensibilidade elevada, além de estarem sempre dispostas a enxergar novas possibilidades
e buscar novas relações entre as coisas. Cabe ainda salientar que elas apresentam duas linhas
de raciocínio: divergente e convergente.
O raciocínio divergente faz parte da natureza humana. Os indivíduos criativos utilizam-se de
‘gatilhos’ ou idéias simples para desenvolver idéias mais complexas. Durante o processo
criativo, eles fazem uso de componentes da criatividade que auxiliam o momento criativo.
Dessa forma, as pessoas criativas:
• Têm um comportamento investigativo e colocam questões, buscando detalhamento
nas respostas.
• Geram de muitas idéias, avaliando soluções alternativas.
• Buscam soluções inovadoras e até então não imaginadas.
• São ousados na busca de soluções.
• Têm facilidade abstrair e conceituar novas idéias.
Indivíduos racionando de maneira divergente têm facilidade em elaborar e conceber várias
idéias originais. Além disso, eles ficam obcecados na busca de solução para um problema e
trabalham com uma série de idéias, veloz e simultaneamente, até encontrar uma solução.
O raciocínio convergente é um modo de pensar no qual o indivíduo procura a solução correta
para um problema. Isto é similar a solucionar um problema de física ou matemática como
apresentado num livro.
Nesse modo de pensar, o indivíduo faz uso do raciocínio lógico e avaliativo a fim de identificar
o real escopo do problema e reduzir o universo de soluções adequadas ao problema. Isto
implica em tentar encontrar critérios que delimitem quais soluções são apropriadas ao
problema que se tem em mãos. Essa linha de raciocínio é empregada quando se deseja
apreciar e avaliar um conjunto de dados e idéias a serem empregados na solução de um
problema, bem como geração de uma nova idéia.
Se você fosse questionado a identificar os traços de personalidade de uma pessoa criativa,
qual seria sua resposta? Pare por cinco minutos, procure lembrar de ocasiões que você
vivenciou onde idéias inovadoras foram apresentadas.
A qual perfil de pessoa criativa você chegou?
Sua resposta deve envolver, pelo menos, cinco traços de personalidade. Esses traços de
personalidade amadurecem à medida que o indivíduo contorna eventuais bloqueios de
momentos de criação.
O momento de criação de um indivíduo é similar ao momento de descoberta de uma
criança. Ambos encontram-se com tempo ilimitado, sem pressão por resultados, sem vigilância
e com imaginação e percepção aguçadas. Pode-se afirmar que a ingenuidade de uma criança
auxilia no processo de descoberta e aprendizagem dela. O mesmo se dá no momento criativo,
em situações de descoberta, no qual o cérebro não trabalha em busca de uma idéia e,
repentinamente, ocorre um lampejo.
O comportamento de um indivíduo criativo é resultado da compilação de traços de
personalidade. O comportamento dele se molda a partir do desenvolvimento de suas
habilidades e da não ocorrência de bloqueios durante o amadurecimento de sua criatividade.
Esse processo de ‘lapidação’ de um indivíduo criativo se dá com o exercício e incorporação de
determinados padrões de comportamento inerentes ao processo criativo.
Um indivíduo criativo possui padrões de comportamento, os quais podem ser identificados
através de sua observação. Exemplos deles incluem:
 Curiosidade extrema;
 Persistência diante de obstáculos;
 Independência em suas atitudes;
 Tolerância a situações de ambigüidade e desordem;
 Desenvoltura e desembaraço na execução de atividades
 Determinação para explorar soluções alternativas;
 Capacidade de empreender longos esforços.
As pessoas criativas apresentam uma ‘mobilidade’ de raciocínio incrível. Elas
conseguem, facilmente, perceber e encontrar novas abordagens e perspectivas onde idéias e
soluções podem ser empregadas. Também, elas têm a tendência de trabalhar com idéias
contrárias e não relacionadas durante o processo criativo. Além disso, elas fazem uso de
analogias e metáforas quando em busca de uma solução ou quando tentam contestar alguma
suposição.
Pessoas criativas agem como crianças. Durante o período de descoberta das crianças, elas
costumam explorar, experimentar e aprender com os erros. É dessa forma que elas ajustam e
reorganizam suas idéias, bem como usam a imaginação. O indivíduo criativo trabalha
similarmente nos momentos criativos.
Note que esse tipo de comportamento e habilidade não se encaixa dentro dos padrões de
avaliação encontrados em escolas e universidades. Essas são habilidades da vida. Em anos de
experiência dentro da universidade, pude observar muitos estudantes de pós-graduação com
conceito A (com notas entre 9.0 e 10.0) que se mostraram sem condições de fazer pesquisa.
Houve um caso de uma garota, estudante de doutorado de uma instituição norte americana
renomada, que possuía excelentes notas, isto é, apenas conceito A em seu histórico.
Entretanto, essa garota não foi capaz de apresentar uma proposta de tese de doutorado. Na
ocasião, o orientador dela (e também a instituição) que considerava mais importante o aluno ter
no histórico um conjunto excelente de notas a ajudou no processo de formulação do problema
ainda não tratado, bem como nas possíveis soluções que poderiam ser empregadas. Trata-se
de um exemplo de pessoa inteligente, mas de pouca criatividade. Hoje em dia, essa pessoa
está empregada em uma grande empresa e desempenha de modo exemplar suas funções.
Embora ela seja uma pessoa altamente qualificada a solucionar problemas, alguém necessita
formular o problema ou até aponta possível solução. Portanto, inteligência não é tudo.
Inteligência não é evidência de criatividade. Inteligência compreende a capacidade de
aprender e raciocinar. Todavia, como vimos no exemplo acima, um conjunto de notas
excelentes, com média entre 9.0 e 10.0, não nos permite qualificar a pessoa como criativa
também. A criatividade, por outro lado, é a capacidade de gerar novas idéias, conhecimentos e
produtos. Nesse sentido, os indivíduos criativos, diferentemente dos inteligentes, apresentam
outros padrões comportamentais além daqueles apresentados anteriormente, que o fazem:
 Pensar e elaborar idéias e soluções com facilidade.
 Adaptar idéias e soluções, abandonando abordagens antigas e adotando novas idéias
e formas de pensar.
 Apresentar idéias originais e incomuns.
 Utilizar o raciocínio divergente e convergente.
 Identificar e avaliar dificuldades e deficiências em idéias e produtos.
 Redefinir idéias e abordagens antigas de um modo novo.

