Computadores
SEGUNDA-FEIRA 25 ABRIL 2005 DIRECTOR JOSE MANUEL FERNANDES EDITOR
A Chipidea O E-Learning Banda larga ‘Shareware’ Acção em
premiada em Portugal a quadruplicar para prevenir frente ao PC
Cotec atribuiu prémios APDSI divulga as boas Clientes da PT e da Simply Safe Backup Arriscar e disparar
de inovação e criatividade práticas do E-Learning e Cabovisão vão navegar mais 2005 ajuda a fazer cópias com ‘Splinter Cell’,
às PME nas TI aponta benefícios e lacunas depressa pelo mesmo preço de segurança ‘Doom 3’ ou ‘Predator’
➜ pág. 3 ➜ pág. 4 ➜ pág. 12 ➜ pág. 9 ➜ págs.10/11
A HISTÓRIA DE UMA FORMULAÇÃO QUE MARCOU A INDÚSTRIA DOS SEMICONDUTORES
Os 40 anos da Lei de Moore
A
CHAMADA Lei de Moore comemo-
rou na passada semana 40 anos.
Esta suposta lei — formulada
em 1965 por Gordon Moore e
assim denominada pelo físico
norte-americano Carver Mead — predizia,
no essencial, que o número de componentes
(transístores) num processador duplicaria
no período de cada 18 a 24 meses. E esta
“lei” passaria, com efeito, a ser confirmada
pela indústria dos semicondutores nas
dezenas de anos que decorreram
desde então — em particular
pela empresa que se tornaria
mais conhecida pelo desen-
volvimento e produção em
massa dos microprocessa-
dores para computadores, a
Intel, de que Gordon Moore
seria um dos fundadores já à
beira dos anos 70.
Um dos pressupostos da
Lei de Moore era a sucessiva
redução das dimensões físicas dos
transístores, os componentes essenciais não
só das memórias (aquilo que foi o negócio
principal da Intel nos seus primeiros anos
de actividade) mas também dos processa-
dores digitais. Já nessa altura se usava a
tecnologia Complementary Metal Oxide
Semiconductor (CMOS) para a produção dos
transístores a partir do silício
fundido e as dimensões dos RUI JORGE CRUZ e
transístores eram medidas em PEDRO FONSECA
milésimos de milímetro — os
mícrons (ou micra), equivalendo 1 mícron a
1 milésimo de milímetro.
Ora essa redução da dimensão dos tran-
sístores era imposta, em primeiro lugar,
pela necessidade de reduzir a sua potência
eléctrica: é que, com menor potência eléc-
trica, um transístor aquece menos, liberta
menos calor e pode funcionar a frequências
superiores — medidas em megahertz (MHz)
— sem sobreaquecer. Por outras palavras,
transístores de menor dimensão permiti-
riam produzir processadores mais potentes,
também eles mais pequenos e com menores
probabilidades de “derreterem”.
Foi assim que o primeiro processador
comercializado em escala considerável
pela Intel, o 4004 (a 108 KHz e com 2300
transístores lançado em 1971), usava uma
➜ tecnologia CMOS de 10 micra mas o Intel
7c1bf3e5-024b-435b-bb28-84bbcd8a7552
RUI JORGE CRUZ
PUB
8086 — a 8 MHz e com 29.00 transístores,
introduzido em 1978 e que fez a populari-
dade dos PC — já usava CMOS de 3 micra.
O primeiro Pentium, de 1993, funcionava a
66 MHz e tinha 3,1 milhões de transístores
de 0,8 micra, enquanto o Pentium 4, lançado
em 2000, tinha 42 milhões de transístores de
0,18 micra a “correrem” à velocidade de 1,5
GHz (ver quadro na pág. 2).
A dificuldade em reproduzir os termos
exactos da formulação inicial da Lei de
Moore — que começou por falar de
18 meses, tendo sido o próprio
autor a flexibilizar o prazo para
dois anos — cria igualmente
um certo mistério no enun-
ciado. A passagem do 40º
aniversário da sua formula-
ção coincidiu com o anúncio,
pela Intel, de uma oferta de 10
mil dólares na eBay, o maior
sítio de leilões na Web, por um
exemplar em bom estado da edição
da revista “Electronics” de 19 de
Abril de 1965, onde o texto foi originalmente
publicado. Nem Gordon Moore nem o Intel
Museum dispõem de qualquer versão origi-
nal do texto e a revista já há alguns anos que
desapareceu de circulação.
O autor, agora com 76 anos, não consi-
derou na altura a importância do escrito e a
própria revista só o publicou
a partir da página 114 dessa
edição, não lhe conferindo
o destaque que mais tarde
viria a merecer. Gordon Moore era então
responsável pela investigação e desenvol-
vimento (I&D) na empresa de electrónica
Fairchild Semiconductor. Três anos depois,
fundou a Intel, com o seu amigo e colega
Robert Noyce, aos quais se juntaria pouco
depois Andy Grove, um jovem e enérgico
engenheiro de origem húngara.
Em 1975, Moore tornou-se “chief execu-
tive officer” (CEO) e presidente em 1979, fun-
ções que manteve até 1987. Quando Gordon
Moore escreveu o texto, um microproces-
sador com aplicações práticas continha 30
elementos e a sua empresa, a Fairchild
Semiconductor, estava já a trabalhar com 60
componentes.
Moore considera que a sua “lei” não é
válida para o futuro. Conforme declarou em
13 de Abril último à revista “Techworld”,
➜ “ela não pode continuar para
sempre” porque, “em termos da dimensão
[dos transístores], estamos a aproximar-nos
do tamanho dos átomos, que é uma barreira
fundamental; mas vai demorar duas ou três
gerações antes de aí chegarmos — mas é o
limite que podemos atingir”. “Temos mais
10 ou 20 anos até se atingir [esse] limite
fundamental”.
Gordon Moore alega que a nano-
tecnologia poderá suplantar,
no futuro, o seu postulado e
a indústria de semicondu-
tores, apesar do enorme
investimento sucessiva-
mente feito ao longo destes
anos — estimado em mais
de 100 mil milhões de dóla-
res. “A nanotecnologia terá um
impacto mas não vai substituir a
electrónica num futuro próximo”, nomeada-
mente a tecnologia do silício, que é a base dos
actuais microprocessadores. “Não há nada
que constitua uma substituição evidente do
transístor de silício”, refere também, por
seu lado, Tom Theis, investigador da IBM
nesta área.
Moore imaginou, em 1965, um
futuro em que a informática pessoal
não teria mais que um pequeno
mercado, com aplicações domésticas
como o guardar de receitas culiná-
rias a terem algum impacto. “Reli o
meu artigo de 1965 há mais ou menos
um ano e francamente fiquei surpre-
endido por ver nele que tinha previsto
os computadores domésticos como uma
das utilizações para a electrónica de baixo
custo — mas não tinha qualquer ideia do que
poderia vir a ser”, confessou recentemente à
BBC News.
“Um engenheiro veio ter comigo com
uma ideia sobre um computador doméstico”,
recorda. “E eu disse-lhe: ‘Tudo bem, mas
serve para quê?’ Ele não conseguiu pensar
em mais do que numa dona de casa a usá-
lo para guardar receitas de culinária. Não
pensei que viesse a revelar-se uma ferra-
menta tão poderosa, pelo que não julguei que
a Intel devesse na altura tentar desenvolver
um computador pessoal.”
“Se eu não tivesse publicado este texto
em 1965, as tendências teriam sido detec-
tadas uma década depois”, disse Moore ao
IDG News Service na semana passada. “Não
penso que um relatório científico em par-
ticular faça a diferença. Eu estava apenas
numa posição em que podia prever uma
tendência.”
“Gordon era um engenheiro clássico”,
explica o actual CEO da Intel, Craig Barrett,
então professor de engenharia na Univer-
sidade de Stanford, na Califórnia — e que
muitos apontam como tendo sido o cadinho
em foram forjados os pilares do Silicon Valley.
O gráfico que acompanhava o texto de Moore
usava apenas dados de sete anos e extrapo-
lava para os 10 anos seguintes, até 1975.
“Vi que, nos anos anteriores, tínhamos
duplicado [o número de transístores] em
MICROPROCESSADOR ANO
DE LANÇAMENTO
4004 1971
8008 1972
8080 1974
80286 1982
80386 1985
80486 1989
Pentium 1993
Pentium II 1997
Pentium III 1999
Pentium 4 2000
Itanium 2001
Itanium 2 2003
Itanium 2 c/ 9 MB de ‘cache’ 2004
computadores .2
cada ano”, refere Moore. “Tomei isto em
consideração e extrapolei para 10 anos por
forma a considerar que a complexidade dos
circuitos integrados num processador iria
passar de uns 60 para algo como 60 mil”.
“Não pensei que fosse tão precisa”, lembra.
