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Alda Salomão ao SAVANA

“Temos várias
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Págs. 2 e 3

A uma semana do Comité Central


Di

Nyusi imparável Pág. 10


2 Savana 29-01-2016
TEMA DA SEMANA

Alda Salomão ao SAVANA

“Temos várias guerras”


Por Armando Nhantumbo

o
É
daquelas mulheres moçam- sentantes mais altos do Estado, a
bicanas de fibra que ousam começar pelo presidente da Repú-
fazer e dizer coisas que, blica que dá indicações de ter uma
muitas vezes, o Governo e grande preocupação em relação à

log
as multinacionais não gostam. Ao legalidade, ao rigor na utilização
SAVANA diz: “em democracia, eu dos recursos do Estado, na actuação
tenho o direito e a liberdade de ex- da administração pública.
pressar livremente, quer o senhor Mas não é só ele, nós ouvimos ao
goste ou não, quer o senhor seja ou longo do ano pronunciamentos do
não representante do Governo”. ministro da Terra, Ambiente e De-
Na entrevista, concedida nesta senvolvimento Rural que nos dei-
senv
terça-feira, Alda Salomão, direc- xaram muito agradavelmente sur-
tora executiva do Centro Terra preendidos, porque há muito tempo

ció
Viva (CTV), afirmou que a tensão que não ouvíamos um governante
político-militar é apenas uma di- e comprometer-se, publicamente,
mensão das “várias guerras” que o para corrigir as irregularidades no
País vive. Entende ela que não es- sector e organizar a maneira como
tamos suficientemente tranquilos, os recursos naturais e o ambiente
como País, para falar do desenvol- estão a ser geridos no País.
vimento, porquanto estamos todos Já é um bom passo que tenhamos
reféns da instabilidade, incluindo tido pronunciamentos dos gover-
as instituições públicas. Nas linhas nantes nesse sentido porque ao

so
que se seguem, Alda Salomão ana- fazerem esses pronunciamentos
lisa ainda o primeiro ano do novo sabem que estão a expor-se ao es-
executivo sobre o qual afirma: “dá crutínio público. Nós havemos de
a impressão de que não avançamos avaliá-los em função da maneira
grande coisa em termos das mu- como eles vão conseguir ou não
danças que muitos de nós esperá- transformar os seus pronunciamen-
vamos ver”. Lamenta, por outro tos em realidade. Quando um mi-
lado, que a filiação partidária em nistro diz que quer eliminar a caça
Moçambique se tenha tornado ilegal, quer eliminar a exploração
um
num factor de discriminação, mar- ilegal de recursos florestais, quan-
ginalização e estigma e questiona do um ministro diz que vai corrigir
“quem disse que ser dum partido as irregularidades que estão a ser
diferente da Frelimo significa ser cometidas no processo de licencia-
inimigo?”. mento do uso da terra para grandes
Nós vivemos num País em que do ponto de vista político-legal estamos muito bem no que respeita a princípios de boa
governação
investimentos, quando diz que os
Sendo o CTV uma organização de processos de reassentamento resul-
Por outro lado, a maior parte das gias de desenvolvimento sustentá- ditames e pelas normas da legisla- tantes de investimentos tem de ser
advocacia em prol da boa gestão do
pessoas ainda usa o carvão como vel para a base. Sente que isso está a ção e se a legislação impõe que os processos de desenvolvimento que
ambiente e da boa utilização dos
fonte energética e, nos relatórios acontecer e que há uma governação processos de tomada de decisão se- respeitem os direitos dos cidadãos,
recursos naturais, qual é, para vo-
de avaliação do sector florestal, a participativa no domínio do am- jam participativos, os representan- são promessas muito sérias que es-
cês, o estado da nação, nestes do-
produção do carvão é tomada como biente e recursos naturais? tes do Estado não têm o espaço de tes governantes estão a afirmar.
de

mínios?
uma das principais causas de des- Nós vivemos num País em que do não criar oportunidade para parti- Quando eu digo que o nível de im-
O CTV não tem a capacidade de
matamento.. Ora bem, é preciso ponto de vista político-legal esta- cipação, nos moldes inclusivamente punidade é pernicioso para o Esta-
avaliar o estado completo da na-
resolver esse problema. Não basta mos muito bem no que respeita a que a legislação estabelece como do é que em última instância quem
ção, por isso comentei com um dos
dizer as pessoas para pararem de princípios de boa governação, um consultas públicas, consultas comu- está a ser prejudicado somos todos
órgãos de comunicação que nos
cortar árvores, é preciso indicar dos quais é a gestão participativa nitárias, dar informação atempada- nós os cidadãos e as instituições
próximos relatórios sobre o Estado
como elas vão então suprir as suas da terra e outros recursos. Significa mente, informação relevante, tudo
geral da nação o Presidente da Re- que actuam em nosso benefício.
necessidades energéticas. que, em termos de ditames consti- isso está prescrito na legislação.
pública apresente também a situa- Portanto, quando nós temos uma
Certamente que se lembra do pro- tucionais, de disposições legais, es- Esta é uma componente que os
ção dos recursos naturais, porque irregularidade, as consequências
grama “Um Líder, Uma Floresta”, tratégias inclusivamente políticas, nossos governantes precisam de
é importante sabermos como esta- vão afectar muitas vezes não só a
io

mas então, em que medida é que nós não poderíamos estar melhor. perceber em todos os níveis, não
mos do ponto de vista ecológico. reputação do Estado porque dize-
esse programa foi desenhado tam- Há muitos países que não têm a é só os ministros, porque quan-
Mas desde 2002 que o CTV tra- mos que os agentes do Estado não
bém para ajudar os líderes comuni- protecção político-legal que temos do ouvimos os pronunciamentos
balha nestas questões. Então, nes- são sérios, não são moralmente ín-
tários a se organizarem no sentido no sentido de assegurar que os pro- do presidente da República e dos
tes 14 anos, quais têm sido os te- tegros, mas as consequências tam-
de terem espaços reservados para o cessos tenham envolvimento de to- ministros só se fala de governação
mas mais fracturantes na gestão bém podem ser de natureza finan-
desenvolvimento de espécies flo- dos os cidadãos. inclusiva e participativa. Ora bem,
ár

ecursos naturais?
ambiental e dos recursos ceira.
restais para a produção de lenha e Significa que não depende da von- esse discurso tem de ser repeti-
Certamente que a questão do des- Por exemplo, se tiver de corrigir
carvão. É que as florestas comu- tade do governante incluir ou não do até a base com consciência do
florestamento é um assunto sério uma irregularidade ou uma ilega-
nitárias terão os diversos usos que incluir os cidadãos no processo de que ele implica. Dizer que vamos
e com causas conhecidas. Há vá- lidade muito provavelmente esse
têm as florestas de uma maneira tomada de decisões. Não é discri- promover ou somos por uma go-
rios estudos que mostram que os acto de correcção vai ter impli-
geral. Umas serão para a conserva- cionário dizer que eu vou ou não vernação inclusiva e participativa
factores estão muitouito relacionados cações financeiras para o Estado
ção, outras serão fontes energéticas, envolver os cidadãos, é legalmente tem implicações de natureza práti-
Di

com a sobrevivência da maior parte


outras para colecta de material de obrigatório envolvê-los. ca, significa que eu cidadão estou à porque quem emite actos de admi-
das pessoas. Vou dar um exemplo:
construção, então, é preciso orga- espera de ver o meu governante a nistração pública, licenças, autori-
agricultura itinerante. A nossa tec-
nizar a utilização de recursos, mas Há envolvimento ou não? criar as condições necessárias para zações, etc, é o Estado, então se se
ícola ainda é desse tipo,
nologia agrícola
como digo, é preciso levar estas O problema é, justamente, o facto que essa governação inclusiva e constata que uma licença ou uma
portanto,, as pessoas cortam árvores
estratégias de desenvolvimento de que todos os actores não estão participativa se possa materializar. autorização emitida pelo Estado é
para abrir espaços para a agricul-
tura e vão transitando de espaço sustentável para a base, para onde a claros sobre esta obrigatoriedade ilegal, tem de haver responsabiliza-
em espaço, à medida que esgotam maior parte da pessoas está porque legal. Os representantes do Estado, Terá dito em 2015 que tínhamos ção em relação a isso e eu, cidadã
a qualidade dos solos num deter- é essa pobreza que depois resulta alguns deles, pensam que não têm chegado a um nível de impunidade que recebe a licença, o que digo é
minado terreno, passam para outro numa grande pressão nos recursos a obrigação de envolver. Pensam pernicioso para o Estado. Mantém que tenho uma licença de uma en-
terreno porque aquele tem de ficar porque as pessoas não têm outras que podem envolver apenas quan- essa tese ou alguma coisa mudou tidade pública com competência
em poisio e no terreno para o qual alternativas. Não têm fonte de do lhes convêm. Essa é uma com- neste primeiro ano do governo para emitir a autorização. Portanto,
transitam devem também cortar a energia eléctrica, não têm acesso a ponente do problema que precisa Nyusi? se emitiu autorização deveria sa-
árvore. Então, tecnologia agrícola gás, o único recurso que tem para de ser abordada: nós precisamos de Neste momento só posso especular ber o que estava a fazer, se emitiu
precisa de ser mudada. Mas quem usar como fonte de energia é a ár- ter representantes da administração com base naquilo que é a minha de maneira incorrecta, eu quero ser
afecta a floresta, afecta também a vore. pública que percebam que os seus percepção dos pronunciamentos compensando pelos danos que isso
fauna. Disse que é preciso levar as estraté- actos são guiados e orientados pelos que temos estado a ouvir dos repre- me vai causar.
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TEMA DA SEMANA

Não avançámos grande coisa


ocou pontos importantes sobre o País com cidadãos divididos? oportunos na tomada das medidas
funcionamento de um Estado de necessárias para que quando os
Direito Democrático e, a esse pro- Que desafios para 2016, um ano fenómenos ocorrerem eles não se-
pósito, vamos fazer uma ponte para que começa com seca severa no sul jam um desastre. Por outro lado, as

o
analisar o primeiro ano de gover- de Moçambique e inundações no nossas instituições têm um papel a
nação do presidente Filipe Nyusi e norte? desempenhar
desempenhar.
um novo Governo. O que lhe pare- Somos um País frequentemen- Houve, na província de Mapu-
cem os primeiros 12 meses? te assolado por desastres naturais. to, uma situação em que areeiros

log
Temos de encontrar uma forma de barraram o curso de água do rio
Dá a impressão de que não avan- nos organizarmos do ponto de vis- Incomati, fazendo com que os
çamos grande coisa em termos de ta de utilização dos nossos recursos, agricultores a jusante não tenham
mudanças que muitos de nós espe- mas não só, também do ponto de água. Onde estão as instituições?
rávamos ver. Temos uma situação vista de organização e ocupação Isto lembra-me o assunto das de-
político-militar que nos põe a todos territorial e também do ponto de molições. Eu reconheço ainda que
reféns e penso que de alguma ma- vista de adaptação e evolução nas somos um País com muitas dificul-
neira paralisa a nossa percepção em tecnologias que usamos para fazer dades, mas não aceito o argumento
relação à existência de condições frente a estes fenómenos. de que temos falta de recursos e é
por isso que algumas coisas acon-

ció
e capacidade para começarmos os Era previsível que fôssemos ter
grandes processos noutros sectores seca, é possível prepararmo-nos tecem porque já não estamos em
que o País precisa de começar e para minimizar o impacto. 1975. Já houve uma evolução do
que esperávamos que começassem Por exemplo, temos muita chuva ponto de vista de capacidade hu-
com a tomada de posse deste novo no norte, ou seja, temos comida mana, financeira, instrumentos de
Governo, mas sem paz não se faz a ser produzida no norte e temos apoio à organização e tomada de
muita coisa. Estamos todos distra- gente quase a morrer de fome no decisões para nos permitir fazer as
ídos com este assunto, mesmo que sul. Quer dizer, nós talvez não seja- coisas melhor do que estamos a fa-
em alguns momentos pareça que o mos capazes de prevenir a seca no zer. Se não conseguimos gerir are-

so
assunto está esquecido, etc, mas sa- sul, mas acho que somos capazes eiros, o que vamos conseguir gerir,
bemos que está lá. Eu não sei se há de prevenir que as pessoas da re- 40 anos depois da proclamação da
alguém que saiba em que sentido gião sul morram de fome por falta independência.
de comida. Quarenta anos depois não conse-
este País está a caminhar do ponto
Somos capazes de nos organizar ao guimos gerir assentamentos infor-
de vista de estabilidade, de segu- Era previsível que fôssemos ter seca, é possível prepararmo-nos para minimizar o
longo do ano para termos reservas mais na nossa capital. A nossa ca-
rança, de entendimento entre nós. impacto.
de água para que as pessoas não pital está com uma cara deplorável
Estamos a falar de gestão de recur- CTV que “bom, nós aqui consegui-
Renamo, etc. fiquem completamente sem água do ponto de vista de ocupação de
sos naturais, protecção da fauna, da mos desmantelar o colonialismo,
Que implicações para o País, essa porque não chove, pelo menos água espaço. Os nossos bairros perifé-
floresta, conferir maior segurança mas ainda sobram alguns inimigos, ricos têm uma cara de miséria que
um
da terra, ouviram falar do progra- politização? para consumo humano, para as
par
nomeadamente a oposição e or- já não justifica terem nesta altura
ma «Terra Segura», tudo isso são É muito perigosa porque eu deixo pessoas não morrerem.
ganizações da sociedade civil, que em que nós estamos. Continua-
processos de organização e estru- de olhar e lidar consigo como pes- Estou a falar dos instrumentos de
vêm para aqui perturbar o nosso mos a ter resíduos sólidos a serem
turação do Estado. Tu estruturas o soa e cidadão igual a mim. O sim- gestão ambiental que também nos
trabalho”. amontoados e depositados onde
Estado em situação de insegurança ples facto de você ser da Renamo e ajudam a fazer face a desastres na-
Portanto, temos um governante a as crianças vivem onde as crianças
militar? De insegurança política? eu ser da Frelimo é factor de dis- turais e que talvez tenhamos de ser
equiparar-nos ao colonialismo. O brincam. Nós não temos capacida-
Eu não sinto que estamos suficien- tanciamento e de potencial confli- mais vigorosos na utilização desses
que é que significa isso? Eu acho de de fazer melhor do que isso?
temente tranquilos, como País, para to. Onde é que vamos chegar como instrumentos, mais atentos e mais
que nós temos várias guerras, várias
falar do desenvolvimento neste mo- dimensões de instabilidade. Temos
mento, ainda estamos à espera de a instabilidade político-militar, esta
ouvir falar de paz para retomarmos
as nossas atenções para o desenvol-
de que falamos todos os dias, mas
Cultura de “escovismo”
de

não prestamos atenção aos focos de


vimento. As próprias instituições instabilidade que nós temos na ma-
parecem estar paralisadas também.

V
neira como os diferentes actores se ezes sem conta, as organi- de expressar a minha opinião, quer dade civil, analisa-se apenas a
É preciso mudar mentalidades relacionam mutuamente. zações da sociedade civil o senhor goste ou não dela, quer o posição com ideias preconce-
Mas quando o presidente Nyusi to- Quando eu tenho um governante a têm entrado em choque senhor seja ou não representante do bidas de que o papel da socie-
mou posse transmitiu um discurso dizer que as organizações da socie- com o Governo e, no caso dos Governo. dade civil é só confrontar, é só
de sossegar as pessoas, com garan- dade civil são inimigas, está a dizer mega projectos, também com Proibir expressarmos as nossas dificultar.
tias tipo tenham certeza de que os que vamos afastá-las, marginalizá- as multinacionais. Metas dife- opiniões porque o governante vai A única coisa que estamos a
moçambicanos jamais voltarão a -las e se for necessário vamos aba- rentes? ficar molestado, já não estamos dizer é que vamos fazer es-
viver sob espectro de guerra… tê-las porque é isso que se faz com Eu vou basear-me nas fricções nessa fase. Só que nós avançamos forços para seguir as normas e
io

Ele ainda não conseguiu começar os inimigos. que o CTV tem enfrentado na muito do ponto de vista teórico, procedimentos que aprovamos
a fazer uma ligação entre os seus sua relação com instituições do documental e do ponto de vista de neste País senão todos nós es-
pronunciamentos e a prática. As Governo e com instituições do instrumento de governação do País, tamos a brincar. Então, o desa-
O pecado de não ser da
promessas do presidente da Repú- Frelimo sector privado. Às vezes, não se mas não avançamos tanto assim do grado que o CTV tem estado
blica não estão a ser materializadas, Eu não sei se a oposição é um ini- trata de choques, é um problema ponto de vista de preparação ide- a causar a algumas empresas e
mas também é preciso reconhecer a
ár

migo e este é o outro ponto que eu cultural nosso. Nós não estamos ológica das pessoas para funcionar instituições do Governo está
complexidade e a profundidade das gostaria de colocar. É que a nossa habituados a ter os nossos go- num cenário como este. no facto de que nós somos
reformas implícitas no pronuncia- filiação política, a maneira como vernantes a serem confrontados O resultado é que quando eu dou muito insistentes na posição
mento do presidente
esidente da Repúblic
República. estamos a construir democracia com ideias e posições diferen- a minha opinião técnica sobre a de que se estamos num Esta-
Tudo o que o presidente disse e se neste País, faz com que nos divida- tes. Nós viemos de um passado maneira como um determinado do de Direito, todos os actos
comprometeu a fazer implica que mos, nos confrontemos, nos olhe- político-histórico em que havia processo está a ser tratado e se esta da administração pública e dos
ele deveria ter a capacidade de en- mos como inimigos e não como
Di

uma certa veneração aos repre- opinião tecnicamente contraria cidadãos são regidos por lei.
cetar reformas profundas para que cidadãos do mesmo País com os sentantes do governo, portanto, aquilo que é a posição e interesse É isso que significa Estado de
o País mudasse de rumo e começas- mesmos direitos e mesmas res- opiniões contrárias não eram do governante, então, eu estou a Direito, então se somos um
se a seguir alinhado com aquilo que ponsabilidades e com as mesmas muito encorajadas e publica- confrontar o Governo, estou a criar Estado de Direito significa
foi o seu pronunciamento: maior oportunidades de contribuir para mente expressas. confusão para o Governo, não es- que todos nós somos obriga-
legalidade, maior inclusão, maior processos do mesmo País.
os pr Mas precisamos de construir tou a colaborar para os interesses dos a agir em conformidade
participação, paz, respeito mútuo, A filiação político-partidária é hoje um ambiente de relacionamen- de desenvolvimento do Governo. com a lei e se nós constata-
respeito por posicionamento e opi- um factor de discriminação, mar- to entre os actores que seja con- Não estamos a ouvir argumentos mos que há uma situação que
niões diferentes, etc, etc. ginalização, estigma. Se tu és do sonante com o Estado Demo- no sentido de que a posição técnica mostra claramente que houve
MDM ou da Renamo, então, és crático que pelo menos estamos que o CTV tomou é errada por este um desvio legal, pensamos que
É preciso mudar as mentalidades. inimigo. Quem disse que ser dum a tentar construir. contra-argumento técnico vindo é nossa obrigação até como
Eu dou um exemplo concreto. Nós partido diferente da Frelimo sig- Em democracia, eu tenho o di- seja do sector privado ou do Gover- obrigação indicar que aqui sa-
estamos a fazer trabalho em Palma, nifica ser inimigo? Frelimo, Rena- reito e a liberdade de expressar- no. Não, não é isso que se diz, diz- ímos dos carris e vamos entrar,
fazemos parte do processo em que mo, MDM seja lá quem for, estão -me livremente, obviamente -se apenas que as ONGs só querem mas parece que não se gosta
somos chamados a contribuir. Mas vinculados ao mesmo quadro legal. com o respeito que devo a tudo complicar o processo, não se analisa muito deste tipo de contribui-
o Governo local está a dizer nos Os preceitos da Constituição deste e a todos, mas tenho o direito o conteúdo das posições da socie- ção.
seus comícios sobre os trabalhos do País aplicam-se tanto a Frelimo, a
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SOCIEDADE

Declaração de Património à lupa do CIP

“Incongruências, desorganização e falta de seriedade”


