Computadores

SEGUNDA-FEIRA 2 MAIO 2005 DIRECTOR JOSE MANUEL FERNANDES EDITOR RUI JORGE CRUZ

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Colaboração entre A importância Os alegados Magic Viewer Muita acção na
SAP e Microsoft do formato DWF malefícios das TI para fotos digitais vertente militar
Anunciado no SAPphire, O novo ‘standard’ DWF para Estudo polémico analisa Um programa de ‘shareware’ De ‘Brothers in Arms’ a
‘Mendocino’ é o fruto a circulação de informação efeitos do abuso do PC e das que ajuda a editar, organizar ‘Constantine’,‘The Punisher’
de 15 anos de cooperação no desenrolar dos projectos novas formas de comunicar e arquivar as imagens e ‘Full Spectrum Warrior’
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SUCESSO NOS EUA E NO JAPÃO VEM ADIAR POR SEIS MESES A ESTREIA EUROPEIA

PlayStation portátil na
Europa só em 1 de Setembro
MIGUEL CRESPO ligação sem fios também permitem
a transferência de “software” e de
1 de Setembro dados para a consola e a sua gravação

S
Ó A PARTIR DE
é que os europeus — portu- no Memory Stick Duo. Há ainda uma
gueses incluídos — poderão porta de infravermelhos.
comprar a tão esperada PlayS- O novo suporte de armazenamento
tation Portable (ou PSP). A Universal Media Disc (o tal UMD) é
primeira consola portátil da Sony, que um disco óptico de elevada capacidade
muitos vêem já como a grande revolu- e reduzida dimensão. Com um diâmetro
ção na forma como se pode jogar fora de apenas 6 centímetros e uma capa
de casa, apresenta qualidade e fluidez protectora externa, um UMD pode
gráfica ao nível de uma PlayStation 2, armazenar até 1,8 GB de dados, ou
pureza sonora elevada, ecrã enorme e seja, mais do triplo do que um CD-
uma versatilidade e conectividade que ROM. O UMD
cobrem todas as necessidades actuais p o d e
de entretenimento pessoal. conter
Na Europa, a PSP não será vendida
de forma individual, mas apenas num
pacote — o Value Pack —, que inclui
a consola, conteúdos multimédia e
ainda vários acessórios: bolsa protec-
tora, cartão de memória Memory Stick
Duo de 32 MB, bateria, auscultadores
com comando, transformador, correia
de pulso e um disco de demonstração.
Este disco, um Universal Media Disc
(UMD) — um suporte exclusivo da
Sony, que é estreado agora na consola
— incluí vídeos, música e várias versões
(não interactivas) de jogos, em jeito de
demonstração. O pacote fica completo
com um… pano de limpeza.
O Value Pack custará 249 euros,
um valor algo elevado mas dentro do
esperado, apesar de bastante superior
aos preços japonês e norte-americano,
e aos das concorrentes mais directas: a
Nokia N-Gage QD e a Nintendo DS. vários tipos de
Após vários adiamentos, a Sony conteúdos, desde
Computer Entertainment Europe —, já disponível para consulta. auscultadores, uma porta USB 2.0 e um filmes a música, pas-
(SCEE) anunciou finalmente, na pas- A PlayStation Portátil possui um conector para Wireless LAN “ad-hoc” sando por variados produtos multimédia
sada semana, os pormenores oficiais ecrã de cristais líquidos (LCD) com 802.11b — para já, só para jogo em e, obviamente, jogos. Pelo menos para
sobre o lançamento da PlayStation tecnologia de matriz activa (TFT) rede local, até 16 consolas, mas com a já, não existirão discos UMD graváveis
Portable, avançando também que os com uma diagonal de 4,3 polegadas, possibilidade futura de ligação a redes nem este suporte será usado noutro tipo
primeiros compradores da consola em formato 16:9, capaz de exibir 16 domésticas Wi-Fi ou a “hot-spots” públi- de equipamentos — mas é provável que
poderão conseguir gratuitamente o milhões de cores. A resolução é de 480 cos —, o que permite aos utilizadores ambos os casos sejam realidade num
filme “Homem-Aranha 2”, em UMD. x 272 pixels, ou seja, quase a mesma de jogarem através de uma rede local sem futuro próximo.
Para isso, só terão de registar a sua um televisor comum. A consola possui fios e, futuramente, “on-line” e também A aposta da Sony no mercado
PSP no site oficial — www.yourpsp.com altifalantes estereofónicos, ligação para aceder à Internet. As capacidades da portátil é muito séria mas tem tido