“Mas realmente tornou-se mais correcta do
que o previsto e um dos meus colegas deno-
minou-a ‘Lei de Moore’.”
Apesar da relevância da efeméride, o
diário norte-americano “New Yok Times”
lembrou que, antes de Moore ter formu-
lado a sua “lei”, já Douglas Engelbart
tinha avançado com uma hipótese
semelhante e que o co-fundador da
Intel teria tido conhecimento dessa
formulação “provavelmente em 1960”.
Face à alegada formulação de Engelbart
— mais conhecido por ser o inventor do
“rato” no Palo Alto Research Center (PARC),
da Xerox, e hoje usado como indispensá-
vel ferramenta de interface informática
—, “mesmo assim, ela deve ser considerada
a Lei de Moore e não lei de Engelbart”,
salienta Michael Rior-
dan, historiador da
Universidade da
Califórnia.
A p e s a r
destas contro-
vérsias, tudo
o que foi dito e
feito na semana
passada só
veio confirmar
a importância do
texto de Moore. E a
Universidade de Illinois,
após detectar a falta de um
exemplar do número em causa da revista
“Electronics”, retirou um segundo exemplar
da consulta pública — que pretende guar-
dar por “razões arquivísticas e históricas”
— logo após a oferta, pela Intel, de 10 mil
dólares por um exemplar em boas condi-
ções dessa edição da “Electronics”. E, pelo
Uma lei com morte anunciada já por diversas vezes
Em 1978, investigadores da IBM previram tradicional.“Depois, teremos de mudar”
que a Lei de Moore deixaria de ser aplicável — apesar de concordar que continuará a ser
à evolução dos semicondutores dez anos possível incorporar mais transístores num
depois. Quando se chegou a esta data, processador de maiores dimensões.
adiaram a previsão da sua “prescrição” por A Lei de Moore teve, por outro lado, utilidade
sim pelo não, o maior produtor mundial de mais uma década. para a análise financeira dos investimentos
semicondutores declarou já publicamente a O próprio Gordon Moore chegou a admitir em fábricas de semicondutores. Com efeito,
intenção de denunciar às autoridades qual- que a sua lei estaria ultrapassada quando as quem quisesse construir uma fábrica de
quer proposta que vier a ser-lhe apresentada dimensões os microprocessadores descessem microprocessadores, sabia que o seu ciclo
de exemplares da “Electronics” que tiverem abaixo dos 250 nanómetros, algo que viria a de amortização teria de ser inevitavelmente
sido roubados de bibliotecas ou outros acer- verificar-se em 1997. (1 nanómetro equivale a curto: um investimento numa unidade
1 milionésimo de milímetro, ou seja, equivale a de produção a trabalhar com base na
1000 micra). tecnologia CMOS mais avançada de cada
Em termos práticos, a Lei de Moore estabelece momento — e nunca inferior a 3 mil milhões
NÚMERO que a indústria informática pode, de forma de dólares — teria que ser recuperado em
DE TRANSÍSTORES continuada, contar com processadores menos de quatro anos, após o que a própria
com desempenhos cada vez maiores e empresa (ou uma sua concorrente) acabaria
2300
de menores dimensões, viabilizando a por erguer uma nova fábrica ou linha de
2500 concepção de produtos mais pequenos, mais produção que tornaria obsoleta aquela.
4500 potentes e menos caros. Mas o postulado Em entrevista à revista “Fortune”, em
134.000 de Moore “não é uma lei da física”, explicava Novembro de 2002, Gordon Moore explicou
Michael Kanellos na News.com em Junho que a sua “lei” não foi a “força motora”
275.000
de 2003.“É apenas uma insólita observação inicial para o arranque da Intel — que
1.200.000 [que viria a revelar-se] fiável do que os só anos depois da sua criação inflectiu
3.100.000 engenheiros, quando bem organizados, para a produção de microprocessadores,
7.500.000 podem fazer com o silício”. confrontada que se viu com a agressiva
No 35º aniversário da Intel, em Julho de concorrência japonesa nas memórias para
9.500.000
2003, Moore salientou à revista “PC World” computadores. A ideia em cada nova geração
42.000.000 que “o facto de os materiais serem feitos de de microprocessadores da Intel sempre
25.000.000 átomos constitui um limite real” e que “temos seria a de dispor de um novo produto mais
220.000.000 mais duas ou três gerações” no sentido do competitivo — “e não baixar o preço para ser
592.000.000 desenvolvimento de processadores da forma competitivo”. ●P.F.
S E G U N D A - F E I R A . 2 5 . A B R I L . 2 0 0 5
 COTEC ENTREGOU NA PASSADA SEMANA OS SEUS PRÉMIOS À INOVAÇÃO NAS EMPRESAS
Casos de investigação académica
que conduziram ao mercado
O
PRESIDENTE DA R ú-
blica, Jorge Sampaio,
entregou na passada
terça-feira, em Lisboa,
o prémio PME Inovação
Cotec-BPI-PÚBLICO à Chipidea
Microelectrónica, na pessoa de um
dos seus fundadores, José Epifânio
da Franca, professor catedrático do
IST, de Lisboa. Com menções hon-
rosas foram distinguidas a Critical
Software e a YDreams, entregues
por Manuel Pinho, ministro da
Economia.
Para além disso, a Cotec-Agência
Empresarial divulgou a lista de 24
empresas que integram a rede por si
definida das PME Inovadoras Cotec,
da qual fazem parte (para além
das três premiadas já referidas),
a Biotecnol-Serviços e Desenvolvi-
mentos, a Bluepharma-Indústria
Farmacêutica, a Sacei-Companhia
de Equipamentos Industriais, Lda,
a Dão Sul-Sociedade Vitivinícola,
a e-Chiron-Gestão de Aplicações,
a Edisoft-Empresa de Serviços e
Desenvolvimento de Software, a
Enabler-Informática, a ISA-Instru-
mentação e Sistemas de Automa-
ção, a MNI-Médicos na Internet, a
Saúde na Internet, a MobiComp-
Computação Móvel, a Newvision-
LUIS RAMOS
Sistemas Inteligentes para Soluções consequências, pois já dispõe de
de Atendimento, a OutSystems, a laboratórios de desenvolvimento
Plasdan-Máquinas para Plásticos, em vários pontos da Europa e na
a Primavera Software, a Quatro- China, para além dos da sua sede,
Sistemas de Informação, a Stab no Tagus Park, nos arredores de
Vida-Investigação e Serviços em Lisboa, e dos situados nos arre-
Ciências Biológicas, a Stap-Repara- dores do Porto (ver PÚBLICO de
ção, Consolidação e Modificação de 20-4-2005).
Estruturas, a TEandM-Tecnologia e A YDreams foi premiada pela
Engenharia de Materiais, a Tecmic- sua criatividade no sector dos con-
Tecnologias de Microeletrónica, teúdos e aplicações para platafor-
a WeDo Consulting-Sistemas de mas móveis. Fundada em 2000 por
Informação e, por fim, a WIT Sof- António Câmara — hoje “chief exe-
tware-Consultoria e Software para cutive officer” (CEO) da empresa
a Internet Móvel. e professor catedrático da Facul-
Boa parte destas empresas são dade de Ciências e Tecnologia da
já, de alguma forma, familiares Faculdade da Universidade Nova
dos leitores do Computadores, de Lisboa mas na altura um dou-
que, entre 2001 e 2002, relatou a torando acabado de chegar do Mas-
história de boa parte sachusetts Institute of
destes empreendimen- RUI JORGE CRUZ Technology, nos EUA
tos portugueses de — a YDreams espe-
sucesso na área das tecnologias de cializou-se no desenvolvimento de
informação. soluções interactivas para ambien-
A Chipidea, fundada em 1997, tes reais ou virtuais, e expandiu a
dedicou-se à concepção e desen- sua área de negócios a mercados
volvimento de circuitos integrados como a educação e cultura, entre-
destinados a clientes internacio- tenimento, meio ambiente e
nais, da Toshiba à Philips ou aos publicidade, especializando-se em
fabricantes da consola de jogos diversos nichos: sistemas de visu-
Xbox, da Microsoft. Exportando a alização 3D, realidade aumentada,
totalidade das suas criações, levou instalações interactivas e diversas
a internacionalização às últimas aplicações móveis.●
S E G U N D A - F E I R A . 2 5 . A B R I L . 2 0 0 5 computadores .3
 tecpédia H E N R I Q U E C A R R E I R O GRUPO DE TRABALHO DA APDSI FINALIZA GUIA DE MELHORES PRÁTICAS