-pelo menos três governadores ainda não apresentaram as suas declarações de património

o
Por Armando Nhantumbo

N
um estudo de campo divul- Foi assim que, visando aferir o decur- de 342 declarantes, apenas 172 enti- o prazo de 10 dias, contados a partir pa¬trimónio nos termos fixados pela

log
gado esta segunda-feira, o so do processo, o CIP realizou, en- dades depositaram suas declarações, da notifica¬ção, para se depositar as lei.
Centro de Integridade Pú- tre Novembro e Dezembro de 2015, faltando 170 por o fazer. Em Nam- respectivas declarações. A falta de formação dos membros
blica (CIP), uma organiza- actividades de monitoria em Cabo pula, do total de 728 declarantes, “Quer isto significar que as entidades das comissões de recepção e verifi-
ção não governamental que trabalha Del¬gado, Nampula, Zambézia, apenas 119 haviam, até o período depositárias estão a pactuar com as cação foi outra das constatações do
em prol da Boa Governação, Trans- Niassa, Tete, Sofala, nas procurado- em análise, depositado as suas decla- violações da Lei de Pro¬bidade Pú- estudo.
parência e Integridade na função rias provinciais respectivas, onde são rações, faltando 609. Na Zambézia, blica, o que conduz a que as entidades “Constatou-se que os membros
pública, revela que, três anos após a depositadas as declarações. 274 entidades haviam cumprido a sujeitas a apresentar as declarações destas comissões exerciam as suas
aprovação da Lei de Probidade Pú- O que se observou, refere o estudo, Lei, 59 infractores, do total de 333 de bens não se mostrem pressionadas actividades sem quaisquer conheci-
blica, o processo de Declaração de é que o processo ainda se encontra que a província possui. a fazê-lo, retirando se¬riedade, eficá- mentos e, por isso, demonstravam
Património por parte das entidades numa fase bastante embrionária. Com 354 declarantes, Tete recebeu cia e credibilidade ao processo. Esta dificuldades diversas nos procedi-

ció
públicas abrangidas pela Lei está Inconsistências devido à existência até o mesmo período, 213 declara- forma de agir por parte das entidades mentos a seguir no exercício das suas
prenhe de imperfeições que sugerem de procedimentos não uniformes por ções contra 141 em falta. Em Sofala, depositá¬rias, caracterizada pela im- funções”, diz o estudo que observa
incongruências, incumprimento da parte das procuradorias provinciais; 569 depositaram, 184 não, do total punidade dos decla¬rantes que não que os referidos membros foram de-
Lei, desorganização, ineficácia e fal- dúvidas de interpretação da lei por de 753 declarantes que a província cumprem a obrigação legal de apre- signados sem que existisse qualquer
ta de seriedade. parte dos membros das Comissões possui. sentar as declarações de património, regulamento ou guião para os orien-
de Recepção e Verificação das procu- Indica a análise que, do total das pro- conduz a que estes não vejam qual- tar nas suas novas funções, o que
Concebido como um mecanismo radorias provinciais e que não eram curadorias monitorizadas, notou-se quer necessidade de faz
fazer o respecti- fazia com que, em cada província, o
para garantir transparência na ges- esclarecidas pela Comissão Central iedade legal
que apesar da obrigatoriedade vo depósito, pois agem na convic¬ção processo decorresse da forma como
tão do bem pú¬blico e prevenção que funciona na Procuradoria-Geral os gestores de património público de que nada lhes acontece, fazendo-o os mem¬bros achassem que fosse a

so
de actos de corrupção, a Declaração da República; a não aplicação de me- afectos às forças armadas e à polícia ou não”, destaca o CIP, para quem mais indicada para o momento.
de Património é, na verdade, um didas sancionatórias às entidades que não o fazem, principalmente os das é altura de a Procuradoria-Geral e O CIP deplora ainda a realização de
termómetro para medir a evolu- por lei deviam proceder ao depósito forças armadas, mas nenhum foi no- as pro¬curadorias provinciais co- depósito das declarações de bens sem
ção ou variação do património de das declarações de património; a não tificado pelas entidades depositárias meçarem a aplicar a lei para os que os respectivos comprovativos de pro-
deter¬minadas entidades públicas, recepção a seu nível das declarações para esse fim. não apresentam a declaração de priedade do património.
tendo em atenção o in¬tervalo entre pelas procuradorias distritais; a não pa¬trimónio, sob pena e risco de ine- “Embora não seja uma obrigação de
a sua tomada de posse ou início do disponibilidade dos modelos das Governadores faltosos ficácia e descré¬dito do processo. cariz legal (acreditamos que se trata
exercício de funções e o momento da declarações de bens para todas as No que tange aos governadores pro- Por outro lado, o estudo aponta para de uma lacuna da lei), as declarações
sua cessa¬ção. entidades depositárias; o uso pelas vinciais, só os de Nampula, Victor a falta de clareza por parte de algu- de bens estão a ser efectuadas sem os
À luz do Artigo 58 da Lei de Pro- procuradorias de formas diferentes Borges, de Niassa, Arlindo Chilundo mas procuradorias na interpretação necessários comprovativos da pro-
um
bidade Publica, estão sujeitos à de- para fazerem chegar as declarações e de Sofala, Helena Taipo é que já da lei no que se refere às entidades priedade para aferir da sua legalidade
claração de rendimentos e bens aos destinatários; a não adesão pelas haviam apresentado a declaração de que devem fazer o depósito da decla- e legitimidade”, observa o organismo
patrimoniais os titulares de cargos procuradorias distritais ao processo bens, sendo que os de Cabo Delga- ração de bens. de acordo com o qual em todas as
políticos providos por eleição ou no- de declaração de bens, em violação do, Celmira da Silva, da Zambézia, “Esta situação foi notória em quase procuradorias provinciais monitori-
meação; os juízes e magistrados do da lei, estão entre as imperfeições Abdul Razak e de Tete, Paulo Auade, todas as pro¬víncias monitorizadas e zadas, nenhuma entidade depositária
Ministério Público, sem excepção; os que tornam o processo não efectivo. pelo menos a nível da província, não nalgumas como Nam¬pula e Niassa, exige os comprovativos dos bens de-
gestores e responsáveis da adminis- Revela o CIP que as entidades obri- tinham apresentado as decdeclarações. a definição dos cargos abrangi¬dos clarados, principalmente quando se
tração central e local do Estado; os gadas a fazer o depósito das decla- Mas preocupante também, acrescen- foi diferida para as próprias insti- tratem de bens sujeitos a registo.
membros do Conselho de Adminis- rações de património ainda não ta o CIP, é a não aplicação de san- tuições ou órgãos públicos, na figu- Nisso, a organização dirigida pelo
tração do Banco de Moçambique; os encaram a obrigatoriedade com a se- ções aos declarantes que não fizeram ra dos seus responsáveis, ou para as professor universitário de Ciência
quadros da direcção da Autoridade riedade devida, sobretudo, pela ine- a apresentação da declaração de bens secretarias permanentes provinciais, Política, Adriano Nuvunga, é da
Tributária; os gestores do património xistência de uma acção vigorosa por nos prazos exigidos por lei. no sentido de se pronunciarem so- opinião de que esta situação pode
de

público afectos às forças armadas e à parte das entidades depositárias, no A constatação é de que muitos bre que cate¬gorias de funcionários é concorrer para que determinadas en-
polícia, independentemente da sua caso das procuradorias provinciais, declaran¬tes, mesmo depois de noti- que devem fazer a apre¬sentação das tidades sujeitas à declaração de patri-
qualidade; os gestores e responsáveis adearem
para desencadearem em o respectivo ficados para fazerem o depósito das declarações”, observa a organização, mónio o façam para defraudar a lei,
dos institutos públicos, dos fundos procedimento sancionatório. declarações por já ter excedido o pra- rebatendo que o alcance da interpre- isto é, podem surgir situações em que
ou fundações públicas, das empresas “O cumprimento até ao momento zo ordinário indicado por lei, con- tação da lei é que todas as entidades podem ser declarados bens que não
públicas e os gestores públicos das tem sido facultativo”, refere o estu- tinuaram sem cumprir o seu dever, que tenham a sua guarda, para admi- existem, na perspectiva do declarante
empresas participadas pelo Estado; e do e os números falam por si. Em violando o n.º 1 do arti¬go 72 da Lei nistrarem, bens e fundos do erário vir a obtê-los no futuro, recorrendo
membros da Assembleia Provincial. Cabo Delgado, por exemplo, do total de Probidade Pública que estabelece público, apresentem a declaração de a actos de corrupção ou equiparados.
io

Gove socorre-se da tensão pós-eleitoral


O
governador do Banco te, volatilidade cambial, agravamento tical, o agravamento do défice da ba- meticais que era transacionado em base fundamental para imple-
ár

de Moçambique, Er- do défice da balança comercial e a lança de pagamentos, aliada à acen- Novembro, passou para 45 meticais mentação de políticas sectoriais
nesto Gove, conside- inflação fora do programado. tuada estagnação das exportações, até ao fecho da primeira quinzena de que promovam o aumento da
rou que a instabilidade “A série cronológica que possuímos a saída de alguns parceiros de apoio Janeiro do presente ano. produção, produtividade e em-
vivida no sector financeiro no revela-nos que os anos pós-eleitorais programático acabou por influenciar Refere ainda que a situação foi exten- prego.
ano passado tem sido típica dos particularmente afectados, sob
são par a depreciação do metical na ordem siva aos bancos comerciais que tam- Numa altura em que os preços
anos pós-eleições, períodos em o ponto de vista de estabilidade dos dos 40%. bém transacionavam o dólar a 56,0 das commodities no mercado
Di

que são afectados os indicado- macroeconómicos, com


indicadores macr Como medida para reverter a situ- meticais no mesmo período em re- internacional continuam baixos,
res macroeconómicos, com in- incidência para a inflação e taxa de ação, o BM destaca a introdução do ferência recuou para 46,58 meticais. Gove alertou para a necessidade
cidência para a taxa de inflação câmbio”, precisou. ajustamento das taxas de juros de fa- Para o presente ano, apesar de reco- da diversificação da economia
e cambial. Desde Outubro de 2014 o país vive cilidade permanente de cedência, e de nhecer os desafios existentes como a nacional, tirando maiores van-
uma incerteza política, resultante, em depósito em 9,75% e 2,75%, respecti- seca na zona sul, chuvas a norte e a tagens em sectores como agri-
O comentário de Gove foi feito parte, da não aceitação dos resulta- vamente. Destacou ainda o limite es- prevalência de fraquezas na recupe- cultura, turismo e infra-estrutu-
na abertura do 40º Conselho dos eleitorais, por parte do principal tabelecido no pagamento de serviços ração da economia mundial, o BM ras que têm um forte potencial
Consultivo do Banco de Mo- partido da oposição que reclama go- via carões de crédito no estrangeiro projecta reverter a taxa de inflação mas pouco explorados.
çambique, que decorre desde vernar nas províncias onde venceu as na ordem dos 700 mil meticais por anual para 5,6% e uma taxa de cres- Segundo Gove, isto permitirá
esta quarta-feira, na cidade de eleições. Afonso Dhlakama promete pessoa num determinado ano civil, cimento do PIB de 7% e um nível que a produção substitua pau-
Tete. governar as referidas províncias a que no final de um mês de vigência adequado de reservas internacionais. latinamente as importações e
Na abertura da reunião, que partir de Março do presente ano. trouxe resultados positivos. Por forma a fazer face a estes desa- a promoção das exportações, o
termina nesta sexta-feira, Gove Segundo Gove, agregando esses fac- De acordo com o dirigente do banco fios, Gove disse que a coordenação de que poderá elevar as reservas
passou em revista a trajectória tores à conjuntura económica inter- emissor, esta medida inverteu o com- políticas fiscais e monetárias se mos- nacionais e criar resiliências aos
económica que o país enfren- nacional que se consubstanciou no portamento da taxa de câmbio face tra pertinente de modo a alcançar a choques externos.
tou ano passado, nomeadamen- fortalecimento do dólar face ao me- ao dólar americano que dos 56,06 estabilidade macroeconómica, que é (A.Nhampossa)
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8 Savana 29-01-2016
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“Não caiamos na ilusão”


- Director Nacional de Hidrocarbonetos e Combustíveis adia expectativas sobre redução do preço de combustíveis

Por Armando Nhantumbo

o
A
vertiginosa baixa, no o SAVANA entrevistou a então sel, então, é preciso não nos iludir-
mercado internacional, directora Nacional de Combus- factor todos.
mos, termos esses factores
do preço de barril de tíveis, Felisbela Cunhete, que
petróleo continua a ali- como justificação da não redução Pode, pelo menos, dizer se será

log
mentar expectativas entre os mo- dos preços de combustíveis, ape- neste trimestre, ou o próximo tri-
çambicanos que aguardam, ansio- sar da queda do preço de barril mestre ou mesmo semestre que
samente, notícias sobre a revisão desde aquela altura, ela dizia que haverá tal redução?
em baixa de preços da gasolina, não se podia tomar medidas pre- Eu volto a dizer, recuperando o
do gasóleo e do gás de cozinha. O cipitadas; que era preciso esperar que a minha colega dizia há anos,
SAVANA foi atrás daqueles que para captar a real tendência do que a cautela é extremamente im-
lidam com a matéria e, depois de mercado. Ora, o argumento hoje por
portante nesta área porque hoje
tantas insistências, conseguiu fi- não é mais de que é preciso acom- se o senhor jornalista pode estar a

ció
nalmente entrevistar o Director panhar essa dinâmica dos preços ver que o crude do petróleo está
Nacional de Hidrocarbonetos e no mercado internacional. Hoje a a 30 dólares no mercado interna-
Combustíveis no Ministério dos justificação é completamente ou- cional e de repente surgem facto-
Recursos Minerais e Energia que, tra: o dólar … res que não são de controlo deste
entretanto, admitiu haver con- Não tanto, continua a outra abor- Governo, o barril dispara para 50,
dições para redução dos preços. dagem da minha colega que este- automaticamente, uma economia
Mas Moisés Paulino fala de es- ve aqui a dirigir esta direcção. A como a nossa vai reagir no sentido
tratégia cautelar e evoca a subida questão cautelar que ela enfatizou, de que olha não há condições.
do dólar como factores que di- na altura, nós continuamos com a

so
tam a manutenção dos preços de mesma ponderação, é verdade que Mas director, há mais de um ano
2011, numa altura em que o barril acrescentamos outro factor que é que o preço do barril no mercado

OR
,OHF9LODQFXOR
de petróleo variava de USD 100 a esta flutuação. internacional está em queda. Ora,
USD 110 contra os actuais cerca Estávamos cautelarmente a assis- quando dizem que precisam de
de USD 30. Contudo, porque o tir o descer do preço do crude no tempo para medir esta dinâmica,
metical voltou a recuperar, ainda mercado internacional. Não era estamos a falar de quanto tempo,
que timidamente, o dirigente ga- ´(UDVXSRVWRTXHHVWDGHVFLGDGHSUHoRGRFUXGHVHUHÁHFWLVVHQDGHVFLGDGRV
´(UDVXSRVWRTXHHVWDGHVFLGDGHSUHoRGRFUXGHVHUHÁHFWLVVHQDGHVFLGDGRV logo a prior mexer os preços por- afinal?
SUHoRVGDJDVROLQDGRJDVyOHRHGRJiVGHFR]LQKDµ0RLVpV3DXOLQR
SUHoRVGDJDVROLQDGRJDVyOHRHGRJiVGHFR]LQKDµ0RLVpV3DX OLQR Estou a dizer-lhe que, tecnica-
rante estar novamente na mesa a que não sabíamos como é que o
possibilidade de redução, mas avi- barril se iria comportar, isso é uma mente, hoje há condições de a
um
dólares, que era para manter os Mexe com a viatura do senhor gasolina descer um ou dois meti-
sa para não se cair na ilusão por- questão cautelar. Mas depois tive-
preços da gasolina e do gasóleo que está a me entrevistar, da mi- cais. Esse estudo já foi feito, não
que mesmo a acontecer, não irá mos a infelicidade de termos a flu-
porque as gasolineiras registavam nha viatura, do camponês, do ci- estamos alheios a esse um ano de
para além dos dois ou três meti- tuação não favorável do metical.
perdas. dadão comum. Então, este grupo descida, mas eu pus um outro fac-
cais, contados a partir dos actuais
Quando o fenómeno se inverte no de ministérios económicos é que tor na mesa que é a oscilação do
47.5 e 51 meticais e 36 a 40 meti- Admitiu que poderá fazer-se al-
mercado
cado internacional, o Gover- deve fazer uma abordagem mais metical em relação ao dólar que
cais o litro de gasolina e gasóleo, guma revisão em baixa. Quando e
no tem outra forma de gerir isto, sustentável para reagirmos a esta não foi favorável. O Governo já
respectivamente. Transcrevemos para quanto?
continua sim a subsidiar, mas con- descida do preço de cocombustíveis. teria feito essas mexidas logo nos
a entrevista na íntegra para que o Para quando, isso não cabe a esta
tinua a ir buscar os valores que es- Está a dizer que a não descida dos primeiros dias do ano, mas surgi-
leitor tire a sua própria ilação. direcção dizer, cabe a esta direc-
sas gasolineiras ganham para fazer preços de combustíveis em Mo- ram outros factores como a taxa
ção mostrar, tecnicamente, que
face àqueles subsídios e continuar, çambique deve-se ao efeito dólar? de câmbio que não foi favorável.
A 20 de Janeiro corrente, o barril há condições para existir algumas
de

naturalmente, os preços que estão Nas últimas semanas de 2015 até Mas o Governo está a acompa-
de crude chegou a custar, no mer- mexidas nos preços dos combus-
no mercado que a economia local hoje, o efeito dólar foi sim um fac- nhar esta dinâmica e a manter-se
cado internacional, USD27,88. O tíveis, verificando a flutuação do
suporta. tor determinante para nos man- assim a estabilidade do metical em
País está atento a esta dinâmica Por outro lado, nos finais de 2015, termos os preços. comportamento do barril e as im-
relação ao dólar, já se pode mexer,
e, se a resposta for sim, até que nós pensávamos que íamos fazer portações.
mas essa mexida não cabe a esta
ponto pode influenciar o mercado o reajuste em baixa, para reagir a Houv
Houve outros factores? Não diria quando exactamente,
direcção, existem outros órgãos
doméstico? esta descida do preço do petróleo Há outros factores que aqui não são níveis de competência que eu
que podem determinar isso, é que
Como País, estamos atentos a a nível internacional, mas surgiu interessa mencionar, mas que não posso ultrapassar. A minha
estava a dizer.
esses factores todos que não de- um outro fenómeno de que se ca- numa economia tão frágil como a competência é técnica, mostrar
pendem muitas vezes de nós, lhar as pessoas menos atentas não nossa, é preciso que o Governo, ao com A+B que há condições para
io

particularmente aqui na área dos se fazerem mexidas dos preços. Quando em 2011, o preço da ga-
se aperceberam. É o câmbio, em embarcar por esta forma de mexer solina disparou para entre 47.5 e
combustíveis. Sabemos que a par- termos da flutuação da nossa mo- nos preços de combustíveis, tenha Agora, é preciso que não caiamos
51 meticais e o preço do gasóleo
tir de meados de 2015, o crude ou eda (metical), em relação do dólar, em conta. numa ilusão, um País com uma
para cerca de 36 a 40 meticais, a
barril do petróleo está sofrendo
rendo que quase disparou até aos 60. Interessa mencionar sim, afinal es- economia como a nossa, frágil, justificação do Governo era de
uma descida quase que de uma Então, de uma forma estratégica tamos a falar do bolso do cidadão! que não é produtora ainda desses que o barril também tinha subido
ár

forma brusca no mercado inter- e cautelar e para não criar pertur- Registe que o grande factor que combustíveis como o petróleo. para a casa dos 100 a 110 dólares.
nacional. bação na economia
econo nacional, este determinou a não mexida foi o Para além da descida de preços Como dizer hoje ao cidadão que
Sabemos que o barril hoje (quar- Governo preferiu manter os pre- efeito dólar em relação ao meti- das importações, há outros facto- os preços de 2011 se mantêm,
ta-feira) pode andar aos 29 a 30 ços até hoje
hoje. cal. Portanto, essa flutuação não res como a estabilidade cambial e quando o crude baixou, brusca-
dólares, então, estamos atentos a Numa altura em que verificamos favorável ao metical, fez com que o crescer da própria economia. Es- mente?
isso e, como Sector de Recursos que o câmbio quase que se estabi- de uma forma cautelar o Gover- ses factores todos é que determi- Boa pergunta. Há um factor que a
Di

Minerais e Energia, na vertente lizou nas últimas semanas, o Go- no mantivesse os preços para não nam o preço último da gasolina, comunidade ou o cidadão não está
Energia e Combustíveis, sabem verno de novo volta a uma abor- controlar turbulência. do diesel e do gás de cozinha. a ver e aí aproveitaríamos aos ór-
que temos vindo a subsidiar estes dagem para corresponder a esta Mas hoje que há uma certa esta- gãos de Comunicação social para
preços há alguns anos e esse tra- necessidade de reagir ao preço do bilidade, estamos a produzir me- O que significa cair na ilusão? fazer ver o factor que enfatizei
balho de subsídio, o Governo não É que podemos pensar que pode- aqui e é preciso que venha ao de
barril do petróleo. morandos para ver se conseguir-
deixou de fazer, continua a fazê-lo mos descer até a metade do preço, cima. O metical ficou fraco em re-
Portanto, estamos a produzir do- mos reagir, mexendo os preços,
lação ao dólar. Nesse ano, o câm-
e também tem se preocupado em cumentos, nós chamamos isso mas essa mexida dos preços não o que não é verdade. Mesmo as
bio do dólar em relação ao metical
reparar os preços dos combustíveis de memorandos, e vamos dar a depende, como dizia, de um único economias que produzem petró- andava aos 30, mas hoje está 40 a
ao nível do País. conhecer a outros níveis porque ministério, depende de toda a eco- leo não vão até aí. Se hoje estamos 50, esse também é um factor que
Portanto, era suposto que esta o ministério de Recursos Mine- nomia no geral. a 47 ou 48 o preço da gasolina, se é preciso trazer ao de cima e este
descida de preço do crude se re- rais e Energia pertence ao grupo calhar vamos descer em dois ou factor que estou a mencionar, se-
flectisse na descida dos preços da de ministérios económicos deste 2014-2016: a duração da três meticais, mas isso é bom para não o Governo já teria revisto em
gasolina, do gasóleo e do gás de País, então, não cabe somente a cautela uma economia de escala porque baixa se a condicionante de 2011
cozinha, mas como sabem o Go- nós porque o preço do combustí- Director, insistimos em saber se ajuda aquele último beneficiário a continuasse aquela, mas de repen-
verno vinha subsidiando, na altura vel mexe com a economia no seu o factor é apenas o dólar ou não reduzir os custos, estou a falar es- te, em 2015, houve turbulência na
em que o barril chegou a 130/140 todo. porque, em Dezembro de 2014, sencialmente da gasolina e do die- economia.
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Salários agitam clínica Medlife Trauma


