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I INTRODUÇÃO 10 9 5
8
Sabe-se que a solução do problema de medição de vazão
on-line é de vital importância para os ensaios de recepção 11
das turbinas hidráulicas, onde são verificados os rendimen-
6
tos especificados pelo fabricante. Além disso, a determina-
ção da vazão aduzida permite o monitoramento da turbina
1
3
durante a sua operação.
Muito tem sido estudado com relação à determinação da
vazão aduzida em grandes sistemas hidráulicos, entretanto 2
boa parte dos estudos tem esbarrado no problema de desen-
volvimento de um sistema de medição que permite a avalia-
Figura 1 - Esquema da montagem do experimento, onde se vê: 1,
ção das vazões com uma boa precisão. Desta forma a iniciou-
turbina; 2, reservatório inferior; 3, bomba; 4, reservat ório superior; 5,
se uma pesquisa cuja função é o desenvolvimento de um
ladrão; 6, registro; 7 inversor de freqüência; 8 tap; 9 tubo de pitot; 10
sistema de medição de vazão baseado em sensores do tipo manônetro; 11 manômetro; a linha tracejada indica o nível dos reser-
vat órios.
TABELA 1
MEDIDAS DA VAZÃO PADRÃO
V. de Rotação Fv Vazão Padrão V. média (m/s)
(rpm) x10-3 (m3/s)
700 0,91 0,00413 1,21
800 0,90 0,00432 1,26
900 0,90 0,00459 1,34
1000 0,87 0,00483 1,41
1100 0,86 0,00527 1,54
1200 0,86 0,00553 1,62
Figura 2 - Posicionamento das seções de medição de
pressão diferencial na caixa espiral.
4700
constante do tubo de Pitot. A aplicação da lei da propaga-
4600
ção de incerteza, na equação para os pontos de Winter Ken-
4500
4400
nedy, equação, e os cálculos das sensibilidades levam a uma
4300
equação para o cálculo da incerteza padrão combinada para
4200
a vazão calculada com o método de Winter Kennedy, escrita
4100
como segue:
0 15 30 45 60 75 90 105 120 135
Ângulo da Seção de Medição u c ( Q) = (∆h u (C )) + (nC∆h
n
c
2 ( n− 1)
u (∆h )
2
[1]
Sendo:
Pontos proximos do rotor Pontos na periferia da caixa espiral
Figura 5 – Pressão estática nas tomadas periféricas da caixa esp iral. u(? h) = a soma da incerteza devido à resolução do manô-
metro mais a dispersão das leituras de ? h;
(mmca) u(C) = a incerteza da vazão padrão;
400 n = o expoente da equação do ajuste de uma equação aos
350
dados experimentais pelo método dos mínimos quadra-
dos;
300 Q = a vazão calculada pela equação para os pontos de
Winter Kennedy;
250
C = a constante da equação de Winter Kennedy obtida
200 indiretamente.
150
A figura 7 apresenta uma superfície que corresponde ao
100 (graus) valor da incerteza expandida das equações de Winter Ken-
0 20 40 60 80 100 120 140 nedy com suas constantes obtidas indiretamente. A maioria
700 rpm 800 rpm 900 rpm 1000 rpm 1100 rpm 1200 rpm dos pontos da superfície da incerteza expandida relativa
estão entre 5% e 5,5% do valor da vazão padrão em toda as
Figura 6- Valores de pressão diferencial em torno da caixa espiral. seções de medição e vazão experimentadas.
O gráfico da figura 8 mostra a tendência, em termos per-
As medidas de queda de pressão nas várias seções de centuais de todas as equações ajustadas aos dados experi-
medição e a vazão aduzida padrão permitem que sejam obti- mentais em cada uma das seções de medição. As equações
das as equações que se ajustam aos dados exp erimentais ajustadas para 90 graus, 105 graus e 120 graus foram as que
para cada seção de medição. as que melhor representaram os dados experimentais.
As equações dos ajustes aos dados experimentais são a-
presentadas na tabela 2. Incerteza Expandida, Vazão e Seção de Medição
TABELA 2
7,50%
MEDIDAS DA VAZÃO PADRÃO.
7,00%
Ângulo Equação 6,50%
0,5046 6,00%
15 y = 0,0118x 5,50% 105 graus
5,00% 90 graus
30 y = 0,0098x0,4838 4,50% 75 graus
4,00%
45 y = 0,0096x0,4995 3,50%
3,00%
60 graus
2,50% 45 graus
60 y = 0,0084x0,4539
4,13
4,32
75 y = 0,0095x0,4739 30 graus
4,59
4,83
y = 0,0096x0,4805
5,27
105 y = 0,0098x0,4779
120 y = 0,0109x0,5054 Figura 7 – Gráfico da Incerteza expandida relativa, vazão e distância
angular da seção de entrada.