Benefícios e lacunas do
E-Learning em Portugal
preliminares

A
S CONCLUSÕES
de uma análise conduzida
CIBA pelo grupo de trabalho da

InPhase Tapestry Associação para a Promo-

ção e Desenvolvimento
da Sociedade da Informação (APDSI)
para o E-Learning mostram os benefí-

N
UMA ALTURA em que as empresas japonesas
da electrónica de consumo estão final- cios da adopção desta forma de ensino
mente à beira de chegar a um acordo e formação nas organizações portu-
sobre as normas referentes à próxima guesas — mas apontam igualmente
geração de discos DVD de elevada capa- lacunas de um sistema onde a quali-
cidade (BluRay e HD-DVD), a investigação na área dos dade parece continuar a faltar.
discos ópticos está no limiar de um outro enorme salto Foi há cerca de um ano que esta
na capacidade de armazenamento. unidade de trabalho da APDSI foi
A InPhase Technologies — empresa que se autono- constituída, propondo-se reflectir
mizou da Lucent em 2000 — tem vindo a trabalhar sobre o E-Learning em Portugal. Em
há vários anos para produzir um disco com as dimen- vez de um estudo estatístico, o grupo
sões de um DVD mas capaz de armazenar até 300 GB optou antes por efectuar uma análise
usando um método de armazenamento denominado das necessidades do sector, em par-
“memória holográfica”, que está agora prestes a sair ceria com empresas e instituições
dos laboratórios e a entrar em fabrico. de ensino, com o objectivo de reunir
A primeira apresentação pública de um protótipo na forma de manual (ou guia) uma
desta tecnologia aconteceu durante a National Asso- descrição das melhores práticas para
ciation of Broadcasters Convention (NAB’2005), neste o E-Learning, a ser concluído ainda
mês em Las Vegas, nos EUA. O fórum não podia ser durante este semestre.
mais adequado, uma vez que o caminho para os con- A importância dos conteúdos para
teúdos de alta definição poderá transformar os média o E-Learning foi um dos pontos con-
nos maiores consumidores desta tecnologia. sensuais ao longo da conferência “O Do ponto de vista tecnológico, permitam preparar os seus trabalhos
Num disco com apenas 12 cm de diâmetro, envolvido ‘E’ que aprende”, que teve lugar na será igualmente importante decidir recorrendo às tecnologias.
por um cartucho protector (como acontecia com os Universidade Católica, no passado dia a aquisição da infra-estrutura tec- Obrigar as editoras a converte-
discos ópticos das primeiras gerações), é possível arma- 19 de Abril, e onde foram avançados nológica, factor que deverá depender rem os seus manuais para formatos
zenar cerca de 35 horas de vídeo com qualidade para os primeiros resultados da análise. A da importância estratégica que o digitais e a terem apoio “on-line” para
transmissão, o que representará uma enorme vantagem temática foi introduzida por Roberto conceito de E-Learning assumir para professores e alunos é outra das reco-
— quer em termos de custos quer de espaço de arquivo Carneiro, ex-ministro da Educação e a organização e a especificidade das mendações ligadas ao ensino secundá-
— face aos meios magnéticos tradicionalmente usados. agora docente da Universidade Cató- suas actividades. rio e deixadas aos governantes, assim
Além disso, a InPhase promete que o tempo de vida útil lica (ver caixa) mas muitas vezes Para o sector da educação e como a criação de um repositório na
deste suporte será de, pelo menos, 50 anos, mais do que mencionado pelos representantes ensino, o E-Learning enfrenta mais Internet com objectos de aprendiza-
o esperado para os meios magnéticos. das três áreas — modelos pedagó- dois importantes desafios, além do gem desenvolvidos por professores
A memória holográfica desenvolvida pela InPhase gicos, tecnologia, ensino e educação incremento da qualidade dos conte- para posterior partilha entre pares.
baseia-se na utilização de um feixe de laser, que é divi- — em que se dividira údos: a massificação e “Existem estudos recentes sobre
dido em dois e permite gravar dados num disco — não o grupo de trabalho. PAT R Í C I A C A L É uso de “standards”. Os o E-Learning no nosso país. Por isso,
em superfície mas usando toda a espessura do disco. Na área dos modelos Casa dos Bits elementos deste sub- quisemos fazer algo diferente, mais
Neste método, um dos dois feixes é modulado para pedagógicos, sugere-se grupo defendem ainda a prático, que pudesse transformar-se
transporte dos dados enquanto o outro funciona como que estes tenham em conta o universo importância do conhecimento do con- numa ferramenta de trabalho útil
referência. O feixe de luz é modulado para produzir da população-alvo mediante os estilos texto real e da definição dos objectivos para todos aqueles que querem recor-
uma espécie de “página” constituída por um padrão do de aprendizagem, o seu “background”, a atingir num processo de implanta- rer ao E-Learning nas suas organi-
tipo xadrez. No ponto de intersecção dos dois feixes, no as suas expectativas e a sua cultura; ção de E-Learning. zações”, explicou Guilherme Collares
material que constitui o disco, produz-se uma reacção que traduzam a realidade da organi- Do trabalho desenvolvido pelo Pereira, coordenador do estudo e da
química que permite armazenar o holograma. Cada zação em que os formandos estão inse- grupo na área da educação e ensino conferência onde foram avançados os
holograma é constituído por até 1 milhão de bits, que ridos; que permitam a reutilização e o resultou ainda um conjunto de reco- primeiros resultados da análise.
são assim gravados em “paralelo”, numa única exposição “enriquecimento” e apresentem uma mendações, que os responsáveis da Segundo Collares Pereira, o
ao feixe de laser. A variação do ângulo de referência, do combinação teórico-prática em função APDSI pretendem fazer chegar aos trabalho deverá estar concluído em
comprimento de onda do laser ou da posição do suporte dos objectivos e resultados desejados. governantes do país. Para o ensino breve, possivelmente ainda neste
permitem armazenar diferentes hologramas no mesmo Partindo da pergunta “O que superior, pede-se a continuidade semestre. “Os trabalhos desenvol-
volume — aumentando muito a densidade por centíme- recomendaria o director de informá- do programa e-U, da UMIC — que vidos já haviam sido submetidos à
tro quadrado de material face ao que é possível com o tica de uma empresa se a direcção visa a instalação de redes sem fios avaliação de terceiros quando, há
armazenamento em superfície dos discos comuns. de recursos humanos lhe solicitasse nas universidades e a massificação cerca de uns meses, convidámos
Também a leitura se efectua em “paralelo”, com ele- apoio para implantar o E-Learning?”, do uso de computadores portáteis 20 organizações, entre empresas e
vada rapidez, o que potencia a sua utilização nas o subgrupo de tecnologia decidiu nos “campus” universitários —, a instituições de ensino, para receber
aplicações de média. O protótipo apresentado no identificar alguns momentos-chave resolução da questão dos direitos de contributos”, referiu o coordenador.
NAB’2005 dispunha de uma interface que proporcio- na concretização de um sistema de autor na produção de conteúdos com “Achámos que, antes de darmos
nava 27 MB por segundo… E-Learning — nomeadamente o a criação de recomendações práticas por concluído o estudo, devíamos
O trabalho para conseguir criar o material dos discos levantamento das necessidades, a ou propostas de solução-tipo e o uso sujeitá-lo a uma apreciação mais
durou sete anos e teve o seu início ainda nos laborató- escolha da arquitectura-modelo da de normas abertas no E-Learning. alargada — um género de ‘confronto
rios da Bell (os quais seriam depois objecto de um “spin plataforma, a definição de matrizes Para o ensino secundário, as finalíssimo’ com a sociedade em geral
off”, que deu origem à Lucent). Os seus cientistas conse- de decisão (como o mapeamento das propostas passam pela criação e dis- —, o que acabou por acontecer com
guiram criar um meio, designado Tapestry, que combina funcionalidades em “software”, “har- tribuição, junto dos professores, de esta conferência, donde vamos com
uma elevada sensibilidade com a estabilidade e a possi- dware” e redes) e o dimensionamento “kits” que reunam ferramentas de certeza retirar algumas sugestões
bilidade de ser fabricado em grandes quantidades. da arquitectura-tipo. “hardware” e de “software” que lhes enriquecedoras.” ●
Para colocar o produto no mercado, a InPhase irá tra-
balhar com a firma japonesa Maxell, que é também sua
accionista. Os primeiros produtos deverão surgir no
início do próximo ano mas ainda é, para já, difícil prever
Europa atrasa-se no ensino partida não existiriam razões para que o continente
europeu se atrasasse nesta área: “A Europa tem um
os seus custos. Embora, de início, este produto se des- por meios electrónicos maior nível de educação que os outros continentes, tem
tine claramente aos ambientes empresariais — como, estruturas educativas bem sustentadas, tem um número de
aliás, aconteceu com os primeiros discos ópticos regra- Apesar das promessas de há alguns anos atrás, as últimas investigadores bastante alto, tem sido o berço de diversas
váveis —, é natural que o seu uso venha a alargar-se análises relativas ao E-Learning mostram que o sector tecnologias.”
ao mercado de consumo. Os DVD (ou o que se vierem tem enfrentado algumas dificuldades no espaço europeu, O atraso estrutural verificado na área do E-Learning só
então a chamar) de 300 GB poderão, assim, estar mais não tendo arrancado com a dinâmica prevista — afirmou pode, assim, ser atribuído à falta de propostas de qualidade.
próximos do que se poderia pensar. ● o ministro da Educação Roberto Carneiro durante a “Há uma má formatação da oferta, que, na maior parte das
conferência organizada pela APDSI. vezes, a impede de ser compreendida pelos destinatários”,
Tecpédia é uma enciclopédia em construção sobre a era digital Na opinião deste docente da Universidade Católica, à considerou ainda Roberto Carneiro. ● P.C./CdB

