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(VJ Estratégia CONCURSOS Aula 06 belo eRe ea eer rd) Professores: Nadia Carolina, Ricardo Vale 1-Conceito de Administracao Publica 2- Organizacao da Administracéio Pil 3-Regime Juridico da Administracao x Regi istracdo Pu Juridico-Administrativo: 6- Agentes Publicos: 7- Administracao Tributa: 8- Contrato de Gestao: Para tirar dividas e ter acesso a dicas e contetidos gratuitos, acesse nossas redes sociais: Facebook do Prof. Ricardo Vale: https://www.facebook.com/profricardovale Facebook da Prof*. Nadia Carolina: https://www. facebook.com/nadia.c.santos.16?fref=ts Canal do YouTube do Ricardo Vale: https ://www.youtube.com/channel/UC32LIMyS96biplI715yzS9Q 1 de 137 www.estrategi 1-Conceito de Adi No ordenamento juridico brasileiro, vigora o principio da separacaio de poderes. A Constituicéo Federal estabelece, logo em seu art. 2°, que sdo poderes da Unido, independentes e harménicos entre si, o Executivo, o Legislativo e o Judicidrio. Cada um desses Poderes possui funcées. tipicas e funcées atipicas. A funcdo administrativa, como ja se sabe, é tipica do Poder Executivo. Isso ndo quer dizer, todavia, que os Poderes Legislativo e Judicidrio nao exergam a fungSo administrativa. Eles a exercem sim. Quando o Poder Judicidrio realiza uma licitagéo e celebra um contrato, ele esta exercendo a fung&o administrativa. Da mesma forma, fica claro o exercicio dessa fung’o quando o Poder Legislativo realiza um concurso ptiblico e nomeia novos servidores. Levando-se isso em consideracéio, € possivel concluir que, quando se fala em “Aadministragdéo Publica”, n&o estamos nos referindo’ apenas ao Poder Executivo, mas a todo o conjunto de érgaos e entidades governamentais, dos trés Poderes. A doutrina ensina que o termo “Administragdo Publica” pode assumir diferentes sentidos. £ possivel falar-se em “Administracdo Publica em sentido amplo” e “Administragéo Publica em sentido estrito”. A Administragao Publica em sentido amplo engloba, além dos orgaos e entidades que exercem fungdo administrativa, os chamados 6rg4os politicos (que exercem fungéio politica). A Administragao Publica em sentido estrito, por sua vez, engloba tao somente os érgaos e entidades que exercem funcdo administrativa. Para que nao reste nenhuma diivida, cabe apenas destacar a diferenga entre fungao politica e funcdo administrativa. A funcdo politica é aquela que diz respeito a elaborag3o de politicas publicas e ao estabelecimento de diretrizes governamentais. A funcdo administrativa esta relacionada a execugdo dos servicos ptiblicos e & implementacéo das politicas publica. Também pode-se falar em Administragao Publica em sentido objetivo (material ou funcional) e em Administragao Publica em sentido subjetivo (formal ou organico). A Administragao Piblica em sentido subjetive (formal ou organico) diz respeito aos sujeitos que sao considerados pelo ordenamento juridico como integrantes da Administrag&o. Esse critério, adotado no Brasil, reconhece como integrantes da Administragdo Publica os 6rgaos ptiblicos (que integram a chamada Administragéo direta) e as entidades da Administracgao indireta www.estrategiaconcursos.com.br 2de137 Aula 06 - Prof Nadia / (autarquias, fundagdes, sociedades de economia mista e empresas publicas). Trata-se de uma perspectiva formalista, que n&o leva em consideragdo a funcéo desempenhada. Com efeito, ha empresas ptblicas e sociedades de economia mista que exploram atividades econémicas e, portanto, néo exercem fungéio administrativa. A Administracao Publica em sentido objetivo (material ou funcional) diz respeito ao conjunto de atividades relacionadas a fungéo administrativa do Estado. So consideradas atividades tipicas da Administragéo Publica: 0 fomento (estimulo iniciativa privada), a policia administrativa (atividade de restrigdes aos direitos individuais), 0 servico pblico (atividades destinadas a satisfazer as necessidades da coletividade) e a intervencéio (regulacéo e fiscalizacao estatal sobre as atividades econémicas). Por essa ldgica, as sociedades de economia mista e as empresas publicas que exploram atividades econémicas nao integrariam a Administracdo Publica.’ Por outro lado, empresas privadas concessionarias ou permissionérios de servigos publicos, por exercerem funcéo administrativa, seriam abarcadas pelo conceito de Administrac&o Publica em sentido objetivo. Em breve sintese, podemos destacar 0 seguinte: a) Administragéo Publica em sentido amplo: abrange os érgaos que exercem funséo politica e os drgéios e entidades que exercem fungdes administrativas. b) Administracéo Publica em sentido estrito: abrange apenas os érgaos e entidades que exercem fungdes administrativas. ¢) Administragao Ptiblica em sentido subjetivo: tem como foco os sujeitos que integram a Administracao Publica. A pergunta que se deve responder: “quem s& os sujeitos que integram a Administracéo Publica?”