7c1bf3e5-024b-435b-bb28-84bbcd8a7552

➜ receptividade tão posi-
tiva que não há capacidade produtiva
para satisfazer a procura — e daí a
espera pela chegada à Europa. David
Reeves, presidente da Sony Computer
Entertainment Europe, acredita que “o
sistema PSP irá revolucionar o mundo
do entretenimento portátil, ao propor-
cionar ao utilizador a possibilidade de
jogar videojogos com gráficos 3D, ver
filmes, ouvir música e ligar-se a uma
rede sem fios, quando e onde quiser”.
Por outro lado, Reeves também
afirma que “hoje, mais do que nunca,
os consumidores querem ter acesso às
suas formas preferidas de entreteni-
mento fora de sua casa e onde quer que
estejam, sem prejudicar a qualidade”.
“Com mais de uma centena de jogos em
desenvolvimento em todo o mundo para
a PlayStation Portátil, a possibilidade
computadores .2
de descarregar e ouvir música, e ver os
melhores filmes com grande qualidade
de imagem, o sistema permite controlar
todo o seu entretenimento através de
um único dispositivo”.
Já James Armstrong, vice-presi-
dente e administrador delegado da
Sony Computer Entertainment Europe
para Espanha e Portugal, acredita
que a PSP se adequa perfeitamente
“às necessidades dos consumidores do
nosso país, devido à sua cultura e forma
de viver”. “Devido a
factores como
clima, o estilo de vida
e o carácter do con-
sumidor português,
as nossas formas de
lazer são, principal-
mente, fora de casa
e é exactamente aí
onde estará a PlayS-
tation Portátil.”
Conforme Compu-
S E G U N D A - F E I R A . 2 . M A I O . 2 0 0 5
tadores revelou há cerca de um ano,
na sequência da E3, em Los Angeles,
a nova consola da Sony é negra, com
amplo ecrã e botões típicos dos coman-
dos das PlayStation. Tem cerca de 17
cm de largura, um pouco mais de 7
cm de altura e 2,3 cm de espessura,
pesando 280 gramas com a bateria (que
é de iões de lítio). A memória é de 32
MB + 4 MB de DRAM. O tipo de codi-
ficação aceite é MPEG-4 para o vídeo,
disponíveis logo no lançamento euro-
peu: “Wipeout Pure” marca o regresso
de uma série indissociável da PlayS-
tation, o mesmo sucedendo com “Ridge
Racer”. A estes juntam-se numerosos
títulos que dispensam apresentações,
como “Tony Hawk’s Underground 2
Remix”, “Tiger Woods PGA Tour”,
“Metal Gear Acid”, “FIFA Football”,
“Need For Speed Underground Rivals”,
“NBA Street Showdown”, “Spider-Man
2”, “Ape Escape: On the Loose”, “Puyo
ATRAC3plus e Pop Fever”, “Syphon Filter: Logan’s
MP3 para o áudio e Shadow”, “Final Fantasy VII: Advent
JPEG para as fotos. C h i l -
Entre os jogos, há muitos títulos de
sucesso garantido, ficando por confir-
mar quais os que estarão
o
dren”, “Formula One
Grand Prix”, “Medievil Res-
surection” e, claro… “Gran Turismo 4
Mobile”. ●
 ESTUDO ‘A SOCIEDADE EM REDE EM PORTUGAL’ REVELA CENÁRIO OPTIMISTA EM PORTUGAL
Os internautas são mais sociáveis
e mais interventivos na sociedade
“A SOCIEDADE em
O
ESTUDO
Rede em Portugal”, realizado
pelo Centro de Investiga-
ção e Estudos de Sociologia
(CIES), foi editado em livro
pela editora Campo das Letras e apre-
sentado na passada quinta-feira em
Lisboa, no Instituto Superior de Ciências
do Trabalho e da Empresa (ISCTE), esta-
belecimento do ensino superior em que o
CIES se enquadra.
Os resultados da investigação desen-
volvida no âmbito do estudo indicam que
“Portugal se encontra num momento de
transição, associando traços e dinâmicas
de modernidade a vestígios de uma socie-
dade mais arcaica que tendem a obstruir
algumas das transformações em curso”.
Esta transição é passível de ser lida nas
práticas caracterizadoras da sociedade
em rede, como o nível de utilização da
Internet, que em Portugal ainda é relati-
vamente baixo e recente. Apenas três em
cada dez portugueses utilizam a Internet,
o que demonstra que Portugal ainda está
em transição para uma sociedade em rede
— revelou o estudo.
De acordo com este, cerca de 29 por
cento da população portuguesa é utili-
zadora directa da Internet, dos quais 10
por cento tem tido, de algum modo, uma
aproximação a esta tecnologia — mas a
grande “maioria é ainda constituída por
não utilizadores”. Entre os que estão mais
familiarizados com este recurso tecnoló-
gico, destacam-se os jovens e os indivíduos
mais qualificados.
Relativamente a estes dois grupos, o
estudo salienta que, “nos escalões etários
mais jovens, a ausência de recursos escola-
res significativos não conduz a um necessá-
rio afastamento face à Internet”; por outro
lado, entre os mais velhos, os “níveis de
escolaridade mais elevados surgem como
uma condição primordial no despertar
para este novo universo tecnológico”.
“E acabam por ser precisamente os
cibernautas de meia idade e os mais qua-
lificados aqueles que mais intensamente
integraram o uso da Internet no seu quoti-
diano, não obstante a difusão do uso mais
ocasional desta tecnologia entre os mais
jovens”, sublinham os investigadores.
Quanto aos locais de acesso e utiliza-
ção da Internet, em Portugal destaca-se
o espaço doméstico — ao contrário do que
acontece noutros países mais desenvolvi-
dos onde a primazia vai para os contextos
profissionais e escolares. No entanto, é de
salientar que, apesar de o espaço domés-
Congresso Português de Informática - 1980
Contacto: cpi80@sapo.pt
tico ser o privilegiado para uso da Inter-
net, a familiarização com esta tecnologia
tende a iniciar-se fora de casa: no trabalho
para os mais velhos; na escola ou entre
amigos para os mais novos.
No que respeita às actividades desen-
volvidas através da rede, em Portugal
como noutros países, a Internet não é um
mero meio de circulação de informação
mas um espaço de lazer, entretenimento e
sociabilidade para os mais jovens — e um
instrumento de ordem prática, profissio-
nal e cultural para os mais velhos.
Os resultados deste estudo vêm ainda
contrariar argumentos sobre o isolamento
social de quem faz uso da Internet,
demonstrando que este meio tecnológico
introduziu apenas algumas transforma-
ções nos contactos com os amigos — pelo
menos, como meio de comunicação nas
relações mais distantes —, não prejudi-
Jantar 25 anos
S E G U N D A - F E I R A . 2 . M A I O . 2 0 0 5
cando relações sociais nem familiares.
“São os utilizadores de Internet que
possuem maiores redes de sociabilidade
e contactam mais frequentemente pelas
diferentes formas com os seus familiares,
amigos e vizinhos”, conclui o estudo.
A outra escala geográfica, a Internet
configura-se também “como um potenciador
de contactos a nível planetário”, intensifi-
cando a frequência das comunicações entre
pessoas que vivem em diferentes países.
O estudo permite também rebater a
tese de que a Internet viria substituir
a utilização dos média tradicionais
— imprensa escrita, rádio e televisão
—, uma vez que se verifica que este
novo meio é utilizado como mais um
suporte de informação e um meio de
comunicação adicional. O aparecimento
da Internet apenas terá acarretado uma
ligeira diminuição de determinadas prá-
20 de Maio
ticas, como ver televisão, vídeos
e filmes em DVD.
Ao nível da participação social
e política, os utilizadores de Inter-
net são os que pertencem a um
maior número de associações e os
que mais nelas participam, são os
que estão mais convictos de que
é possível influenciar as decisões
políticas e os acontecimentos
mundiais, e os que se posicionam
como mais interventivos.
O estudo salienta que “estar
ligado à Internet é cada vez
mais uma condição indispensá-
vel para a educação e o desen-
volvimento das pessoas”, mas
que o acesso a este meio não
depende apenas do interesse ou
da disponibilidade financeira
dos possíveis utilizadores.
Os investigadores consideram
que o alargamento do número de
utilizadores e o enriquecimento
das formas de utilização implica
o fim das desigualdades tecno-
lógicas de acesso à Internet e,
também, a diminuição das desi-
gualdades educativas e culturais.
No prefácio do livro, o direc-
tor do Serviço de Ciência da
Fundação Calouste Gulbenkian,
João Caraça, considera que “a
emergência da sociedade em
rede implica a definição de novos
comportamentos”, como trans-
formar os sistemas de educação
para que se aprenda eficazmente
a ler e a escrever na Internet,
tornando este gesto um hábito tão natu-
ral como o “alfabético”.
A sociedade que não adoptar este
modelo “fica irremediavelmente no
século passado”, sustenta João Caraça,
citado pela Lusa.
O professor Manuel Castells, inves-
tigador do Programa de Sociedade da
Informação da Universitat Oberta de
Catalunya, sugere, no primeiro capítulo
do livro, que “a sociedade em rede é já a
sociedade em que estamos a entrar desde
há algum tempo, depois de mais um
século de sociedade industrial”. Segundo
este especialista, as pessoas plenamente
integradas nessa sociedade constituem
ainda uma minoria da população mundial
mas a sociedade em rede já “é a estrutura
social dominante do planeta” e “vai absor-
vendo, a pouco e pouco, as outras formas
de ser e de existir”. ●
computadores .3
computadores .4 S E G U N D A - F E I R A . 2 . M A I O . 2 0 0 5
 SAP E MICROSOFT APRESENTAM ‘MENDOCINO’ NO SAPPHIRE 2005
Combinar o ERP
com o Office é “Men-
O
NOME DE CÓDIGO
docino” e o produto
deverá estar disponível
no último trimestre
deste ano. Trata-se da
primeira solução que resulta de uma
parceria entre a SAP e a Microsoft,
e que irá juntar as funcionalidades
de gestão de processos empresariais
da SAP às aplicações do Office, da
Microsoft. Foi a principal novidade
da última edição do SAPphire 2005,
que decorreu na semana passada, em
Copenhaga.
Cerca de 5 mil parceiros e clientes
da SAP, uma das maiores empresas
mundiais de “software” empresarial,
juntaram-se na Dinamarca para,
durante três dias, participar em con-
ferências e sessões de trabalho em
que foram apresentadas as novidades
da empresa. Os principais responsá-
veis da SAP falaram de estratégia
e da importância de se melhorar os
processos de negócios nas empresas,
anunciaram parcerias e, claro, apre-
sentaram o “Mendocino”. Henning
Kagermann, “chief executive officer”
(CEO) da SAP (na foto), explicou que
se trata do primeiro produto desen-
volvido em conjunto pela Microsoft
e pela SAP, que ambas as empresas
serão responsáveis pela sua insta-
lação e suporte, e que deverá ficar
disponível no final deste ano.
Com o “Mendocino”, a SAP e a
Microsoft pretendem disponibilizar
uma solução que articule as ferramen-
tas de produtividade do Office com as
aplicações empresariais da SAP. Desta
forma, o Mendocino irá estabelecer a
ligação entre as aplicações de negócio
da SAP e as aplicações do Office, que os
utilizadores de PC tão bem conhecem.
“O ‘Mendocino’ vai ajudar as empresas
a ampliar as suas vantagens competi-
tivas e a revolucionar a forma como os
utilizadores têm acesso à informação,
a analisam e a usam de forma a tomar
melhores decisões”, explicam ambas
as empresas.
Como principais vantagens da
nova solução foi salientado o facto
de as pessoas que precisam de
aceder à informação empresarial
poderem fazê-lo a partir do seu PC
e num ambiente que lhes é familiar
— também uma forma de optimizar
o investimento dos clientes da SAP e
da Microsoft no Office e nas soluções
de planeamento dos recursos empre-
sariais — ou Enterprise Resource
Planning (ERP), como o mySAP
ERP.
Tarefas do quotidiano das empre-
sas, como a gestão do tempo dos
funcionários, a monitorização dos
orçamentos e o con-
trolo de despesas ISABEL GORJÃO SANTOS
poderão então ser em Copenhaga (Dinamarca)
feitas directamente
do Office. Para além disso, o “Men-
docino” tirará partido da Enterprise
Services Architecture (ESA), plata-
forma da SAP orientada para os ser-
viços, bem como dos “Web services” da
plataforma .Net, da Microsoft.
Jeff Raikes, vice-presidente da
Microsoft para a área Information
Worker Business, salientou que,
hoje, “é demasiado difícil para os
funcionários aceder à informação
relativa ao negócio de que necessitam
para tomar decisões”; e que, com o
“Mendocino”, os clientes da SAP e da
Microsoft passarão a ter a informação
empresarial “na ponta dos dedos”.
Também Shai Agassi, membro do
conselho executivo da SAP, salientou
que este produto “resulta de uma
relação estratégica de 15 anos entre a
SAP e a Microsoft” — sendo hoje cerca
de 46 mil as instalações de soluções
da SAP que correm sobre os sistemas
operativos Windows, da Microsoft.
Na anterior edição do SAPphire,
Henning Kagermann referira que
a estratégia de redução de custos
levada a cabo pelas empresas já não é
suficiente e que elas deverão também
investir no crescimento. “É cada
vez mais importante a flexibilidade
das infra-estruturas de tecnologias
de informação”, disse, que referiu o
recente lançamento da ESA, que será
disponibilizada mesmo às empresas de
dimensão reduzida, “e poderá ser adop-
tada por utilizadores recentes ou pouco
habituados a soluções empresariais”.
Entre as vantagens da ESA, o principal
responsável da SAP salientou o facto se
tratar de uma plataforma facilmente
adaptável às necessidades e ao cresci-
mento das organizações.
A parceria entre a SAP e a
Microsoft foi o principal anúncio do
SAPphire… mas não o único. Para o
sector da saúde, por exemplo, a SAP
estabeleceu uma parceria com a Sie-
mens a fim de fornecer uma solução
de ERP e de gestão de informação clí-
nica aos hospitais e outros organis-
mos da área da saúde (ver, ao lado,
Uma Pergunta a
Martin Kopp). As
duas empresas
trabalham juntas
nesta área há cerca de dez anos mas
o acordo agora assinado abrirá cami-
nho à instalação das soluções SAP
Healthcare e Soarian, da Siemens,
com integração assente na plata-
forma NetWeaver, da SAP.
Numa primeira fase, a solução da
SAP e da Siemens estará disponível
nos EUA, Alemanha e Japão, pro-
S E G U N D A - F E I R A . 2 . M A I O . 2 0 0 5
Martin Kopp
Director da SAP para as soluções
na área da saúde
porcionando às instituições de saúde
uma melhor coordenação dos serviços
de diagnóstico e terapêuticos, bem
como uma superior integração entre a
informação administrativa e os dados
clínicos relativos aos utentes. A colabo-
ração entre as áreas clínica e adminis-
trativa dos hospitais ou clínicas são o
objectivo desta solução, que permitirá
o acesso à informação em tempo real
e, por exemplo, a gestão da cadeia de
fornecedores da vertente clínica.
Para o sector público, a SAP anun-
ciou a conclusão de um projecto de con-
tabilidade levado a cabo na Comissão
Europeia. A solução instalada permite
fazer a gestão dos orçamentos e toda a
contabilidade de acordo com a norma
International Public Sector Accoun-
ting Standards (IPSAS). O orçamento
anual da Comissão Europeia é de
cerca de 100.000 milhões de euros,
os quais são agora geridos através da
solução SAP for Public Sector — pro-
jecto que terá simplificado a gestão
dos orçamentos relativos aos acordos
de pescas, aos fundos estruturais e à
investigação.
O SAPphire foi também palco da
apresentação de um acordo entre a
SAP e a Macromedia que permitirá
às empresas que usam a plataforma
NetWeaver a integração com a apli-
cação Macromedia Flex, a partir da
qual é possível criar interfaces mais
ricas e adequadas às suas necessida-
des. A próxima versão do NetWeaver
Visual Composer irá, assim, incluir
a tecnologia Flex, permitindo aos
programadores desenvolverem
aplicações que combinam a simplici-
dade dos programas habitualmente
usados nos PC com as soluções
empresariais, mais robustas.
Também a parceria da SAP com a
IBM foi alargada por forma a optimizar
o uso das soluções da SAP com o motor
de bases de dados DB2, da IBM. Na
versão 8.2.2 do DB2 foram introduzidas
novas funcionalidades, que facilitam a
sua manutenção e disponibilidade em
arquitecturas escaláveis, como as base-
adas em soluções da SAP. ●
Computadores viajou até Copenhaga
a convite da SAP
uma pergunta a
A SAP acaba de estabelecer uma par-
ceria com a Siemens para o sector
da saúde. Qual a importância dessa
parceria e como é que os hospitais ou
clínicas têm vindo a adoptar soluções
de ‘software’ para melhorar os seus
processos?
SAP e Siemens
na saúde
T
emos mais de mil instalações de solu-
ções para a área da saúde em todo o
mundo — nomeadamente na Alemanha
e na Áustria — e estamos também a tra-
balhar na Suíça e em países como Singa-
pura, Israel, Japão, China e Espanha, entre outros.
No que se refere aos ERP [Enterprise Resource
Planning, soluções de “software” para planea-
mento dos recursos empresariais], podemos for-
necer soluções que abarcam a área financeira, o
controlo e a gestão de informação clínica. Desta
forma, não é só o aspecto financeiro que é gerido
mas tudo o que se relaciona com os pacientes.
É importante ter toda a informação disponível.
Temos uma solução vertical, a SAP Patient Mana-
gement, integrada no conjunto de soluções SAP
Healthcare, e trabalhamos com diversos parcei-
ros. Agora anunciámos a parceria com a Siemens
para esta área, a qual irá certamente funcionar
muito bem porque a SAP e a Siemens têm vindo
a trabalhar juntas há muito tempo, em áreas que
se relacionam com a colaboração, com soluções
verticais, e também com o sector da saúde.
Há vários projectos importantes a decorrer nesta
área, nomeadamente na Extremadura espanhola,
onde está a ser instalado um sistema para todas as
instituições de saúde daquela região. Há também
outro projecto, no Hospital Clínico de Barcelona,
que foi apresentado nesta última edição do
SAPphire.
Anunciámos agora a parceria com a Siemens mas
a SAP tem também parcerias com outras empresas,
dependendo do projecto a realizar e do país em
questão. Nesta área, é absolutamente necessário
saber primeiro o que o cliente pretende e partir
depois para a instalação do projecto. A informação
clínica e a informação financeira têm que estar
devidamente integradas e organizadas.
A forma como as instituições da área da saúde
estão a usar as tecnologias para melhorar o serviço
que prestam depende de país para país — mas,
de uma forma geral e olhando para o que tem
acontecido nos últimos cinco anos, podemos dizer
que, nos hospitais, considera-se que as tecnolo-
gias de informação são cruciais e trazem muitos
benefícios à organização.
Na China, há dez anos, quase não se falava em pôr
as tecnologias ao serviço dos cuidados de saúde;
mas, hoje, estão a ser melhorados os processos. O
mesmo acontece no Japão, onde recentemente foi
lançado o programa Japão 2010, onde se prevê
um investimento em soluções de “software” e na
melhoria dos processos. Também na Alemanha
existe uma considerável regulamentação desta
matéria e um forte investimento na mudança.
As várias regiões adoptam diferentes procedimen-
tos e há também diferenças entre o sector público
e o sector privado. Mas a verdade é que todos
estão interessados em soluções inovadoras, que
ajudem a poupar dinheiro sem diminuir a quali-
dade do serviço que se presta aos utentes. ●
Depoimento colhido por Isabel Gorjão Santos
computadores .5
 .com