computadores .4 S E G U N D A - F E I R A . 2 5 . A B R I L . 2 0 0 5
 .com

Lucros da Intel crescem no trimestre...
A Intel apresentou um aumento de 24 por cento nos seus
ganhos do seu primeiro trimestre fiscal e perspectivas de maior
margem de rendibilidade em razão do crescimento da procura
de processadores de maior valor, destinados a computadores
portáteis (os únicos cujas vendas continuam a crescer) e a
outros dispositivos — graças ao qual a empresa vai investir no
reforço da sua produção: entre 5400 e 5800 milhões no resto do
ano de dólares em equipamentos e novas linhas de produção
quando, antes, as previsões de investimento se situavam entre
os 4900 e os 5300 milhões de dólares. No período findo em 2
de Abril, os lucros foram de 2150 milhões de dólares, face aos
1730 milhões de dólares no período homólogo de 2004 (que
teve menos uma semana). As vendas cresceram 17 por cento
para 9430 milhões de dólares. “Houve um pequeno reforço da
procura em todos os segmentos” e sobretudo nas economias
emergentes, disse Andy Bryant, “chief financial officer” (CFO).
No segundo trimestre, as previsões de vendas situam-se entre
os 8600 e os 9200 milhões de dólares. ●
... e também a margem bruta
— afirmou Pedro Sacadura Botte, director da HP para a área
de soluções tecnológicas destinadas a empresas. Um dos
objectivos é agora investir na verticalização das soluções e em
sectores como a administração pública, a saúde, as telecomu-
nicações e o sector financeiro. Entretanto, a venda de compu-
tadores portáteis e de secretária da HP também cresceu 11,3
por cento, proporcionando-lhe uma quota de mercado de 25
por cento nos PC de secretária e de 22 por cento nos portáteis.
A HP vendeu 1,3 milhões de impressoras a jacto de tinta nos
últimos cinco anos — o que levou Vasco Matafome, director
da área de imagem e impressão da HP em Portugal, a salientar
que a empresa lidera no sector de impressoras a jacto de tinta,
impressoras a laser a preto e branco e digitalizadores, ficando
em segunda posição no que se refere a impressoras a laser a
cores, com uma quota de mercado de 27 por cento. ●
Sybase cresceu 8 por cento
A Sybase, fornecedora de “software” de infra-estrutura empre-
sarial, em particular no segmento das base de dados, anunciou
na passada semana que as suas receitas das licenças no pri-
meiro trimestre deste ano (terminado a 31 de Março de 2005)
haviam crescido na ordem dos 8 por cento comparativamente
ao mesmo período do ano passado. As receitas totais do pri-
meiro trimestre da Sybase cresceram 5 milhões de dólares
para 191,9 milhões de dólares — montante que representa
um crescimento face aos 183,2 milhões de dólares registados
no primeiro trimestre de 2004. ●
& pessoas
ANTÓNIO COIMBRA, administrador da Vodafone Portugal para
as áreas de “marketing”, vendas e operações, será o novo presi-
dente da Apritel–Associação dos Operadores de Telecomuni-
cações para o biénio 2005-2006. Além de António Coimbra, no
cargo de presidente em representação da Vodafone, a direcção
da Apritel integrará ainda representantes da Optimus, da Oni-
telecom, da Jazztel, da Cabovisão, da MediaCapital e da Colt
Telecom. O novo conselho fiscal da associação é presidido por
Ignacio de Montis, da Tele2, tendo como vogais representantes
da ViaNetWorks e da Broadnet; na presidência da assembleia
geral mantém-se Alexandre Sousa Machado. ●

Outra evolução positiva foi na margem bruta de rendibilidade,

que se cifrou nos 59,3 por cento graças a muitas das fábricas
terem laborado ao máximo da sua capacidade, tanto para os pro-
cessadores como para os “chipsets”; a empresa prevê um recuo
para 56 por cento no segundo trimestre fiscal mas um valor
anual na ordem dos 59 por cento (1 por cento acima do de 2004).
Outro factor foi a manutenção dos preços no trimestre (em vez
da sua progressiva redução na expectativa da proverbial revisão
de preços de Maio), em particular dos processadores Centrino. Já
o mesmo não se poderá dizer dos processadores Xeon para ser-
vidores, onde a concorrência da Advanced Micro Devices (AMD)
— que, no dia 21, anunciou os seus primeiros processadores
Opteron “dual core”, assim se antecipando à Intel, que só deverá
dispor de produtos concorrentes para servidores em 2006. Mas,
segundo o “Wall Street Journal”, a Intel tem respondido agressi-
vamente à sua maior concorrente noutras áreas, como a dos pro-
cessadores de “core” duplo para PC e os últimos Xeon, capazes de
ombrear em rendimento com os Opteron, da AMD, que se têm
mostrado verdadeiros campeões de vendas. ●

Adobe comprou Macromedia

A Adobe anunciou há uma semana a aquisição da Macrome-
dia por cerca de 3400 milhões de dólares; concluída esta, no
Outono de 2005, haverá um programa de troca de acções,
estimado no valor de mil milhões de dólares. A Macromedia,
cujo produto mais conhecido é o Flash, edita “software” para
“utilizadores profissionais, programadores e ‘designers’ criarem
e disponibilizarem” conteúdos “na Internet, nos média clássicos
ou através de dispositivos digitais”.“Os clientes exigem cada vez
mais soluções de ‘software’ integradas, que lhes permitam criar,
gerir e apresentar um vasto conjunto de conteúdos para as mais
diversas aplicações — desde documentos e imagens ao áudio e
ao vídeo”, declarou Bruce Chizen, “chief executive officer” (CEO)
da Adobe.“Ao combinar o nosso ‘software’ de desenvolvimento,
autoria e colaboração (complementarmente com as funcionali-
dades do PDF e do Flash), a Adobe tem a oportunidade de dar
luz a esta visão de uma plataforma tecnológica direccionada
para o mercado empresarial.” Após a aquisição, os accionis-
tas da Macromedia deterão cerca de 18 por cento da nova
empresa, em cuja nova estrutura Chizen manterá as funções de
CEO; Shantanu Narayen manterá o lugar de presidente e “chief
operating officer” (COO); e Stephen Elop, presidente e CEO da
Macromedia, será presidente global de operações. ●

HP Portugal cresceu 12 por cento...

A HP Portugal facturou, no ano passado, cerca de 273 milhões
de euros, mais 12 por cento face ao volume de negócios do ano
anterior. Os resultados foram anunciados por Carlos Janicas,
director-geral da HP Portugal, que salientou o facto de a área
de serviços representar cerca de 20 por cento dessa factura-
ção. O volume de negócios apresentado não inclui a área de
consumíveis, uma vez que estes são facturados externamente,
representando um volume de vendas na ordem dos 77 milhões
de euros. Cerca de 4 por cento da facturação da empresa, a
nível global, é investido em investigação e desenvolvimento
(I&D). Carlos Janicas salientou que, neste ano, o crescimento
da empresa deverá ser de dois dígitos tanto no que se refere
a produtos como a serviços. Segundo o principal responsável
da HP em Portugal, a empresa ocupa a primeira posição no
fornecimento de equipamentos às PME , ficando em segunda
posição quando se trata das grandes organizações. ●

... com base em vários segmentos

Na área de servidores empresariais, unidades de armazena-
mento e “software”, a HP ocupou, em 2004, a primeira posição