Por Armando Nhantumbo

E
ra uma bomba relógio que denunciantes que deploram ainda a necessidades básicas.
se arrastava há anos, mas falta de respeito pela entidade pa-
este mês explodiu. Trata-se tronal. “Estamos a sofrer revés da

o
de um desentendimento que No capítulo dedicado ao que cha- economia”
opõe a direcção da Medlife Trauma mam de deficientes condições de - Abubacar Omar, jurista da Clínica
e os trabalhadores, a diversos níveis, trabalho,, mencionam sobrecarga no conhecida como avessa à comuni-
daquela clínica privada situada na horário de trabalho, falta de assis- cação social, a direcção máxima da

log
zona nobre da capital do País, Ma- a-medicamentosa
amentosa em-
tência médica-medicamentosa Medlife Trauma não deu a cara ao
puto. Atrasos salariais foram a razão bora trabalhem numa clínica, falta nosso jornal sobr
sobre o assunto. Dele-
que levou a massa laboral a quebrar de seguro de trabalho para todos os gou o jurista da empresa, Abubacar
o silêncio e denunciar uma longa lis- funcionários, falta de refeições para Omar que
que, entretanto, afastou quase
ta de irregularidades. É uma lista da os trabalhadores em regime de tur- todas as acusações dos trabalhadores
qual o patronato só assume demora nos, de segurança no trabalho, uni- da empr
empresa.
de salários, cujas dívidas promete li- forme e crachás de identificação. Omar, que não soube dizer quantos
quidar até 20 de Fevereiro próximo. Denunciam ameaças de despedi- trabalhador
trabalhadores possui a clínica que
mentos ou outras consequências em representava, disse que a única quei-

ció
caso de reclamações salariais ou de xa que a Medlife Trauma assume é o
São aproximadamente 200 trabalha- atraso salarial, mas as partes já che-
melhores condições de trabalho
trabalho, por
dores, entre médicos generalistas e &OÌQLFD0HGOLIHDWUDYHVVDGLDVGLÀFHLV
isso que pediram anonimato. garam a um acordo.
especialistas, enfermeiros, técnicos Afirmam que a contratação dos Disse que, na base desse entendi-
que tal não acontece, apesar dos des- o combinado. Caso o prazo não seja
de laboratório e de farmácia, pessoal contos mensais feitos aos seus orde- cumprido, avisam os trabalhadores, funcionários segue a lógica do pa- mento, a empresa comprometeu-se a
de administração e de recepção, ser- nados pelo patronato. “voltamos a paralisar os serviços ternalismo e não as capacidades e liquidar todas as dívidas entre dois a
ventes e até dirigentes de departa- Ao SAVANA, os queixosos repor- porque o que fizemos foi voltar a dar necessidades da empresa. Dizem 20 de Fevereiro próximo. “Ate lá a si-
mentos que dizem que os atrasos ex- taram que a direcção daquela clínica voto de confiança” ao patronato. desconhecer o organograma da es- tuação estará ultrapassada” prometeu
cessivos dos seus salários atingiram o sempre se mostrou indisponível a Até porque os trabalhadores garan- trutura da empresa. o jurista segundo o qual os atrasos
inadmissível.

so
atender as preocupações da massa tem que,, mesmo agora, “estamos em “Para o nosso espanto, a clínica tem devem-se a conjuntura económica
Asseguram haver, entre eles, os que laboral, o que obrigou os trabalha- greve, só retomamos ao trabalho, prestado bons serviços aos seus uten- nacional.
só viram seus honorários há mais de dores a paralisar as actividades entre condicionalmente” referindo-se aos tes (assegurados, singulares e corpo- “A empresa está a sofrer revés da
7 meses, porquanto naquela clínica 18 e 19 de Janeiro corrente. compromissos assumidos pela direc- rativos), que diariamente aumentam economia. Há fuga de investimen-
os pagamentos são aleatórios. Os grevistas, que no entanto salva- ção em liquidar as dívidas. em númer
número, resultando num maior tos. Como sabem, o País não anda
Mas também denunciam disparida- guardaram a prestação de serviços Foi quando questionamos se os “tra- ganho financeiro para a clínica. Em bem em todos os sentidos e neste
des salariais entre colegas da mes- mínimos como urgências, só não fo- balhos condicionais” não colocariam contrapartida, o patronato alega momento andamos a procurar in-
ma categoria. “Há estrangeiros que ram para além dos dois dias porque em causa a vida dos pacientes, ao que não haver fundos para pagamento jecção de financiamento”, justificou,
ganham duas a três vezes mais que a direcção abriu a mão ao diálogo, garantiram
am que não. de salários, fornecedores de servi- negando que a empresa não tenha
os moçambicanos, mas a fazerem o sentando-se com eles à mesma mesa, “As pessoas até podem descobrir o ços, defendendo que as seguradoras comunicado aos trabalhadores sobre
um
mesmo trabalho”, anotam. na presença de uma equipa de me- nosso mau estar, mas nós garantimos de saúde não honram com os seus os atrasos salariais.
Dizem que na Medlife Trauma não diação do Ministério do Trabalho. os serviços
viços porque trabalhamos com compromissos, mas todos os dias Sobre as disparidades salariais entre
há progressão salarial anual. Que O nosso jornal sabe também que, na vidas humanas”, asseguraram. são emitidos cheques em nome de trabalhadores da mesma categoria
não há pagamentos de horas extras. resolução da contenda, está envolvi- Para além do salário motoristas com valores e existe um e a fazerem as mesmas actividades,
E mais, segundo os afectados, quan- do o Ministério da Saúde. Mas a questão salarial apenas foi suporte financeiro a empresas para- a fonte considerou ser normal por-
do os atrasos começaram, aproxi- Tudo quanto os trabalhadores que- aquela que fez transbordar o copo. É lelas”, lê-se numa exposição ao nosso quanto os contratos são individuais.
maram-se ao Instituto Nacional de rem é ver os seus ordenados o mais que a lista das inquietações é longa. semanário, na qual os trabalhadores “Não é verdade que haja trabalhado-
Segurança Social (INSS) para se rápido possível e dizem estar atentos Inclui falta de contratos de trabalho, referem que a Medlife Trauma não res sem contratos”, sentenciou, por
inteirar da canalização ou não dos paraa que até Fevereiro, as dívidas se- há mais de dois anos, para cerca de leva a peito o esforço do trabalhador, outro lado, o jovem advogado que
seus subsídios, ao que constataram jam saldadas na totalidade conforme 55% dos trabalhador
trabalhadores, segundo os nem o considera como um ser com negou deixar se fotografar.
de

Ofensivas de Nyusi em marcha


Por Raul Senda

T
alvez inspirando-se no da República dão conta que nos pró- defeitos do projecto começavam pela numa zona muito exposta porque isso Maputo – KaTembe a um rit-
slogan do maior partido ximos dias haverá mexidas na equipa equipa técnica que era composta por é contrário aos princípios de resiliên- mo significativamente acelerado;
da oposição em Moçam- de conselheiros do Presidente. Até ao pessoas sem competências para diri- cia”, advertiu na altura Magaia. Acres- construir parte significativa das
bique – a Renamo – que fecho da presente edição ainda não gir um projecto daquela envergadura. centou igualmente o mesmo acontece estradas de ligação e os troços
io

nos seus manifestos eleitorais havia um comunicado oficial sobre o Como agravante, prosseguia Magaia, no troço que vai sair da Miramar até KaTembe – Bela Vista e Boane
apregoa uma mudança tran- assunto, mas António Gaspar, conse- os referidos técnicos não tinham ao Chiango, que também está muito para além de iniciar a implemen-
quila, o Presidente da Repú- lheiro para assuntos político e comu- nenhum conhecimento sobre o pro- exposta à natureza, ao mar, portanto, é tação do Plano de Desenvolvi-
blica (PR), Filipe Nyusi, está nicação, era dado, em meios restritos, jecto que nas suas aparições públicas uma zona de dunas, em que o mangal mento Urbanístico da KaTembe
de forma serena a reposicionar como estando de saída. limitavam-se a apresentar o traçado vai ser afectado”, concluiu. e fortalecer cada vez mais as par-
suas pedras a fim de dirigir o da via, o número de faixas, a largura Magaia foi mais longe, afirmando
ár

cerias existentes com diversas ins-


comboio sem grandes sobres- Empresa Maputo Sul e extensão da estrada e cruzamentos. que a estrada circular de Maputo não tituições que, de forma directa ou
saltos. Vinte e dois meses depois de assumir Os mesmos, segundo ele, em nenhum passava de um projecto desenhado indirecta, têm sido determinantes
as rédeas da Empresa Maputo Sul; momento falavam das questões téc- na China por chineses para ser im- na prossecução dos objectivos da
Um ano depois de tomar posse entidade responsável pela gestão da nicas porque não tinham argumentos plantando nos municípios de Maputo Maputo Sul.
e de ter manifestado publica- estrada circular de Maputo, ponte para tal. e Matola bem como no distrito de Tinha também o desafio de se-
mente que não está satisfeito para KaTembe e a estrada que liga Outra questão que inquietava o ac- Marracuene. guir uma gestão rigorosa do
Di

com a sua governação, o exe- a vila turística de Ponta de Ouro e tual PCA de Maputo Sul prende-se Para o arquitecto, um dos grandes dinheiro destinado àqueles pro-
cutivoo de Nyusi decidiu, esta a capital do país; Paulo Fumane foi com as questões ambientais já que os problemas da circular de Maputo re-
jectos e fechar a questão dos reas-
semana, dar prosseguimento afastado das funções de Presidente de projectistas do empreendimento não sultava da arrogância dos dirigentes
Conselho de Administração (PCA). sentamento das famílias afectadas
com as mexidas iniciadas no deram valor aos espaços verdes. políticos que para satisfazer interes-
Para o lugar do economista Paulo Fu- pelos projectos.
ano passado. Dizia Magaia que a circular de Ma- ses alheios escamotearam a verdade e
mane foi nomeado o arquitecto Sil- No entanto, a maior parte dos
Assim, através dum despacho puto não foi antecedida de um estudo ignoram todos os princípios de resi-
va Magaia, um conhecido crítico do desafios traçados aquando da to-
presidencial, Filipe Nyusi exo- de impacto ambiental, o que no futu- liência.
projecto da Estrada Circular. mada de posse não foram cum-
nerou o vice-governador de ro não muito distante podia afectar o Queda de Fumane
Num artigo publicado neste jornal pridas. São os casos da estrada
Banco de Moçambique, Pinto ecossistema predominante na zona da Paulo Fumane chega à direcção de
em Julho de 2012, Magaia conside- Costa do Sol. Maputo Sul em Março de 2014 em circular de Maputo que até hoje
de Abreu. Ao que o SAVANA
apurou, Pinto de Abreu sai do rou o projecto como um atentado ao “À primeira vista, não nos parece ser substituição de Elias Paulo que estava ainda não foi concluída. O plano
cargo por razões de saúde. Re- meio ambiente, pouco transparente e uma boa opção fazer a estrada passar naquele lugar há oito meses. de desenvolvimento urbanístico
centemente, Abreu foi sujeito que estava prenhe de irregularidades. justamente onde está, hoje, a linha Paulo Fumane, que vinha do Millen- da KaTembe continua miragem,
a uma melindrosa intervenção Silva Magaia, na altura funcionário da estrada Marginal. Não nos parece nium Challenge Account (MCA), os reassentamentos ainda estão
cirúrgica devido a um tumor no do Programa das Nações Unidas para bom projecto. Uma infra-estrutura tinha como desafios concluir a es- por concluir e as obras da estrada
cérebro. Habitação (UN-HABITAT), um muito cara e muito importante como trada Circular de Maputo até finais KaTembe-Ponta de Ouro ainda
Fontes próximas da Presidência braço da ONU, sublinhava que os a estrada circular não pode estar de 2014; colocar as obras da Ponte está na fase embrionária.
Savana 29-01-2016 11
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Presos políticos de Mabalane dizem-se marginalizados


Por Argunaldo Nhampossa

E
x-presos políticos de Maba-
lane queixam-se da falta de
reconhecimento do seu papel

o
pelo Estado moçambicano.
Os membros do grupo, que são co-
nhecidos como “combatentes na
clandestinidade”, dizem que não

log
recebem apoios para a melhoria das
suas condições de vida e sentem-se
magoados por ouvirem “camaradas”
afirmarem que “têm direto de ser
ricos, porque combateram”, numa
alusão a uma declaração atribuída a
Alberto Chipande, considerado pela
historiografia oficial moçambicana
como o autor do primeiro tiro da Amós Mahanjane Maria Chissano Adolfo Bila Manuel Panguene

ció
guerra contra o colonialismo portu- ao grupo como amigo de Eduardo
ficou aquém das expectativas, porque, Disse estranhar que nunca tenha sido barcarem, iniciou-se um duro e tene-
guês. Mondlane e, para credibilizar a sua
na altura, havia muito por contar e investigado de forma exaustiva o que broso processo de torturas e interro-
nãos lhes foi dado um espaço para tal. terá acontecido com a parte do grupo estória, exibiu falsas correspondên- gatórios.
Contam que o seu passado tem sido cias que, no momento, ninguém se
Segundo Sumbana, as novas gerações que passou para a cadeia de máxima
um longo calvário. O seu compromis- deu conta de serem falsas.
pouco sabem da luta na clandestini- segurança, vulgarmente conhecida
so com a causa da liberdade foi sem- Conta que o mesmo prometeu levar-
dade e muito já teria sido difundido, B.O.
pre alvo de desconfiança, havendo, -lhes à terra de Julius Nyerere e a par-
mas só este ano o governo decidiu
entre os revolucionários que levaram Ao encontro de “Chico Feio” tida foi marcada para a noite de 09 de
abrir-lhes as portas.
Moçambique à independência em Imbuídos pelo espírito nacionalista Maio de 1964.
David Chambal, um dos mais velhos
1975, quem os chamasse traidores,

so
do grupo, comunga da mesma opi- de lutar contra o regime colonial por- Já em solo sul-africano, foram inter-
supostamente porque foram parar às tuguês, segundo eles, vários moçam- ceptados na fronteira de Middelburg
nião e considera que o Estado pouco
celas de Mabalane por terem pilha- am-se em pequenos
bicanos juntaram-se e recambiados para Ressano Garcia,
ou quase nada fez para dignificar os
do galinhas, entre outros delitos. Há, grupos e partiram para a Suazilândia, onde embarcaram num comboio até
presos políticos de Mabalane.
contudo, admitem, quem reconhece o em trânsito para Dar Es Salam, Tan- Mabalane
Mabalane.
seu papel. Entende Chambal que não há luta de
libertação sem luta na clandestinida- zânia. Américo Magaia, que na altura era
Américo Magaia fez parte dos 75 Contra todas as expectativas, Adolfo jogador de futebol numa equipa na
moçambicanos encarcerados nas de, pelo que não percebe o que terá
levado o Estado, desde a proclamação Bila conta que o grupo dos 75 cida- vizinha Suazilândia e decidiu trocar
celas de Mabalane e narra que os dãos nacionais, entre homens e mu- os relvados pela arma, recorda que es-
membros do grupo já estiveram à da independência nacional até hoje, a
lheres, foi “aldrabado” por um policial tavam em três vagões, dos quais, um
não prestar o devido apoio ao grupo e
um
beira do fuzilamento, depois da inde- bóer, que estava ao serviço da PIDE. para mulheres e outro para homens.
pendência nacional, porque uma ala muito menos espaço para exporem o
Segundo Bila, o polícia apresentou-se Segundo Magaia, depois de desem- Davide Chambal
da Frelimo entendia que os relatos que lhes vai na alma.
trazidos da penitenciária eram pura Para Manuel Panguene, a dissolução
encenação. da história dos presos políticos na
Segundo Magaia, as suspeições em história de luta de libertação nacio-
relação ao papel dos “nacionalistas” nal contribuiu para que não tivessem
presos em Mabalane provocaram a o devido apoio, incluindo as intensas
marginalização do grupo e muitos torturas infligidas por Chico Feio, o
integrantes morreram na indigência. carcereiro mais sinistro de Mabalane.
Passado meio século após a deten- Panguene diz sentir mágoa, quando
ção pelo regime colonial português alguns antigos combatentes dizem
dos “75”, encarcerados na cadeia de de viva voz que “têm direito de serem
de

Mabalane, na província de Gaza, o ricos porque lutaram”, enquanto eles


governo decidiu homenageá-los com vivem na miséria.
a criação de um museu que reporta a Amós Mahanjane diz que não pode
história por eles vivida. negar que há frustrações no seio dos
A iniciativa é do Serviço Nacional ex-presos políticos de Mabalane, isto
Penitenciário (SERNAP), em par- porque alguns foram isolados por se-
ceria com o Ministério dos Com- rem considerados perigosos e deviam
batentes (MICO), Associação dos ser afastados das hostes do partido no
Combatentes da Luta de Libertação poder.
Nacional (ACCLIN) e do governo No entanto, diz que o Estado fez
io

da Província de Gaza. Prevê-se que algo por este grupo, mas não o sufi-
o museu seja inaugurado em meados ciente. Refere ainda Mahanjane que
de Fevereiro. o mesmo sentimento de frustração
Durante os preparativos da cerimó- que toma conta dos integrantes do
nia, o SAVANA acompanhou os seu grupo existe nos combatentes que
ár

depoimentos de alguns membros pegaram em armas de foram à luta.


do grupo, cujo sonho era juntar-se à Louva a ideia da criação do museu
Frelimo em Dar Es Salam, Tanzânia, dos presos políticos de Mabalane,
para a luta de libertação nacional. mas sugere a continuidade deste tipo
Hoje,, olhando para o passado e no de actos por forma a perpetuar a his-
seu percurso,, Adriano Sumbana diz tória do país, que até aos dias de hoje
que o reconhecimento do governo depende de fontes orais.
Di

Américo Magaia Adriano Sumbana


Savana 29-01-2016 13
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SOCIEDADE
14 Savana 29-01-2016 Savana 29-01-2016 15
NO CENTRO DO FURACÃO

É a nossa vez de comer: uma história queniana…que alerta Moçambique!


Que se desenganem aqueles que confundem alternância governativa com alternativa política!