Por Que Criatividade é tão importante? Será que todos nós somos criativos? É
algo que vem de berço ou se aprende? Pode ser cultivada, incentivada? Dá
para ser Criativo em uma Empresa não Criativa? O que é afinal Criatividade?

São muitas perguntas, grande parte delas com várias respostas possíveis, e nenhuma
resposta pode ser considerada a "melhor". Criatividade é o típico conceito que resiste a
definições e durante muito tempo temos visto aparecer diversos livros e manuais
tentando apresentar visões pessoais (e algumas vezes idiossincráticas) sobre o assunto.
Nosso enfoque neste pequeno artigo é mostrar que Criatividade pode ser encarada de
uma maneira bastante diferente das tradicionais e que essa forma é mais fundamentada
do que muitas outras alternativas.

Criatividade de Vários Pontos de Vista

Quando a coisa é difícil de definir ou entender, um exercício interessante é observá-la


sob diversos ângulos. É o que faremos aqui, através de enfoques bastante distantes um
do outro. Todos tentam iluminar a questão "O que é Criatividade?".

Sob o ponto de vista humano


Criatividade é a obtenção de novos arranjos de idéias e conceitos já existentes formando
novas táticas ou estruturas que resolvam um problema de forma incomum, ou obtenham
resultados de valor para um indivíduo ou uma sociedade. Criatividade pode também
fazer aparecer resultados de valor estético ou perceptual que tenham como característica
principal uma distinção forte em relação às "idéias convencionais".

Sob o ponto de vista cognitivo


Criatividade é o nome dado a um grupo de processos que procura variações em um
espaço de conceitos de forma a obter novas e inéditas formas de agrupamento, em geral
selecionadas por valor (ou seja, possuem valor superior às estruturas já disponíveis,
quando consideradas separadamente). Podem também ter valor similar às coisas que já
se dispunha antes mas representam áreas inexploradas do espaço conceitual (nunca
usadas antes).

Sob o ponto de vista neurocientífico


É o conjunto de atividades exercidas pelo cérebro na busca de padrões que provoquem a
identificação perceptual de novos objetos que, mesmo usando "pedaços" de estruturas
perceptuais antigas, apresentem uma peculiar ressonância, caracterizadora do "novo
valioso", digno de atenção.