Autodesk adquire a Colorfront…
A Autodesk anunciou a assinatura de um contrato definitivo
para a aquisição de todos os activos da Colorfront (uma
empresa de tecnologia de correcção de cor para estúdios
cinematográficos e laboratórios de filmes digitais) pelo mon-
tante de 15 milhões de dólares. Esta aquisição representará,
para a Autodesk, novos conhecimentos sobre os processos de
laboratório cinematográfico, pós-produção digital, ciência das
cores, processamento de imagem e optimização de plataforma
de “hardware”. A transacção deverá ficar concluída nos próxi-
mos dias. A Colorfront tem sede em Budapeste, na Hungria, e
trabalhou com a Autodesk no desenvolvimento do sistema de
gradação de cor digital Discreet Lustre. Lançado em Abril de
2003, o sistema Lustre foi utilizado em diversas longas metra-
gens, como “Polar Express”, “O Fantasma da Opera”, “Piratas das
Caraíbas” e “Master and Commander: The Far Side of the World”.
A tecnologia da Colorfront está presente no sistema Lustre e
em várias outras soluções exclusivas, e utiliza-se na gradação
da cor de centenas de filmes por ano, entre os quais se incluem
dois terços dos filmes mais famosos de Hollywood (como “O
Senhor dos Anéis”, “Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban”,
“Day After Tomorrow” e “Sky Captain”). ●
… depois da compra da Compass
A aquisição da Colorfront não é a primeira que a Autodesk
concretiza neste ano, no âmbito de uma estratégia de cresci-
mento aproveitando os tempos de consolidação que se vivem
no sector das tecnologias de informação. Já em Fevereiro último,
a empresa anunciou (e depois concluiu) a aquisição da Compass,
empresa que desenvolve soluções para a gestão de informa-
ção e foi adquirida por 13 milhões de euros. A Compass era
então um dos líderes do sector de gestão de dados da Europa,
tendo como clientes 20 mil utilizadores espalhados por 1800
empresas ligadas à produção industrial. ●
Nokia cresceu 17 por cento no trimestre
A Nokia registou, no primeiro trimestre de 2005, um volume
de vendas de 7,4 milhões de euros, o que representa um
crescimento de 17 por cento face ao mesmo período do ano
anterior. Os resultados operacionais foram de 1300 milhões
de euros e a quota de mercado alcançada no trimestre foi de
cerca de 32 por cento. O crescimento verificou-se em todas
as áreas de negócio, tendo sido a China o mercado em que a
empresa registou maior expansão. De acordo com as previsões
da empresa, até ao final do ano serão vendidas cerca de 740
milhões de unidades. O volume de vendas, por outro lado,
deverá situar-se entre os 7900 e os 8200 milhões de euros no
segundo trimestre de 2005. Jorma Ollila, presidente e CEO da
Nokia, comentou estes resultados afirmando estar “extrema-
mente satisfeito com o resultado global da empresa no primeiro
trimestre de 2005, pois verificou-se um crescimento na casa
dos dois dígitos, registando-se um crescimento de vendas em
todas as áreas de actuação”. Disse ainda o principal responsável
da Nokia que “as expectativas para a venda de equipamentos
móveis foram superadas em 20 por cento” e que, “apesar de
alguma fragilidade do mercado de equipamentos 3G, os ter-
minais de terceira geração tiveram um início de ano bastante
forte, o que levou a uma revisão em alta das estimativas para
este ano, pelo que a Nokia estima vender cerca de 740 milhões
de unidades até final do ano”. ●
Lucros da Microsoft quase duplicam
Os lucro da Microsoft quase duplicaram no trimestre acabado
em Março último mas ficaram aquém do esperado pelos ana-
listas. O resultado líquido totalizou 2560 milhões de dólares
(1880 milhões de euros), depois de ter sido de 1310 milhões
de dólares (mil milhões de euros) no mesmo trimestre de
2004. O lucro por acção foi de 23 cêntimos, abaixo dos 31,7
cêntimos esperados pelos analistas. As vendas cresceram 4,9
por cento para 9620 milhões de dólares (7400 milhões de
euros), ajudando a crescer o montante dos lucros. A limitar
os resultados estiveram os custos judiciais, embora estes
tenham diminuído relativamente ao trimestre homólogo do
ano anterior, tal como referem os responsáveis da empresa.
O lucro operacional mais do que duplicou, para 3300 milhões
de dólares (2500 milhões de euros). ●
Grupo SIA cresce 7 por cento em 2004
O grupo SIA, multinacional de origem espanhola especializada
no desenvolvimento e instalação de tecnologias de informa-
ção, contabilizou durante 2004 um volume de negócios de
49,09 milhões de euros, registando um crescimento de 7 por
cento face ao ano anterior. A Cesce SI, empresa portuguesa
especializada em armazenamento de dados que foi adquirida
pelo grupo SIA em Fevereiro de 2004, contribuiu com 41 por
cento para a facturação total do grupo. Para 2005, a Cesce SI
tem como objectivo crescer cerca de 10 por cento face ao
exercício de 2004 e o grupo SIA prevê alcançar um crescimento
no volume de negócios superior a 16 por cento. Para além de
manter a especialização nas áreas de armazenamento, segu-
rança, gestão de sistemas e mobilidade, a Cesce SI privilegiará
a realização de projectos baseados em soluções funcionais de
consolidação e centralização do armazenamento, replicação
remota de armazenamento, gestão do ciclo de vida da infor-
mação, gestão centralizada de utilizadores e “outsourcing”
específicos. A Cesce tem mais de 100 clientes em Portugal,
desde o sector financeiro às telecomunicações, à distribuição,
aos serviços e à indústria. ●
Rumos com lucros de 239 mil euros
A Rumos anunciou os seus resultados financeiros referentes
a 2004, tendo registado lucros líquidos de 239.320 euros, o
que representa um crescimento de 170 por cento face ao ano
anterior. Em 2004, a unidade de negócios que registou a evo-
lução mais positiva foi a de “outsourcing”, com o seu volume
de negócios a crescer mais de 60 por cento durante o ano. “O
‘outsourcing’ é uma área em que a Rumos está a apostar cada
vez mais e o crescimento registado neste ano assenta não só
no aumento do número de horas em que os nossos recursos
humanos estiveram alocados, como também no início de novos
projectos”, afirmou Francisco Miguel, administrador da Rumos.
Em 2004, a empresa deu cerca de 40 mil horas de formação a
perto de 16 mil pessoas. “Tendo em conta a conjuntura macro-
económica, pode-se considerar que o ano de 2004 foi muito
positivo para a Rumos”, lê-se no comunicado da empresa. Para
2005, a empresa prevê continuar a investir na formação e na
área de “outsourcing”. ●
Intentia em parceria com JD Solutions
A Intentia Portugal, fornecedora de aplicações empresariais,
anunciou uma parceria com a JD Solutions. Esta parceria visa
proporcionar uma maior experiência e qualidade na instala-
ção de soluções da Intentia. Juan Martinez, director-geral da
Intentia em Portugal, afirmou estar satisfeito com a assinatura
da parceria, “até porque esta vem reforçar a nova estratégia de
desenvolvimento da Intentia no mercado português”. Também
os responsáveis da JD Solutions consideraram que, actualmente,
“o mercado procura soluções integradas e que acrescentem
valor aos sistemas tradicionais de ERP”. O investimento na
verticalização levado a cabo pela Intentia, que apostou nas
áreas da produção e distribuição têxtil e no sector alimentar,
por exemplo, foi considerado como uma mais-valia pelos res-
ponsáveis da JD Solutions. ●
Trend Micro cresceu 42 por cento
A Trend Micro, que desenvolve antivírus e soluções de segu-
rança para conteúdos na Internet, anunciou os seus resultados
para o primeiro trimestre de 2005, tendo registado vendas
líquidas na ordem dos 165,4 milhões de dólares e 69,8 milhões
de dólares de receitas operacionais. O rendimento líquido
foi de 43,6 milhões de dólares – que valores representam
crescimentos na ordem dos 27, 42 e 45 por cento, respecti-
vamente. As vendas de soluções para “gateways”, incluindo
as “suites” InterScan Web Security e InterScan Messaging
Security, registaram um aumento de 73 por cento face ao
ano passado, enquanto as soluções para ambientes “desktop” e
cliente-servidor cresceram respectivamente 35 e 28 por cento.
Eva Chen, CEO da Trend Micro, adiantou que neste trimestre
foram também iniciadas importantes colaborações que per-
mitiram manter o crescimento em mercados considerados
estratégicos, como é o caso da China. Através de um acordo
com a Sina, o portal chinês com o maior número de visitas,
a Trend Micro iniciou a protecção de mais de 100 milhões
de utilizadores de correio electrónico na China e em toda a
comunidade chinesa espalhada pelo mundo. Para o segundo
trimestre de 2005, que terminará a 30 de Junho, a empresa
prevê alcançar um volume de vendas líquidas consolidadas
na ordem dos 163,6 milhões de dólares. ●

agenda

FT World Mobile Communications
Conference
Data: 11-05-2005 a 12-05-2005
Local: London Marriott Hotel, Londres (Reino
Unido)
Contacto: Russell Day
Tel.: +44 (0)20-7017-5529
Fax: +44 (0)20-7017-4747
E-mail: info@finantialtimesconferences.com
URL: www.ftconferences.com/mobile
Mobile Location Services 2005
Data: 17-05-2005 e 18-05-2005
Local: Hotel Rey Juan Carlos (Barcelona)
Organização: Informa – Telecoms & Media
Tel.: +44 (0) 20-7017-5506
E-mail: telebookings@informa.com
URL: www.telecoms.com/location
ETS’05 – 10th European Test Symposium
Data: 22-05-2005 a 25-05-2005
Local: Tallinn, Estónia
Contacto: Raimund Ubar
E-mail: raiub@pld.ttu.ee
URL: sisc.ttu.ee/ati/ETS
ISPSD 2005 – The 17th International
Symposium on Power Semiconductor
Devices and ICs
Data: 22-05-2005 a 26-05-2005
Local: Santa Barbara, Califórnia, EUA
Contacto: Daniel Kinzer
E-mail: dkinzer1@irf.com
URL: www.ecse.rpi.edu/conf/ISPSD2005/
2nd PhD School on Innovation and
Economic Development: Globelics
Academy 2005
Data: 23-05-2005 a 2-06-2005
Local: Lisboa
URL: www.globelicsacademy.net/2005.asp
2005 Design Automation Conference
(DAC)
Data: 13-06-2005 a 17-06-2005
Local: Anaheim Convention Center, Califórnia
(EUA)
Tel.: +1 (303) 530-4333
Fax: +1 (303) 530-4334
URL: www.dac.com
Service & Content Delivery Conference
Data: 13-06-2005 e 14-06-2005
Local: Mortimer House, Londres (Reino
Unido)
Contacto: Helen Robinson
E-mail: helen.robinson@informa.com
Tel.: +44 (0)20-7017-4837
Organização: Informa – Telecoms & Media
URL: www.telecomsacademy.com
Best Practices in Wireless New Product
Development
Data: 14-06-2005
Local: Holiday Inn Kensington, Londres
(Reino Unido)
Organização: Informa – Telecoms & Media
Tel.: +44 (0) 20-7017-5506
E-mail: telebookings@informa.com
URL: www.telecoms.com/wirelessnpd
Seminar on Using Film Financing Methods
to Fund Mobile Content Creation
Data: 14-06-2005
Local: Earl’s Court, Londres (Reino Unido)
Organização: Informa – Telecoms & Media
URL: www.mem05.com
MEM’2005 – Mobile Entertainment Market
Data: 15-06-2005 e 16-06-2005
Local: Earls Court, Londres (Reino Unido)
Organização: Informa – Telecoms & Media
Tel.: +44 (0) 20-7017-5506
E-mail: telebookings@informa.com
URL: www.mem05.com; www.informatm.com;
www.telecoms.com
Global Messaging
Data: 15-06-2005 e 16-06-2005
Local: Earls Court, Londres (Reino Unido)
Organização: Informa – Telecoms & Media
Tel.: +44 (0) 20-7017-5506
E-mail: telebookings@informa.com
URL: www.globalmessagingcongress.com
CNIC - 14th International Scientific
Congress
“40 Years at the Service of Science and
Technology”
Data: 27-06-2005 a 30-06-2005
Local: Havana, Cuba
Organização: National Center for Scientific
Research
E-mail: seminario@cnic.edu.cu
URL: www.cnic.edu.cu/14Congreso/
Bienvenida.htm
8th International Conference on
Technology Policy and Innovation
“Value-Added Partnering In a Changing
World”
Data: 6-07-2005 A 8-07-2005
Local: Lodz, Polónia
URL: in3.dem.ist.utl.pt/lodz2005/
Networkers Forum 2005
Data: 9-11-2005 a 10-11-2005
Local: Centro Cultural de Belém, Lisboa
Organização: HanseCom Media &
Communication
URL: www.hansecom.net