Por Tomás Vieira Mário


a nossa vez de comer - uma nalismo. Com efeito, quando da inde- lícia nas esquadras, exigindo que lhes nheiro transferido para a firma até à agora!” sustentável! maiores empresas de auditoria do
expressão esclarecedora so- pendência do Quénia em 1964, sob a devolvam dinheiro que lhes vinham data. Compilados vários documentos Quando, incrédulo, John Githongo Do exílio voluntário ao rebentar Quénia, que quase detinha o mono-
bre o sentido de alternância liderança de Kenyatta, os Kikuios, a extorquindo na estrada, ao longo de e cruzadas várias fontes, os auditores vai ter com o Presidente, o que vai do escândalo pólio das auditorias das entidades pú-
governativa democrática em tribo maioritária do país, tornaram-se anos, naquilo que é comummente descobrem que o gangue acoitado ocorrer é uma cena absolutamen- Desiludido com o sistema, mas so- blicas do país há várias décadas, perde
bretudo, com o Presidente, Githon-
É
África - é o título de um livro que re-
lata, de forma vigorosa e cáustica, a
o grupo dominante, tendo-se apode-
rado das terras férteis deixadas pelos
designado por kitu kidoko (pequena
corrupção). Por seu lado, funcioná-
no Governo tinha saqueado, através
daquele esquema, nada menos que…
te surrealista: o Presidente mostra-
-se sinceramente espantado; nega a go abandona o governo e parte para
todos os contratos e vai praticamente
à falência!
história de um escândalo de corrup- colonos britânicos e dominado a ad- rios públicos vão escrever em jornais, 751 milhões de dólares, ao longo de pés juntos que o tenha demitido, e Oxford, aonde ensaia pretender con- Mas Githongo ainda não perdeu a
ção de alto nível, alguma vez denun- ministração estatal. revelando nomes de seus superiores anos! diz-lhe para continuar a trabalhar… tinuar com os estudos superiores, esperança; ainda acredita no Presi-
ciado no Quénia, consequência da hierárquicos, a quem pagavam men- Ora, uma tal quantia, de tão elevada, …”normalmente”! numa instituição de estudos estra- dente; e acredita que Kibaki, na posse
captura do Estado por elites preda- Onde vem escrito “Quénia”, leia-se salmente kitu kidoko, como “taxas de já não causa qualquer revolta
evolta no cida- O que será que se estaria a passar? Te- tégicos internacionais. Contudo, em de informação mais consubstanciada
ria o “velho” sido enganado, e de for- vez disso, e com a ajuda da sua antiga sobre a Mafia do Monte Quénia, vai
doras, ancoradas em forças políticas “Moçambique”; onde vem escrito segurança”, para manterem os seus dão comum, pois ela já não cabe, nem
rede de informantes, de Nairobi, ele certamente reagir: cria todas as condi-
de base tribalista ou regionalista. Ao “tribos/tribalismo” leia-se “partidos/ empregos seguros; nas salas de espera faz qualquer sentido,, na sua cabeça! ma tão vil e primária, por um dos seus
vai entregar-se a uma tarefa monu- ções necessárias para enviar, com se-
longo de anos sem fim, Ministros de
áreas-chave, de governos de partidos
rivais, saqueiam o Estado em várias
partidarismo”.
Com a ascensão de Arap Moi ao po-
der, emergiu a era dos Kallenjin, que
e em gabinetes de Gestores Públicos
são pendurados grandes quadros, pro-
clamando, em letras garrafais: “zona
go Pouco depois, John Githongo, to-
mando pequeno-almoço com Kibaki
- o que era habitual, tal era a sua pro-
ministros-chave,
ministros-chav sem se dar conta de
nada? Estará o Presidente em pleno
gozo das suas faculdades mentais? Ou
mental: transcreve as suas várias de
horas de gravações secretas, em que os
gurança, o seu dossier ao Presidente,
e certifica-se de que este o vai, efec-
tivamente ler! O Presidente, após ler
centenas de milhões de dólares, si- passariam a dirigir a máquina do Es- livre de corrupção” ou “aqui não se ximidade com o Presidente - conclui serão ainda sequelas do ataque cardí- Ministros assumem a Anglo Leasing o dossier, ao longo de toda uma tarde,
mulando aquisições de equipamento tado e a ascender, também, a grandes aceitam subornos”; etc. ter chegado o momento apropriado aco que sofreu, na sequência do grave e revelam o funcionamento do esque- fecha-o e deixa-o na sua secretaria.
tecnologicamente sofisticado… para negócios da mais forte economia da O próprio Presidente Kibaki vai cri- para dar o passo decisivo, e sugere ao acidente de viação de que foi vítima, ma; consubstancia com os seus siste- Até ser arquivo pelos assistentes, na
a modernização das forças de defesa
e segurança do país! Uma saga pun-
África Oriental.
Porém, a chegada ao poder de Kibaki
(da tribo Kikuio) parecia prenunciar o
ticar publicamente grandes empresas
que haviam comprado largos espaços
nos jornais, para o felicitarem, dizen-
lo Chefe de Estado: “Vossa Excelência
tem agora todas as evidências ne-
cessárias para agir; confiar no nosso
durante a campanha eleitoral? Ou
será o velho hábito dos líderes fracos
- quais generais cobardes! - de que-
máticos diários pessoais; junta docu-
mentos oficiais do Banco Central e de
Ministérios-chave e outras entidades
manhã seguinte. E…silêncio!
Githongo vai ainda fazer inúmeras
tentativas, para ser ouvido pessoal-
gente e corrosiva, cuja arquitectura
rem agradar a toda a gente, ficando oficiais envolvidos e prepara um deta- mente por diferentes instituições do
faz lembrar estórias moçambicanas fim deste ciclo: quando rompeu com do que estavam a desperdiçar dinhei- sistema de justiça… não vai adiantar
e constitui um sério alerta ao próprio
percurso político de Moçambique.
Moi, o “elitista jogador de golfe” -
como alguma imprensa o qualificava -
ro! (A mensagem verdadeira era: “es-
cusem-se de me “escovar”!). As largas
ió nada: sugiro-lhe, pelo contrário, uma
acção política enérgica!”
paralisados, na hora de tomar grandes
decisões? Ou então a velha táctica de
pronunciar discursos de mudança,
lhado dossier sobre a saga.
Entretanto, e sem surpresa, de Nairo-
bi é lançada uma forte campanha para
Estado, incluindo o parlamento: em
vão! Chegado a este ponto, ele toma
uma decisão de recurso: decide reve-
logrou criar e liderar uma forte aliança fotografias de Arap Moi, algumas de Githongo fica na maior expectativa, lar o dossier através da comunicação
porém sistematicamente desmenti- o desacreditar, com artigos de enco-
O livro de Michaela Wrong, uma jor-
nalista internacional com larga expe-
riência de trabalho em África, onde
com outras forças da oposição, através
da NARC (National Rainbow Coali-
tion), para derrubar o governo do seu
corpo inteiro, ubiquamente pregadas
em tudo quanto fosse sítio, vão ser re-
tiradas, mas o novo Chefe de Estado
c pois está convicto de que, chegado a
este ponto, o seu desempenho satisfaz,
certamente, as expectativas do Presi-
dos pela prática, para criar o discur-
so desculpabilizante, bem africano,
menda na imprensa: vão chamá-lo de
vil traidor, que acabou se desmasca-
social queniana! Assim, em 2006 os
ficheiros da Mafia do Monte Quénia
começam a ser revelados pelo Jornal
“obra” fazendo eco junto da popula- Na base de um esquema com termi- Dos 18 contratos através dos quais segundo o qual “o Mais Velho quer rando, entregando-se aos seus patrões The Nation: peça por peça, dia-após-
cobriu vários eventos e crises políticas antigo líder. A NARC incluía parti- proíbe que sejam substituídas pela sua dente!
ção, Githongo vai começar a receber nais no exterior,, Ministros de áreas- o gangue urdiu esta saga, 12 haviam honestamente a mudança, mas está britânicos, dos serviços secretos do -dia, sendo reproduzidos - inevitavel-
para a BBC, a Reuters e a Financial dos conotados com diferentes tribos, própria imagem; as sirenes da comiti- E o que diz o Presidente? Para o
informações não solicitadas, porém -chave, nomeadamente das Finanças, sido assinados na era de Arap Moi; os rodeado de crápulas que o sabotam”? MI6! Um anti-patriota sem escrúpu- mente! - por toda a imprensa quenia-
Times, conta a odisseia de um alto nomeadamente com a mais directa va presidencial, cortejada por filas de total espanto de Githongo, o Pre-
funcionário do governo queniano que,
confrontado entre a lealdade tribal/
tribo rival, a dos Luo, agrupada em
torno do Orange Democratic Party,
motorizadas de alta cilindragem, que
paralisavam o já insuportável tráfego
particularmente inquietantes: altos
funcionários do seu próprio governo
da Justiça,
a, do Interior, dos Transpor-
tes e Comunicações, da Defesa e da
so
restantes seis…já no primeiro ano da
era de Kibaki! Ou seja: quando Kibaki
sidente vai reagir como reagiria um
rato surpreendido com uma fatia de
Todas estas perguntas cruzavam-se
na cabeça de Githongo, porém sem
reposta. Mas um facto apresentava-
los nem classe, que traiu a confiança
dos colegas, e vive agora uma vida de
Lord, graças a negociatas sobre segre-
na e vasta imprensa internacional! As
reacções não vão tardar: a oposição
pede a dissolução imediata do gover-
partidária e a sua consciência ética, liderado por Raila Odinga. Como se de Nairobi, desaparecem: um novo são indiciados de…continuar os es- Segurança e entidades subordinadas, assume o poder, as velhas cobras que queijo na boca, e diz, simplesmente:
-se-lhe evidente: depois de tudo, já dos de estado! Os ataques vão atingir no; a sociedade civil e as Igrejas pe-
opta por esta última, pisando graves não bastasse, os parceiros ocidentais Quénia parece anunciar-se! quemas do anterior regime! haviam criado uma empresa fantas- ele tanto atacava, enquanto líder da Take it easy…Isto é: “tenha calma”.
a sua família: o pai, dono de uma das dem a “cabeça” de vários ministros!
riscos pessoais e para a sua família, in- do Quénia haviam já bloqueado toda Um Czar anti-corrupção no Governo Pouco a pouco, Githongo vai-se dan- ma, denominada Anglo Leasing, com oposição, enfiaram-se no seu Gabine- O Presidente diz isto e levanta-se da não lhe restava ambiente de trabalho
cluindo o risco da própria vida! Atra-
vés de uma pesquisa rigorosa, Micha-
ela Wrong demonstra como se urdem
a ajuda a Arap Moi, após sucessivos
escândalos de corrupção massiva de
alto nível! Este quadro parecia pro-
m
Para provar que falava a sério, a res-
peito da luta contra a corrupção, Ki-
baki vai criar, junto do seu Gabinete,
u do conta de estar a desfiar a pele de
uma jiboia que parece prolongar-se
sem fim, pela mata adentro. Contudo,
um falso endereço de Londres. A esta
empresa, eles iam “encomendando”,
sucessivamente, equipamento sofisti-
te e esconderam-se debaixo das novas
alcatifas! A rede, tentacular, tem cone-
xões junto de sectores da comunidade
mesa, deixando Githongo estupefacto
e confuso: afinal o que quer o Presi-
dente?!
os esquemas de corrupção de alto porcionar a Kibaki excelentes con- um posto com um propósito claro: o ceber de
também cedo ele vai se aperceber cado, de tecnologia de ponta, suposta- queniana de origem asiática, conhe- Nos dias que se seguem o Secretá- Traição ao povo e crimes contra a humanidade
nível dentro do governo, em conluio dições sócio-políticas e psicológicas de Secretário Permanente para a Go- que, se a sua “perseguição” judiciária mente destinado à modernização das cedora dos meandros da corrupção rio Permanente para a Governação
com o mundo dos negócios, questio- para introduzir reformas políticas es- vernação e Ética, uma entidade estatal aos cleptocratas do regime de Arap forças de defesa e segurança! internacional! e Ética vai começar a notar que os
nando também o papel, quantas vezes truturais no Quénia. dotada de poderes extraordinários e Moi poderia ocorrer com algum re- A longa lista de equipamento cons- Rapidamente, os Ministros vão dar-se seus colegas do Governo, Ministros,
reacção de membros do governo vai variar observadores internacionais, que questionam a vali-
cínico, dos doadores ocidentais, na
luta contra a corrupção em África.
O texto que se segue é uma tentativa
Sendo um homem do “sistema”, Ki-
baki seria, pois, a figura certa para
liderar uma revolução pacífica na
e
plenipotenciários, que incluem acesso
directo e privilegiado ao Chefe de Es-
tado, a qualquer hora.
d sultado, já o mesmo não seria de tole-
rar, quando tratando-se de seus cole-
gas, ministros do mesmo do governo:
tante de falsos contratos inclui: uma
rede digital multi-canais de comuni-
cação para os serviços penitenciários;
conta de que o Czar Anticorrupção
está “cavando” fundo demais e aca-
bará, inevitavelmente, por descobrir o
olham-no de forma estranha, de sos-
laio, e lançam-lhe piadas desproposi-
tadas, conduta não muito comum aos
A entre exigências de mais provas e ameaças de
processar Githongo pelo crime de traição, pre-
dade dos resultados finais. Na sequência, protestos
violentos vão eclodir e propagarem-se rapidamente
visto na lei! Até que...dias depois rebenta a grande por todo o país, então dividido sobretudo entre dois
de resumo de um denso livro de 354 sociedade queniana, libertando-a das A escolha do titular de tão poderosa se Arap Moi tinha “comido” com a novos helicópteros e um sistema se- secreto esquema: encarando-o como hábitos algo sisudos, pretensamente
“bomba”! - a BBC vai transmitir as conversas secre- grupos étnicos: os Kikuio (tribo/partido de Kibaki) e
páginas, publicado em 2009, mas cada políticas tribalistas que engendravam, pasta vai reconfirmar, aos olhos da sua tribo, os Kalenjin, era agora a vez guro de comunicações para a polícia; “irmão” do mesmo sangue Kikuio, britânicos, da classe política queniana.
tamente gravadas, em que ministros revelam, de viva os Luo/ Kalenjin (tripo/partido que apoia Odinga).
dia mais actual! desde há 50 anos, uma distribuição opinião pública, designadamente da de Kibaki e a sua tribo, os Kikuio, de uma fragata de tecnologia de ponta chamam-no e lhe dizem: “na verda- Dias depois, o Presidente, surpreen-
voz, que são eles a… Anglo Leasing! Vai ser, então, Ao longo de dois meses seguidos, de Dezembro de
incestuosa e potencialmente explosiva Sociedade Civil e dos doadores, a de- também “comerem”! para a marinha de guerra; uma rede de, a Anglo Leasing…somos nós”. A dendo Githongo, convoca a imprensa,
o desmoronamento do castelo! Um por um, o Vice- 2007 a Fevereiro de 2008, mais de 1.000 pessoas vão
A chegada do “Messias” da renda nacional. Afinal, não tinham terminação do Presidente: John Gi- Com efeito, assim que os Serviços de de dados e serviço de Internet via “justificação” apoia-se, exactamente, dizendo que pretende fazer uma co-
-Presidente da República, os ministros das Finanças, ser barbaramente mortas; e mais de 600,00 desalo-
Quando Mwai Kibaki ganha as elei- sido forças políticas fora do “sistema” thongo, renomado jornalista investi- Segurança do Estado dão-se conta satélite para os Correios; um sistema em argumentos tribalistas: “o gover- municação à Nação: John Githongo
da Justiça e do Interior, vão apresentar a sua demis- jadas, numa carnificina a aproximar-se ao genocídio
ções presidenciais de 2002 no Quénia, a liderar os processos de reformas po- gativo e antigo Director Executivo da de que o “Czar anticorrupção” quer sofisticado de vigilância militar deno- no anterior privilegiou os Kalenjin, a não tem dúvidas: o Presidente vai,
ele vinha de duas derrotas em 1992 e líticas profundas que transformaram a
ir o
Transparência Internacional (TPI) no ir “longe demais” e “depressa demais”, minado “Project Nexus”; um sistema tribo de Arap Moi; agora somos nós, certamente, anunciar uma remode-
são, bem como um grupo de assessores directos do ocorrido 13 anos antes, no vizinho Ruanda!
Presidente, cuja imagem de “messias” tinha-se esbo- Em apenas dois meses de violência, cujo grau de
2000, a favor de Arap Moi, no poder África do Sul e a União Soviética (so- Quénia, é o todo-poderoso Czar An- vão tratar de travar-lhe o ímpeto: aos de radar de aviso prévio para os ser- os Kikuios: é a nossa vez de comer…” lação governamental, demitindo os
roado, como uma bolha de sabão… destruição claramente reflectia o resultado de ten-
desde 1978. bretudo neste último caso), nos finais ti-Corrupção que Kibaki vai designar! seus pedidos de informação, passam viços de meteorologia, etc., etc. Para O grupo - a que Githongo vai mais ministros corruptos e nomeando um
Enquanto líder da oposição no Par-
lamento, Kibaki tinha desenvolvido
dos anos 1980, mas sim dirigentes
máximos do próprio “sistema”, como
á
Githongo, temperado nos meandros
i
de uma comunicação social inquisiti-
a responder com relatórios ocos. Em
face desta realidade, Githongo vai
a “aquisição” destes equipamentos, o
gangue lançava concursos internacio-
tarde designar por “Mafia do Monte
Quénia” - faz esta revelação na con-
novo governo. Não poderia estar mais
equivocado! A Mafia do Monte Qué-
O vasto consenso nacional para a reconstrução do
país pós-Arap Moi cai por terra, representada pela
sões sociais acumuladas, Quénia vai perder todos os
cinco anos de reconstrução nacional pós-Arap Moi!
No final, duas importantes figuras políticas do país
um forte discurso anticorrupção, ata- foram os casos de Frederich de Klerk va e de uma sociedade civil fortemente lançar mão dos seus recursos inves- nais, para os quais concorriam, de fac- vicção de que ele, sendo Kikuio, vai nia vai, pelo contrário, sair reforçada NARC, desmorona! vão ser acusadas da prática de crimes contra a huma-
cando o seu antigo líder, agora rival: e Michael Gorbatchov! interventiva, chega ao Governo com tigativos, adquiridos na Transparên- to, várias empresas que, apesar da sua condescender e, assim, desistir de do discurso televisivo do Presidente e Com a sua imagem totalmente destruída, o que ofe- nidade e chamadas a responder perante o Tribunal
afinal Kibaki era uma velha raposa
da política queniana, com passagem
por diversos cargos ministeriais, des-
Por isso, dizem as crónicas da época, a
ascensão ao poder de Kibaki era cele-
brada, mais pelo fim do regime clep-
D
a reputação de intrépido combatente
anticorrupção: ao longo de anos, tinha
sido um carrasco do governo de Arap
cia Internacional: decide estruturar
uma rede privada de informantes de
primeira água, que lhe vão fazer “le-
reputação internacional nas respec-
tivas áreas de especialidade, sempre
perdiam a favor da …Anglo Leasing!
mais investigações: não só se engana-
vam, como também corriam um alto
risco: afinal Githongo estava gravan-
ele… transferido para um obscuro ga-
binete, junto do Ministério da Justiça!
Exactamente o Ministério que, com o
rece campo político favorável à oposição, nas elei-
ções presidenciais aprazadas para o ano seguinte,
Kibaki dá uma “meia volta” e cria um novo partido,
Internacional de Haia. Com efeito, em Janeiro de
2012, o TPI vai confirmar processos-crime contra
três importantes membros do governo de coligação
de a era de Jomo Kenyatta, o funda- tocrata de Moi, do que pela chegada Moi, investigando e denunciando fu- aking” de informação valiosa, a partir Ao longo de anos, com esta empresa, do, discretamente, esta confissão e iria das Finanças, liderava as operações da o Partido da Unidade Nacional (PNU), sob o qual nacional, constituído para gerar a crise política pós-
dor do estado queniano, até à era do ao poder do novo Presidente! Ou seja: riosamente o regime corruptocrático de Ministérios estratégicos e do Ban- eles e seus antecessores, do Governo gravar muitas outras conversas sigilo- Anglo Leasing, que ele tinha docu- vai concorrer para um segundo mandato. Mas com -eleições. São eles Uhuru Muigai Kenyatta, então
próprio Arap Moi, de quem foi, aliás, as razões da expectativa ultrapassa- do sucessor de Jomo Kenyatta. co Central: tinha orçamento suficien- de Arap Moi, haviam simulado um sas, com os ministros do seu governo, mentado e denunciado ao Presidente! o escândalo tinha traído profundamente a confiança Vice-Primeiro-Ministro e Ministro das Finanças;
Vice-Presidente, ao longo de 10 anos: vam a figura do novo Presidente! Encorajado por este clima, Githongo te para pagar generosamente por in- total de 18 contratos milionários! nos tempos que se iam seguir! No dia seguinte, quando Githongo da população e tinha oferecido espaço para a opo- William Samoei Ruto, Ministro da Educação Supe-
de 1978 a 1988! Até que em 1991, No acto da sua investidura, e discur- vai encarar a sua missão com determi- formação de qualidade! A opção por “equipamento de segu- arrumava os papéis do seu gabinete, sição, nomeadamente a Raila Odinga, que formara rior, Ciência e Tecnologia; Francis Kirimi Muthau-
Kibaki rompe definitivamente com sando mesmo ao lado do seu anteces- nação, penetrando rapidamente redes rança nacional” é óbvia: à luz das leis O General Cobarde para se mudar, um assistente do Pre- o ODM, e poderia dizer: “agora é a nossa vez de ra, Secretário da Função Pública e do Gabinete do
Arap Moi e o seu partido, o KANU sor, Kibaki vai afirmar: “A era do “vale de uma poderosa classe de predadores O esquema de segurança do estado, sempre há- Ao longo do período em que finge ig- sidente vai ter com ele diz-lhe o se- comer!” Presidente, e ainda um jornalista: Joshua Arap Sang,
(Kenya National Union). tudo” (any thing goes) acabou!” E sen- do Estado, que floresceu coberta por Mês-após-mês, assim que penetra -de ser, em qualquer parte do mundo, norar as operações da Mafia do Mon- guinte: na verdade, o Presidente não Vários candidatos vão apresentar-se ao escrutínio, ao serviço de uma estação de rádio local. Estes líde-
No seu discurso de tomada de posse, tencia: “A corrupção vai agora deixar uma densa manta do mais primário naquilo que se vai relevar ser um tú- entendível que tais operações sejam te Quénia, Githongo vai tendo acesso o tinha demitido do seu cargo: foi o um dos mais renhidos da história do Quénia, com res políticos vão ser acusados de instigação activa ao
Kibaki vai reiterar, em termos reso- de ser o modo de vida no Quénia!” tribalismo e nepotismo. Um núme- nel profundo e escuro, Githongo vai efectuadas pelo governo em ambiente a mais evidências sobre o esquema e, Ministro da Justiça que, sub-repticia- um recorde de participação do eleitorado. Depois de ódio tribal/partidário - o manto político-ideológico
lutos, “tolerância zero à corrupção”, a Na linha desta retórica, nos primeiros ro de funcionários de escalão médio acabar por dar “de caras” com um sigiloso, sendo o acesso aos respecti- já na posse de provas suficientes, es- mente, enfiou um parágrafo no dis- atrasos sucessivos na divulgação dos resultados, Ki- que tem coberto e fertilizado a corrupção endémica,
pior e a mais arreigada das endemias meses do consulado de Kibaki, os jor- do anterior regime vai ser arrastado à devastador esquema de delapidação vos ficheiros extremamente restrito, creve uma carta ao Governador do curso do Presidente, com o nome de baki é declarado vencedor, com uma margem míni- a exclusão política, económica e social crónicas, na-
de governação do país, incubada e de- nais vão sair todos os dias com estórias barra do tribunal e obrigado a devol- de fundos públicos, através do qual mesmo para a acção fiscalizadora do Banco Central, pedindo-lhe para Githongo, anunciando aquela trans- ma, sobre Raila Odinga. Este vai contestar imediata- quele país da África Oriental.
senvolvida desde a independência do pitorescas, assinalando a “nova era”: ver fundos e património do estado de Ministros do seu Governo roubam ao Parlamento… parar imediatamente com quaisquer ferência! E o assistente do Presiden- mente os resultados, recebendo apoio indirecto dos Que distância separa Moçambique deste cenário?
país, em 1964, sob a couraça político- condutores de matatus (“chapa cem”), que se haviam locupletado inescru- Estado, impiedosamente, milhões de Velhas cobras debaixo de novas alca- novos pagamentos à Anglo Leasing, te enfatiza: “Aposto que o Presidente
-ideológica do tribalismo e do regio- vão procurar agentes corruptos da Po- pulosamente. Com as notícias da sua dólares, mensalmente! tifas e solicitando detalhes sobre todo o di- nem se deu conta do que leu…até
16 Savana 29-01-2016
INTERNACIONAL
INTERNACIONAL

Portugal

Presidente eleito quer governo eficaz e oposição activa


Filipe Nyusi declara “total disponibilidade” de Moçambique para trabalhar com Marcelo Rebelo de Sousa

O
Presidente da República eleição como Presidente da Repú-

o
eleito compromete-se em blica de Portugal e declarou “total
“fazer pontes” e incentivar disponibilidade” para que ambos
o “frutuoso relacionamen- trabalhem no aprofundamento das
to” entre órgãos de soberania e os relações entre os dois países.