Sob o ponto de vista computacional


É o conjunto de processos cujo objetivo principal é obter novas formas de arranjo de
estruturas conceituais e informacionais de maneira a reduzir (em tamanho) a
representação de novas informações, através da formação de blocos coerentes e
previamente inexistentes.

Como quase todas as definições, estas são opacas e difíceis de entender, mas servem
para demonstrar como é vasto o repertório de idéias que podem ser postas em conjunto
para tentar explicar o que é o fenômeno criativo. Há, no entanto, uma grande tendência
em se "assustar" com essas idéias e dessa forma evitar compreendê-las, ficando com
aquelas noções batidas de "preparação, incubação, insight". Não temos espaço neste
artigo para mostrar porque essas idéias velhas não vão muito longe. Basta dizer que a
grande maioria dos autores de livros e manuais de Criatividade se contentam em expor
"técnicas" com variações dessas estratégias e com isso parecem se satisfazer com as
idéias que historicamente tem sido usadas para explorar esse assunto. No mínimo, isto
pode ser dito como muito pouco criativo da parte deles. Temos que ser criativos para
pensar sobre criatividade.
Propomos pensar sobre Criatividade a partir de outro enfoque: para ser mais
criativo, temos que entender porque o cérebro humano é naturalmente
criativo, porque as crianças são espontaneamente criativas.

Temos que compreender como funciona a mente humana, em seus aspectos mais
cognitivos e perceptuais, não através de "chutes" sobre como pensamos, mas sim
através do acompanhamento criterioso das descobertas científicas acerca da mente e do
cérebro humanos. Nunca houve tantas informações sobre esse assunto quanto tivemos
nos últimos dez anos.

Criatividade Auxilia Percepção e Vice Versa

A Ciência Cognitiva estuda, entre outras coisas, como o cérebro humano desenvolve
progressivamente sua capacidade perceptual. Uma criança aprende com o tempo a
perceber expressões faciais de seus pais quando eles estão, por exemplo, zangados ou
impacientes. A percepção é uma atividade contínua do cérebro e para identificar os
diversos objetos e eventos que uma criança tem que lidar, muito de seu aprendizado
depende de correlacionar coisas que acontecem em frente a seus olhos, ouvidos e mãos.
Para executar essa correlação a criança precisa ser ativa, precisa interagir com o
ambiente e testar seus limites, precisa verificar se aquilo que aconteceu ontem também
vai acontecer hoje. Isto é, na essência, um dos procedimentos fundamentais da
Criatividade, o desenvolvimento (através de testes e observação) de uma capacidade
perceptual apurada através da atitude ativa.

Com o tempo, a criança se desenvolve e vai querer atingir novos objetivos.

Agora ela já está mais apta a atuar sobre o mundo e teve tempo de desenvolver um
aparelho perceptual suficientemente poderoso para ajudá-la na tentativa de satisfazer
seus anseios. Um deles pode ser, por exemplo, alcançar aquele bolo que está ali sobre a
mesa. Sua percepção lhe informa que um banquinho próximo à mesa lhe daria suporte
para quase alcançar o topo dela. Falta apenas um pouco mais. Então, sua criatividade
vai impeli-la a observar ao redor e ver se há algo mais que possa lhe "fornecer" o tipo de
suporte de que necessita para elevá-la além da altura do banco. Ao encontrar uma caixa
de brinquedos, um "estalo" ocorre: se colocada sobre o banquinho, isto lhe permitirá
atingir a mesa e assim saborear o bolo.

Este ato criativo no caso da criança tem dois componentes que eu gostaria de destacar.
O primeiro é a solução inovadora (a criança não "sabia" desta solução, ela a concebeu,
principalmente porque sua percepção "juntou partes"). Mas há também o fator "risco",
pois qualquer adulto que estivesse presente iria desincentivar a criança porque talvez a
caixa de brinquedos sobre o banquinho fosse instável e assim a criança poderia cair.
Temos aqui dois itens que influenciam bastante a criatividade:

1) A necessidade de um lado (em conjunto com a habilidade perceptual) fornecem


impulso positivo para o desenvolvimento de soluções criativas. Para ser criativo,
devemos ter claro em nossa mente o objetivo (mesmo que vago e incerto) que queremos
atingir.