computadores .6 S E G U N D A - F E I R A . 2 . M A I O . 2 0 0 5
 ESTUDO COMPARA USO DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO AO CONSUMO DE DROGAS
Da inteligência e concentração
à tentação e ao pecado
PEDRO FONSECA
S NOVAS TECNOLOGIAS pode-
A
rão ser mais prejudiciais
para o cérebro do que o
consumo de marijuana. A
necessidade de ler as men-
sagens de correio electrónico, atender
o telemóvel ou aceder ao programa de
mensagens instantâneas reduz o nível
de inteligência dos trabalhadores
— muito mais do que utilizar aquela
droga, de acordo com um recente
estudo inglês.
O crescente fluxo de informação
reduz a capacidade de um trabalhador
em se concentrar nas suas tarefas — e
essa falha é mais notória em homens
do que em mulheres. Mas “é um fenó-
meno real e generalizado”, salienta
Glenn Wilson, psiquiatra do King’s
College da Universidade de Londres e
responsável pela elaboração do estudo,
apoiado pela Hewlett-Packard (HP),
realizado junto de 1100 pessoas.
Muitos dos inquiridos estão
“viciados” nas novas tecnologias de
comunicação. Um em cada cinco tra-
balhadores responde a mensagens
durante a refeição ou num encon-
tro social, enquanto dois em cada
três acede às mensagens de correio
electrónico fora do horário laboral e
mesmo em férias.
Glenn Wilson detectou que os efeitos
do uso destas formas de comunicação
na inteligência desses trabalhadores
é superior ao equivalente a uma noite
sem dormir ou a ter fumado mariju-
ana. “Percebemos que esta obsessão em
aceder às mensagens [electrónicas], se
não forem vistas, produz uma erosão
sobre o desempenho do trabalhador ao
reduzir a sua acuidade mental”, afirma
o investigador.
O problema do uso excessivo das
novas tecnologias de informação não
se fica por esta comparação. Por cá,
Rogério Santos, docente de Comuni-
cação Social na Universidade Católica
Portuguesa, director da revista “Media
XXI” e autor do blogue “Indústrias Cul-
turais”, salientou à publicação regional
“Campeão das Províncias”, publicada
a 21 de Abril, “estar a ficar adicto,
dependente” dos blogues: “Não aconse-
lho a que construam blogues. Pode ser
um vício e matar como o tabaco.”
A frase pode ser entendida em
sentido literal. Na semana passada,
um homem foi descoberto morto em
Nova Iorque junto ao seu computa-
dor, vítima aparente da ansiedade em
manter-se a par de múltiplos fóruns
electrónicos.
Este homem, de apelido Wana-
maker, era executivo de uma empresa
de média e faleceu por falta de ali-
mentação, conforme revelou o “Media
Daily News”. A sua esposa, Loraine
— que encontrou o corpo — afirma
ter-lhe levado comida ao longo de
várias semanas mas que esta não
era ingerida. “Tinha tanto receio de
perder uma oportunidade de contri-
buir com um comentário ou iniciar
uma conversa que deixou de comer”,
explicou. Wanamaker estava ligado a
48 fóruns temáticos ou comunidades
“on-line” e parece ter-se viciado em
contribuir com as suas opiniões.
Apesar do eventual excesso deste
relato, não admira que a Internet e
as novas tecnologias em geral este-
jam a ser apontadas como elementos
de “tentação” e de “pecado”, como se
escreve no “Vicar’s Guide”, um novo
texto para os padres publicado na pas-
sada semana pela Igreja inglesa.
Na China, onde tem sido enorme o
crescimento de utilizadores da Inter-
net, foi revelado o aparecimento de
“viciados” na Internet. Segundo a
última edição da revista norte-ame-
ricana “Forbes”, 15 por cento dos
adolescentes chineses não passam
normalmente sem a Internet. Em
Hong Kong, são 40 por cento. Em
geral, entre 5 e 10 por cento dos
utilizadores da Internet têm algum
sintoma de dependência — explica
Maressa Orzack, do Computer Addic-
tion Study Center do Hospital McLean
de Harvard.
A Internet não é a única tecnologia
a influir no comportamento humano.
Nos EUA, as crianças estão expostas
diariamente a oito horas e meia de
meios de comunicação, como a tele-
visão, os videojogos ou os computa-
dores, muitas vezes em simultâneo,
questionando-se acerca da sua capa-
cidade de concentração — apontava o
diário norte-americana “USA Today”
no final de Março.
“Não sabemos como fazê-lo” — foi
a resposta do psicólogo David Walsh,
do Instituto Nacional dos Média e da
Família, relativamente a um estudo
da Kaiser Family Foundation, onde
se salientava que os jovens entre os 8
e os 18 anos gastam, em média, uma
hora mais do que há cinco anos na
utilização daqueles média.
“Tornou-se cada vez mais difícil,
nos últimos dez anos, manter a aten-
ção das crianças”, explica Walsh. “A
expectativa é a de ser constantemente
entretido e, se isso não suceder, eles
perdem rapidamente o interesse”.
A raiva contra a tecnologia No entanto, as crianças são cada vez
mais inteligentes, conforme o provam
Os problemas com as novas tecnologias não são estudos realizados desde os anos 40,
apenas do foro sociológico, pois implicam muitas vezes apontados por Sam Goldstein, neurop-
comportamentos físicos e potencialmente considerados sicólogo da Universidade do Utah, no
anti-sociais, em que a agressividade se vira contra os estado norte-americano com o mesmo
próprios equipamentos informáticos. nome.
Alguns dados respeitantes a situações deste tipo Apesar disso, uma organização
foram divulgados recentemente pela Universidade de lançou recentemente a proposta de
Maryland, nos EUA, através do seu Laboratório para uma inovadora “semana sem compu-
Processos de Decisão e Psicologia de Automatização, que tador” (“PC-turnoff week”) no início de
estudou a “fúria informática” condutora à agressão aos Agosto. À semelhança da “TV-turnoff
equipamentos electrónicos (estudo esse disponível em week” — em que se propõe aos pais
http://lap.umd.edu/surveys/computer_rage/index.html que desliguem a televisão durante
para consulta). sete dias (e que na passada semana
Os comentários dos intervenientes são estarrecedores. Um utilizador descreve como, comemorou a sua 11ª edição) —, pre-
“uma vez”, matou “um telefone”:“Não é exactamente um computador mas tem partes tende que os computadores fiquem
informáticas. Eu gosto de colocar os CD no microondas” — e este relato não é único. desligados durante essa semana e,
Outro utilizador explica por que grita para o computador:“Porque sei que ele me ouve e se desse modo, sensibilizar os utiliza-
ri de mim” — enquanto um outro lançou gasolina sobre o PC e lhe deitou fogo. Mais calmo, dores para o excessivo tempo gasto
outro apenas apontou várias vezes ao computador “o dedo do meio”. com estes equipamentos.
Outros afirmam ter disparado contra o seu equipamento informático. Um comentário “É necessário impor alguns limi-
explica que o computador já antes tinha “ultrapassado os limites” e essa seria “a única tes”, explicou Joe Acunzo, co-funda-
resposta possível”. Como se tal não fosse suficiente, um outro afiança que, após alguns dor da PC-Turnoff Organization à
disparos, ainda bateu no ecrã com um martelo. News.com. Acunzo — e o seu sócio
Entre “motherboards” queimados com gasolina, teclados destruídos por causa do sistema Mark Sicignano — têm um interesse
operativo — e a referência a esquemas de garantia para quem destrói oito teclados por óbvio neste propósito: ambos desen-
ano — ou monitores atirados contra uma secretária de madeira (mas havendo casos volveram o programa informático
em que o monitor terá resistido mais do que a secretária), o referido sítio na Web é todo ComputerTime, que, por quase 40
um manancial para entender a raiva que se apodera de muitos utilizadores quando dólares, permite controlar o tempo que
confrontados com (alegadas) falhas das tecnologias de informação. ● P.F. os utilizadores passam frente aos seus
computadores. ●
S E G U N D A - F E I R A . 2 . M A I O . 2 0 0 5 computadores .7
 Computa-

Semana do Empreendedor visou
rede de ‘business angels’…
A Semana do Empreendedor, que se realizou
na Marinha Grande, pretendia contribuir para “a
criação de uma rede regional de ‘business angels’
[financiadores iniciais de projectos de inovação]”
— disse à agência Lusa Joaquim Menezes, da
organização do evento “Marinha Grande Capital do
Empreendedorismo”, que decorreu até ao passado
sábado e visava ainda “dar uma maior visibilidade
ao projecto Open”, a incubadora de empresas que
abrirá portas em Julho próximo. “Pensamos que
será a primeira iniciativa de uma rede estruturada
de ‘business angels’ em Portugal, pois achamos que
faz sentido não só numa lógica financeira de apoio
a capital-semente mas também como padrinhos de
negócio”, disse ainda Joaquim Menezes, que preside
à Open. Em termos de apoios concretos, Joaquim
Menezes destacou o facto de os “business angels”
poderem entrar “no capital das novas empresas ou
então simpatizar com os projectos e ajudarem os
empreendedores com o seu aconselhamento”. “Haverá
‘business angels’ interessados em investir o seu
dinheiro, porque acreditam nas ideias, o que facilita
o arranque das empresas.” O presidente da Open
disse que já “houve contactos com redes de ‘business
angels’ de França, onde existe uma rede muito
desenvolvida” e com os quais se tentará estabelecer
parcerias, “até no sentido de aprender com eles”. ●
… com ligações a França e a Espanha
Joaquim Menezes adiantou que está também em
perspectiva “o estabelecimento de um alargamento
de contactos com Espanha, em Badajoz, que é uma
A
S ANÁLISES QUE
dores feito a aplicações de
CAD têm sido centradas
nas aplicações de produ-
ção. Estas ferramentas
musculadas, que são verdadeiros
prodígios da tecnologia, integrando
conceitos fantásticos e um poder de
computação que há 10 anos cairia no
campo da ficção cientifica — e ferra-
mentas por vezes muito caras, que
exigem cursos e actualizações cons-
tantes para que sejam aproveitadas
a níveis razoáveis.
Assistimos, assim, à evolução
do estirador convencional para o
estirador electrónico, do desenho
de linhas em papel para as linhas
no ecrã, para sistemas cada vez
mais complexos de produção de
impressões. Assistimos à automa-
tização das tarefas mais básicas,
convertendo-se gradualmente em
comandos mais complexos. Vimos as
interfaces evoluir para métodos tão
intuitivos que quase só falta guiar
os programas com pensamentos. A
cada nova versão dos programas de
CAD, vemos ultrapassar barreiras
na capacidade de produzir e vemos
simplificar cada vez mais a forma
de trabalhar.
Evoluiu-se tanto que, hoje, o
próprio conceito do CAD já não é O FORMATO DWF, CONCEBIDO E D
o mesmo. Em vez de o projecto ser
um conjunto de desenhos, é um
modelo matemático, uma base de