log
agentes políticos. Marcelo Rebelo “Manifesto a minha total dispo-
de Sousa repetiu o discurso pacifi- nibilidade para trabalhar consigo
cador que fez em toda a campanha, de modo a que as relações entre a
no átrio da faculdade de Direito Repúblic
República de Moçambique e a Re-
da Universidade de Lisboa, que pública Portuguesa continuem a
se encheu de apoiantes anónimos. consolidar-se para o progresso eco-
Sem dirigentes do PSD (só o CDS nómico e social dos nossos povos e
tinha figuras com mais responsabi- países”, declarou Filipe Nyusi.
lidades), o Presidente eleito lançou No dia seguinte à vitória

ció
o seu desígnio: “É a hora de refazer Um dia após sua vitória, Marcelo
Portugal”. Rebelo de Sousa manteve a rotina,
na noite desta segunda-feira, como
Num discurso de cerca de 15 mi- professor na Faculdade de Direito
nutos, Marcelo deixou as “quatro da Universidade de Lisboa, onde
marcas” que pretende que sejam as chegou para trabalhar, como o faz
do seu mandato nos próximos cin- há muitos anos, dirigindo o próprio
co anos. Tal como sempre disse na carro.
campanha eleitoral, a estabilidade Rebelo de Sousa recusou o carro

so
política é uma prioridade. “O Pre- oficial que lhe foi disponibilizado,
sidente da República é o primeiro a assim como um gabinete de traba-
querer que o Governo governe com lho no Palácio de Queluz. Ele só
eficácia e com sucesso. É indispen- não conseguiu se livrar da seguran-
sável que a oposição seja activa e ça, que já assumiu a responsabili-
representativa porque no seu escru- dade pela proteção do sucessor do
tínio se faz a força da democracia”, actual presidente Cavaco Silva. Ele
afirmou. tomará posse no dia 9 de Março.
Logo depois recomendou cautela, O novo presidente, que foi eleito
um
quando se referiu à necessidade a “servir todos os portugueses por para uma sala e esteve com o seu da República”. Também o líder do com mais de 52% dos votos, não
de conciliar as medidas de “justiça igual sem distinções nem discrimi- irmão e sobrinhos-netos. CDS-PP, Paulo Portas, se congra- recebeu apoio político e económi-
social” e a consolidação financeira. nações”. O distanciamento partidário foi tulou com a vitória, lembrando que co de seu partido, o PSD, até em
“Temos de agir com prudência para O seu discurso foi várias vezes também, em parte, partilhado pelos os portugueses escolheram o “equi- razão da sua conhecida indepen-
minimizar os riscos dispensáveis. interrompido por aplausos dos líderes
es do PSD e CDS que reco- líbrio político” em vez da concen- dência como comentarista político
Temos de ser capazes de crescer de apoiantes, sobretudo, quando o mendaram o voto no candidato. O tração de todos os poderes “numa no rádio e na televisão portugueses.
forma sustentada. Mas temos de chefe de Estado eleito falava em pa- líder social-democr
social-democrata Passos Co- só área política”. Ele também não recebeu apoio de
fazer tudo isto sem comprometer a cificação. Sem euforias, o ambiente elho felicitou Marcelo pela vitória empresários. O candidato indepen-
consolidação financeira pela qual os foi animado ao longo da noite, so- como o “PSD desejava” e lembrou Mensagem de Nyusi dente António Sampaio da Nóvoa,
portugueses se sacrificaram tanto”, bretudo, a partir do momento em que o papel do chefe de Estado é Conhecidos oficialmente os resul- ex-reitor da Universidade de Lis-
disse, numa altura em que o Go- que as televisões divulgaram as pre- estar para além dos partidos, numa tados eleitorais, o chefe de Estado boa, foi o segundo mais votado com
apenas 22% dos votos.
de

verno de António Costa se prepara visões que atribuíam ao candidato a relação de colaboração “de acordo moçambicano, Filipe Nyusi, enviou
para apresentar o Orçamento do vitória à primeira volta. No final do com os princípios do que constitu- uma mensagem a Marcelo Rebe-
Estado no Parlamento. discurso,, Marcelo encaminhou-se cionalmente cabe a um Presidente lo de Sousa, felicitando pela sua (Publico, Lusa e Redacção/SAVANA)
Depois de o ter proposto como
candidato, Marcelo assume-se
como o Presidente que quer unir
politicamente os que estão em
lados opostos e quer ser um pro-
motor de consensos: “Tudo farei
para unir aquilo que as conjunturas
O fato do Presidente Marcelo
io

M
dividiram, aproximando, fazendo arcelo ganhou – e um astronauta que entra em órbi- Presidente para aproximar posições ginalidade e independência.
pontes, cicatrizando feridas”. Su- à primeira volta. ta, nos próximos dias vai entrar em e cicatrizar feridas, para promover Marcelo é o homem dos ges-
blinhou a necessidade de “reforçar a Foi o candidato descompressão e, enquanto desce à convergências políticas e promover tos simbólicos, que fala dos
coesão social” e não dispensou uma do centro e teve Terra, despirá o fato de “professor”, a cultura do consenso. afectos sem parecer calculis-
referência ao Papa Francisco quan- votos à esquerda e à direita. de “candidato”, de “observador”. Só errou num ponto. Portugal não ta, que consegue ser convin-
ár

do disse que iria olhar pelos “mais Diz que não vai abdicar do Sagaz, Marcelo Rebelo de Sousa precisa de ser “refeito”; precisa de cente quando diz, como fez
pobres, pelos que vivem na periferia seu estilo. E ainda bem. Basta já começou o processo de transfor- ser constantemente melhorado. no discurso de vitória, que “é
da cidade”. adaptá-lo. mação. O tom lacónico – para não dizer o povo quem mais ordena”.
Ao espaço improvisado para a noite No início da noite eleitoral, entrou frio – com que Pedro Passos Coe- E por isso a sua eleição não
eleitoral não acorreram figuras com O grande desafio político de na sede de campanha em pose ins- lho comentou a vitória evidencia o só “não tira o sono a António
responsabilidade do PSD. Esti- Marcelo Rebelo de Sousa co- titucional, não fazendo comentários facto de esta ter sido acima de tudo Costa”, para citar o socialista
Di

veram os ex-membros do Gover- meça hoje. Depois de 40 anos para as televisões, nem responden- uma vitória pessoal. Marcelo não António Vitorino, como po-
no Rui Machete, Teresa Morais e na vida pública, vai ter de in- do a perguntas. No fim da noite, no teve apenas os votos da direita. Foi derá ser particularmente útil
António Leitão Amaro bem como ventar para si um novo perso- discurso de vitória, disse que queria um candidato mais desprendido ao novo Governo.
alguns deputados. Do CDS, o ou- nagem: o do homem que se deixar cinco “marcas” como Presi- dos partidos do que o próprio Sam- No domingo à noite, para
tro partido que recomendou o voto senta na cadeira de Presidente dente e todas remetiam para uma paio da Nóvoa, “o cidadão inde- uma multidão que não in-
em Marcelo, estiveram o porta-voz, da República. mesma ideia: unidade nacional. pendente”. Não ficou a dever nada cluía nem “personalidades”,
Filipe Lobo d’ Ávila e o vice-pre- Nestas quatro décadas, vi- Marcelo foi o candidato do centro, a ninguém nem a nenhum partido. nem líderes partidários, elo-
sidente da bancada, Telmo Correia. mo-lo quase todos os dias. distanciou-se da direita e prometeu Fez uma campanha solitária e en- giou os antigos presidentes
Esse afastamento do partido oficial Marcelo foi entertainer e fazer pontes. Agora, já eleito – e trará em Belém mais livre do que por, “cada um à sua manei-
reflectiu-se no discurso quando o showman; foi popular e estra- à primeira volta – citou António qualquer dos quatro homens que ra”, terem defendido os inte-
Presidente eleito saudou “os grupos tégico; foi comentador e ana- Costa e o Papa Francisco e até a foram Presidentes da República na resses de Portugal. O que ele
de cidadãos, movimentos e partidos lista; criticou e elogiou todos; Grândola Vila Morena, e tudo soou democracia portuguesa. Especula- queria dizer era o que vinha
que recomendaram o voto”. E apro- disse tudo e o seu contrário. a genuíno. Marcelo tem esse dom -se, com algum divertimento, sobre a seguir: “Não abdicarei do
veitou para sublinhar que, tal como Dos muitos fatos que vestiu, singular. Comunicador, disse o que quem escolherá para a sua equipa meu próprio estilo.” Ainda
assumiu na sua candidatura inde- nenhum serve agora a Mar- todos queremos ouvir de uma for- nuclear no palácio presidencial e bem. Basta adaptá-lo.
pendente, quer ser um “Presidente celo e Marcelo sabe-o. Como ma simples e directa: que será um isso é um sinal revelador da sua ori- (Editorial do Público)
livre e isento”, comprometendo-se
Savana 29-01-2016 17
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SOCIEDADE
18 Savana 29-01-2016
OPINIÃO

EDITORIAL Cartoon

Bissopo e uma
estranha mudança

o
de actuação

log
T
odo o mundo ficou mudo, quando o líder da oposição,
Afonso Dhlakama, foi atacado em Manica por duas vezes
em Setembro de 2015, uma acção levada a cabo, segundo a
retórica governamental, por “uma terceira força”.

A Assembleia da República, o mais alto órgão legislativo, onde a

ció
Renamo detém 89 deputados, constituindo-se na segunda maior
força política, ficou calada. O Governo sustentado pela Frelimo
idem. O Presidente da República permanece até hoje em estra-
nho silêncio. O regime ficou mal na fotografia perante claras
evidências – inclusive testemunhas oculares – da participação de
forças securitárias à paisana nos ataques a Dhlakama.
Os protestos – sociedade civil e algumas chancelarias – vieram
Guebuzismo???
dos suspeitos do costume, para glosar o clássico “Casablanca”.
Os ataques contra a oposição, no seu todo, não começaram hoje.
Por Régio Conrado

so
Vêm crescendo de maneira alarmante, estimulados pelo clima de

T
enho a intenção de reflectir o faz sistema, pois, mesmo que tenha de brigadas móveis de saúde que co-
ódio gerado pela postura histericamente belicista, de alguns sec- sobre um termo que hoje se tentado produzir uma forma espe- meçou intensamente em 1979 e que
tores radicais do regime. Durante a campanha eleitoral em 2014 transformou numa categoria de cífica de agir, parece-me que os lim- continua até hoje. A.G continuou
eram expediente normal as mortes, espancamentos, inceneração análise da nossa vida política. O bos de ligação, de continuidade e de com um processo histórico mais lon-
de bandeiras, sedes e casas de responsáveis. Mais recentemente, é termo é Guebuzismo. Este termo tem interpenetração temporal (M. Augé, go que lhe ultrapassa. Então falar de
o terror noturno em zonas de Nhamatanda, Gorongosa e Tsan- sido usado seja no discurso jornalís- P. Bourcheront) são os elementos es- guebuzismo é não só deixar de lado
gano. As mortes continuam selectivas. tico, seja no discurso de carácter aca- truturantes desse tal «guebuzismo». uma história da formação do Estado
Com o atentado há uma semana contra o Secretário Geral da démico como uma categoria que tem Como, então, analisar um processo a pós-colonial em Moçambique, mas
em si atributos
ibutos explicativos. Todavia, partir de um termo confuso, proble-
par também entrar numa espécie de «san-
Renamo, Manuel Bissopo, na cidade da Beira, região que sempre
porque não estou convencido que este mático, um conceito que ninguém ta ignorância» (O.Roy) desse processo
um
votou oposição, assistimos a uma estranha mudança de actuação. termo tenha alguma utilidade expli- sabe o que é que ele é concretamente? histórico, particularmente da cultura
A Frelimo, através do seu diligente porta-voz, Damião José, cativa, voltei às 292 páginas de uma O que se sente é que há uma apropria- política da Frelimo. Peter Geschie-
apressou-se a condenar, considerando uma acção criminosa que colectânea de discursos de A.G inti- ção de termos puramente políticos e re num famoso artigo «le poids de
“lamentamos profundamente e condenamos naturalmente este tulada «Armando Guebuza em pre- comuns, como podia ser o islamismo, l’histoire» (o Peso da história) critica
tipo de acções que põem em causa a integridade física dos cida- sidência aberta» para poder ver o que para analisar um processo complexo severamente o reducionismo presen-
dãos”. poderia ser o «guebuzismo». No fun- que é nossa incapacidade em nos as- tista que levou a produzir análises, se
A Assembleia da República, que nos anteriores ataques se man- do, o que me interessava era ver que sumirmos como parte de um mesmo não falsas, pelo menos superficiais.
teve silenciosa, também condenou a acção por via da sua Comis- conteúdo tinha essa palavra pomposa, projecto que é Moçambique. Se se Se pensarmos nestes termos, pode-
que para mim, não sendo nenhum diz que Guebuzismo não termina ou mos dizer que análises que partem
são Permanente, considerada pela chefe da bancada da Renamo,
conceito, nenhuma categoria de aná- termina, assume-se que ele exista mas desses termos políticos concorrem
como “terrorismo de Estado”.
lise, era apenas um espaço comum que quais, então, os elementos essenciais para duas coisas. A produção da falsa
Jorge Khalau, o actual Comandante-geral da polícia, descri- foi integrado no imaginário colectivo desse guebuzismo? Pelo que eu saiba consciência (Marx) e capitulação ex-
de

to como detendo uma posição de “pivot” nos eventos contra e no discurso académico sem nenhum até hoje não temos nenhum trabalho plicativa (Michael Lowi). A.G queria
Dhlakama em Manica e defensor feroz da necessidade do desar- trabalho de hermenêutica da logística de sistematização do que Guebuza fez entrar para a história como inovador.
mamento da Renamo, também convocou a imprensa para conde- interna do conceito (Levinas). Quan- como A. Bragança tinha tentado fazer De alguma forma o foi, mas de que
nar a acção contra Bissopo. do lemos e ouvimos esta palavra em com Samora (a ideia de samorismo). forma não sabemos ao ponto de falar
O ataque agudizou os momentos de incerteza política que o país diversos lugares de produção de dis- Recentemente, a politóloga B. Hibou de Guebuzismo. Essas análises legiti-
vive e, em alguns sectores, chegou-se a acreditar numa reacção de cursos (Bourdieu), ela pretende-se um juntamente com o politólogo marro- mam esse desejo sem descortinar que
força mais ousada por parte da Renamo, mas, tal como em ocasi- sistema de valores, de práticas, de es- quino M. Tozy, e outros, publicaram os grandes problemas não se limitam
trutura de acção criados por A.G. Mas uma obra «l’État d’injustice au Ma- nem a Guebuza e Nyusi, mas a uma
ões anteriores, Afonso Dhlakama apelou à contenção.
a questão que vem imediatamente é de ghreb: Tunisie et Maroc», onde aler- economia política de funcionamento
A Renamo e Afonso Dhlakama parecem ter-se apercebido que a sabermos o que é que há de novo nesse tam o problema de se assumir termos do partido Frelimo e de reprodução
ideia – tal como aconteceu em Setembro de 2015- é empurrá-los termo. No fundo, se respeitarmos aos sem validade científica para analisar dos seus membros cuja unidade é so-
io

para uma confrontação, acção que poderia levar alguns sectores a princípios de desconstrução (Derrida) fenómenos que precisam desse tipo de bretudo, penso, não pelas crenças mas
colocarem
arem em prática a “solução Savimbi”, colocada por algumas dos objectos e conceitos por via da análise. Se olharmos com rigor histó- a protecção de seus interesses, mesmo
alas da Frelimo como parte da equação para a solução da actual análise da sua durabilidade (Bergson), rico constataremos que o processo de que não estejam não de acordo so-
crise política. intencionalidade (Husserl), histori- implantação da administração públi- bre vários pontos. Isso não vem com
A aparente mudança de postura por parte dos mais importantes cidade (Foucault, Ricoeur), podemos ca logo após a independência e sua Guebuza. Continuando nesse tipo
ár

órgãos do Estado e do próprio partido Frelimo parecem mais dizer que guebuzismo não se consti- reimplantação após 1992, o fio con- de análises não nos permitimos ver
um apelo à calma e o aumentar do lastro para que, de novo, Fi- tui como uma ideia, pelo menos não dutor foi onde esteja um hospital, um aquilo que Marx tinha visto no seu “A
é nenhuma revelação da verdade nova centro de saúde, uma instituição deve guerra civil da França”, os problemas
lipe Nyusi tome uma iniciativa de paz, apesar do enorme fosso
(Heidegger), é apenas a recuperação igualmente estar instalada uma estru- estruturais que se manifestam por
de desconfiança e descrédito cavado em relação à Renamo e a e renovação de mecanismos coloniais tura do partido. Foi nestes termos que meio de posições de diferentes grupos
Afonso Dhlakama. e da primeira República (vejamos as hoje vemos que regiões antigamente dentro de determinadas classes. Im-
Fevereiro – Comité Central da Frelimo - e Março - mês anun- lógicas de funcionamento do Estado dominadas pela Renamo estão de al- plicitamente, aqueles que assumem o
Di

ciado por Dhlakama para governar seis províncias onde reivindi- Novo). Mas não significa que seja pu- guma forma sob controlo da Frelimo Guebuzismo como categoria analítica
ca vitória - estão bem pertinho. ramente isso. Esquematicamente ele por via da administração e de serviços ajudam a construí-lo, dão-no conteú-
E por isso, é preciso que algo aconteça. reconstruiu quadros de acção antigos do Estado como a saúde. O exemplo do e ofuscam os reais problemas que
para um contexto novo. Mas isso não mais caricato é a forma de politização esse país tem.

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Savana 29-01-2016 19
OPINIÃO

RELATIVIZANDO
Por Ericino de Salema

O disparate de Mariano Matsinha

o
S
emana passada, concreta- dos intensivos, por uma bala se ter nia, provedor de justiça e de magis- anos. Não é por acaso que um ilus- as quais se destaca
taca a de ministro da
mente ao princípio da tarde alojado numa parte sensível do seu trados, bem como à dos presidentes tre cidadão classificou o atentado à Segurança.
do dia 20 de Janeiro, uma corpo. Dito de outra forma, ainda e secretários-gerais (ou equiparados) vida de Bissopo de quarto atenta- É que, na noite do dia em que Bis-
quarta-feira, Manuel Bisso- não está fora de perigo. de partidos políticos com assento na do à paz, depois dos dois ataques sopo foi vítima de um atentado à

log
po, deputado da Assembleia da Re- Embora se reconheça a igualdade AR constitui algo particularmente de que Afonso Dhlakama, líder da sua vida, evento que, em boa verda-
pública (AR) pela bancada da Re- de todos perante a lei, há a desta- grave, a ponto de a moldura penal Renamo, foi vítima em Setembro de, pode ser visto, reiteramos, como
namo e secretário-geral (SG) deste car, neste caso em concreto, o facto aplicável a situações tais ser de entre de 2015, ao que se seguiu, em Ou- mais um atentado à própria paz, qual
partido político, foi vítima de um de a qualidade do sujeito (membro 16 a 20 anos de prisão maior. tubroo do mesmo ano, um assalto à bem colectivo, quando interpelado
atentado à sua vida numa das zonas de um órgão de soberania e SG do O atentado à vida de Bissopo acon- sua residência na cidade da Beira por jornalistas à margem da ceri-
nobres da cidade da Beira, tendo, na maior partido da oposição no país) tece num momento particularmente pelas Forças de Defesa e Seguran- mónia de lançamento do website de
ocasião, perdido de imediato a vida qualificar para que o atentado à vida crítico da vida do país, tendo em ça (FDS), supostamente com o fito um antigo Presidente da República
o seu ajudante de campo, que com de Bissopo dever ser visto de forma conta que se está, de há alguns me- de se proceder ao desarmamento da (PR), Matsinha disse, a propósito,
ele seguia na sua viatura. diversa de qualquer outra situação ses a esta parte, num impasse en- Renamo, o que nos parece não ser mais ou menos o seguinte: “aquilo

ció
análoga. Aliás, coube ao próprio tre o Governo e a Renamo, o que sinónimo de desarmamento com- só pode ser algo interno; só pode
Relatos da imprensa dizem que Bis- legislador penal moçambicano es- coloca preocupações redobradas à pulsivo da guarda do presidente do ter a ver com confusões internas da
sopo, que dias depois foi evacuado tabelecer, no artigo 384 do Código nossa paz, que, infelizmente, nunca maior partido da oposição. própria Renamo e não outra coisa”.
para uma clínica na vizinha África Penal (CP), que o atentado à vida foi materialmente efectiva, sobretu- Muitos têm estado a se pronun- Julgamos serem absolutamente ir-
do Sul, encontra-se a receber cuida- dos membros dos órgãos de sobera- do nos últimos pouco mais de dois ciar quanto ao que julgam ser o leit responsáveis os pronunciamentos
motiv do atentado à vida de Bisso- de Matsinha, sobretudo quando
po, havendo os que não dissociam, não apresenta prova alguma para
disso, as suas paixões políticas: “só consubstanciar as suas graves afir-
pode ser obra da Frelimo”, dizem mações. Muitos “acólitos” disto ou

“Devemos produzir mais” – mas como?


so
alguns; “só pode ser produto de bri- daquele já fizeram pronunciamentos
gas internas da própria Renamo”, da mesma estirpe, à esquerda ou à
referem outros. Tudo isso, em bom direita, mas de um membro de um
rigor, não esvazia algo nitidamente órgão com dignidade constitucional,
Por Carrie Davies*
factual: um membro de um órgão de designadamente o Conselho Nacio-
soberania (a AR, neste caso), que é nal de Defesa e Segurança, julgamos

R
ecentemente, tanto o Presi- impostos e taxas. Todo o sistema ne- nómica, mas apesar disso devemos
dente como o Governador cessita de uma simplificação radical. procurar formas de desenvolver e também SG do principal partido da ser absolutamente lamentável ouvir
do Banco de Moçambique O quadro legal para as empresas é melhorar as infra-estruturas pú- oposição, foi vítima de um atentado palavras tais. Sobretudo, insistimos,
afirmaram que Moçambi- altamente complexo com jurisdições blicas, seja através de parcerias à sua vida, em plena luz do dia e no quando tal membro é um dos dois
coração da segunda maior cidade do que, nos termos da Constituição da
um
que deve aumentar a produção local sobrepostas e uma multiplicidade de público-privadas ou de outros me-
e reduzir a dependência das impor- licenças, impostos e taxas a pagar. país. República de Moçambique (CRM),
canismos. Devemos definitivamente
tações. Eles explicam que isso é uma Se o Governo realmente quer au- Se se pode fazer um esforço no sen- é de nomeação presidencial.
ter um plano de desenvolvimento
forma de atenuar a crise económica mentar a produção, deve eliminar os tido de se multiplicar muitas das Uma das atribuições constitucionais
infra-estrutural, que mostre quando
actual com que o País se depara. muitos níveis de requisitos burocrá- declarações tais por zero, para que do Conselho Nacional de Defesa e
e onde estarão disponíveis infra-
ticos diversos. o resultado seja nada, julgamos não Segurança é “...analisar e acompa-
-estruturas para que as empresas
Toda a política sobre as interacções ser razoável assim proceder para nhar iniciativas de outros órgãos do
Aumentar a produção não é algo possam tomar decisões sobre onde e
entre o Governo e o sector empre- com certa categoria de pessoas, pe- Estado que visem (...) a manutenção
que se faz sem problemas de um dia quando investir ou expandir os seus
sarial deve ser invertida. Em vez las responsabilidades públicas e/ou da lei e da ordem” – alínea d) do ar-
para o outro. Os Moçambicanos tra- negócios.
das empresas terem de pedir auto- estaduais que possuem. Uma das tigo 269 da CRM –, pelo que não
balham muito e produzem na medi- Atitude – Uma via rápida de me-
rização ao Governo para as coisas pessoas que se encontra nessa situ- sabemos que relevância teria o con-
da das suas possibilidades. Reduzir a lhorar o ambiente empresarial seria ação é Mariano de Araújo Matsi- curso de Mariano de Araújo Mat-
mais pequenas, as empresas devem melhorar a atitude do sector público
dependência das importações não é nha, que é, desde Agosto de 2015, sinha se tivesse, por exemplo, de se
de

poder funcionar livremente.