2) A crítica dos pais fornece reforço negativo (neste caso, apropriado), pois há a
imposição de uma regra que "corta" o fluxo criativo de pensamento (essa regra, na
verdade, só tem significado para os pais, para a criança não significa nada, pois ela não
sabe do perigo de cair de apoios instáveis, só irá aprender quando cair uma vez).

Obviamente, a regra dos pais é bem-vinda pois evita um acidente desagradável. Mas se
os pais não esclarecem à criança o porquê da regra, isto fará sobrar em sua pequena
mente apenas a parte negativa da regra, aquela que tolhe a iniciativa sem dizer qual a
causa disso. É fundamental que todos nós entendamos o porquê das coisas.

Quando adultos, mantemos boa parte dessas restrições impostas sem


explicação em nossas cabeças.

Elas nos colocam regras, normas, procedimentos, padrões, bloqueios que agem como os
pais originais agiram em relação à criança. À primeira vista, isto pode parecer tão útil
quanto a situação original da criança: as regras e procedimentos foram desenhados
porque eles deram certo no passado (evitam quedas dolorosas). As regras que nos
ensinaram na escola e na faculdade também tiveram certo cuidado em sua confecção.
Então como justificar a criatividade (quebra de regras) neste caso? Vamos nos
concentrar agora no porque é necessário quebrar regras.

Criatividade e Expansão de Potencialidade

A grande diferença entre as regras dos pais em relação à criança e as regras e


procedimentos aprendidos na faculdade e no trabalho em relação aos adultos vem do
fato de que os pais da criança estão totalmente certos de que há um risco alto em se
apoiar em uma caixa de brinquedos instável. Já as regras dos adultos são apenas coisas
que funcionaram bem até hoje. Entretanto, não há ninguém que consiga justificar
porque elas irão funcionar bem amanhã (isto é parte de uma discussão filosófica sobre a
justificação de procedimentos indutivos). Além disso, se a regra é apresentada a nós
sem nenhuma explicação convincente, então ela pode ter sido desenvolvida por força de
generalizações imperfeitas. O mundo evolui, descobrimos novas coisas a todo o
instante. Confiar cegamente nas regras antigas significa desprezar o potencial criado
pelas descobertas recentes.

Esta é mais uma das observações que fazemos para justificar porque temos que entender
as coisas. Não basta sabermos sobre fatos, temos que captar a essência de suas
interligações. Em outras palavras, em vez de ensinar a nossas crianças o nome dos
afluentes do rio Amazonas (e de cobrar esses nomes em provas, valendo nota!), elas
deveriam ser expostas ao ciclo de eventos que ocorrem por causa da chuva,
deslocamento de águas dos rios para os mares e posterior evaporação.

Esse conhecimento (conhecimento causal) é muito mais importante do que


nomes e dados factuais, pois permite a pessoa pensar sobre as coisas e usar o
pensamento para melhorar sua vida (via criatividade!).

Há utilidade também em dividirmos a criatividade em duas áreas (como faz Margaret


Boden): a criatividade psicológica, na qual aquilo que é inventado é novidade para a
pessoa, mas não para a humanidade (ou seja, alguém já fez isso no passado) e a
criatividade histórica, na qual a criação é inédita em termos universais. As crianças tem
em geral criatividade psicológica, é novo para elas mas já foi feito muitas vezes no
passado. Mas como adultos em geral estamos à cata de criações históricas, coisas que
nunca foram tentadas (ao menos na exata situação contextual em que estamos).
Portanto, estamos à procura justamente de criações para as quais não existem regras
definidas previamente, ou seja, as regras atuais não valem. Entende porque temos que
quebrar regras?

Portanto, Criatividade serve muito para explorarmos o desconhecido, e para isso


precisamos ter em mente que frequentemente vamos errar. Tentar e errar faz parte do
processo criativo e um dos pontos básicos para ampliarmos nosso potencial criativo é
justamente reconsiderar nosso "medo" de errar, talvez transformando a palavra em
"testar".

Veja que a cada "teste" malsucedido que fazemos conseguimos novos elementos para
nosso aparelho perceptual (mais ligações de causa/efeito, mais identificação de
correlações, mais micro-regras unindo partes do problema a outras partes, mais
conhecimento sobre partes montando um todo, etc). Por isso se diz que muito se
aprende com os erros. Eles enriquecem nossa percepção de forma que possamos ter
melhores chances de simular o mundo em nossas mentes em futuras situações.