S E G U N D A - F E I R A . 2 5 . A B R I L . 2 0 0 5 computadores .5
computadores .6
 INFORMATION BUILDERS APRESENTOU WEBFOCUS 7
Melhorar a integração
dos dados nas empresas
EDUZIR OS CUSTOS da integra-
R ção dos dados nas empresas,
aumentar as escalabilidade
dos sistemas e simplificar o
uso das ferramentas informá-
ticas são os objectivos da nova versão da
plataforma WebFocus, apresentada pela
Information Builders. O WebFocus 7 per-
mite também às organizações reduzir os
gastos com a administração dos seus sis-
temas informáticos e poupar na aquisição
de novo “hardware”.
A integração de dados e a redução
do custo total de utilização — ou “total
cost of ownership” (TCO) — podem ser
conceitos quase imperceptíveis para
muitas pessoas. Mas se o primeiro é
bem conhecido dos administradores de
sistemas informáticos, que sonham pôr
todos os seus sistemas e
aplicações a “falar” uns ISABEL GORJÃO SANTOS
com os outros, o segundo
é uma espécie de palavra mágica para os
gestores das empresas, cuja preocupação
constante é reduzir ao indispensável os
custos de operação.
Aumentar a integração de dados nas
empresas e a escalabilidade dos sistemas
— permitindo, com isso, reduzir custos —
é o propósito da plataforma apresentada
pela Information Builders, que se baseia
numa arquitectura centrada nos serviços.
Trata-se, também, de uma solução de
“business intelligence”, que possibilita
a obtenção de respostas e a análise de
dados em tempo real.
“As empresas procuram soluções que
coloquem os dados necessários para a
tomada de decisões nas mãos das pessoas
que estão à frente das operações”, adian- integrar funcionalidades que permitem
tou José García-Soto, vice-presidente para aos programadores desenvolver e dis-
o Sul da Europa e México da Information
Builders. Por outro lado, pretendem que
as suas soluções sejam “verdadeiramente
escaláveis para que possam fazer uso
delas com os seus clientes, parceiros
e fornecedores — e o WebFocus 7 vem
abranger estes dois factores.”
O facto de a nova plataforma possibi-
litar uma integração unificada significa
que as bases de dados estruturadas, os
documentos ou as mensagens em tempo
real ficam disponíveis para toda a organi-
zação ou para os principais responsáveis
da empresa. É a infra-estrutura que
acede aos dados, os unifica e distribui,
de acordo com parâmetros previamente
estabelecidos.
Rui Gaspar, gestor das operações de
negócio da Information Builders Por-
tugal, considera que “a escalabilidade
continua a ser um tema crítico na área de
‘business intelligence’, na medida em que
as empresas procuram
soluções que requeiram
menos ‘hardware’ mas
que funcionem de forma mais eficiente”.
Por isso, a plataforma WebFocus pretende
minimizar o investimento das empresas
em novos servidores, o que é conseguido
quando é a plataforma a determinar
quais os recursos disponíveis e com que as
aplicações podem funcionar de modo mais
eficiente. Assim, essa escolha é automá-
tica e os responsáveis dos departamentos
de tecnologias de informação não têm
que, momento a momento, decidir quais
os servidores mais adequados para supor-
tar cada uma das suas aplicações.
A WebFocus 7 permite abarcar um
universo de centenas ou milhares de
utilizadores em cada organização. Uma
das novidades da nova versão é o facto de
ponibilizar soluções mais adaptadas às
necessidades específicas da comunidade
de utilizadores a que elas se dirigem. ●
S E G U N D A - F E I R A . 2 5 . A B R I L . 2 0 0 5 computadores .7
 MAIOR FABRICANTE DE PC DE TAIWAN PRETENDE DUPLIC AR FACTURAÇÃO EM PORTUGAL

Acer apresentou novos

computadores portáteis e de bolso
OVOS MODELOS de computadores Memory Stick Pro. Com um ecrã de cristais se possa levar para qualquer parte. Com

N
portáteis e de bolso foram apre- líquidos (LCD) de 12,1 polegadas com 1280
sentados pela Acer e deverão
chegar brevemente às lojas.
Neste ano, a empresa pretende
duplicar a sua facturação em Portugal, de
50 para 100 milhões de euros.
A pensar nos utilizadores que trans-
portam o seu computador
portátil para todo o lado ISABEL GORJÃO SANTOS
e pretendem um equipa-
mento bastante leve, a Acer lançou o Travel- Bluetooth, que permite a comu-
Mate 3000. Com 1,46 quilos, o novo modelo
baseia-se na nova plataforma Sonoma, da
Intel, e integra processadores Pentium M
até 2 GHz e o “chipset” 915GM Express,
também da Intel. Este novo modelo possui
uma bateria que permite trabalhar até 4,5
horas, a memória é DDRII de 512 ou 1024
MB, expansível até 2 GB, e o disco rígido
ATA/100 possui uma capacidade de arma-
zenamento de 100 GB.
O TravelMate 3000 inclui uma
unidade óptica externa de
DVD/CD-RW ou apenas
leitora de DVD, depen-
dendo do modelo, e
um leitor de car-
tões de memória
compatível com
os formatos Multi-
MediaCard (MMC), Secure
Digital (SD), Memory Stick e
e o n50 Premium, que pesam 150 gramas e
um processador Pentium M e “chipset” oferecem, para além de um conjunto de apli-
x 800 pixels de resolução, este novo modelo 915GM/PM Express, da Intel, a memória é cações, a possibilidade de ligação a redes
da Acer, além de um modem V.92 a 56 Kbps, DDRII expansível a 2 GB e o disco rígido, no sem fios ou de comunicação com outros dis-
dispõe de diversas formas de ligação a redes mínimo, de 60 GB. positivos através da tecnologia Bluetooth.
locais ou sem fios: uma placa Fast Ethernet Esta série, cujo preço varia entre os 1299 A memória destes modelos é de 64 MB no
10/100/1000 e outra de rede sem fios com- e os 1399 euros, dependendo da configuração, n50 ou de 128 MB no n50 Premium. Os pro-
patível com as normas 802.11b integra ainda cessadores, da Intel, são de 312 e 520 MHz,
e 802.11g, um gravador respectivamente, e os preços recomendados
e ainda um de DVD/CD- são de 349 euros para o n50 e de 449 euros
módulo para RW ou um no n50 Premium.
DVD-Dual Albert Olive, director da Acer Ibérica,
nicação com outros dispositivos Double Layer, esteve em Portugal para a apresentação
que se encontrem a até dez isto para além destes novos produtos e adiantou alguns
metros de distância. de um leitor resultados da empresa.
Apesar de só agora estar a dos mais Esta fabri-
chegar ao mercado, o Travel- diversos cante de
Mate 3000 foi já galardoado com tipos de Taiwan
um prémio de “design”, o Red car- vendeu,
Dot, na categoria de Média no ano
e Electrónica de Consumo, passado,
atribuído pelo Design mais de 40
Zentrum Nordrhein Wes- mil portáteis
tfalen, na Alema- em Portugal — o
nha. Em diferentes categorias, tões de memória (Mul- que representa um
foram galardoados 421 tiMediaCard, Secure crescimento na ordem
produtos dos mais de 1800 Digital, Memory Stick, dos 170 por cento face ao
submetidos a avaliação. Memory Stick Pro, Smart Media e ano anterior. Para 2005, o
Ainda nos computadores xD-Picture Card). O ecrã é de 15 polegadas, objectivo é vender cerca de
portáteis, a Acer lançou a série com resolução de 1400 x 1050 pixels. 70 mil portáteis e alcançar um volume de
TravelMate 4650, destinada a Na lista de novidades da Acer estão negócios na ordem dos 100 milhões de euros
profissionais que pretendam subs- ainda dois computadores de bolso — ou em Portugal e algo como 400 milhões de
tituir o PC de secretária por outro que “personal digital assistants” (PDA) —, o n50 euros em Espanha.●