emente. O papel vis-à-vis o público em geral e o sec-
algo que indivíduos podem resolver. membro do Conselho Nacional de pronunciar, em sede própria, a pro-
do Governo deve ser uma da gestão tor empr
empresarial em parparticular.
O Governo deve eliminar as bar- Defesa e Segurança, por nomeação pósito da problemática ‘Comissão
ligeira, visando assegurar a confor- Em vez de ver aqueles que se apro-
reiras que actualmente impedem a presidencial. No passado, Matsinha de Inquérito’ aparentemente consti-
midade legal. ximam de sector público como ir-
produção. já ocupou tantas outras pastas de re- tuída por Jorge Khalau para inves-
Em vez de cada um dos muitos ní-
As barreiras ao desenvolvimento ritantes ou como forma de ganhar dobrada responsabilidade, de entre tigar o atentado à vida de Bissopo.
veis do Governo obter dinheiro das
económico são bem conhecidas. Os dinheiro, o sector público devem
dinheir
empresas por meio das suas próprias
constrangimentos dentro do am- tratá-los como clientes e esforçar-
taxas, licenças, taxas para a apresen-
biente de negócios são bem conhe- -se por dar o máximo apoio possí-
tação de documentos, etc., o único
cidos. O Governo deve agora tomar vel. Isto inclui pôr termo às práticas
enfoque deve ser na geração e au-
medidas urgentes para eliminar es- corruptas e remover o espírito de
io

mento de receitas fiscais. Devem ser


tas barreiras e constrangimentos. “deixa andar” que actualmente é ge-
implementadas o mais rapidamente
Nos últimos 20 anos o Governo e neralizado.
possível medidas como a tributação Email: carlosserra_maputo@yahoo.com
o sector empresarial entabularam O sector público deve ver uma
electrónica (e-tributação). Todas as Portal: http://oficinadesociologia.blogspot.com
um diálogo sobre o ambiente de produção mais elevada pelo sector
outras taxas e impostos devem ser 461
negócios. Uma análise deste diálo- eliminados. O Governo deve focar privado como o objectivo principal
ár

go mostra que foram levantadas as


mesmas questões ano após ano, mas
em deixar o sector empresarial pro-
duzir e na tributação das empresas
de tudo que fazem. Por isso, cada
uma das acções e decisões deve ser Quem ganha, quem
não foram resolvidas. As mesmas nos lucros que fazem. Isto iria redu- tomada tendo em vista facilitar as
questões surgem novamente na ma- zir o tempo, os custos e a corrupção. operações rápidas, custo-eficientes e
triz do diálogo público-privado da
CTA, nas propostas para um me-
Infra-estrutura – O papel do Go-
verno deve ser oferecer ao sector
legais das empresas.
Para concluir, não basta dizer sim-
conduz, quem influencia?
Di

lhor desempenho nos indicadores empresarial o melhor ambiente físi-


empresar plesmente que devemos produzir

A
de Doing Business como apresenta- co possível no qual poderá funcio- mais e reduzir a dependência do luta pela preeminên- “A análise empírica demonstra
das pelo MIC e o Banco Mundial, nar. São necessários grandes inves- país das importações. O Governo cia ocupa uma parte que [o jogo da cooperação, CS]
na Estratégia de Melhoramento do timentos nas infra-estruturas para deve urgentemente tomar medidas significativa da vida é dominado por problemas de
Ambiente de Negócios, no Plano assegurar que as empresas possam
assegur concretas para melhorar radical- social. Com um pouco poder; não o poder no sentido
Quinquenal e em muitos planos e movimentar bens por todo o País e mente o ambiente de negócios, al- de atenção, em particular aos político e mais ou menos míti-
estratégias sectoriais. para dentro e fora do País, e que te- terar a sua atitude perante o sector fenómenos que parecem sem co do termo, esta entidade que
Em consequência da falta de refor- nham electricidade e água suficiente empresarial, eliminar a burocracia e importância, verificamos quan- reside no topo e que podería-
mas encontramo-nos na situação para funcionar. Todas as decisões elaborar e implementar um plano de to a vida é, ao mesmo tempo, mos um dia capturar, mas as
actual. sobre investimentos nas infra-estru- investimento em infra-estruturas. cooperação e conflito, quanto relações de poder, estas relações
As questões que limitam a produção turas devem basear-se numa análise As causas da falta de produção são que todo o mundo mantém
é um jogo permanente de rela-
podem em termos gerais ser classifi- custo-benefício clara em torno da bem conhecidas – chegou o mo- com todo o mundo para sa-
ções e de problemas de poder.
cadas do seguinte modo: questão de quanto tempo ou dinhei- mento de concentrar-nos na cura. ber quem perde, quem ganha,
Interacção entre o sector empre- ro irão poupar para as empresas ou Os moçambicanos querem produzir quem conduz, quem influencia,
sarial e o Governo – incluindo li- do volume de receitas fiscais novas mais. Cabe ao Governo tornar isso A esse respeito escreveu o soci- quem depende de quem, quem
cenciamentos, permissões, requeri- das empresas a que irão dar origem. possível. ólogo francês Michel Crozier: manipula e até onde o faz.”
mentos, inspecções, pagamentos de Encontramo-nos numa crise eco- *Speed
20 Savana 29-01-2016
OPINIÃO

Breve reflexão sobre inconstitucionalidade


A TALHE DE FOICE
Por
P Machado da Graça
de normas do Código de Processo Penal
Por João Nhampossa*

o
I
. Injustiça legalizada que, dependendo do interesse do juiz ou por incompetência,
o mesmo condena os réus, sabendo que não há matéria para
a. O artigo 540 do Código de Processo Penal (CPP) que tal ou absolve
ve os mesmos quando há elementos bastantes que

A Lei evidenciam, indubitavelmente, que os réus em causa comete-

log
determina que “Só poderá interpor-se recurso da senten-
ça para a respectiva Relação, quando os representantes da ram o crime de que são acusados.
acusados. Neste contexto, os cidadãos
acusação ou da defesa expressamente declararem que não e o Ministério Público têm sido vítimas de violação do direito
prescindem dele, antes de se proceder ao interrogatório à defesa e do direito de recorrer aos tribunais por via de re-
Há muito tempo que se sobre o uniforme (...)” curso. O trabalho da defesa e da acusação para a descoberta
do réu.”
vinha notando que a Lei, Portanto, existe uma nor- da verdade material dos factos é significativamente ignorado
b. O artigo 561 do CPP determina que “(…) Só pode recor-
no nosso país, tem de ser ma legal, o Decreto Lei e a garantia de realização de um julgamento justo também
rer-se da sentença final, se a acusação ou a defesa decla-
cumprida rigorosamen- no. 1/2011, que impõe a rarem antes do interrogatório do réu que não prescindem fica comprometida devido ao conteúdo das normas do CPP
te nos casos em que isso identificação dos agentes do recurso e o interpuserem logo em seguida à leitura da supra.
agrada, ou interessa, aos da PT como condição sentença.” Quando o julgamento é reduzido a escrito sob a forma de

ció
detentores do Poder. Nos para que estes possam c. O parágrafo único do artigo 651 do CPP que determina acta de julgamento, há espaço para esclarecimento conjunto
casos em que isso não mandar parar uma viatu- que “No processo sumário, o recurso da sentença final só de quaisquer dúvidas ou para chamar a atenção do tribunal
agrada, ou não interessa ra. pode interpor-se em seguida à sua leitura, nos termos do para considerar aspectos que se afiguram importantes para
às autoridades, a Lei pode Os agentes que o fizerem artigo 561. uma decisão conscienciosa e justa.
ser totalmente ignorada. sem estar devidamente Importa notar que o processo Sumário-Crime é mais grave
Só que isso nunca tinha identificados estão, eles relativamente à limitação do direito de defesa e de recorrer
A obrigatoriedade legal da declaração expressa de não pres-
sido dito, clara e aberta- próprios, a violar o Códi- aos tribunais através de recurso, na medida em que mesmo se
cindir de recurso por parte da acusação (Ministério Público)
mente, por um porta-voz go de Estrada. a defesa ou a acusação declararem expressamente não pres-
ou da defesa antes do interrogatório do réu em sede de julga-
qualificado dessas mes- E não vejo razão para ser cindirem de recurso, se não interpuserem tal recurso logo de
mento nos processos Sumário-Crime e Polícia Correccional

so
imediato após a leitura da sentença, também, perdem a pos-
mas autoridades. obrigado a cumprir os é condição processual essencial para efeitos de admissibili-
sibilidade legal de recorrer para instância superior caso não
Agora foi. outros artigos do Código, dade de recurso e consequente reapreciação das sentenças
concordem com a sentença. O que significa que o prazo para
Segundo o porta-voz do sujeitando-me a ser mul- proferidas nestes processos-crimes. Ora, não havendo essa
recorrer da sentença é logo após a leitura da mesma.
Comando Geral da Polí- tado ou sofrer maiores declaração expressa, os factos relatados em julgamento sobre
Nos termos do nº 1 do artigo 62 da Constituição “O Estado
cia, Inácio Dina, os agen- punições, por um polícia a produção de prova não são reduzidas a escrito, não havendo,
garante o acesso dos cidadãos aos tribunais e garante aos ar-
tes policiais em serviço que está fora da Lei. portanto, nenhuma acta de julgamento. Nestes casos, cabe ao
guidos o direito de defesa e o direito à assistência jurídica e
não são obrigados a usar E, se tudo isso é grave em juiz memorizar ou tomar nota de tudo quanto é dito no julga-
patrocínio judiciário.” No mesmo sentido e em complemen-
mento e que achar relevante para fazer a sentença, sem ajuda
placas de identificação. si, mais grave é vir um taridade com a garantia do direito à defesa, o artigo 70 da
e conhecimento sobre tais notas dos demais intervenientes no
Ora, o Código da Estra- porta-voz da autoridade Constituição determina que “O cidadão tem o direito de re-
um
julgamento. No final, a sentença é proferida com a natureza
da em vigor no nosso país dizer, perante os órgãos correr aos tribunais contra os actos que violem os seus direitos
de decisão transitada em julgado e irrecorrível, se não através
determina: de informação nacionais, da revisão extraordinária de sentença, ainda que a sentença e interesses reconhecidos pela constituição e pela lei.” Estas
“art. 11º. – 1. – Todos os que os polícias estão au- seja injusta ou contrária à lei. Por isso, há espaço para o juiz disposições constituem a garantia constitucional da extensão
condutores de veículos torizados a desprezar a ferir o princípio da veracidade deturpando o que foi dito no do direito à defesa e direito de acesso aos tribunais.
ou animais são obriga- mesma lei que impõem julgamento de relevante, uma vez ter certeza de que não ha-
dos a parar sempre que aos outros utilizadores verá recurso que possa anular a sua decisão. II. Concluindo
uma autoridade policial das estradas. O conteúdo das normas do CPP supra confere excessivo po- As normas do CPP em questão são inconstitucionais por
ou seus agentes, devida- Creio que seria muito útil der discricionário ao juiz para decidir sem rigor jurídico ne- contrariam os artigos 62 e 70 da Constituição, na medida em
mente uniformizados e que a verdade fosse pu- cessário, para além de que conflitua com o princípio constitu- que limitam o exercício do direito fundamental à defesa e de
identificados nos termos blicamente restabelecida cional da presunção da inocência e com a extensão do direito acesso à justiça à margem da Constituição, sabendo que nos
do número 2 do artigo e Inácio Dina fizesse a recurso.
à defesa por via de rrecurso termos do nº 4 do artigo 2 da Constituição “as normas cons-
de

anterior, lhes façam sinal competente autocrítica, O referido condicionalismo para efeitos de recurso está colo- titucionais prevalecem sobre todas as restantes normas do
para tal fim.” para evitar situações de- cado de forma ardilosa e como se de uma “ratoeira” se tratas- ordenamento jurídico.” Não se deve, pois, desrespeitar a regra
Ora, o tal número 2 do sagradáveis se um condu- se. Ademais, sabendo que os magistrados se beneficiam dos do processo penal como garantidora do direito constitucional
art. 10º. Determina que: tor se recusar a ser inter- emolumentos que advém duma condenação, facilmente os de ampla defesa, até porque não se percebe o que se pretende
perversos ficam tentados a decidir pensando nas vantagens salvaguardar com o conteúdo de tais normas do CPP.
“Os agentes da PT devem pelado por um agente da
dos emolumentos, em prejuízo da salvaguarda dos direitos e
estar identificados com o autoridade não devida-
liber
liberdades fundamentais dos arguidos. Aliás, situações há em Advogado e defensor de direitos humanos*
nome e número visíveis mente identificado.
io

Por Luís Guevane


SACO AZUL

Fevereiro (Frelimo) e Março (Renamo)


ár

A
ndamos com o coração a pulsar çando conscientemente a inteligência. Den- vez repleto, representaria o poder ao ponto dio” bem como a velha roupagem do tipo “o
ao compasso de Fevereiro e Mar- tro do pacote político, na reunião extraordi- de transbordar para outro? De que fontes se poder arranca-se!”.
ço. Fevereiro é, por assim dizer, nária do Comité Central da Frelimo prevista alimentariam para mais rapidamente ficarem É neste sentido que o mês de Fevereiro será
Di

o mês da Frelimo e Março, o da para o dia 5 de Fevereiro do ano em curso, repletos? o da Frelimo e o de Março o da Renamo. A
Renamo. Não estamos a vislumbrar gran- este assunto, por razões óbvias, não escapará à A sessão extraordinária do CC da Frelimo, euforia do mês de Fevereiro poderá vir a ser
de coisa relativamente ao que poderá vir agenda. A questão da verdadeira “entrega” do uma vez deliberada a reestruturação do seu marcada ou pelo dia 3, dia dos Heróis Mo-
a ser produzido pelo mês de Fevereiro poder a Nyusi (PR) poderá, nesse encontro, secretariado, poderá provavelmente trazer- çambicanos, ou pela sessão do dia 5. Pela
para poder antecipar-se desfazendo um não ser o problema de fundo. Será, prova- -nos novos elementos de análise da situação situação em que nos encontramos política
(provável) confronto de consequências velmente, tomado como algo “ultrapassado”, política em Moçambique. Elementos positi- e militarmente, a sessão do dia 5 assume-se
imprevisíveis em Março, Abril... Mesmo algo a ser “debatido formalmente” para o gos- vos e de esperança. Ou poderá, simplesmente, como aquela possuidora de importância re-
aumentando a graduação das lentes que to de uns e outros. A questão de fundo será metaforizar a esperança e ficarmos na con- dobrada. Ao que parece, o anúncio no ano
usamos. É bem melhor tirarmos os óculos o debate sobre o poder, sobre a aceitação ou fusão entre “conteúdo” e “forma”. Essa ses- passado, do mês de Março (o da Renamo),
e ficarmos fora de qualquer graduação de a recusa da tomada de poder pela Renamo são poderá mesmo vir a ser vital se produzir como aquele dedicado à tomada das “suas
lentes. nas “suas províncias”. Que impactos de cur- não só mudanças em termos de novas peças províncias”, teve o condão estratégico de
A persistência com que a Renamo aborda to, médio e longo prazos essa “entrega” terá no xadrez do CC como, também, se o novo contar com a sessão extraordinária do CC
a questão de governação das “suas provín- na quantidade e qualidade de poder que a conteúdo produzido significar uma mudan- da Frelimo. Lançaram a bola e agora es-
cias”, em Março de 2016, parece transmi- Frelimo tem no País? Se a Renamo e a Freli- ça de paradigma relativamente às pretensões peram pela reacção de Fevereiro para ver
tir alguma seriedade. É preciso encará-la mo fossem representadas cada uma por uma da Renamo para o mês de Março. Fora desse como actuarão em Março. Desejamos que
afinando um pouco mais os olhos e agu- garrafa de um litro qual dos recipientes, uma conteúdo deverá estar claramente o “nó gór- prevaleça a lógica da Paz e não a de guerra.
Savana 29-01-2016 21
OPINIÃO

Reposicionamento angolano nos media em Portugal*


1
. As recentes movimenta- 2. O GAM (Grupo António Mos- como a operadora de telecomuni- dificultado, já nas últimas fases, pela da Revista Rumos e do jornal Mer-
ções de sociedades de capi- quito) é considerado “intermediário” cações Nos, vir a adquirir a mesma penhora fiscal dos activos do grupo, cado, através da empresa MédiaRu-
tais angolanos em empresas (AM 823) de interesses de Isabel participação. por incumprimento de dívidas. mos, com instalações no bairro de
de media em Portugal são dos Santos nos negócios da comuni- 3. O desinvestimento do grupo Ma- O grupo vendedor, Ongoing, acei- Alvalade.

o
interpretadas no sector como um cação social em Portugal. Em priva- daleno nos jornais Sol e I é inter- tou inclusivamente assumir o passi- Um dos principais revezes nas ne-
reposicionamento dos interesses do, António Mosquito terá, mesmo pretado também como conjuntural. vo dos meios de comunicação social. gociações com a Haitong terá acon-
que as mesmas representam, liga- antes de se concretizarem os investi- Oficialmente, o grupo saiu do capi- Internamente, o mês de fevereiro é tecido quando D Vunge se fez re-
dos em última instância ao regime mentos na Global Media e também tal dos dois jornais, o que obrigou visto agora como limite para ser en- presentar pela advogada Ana Bruno,

log
do MPLA, no sentido de ajustar o na construtora Soares da Costa, ma- a emagrecer fortemente a estrutura, contrada uma solução para viabili- representante legal de Álvaro Sobri-
esforço financeiro necessário ao atu- nifestado desconforto com a posição com o despedimento de 120 traba- zar os meios e continuação da sua nho. O facto causou surpresa e de-
al momento de constrangimentos que teria sido compelido a assumir. lhadores e renegociação dos salários publicação. sagrado nas equipas negociais por-
financeiros em Angola. Após contactos na Presidência, em dos restantes. Os activos da empresa estão ava- tuguesas, que integravam equipas
Nov., Mosquito terá conseguido ne- A decisão foi abrupta, até porque al- liados em cerca de 40 milhões de ligadas ao antigo BES, que manteve
O anúncio da saída de António gociar uma saída a breve trecho dos guns meses antes os jornais estavam euros, incluindo a televisão (Eco- conflito aberto com Sobrinho (AM
Mosquito da Global Media, res- media e da construção em Portugal, “no mercado” a avaliar a contração nómico TV), vista como o meio que 876, 808, 876).
ponsável pela publicação de títulos que considerava estarem a trazer- de jornalistas. Os títulos continuam mais interesse desperta ao investidor 6. A entrada dos interesses ango-
históricos como o Diário de Notí- -lhe danos reputacionais, pela im- a ser publicados, agora sob respon- angolano. A penhora terá dificulta- lanos nos media em Portugal é ge-
cias, Jornal de Notícias e ainda pela putação a si mesmo das consequên- sabilidade de uma empresa criada do uma solução, mas mantém-se, o ralmente considerada no regime do

ció
rádio TSF, é vista sobretudo como cias (prejuízos, despedimentos) das pelo ex-administrador Mário Ra- interesse de D Vunge e as negocia- MPLA como tendo falhado, a nível
correspondendo aos interesses repu- crescentes dificuldades. mires. ções com a Haitong (ex-BESI). financeiro e também de influência
tacionais do próprio. Anunciou posteriormente a renún- Segundo observam fontes do sector, A contraparte inclui também o política. A situação terá sido inter-
O grupo de media tem vindo a pro- cia à presidência da Soares da Costa, a continuação da publicação e o pa- Novo Banco (ex-BES), credor de namente comentada pelo presidente
ceder a despedimentos, apesar de a a par da intenção de sair do capital gamento das indemnizações nego- 400 milhões de euros em dívidas da da República, questionando o facto
entrada de Mosquito, no início de da construtora, onde detém 66,7 ciadas exigem um esforço financeiro Ongoing, parte das quais têm como de o esperado benefício “de imagem”
2014 por mais de 10 milhões de por cento, após um investimento de só possível com o apoio dos colateral os activos do Económico. não ter surgido.
euros, ter sido anunciada como uma 70 milhões de euros feito em 2014. anteriores accionistas, que assim po- Uma solução terá semprsempre de ser A situação foi vista como um “car-
solução que assegurava a liquidez e Oficialmente, atribui a decisão a deriam manter a sua influência nos aceite pelo Banco de Portugal e pelo tão” a Manuel Vicente, defensor

so
viabilidade das operações. uma reorientação estratégica do títulos, mas agora com um menor Fundo de Resolução, que mantêm da estratégia seguida e apoiante de
A solução então encontrada permi- grupo para os negócios em Angola. esforço financeiro e exposição. controlo do banco. Carlos Silva, que através da banca
tiu aos dois maiores bancos credores A decisão de sair da Global Media O Grupo Madaleno é geralmente 5. Desconhecido em Portugal, D. garantiu a concretização das prin-
(Millennium Bcp e Novo Banco) terá sido posteriormente comunica- considerado testa-de-ferro,o, no país e Vunge é considerado próximo de cipais operações. Dos contactos sa-
limparem o seu passivo, trocando da ao presidente não-executivo do o, de interesses de altos
no estrangeiro, duas das mais importantes figuras íram instruções no sentido de “apa-
dívida por participações diretas na grupo, Daniel Proença de Carvalho, sectores do regime e da elite políti- da Presidência da República: Alde- nhar os cacos” dos investimentos e
sociedade. O até então dono da so- que pediu ao empresário para aguar- ca no mundo mediático (AM 980). miro da Conceição, diretor do Ga- de dar uma “nova dinâmica” aos in-
ciedade a 100 por cento, Joaquim dar até final de fevereiro, enquanto É controlado por Álvaro Sobrinho, binete de Quadros, e Hélder Vieira vestimentos nos media.
Oliveira, reduziu a sua participação se encontrava uma solução para a e tem a maior parte das chamadas Dias “Kopelipa”, chefe da Casa Mi- Mário António foi recentemente
um
para 27,5 por cento, tal como Mos- manter a estrutura acionista. publicações privadas – Novo Jornal, litarv. É visto como um “ponta de enviado a Portugal, com uma equipa
quito. Em meios dos media, é admitida Expansãoo e Sol, além do Agora, cuja lança do sistema”. que coordena, para fazer um levan-
Os problemas da Global Media têm como solução mais provável a ven- publicação foi recentemente sus- Em Luanda, está ligado a vários tamento da situação das diversas
tido grande visibilidade em Portu- da a outro empresário angolano da pensa após um editorial considerado negócios, que incluem as lojas Des- operações e propor uma nova es-
gal, sendo os accionistas, e Mosqui- participação na sociedade veículo “irreverente”. contão. Nos media, esteve na Score tratégia. As “arrumações” em curso
to em particular, frequentemente vi- detentora da participação na Global 4. Em negociação continua a entra- Media, que publicou o Expansão, deverão deixar de fora A Mosquito,
sados em manifestações. É admitida Media. Mais remota é vista a pos- da de Domingos Vunge no grupo antes de o jornal passar a ser con- o grupo Madaleno e C Silva.
a necessidade de novos cortes e/ou sibilidade de alguma das empresas Económico. O negócio foi dado trolado pelo grupo Madaleno. Mais
despedimentos no futuro próximo. participadas por Isabel dos Santos, como fechado em nov., mas terá sido tarde, assumiu-se como investidor *áfricamonitor intelligence, edição 995
de