Criar é Ter Inteligência Para Simular

Uma das características mais marcantes dos "seres inteligentes" que habitam este
planeta é a habilidade de aprender e antever consequências de atos imaginados. Isto nos
permite fazer "modelos" do mundo. Conseguimos "rodar" um programa simulador em
nossa mente. Uma criança desde cedo aprende a entender o que significa a força da
gravidade e a partir daí irá ganhar uma forma virtual de testar mentalmente uma
determinada ação física, verificando se ela é segura ou não antes de executá-la. As
crianças acabam descobrindo que se colocar o dedinho no fogo a consequência é dor
lancinante. Depois disso, elas podem antever a consequência do ato de estender seu
dedinho mental no fogo virtual e sentir assim o efeito virtual correspondente, sem ter
que passar pelo efeito físico.

Passamos boa parte de nossa vida aprendendo como melhorar nossa simulação do
mundo exterior. Modelamos o mundo físico, modelamos as emoções das pessoas com
as quais convivemos, modelamos a empresa em que trabalhamos, o governo, nossos
vizinhos, nosso carro, o trânsito, etc. Boa parte de nosso raciocínio é meramente uma
simulação de grandes cadeias causais (isto causa aquilo que causa aquilo...). Podemos
dizer que essa sequência de inferências são representantes das "regras" que usamos no
dia-a-dia, equivalentes às regras mais simples como aquela que diz que quando vou
atravessar uma rua, devo olhar para os dois lados. Essa regra é tão forte que chega ao
caráter de comportamento condicionado. Tudo isto é muito, muito útil, pois poupa-nos
tempo, automatiza procedimentos rotineiros, aumenta nossas margens de acerto e evita
erros fatais. Há poucas (se é que há alguma!) vantagem em ser criativo no atravessar a
rua.

Mas há um lado ruim dessa tática: essas regras também nos fazem ficar acomodados e
por isso evitamos procurar novas possibilidades. Para sermos criativos, temos que estar
dispostos a quebrar (mesmo que apenas mentalmente) várias dessas sequências pré-
programadas e dessa forma rodar nossa simulação do mundo com um conjunto alterado
de regras. Mas para que mesmo fazer isso? Vamos rever essa idéia.
O Estalo Perceptual

Aposto que todos os leitores já ouviram falar (ou mesmo já tiveram) o famoso "aha!" ou
o "eureka". São expressões que exprimem o momento em que as coisas se "encaixam"
de um jeito ideal mostrando seu valor imediatamente. Chamo a isso de "estalo
perceptual". Por que?

Porque esse estalo aparece devido ao nosso treinamento perceptual para reconhecer
coisas valiosas. Quando as coisas se juntam, há um momento onde identificamos uma
espécie de "objeto" como se tivessemos reconhecido a face de um velho amigo que não
vemos há muito tempo. Na realidade, em termos neurocientíficos é exatamente isso o
que ocorre. Essa é uma atividade essencialmente cognitiva e que mostra a importância
de cultivarmos habilidades perceptuais.

Ainda há muito a se falar sobre este tópico e caso você esteja interessado em maiores
informações, você pode me contatar no e-mail abaixo. Veja também a página do meu
seminário sobre criatividade que trata desses assuntos com maior profundidade, em
especial como podemos fazer para alterar as regras que conhecemos e assim obter
maiores chances de estalos perceptuais.

Nós humanos somos os únicos seres inteligentes deste planeta capazes de uma profunda
auto-reflexão. Para ser mais criativos, temos que levar esse auto-conhecimento um
passo adiante. Temos que conhecer como funcionam nossos cérebros para poder não
apenas nos deleitar com esse conhecimento, mas também para potencializar nossas
capacidades e assim ampliar o alcance de nossas melhores intenções humanísticas.

Criatividade

Desenvolvendo a criatividade.
A criatividade tem suas raízes na infância, mas infelizmente a maioria dos adultos não teve acesso a
uma educação eficiente, impedindo que elas crescessem e florescessem.

“Quando as crianças vão para a escola, são pontos de interrogação; quando saem, são frases
feitas”. Neil Postman (educador).

Esse pequeno trecho a seguir, retirado do livro: Um “toc” na cuca, ed. São Paulo, ilustra exatamente
onde ocorre essa mudança.

“Quando eu estava no meio do curso colegial, meu professor de inglês fez uma pequena marca de
giz no quadro-negro.