4
3,00%
2,50%
2,00%
1,50%
1,00%
0,50%
0,00%
-0,50%
-1,00%
-1,50%
-2,00%
4,131761604
15graus
30graus
45graus
4,588552223
60graus
75graus
90 graus
5,268436655
105 graus
120 graus
15 graus 30 graus 45 graus 60 graus 75 graus 90 graus 105 graus 120 graus
Figura 8 –Gráfico dos valores percentuais da tendência das equações de Winter Kennedy em relação à vazão padrão
2 2
u (Q*) uc(Q*) uc(∆h) uc(∆h)
2
uc(Q) u ( Q * ) u (V m* )
= c +2 =
Q* n ∆h +2n ∆h
[5]
Q
[2] Q* V m*
Q* A equação da incerteza relativa padrão da vazão padrão,
quando se utiliza o fator de velocidade pode ser escrita na
Em relação à vazão padrão, o método de cálculo de va-
forma a seguir:
zão padrão utilizou a equação [3] que é o resultado da simpli-
5
TABELA 3
O termo com velocidade central que aparece à direita den- INCERTEZA EXPANDIDA RELATIVA DA VAZÃO PADRÃO E DA
tro do radical, foi escrito sem asterisco, isso porque é dife- VAZÃO CALCULADA COM O MÉTODO DE WINTER KENNEDY
rente da velocidade central utilizada para obter o fator de PARA A SEÇÃO DE MEDIÇÃO A 60 O GRAUS DA SEÇÃO DE
ENTRADA.
velocidade que aparece dentro parênteses à esquerda dentro
Velocidade de Incerteza Relativa Incerteza Relativa Ex-
do radical.
Rotação (rpm) Expandida do Padrão pandida do W. Kennedy
A figura 9, mostra um gráfico de superfície com os valores
da incerteza relativa do método de Winter Kennedy obtidos 700 2,26% 2,47%
com a vazão padrão calculada diretamente com a velocidade 800 2,29% 2,50%
média, e resolução dos manômetros igual a VD/2. nessa po- 900 2,21% 2,50%
de-se ver que os valores de incerteza relativa ficam em torno 1000 2,13% 2,53%
de 2,6% para a maioria das seções de medição, metade dos 1100 2,18% 2,48%
5% quando o fator de velocidade é utilizado. Vê -se ainda que 1200 1,96% 2,44%
os valores de incerteza relativa calculada com o método de
Winter Kennedy são menores para a seção de medição loca- A discussão sobre o peso da incerteza da vazão padrão
lizada a 60o da seção de entrada. nos leva à curva de erro para o tubo de Pitot, figura 10 repe-
A proximidade da incerteza da vazão padrão pode ser vista tida abaixo.
numericamente comparando os números de incerteza da va-
zão padrão com os valores de incerteza expandida.
A tabela 3 traz os valores de incerteza relativa da vazão
3,0%
2,9%
2,8%
U95% 5,27
2,7% Vazão
4,59 10-3 (m3/s)
2,6%
4,13
2,5%
120°
105°
90°
75°
60°
45°
30°
15°
Figura 9- Gráfico de superfície com os valores de incerteza relativa para as seções de medição e vazões do experimentadas
A correção para pontos que estão entre os pontos da cur- diminui a incerteza expandida do sistema de medição com
va de calibração foram obtidos por interpolação, ou seja, há a tubo de Pitot. Ainda é preciso comentar que a faixa para me-
possibilidade de estar havendo uma correção não apropriada dição de velocidade em grandes vazões leva a menores valo-
do efeito sistemático na equação do tubo de Pitot. res da constante C do sistema de medição tubo de Pitot,
Com relação ao manômetro, precisam ser levadas em con- sendo que isso também leva à diminuição da incerteza.
sideração providências que permita diminuir o valor da reso- O refinamento da qualidade do resultado da incerteza de
lução em função do valor de escala (VD). Assim procura-se medições levantado em calibração estática da vazão esbarra
diminuir um valor de escala de VD/2 para VD/5, pois isso no fato de que, em condições de regime permanente de pro-
6
dução de energia elétrica, são admitidas variações na carga ados e mesmo assim seus resultados teriam que ser aceitos
das turbinas, o que se reflete em variações nos valores das em qualquer forum de discussão. A sugestão é um trabalho
vazões aduzidas. No experimento realizado, para que conse- em que tubos de Pitot padrão sejam construídos e que sejam
guisse repetitividade das medições, as leituras foram realiza- verificadas as suas equações. Outra sugestão é que sejam
das sempre com os mesmos valores de vazão mantendo-se desenvolvidos sistema geradores do mensurando velocidade
as rotações de, 700 rpm, 800 rpm, 900 rpm, 1000 rpm, 1100 rpm que possam fazê-lo com menor variabilidade. A última suges-
e 1200 rpm. È importante dizer que foram admitidas variações tão é um sistema de controle eletrônico para registrar instan-
de rotação de até 12 rpm. Sabe-se que é importante manter ao taneamente em campo a pressão diferencial e a velocidade da
menos um parâmetro fixo quando se realiza uma calibração turbina para que se possa confiar na implementação do mé-
estática. No caso de leitura a olho nu é igualmente importan- todo de Winter Kennedy.
te se “congelar” as leituras para que se possa fazê-las acer-
tadamente.