região relativamente desenvolvida neste campo”.
A criação da rede regional de “business angels” foi
o tema central do jantar de debate na quinta-feira,
no encerramento desta Semana do Empreendedor.
O programa deste evento começara na terça-feira
com uma acção de “formação para formadores em
O ovo de
dados relacional, uma representa-
ção paramétrica da realidade. As
alterações saem do alçado para o
edifício. As relações são automáti-
cas e, à semelhança da realidade,
existem interacções entre os diver-

empreendedorismo”, que se prolongou até quinta-feira,
ministrado por Christopher Curtis, um “guru canadiano
considerado um dos melhores especialistas mundiais
na matéria”. O professor Chris Curtis procurou dar
uma nova visão daquilo que é o empreendedorismo,
nomeadamente nos EUA e no Canadá. Na quarta-
feira, realizou-se o seminário “Empreendedorismo
para jovens empreendedores”, com intervenções de
Christopher Curtis e de António Pontes, docente na
Universidade do Minho. No dia seguinte, houve um
outro seminário (“O papel das instituições no apoio
ao empreendedorismo e à inovação”) e uma mesa-
redonda sobre “Financiamento de ‘start-ups’”. ●
Bruxelas pressiona Microsoft
A Comissão Europeia exigiu na passada semana à
Microsoft a satisfação “plena e com urgência” das suas
exigências sobre a aplicação das medidas “correctivas”
impostas ao seu sistema operativo em 2004, sob pena
de lhe serem aplicadas novas sanções. Neelie Kroes, a
comissária para a Concorrência, ter-se-á encontrado
na terça-feira à noite com Steve Ballmer, o “chief
executive officer” (CEO) da Microsoft, a pedido deste
e comunicou-lhe que “a Comissão [Europeia] espera
que a decisão tomada em Março de 2004 seja satisfeita
com urgência e em pleno” — indicou o porta-voz da
comissária, Jonathan Todd. “Se isso não acontecer, a
Comissão será obrigada a impor medidas formais para
assegurar a concretização das medidas” impostas.
“Se uma empresa não se sujeitar a uma decisão da
Comissão, pode ser penalizada com uma multa de 5
por cento do seu volume diário de negócios mundial”,
terá lembrado Neelie Kroes. Em Março de 2004, Bruxelas
aplicou à Microsoft uma multa-recorde de 497 milhões
de euros por práticas consideradas anticoncorrenciais
e exigiu que a empresa comercializasse na Europa
uma versão do seu sistema operativo Windows sem o
“software” multimédia Media Player, obrigando-a ainda
a divulgar as informações técnicas julgadas necessárias
para permitir a compatibilidade entre os produtos
concorrentes e o sistema operativo Windows (obrigação
dita “de interoperabilidade”). A Microsoft recorreu não
só da decisão da Comissão Europeia como da aplicação
imediata das medidas. Este último recurso não teve
provimento — pelo que a Microsoft já disponibilizou
na Europa uma versão do Windows sem o Media Player
— e o recurso sobre as questões de fundo irá prolongar-
se em tribunal por um período de vários anos. ●
sos elementos.
O desenhador tem um papel
diferente, o arquitecto tem méto-
dos diferentes, nada é como dantes.
Toda a cadeia se alterou — mesmo
para além do projecto. O conceito de
ciclo de vida do projecto já olha para
toda a existência do edifício… até
à sua demolição, inclusive. E estes
conceitos adaptam-se igualmente a
estradas, prédios, carros, sapatos,
ao Space Shuttle… É toda uma nova
forma de projectar e gerir o mundo
que erguemos em nosso redor.
As evoluções que estão por trás
destas novas formas de criar uma
realidade paralela dentro das máqui-
nas com que lidamos — e já sem nos
apercebermos do poder de cálculo que
usamos — passam também por por-
menores como o desenvolvimento de
conceitos e linguagens como a XML.
Mas já lá iremos.
Esta nova forma de relacionar
conceitos e realidade tem várias
faces. Até agora, temos focado a
nossa atenção essencialmente na
projecção da construção para a
realidade. Na repre-
sentação do projecto HENRIQUE SAIAS
— seja um edifício,
seja uma bota, seja um avião. Só
que o projecto, hoje, é um complexo
sistema. E os componentes do sis-
tema são muitas vezes, por si só,
complexos sistemas.
Enquanto, num edifício comum,
o projecto normalmente não inclui
todos os sistemas que se irão arti-
cular no resultado final (como todos
os detalhes do ar condicionado ou
dos componentes das dobradiças),
no caso de um avião ou de um auto-
móvel é mesmo necessário cruzar
todos os componentes no ambiente
CAD para que o conjunto funcione
sem qualquer falha — que custaria
milhões numa fase de produção — e
para gerir a própria produção, que
hoje é extremamente complexa.
nos project
Nos sistemas de projecto da lente a uma biblioteca fantástica
Airbus, é mesmo possível ver todos e se todos os protagonistas esti-
os componentes a partir do modelo de verem fisicamente próximos. O
cada avião. É possível saber o “part mundo moderno já não permite esta
number” de cada “o ring” (anilha de abordagem, seja pelas exigências
borracha), de cada válvula, quem é o de eficiência seja pela quebra das
fabricante e quantos há em “stock” fronteiras e pela dispersão geográ-
nesse mesmo instante. fica dos recursos humanos.
As ferramentas que nos ajudam E=mc2. Foi com esta simplici-
a construir este universo paralelo dade que Einstein explicou alguns
— em que estruturamos o nosso dos mais complexos enigmas
mundo — têm sido o centro das do seu tempo, literalmente do
atenções do sector de “software” tamanho do universo. Embora as
que produz as aplicações de CAD tecnologias — nomeadamente, no
(e o nosso ao analisá-las). mundo do CAD — se tenham tor-
Mas será que só é importante nado muito mais complexas com o
a vertente da produção de projec- passar dos anos e os problemas a
tos? que dá resposta se tenham tornado
As nossas necessidades de inte- igualmente bem mais complicados,
racção com este mundo virtual — de as soluções para as questões são,
onde depois surge o nosso mundo por vezes, de incrível simplicidade.
real — esgotam-se A simplificação máxima da solução
nas complexas e caras para os problemas mais complexos
aplicações de CAD, é a verdadeira marca da geniali-
que nos permitem criar universos dade — e isso mesmo provou Eins-
imateriais? tein, a famosa história do “ovo de
No final desta cadeia de alta Colombo”… e o DWF.
tecnologia, verdadeira ficção cien- A simplicidade de uma solução
tífica de há 20 anos, terá lógica que pode levar-nos a desprezar a sua
continue o papel? real dimensão. No caso do formato
Num texto anterior, falou-se aqui de ficheiros DWF e das aplicações
do conceito de Computer Assisted que o manipulam, a primeira tenta-
Project (CAP) ou Projecto Assistido ção será para não olhar duas vezes.
por Computador. Mas, na verdade, Mas, na realidade, esta minúscula
este conceito só existirá na prática peça do complexo sistema de produ-
se e quando a forma de partilhar ção de projectos pode muito bem ser
o produto da criação for de forma o elemento que faltava para viabi-
interactiva, rica em informação e lizar os sonhos mais ambiciosos de
com acesso à enorme quantidade levar a informação completa, sem
de dados que o projecto encerra. o recurso ao papel, até aos vários
Num mundo de papel, isto não destinatários do projecto.
é possível, excepto se carregarmos Baseado em XML este formato
continuamente às costas o equiva- de ficheiros tem como potencial