Ele perguntou à turma o que era aquilo. Passados alguns segundos, alguém disse: ’É uma marca de
giz no quadro-negro’. O resto da classe suspirou de alívio, porque o óbvio foi dito e ninguém tinha
mais nada a dizer. ‘Vocês me surpreendem’, o professor falou, olhando para o grupo. ‘Fiz o mesmo
exercício ontem, com uma turma do jardim da infância, e eles pensaram em umas cinqüenta coisas
diferentes: o olho de uma coruja, um inseto esmagado e assim por diante. Eles realmente estavam
com a imaginação a todo vapor’.
Nos dez anos que vão do jardim da infância ao colegial, nós tínhamos aprendido a encontrar a
resposta certa, mas também havíamos perdido a capacidade de procurar outras respostas certas e
perdido muito em capacidade imaginativa”.

A boa notícia é que a criatividade faz parte da natureza humana e com o estímulo certo, nós
podemos desenvolve-la.

Vejamos algumas das muitas maneiras de desenvolver a criatividade:

- Faça anotações

Idéias são como sonhos, se não forem devidamente armazenadas, serão esquecidas e perdidas em
poucos minutos. Por isso, anote qualquer idéia, mesmo aquelas que não façam o menor sentido,
que ainda não estejam prontas ou que não despertaram o interesse de ninguém, mesmo assim,
anotem.

“Quando perguntaram a Einstein onde era seu laboratório, ele tirou uma caneta e respondeu ‘Aqui!’ ”
Trecho do livro, Einstein – O Enigma do Universo de Huberto Rohden.

- Desenvolva a sua curiosidade

A curiosidade é um dos mais importantes combustíveis para a criatividade. É através de seu


desenvolvimento que conseguimos vencer desafios aparentemente “impossíveis”. O profissional
criativo utiliza toda a sua curiosidade para levantar os dados do problema e buscar a melhor
solução.

Certa vez, Einstein disse: “ - não sou mais inteligente do que ninguém, sou apenas a pessoa mais
curiosa que conheço”.

Portanto, não perca tempo, exercite sua curiosidade!

- Procure escrever ao menos uma idéia por dia

Esse é um exercício simples, que se for feito com regularidade, pode em pouco tempo trazer
resultados interessantes. Faça o seguinte: separe alguns minutos por dia, durante o banho, indo
para o trabalho, antes de dormir, ou em qualquer outro lugar e hora, para pensar sobre um
determinado assunto. Pense em novas soluções para antigos problemas, idéias para problemas
novos, etc. Faça o exercício diariamente e anote e guarde todas as idéias que surgirem.

Um dos maiores estudiosos do processo criativo, Edward De Bono, diz que a sua principal função
como consultor de grandes empresas do mundo, sempre foi fazer as pessoas pararem um pouco
para pensarem e repensarem seus problemas. Então, escolha uma hora qualquer do dia para sair
um pouco da rotina e bote a cabeça para funcionar.

"Quando a mente de uma pessoa expande-se ao criar uma nova idéia, nunca mais voltará a sua
dimensão original".
Oliver Wendell Holmes

- Armazena suas idéias

Algumas idéias precisam ficar descansando, para então, amadurecerem e ganharem vida. Muitas
vezes uma idéia de hoje, pode resolver um problema de amanhã, por isso, anote e guarde todas as
idéias que tiver.

Um boa dica para não esquecer e perder suas idéias é comprar um pequeno caderno, de
preferência de capa dura para anotar sempre que surgir uma idéia ou pensamento. Não se esqueça
de levar o caderno acompanhado de um lápis ou caneta para todos os lugares. Leve-o para onde
quer que você vá, ao banheiro, ao almoço em família, ou para qualquer outro lugar. As boas idéias
não escolhem hora para aparecer e como já disse, se não anotar rápido, certamente vai esquecer.
Guarde também os recortes de jornais, revistas, anúncios, e-mails, Websites ou qualquer outra fonte
que possa conter informações relevantes aos seus projetos e que no futuro possa servir como
inspiração. Consulte seu arquivo sempre que precisar de boas idéias.

Mas tome cuidado, com tempo você terá muitos recortes, revistas e cadernos para guardar. Para
facilitar sua pesquisa no futuro, separe tudo em pastas por assunto e guarde em caixas.

Imagine se em sua casa, não tivesse um armário com portas e gavetas para organizar as coisas?
Como seria para encontrar um par de meias pretas?