Tornar uma crise numa oportunidade


Por Otis Holloway*

M
oçambique entrou num senvolvimento. A confiança de que no Governo. que permite a participação públi- uma cooperação eficaz entre as al-
período de crise finan- ambique está disposto a imple-
Moçambique Há uma série de reformas que pode- ca no processo legislativo – esta fândegas e as outras autoridades na
ceira, com uma moeda mentar ou aprofundar as reformas rão ser introduzidas rapidamente e legislação já existe e está pronta facilitação do comércio e das ques-
em desvalorização rápi- e continuar a ser um bom destino facilmente e que poderão ter grande para ser discutida e promulgada. A tões em relação ao cumprimento
io

da, um défice da balança corrente e para o investimento, contribuirá impacto. Algumas delas terão baixo sua aprovação irá enviar um sinal das obrigações aduaneiras.
uma escassez de reservas cambiais. em larga medida para acalmar os ou nenhum custo para o Governo claro à sociedade civil e à comuni- Estas e outras medidas políticas e
De facto, o banco central já aler- receios sobre a economia e a gestão e outras irão mesmo dar origem ao dade internacional que o Governo administrativas poderão constituir
tou o sector privado e a economia das finanças públicas e talvez iniciar aumento das suas receitas. está aberto ao diálogo e disposto a opções gratuitas para o Governo
como um todo da sua incapacidade a inverter a situação actual. Algumas das nossas propostas são participar com a sociedade civil em sublinhar o seu compromisso de
ár

venção para estabilizar os


de intervenção O Plano Quinquenal do Governo já as seguintes: prol do melhor futuro possível para melhorar o ambiente empresarial
mercados, basicamente avisando os indica que um objectivo importante Garantir a aplicação uniforme da o País. e de contribuir para o fomento dos
consumidores de estar preparados é melhorar a classificação do País lei – todos os indivíduos e empresas Aprovar a legislação sobre “cessão investimentos essenciais que o País
para tempos difíceis. É invulgar en- nos indicadores de Doing Business são afectados negativamente pela de exploração” que irá permitir as precisa.
contrar um país em desenvolvimen- (Fazer Negócios) do Banco Mun- forma como muitas leis são aplica- comunidades e singulares a envol- Como dissemos – nenhuma destas
dores, que se vê
to apoiado por doadores, dial, promovendo um ambiente em- das (por exemplo, em relação à ter- ver-se no “arrendamento” de terras, medidas tem custos adicionais. To-
Di

confrontado com a necessidade de presarial atraente para investidores ra, o emprego de cidadãos nacionais trazendo mais benefícios económi- das elas irão aumentar significati-
implementar medidas de austerida- nacionais bem como estrangeiros. e estrangeiros, a constituição e li- cos das parcelas de terra subutilizas
vamente a confiança no Governo e
de. As razões são bem conhecidas. A situação actual não apoia esta in- cenciamento de empresas, a impor- e basicamente permitir que a terra
na economia. Reconhecemos que os
Todas as soluções, incluindo o au- tenção, uma vez que Moçambique tação e exportação). Os funcioná- se torne um bem económico pelo
tempos são difíceis e que a situação
o, a reestrutu-
mento das taxas de juro, desceu 5 lugares em relação aos seus rios da função pública muitas vezes qual os titulares de DUAT’s po-
política é difícil. Contudo, a crise
ração do mercado cambial, a revisão pares na classificação para 2016. A elaboram as suas próprias interpre- derão proceder a cessões com um
oferece uma oportunidade de mos-
do orçamento para 2016 em baixa, implementação de reformas, que tações do quadro legal e “aplicam” mínimo de intervenção ou discrição
e a redução de subsídios, estão em irão fortemente apoiar o ambiente novos procedimentos e requisitos. do Governo. trar forte liderança e empenho na
discussão. empresarial do País, iria contribuir Esta situação pode ser ultrapassada Garantir que sejam dados passos reforma. As decisões tomadas agora
muito para recuperar a economia. rapidamente, facilmente e a custo para que Moçambique ratifique o terão impacto na economia durante
Contudo, cada crise também ofe- Neste ponto, se o Governo der um zero. Exige simplesmente vontade Acordo de Facilitação do Comércio muitos anos. Então, vamos juntos
rece uma oportunidade. Todas sinal da sua intenção de proceder e liderança políticas – instruções (AFC) de Bali, que inclui disposi- aproveitar esta oportunidade e agir
as soluções descritas acima serão a grandes reformas no sentido de directas dos membros superiores do ções para acelerar o movimento, a decisivamente para implementar a
importantes. Ao mesmo tempo, melhorar o clima de investimento, Governo para o seu pessoal no sen- autorização de saída e o desalfande- legislação existente e as reformas-
o Governo precisa de aumentar a isto iria provavelmente apaziguar os tido de começar a aplicar a lei como gamento de mercadorias, incluindo -chave.
confiança no seio das pessoas, dos receios dos investidores, bem como está escrita e deve ser aplicada. as mercadorias em trânsito. O AFC
investidores e nos parceiros de de- restaurar a confiança dos cidadãos Aprovar o projecto de legislação também estabelece medidas para *Speed
22 Savana 29-01-2016
DESPORTO

Agora é a vez de Abel Xavier

Moçambique: o país da “iniciação”!


-“A nossa lógica nunca foi trazer grandes treinadores, com curricula, mas de eles fazerem os seus curricula aqui”, Alberto Sima
Simango Júnior

o
Por Abílio Maolela

J
á está decidido! Abel Luís da Seguiu-se depois, em 2011, o alemão mas de marcar”, defende.

log
Silva Costa Xavier, mais co- Gert Engels, que também a data da O técnico garante: “vamos preparar
nhecido como Abel Xavier, sua contratação, a sua história resu- as coisas num contexto de bom senso,
foi apresentado, esta semana, mia-se a clubes sem expressão, no de coesão, união e faço apelo a todas
como novo seleccionador nacio- campeonato japonês. as pessoas que gostam dos “Mambas”
nal de Moçambique, substituindo “A nossa lógica nunca foi trazer gran- saibam o que a selecção significa. É
no cargo o croata Boris Pucic, que des treinadores, com curricula, mas de o clube mais importante para mim e
orientou o combinado nacional na eles fazerem os seus curricula aqui”, para todas as pessoas que estiverem
eliminatória ao Mundial de 2018, disse Alberto Simango Júnior, no fim na estrutura da selecção”.
frente ao Gabão. da apresentação de Abel Xavier. “Quero aproximar a relação com os
clubes, seus treinadores e dirigentes

ció
O luso-moçambicano, nascido em Entretanto... para percebermos o trabalho que eles
Nampula há 42 anos, chega ao co- O novo seleccionador nacional agra- fazem, de modo a darmos continui-
mando dos “Mambas”, após vencer a dece ao presidente da FMF pela dade na selecção nacional. Vamos re-
concorrência do outro luso-moçam- confiança e afirma estar muito “or- digir um documento com regras pre-
bicano, Daúto Faquirá, que também gulhoso por estar aqui e por termos, cisas, onde todos vão ter de assinar o
era apontado ao mesmo cargo. ao longo deste tempo, definido uma compromisso”, frisa.
Segundo o presidente da Federação estratégia do que vai ser, a partir de Abel Xavier começa a trabalhar no
Moçambicana de Futebol (FMF), hoje (segunda-feira), a estrutura, a dia 01 de Fevereiro e a sua estreia está
Alberto Simango Júnior, dos vários organização e as questões que vamos marcada para 23 de Março diante do

so
nomes arrolados para comandar os “Não tenham dúvidas que eu não estou aqui no espírito de ter entrado na primeira
$EHO;DYLHU
SRUWDTXHPHDEULXeXPDSRUWDHVSHFLDOHFRQVWLWXLXPGHVDÀRµ$EHO;DYLHU trabalhar em conjunto para poder- Gana, em jogo referente à terceira
destinos da nossa selecção, Abel Xa- mos ter uma selecção melhor, com jornada das qualificações ao CAN-
vier é que reuniu mais consenso. porta especial e constitui um desafio”. vida, porque todos temos uma histó- valores modernizados e de qualidade 2017, no Gabão.
“Depois de termos feito um trabalho Não tendo a experiência de treinador, ria para contar”. para podermos disputar com qual-
par Com duas derrotas, Moçambique
de pesquisa e de análise dos vários o de jogador também conta. Como Na maior parte destes clubes, a resci- quer adversário”. tem poucas possibilidades de chegar
curricula, dos diversos técnicos estra- jogador, Abel Xavier representou o são do contrato não foi pacífica, mas Xavier diz ter feito um levantamento a esta competição, mas o novo técni-
geiros e nacionais, chegamos à con- Estrela da Amadora, Benfica, PSV o assinado com a FMF é para ir até da situação dos “Mambas” (compor- co renova a esperança dos moçambi-
clusão que Abel Xavier era a pessoa tamento nos últimos cinco jogos) e canos.
Eindhoven, Everton, Liverpool, Ga- ao fim.
mais próxima daquilo que eram as “não tenho dúvidas que temos ma- “Nós temos de tirar a ideia de que
latasaray, Hannover e AS Roma. Em “Para haver saída, é preciso haver en-
nossas ideias (em termos de ambição,
um
Novembro de 2005, foi apanhado tradas. Porque a forma como se en- téria-prima, uma geração rica para não podemos competir, teoricamente,
convicção, determinação e desejo).
nas malhas do doping, tendo sido tra e como se quer fazer um projecto podermos competir com qualquer com outras selecções. Isso vai termi-
Por isso, chegamos ao acordo para ser
suspenso por 12 meses. Regressou ao deve ser sustentado pelas pessoas, se equipa”. nar. Não podemos olhar no papel e
treinador da selecção principal e sub-
activo, em 2007, pelas mãos do Los não chega um momento em que tudo Para que isso seja possível, o antigo dizermos que não temos capacidade.
23”, anunciou.
Angeles Galaxy, onde jogou até 2009. colide”, defende o técnico. lateral esquerdo da selecção portu- Porque no campo e durante os 90 mi-
O contrato de Abel Xavier tem dura-
Contestado antes da sua oficialização, O luso-moçambicano não é o pri- guesa aponta a mudança de menta- nutos, tudo é possível. É um trabalho
ção de dois anos (termina em 2018)
o técnico diz que “neste momento, o meiro técnico a chegar ao país sem lidade nos atletas e a união de todos de mentalidade que temos de fazer”,
e chega a Moçambique para ajudar
mais importante é a selecção nacio- experiência. A história vem desde a os actores como sendo a solução para afirmou.
a “melhorar a prestação da nossa se-
nal, que é o fio condutor para o de- era de Feizal Sidat que, em 2007, foi mudarmos o rumo do nosso futebol. Referir que Abel Xavier será coad-
lecção (ganhar mais e perder pouco);
senvolvimento do futebol moçambi- buscar o holandês Mart Nooij que, “É preciso que os jogadores sintam juvado pelo moçambicano Alcides
lutar pelos melhores resultados, assim
cano e eu vou querer contribuir nesse até a data da sua contratação, era trei- o privilégio de estar na selecção na- Chambal e um técnico português por
como pelo bom futebol e que o nosso
processo. Não é a minha história de nador dos sub-20 do Burquina Faso. cional. Não é um lugar de passagem, si indicado e ainda por revelar.
futebol ocupe o lugar que merece no
de

concerto das nações”, segundo Alber-


to Simango Júnior.
Se a duração do vínculo contratual foi
revelada, o mesmo não acontece com
os valores envolvidos na operação.
“Prefiro omitir a parte dos números”,
disse Simago, não avançando as ra-
“Que venha produzir resultados”
zões dessa omissão. -Diz Alberto Nkutumula
“Não entrei na primeira por- Apresentado o novo selecciona- zir resultados que é o que todo o povo nacional”, diz.
“Há condições para ele
dor nacional, o SAVANA saiu à moçambicano espera do nosso fute-
io

ta que me abriu”, Abel Xa- triunfar”, João Chissano “Temos de ter respeito
vier rua para colher a sensibilidade dos bol”, acrescentou a fonte.
Quem se mostrou mais moderado é por ele”, Mussá Osman
Enquanto se omite os números da amantes da modalidade-rainha. “Não sei qual é o objecti- o antigo seleccionador nacional, João Mussá Osman, outra figura incon-
operação, o que não se pode omitir A primeira grande reacção é do vo da sua contratação”, Chissano. Chissano congratula a tornável do futebol moçambicano,
é a experiência do técnico. Esta é a Ministro da Juventude e Despor- Tico-Tico FMF pela contratação de Abel Xa- considera Abel Xavier como uma
primeira aventura de Abel Xavier tos, Alberto Nkutumula, que an- Ao SAVANA, o antigo capitão dos vier, afirmando que se o escolheram boa aposta da FMF, porém admite
ár

como seleccionador nacional.


cional. Na sua tes mesmo da sua apresentação, já “Mambas”, Tico-Tico, diz não en- é “porque reúne todas as condições não conhecer muito historial seu
curta experiência de treinador (come- mandava recados. tender o objectivo da contratação de que o novo elenco da FMF acha que como treinador.
çou em 2013), Abel Xavier orientou Nkutumula espera que o novo Abel Xavier, pois para ele “serão dois deve reunir para comandar a selecção “Como jogador, tenho muito res-
o Olhanense da primeira divisão, no técnico dos “Mambas” “traga re- anos em vão”, pois a selecção nacional nacional”. peito por ele, porque teve uma
seu ano de estreia (de Junho a Outu- sultados” para se inverter o actual já não disputa o acesso ao mundial e Tendo passado pelo comando da se- carreira brilhante, mas como trei-
bro), durante oito jogos, tendo ganho cenár do futebol moçambicano,
cenário tem poucas hipóteses de chegar ao lecção nacional, recentemente (foi
dois. Seguiu-se o Farense e o Des- nador não tenho muito a dizer.
marcado por resultados negativos. CAN-2017. demitido em Junho de 2015), João
Di

portivoo das Aves, todos da segunda Mas, há histórias de pessoas anó-


“O que esperamos é que se mude o “Se é para preparar a selecção para Chissano entende que há condições
divisão. nimas que triunfaram em clubes e
estágio actual do nosso futebol. O os próximos três anos, penso que es- para o luso-moçambicano triunfar,
Entretanto,, isso não preocupa o novo selecções nacionais”, disse Osman.
nosso futebol não está nada bom. tamos num bom caminho. Mas, se a porem “terá algumas dificuldades
seleccionador nacional. Abel Xavier Não queremos apenas uma selec- O antigo treinador do Ferroviário
ideia é nos qualificarmos ao CAN, como nós os outros, porque a maior
diz que é preciso entender a sua ex- ção. Queremos também um bom de Nampula afirma que é preci-
como disse o treinador, penso que parte dos amantes do futebol exigem
periência em vários modos. campeonato. Do treinador espe- so que ser apoiado e respeitado
devemos ser realistas e assumirmos resultados, algo que será muito difí-
“Existe a jogada (como jogador tive ramos resultados. Acreditamos na por todos, por forma a que possa
que já não é possível, pois perdemos cil”.
treinadores de muita qualidade e boa-fé e bom senso da FMF ao dois jogos com os nossos adversários triunfar, pois “mesmo que haja
Questionado se é o momento certo
também maus, mas aprendi com to- escolher o seleccionador que esco- directos e temos dois jogos consecu- para a contratação de um estrangeiro, competência, se não existir respei-
dos). Tive 20 anos dentro de espaço lheu”, disse em entrevista ao canal tivos com a melhor equipa do grupo”. Chissano foi mais cauteloso, expli- to e união, não haverá resultados”.
de selecção. Ao nível de metodologia televisivo, STV. Para o antigo goleador da selecção cando que “é relativo”. Em relação ao facto de ser um
de treino, conceito e aquilo que acho “Não havendo resultados, iremos nacional, não interessa a experiência, “Há quem pode dizer que não é o treinador com a visão do futebol
importante é o que vou fazer aqui” exigir responsabilidades. Se não assim como a nacionalidade do téc- momento e há quem vai dizer que é. europeu, Osman prefere conside-
disse o técnico, antes de rematar: produzir, não vamos insistir em nico, mas o mais importante é a “cla- Mas, o que digo é que a escolha foi rá-lo “moçambicano e espero que
“não tenham dúvidas que eu não es- manter o treinador. Ele que venha reza naquilo que pretendemos com a feita com alguma razão e o que temos traga a experiência que bebeu nas
tou aqui no espírito de ter entrado na com a clareza de que deve produ- equipa de todos nós”. a fazer é apoiar o novo seleccionador terras lusas”. Abílio Maolela
primeira porta que me abriu. É uma
Savana 29-01-2016 23
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CULTURA

Marrabenta homenageia 79
Nanando Por Luís Carlos Patraquim

A
cidade de Maputo vai acolher nos Conjunto os Galtones entre outros convida-

o
dias 2 e 3 de Fevereiro corrente, dos. Juntam-se ainda os jovens da Team Sa-
pelo nono ano consecutivo, do Fes-
tival Marrabenta. O arranque desta
festa musical está marcado para o dia 2 de
bawana e República do Panza representan-
do a nova vaga da música popular nacional.
“Neste evento vamos apresentar as músicas
Ignoraçons

log
Fevereiro, na Estação Central dos Caminhos que serão integradas no novo disco que o

S
ó o sábio sabe o que vai passar- dos apesar de as más línguas dizerem
de Ferro de Moçambique, na baixa da cida- grupo os Galtones vai gravar no próximo ano
-se, dizia o poeta grego de Ale- que tinha a mão do bom do Scarface.
de, a partir das 13:00horas, seguido do tra- para comemorar os 30 anos do grupo. Esta-
dicional Comboio Marrabenta com partida mos a trabalhar nisso há bastante tempo. No
xandria, Constantino Cavafis. As proezas do velho Al foram tão in-
às 14:00horas rumo à Gwaza Muthini onde próximo ano vamos lançar o disco para co- Pode acrescentar-se os viden- teressantes que seduziram o realizador
será apresentado um concerto gratuito na memorar essa efeméride”, conta Ximangani- tes, os cultores da prospectiva, os profe- Howard Hwaks. O filme foi protagoni-
vila de Marracuene. “No Centro Cultural de ne, integrante dos Galtones. tas, os feiticeiros, os gabinetes de estudo zado por Paul Muni, no papel de Tony
Malalane, criado pelo artista plástico Malan- Celebrando nove anos de existência, a di- do FMI e do Banco Mundial, o Fórum Camonte, Al Capone, e Boris Karlof
gatana, vamos realizar o concerto onde será recção do Festival Marrabenta compreende de Davos e os polícias. Não se men- no de Gaffney.

ció
gravado o segundo volume do disco Marra- que tem estado a contribuir para a preser- cionam todos, o que não significa fal- A contribuição de Al Capone para o
benta acústico. Esse é um compromisso que vação deste género musical enquanto um ta de respeito pelo seu árduo trabalho. léxico global é impressionante. Se hoje
procuramos realizar com vista a registar a rítmo presente em diversos momentos da Lembre-se o leitor dos Think Thanks, se fala em lavagem de dinheiro isso
performance dos artistas que têm tocado este história de Moçambique. Aliás, o Festival por exemplo, alguns bem pesados! Mas deve-se às lavandarias que o gangster
género musical”, explica Litho Sithoe, orga- Marrabenta tem despertado a consciência de só os polícias se diferenciam porque são espalhou pela cidade junto ao Lago
nizador do festival. vários segmentos da sociedade (singulares e os únicos que usam farda. Limitam-se Michigan, onde o álcool era rei. O Jazz
instituições) sobre a capitalização do poder a saber o que lhes mandam. O resto são deve-lhe também a evolução quando os
Nesta edição do Festival Marrabenta será ho- da Marrabenta na mobilização popular, bem as ignoraçons, grandes e pequenas. músicos do dixieland de Nova Orleans
menageado o malogrado guitarrista Nanan- como na promoção da cidadania. “O evento se mudam para o Illinois. Caruso, a

so
do, um dos artistas que num passado intro- já mostrou que é uma referência em termos O trabalho do polícia de giro é, a mais convite e bem pago, emocionou os me-
duziu neste género musical uma abordagem de programa cultural aqui na capital do país. das vezes, aleatório. Excepto se instituir lómanos na Ópera de Chicago, conso-
contemporânea. “É uma honra para mim E comemorar o nono ano mostra que o pro- metas para o montante diário da gaso- lando todas as traviatas que pululavam
participar neste evento que nesta edição vai grama veio para ficar e que tem mobilizado sa, ele vai circulando sem saber quantos nos bares do excepcional e pragmático
homenagear o guitarrista Nanando, que teve várias camadas da sociedade. O público tem acidentes haverá, que assaltos acontece- empresário.
uma influência na abordagem neste ritmo. participado neste evento de uma forma sur- rão e onde, quem será o feliz contem- As nossas grandes ignoraçons são pí-
Ele conseguiu trazer inovações nesta música. preendente. Sentem que o Festival Marra- plado com um sequestro. O tiroteio de fias e pouco têm contribuído para o up
Mostrou que a Marrabenta podia ser apre- benta é um evento que promove de alguma esquina é fortuito e decorre do azar ou grading cultural do país. Precisamos de
sentada com outras abordagens. Ele tornou- forma a questão da promoção da cidadania, incompetência dos empreendedores de
um
-se numa referência em termos de nova abor- auto-estima e outros valores da nossa socie-
empreendedores que sejam simultanea-
assaltos e outras actividades.
dagem neste estilo musical. Para mim serviu dade”, enaltece Litho Sithoe. mente mecenas. Exigem actos e gentes
Os cinzentinhos são gente simpática,
de uma fonte de inspiração para a execução O Festival Marrabenta é uma plataforma de que excitem o talento e propiciem o ro-
se assim se pode dizer, excepto quando
das minhas composições. Sempre levo o seu arte e cultura Moçambicana que usa como nú- mance, a canção de gesta, o romancei-
não sabem negociar porque a ganân-
aprendizado em tudo o que faço na música”, cleo principal a extraordinária extensão e rami- ro popular, o cinema e todas as outras
cia os descontrola, obnubilando o bom
afirma o músico Jimmy Dludlu. ficações do que é a Marrabenta, esta é enten- artes.
senso que deve presidir à arte da colec-
O Festival de Marrabenta conta com a parti- dida como “o concentrado de nós mesmos, sua É óbvio que nunca se deve perguntar
ta. Estas ignoraçons são até ternurentas,
cipação da Orquestra Djambo, Dilon Djind- música, dança, as vidas dos artistas e do público mesmo pitorescas, para usar adjectiva- a polícias fardados, os cinzentinhos,
ji, Stewart Sukuma e Banda Nkuvu, Gabriel que dela respira”, disse uma vez o malogrado ar- ção cara aos naturalistas e folcloristas. se executaram este ou aquele ataque
Chiau, Alberto Mutcheka, Xidiminguana, tista plástico Malangatana, em 2007. A.S As grandes ignoraçons é que são o surpresa, esta ou aquela emboscada, os
mistério. Não se espera da polícia que vários assassinatos e execuções de enco-
de

tenha a omnipresença e a omnisciência menda. Seria estulto, porque a sua tare-


divinas embora às vezes ela aja como o fa é a chateação quotidiana e o refresco.
deus da criação. Esse controlo absolu- A evidência, na artimanha do Scarface,
to sobre a narrativa é mais para gen- contribuiu para a sua desgraça. E, das
te como Balzac ou Tolstoi ou Conan instituições, respeitáveis de per si, espe-
Doyle e Patricia Highstmih. ra-se o pudonor e o florilégio das ac-
O que fascina nas grandes ignoraçons ções de bem. Onde se incluem as más,
é o repto que lançam à árdua tarefa de é bem de ver.
especular, interrogar, deduzir. Deixe- Só a inépcia da grande ignoraçon nos
mos outras metodologias. deixa estupefactos. Como não sabem?
io

Num brevíssimo excurso histórico, é A pergunta não é mal intencionada.