computadores .8 S E G U N D A - F E I R A . 2 . M A I O . 2 0 0 5

ISPONIBILIZADO PELA AUTODESK
Colombo
tos digitais
missão levar o projecto a qual-
quer ecrã, quebrando, nesta área
do CAD, as barreiras que o HTML
quebrou no texto. Os cépticos dirão
que nunca o papel será substitu-
ído por ecrãs — mas todos vimos
que, no início da Internet, havia
quem imprimisse os textos antes
de os ler. Ainda haverá quem o
faça, mas qual é a percentagem
de documentos lidos em papel do
enorme volume de dados em for-
mato digital que consultamos, de
mensagens de correio electrónico,
por exemplo?
Daqui a cinco anos, alguém no
mundo industrializado imprimirá
um texto para o ler? Se calhar, não.
E um desenho? Se calhar, também
não. Porquê? Será que todos os
intervenientes num projecto terão
que ter um AutoCAD, um Revit,
um Archicad ou um Catia no seu
computador? Não! Porque haverá
formatos para partilhar os desenhos
e a informação de projecto de forma
completa, rica, interactiva, segura,
leve, visualmente clara e atraente.
E essa forma até poderá não ser o
DWF — mas a lógica, o princípio e a
fórmula terão que ser os mesmos.
O DWF é uma criação da Auto-
desk, integrado numa estratégia
comercial que serve os seus inte-
resses comerciais. Mas o alcance
desta tecnologia excede largamente
o universo das suas aplicações. Se
se mantiverem os princípios que
têm transparecido da estratégia
de implantação deste formato,
é bem possível que este evolua
— ao contrário do formato DWG
(formato exclusivo da Autodesk,
Num mundo de papel,
isto não é possível,
excepto se carregarmos
continuamente às costas
o equivalente a uma
biblioteca fantástica e se
todos os protagonistas
estiverem fisicamente
próximos. O mundo
moderno já não permite
esta abordagem, seja
pelas exigências de
eficiência seja pela
quebra das fronteiras
e pela dispersão
geográfica dos recursos
humanos
S E G U N D A - F E I R A . 2 . M A I O . 2 0 0 5
escondido da concorrência), para
um “standard” como o HTML ou
JPEG, com uma estrutura publi-
cada e reconhecida por organismos
oficiais de “standards”, como a ISO,
por exemplo. E se assim não for,
é certo que um outro formato com
estas características surgirá para
cumprir esta função.
Até agora, o cenário da disper-
são do DWF aproxima-se muito do
que temos vindo a assistir com o
PDF, da Adobe. A Autodesk dispo-
nibiliza um “driver” de impressão
que permite a qualquer aplica-
ção criar ficheiros DWF como se
fossem impressos, à semelhança
do PDF. Uma aplicação gratuita
de visualização, com todas as
potencialidades de consulta de
documentos mesmo em 3D e com
“render” (materiais e sombras), o
DWF Viewer. Uma aplicação para
composição-anotação e manipula-
ção-consulta avançada, incluindo
medição, destes ficheiros, o DWF
Composer. E naturalmente, um
“plugin” que permite embutir dese-
nhos dentro de ficheiros da Web
(de HTML, por exemplo). E é ainda
possível inserir desenhos dentro
de outros documentos, como uma
apresentação em PowerPoint.
A Autodesk tem investido muito
esforço no desenvolvimento desta
tecnologia e os resultados são
extraordinários. O visualizador
gratuito permite uma qualidade
nas representações que vai, no caso
dos modelos em três dimensões com
sombras, a níveis impressionantes.
Os modelos podem ser rodados sobre
os eixos, os componentes podem ser
isolados, tornados transparentes
peça a peça, apagados um a um…
O potencial desta tecnologia
foi já reconhecido por diversas
entidades e autarquias — como
é o caso da Câmara Municipal de
Lisboa (CML), que está a transfor-
mar gradualmente este formato no
seu “standard” de transferência
de ficheiros de CAD, quer inter-
namente quer nas muitas trocas
que tem com entidades exteriores.
O caso da CML é aqui referido por
ser um organismo com a dimensão
que tem, podendo vir a representar
um impacto precursor. As vanta-
gens que levaram a CML a adop-
tar esta tecnologia passam pela
economia de largura de banda, a
protecção dos conteúdos e da sua
propriedade intelectual, da redução
de erros como falhas com ficheiros
associados, eliminação de questões
relacionadas com as versões dos
programas de CAD — e, natural-
mente, o custo reduzidíssimo das
ferramentas para a manipulação
destes ficheiros.
Por outro lado, as entidades que
interagirem com a CML usando
estes ficheiros podem fazer um
“download” gratuito do visualizador
de DWF, sendo os ficheiros criados
pelas ferramentas da Autodesk sem
custos adicionais. Assim, a CML
não impõe a aquisição de nenhum
programa a entidades externas, o
que seria uma distorção inaceitável
do mercado.
Em resumo, esta tecnologia é
um verdadeiro “ovo de Colombo”.
Algo sem o qual não é viável o pró-
ximo estado do mundo digital para
que inexoravelmente caminhamos
— mas, ao mesmo tempo, algo
tão simples, e por isso tão genial.
Eis que a nossa aldeia global fica
mais pequena e mais funcional…
e definitivamente cada vez mais
digital. ●
da.net
Conteúdos para o mercado consumo
duplicarão em 2005 na Europa…
O negócio de conteúdos na Internet para o mercado
de consumo deverá quase duplicar em 2005 na Europa
Ocidental, ultrapassando os 3 mil milhões de euros. Estas
são as estimativas do Observatório Europeu de Tecnologias
da Informação (EITO), citadas pela Lusa. Um estudo do EITO
indica que este mercado poderá representar até 16 mil
milhões de euros em 2008, o que significaria que, dentro
de três anos, o negócio de conteúdos na Internet para
o mercado de consumo na Europa Ocidental excederia
as receitas do segmento empresarial — que, com 8500
milhões de euros de vendas “on-line”de conteúdos em
2004, gerou cinco vezes mais receitas que o mercado
de consumo. Mais de um terço dos conteúdos vendidos
“on-line” na Europa Ocidental são constituídos por vídeo, os
quais vão representar mais de mil milhões de euros neste
ano, aponta o EITO. Bruno Lamborghini, presidente do EITO,
salientou que o crescimento das receitas dos conteúdos
para consumidores na Internet está a acelerar fortemente,
residindo o principal factor de crescimento das vendas
de conteúdos “on-line” na difusão dos acessos por banda
larga — quer através da rede telefónica fixa (DSL) quer das
tecnologias móveis. ●
… obrigando a uma reestruturação
nas cadeias de valor
O EITO considera que esta evolução cria um cenário
de oportunidades para os produtores de conteúdos
digitais mas implicará uma reestruturação deste sector
no sentido da convergência, sublinhando que as cadeias
de valor tradicionais evoluirão para novas redes de valor.
Bruno Lamborghini considera que estão a ser criadas
auto-estradas de informação muito poderosas e que
será preciso “preenchê-las” com conteúdos e serviços
de valor acrescentado — apontando como principais
categorias de conteúdos a música, os jogos, os filmes e
as publicações de texto e imagem. O EITO adianta que as
vendas de jogos “on-line”deverão ascender a 929 milhões
de euros neste ano, aproximando-se das vendas “on-line”
de filmes, enquanto a música deverá registar um grande
crescimento, à medida que os “downloads” legais forem
substituindo os ilegais. Com 3 milhões de “downloads”
legais, o mercado de música “on-line”mais do que duplicará
no ano em curso. Os conteúdos “on-line”são recebidos
através de três plataformas: os computadores pessoais (PC),
que representam 90 por cento das receitas, a televisão e os
telemóveis. Estes são a plataforma que tem registado maior
crescimento e o EITO estima que, em 2008, os telemóveis
representem cerca de 40 por cento das receitas de vendas
de conteúdos pela Internet. ●
Fisco dá senhas da Web a contribuintes
sem contabilidade organizada
Os contribuintes portugueses sem contabilidade
organizada e que ainda não fizeram o seu registo no “site”
das declarações electrónicas vão receber uma senha
para entregarem as suas declarações de Imposto de Valor
Acrescentado (IVA) pela Internet — anunciou na passada
semana o Ministério das Finanças. Até ao final da semana,
os serviços do IVA iam enviar um ofício de aviso a todos os
105 mil contribuintes que têm que apresentar declarações
de IVA até 16 de Maio, avisando-os de que o prazo legal para
o cumprimento dessa obrigação se aproximava do fim. Os
contribuintes que ainda não tivessem feito o registo no “site”
das declarações electrónicas (www.e-financas.gov.pt) terão
recebido, juntamente com esse ofício, uma senha que lhes
permitiria entregar o IVA trimestral recorrendo à Internet. A
obrigatoriedade de entrega da declaração periódica do IVA
pela Internet foi definida pela Portaria nº 375/2003, de 10 de
Maio, de forma faseada: para os sujeitos passivos do regime
normal mensal desde Agosto de 2003. ●
computadores .9
 virose

OS VÍRUS DA SEMANA
Dia 2
VBS/Baracu.A@mm, W97M/Jany.a,
Novo ‘worm’ ataca quem escreve mal ‘google.com’ WM/Helper.C;D;E, WM/Alliance.A,
Flip, W97M/Alamat, W97M/Trugbar.a,
Durante a última semana, foi descoberta a existência de um esquema por FTP, redes ponto a aponto, etc. VBS/Aqui
de aproveitamento dos erros de digitação dos utilizadores para Se um utilizador executar o ficheiro que contém o Bancos.NL, ele é
desencadear ataques com instalação de vários tipos de “cavalos de instalado no sistema com o nome Mscvc.exe. Este programa começa Dia 3
Tróia”, de programas de “spyware” e de “backdoor”. Mais concretamente, desde logo a monitorizar a actividade do utilizador na Internet, VBS/Aqui, W97M/Alamat, WM/Eraser.A:
os ataques visam os utilizadores do motor de busca Google que esperando que seja estabelecida uma ligação a um dos endereços Tw, WM/HELPER.F;G;H
cometam o erro de carregar na tecla K ao mesmo tempo que contidos no seu código. Quando ele consegue interceptar uma
carregam na L (situada mesmo ao lado na esmagadora maioria dos ligação dessas, regista todos as informações sobre números de contas Dia 4
teclados), escrevendo “googkle.com” em vez do nome correcto quando bancárias, cartões de crédito, palavras-passe, etc. Estas informações WM/Eraser.A:Tw, WM/Helper.C;D;E,
pretendem aceder à página em causa. são depois enviadas para um servidor na Internet, onde podem ser W97M/Alamat, VBS/Aqui
A Google já antes tomara algumas medidas para proteger as pessoas recolhidas pelos seus autores.
que cometem erros de digitação quando tentam aceder à sua página Dia 5
—especialmente quando, em vez de escreverem “o” duas vezes, o Falha de segurança no Netscape VBS/Aqui, VBS/Zync, VBS/Irvine@MM,
fazem três vezes. Nesta situação, as pessoas conseguem ainda entrar VBS/Alphae, W32/Winur.worm.a,
no “site” correcto. A Secunia, empresa dinamarquesa de segurança informática, divulgou W32/Winur.worm.b, W97M/Alamat,
Se um utilizador inadvertido entrar no sítio Googkle.com, verá na terça-feira passada a descoberta de uma falha de segurança “muito X97M/Anis, W32/Urick@MM, W32/
surgirem dois “pop-ups” ligados a sítios na Web que instalam “cavalos crítica” no “browser” da Netscape. Esta falha pode permitir a um intruso Supova.d.worm, W32/Supova.e.worm,
de Tróia”. Um deles é do tipo “phishing” — que tenta obter informações desencadear um ataque do tipo “buffer overflow” que pode conduzir W32/Supova.f.worm, X97M/Hopper.r,
sobre acesso “on-line” a contas bancárias — enquanto o outro faz ao fecho da aplicação ou, até, a que o atacante possa executar código W97M/Jackal.A, WM/Eraser.A:Tw,
abrir falsos avisos antivírus nos computadores a fim de atraírem os no computadores assim tornado vulnerável. WM/HELPER.F;G;H, AOS.A, VBS/Count,
utilizadores para outros sítios na Web infectados. Segundo a Secunia a falha foi detectada nas versões 6.2.3 e 7.2 do JS/Gigger.a@MM
“browser” da Netscape, podendo ainda afectar outras versões do
Bancos.NL tenta roubar informações bancárias produto. A Netscape, que ainda não disponibilizou nenhum “patch”
Dia 6
para colmatar a falha, afirma que os utilizadores
WM/Eraser.A:Tw, WM/Helper.C;D;E, WM/
A PandaLabs, editora de “software” de segurança informática, divulgou deverão actualizar o programa para a versão
KOMPU.A, W97M/Alamat, VBS/Aqui
a meio da semana passada o aparecimento de uma nova versão de 8.0, que é baseada no código do “browser”
um “cavalo de Tróia” que tenta roubar dados confidenciais de acesso Firefox e não apresenta aquela
Dia 7
a contas em milhares de bancos de todo o mundo. O Bancos.NL está falha. ● JOSÉ DOUTIL
VBS/Aqui, W97M/Alamat, WM/
programado para interceptar os dados confidenciais dos clientes de
Alliance.A, W32/Supova.f.worm, W32/
mais de 2500 portais de bancos em mais de 120 países, entre os quais
Supova.e.worm, W32/Supova.d.worm,
se destacam a Alemanha e a Suíça, com mais de 200 endereços cada.
Este “cavalo de Tróia” não se consegue propagar WM/Eraser.A:Tw, WM/ERASER.H
sozinho, necessitando de ser distribuído
“manualmente” por terceiros. Ele pode Dia 8
ser distribuído através de disquetes, CD- WM/Eraser.A:Tw, VBS/San@M, VBS/
ROM, mensagens de correio electrónico, Valentin@MM, WM/KOMPU.A, W97M/
descarregamentos via Internet, transferências Alamat, VBS/Aqui, W97M/Tolu

computadores .10 S E G U N D A - F E I R A . 2 . M A I O . 2 0 0 5
 MAIS DE 240 MIL CLIENTES E AGRESSIVOS PACOTES DE SERVIÇOS, INCLUINDO DE BANDA LARGA

Cabovisão afirma-se como

segundo maior operador
português de TV por cabo
NVOLVIDA NAS ACESAS disputas terá alcançado um volume de