Assim também funciona com as idéias, precisamos organizá-las! Mas, não adianta guardar na parte
de cima do armário, procure deixar em um local de fácil acesso.

- Aprenda a escutar, ouvir e observar.

Pessoas, lugares e acontecimentos podem nos enviar mensagens, respostas e idéias a todo
instante. Muitas vezes precisamos codificar essas mensagens através de nossa experiência,
percepção e intuição. Utilize todas as armas e sentidos na busca da melhor resposta para o que
procura.

"Descobrir é olhar para a mesma coisa como todos olham e enxergar algo diferente".
Albert Szent-Gyorgyi

O psicólogo Samuel Gosling, desenvolveu uma interessante tese que é preciso notar os pequenos
detalhes para se ter uma visão real de uma pessoa ou problema. Uma particularidade de alguém,
um pormenor sobre um caso podem provocar um insight.

- Preste um pouco mais de atenção nas crianças e idosos

“Toda criança é artista. O problema é como permanecer artista depois de crescer.”


Picasso

Normalmente as idéias mais criativas são aquelas mais obvias e simples. As crianças são a
essência da simplicidade e podemos aprender muito observando a maneira com que elas
desenvolvem suas brincadeiras e criações.

Do outro lado temos os idosos com toda a experiência e sabedoria acumulada a duras provas
durante várias gerações de muito trabalho. Se observarmos outras culturas, como, por exemplo, a
oriental, poderemos aprender a respeitar um pouco mais essas pessoas tão especiais e que têm
muitas coisas para nos ensinar.

Se juntarmos a simplicidade das crianças com a experiência dos idosos, teremos uma poderosa
fonte de idéias.

“Ao analisar pessoas de todas as idades, constituições, culturas e portes, aprendemos que os
melhores produtos incorporam as diferenças das pessoas”. Tom Kelley

- Compreenda primeiro – depois julgue

O preconceito é um perigoso bloqueio a criatividade, não julgue o desconhecido e o diferente.

É importante ter a mente aberta para as mudanças, novidades e diversidades que surgirem. Como
muito bem disse, Kelley logo acima, os melhores produtos, assim como as melhores idéias podem
surgir das diferenças entre as pessoas, coisas, idéias, etc.

- Aprenda a gostar de problemas


Um problema é sempre uma ótima oportunidade para criar. Precisamos gostar dos problemas e
desafios que aparecerem pela nossa frente. Um problema e sempre um desafio, uma oportunidade
para inovar.

“Otimistas vêem oportunidades em todo problema. Pessimistas vêem problemas em toda


oportunidade”. Anônimo

- Perca o medo de perguntar

O medo de perguntar algo sem sentido e parecermos estúpidos e incompetentes na frente de


estranhos, colegas de trabalho, amigos ou clientes, faz com que fiquemos inseguros e que não
tenhamos a coragem necessária para esclarecer nossas dúvidas.

Ter coragem de perguntar, questionar e duvidar, é o caminho para entender melhor o problema e
dar o primeiro passo no desenvolvimento de uma solução criativa.

Uma das características infantis presentes nos adultos criativos é fazer perguntas sobre temas que
eles em geral, já não questionam mais.

- Coloque as idéias em ação

Não adianta só ter idéias, é preciso ter coragem para mostrá-las aos amigos, família, sócios,
patrocinadores, etc. Ao apresentarmos uma idéia, ela cresce, se transforma e atinge uma outra
esfera. É nesse momento que a colocamos a prova e podemos visualizar suas reais possibilidades.

“Quem troca pães, fica com um único pão. Quem troca idéias fica com as duas. O melhor negócio é
sempre trocas idéias.” J.M. Machado de Assis.

Jack Welch ex-presidente da General Eletric diz em seu livro “Jack Definitivo”, que se uma idéia não
resistir a algumas perguntas de corredor, por certo não resistirá ao mercado.

Toda nova idéia normalmente passa por diversos tipos de resistências e obstáculos. Da falta de
vontade política a escassez de recursos humanos e materiais. Mesmo uma excelente idéia pode
sofrer todo tipo de pressão, por isso, para vencermos precisamos ser perseverantes, mantermos a
motivação e sabermos buscar os aliados certos.

Ter coragem para tentar, mesmo sabendo que é provável que tenhamos muitas quedas durante o
percurso. Nunca devemos esquecer que as piores idéias, são sempre aquelas que nunca saíram
das gavetas.