óbvio que todos sabem que o massacre Resta-nos a consolação da promessa
do dia de S. Valentim, na Chicago de proferida. Vão investigar. Felizes os que
1927, foi executado por polícias farda- sabem deformar os espelhos!
ár

O guitarista Nanando foi um dos inovadores da marrabenta

Mostra de pesca artesanal em Quelimane


Di

O
fotojornalista Naíta Ussene vai apre- Ascensão Pinto escreve sobre o contexto das A produção tem como finalidade consumo Por sua vez, Calane da Silva escreve que “este
sentar a exposição fotográfica sobre fotografias de Naíta Ussene que “nas suas fo- próprio e é vendida esporadicamente”. homem, este ser humano, herdeiro genético
a pesca artesanal em Moçambique, tografias sobre a pesca artesanal revela uma Noutro desenvolvimento, escreve que “na óp- de artistas e pessoas de outros ofícios obrei-
intitulada “Mãos de mar, Barcos de forte relação com actividade económica nor- tica de alguns leitores as fotografias de Naíta ros do sultanato de Angoche, hoje já maduro
Vida”, de 29 de Janeiro a 7 de Fevereiro, no malmente praticada localmente ao longo da constituem uma contribuição didáctica para e experimentado dedo clicador do mundo-
edifício da Câmara Municipal de Quelimane, costa de Moçambique, bem como em zonas os mais jovens, porque com elas conhecerão a -natureza que lhe rodeia, resolveu desta vez
na Zambézia. “A mostra vai coincidir com o costeiras de massas de água do interior do país. silhueta das características da pesca artesanal brindar-nos com o seu mar, um mar-praia de
período de carnaval que sempre decorre em As fotografias de Naíta expressam uma com- em Moçambique. Através delas encontrarão redes e barcos, de peixes e pescadores.
Quelimane. É uma oportunidade para mostrar binação de pesca de subsistência e pesca ar- as lições importantes, como por exemplo E, consciente da dimensão litorânea do país,
aos residentes de Quelimane sobre a pesca ar- tesanal, ambas vulgarmente conhecidas de materiais que garantem as boas práticas de não se ficou por Angoche e trouxe para esta
tesanal no país e também aos turistas que vão pesca artesanal. A referida pesca é exercida pesca e materiais que relevam práticas in- exposição esse mundo de brisa e sal de ou-
participar no carnaval, que tem sido um evento com ou sem embarcação e com artes de pes- correctas. Estas noções são importantes para tras zonas de Moçambique, incluindo Beira
de referência cultural de Quelimane”, explica ca artesanais elementares, constituindo uma renovar o conhecimento dos praticantes da e Maputo”.
Naíta Ussene. actividade secundária para quem pratica. pesca artesanal”. A.S
Dobra por aqui
JANEIRO
SUPLEMENTO HUMORÍSTICO DO SAVANA Nº 1151 ‡ DE JANEIRO'(

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2 Savana 29-01-2016 Savana 29-01-2016 3
SUPLEMENTO
Savana 29-01-2016 27
OPINIÃO

Abdul Sulemane (Texto)


Naita Ussene (Fotos)

o
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Conviver com família custa!

D
e uma certa maneira, as questões profissionais ocupam a maior parte do tempo
das nossas vidas e nem nos apercebemos que existem outras coisas belas por
consolidar. Refiro-me ao convívio familiar!

Logo que amanhece saltamos da cama e corremos para nos fazermos presentes aos
locais de trabalho. Como o congestionamento que virou moda nas estradas, acabamos

ció
por chegar tarde à casa e a maior parte da família já está a dormir.
Por vezes passamos as refeições sozinhos. Se a EDM não nos prega partida a televisão
acaba sendo a nossa principal companhia. A vida vai andando e não é de estranhar que
quando chega o nosso aniversário muitas vezes somos recordados pelos que nutrem
um carinho especial por nós, que estamos perante uma data também peculiar.
Às vezes alguém da nossa família aproxima-se de nós e pergunta: Sabes que dia é
hoje? Distraídos, respondemos por exemplo que é dia 20 de Janeiro. Logo nos aperce-
bemos que é a data do nosso aniversário. Com as redes sociais em voga, vezes há em
que só nos apercebemos disso quando acedemos a elas.

so
Não que seja o caso do Fernando Manuel que completou 63 anos de vida no passa-
do dia 20 de Janeiro. Curioso, nesta mesma data, o antigo Presidente da República,
Armando Guebuza, também comemorou o seu aniversário e presenteou-se com o
lançamento do seu website.
Fernando Manuel foi surpreendido por amigos e familiares que foram cantar “para-
béns a você”. Tudo foi repentino que nem sequer lhe foi dado tempo para escrever o
Tanglomanglo.
Na foto que abre o informal, vemos o aniversariante, no canto, com um sorriso maroto,
acompanhado pelo Naíta Ussene, Joana Zambeze e Bartolomeu Tomé.
um
Fernando Manuel e Bartolomeu Tomé têm um dado muito curioso, celebram os seus
aniversários com antigos estadistas moçambicanos. Enquanto o primeiro nasceu na
mesma com Guebuza, Tomé partilha a data com Joaquim Chissano. Esperamos que
tenha mais um amigo que celebre o seu aniversário na mesma data com Filipe Nyusi.
Na imagem seguinte, podemos ver Fernando Manuel junto da sua família numa foto
digna de registo. Isto é o que se chama foto de família: Pai, mãe, filhos e netos.
É justamente a este tipo de factos a que me referia no início do texto. A possibilidade
de conviver em família. É algo bastante difícil de ver nos dias de hoje. É mesmo para
dizer que Fernando Manuel é um indivíduo abençoado no que tange ao convívio
familiar.
Na terceira foto, Paula Zandamela despoleta um forte sorriso que nos dá a entender
que Cadmiel Muthemba a terá felicitado pela excelente performance como MC da
de

cerimónia de Armando Guebuza. Há quem diga que Muthemba sugeriu a Zanda-


mela que colocasse a sua voz na publicidade lá de casa.
Lá do fundo parece que Armindo Chavana, antigo PCA da TVM, está à busca da
direcção e o dedo indicador não falha.
Numa altura em que o discurso oficial recomenda o consumo do produto nacional,
Moreira Chonguiça, um dos músicos mais talhados da actualidade, dá algumas dicas
ao Zófimo Muiauane, genro de Armando Guebuza, sobre como promover a música
moçambicana nas próximas campanhas do verão. E como não poderia faltar, falou
ainda da sua profissão que muitas vezes lhe cria condicionalismos de participar em
grandes convívios familiares. Pelo semblante é uma das coisas que lhe deixa triste.
io

Nessas coisas de falta de tempo para família, José Pacheco, ministro da Agricultura e
Segurança Alimentar, e Arsénio Henriques, adido de imprensa do presidente da Re-
pública, já estão bem talhados e por isso transmitem a experiência ao jovem deputado
Pedro Cossa.
Em todo o caso a vida é assim. O trabalho é que dignifica o homem e é preciso tirar o
máximo proveito do pouco tempo de que dispomos para a família. E como diz o velho
ár

ditado, a família é a base para a nossa felicidade e boa disposição no labor.


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À HORA DO FECHO
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IMAGEM DA SEMANA Foto Ilec Vilanculo
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Savana 29-01-2016 1
EVENTOS

EVENTOS
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o
Banda Mozpipa de regresso aos palcos

log
ció
so
um
de

A
Sociedade de Águas de maacha, que anunciou o facto, cetados, salientando que que a dades ainda hoje se mantêm, sua reentrada em cena, elogian-
Moçambique (SAM) lembrou àquilo que apelidou de Água da Namaacha fará tudo mas que os elementos do grupo
io

do a postura dessa empresa no


acaba de anunciar o “brilhante historial dos Mozpi- o que estiver ao seu alcance no estão determinados em levar apoio e divulgação constantes
regresso aos palcos da pa” e da relevância que a Banda apoio à reentrada em cena da- avante o seu projecto, retoman- da cultura moçambicana.
Banda Mozpipa, um agrupa- tem no contexto da música na- quele agrupamento musical. do o lugar no panorama mu- Os Mozpipa foram fundados
mento musical que vai passar cional, salientando os seus esti- Pinto Macaringue, em repre- sical nacional que consideram em Novembro de 1996, apre-
ár

a receber o apoio da empresa lo e sonoridade muito próprios. sentação dos Mozpipa, referiu- seu por direito e prestando o
sentando ritmos tropicais ins-
proprietária da Água da Na- Padrão fez notar que apoio a -se as grandes dificuldades que devido tributo à música e à cul-
pirados na Marrabenta, e ao
maacha. Banda Mozpipa reforça a sua sentiram há cerca de 10 anos, tura moçambicana.
estratégia de presença cada vez aquando da retirada da Banda A banda aproveitou a ocasião longo dos anos foram um su-
Miguel Padrão, Director de mais forte no mundo da cul- do mundo da música, reiteran- para agradecer a porta aberta cesso para os amantes da mú-
Marketing da Água da Na- tura através de apoios multifa- do que muitas dessas dificul- pela Água da Namaacha para a sica moçambicana.
Di
2 Savana 29-01-2016
EVENTOS

BCI 20 anos virados para o futuro OAM organiza


O
dia 17 de Janeiro marca o
aniversário do Banco Co-
mercial e de Investimen-
tos (BCI). Foi neste dia no
workshop sobre

o
ano de 1996, há 20 anos, que nas-
cia a tenacidade e a audácia de um
grupo de investidores, maioritaria-
mente moçambicanos, a Sociedade
arbitragem

log
de Investimentos que, no mesmo

A
Ordem dos Advoga- conflitos, estratégias de como
ano, veio a adoptar a designação de dos de Moçambique conduzir um caso e os cuida-
Banco Comercial e de Investimen- (OAM) realizou, dos a ter em conta no uso da
tos (BCI). esta terça-feira, em língua e processos de arbitra-
Maputo, um workshop in- gens. Na ocasião foram ainda
Para o ano em curso, a data marca ternacional
nacional sobre arbitragem, apresentados o Regulamento
o ponto de partida das celebrações preparado para entidades pú- de Arbitragem e de Media-
que vão ter lugar em todo o país ao blicas em Moçambique, em ção daquela Organização,
longo de 2016, sob o lema “BCI 20 para 589 (+593%) e os Terminais cresceram mais de 397%, passando pareceria com a Câmara de sediada na capital francesa,

ció
Anos a Crescer com Moçambique de Pagamento Automático (POS) de 478,2 Milhões de Meticais para Comércio Internacional. Paris, líder na resolução de
– O futuro é daqui”. No âmbito das passaram de 882 para 8.646 POS 2.379,8 Milhões de Meticais. disputas internacionais.
comemorações irão decorrer um (+880%). Paulo Sousa afirmou ainda: “a ter- Com o objectivo de partilhar A Câmara de Comércio
conjunto de iniciativas e acções, en- Este crescimento, acrescenta o ban- minar 2015, e com base na última Internacional é uma orga-
experiências em matéria de
tre as quais a inauguração da nova co, foi também notável nos Depó- informaçãoão de mercado disponível, nização que trabalha para
arbitragem judicial, principal-
Sede do Banco, ciclos de conferên- sitos de Clientes que passaram de (Novembro de 2015), O Banco promover e assessorar o co-
mente em entidades públicas,
cias e acções de comunicação. 16.382,8 Milhões de Meticais para Comercial e de Investimentos é n.º mércio internacional. As suas
o workshop reuniu perto de
Recentemente em conferência de 91.954,5 Milhões de Meticais; e 1 em Crédito a Clientes (30,0 %); três centenas de participantes, actividades abrangem desde
imprensa, que teve lugar na cidade no Crédito a Clientes que passou n.º 1 em Recursos (29,0 %); N.º 1 na sua maioria advogados, ju- arbitragem até resoluções

so
de Lichinga, capital da província de 8.622,8 Milhões de Meticais em Rede de Agências (31,2 %); n.º ízes, e contou com a presença que digam respeito ao livre
do Niassa, o Presidente da Co- para 58.741,6 Milhões de Meticais 1 em POS (41 %); n.º 1 em ATM do Bastonário da Ordem dos mercado e sistema financeiro,
missão Executiva do BCI, Paulo (+581%). (37 %); n.º 1 em Cartões Emiti- Advogados, Tomás Timbana. regulação de negócios, luta
Sousa, lembrou os momentos mais O Volume de Negócios, os Activos dos (33 %); n.º 1 em Crescimento
altos desta marca moçambiacana Durante o workshop, os par- contra corrupção e combate
e os resultados antes dos impostos do Volume de Negócios, entre os ao crime comercial. A Or-
ao longo destes 20 anos, destacan- ticipantes tiveram a oportu-
conheceram, de igual modo, um 3 maiores Bancos, e n.º 1 em Re- ganização, actua em litígios
do a evolução ocorrida na segunda nidade de colher experiência
acentuado crescimento. Assim, de conhecimento nos últimos 5 anos entre particulares, Estados e
década de actividade, comparando de processos de arbitragens
25.005,6 Milhões de Meticais, o émios)”.
(prémios)”. empresas e desde a sua cria-
os dados de 2007 com os registados levados a cabo pela Câmara
BCI passou para 150.695,1 Mi- “A Comemoração do 20.º aniversá-
do Comércio Internacional, ção, já participou em mais de
um
no final de 2015: lhões de Meticais de Volume de rio do BCI terá subjacente o mote:
O BCI passou de 90.238 clientes, sobretudo no que concerne mil processos de arbitragens.
Negócios, o que corresponde a ‘Celebrar o País com os Moçambi-
para 1.285.121 Clientes (+1.324%); um crescimento a mais de 502%. canos’, com os quais o BCI cresceu à importância da redacção
o número de colaboradores cres- De 18.850,8 Milhões de Meticais, e para cujo desenvolvimento tem de clausulas de resolução de Jeque de Sousa
ceu de 715 para 2.990 (+318%); o Banco passou para 127.194,4 contribuído. Pretende-se projectar
as Agências registaram um incre- Milhões de Meticais em Activos o País e o Banco para o futuro, com
mento de 41 para 193 (+368%); as Total (+575%), assim como os Re- ousadia, ambição, alegria e vivaci-
Caixas Automáticas (ATM) de 85 sultados Antes de Impostos (RAI) dade”, terminou Sousa.
de

Matrículas
ículas para 2016
A Escola Comunitária Luís Cabral- ECLC informa aos alu-
nos, pais, encarregados de educação e ao público em geral,
io

que ainda tem vagas para matricular alunos das 6ª, 7ª, 8ª,
meticais. Podendo obter
9ª, 10ª, 11ª e 12ª classes por 350,00 meticais
mais informações na secretaria daquela escola sita na sede
ár

Cabral, entrada a partir da Junta ou Maqui-


do bairro Luís Cabral,
nague ou pelo telefone: 847700298, 82 6864465 e 871232355.
Di

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VENDE-SE
itação mínima de
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Os interessados deverão con-


tactar o telefone 84-810-7460
Savana 29-01-2016 3
EVENTOS

Siemens regista
lucros de mais de 40%

o
A
multinacional ale- industrial, que registaram
mã Siemens divul- uma subida de 10%, incluin-
gou os seus resul- do os fortes aumentos em

log
tados financeiros do Saúde, Gestão de Energia
primeiro trimestre fiscal, en- e Mobilidade, contribuíram
cerrado em Dezembro ano para o bom desempenho fi-
transato. Segundo os dados nanceiro e compensaram os
apresentados esta terça-feira declínios na Fábrica Digital,
em Munique, na Alemanha, Indústrias Transformadoras
pelo Presidente do Conse- e Unidades, energias eólicas
lho de Administração, Joe e energias renováveis.
Kaeseros, os lucros da em- Em Moçambique, a Sie-

ció
presa subiram em mais de mens actua há mais de 50
40%. anos, nas áreas de hidrocar-
bonetos, produção, trans-
Apesar do contexto geopo-
porte e distribuição de ener-
lítico e económico mundial
gia. Recentemente anunciou
ter afectado o desempenho
um investimento de cerca de
da organização, a empresa
USD100 milhões, naquelas
registou ganhos considerá-
áreas e na formação de re-
veis, tendo contribuído para

so
cursos humanos.
o crescimento dos seus lu-
cros. Os contratos feitos na De referir, que a Siemens
Europa e no continente afri- tem prestado apoio à nova
cano mostram que as vendas Sede do Banco de Moçam-
atingiram 18.891 milhões de bique, em soluções tecnoló-
euros, e as novas encomen- gicas, no que diz respeito a
das aumentaram 27%, para electrificação do edifício. A
22.801 milhões de euros. O par deste projecto a mul-
lucro líquido totalizou 1.557 tinacional está também a
um
milhões de euros entre Ou- modernizar o Corredor de
tubro e Dezembro de 2015, Nacala, sendo o maior in-
contra 1.095 milhões do vestimento do grupo em
igual período anterior. território nacional.
Os rendimentos no negócio Jeque de Sousa
de
io
ár
Di

INSTITUTO MÉDIO DE INFORMÁTICA E GESTÃO (IMIG)

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de Fevereiro para os seguintes cursos médios: Administração Pública; Contabilidade e Gestão/Auditoria; Sistemas Eléctricos; Técnico Aduaneiro; Técnicas
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4 Savana 29-01-2016
EVENTOS

Construtores turcos “namoram” mercado moçambicano


U
ma delegação empresarial
turca do sector de cons-
trução civil, manteve,
nesta terça-feira, em Ma-
puto, um encontro com a CTA-

o
-Confederação das Associações
Económicas de Moçambique, vi-
sando a exploração das potencia-
lidades e desafios de investimento

log
existentes no sector.

Para além de se inteirar das opor-


tunidades de investimento, sobre-
tudo, no quadro dos projectos de
requalificação da cidade de Ma-
puto, a comitiva turca, chefiada
pelo vice-presidente da Câmara
Municipal de Ancara, Ali Gökşin,

ció
manteve igualmente encontros de
trabalho com as autoridades mu-
nicipais da cidade de Maputo, no
âmbito da gemelagem existente
entre as duas cidades.
Abordado à margem do encontro
entre os empresários turcos e o sec-
tor privado moçambicano, o vice- Mesa que presidiu o encontro entre o Vice Mayor de Ankara e a CTA Mesa que presidiu o encontro entre o Vice Mayor de Ankara e a CTA
-Presidente da CTA, Agostinho

so
Vuma, explicou tratar-se de um ção da capital moçambicana”, disse. Estes encontros constituem os moçambic
moçambicanas, nesta matér
matéria. novas infraestruturas e empresas
encontro focalizado nas infraestru- Trata-se, conforme acrescentou, primeiros passos de tantos outros “Do lado da Turquia, temos pre- estrangeiras com capacidade para
turas: “Estamos a discutir assuntos “de explorar que financiamentos que poderão acontecer no futuro, vistas cerca de três visitas acorda- dinamizar a economia moçambi-
relacionados com o sector da cons- disponíveis podem interessar aos pois, segundo garantiu Agostinho das para este primeiro semestre de cana, cujo mercado dá evidências
trução, sobretudo nas áreas urbanas, empresários turcos, com vista a Vuma existe um calendário de 2016”, frisou. claras de crescimento, daí a exis-
como é o caso da cidade de Mapu- trabalharem connosco nos projec- trabalho constituído por quatro Neste contexto, a CTA considera tência de uma série de oportuni-
to, tendo em conta a restruturação tos de requalificação da cidade ca- a cinco pontos a serem debatidos Moçambique como um país em dades em quase todos os sectores
e, em grande medida, a requalifica- pital, entre outros investimentos”. com as autoridades económicas desenvolvimento que necessita de e em especial o da construção civil.
um
de
io
ár
Di

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