E
Cabovisão assentam
resultantes da pré-falência da negócios na ordem dos 117,2 sobretudo no serviço
empresas suas fundadoras, o milhões de euros, registando um de televisão por cabo
segundo maior operador por- crescimento de quase 13 milhões (48 por cento) mas as
tuguês de TV por cabo anun- face a 2003, ano em que atingiu os da telefonia fixa (29
ciou, há exactamente duas semanas, 237 mil clientes, na sua maioria por cento) e as do
dez novos canais e a quadruplicação residenciais e geograficamente acesso à Internet
da velocidade da sua oferta de acesso à situados num “anel” que parte (23 por cento) têm
Internet por banda larga, que chegará da península de Setúbal, rodeia vindo a ganhar cada
aos 8 megabits por segundo (Mbps). Lisboa para norte, inflecte para vez mais peso.
Com efeito, a empresa anunciou a qua- Évora, desce para Beja e segue A Cabovisão alega
druplicação para breve das suas actuais para Sines, fechando de novo em dispor de mais de 13
ofertas de acesso à Internet por banda Setúbal. mil quilómetros de
larga (ver notícia publicada na última A Cabovisão, o segundo infra-estrutura pró-
página da anterior edição de Computa- maior operador português de TV pria, dos quais cerca
dores). por cabo, encontra-se envolvido de 3600 Km de cabo
A Cabovisão realizou no passado uma disputa judicial entre os óptico (ver mapa da
dia 18 de Abril, em Lisboa, uma con- seus accionistas fundadores — a esquerda) — sendo
ferência de imprensa em que apontou empresa canadiana CSII e uma os restantes de cabo
um horizonte para a sua facturação em sua subsidiária na Holanda, a coaxial —, o que lhe
2005 entre os 129 e os 132 milhões de Telemax, ambas a braços com pro- permitiu já estar pre-
euros. Ahmed Fadami, administrador cessos de falência — e um conjunto sente em 60 conce-
executivo da empresa, declarou que de credores tornados accionistas lhos, compreendendo
os números de 2004 ainda por incumprimento 200 freguesias (ver
não haviam sido auditados RUI JORGE CRUZ de pagamento de o mapa da direita).
— embora tenha referido débitos. Estes credores- dos anos 90, a Cabovisão tem vindo a Ainda segundo a empresa, serão já 800
receitas na ordem dos 117,2 milhões de accionistas são um conjunto de bancos destacar-se das suas concorrentes — de mil os lares passíveis de aproveitar o
euros, mas, porque ainda não audita- que não estão dispostos a prescindir dos que a maior é a TV Cabo, do grupo seu serviço, que registou um impulso
dos, não lhe era possível referir lucros seus direitos sobre a Cabovisão (por PT — graças à oferta de pacotes que notável a partir do momento em que
ou eventuais prejuízos. No primeiro tri- esta constituir uma empresa viável e reúnem, em diferentes combinações, o telefone fixo (sem assinatura para
mestre deste ano, as vendas foram de com uma posição importante no mer- serviços de TV, telefone e acesso à os clientes que subscreverem também
30,7 milhões de euros, 12,3 por cento cado português), estando a envidar Internet por banda larga. outro dos serviços disponíveis) foi
acima do montante registado no período todos os esforços para que ela não seja Já hoje com 244 mil clientes — dos acrescentado à TV e ao acesso à Inter-
homólogo de 2004. arrastada para os processos de falência quais 33 por cento com serviço de net — dizendo os seus responsáveis que
No ano passado e de acordo com das empresas-mãe. TV e telefone e idêntica fracção com contam já com mais de 193.500 clientes
dados não auditados, a Cabovisão Tendo iniciado a actividade no final o “pacote triplo” —, as receitas da na telefonia fixa. ●

E-GOVERNMENT FOI TEMA DE CONFERÊNCIA PROMOVIDA PELA APDC

Dos registos ‘on-line’ aos meios

de pagamento seguros
MOMENTO DE CRIAÇÃO das as diversas vezes que as empresas e os O director-geral dos Registos e Nota-

É
NO Anabela Pedroso, da UMIC-Agência
empresas que estas passam cidadãos têm que recorrer àquele orga- riado acredita que, de acordo com os para a Sociedade do Conhecimento,
por maiores dificuldades; por nismo. “São inúmeras as vezes que as planos do actual governo, será possível a entidade governamental (ainda)
isso, é importante facilitar esse empresas têm que contactar connosco, vir a constituir uma sociedade em apenas responsável pela área da sociedade
arranque, o que passa por tornar o que nos traz uma enorme responsabi- 24 horas, “mas há ainda muito a fazer da informação, apresentou o conceito
todo o processo mais rápido e mais barato. lidade”, disse. Aliás, o director-geral de no sentido de agilizar e desenvolver pro- de “dossier” electrónico de empresa, o
Quem o diz é António Figueiredo, direc- Registos e Notariado considera que o cessos que facilitem o aparecimento de qual consiste na agregação dos dados
tor-geral dos Registos e do Notariado, que organismo que dirige pode ser “um per- empresas, mas com segurança jurídica”. das empresas oriundos de diversas
salienta a importância dos projectos de feito empecilho se não evoluir e não for um Para já, a DGRN está a passar por um entidades. Desta forma, facilitar-se-ia
governo electrónico. parceiro no desenvolvimento económico”. processo de “revolução tecnológica”, como o relacionamento entre as empresas e
António Figueiredo abordou a ques- Por isso, este responsável da DGRN con- lhe chamou António Figueiredo. Está a ser o Estado, defende Anabela Pedroso, que
tão do E-government numa conferência sidera indispensável que o organismo que criada uma base de dados central que, no salientou a importância de os empre-
sobre a vida pública das sociedades e das dirige contribua “para que o desenvolvi- final do ano, deverá abarcar de 75 a 80 por endedores poderem acompanhar todo o
empresas organizada pela Associação mento económico se faça”. cento das sociedades registadas. “Quando processo de criação de uma empresa e
Portuguesa para o Desenvolvimento das Do nascimento ao encerramento de o processo estiver concluído, já não será de existir apenas um único número que
Comunicações (APDC), realizada no pas- uma empresa, são vários os actos que têm preciso mandar vir uma certidão de outra permita tratar de todo o processo.
sado dia 21 de Abril que ser registados na cidade”, diz o responsável da DGRN, onde “Não há desmaterialização sem
em Lisboa. Dos projec- ISABEL GORJÃO SANTOS DGRN — “mas é no está também a desenvolver-se um projecto autenticação e sem meios de pagamento
tos em curso ao modo momento do arranque de prestação de contas por via electrónica. seguros”, diz Anabela Pedroso, para quem
como se pode usar as tecnologias para que se colocam os principais problemas e “A partir do momento em que existam as a autenticação é o maior desafio com que
facilitar a vida dos cidadãos e as empre- há que facilitar esse arranque”, considerou bases de dados de criação das sociedades se deparam os serviços electrónicos. Para
sas, vários foram os temas abordados na António Figueiredo, que defende a criação e a prestação de contas electrónicas, esta- além desse, há ainda um outro desafio,
conferência. de um balcão único e a redução dos custos remos em condições de dar informações que considerou importante: “Requalificar
António Figueiredo salientou a quanti- dos registos. E lembrou: “As pequenas e concretas às empresas e de oferecer um os trabalhadores da administração pública
dade de serviços prestados pela Direcção- médias empresas têm um peso substancial serviço de qualidade”, concluiu António e fazer com que se sintam motivados para
Geral de Registos e Notariado (DGRN) e no desenvolvimento económico europeu”. Figueiredo. mostrar o seu verdadeiro potencial”. ●

S E G U N D A - F E I R A . 2 . M A I O . 2 0 0 5 computadores .11
computadores .12 S E G U N D A - F E I R A . 2 . M A I O . 2 0 0 5
 S H A R E WA R E FICHA

MAGIC VIEWER 3.5, DA CRAYON SOFT WARE

Editar, organizar e arquivar

imagens digitais
é já

A
FOTOGRAFIA DIGITAL
algo que faz parte do
quotidiano dos utili-
zadores informáticos.
Sejam imagens captu-
radas por um telemóvel, por uma
máquina fotográfica digital ou por
uma videocâmara, a verdade é que
os discos rígidos dos computadores
são cada vez mais ocupados por
imagens e fotografias. Mas, para
que o utilizador não se perca entre
os milhares de imagens que arquiva
no seu PC, é necessário catalogá-
las, organizá-las e arquivá-las de
forma eficiente — e é aqui que
o mercado de “shareware” pode
ajudar qualquer pessoa apaixo-
nada pela imagem digital.
Nos últimos anos, este mer-
cado disponibilizou a estes novos
utilizadores aplicações que per-
mitam trabalhar e manipular as
fotografias capturadas durante as
férias ou as festas de família. Não
estamos a falar de aplicações com-
plexas de edição e tratamento de
imagem, do poderoso Photoshop ao
popular Paint Shop Pro (disponível
em “shareware”) mas de soluções
integradas que permitam a sim-
ples edição — leia-se: correcção das grafias, nomeadamente a remoção
imagens —, catalogação e arquivo
de fotografias.
O que esta nova geração de
aplicações oferece é, por um lado,
uma interface simplificada, aliada
a um leque reduzido de opções
de edição (logo a um
preço mais baixo), NUNO BERNARDO
e por outro, ferra-
mentas que permitem o rápido
arquivo e distribuição de fotogra-
fias via Internet. Nesta categori,a títulos e outras referências. As
insere-se Magic Viewer, distribu-
ído pela Crayon Software ( http:
//www.crayonsoft.com/index.htm
), ferramenta que está disponível
no mercado já há algum tempo.
Tal e qual os seus concorrentes, o
programa oferece um ambiente de
tratamento, edição e arquivo de
fotografias para todos os aman-
tes da fotografia digital, desde os fotografias de acordo com o seu
amadores até aos utilizadores mais
profissionais.
O Magic Viewer oferece, no
entanto, algumas funcionalidades
que o distinguem da concorrência
— como o seu engenhoso sistema
de arquivo e catalogação das foto-
grafias e imagens, bem como o
utilitário que permite a criação de lizadas para um CD-ROM) de uma
apresentações animadas a partir
de fotografias e imagens estáticas.
Nas funcionalidades de edição,
inclui as opções básicas, necessá-
rias à correcção de erros nas foto-
de “olhos vermelhos” causados pelo
“flash” ou a correcção da tonalidade
de cor da fotografia.
O sistema de arquivo de ima-
gens permite importar todos os
formatos gráficos, que depois são
agrupados e catalo-
gados numa base de
dados — a qual per-
mite manusear milhares de fotos e
um número infinito de descrições,
fotografias são arquivadas livre-
mente em pastas, ao mesmo tempo
que podem ser criados diversos
atalhos para a mesma fotografia
espalhados por diferentes pastas,
de acordo com o tipo de organiza-
ção escolhido pelo utilizador. O sis-
tema de arquivo inclui um motor
de pesquisa, que permite procurar
título, palavra-chave ou descritivo
(se associados à imagem).
As ferramentas de edição de
imagem permitem a manipulação
completa das fotografias captura-
das pelo utilizador utilizando uma
máquina digital (ou registadas no
tradicional rolo, mas depois digita-
exemplo, se tiver uma sequência
de fotografias tiradas com “flash”
onde se nota os “olhos vermelhos”,
o utilizador identifica o filtro
respectivo e as fotografias onde
pretende aplicá-lo, e o programa
encarrega-se de, automaticamente,
remover os “olhos vermelhos” em
todas as fotos. O mesmo pode pro-
cesso pode ser usado para tornar
um pouco mais nítidas fotografias
que ficaram muitos escuras.
O Magic Viewer oferece ainda
um módulo especial que permite
a criação simples de apresenta-
ções (tal e qual a apresentação
de “slides”) ou de sítios
na Web com arquivo de
um conjunto de foto-
grafias. Por exemplo, o
utilizador pode colocar
na Web as fotografias
das últimas férias, para
que os amigos e fami-
liares se possam roer
de inveja. Para o efeito,
forma não defini- o programa inclui uma
tiva. O utilizador aplicação-cliente de FTP
ficará sempre que permite a transfe-
com o original, rência automática das
podendo gravar fotografias do PC do uti-
diferentes cópias lizador para um servidor
da mesma fotogra- na Internet. Para além
fia, cada uma com destas funcionalidades,
diferentes filtros ainda é possível usar o
ou edições. Por módulo de E-mail, que
exemplo, o utili- cria, mais uma vez de
zador pode enqua- forma automática, cópias
drar melhor as de menor resolução das
suas fotografias, fotografias selecciona-
remover objectos das para que possam
não pretendidos ser enviadas por correio
ou reforçar a cor electrónico.
de um pôr-do-sol. Requerendo uma
O resultado de das seguintes versões
todas as operações do sistema operativo da
de edição apare- Microsoft — Windows
cem em tempo real 98, ME, 2000 ou XP — ,
no ecrã, o que per- o Magic Viewer pode ser
mite ao utilizador obtido gratuitamente
verificar as suas para testes no sítio http:
opções. Caso não //www.Magic Viewer.net
goste do resultado, . Findo o prazo de testes
pode sempre voltar atrás e aplicar (15 dias), o programa pode ser
novos filtros e realizar as respecti- adquirido por cerca de 25 euros
vas alterações. Caso queira aplicar directamente à Crayon Software. A
o mesmo tipo de transformação quem possuir uma já extensa colec-
a um conjunto de fotografias, o ção de fotos em formato digital,
Magic Viewer oferece um conjunto aconselha-se que experimente as
de automatismos que permite a funcionalidades que este programa
aplicação de filtros ou operações tem para oferecer e só depois
de edição sem que seja a necessária decida se se justifica pagar o valor
a intervenção do utilizador. Por do registo. ●
Editor
Rui Jorge Cruz
Redactores, colaboradores
e cronistas
Ana Gerschenfeld, Ana Machado,
André Ruivo, António Granado,
Casa dos Bits, Fernando Santos,
Helena Viegas, Henrique Carreiro,
Henrique Saias, Isabel Gorjão
Santos, João Cruz, José Antunes,
José Doutil, Luís Félix, Miguel
Crespo, Nuno Bernardo, Nuno
Vieira, Paulo Almeida, Pedro
Fonseca (pedrof@journalist.com),
Rita Cruz, Rita Hasse Ferreira
Secretariado
Paula Dias
Paginação
Ana Carvalho, Ivone Ralha,
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Projecto Gráfico & Designer
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Tomé e Guiné. Os preços incluem
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S E G U N D A - F E I R A . 1 . M A R Ç O . 2 0 0 4