- Evite coisas que enfraqueçam o cérebro

Qualquer tipo de droga legalizada ou não, pode à primeira vista ajudar no processo criativo, mas
cuidado, o preço cobrado é caro demais por alguns voláteis instantes de bem estar e euforia.

Não é caretice, é fato! Todos que utilizam por muito tempo algum tipo de bengala acabam
desaprendendo a andar sozinhos. Com o tempo ainda diminuem sua capacidade de criação,
raciocínio, concentração e percepção.

É preciso ainda estar atento a outros tipos de perigos aparentemente inofensivos, mas que podem
ter conseqüências negativas ao processo criativo. São eles a baixa auto-estima, a insegurança, o
medo de errar, a timidez, o ciúme, a preguiça, o comodismo, o desamor e a timidez, que juntos ou
separados, podem limitar e até neutralizar seu potencial criativo.

Só erra quem faz e só constrói uma grande idéia quem acredita em seu potencial, tem paixão pela
que faz e acredita na sua idéia.

- Use o seu tempo ocioso com sabedoria


Aproveite seu tempo livre para enriquecer suas experiências, adquirir mais cultura e conhecer mais
pessoas. Descubra novas fontes e abasteça seu banco de idéias. Visite museus, parques e
exposições. Assista peças de teatro, filmes e shows. Leia o que passar pela frente, de livros a
jornais. É preciso estar preparado para receber a idéia.

“A casualidade somente favorece aos espíritos preparados”. Pasteur

- Divirta-se trabalhando e trabalhe divertindo-se

É claro que mesmo o “melhor” trabalho não pode ser sempre divertido e prazeroso. Mas quando
descobrimos nossos verdadeiros talentos e trabalhamos no que gostamos, transformamos nossas
segundas-feiras, em dias tão interessantes quanto os sábados.

“As pessoas não têm mais talento, têm mais paixão por seus assuntos. Einstein investia tempo,
todos os dias, viajando pelo imensurável espaço além da atmosfera terrestre com sua imaginação
intuitiva. Quem quiser ter mais intuição sobre alguma coisa deve aumentar sua paixão sobre ela”.
Psicóloga Sharon

- Mantenha sempre de bom humor

O humor é o comportamento mais importante do cérebro humano.


Edward de Bono

Roberto Menna Barreto fala em seu livro “Criatividade no Trabalho e na Vida”, que existem
ingredientes que devem ser misturados e muito bem cuidados para que possamos ter idéias
criativas. A partir da idéia de um médico pernambucano, ele criou um acrônimo chamado BIP. O B é
exatamente o Bom Humor. Segundo o autor, bom humor é estar numa boa perante um problema,
qualquer problema, é razão imprescindível, sine qua non, para um indivíduo ter um flash criativo
capaz de resolvê-lo.

Problemas que nos comprometem o bom humor, que nos fazem sofrer, são problemas para cuja
solução estamos provisoriamente, impotentes.

Roberto tem razão, quando estamos de bom humor, todas as coisas ficam mais claras e fáceis. Mas
na falta dele, é como se perdêssemos parte da visão e não pudéssemos mais enxergar todas as
paredes de uma sala. Sem ele, nosso raciocínio e intuição ficam comprometidos.

Quando estava terminando este artigo tive alguns problemas pessoais que me privaram o bom
humor e o poder de concentração. Fiquei quase uma semana sem conseguir escrever uma linha.

É muito difícil, poderia até dizer que é quase impossível manter o humor quando passamos por
algum problema pessoal que nos deixa triste, desmotivado e até sem esperanças. Mas mesmo
assim, é preciso levantar a cabeça, olhar o problema de frente e dar a volta por cima. Quando
consegui recuperar o humor, passei a enxergar meu problema com outros olhos e afinal, ele não era
assim tão feio.

- Trabalhe duro

“Eu penso 99 vezes, e nada descubro; deixo de pensar e mergulho no silêncio – e eis que a verdade
me é revelada”. Einstein

Tudo que Einstein descobriu foi resultado de muita dedicação e trabalho.

Mergulhe de cabeça no problema, estude-o profundamente, procure repetidamente o maior número


de respostas possíveis. Assim como Einstein, após trabalhar duro, desligue-se um pouco do
problema e quando menos imaginar encontrará a resposta que tanto procura.

Na filosofia milenar de Bhagauad Gita se exprime esta verdade do seguinte modo: “Quando o
discípulo está pronto o mestre aparece”.

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