virose
Dia 25

OS VÍRUS DA SEMANA
W32/Winur.worm.b, W97M/Cobra.a1, W32/
Novas versões do Sober e do Bagle Winur.worm.a, VBS/Alphae, VBS/Zync, Acid.A
(intended), W32/Urick@MM, X97M/Anis,
A semana que passou viu surgir novas variantes do Sober e do Bagle, código mostrava que intrusos poderiam explorar as falhas para exe- W97M/Alamat, WM/MDMA.C;D;H, X97M/
“worms” de distribuição em massa por correio electrónico. cutar código nas máquinas afectadas. Hongo.c, W97M/Multi.a, AOS.A, W97M/
O Sober.N (ou M, como também é chamado) propaga-se através de Uma falha tem a ver com a possibilidade de o código JavaScript poder Jackal.A
mensagens com texto em inglês ou em alemão. A mensagem em ser executado com privilégios superiores aos devidos — contrariando
Dia 26
inglês apresenta o assunto “I’ve_got your EMail on my_account!” e o a tese de alguns de que a linguagem Java seria invulnerável a vírus
W95/CIH.1003, WM/TAMAGO.A, WM/
seguinte texto: “Hello, First, Very Sorry for my bad English. Someone e “worms”. Outra permite que “scripts” possam aceder à memória MDMA.C;D;H, W97M/Alamat, VBS/
is sending your private e-mails on my address. It’s probably an e-mail de forma aleatória, podendo ter, assim, acesso a Gaggle@MM, W97M/Cobra.a1, X97M/Reten.d
provider error! At time, I’ve got over 10 mails on my account, but the dados nela contidos, como informações pessoais
recipient are you. I have copied all the mail text in the windows text- ou de validação, por exemplo. Dia 27
editor for you & zipped then. Make sure, that this mails don’t come in W97M/Cobra.a1, VBS/Gaggle@MM, W97M/
my mail-box again. Bye.” Falha de segurança em pro- Trugbar.a, W97M/Alamat, WM/MDMA.C;D;H,
O ficheiro anexo que transporta o “worm” chama-se your_ grama da McAfee WM/HELPER.F;G;H, W97M/Jackal.A
text.zip.
Dia 28
Entretanto, o autor do Bagle continua no seu Também na
WM/Eraser.B;C:Tw, WM/MDMA.C;D;H, W97M/
ritmo de produzir novas variantes do “worm” semana passada, Este, VBS/Baracu.A@mm, VBS/Gaggle@MM,
com poucos dias de intervalo. A última é foi descoberta mais W97M/Cobra.a1, W97M/Alamat, W97M/
identificada como Bagle.BN e propagada uma falha em “software” Clave.a, W97M/Ekiam
por mensagens com o assunto e o texto em da empresa de produtos
branco — trazendo um ficheiro anexo com de segurança a anti- Dia 29
a extensão .zip que contém, por sua vez, um vírus McAfee — mais W97M/Alamat, W97M/Cobra.a1, W97M/
ficheiro chamado 19_04_2005.exe. concretamente, na Beko.a@MM, VBS/Gaggle@MM, W97M/
Quando é executado, este “worm” cria um ficheiro de McAfee Internet Security Bablas.aj, VBS/Valentin@MM, VBS/San@M,
texto na pasta de temporários do Windows com o Suite 2005 (que inclui WM/MDMA.C;D;H
nome a começar por um til (~), com extensão .txt e o protecção antivírus,
Dia 30
resto do nome constituído por caracteres escolhidos “firewall” e contro- WM/MDMA.C;D;H, FHD.A, VBS/Loveletter.ar,
aleatoriamente. O Bagle usa o editor de texto definido los de privacidade). AOS.A, W97M/Jackal.A, XM/Laroux.IC, VBS/
por omissão no sistema para abrir o ficheiro (em geral, A falha encontra-se Gaggle@MM, X97M/Anis, W32/Urick@MM,
o Notepad) e, entretanto, o utilizador vê surgir no ecrã a nas configurações por Tribute.A;B, W97M/Cobra.a1, W97M/Alamat,
palavra “Sorry”. omissão do programa, que dão X97M/Clonar, VBS/Terrosist.ow, W97M/
a todos os utilizadores de uma Fifteen.a
Falhas em programas da Mozilla mesma máquina os direitos de
acesso ao sistema próprios de um Dia 1
VBS/Aqui, VBS/Zync, VBS/Alphae, W97M/
Foram descobertas, na semana passada, nove novas falhas na administrador.
Kolop, W97M/Ekiam, W97M/Alamat, W32/
Mozilla Suite e no “browser” Firefox, sendo a maior parte das falhas Devido a esta falha, qualquer utilizador de um PC com PetLil@MM, WM/BADBOY.A;B;C, Tribute.A;B,
decorrentes da maneira como as aplicações lidam com o JavaScript. A aquela “suite” instalada pode não só mexer nos ficheiros de todos Acid.A (intended), WM/CVCK1.B;E, W97M/
empresa já disponibilizou, entretanto, novas versões dos programas os outros utilizadores como ainda instalar programas. Entretanto, Change.A, W97M/Jany.a, X97M/Hopper.r,
que corrigem estas falhas: a Mozilla Suite 1.7.7 e o Firefox 1.0.3. a McAfee já está a distribuir um “patch” para os utilizadores que VBS/Bhong, WM/Theatre.A, W97M/Tarap,
Logo no fim-de-semana (dias 16 e 17), surgiu na Internet código a actualizam os seus programas automaticamente através da Inter- VBS/LoveLetter.bi, VBS/Count, W97M/
explorar estas falhas — o chamado “proof-of-concept code”. Este net ● JOSÉ DOUTIL Bablas.aj, JS/Gigger.a@MM, W97M/Shore.p

computadores .8 S E G U N D A - F E I R A . 2 5 . A B R I L . 2 0 0 5
 S H A R E WA R E FICHA

SIMPLY SAFE BACKUP 2005

Utilizador prevenido
vale por três
frequente
Editor
Rui Jorge Cruz

A
REALIZAÇÃO
de cópias de segu-
rança dos ficheiros dos
nossos computadores
ainda não é uma tarefa
de rotina para muitos utilizadores
informáticos. Todos nós pensa-
mos que o mal apenas acontece
aos outros e, por isso, deixamos
sempre para amanhã o fazer da
cópia de segurança que podíamos
fazer o hoje. O problema é que,
quando vamos fazer essa cópia,
é tarde demais, pois já perdemos
alguns dos nossos ficheiros e docu-
mentos mais importantes. Como
diz o ditado, mais vale prevenir
que remediar.
Para que o preço do “software”
não seja um obstáculo, decidi-
mos, nesta edição, analisar uma
solução para criação de cópias de
segurança disponível no mercado
de “freeware” (leia-se: de uso
gratuito). Trata-se do Simply
Safe Backup, uma aplicação
criada pelo programador Joshua
Cannon Butcher que permite aos
utilizadores procederem a cópias
de segurança dos conteúdos mais
importantes ou da totalidade
dos ficheiros guardados nos seus
discos rígidos.
O Simply Safe Backup está
disponível para as mais recen-
tes versões do sistema operativo
Microsoft Windows, como o
Windows NT, o Windows 2000,
o Windows ME e o Windows XP.
A gravação dos ficheiros para
arquivo pode ser realizada em
CD-ROM, DVD ou CD-RW (regra-
vável), além de outros meios, como
os discos Zip e Jaz (da Iomega) ou tarefa, o utilizador está a criar
mesmo em vulgares disquetes.
No entanto, o CD-ROM e o DVD
são talvez as formas
mais económicas e NUNO BERNARDO
acessíveis ao utili-
zador doméstico. O Simply Safe
Backup está disponível na Web
em diferentes versões — desde a
gratuita, para uso não comercial,
até a uma versão “corporate”, pen- cópias de segurança.
sada para as pequenas e médias
empresas.
A instalação do programa
no computador processa-se sem
grandes problemas. No final
deste processo, é possível corrê-
lo e começar desde logo a definir
quais os documentos e as pastas
mais importantes a proteger. O
programa inclui um assistente
que auxilia os utilizadores
menos experientes a realizar
as suas tarefas básicas — como
a definição de quais as pastas
e directorias que deverão ser
objecto de uma cópia de segu-
rança, e qual o tipo de ficheiros a
arquivar. Finda esta fase, basta
definir a periodicidade com que
as cópias de segurança deverão
ser efectuadas.
Ao definir o horário de cada
um conjunto de processos que
serão executados pelo computador
na sua ausência (por
exemplo, durante a
madrugada). Para
tal, apenas necessita de introdu-
zir um CD, um disco Zip ou uma
disquete no leitor seleccionado
para que aí sejam feitas as suas
Considerando as suas caracte-
rísticas e o seu baixo preço, acon-
selha-se o uso de discos CD-RW
para realizar cópias de segurança
periódicas, nomeadamente as diá-
rias e semanais. Se o leitor pos-
suir já um gravador de DVD (cujo
preço baixa de dia para dia), pode
também usá-lo para as cópias de
segurança de ficheiros de grandes
dimensões.
Por outro lado, para arquivo
definitivo de ficheiros e documen-
tos — para os copiar e apagar do
disco rígido —, aconselha-se a uti-
lização de um CD-ROM. Todos os
meses se pode guardar o trabalho
feito nesse mês em discos CD-
ROM, removendo do disco rígido
documentos que não usa no quo-
tidiano: assim se estará a liber-
tar espaço em disco e a criar um
arquivo com documentos impor-
tantes. A qualquer momento se
poderá sempre repor esses docu-
mentos no disco, bastando para
tal introduzir o CD respectivo no
leitor e copiar o ficheiro de volta
para o disco.
O programador de tarefas
do Simply Safe Backup permite
ao utilizador definir qualquer
tipo de operação de segurança.
Pode, por exemplo, definir que,
todos os dias, ele deverá guardar
cópias dos ficheiros alterados ao
longo da jornada de trabalho.
Qualquer tarefa pode mesmo
tornar-se num ícone alojado na
área de trabalho do sistema ope-
rativo de modo a ser
desencadeada com
um simples clique
do rato — sendo a
informação arqui-
vada de forma
compactada num
arquivo do tipo .zip.
No caso de qual-
quer coisa correr mal
com o computador, a
reposição de ficheiros
e arquivos faz-se de
forma bastante sim-
ples: é só introduzir
os CD-ROM onde
foram guardados os
documentos impor-
tantes e seleccionar
a opção Restaurar.
Em poucos segundos,
os documentos apa-
gados ou danificados
são substituídos
pelas cópias comple-
tas e funcionais. Em
alternativa, o utiliza-
dor pode seleccionar
uma opção de restauro para outra
directoria, não substituindo docu-
mentos que pense que se encon-
tram alterados ou danificados. O
Simply Safe Backup permite que
cada ficheiro ou arquivo protegido
possa ser catalogado directamente
com um nome definido pelo utili-
zador, com a data dessa operação,
entre outras possibilidades.
O Simply Safe Backup ( http:
//www.simplysafebackup.com ) E-mail: assinaturas@publico.pt
é uma daquelas aplicações que
devem fazer parte do “software”
de qualquer computador. Para
quem possua já um gravador
de CD-ROM ou DVD, esta é a
aplicação de que necessita para
realizar cópias de segurança dos
seus documentos e dos seus fichei-
ros mais importantes — e já não
tem desculpa para não proteger
os seus ficheiros. Ao cabo de algu-
mas utilizações, verificará que o
processo não custa nada: basta
programar o temporizador para
gravar num CD todos os ficheiros
alterados ao longo do dia e intro-
duzir um CD-RW no seu gravador
de CD no final de cada dia de tra-
balho. Este é um processo simples
e que pode evitar muitos dissabo-
res no futuro. ●
Redactores, colaboradores
e cronistas
Ana Gerschenfeld, Ana Machado,
André Ruivo, António Granado,
Casa dos Bits, Fernando Santos,
Helena Viegas, Henrique Carreiro,
Henrique Saias, Isabel Gorjão
Santos, João Cruz, José Antunes,
José Doutil, Luís Félix, Miguel
Crespo, Nuno Bernardo, Nuno
Vieira, Paulo Almeida, Pedro
Fonseca (pedrof@journalist.com),
Rita Cruz, Rita Hasse Ferreira
Secretariado
Paula Dias
Paginação
Ana Carvalho, Ivone Ralha,
Hugo Pinto, Jorge Guimarães
Projecto Gráfico & Designer
Luis Carlos Amaro/
Gráficos à Lapa
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Europa €117.00
Resto do Mundo €189.80
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para escolas e instituições de
solidariedade social. Preços
especiais para Macau, Timor, São
Tomé e Guiné. Os preços incluem
IVA à taxa legal em vigor.