VII – BIBLIOGRAFIA
VI - CONCLUSÃO E SUGESTÔES DE TRABALHOS [1] - BIPM, IEC, ISO, IUPAC e OML, Guia para a expressão da incer-
teza de medição, 2a edição, Rio de Janeiro, ABNT, INMETRO,
FUTUROS
SBM, 1998.
[2] - DELMEÉ G. J.; Manual de medição de vazão. Editora Edgard
Para a vazão padrão calculada com a velocidade média, Blücher LTDA. 2º Edição, São Paulo, 1983.
(obtida com o tubo de Pitot) e utilizando manômetros com [3] - GERHARD ,P. Schreiber, Usinas hidrelétricas, 1977.
resolução VD/2, a incerteza relativa do método de Winter [4] - PFLEIDERER, C.; Bombas centrífugas e turbocompressores,
Kennedy ficou em torno de 2,5% para todas as seções de Editorial Labor S\A, Barcelona, 1960.
[5] - READER-HARRIS, MJ, Brunton, W.C., Gibson,J.J. Hodges, Dis-
medição a partir de 30o da seção de entrada.
charcharge coeficients of venturi tubes with nom-standart con-
A confiabilidade dos resultados de incerteza padrão são
vergent angles. The 10th International conference on flow
estribados na confiabilidade dos padrões de medição, se measurement. Fiesta Co nvention Center. June 4-8. Salvador,
apoia no conceito de rastreabilidade, e na propagação da Bahia, 2000
incerteza para pequenos erros alaetórios, pois a lei de propa- [6] - SPANGLER, D.; Pumps prove versatile as hydraulic turbines.
gação de incerteza é um truncamento da série de Taylor, Power engineering, p. 52-54, July 1984.
BIPM et alii 1998. Então com relação ao sistema de medição [7] - STEPANOFF,A .T.; Centrifugal and Axial flow pumps. John
tomado como padrão deve-se tomara melhor resolução pos- Wiley & Sons, Inc., N.Y.,1962.
[8] - TROSKOLANSKI, A.T. Théorie et pratique des mensures hy-
sível, diminuir a variabilidade da velocidade do escoamento
drauliques, Éditeur Dunot, Paris – 1970.
em que se calibra o tubo de Pitot e identificar a faixa em que [9] - VAN WEERS, T., VAN DER BEEK, M.P., and LANDHEER,
os valores na calibração em campo serão lidos. I.J.C d – Factor of classical Venturi’s: Gaming technology . In
Com o objetivo de obter resultados de melhor qualidade Proc. 9 th Int. conf. On flow measurement, Flomeko, Lund, Swe-
com o método de Winter Kennedy, corrigir efeitos sistemáti- den, p. 203-207, june,1998
cos no cálculo da velocidade com o tubo de Pitot é recomen- [10]-VENNARD, J.K. - Elementary fluid mechanics 4th ediction. New
dável fazer uma pesquisa prévia dos perfis de pressão dinâ- York , John Wiley & Sons. Inc. 1963
mica que são encontrados na adutora em que se deseja fazer
a medição da vazão. A informação dos valores dos perfis de
pressão dinâmica vistos em campo deve ser utilizada para
voltar ao laboratório, e fazer uma calibração mais fina do tubo
de Pitot em intervalos em torno dos valores encontrados em
campo. O objetivo é obter correções mais confiáveis que as
obtidas por interpolação linear utilizadas no corpo deste tra-
balho.
As análises da qualidade do resultado das medições utili-
zando o método de Winter Kennedy trazem as mesmas con-
clusões que a medição de velocidade com o tubo de Pitot,
porque seus modelos matemáticos são os mesmos. Ou seja,
deve-se procurar minimizar a incerteza do padrão diminuir a
resolução e dispersão das leitruras.
Uma questão levantada durante o trabalho é que a literatu-
ra consultada, Delmé, 1983, informa que o tubo de Pitot pa-
drão não precisa ser calibrado, o manômetro de coluna líqui-
da também não, isso seria interessante porque teríamos um
sistema de medição de velocidade de escoamento que não
depende de calibrações periódicas em laboratórios credenci-