S E G U N D A - F E I R A . 2 . M A I O . 2 0 0 5 computadores .13
 JOGOS
‘BROTHER IN ARMS: ROAD TO HILL 30’, ‘CONSTANTINE”, ‘THE PUNISHER’, ‘ACE COMBAT 5’ E ‘FULL SPECTRUM WARRIOR’
Acção a rodos
e de pendor militar
OR MUITO QUE CUSTE A ACREDITAR,
P
mesmo os temas mais batidos
podem ser reinventados em
jogos fora de série. Desta vez, o
destaque vai para um regresso
à II Guerra Mundial — mas
há outras simulações de MIGUEL
conflitos e até adaptações
de banda desenhada, menos bélicas mais
igualmente carregadas de violência, que
farão as delícias de quem quer descarre-
gar adrenalina em grande estilo.
É impressionante como “Brothers in
Arms: Road to Hill 30” consegue surpre-
ender o jogador com um tema tão batido.
É verdade que a base de trabalho é boa
e a série televisiva homónima conseguiu
recriar o género com uma história muito
centrada nos dramas humanos. No jogo,
centrado na acção da 101ª Divisão Aero-
transportada do Exército dos EUA nos dias
seguintes ao Dia D, vamos vestir a farda
do herói e ver pelos seus olhos (o jogo é de
acção na primeira pessoa) de que massa
são feitos os heróis. E o resultado é um jogo
altamente envolvente, muito bem cuidado
em todos os aspectos, com missões equili-
bradas, surpreendentes a cada momento e,
claro, desafiantes a cada segundo.
Claro que não pode deixar de se pensar
em “Medal of Honor” e “Call of Duty” a
cada momento de “Brothers in Arms”, não
só pela temática mas também pelo bri-
lhantismo da execução. Talvez não seja tão
frenético, mas a componente táctica é tão
milimétrica e tão bem integrada na acção
que lhe dá uma vida própria e o afasta de
qualquer suspeição de clonagem.
computadores .14
Além disso, há em “Brothers in Arms”
um rigor tão grande na recriação histó-
rica (que pode ser consultada numa rica
colecção de extras) que quase se imagina
o cheiro da pólvora. O jogador conta com
o apoio de uma equipa que
CRESPO funciona como tal, age com
inteligência e cria empatia
— através dos diálogos cruzados, por
exemplo, que emanam emoção durante os
combates. Por outro lado, os adversários
respondem na mesma moeda, não se limi-
tando a disparar a esmo, o que aumenta o
desafio mas também torna este jogo assu-
midamente difícil. Com grande realismo,
excelente realização técnica (grafismo,
animação, som e mecânica de jogo estão
em grande nível), “Brothers in Arms” é um
jogo obrigatório para quem gosta de jogos
de acção em cenário real, em especial se se
for fã da II Guerra Mundial.
Diga-se que está finalmente disponível
para PS2 (depois do PC e da Xbox) o fabulo
“Full Spectrum Warrior”, um jogo de com-
bate táctico assombroso, em ambiente de
país árabe (Iraque?), em que o jogador con-
trola um grupo de soldados. Num combate
frente a frente com “Brothers in Arms”,
seria difícil escolher — apesar de serem
jogos distintos mas ambos excepcional-
mente bem conseguidos e com personali-
dade muito forte. O único senão é o atraso
na chegada à consola da Sony e a falta da
riqueza gráfica que fez dele um caso muito
especial nas outras plataformas.
Mudando de eixo, encontra-se “Cons-
tantine”, que vem a reboque do filme
homónimo, protagonizado por Keanu
S E G U N D A - F E I R A . 2 . M A I O . 2 0 0 5
Reeves. Por isso, é natural que o persona-
gem se assemelhe ao da versão cinemato-
gráfica. Ora o filme já era uma adaptação
a partir de BD, não totalmente conseguida,
e no jogo é já uma versão de versão, o que
parece contribuir para a narrativa algo
errática. Mas este é daqueles jogos que
só existem pelo nome e são editados por
razões que ultrapassam a sua própria
lógica de produção. “Constantine” parece
um jogo inacabado, tal a quantidade de
aspectos que parecem pouco polidos, se não
mesmo inacabados. Para dar um ar da sua
graça, os produtores resolveram reinventar
e, em vez de usarem um sistema de contro-
los habituais, inverteram tudo de forma
que obriga o jogador a lutar mais contra o
sistema do que contra os adversários. Com
visão na terceira pessoa, põe o jogador no
papel de um exterminador de demónios,
com arsenal ajustado à situação, a fim de
salvar o mundo do inferno. Um jogo para
fãs do filme (com paciência para reapren-
der a jogar) e para curiosos.
Com igual origem, a BD, surge “The
Punisher”. Centrado no personagem que,
em Portugal, foi baptizada Justiceiro, o
jogo baseia-se numa lógica mais de violên-
cia assumida, deixando os “entretantos”
de lado. Mesmo assim, é um jogo de luta
e combate interessante, com muitos tru-
ques escondidos e uma violência explícita
e implícita muito elevada. Classificado
para maiores de 18, é curioso saber que
a versão final foi autocensurada face à
prevista inicialmente, com a retirada de
muito material visual e até de possibili-
dades de jogo pelo potencial excesso. Se já
se vê muito, é difícil imaginar como seria
o resto… talvez um dia, num “director’s
cut”. A verdade é que quem conhece a
série de BD vai ficar satisfeito, pois houve
grande cuidado em manter o espírito,
como na forma inventiva e variada com
que o Punisher castiga “os maus”.
Voltando ao realismo, os fãs de aviação
— e, mais concretamente, de aviação mili-
tar — não devem deixar escapar o quinto
capítulo da série “Ace Combat”. Apesar
da dificuldade em comparar, “Squadron
Leader” deve ser o melhor da sequên-
cia, apresentando grafismo e velocidade
ímpares, a mesma forma simples de jogar
(que permite a qualquer jogador entrar
no mundo da aviação sem ter de tirar um
curso) e adrenalina a rodos. Os aviões são
deliciosos só de ver mas, ainda por cima,
voam com precisão milimétrica e reagem
aos desejos do jogador com bastante faci-
lidade, permitindo que o único adversário
seja o avião inimigo.
Organizado em missões, como é habi-
tual, tem a inovação de o jogador ter
uma esquadrilha às suas ordens. Assim
assume-se os comandos do avião mas
também se orienta — de forma simples,
até básica — os companheiros. Ao longo
do jogo, as missões vão variando (ataque,
defesa, perseguição, etc.), e também se vai
podendo negociar aviões, que vão sendo
desbloqueados consoante o desempenho
do aviador. “Ace Combat 5” é o melhor
jogo de aviação do momento para PS2,
consegue ser mais abrangente do que um
simulador a sério… e com qualidade irre-
preensível. ●
 dica

Usar as Informações do
Sistema para ver alterações
Quando se tem problemas com um sistema
Windows XP instável, é útil saber quais as
alterações verificadas nas configurações nos
tempos mais recentes. Ter este conhecimento
pode acelerar bastante a descoberta dos
problemas que afectam o sistema.
A ferramenta Informações de Sistema, do
Windows XP, faz diariamente um “retrato”
das configurações do computador e grava as
alterações efectuadas em elementos-chave. Mais
concretamente, a ferramenta recolhe e armazena
um mês de dados no seu ficheiro de histórico
— fornecendo, assim, uma base de dados que
se pode revelar de grande importância quando
surgem problemas no sistema.
Para verificar o historial das alterações nas
configurações do sistema, primeiro abre-se a
aplicação carregando no botão Iniciar, escolhendo
Todos os Programas e depois Acessórios e
Ferramentas do Sistema — e, dentro destas, abre-
se as Informações de Sistema. Também se pode
escolher o comando Executar no menu Iniciar e,
depois, mandar abrir o programa Msinfo32.
Aberta a aplicação, no menu Ver, selecciona-se
o comando Histórico do Sistema. Como se pode
ver na imagem, a janela do programa aparece
dividida em dois painéis: o da esquerda apresenta
uma árvore com as categorias de configurações,
das quais a primeira se chama Resumo do Sistema.
Nesta categoria, estão incluídas as alterações à
versão do BIOS e da EFI, ao tipo de processador e
à memória.
A categoria Recursos de Hardware mostra as
alterações às atribuições de recursos e ao DMA, a
“hardware” forçado, a E/S, aos IRQ e à Memória.
Por seu lado, a categoria Componentes mostra
as alterações nos seguintes componentes do
sistema: recursos de multimédia, unidade óptica
(em geral, de CD-ROM), dispositivo de som,
visualização, infravermelhos, entrada, modem,
rede, portas, armazenamento, impressão,
Título “Brother in Arms:

Estilo
Road to Hill 30”
Acção
9
/10
dispositivos com problemas e (portas) USB.
A categoria Ambiente de Software mostra
Plataforma PS2 as alterações às configuração do sistema
Produtor Ubi Soft
— nomeadamente, aos controladores do sistema
Distribuidor Ecofilmes
Edição Abril 2005 e às variáveis de ambiente. O painel da direita
apresenta o histórico das alterações para a
Título “Constantine”
Estilo
Plataforma
Acção
PS2
6
/10
categoria seleccionada à esquerda. Por cima deste
painel, está um menu de desenrolar onde se pode
Produtor SCI escolher a data e a hora a partir da qual queremos
Distribuidor Infocapital ver as alterações efectuadas. Por omissão, aparece
Edição Março 2005
a seleccionada a data mais recente.
Título “The Punisher” Se se tiver uma ideia de qual poderá ser o
Estilo
Plataforma
Acção
PS2
7
/10 problema, pode-se utilizar a função de localização
Produtor THQ na parte de baixo da janela. ● JOSÉ DOUTIL
Distribuidor Ecofilmes
Edição Abril 2005

Título “Ace Combat 5:

Estilo
Squadron Leader”
Acção
8
/10

Plataforma PS2
Produtor Namco
Distribuidor Sony
Edição Fevereiro 2005

Título “Full Spectrum Warrior”

Estilo
Plataforma
Acção
PS2
8
/10

Produtor THQ
Distribuidor Ecofilmes
Edição Abril 2005

S E G U N D A - F E I R A . 2 . M A I O . 2 0 0 5 computadores .15
7c1bf3e5-024b-435b-bb28-84bbcd8a7552