S E G U N D A - F E I R A . 1 . M A R Ç O . 2 0 0 4

S E G U N D A - F E I R A . 2 5 . A B R I L . 2 0 0 5 computadores .9
 JOGOS

‘SPLINTER CELL: CHAOS THEORY’, ‘DOOM 3’ E ‘PREDATOR: CONCRETE JUNGLE’

Sombras e medo
LGUMAS SEQUELAS desfazem a ideia de que, Theory” volta a surpreender todos os fãs dos jogos de se pode dizer das excelentes missões multijogador, em

A depois de um grande jogo, só virão cópias

requentadas. Outras mostram que é ainda
possível muito mais, ou seja, melhorar a cada
nova edição aquilo que já era muito bom.
É este o caso da saga “Splinter Cell”. É
impressionante como, jogo após jogo, se con-
segue fazer ainda melhor. No caso de “Chaos
MIGUEL
acção furtiva.
O aspecto visual é ainda mais impressionante que
antes — nomeadamente, nos sempre surpreendentes
efeitos de luz e sombra —, o que parecia quase impossível

Theory”, a nova aventura do agente Sam Fisher, fica
também provado que, quando se quer, se pode ir sempre
mais longe. Contando com as boas capacidades técnicas
da Xbox, a consola da Microsoft, “Splinter Cell: Chaos
CRESPO
(apesar de alguns “solavancos” ocasionais”),
e a banda sonora e os efeitos acústicos são
especialmente soberbos.
O que fez a fama da série permanece inalterado (no
bom sentido), desde o combate corpo a corpo ou com arma
branca ao uso de “sniper rifle” ou à aniquilação furtiva
de adversários, apanhando-os desprevenidos. O mesmo
especial devido à forma como as actuações em cooperação
levam os jogadores a formar realmente uma equipa.
Sem dúvida um dos melhores jogos de acção de 2005
e, possivelmente, o melhor para a Xbox, em todos os
aspectos. O único problema será uma aparente facilidade
inicial para os veteranos de “Splinter Cell”.
Em paralelo, a história de Tom Clancy chega também à
N-Gage — e de forma igualmente surpreendente. Ao con-
trário do anterior “Splinter Cell” para a consola da Nokia
(uma mera conversão do GBA), este é um jogo que explora
as capacidades da N-Gage como poucos. Os gráficos são

computadores .10 S E G U N D A - F E I R A . 2 5 . A B R I L . 2 0 0 5

mesmo 3D e de muito boa qualidade. Isso permite que o
ambiente sombrio mas riquíssimo de qualquer “Splinter
Cell” ganhe forma no pequeno ecrã. Um pouco mais compli-
cado é habituarmo-nos a uma movimentação em 3D usando
um teclado numérico… mas nada de transcendente.
Apesar do nome similar, as missões são completamente
diferentes das que podem ser cumpridas na Xbox, embora
os movimentos originais e característicos de Fisher se
mantenham em pleno. Mesmo a vertente multijogador,
graças à ligação por Bluetooth, é das mais intensas já
criadas. Um excelente jogo para a N-Gage — um dos
cinco melhores, certamente — e o complemento perfeito
da versão para a Xbox: quem não joga em casa pode levar
uma N-Gage…
De volta à consola da Microsoft, chega finalmente o tão
ansiado “Doom 3”. Os excelentes gráficos e efeitos visuais
mantêm-se (em relação à versão PC), garantindo que o
ambiente de terror é perfeito e obriga a alguns saltos na
cadeira. Pena é que muitos dos eventos não sejam aleató-
rios, pois acontecimentos totalmente pré-definidos geram
interesse zero ao repetir.
Dos modos “on-line”, a vertente cooperativa é a mais
interessante, pois a competitiva parece algo banal. Em
relação ao PC, há algumas melhorias e muito poucas
dica
Correr o Desfragmentador
de Disco a partir da Linha
de Comandos
Quando um disco está com um elevado grau
de fragmentação, executar a versão “gráfica” do
Desfragmentador de Disco pode revelar-se um
processo muito lento — porque a própria des-
fragmentação demora muito tempo mas também
porque são gastos muitos recursos (e, portanto,
tempo) a gerir o próprio sistema operativo e a
interface gráfica do utilitário. É que este apresenta
não só uma visualização do nível de fragmenta-
ção inicial do disco como, durante o processo de
desfragmentação, a evolução do mesmo, através
de um gráfico com riscos verticais a cores, que
representam os vários tipos de dados e se estão
ou não fragmentados.
Ora este trabalho pode ser executado de forma
bastante mais rápida se for feito com o Windows a
correr em Modo de Segurança e com o programa
executado na versão da Linha de Comandos. Para
tal, é preciso reiniciar o computador e, quando ele
arrancar de novo, carregar na tecla F8 para fazer
surgir o menu de escolhas do sistema, primeiro,
e, carregando uma segunda vez na tecla F8, para
entrar nas opções avançadas.
Chegados aqui, escolhe-se a opção Modo de
Título “Splinter Cell: Chaos Theory”
Estilo Acção 9
/10
Segurança com Linha de Comandos — o que faz
arrancar o Windows, num primeiro momento,
Plataforma Xbox
Produtor Ubi Soft numa espécie de DOS, em que se vai vendo o
Distribuidor Ecofilmes que é que o sistema carrega. A seguir, entra-se,
Edição Março 2005 após a validação do utilizador (que tem que ser o
administrador da máquina para poder entrar em
Título “Splinter Cell: Chaos Theory”
Estilo Acção 9
/10
Modo de Segurança), numa fase em que surge
um fundo negro com a indicação da versão do
Plataforma N-Gage
Produtor Gameloft Windows e que está em Modo de Segurança.
Distribuidor: Nokia Passados uns momentos, abre-se uma janela
Edição Março 2005 da Linha de Comandos com o título “cmd.exe”,
também com a indicação da versão do Windows.
Título: “Doom 3”
Estilo Acção 9
/10
Para ver a lista de opções do utilitário, escreve-
se na linha de comandos “defrag” e carrega-se
Plataforma Xbox
Produtor Activision em Enter (ver imagem). A sintaxe do comando
Distribuidor Ecofilmes é a seguinte: defrag <volume> [-a] [-f ] [-v] [-?]
Edição Abril 2005 — onde “volume” é a unidade de disco que se
pretende desfragmentar. Os parâmetros têm os
Título “Predator: Concrete Jungle”
Estilo Acção 5
/10 seguintes significados: “-a” é para só analisar; “-f”
Plataforma Xbox é para desfragmentar mesmo com pouco espaço;
Produtor Sierra “-v” é para mostrar os relatórios completos de
Distribuidor Infocapital análise e desfragmentação (quando usado em
Edição Abril 2005 combinação com “-a” apresenta apenas o relatório
da análise); e “-?” para mostrar as linhas de ajuda.
O único inconveniente deste método, se assim se
perdas — pelo que quem não tenha antes experimen-
pode dizer, é que, em comparação com a versão
tado este jogo de acção na primeira pessoa se deixe agora
impressionar. “gráfica”, ele não vai informando o utilizador
O filme “Predador” deu origem a vários outros filmes e acerca da progressão da tarefa, o que o obriga
jogos, sempre com resultados díspares — e este “Predator: a ter alguma paciência e esperar pelo fim da
Concrete Jungle” não é excepção. Com todos os ingredien- operação. ● JOSÉ DOUTIL
tes para ser um excelente jogo de acção, tem demasiadas
falhas para ser levado muito a sério por quem não for fã
incondicional. Para começar, leva o jogador e o seu Preda-
dor a enfrentar “gangsters” e mafiosos na década de 30 do
século passado, o que parece algo disparatado, mesmo que
depois se avance até 2030.
O detalhe do personagem é muito bom e o cenário da
cidade é vasto, mas não impressiona muito em geral. O
som é igualmente impressionante. Mas depois há falhas
no detalhe dos adversários, na (sua) Inteligência Artificial
e até na sequência de jogo, algo dada a bocejos. O sistema
de controlo é demasiado complexo, contrastando com os
poucos tipos de objectivos a cumprir, que variam entre
matar ou ir para algum lado...
Claro que as características visões mutáveis do Pre-
dador e o seu arsenal de armas extraterrestres produzem
algum apelo… mas falta algo de especial para fazer o jogo
sair da mediania. ●
S E G U N D A - F E I R A . 2 5 . A B R I L . 2 0 0 5 computadores .11
 CLIENTES DO SAPO ADSL E DA NETC ABO NAVEGAM MAIS DEPRESSA APÓS 19 DE MAIO

Banda larga quadruplica ao mesmo preço

NTRE A PRESSÃO da concorrência — que Esta maior velocidade de ligação possibi-

E continua a lançar velocidades de

acesso a dados cada vez mais eleva-
das — e as restrições que a Anacom
tem feito às suas ofertas grossista e
retalhista, a PT anunciou na semana passada
o “upgrade” dos pacotes de acesso à Internet
por ADSL e cabo sem aumento de preços. Na
prática, a medida abrangerá os clientes resi-
denciais com ADSL de 512 Kbps e 1 Mbps e
com NetCabo de 640 Kbps e 1 Mbps, oferecendo
a quadruplicação da velocidade para os 2 e 4
Mbps mas mantendo os preços de assinatura
— alargando também as possibilidades de os
fornecedores de serviços de acesso (ISP) seus
concorrentes actualizarem os seus pacotes ou
lançarem novas ofertas.
A nova oferta surge depois “de negocia-
ções com a Anacom” para o mercado gros-
sista — afirma a PT em comunicado — mas
o gabinete de comunicação do regulador do
sector garante apenas que está a analisar
a proposta. De acordo com
o regulamento, a Anacom FÁTIMA CAÇADOR /
não terá de aprová-la mas Casa dos Bits
poderá obrigar a PT a sus-
pender esta oferta antes de 19 de Maio.
A Anacom já recusara as propostas de
novas ofertas acima de 1 Mbps por considerar
que não estavam asseguradas as condições
concorrenciais adequadas na oferta grossista
da PT, faltando cumprir as margens para que
os ISP pudessem manter uma oferta concorren-
cial. Esta nova oferta agora lançada parece ter impacto significativo, já que abrangerá cerca
sido desenhada “em sintonia” com o regulador
e fontes da PT acreditam que não será nova-
mente “barrada” pela Anacom.
O Clix e a Cabovisão, através de acesso
directo, tinham já anunciado ofertas de maior
velocidade, chegando aos 16 Mbps por segundo
no caso da empresa da Sonaecom e aos 8 Mbps
na rede da Cabovisão, com a quadruplicação
gratuita das ofertas até Setembro deste ano
(ver caixa).
Para além de actualizar, automática e gra-
tuitamente, as velocidades dos seus clientes do
Sapo ADSL e da Netcabo, o grupo PT vai lançar
ainda a 19 de Maio novas ofertas de 4 e 8 Mbps,
contando alargar as velocidades a
20 Mbps até ao final do ano. Para
suportar as novas velocidades na
sua rede, a empresa fará investi-
mentos de cerca de 325 milhões de euros nas
redes de cobre e de cabo, na sua maioria aplica-
dos em tecnologia e no reforço da cobertura.
As empresas do grupo PT detêm actu-
almente 750 mil clientes de banda larga e o
objectivo é chegar ao milhão de assinantes até
ao final de 2005. O “upgrade” da rede terá um
de 90 por cento destes clientes, criando rapida-
mente um conjunto de internautas que nave-
gará com maior débito e irá conseguir aceder a
conteúdos multimédia mais ricos.
litará, por isso, aos fornecedores de conteúdos
oferecerem serviços de “streaming” e de jogos
“on-line” que, até agora, não eram possíveis
— embora os internautas que pouco mais
fazem do que navegar em “sites” na Web não
devam sentir grandes alterações na mudança
de velocidade.
Margem
grossista
esmagada
Apesar de a proposta da PT se
As novas velocidades vêm recuperar o atraso basear na quadruplicação da
das ligações em Portugal, que já tinham médias velocidade com a manutenção
baixas — considera Manuel Castelo-Branco, de preços, os ISP com serviços
administrador da Media Capital Telecomunica- sobre a rede do operador
ções: “Se o mercado fosse concorrencial e eficaz, incumbente alegam que esta
tínhamos evoluído mais rapidamente.” nova oferta acaba por esmagar
A Media Capital retirou-se do mercado de ainda mais as suas margens, já
ADSL a meio de 2004 por considerar que não que vão ter de pagar mais caro
existiam condições para manter um modelo o custo das ligações lógicas
de negócio equilibrado nem uma concorrência para este débito.
saudável. A empresa está, porém, a considerar a Contas feitas, quando antes
hipótese de, até ao final do ano, voltar a oferecer pagavam 20,5 euros para os
serviços de banda larga, talvez conjugados com 512 Kbps, agora vão pagar
serviços de voz, mas não através da rede da PT 24,4 euros à PT para os
— que “se apropria de todo o valor do ADSL”, novos 2 Mbps mas depois só
justifica Manuel Castelo-Branco. As negociações poderão cobrar os mesmos
para um novo fornecedor de serviços de rede 29,4 euros aos clientes — o
devem iniciar-se em breve com a Oni e a Novis. que, somado ao IVA, dá então
Com a expectativa da quadruplicação da os 35 euros, resultando numa
velocidade de acesso, os clientes do grupo PT margem mais reduzida, que,
passarão a navegar mais depressa, faltando por isso, não está a gerar
ainda saber, porém, se o Sapo e a NetCabo grande entusiasmo entre os
vão actualizar os limites de “downloads” hoje restantes ISP. Confrontada com
fixados para que a velocidade da ligação possa estes números, a PT não quis
ser aproveitada mais plenamente — mas esta contestá-los, afirmando apenas
informação está guardada no “segredo dos que está a cumprir todas as
deuses”, devendo ser divulgada apenas em data regras em vigor. ● F.C./CdB
mais próxima do dia 19 de Maio. A Cabovisão,
por exemplo, aumentou para 50 e 60 GB estes
limites, que até agora eram de 40 GB. ●

agenda

VLSI International Symposium on Technology Service & Content Delivery Conference

System and Applications Data: 13-06-2005 e 14-06-2005
Data: 25-04-2005 a 29-04-2005 Local: Mortimer House, Londres (Reino Unido)
Local: Hsinchu, Taiwan Contacto: Helen Robinson
Contacto: Stacey Hsieh E-mail: helen.robinson@informa.com
E-mail: vlsitsa@itri.org.tw Tel.: +44 (0)20-7017-4837
URL: vlsitsa.itri.org.tw Organização: Informa – Telecoms & Media
URL: www.telecomsacademy.com
FT World Mobile Communications Conference
Data: 11-05-2005 a 12-05-2005 Seminar on Using Film Financing Methods to
Local: London Marriott Hotel, Londres (Reino Funf Mobile Content Creation
Unido) Data: 14-06-2005
Contacto: Russell Day Local: Earl’s Court, Londres (Reino Unido)
Tel.: +44 (0)20-7017-5529 Organização: Informa – Telecoms & Media
Fax: +44 (0)20-7017-4747 URL: www.mem05.com
E-mail: info@finantialtimesconferences.com
URL: www.ftconferences.com/mobile MEM’2005 – Mobile Entertainment Market
Data: 15-06-2005 e 16-06-2005
ETS’05 – 10th European Test Symposium Local: Earl’s Court, Londres (Reino Unido)
Data: 22-05-2005 a 25-05-2005 Organização: Informa – Telecoms & Media
Local: Tallinn, Estónia Tel.: +44 (0) 20-7017-5506
Contacto: Raimund Ubar E-mail: telebookings@informa.com
E-mail: raiub@pld.ttu.ee URL: www.mem05.com; www.informatm.com;
URL: sisc.ttu.ee/ati/ETS www.telecoms.com

ISPSD 2005 – The 17th International WCS – Wireless Communication Symposium

Symposium on Power Semiconductor Devices
and ICs
Data: 22-05-2005 a 26-05-2005
Local: Santa Barbara, Califórnia, EUA
Contacto: Daniel Kinzer
E-mail: dkinzer1@irf.com
URL: www.ecse.rpi.edu/conf/ISPSD2005/
2nd PhD School on Innovation and Economic
Development: Globelics Academy 2005
Data: 23-05-2005 a 2-06-2005
Local: Lisboa
URL: www.globelicsacademy.net/2005.asp
Data: 4-04-2005 a 5-04-2005
Local: Denver, Colorado, EUA
Contacto: Serge Vernalde
E-mail: vernalde@imec.be
URL: www.ece.lsu.edu/vaidy/raw05/
CNIC - 14th International Scientific Congress
“40 Years at the Service of Science and
Technology”
Data: 27-06-2005 a 30-06-2005
Local: Havana, Cuba
Organização: National Center for Scientific
Research
E-mail: seminario@cnic.edu.cu
URL: www.cnic.edu.cu/14Congreso/Bienvenida.htm

computadores .12 7c1bf3e5-024b-435b-bb28-84bbcd8a7552

S E G U N D A - F E I R A . 2 5 . A B R I L . 2 0 0 5