. d) Administragéo Publica em sentido objetivo: tem como foco as atividades relacionadas 4 fungao administrativa. A pergunta aqui é a seguinte: “qual fungéio desempenhada?”. 2- Organizagéo da Admi istrag&o Puiblica: O Estado exerce suas tarefas administrativas de duas formas diferentes: i) centralizadamente ou; ii) descentralizadamente. disso, inclusive, que * Essa € a posigdo mais segura para concursos piiblicos. No entanto, ha doutrinadores que consideram que quando o Estado atua diretamente no dominio econémico (por meio de empresas piiblicas e sociedades de economia mista) ele estd exercendo funcdo administrativa €, como tal, estariamos diante de atividade de administracao publica em sentido material. www.estrategiaconcursos.com.br 3de137 Aula 06 - Prof Nadia / resultam as expressdes “Administracdo Direta” e “Administragéo Indireta”. Quando o Estado atua centralizadamente, ele néo delega competéncia a nenhuma outra entidade. Por exemplo, uma das competéncias administrativas da Unido é assegurar a defesa nacional (art. 21, III). A Unido nao atribuiu essa competéncia a nenhuma outra pessoa; é ela mesma quem exerce essa competéncia, por meio do Ministério da Defesa. E um orgdo ptiblico o responsavel pela tarefa administrativa. Vale destacar que os orgaos ptiblicos sdio entes despersonalizados: eles ndo possuem personalidade juridica prépria. Os érgéios publicos compéem, ent&o, a denominada Administracao Direta. A Administragéo Direta pode ser conceituada como o conjunto de érgaos que integram os entes politicos (Unido, Estados, Distrito Federal e Municipios) e que tém a competéncia para exercer as tarefas administrativas do Estado, de forma centralizada. Por outro lado, quando o Estado atua descentralizadamente, ele atribui a outra pessoa a competéncia para realizar determinada tarefa administrativa. Surgem, entéo, entidades com personalidade juridica propria, responsaveis por executar atividades administrativas especificas. Essas entidades compéem o que denominamos Administracao Indireta. Segundo a CF/88, a Administracgéo indireta é composta pelas autarquias, fundacées publicas, empresas ptiblicas e sociedades de economia mista. Vale destacar que essas entidades existem em todas as esferas federativas, ou seja, existe Administracdo Indireta da Unido, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municipios. Se estivéssemos estudando Direito Administrativo, iriamos nos aprofundar bastante nas explicagdes sobre cada uma dessas entidades da Administracdo indireta. No entanto, como esse é um curso de Direito Constitucional, vamos apenas apresentar rapidas ideias sobre cada uma dessas entidades. 1) Autarquias: so pessoas juridicas de direito publico que exercem atividade tipica da administragao publica. Ex: INSS, IBAMA, BACEN, ANATEL, ANVISA. Sao criadas por lei. Eto 2) FundagGes Ptiblicas: existem fundagdes ptiblicas com personalidade juridica de direito ptiblico (equiparadas as autarquias) e fundages ptblicas com personalidade juridica de direito privado. As fundagées publicas de direito publico so também chamadas de fundagdes autérquicas e, por serem equiparadas as autarquias, devem ser criadas por lei. www.estrategiaconcursos.com.br 4de137 Aula 06 - Prof Nadia / Ja as fundagdes pUblicas de direito privado tém sua criagdo autorizada por lei. Ex: FUNAI e FUNASA. 3) Empresas Publicas: s&o pessoas juridicas de direito privado que, em regra, exploram atividades econémicas. Dizemos “em regra” porque existem empresas ptblicas que prestam servigos publicos. Nas empresas publicas, o capital social € 100% publico. Ex: Caixa Econémica Federal (CEF) e Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). A criagdo de empresas publicas é autorizada por lei. 4) Sociedades de economia mista: s&o pessoas juridicas de direito privado que, em regra, exploram atividades econémicas. Também existem sociedades de economia mista que prestam servicos publicos. Diferem, em esséncia, das empresas ptiblicas pelos seguintes motivos: i) s&o constituidas sob a forma de sociedade anénima (as empresas pUblicas podem assumir qualquer forma juridica); ii) a maioria das agdes é do Estado, mas nao hd obrigatoriedade de que todo o capital social seja piiblico. Ex: Banco do Brasil e PETROBRAS. A criagéo de sociedades de economia mista é autorizada por lei. E importante que vocé no confunda centralizagio / descentralizacio com concentragdo / desconcentracdo. A descentralizag3o envolve, sempre, mais de uma pessoa juridica. A desconcentragao, ao contrario, é uma técnica administrativa de distribuicdo de competéncias dentro de uma Unica pessoa juridica. Por exemplo, dentro da Receita Federal do Brasil (RFB), s&o criadas varias Delegacias e Superintendéncias Regionais. Ou, ainda, dentro da Unido, s&o criados varios Ministérios, cada um com uma competéncia prépria (Ministério da Fazenda, Ministério da Satide, etc.) A CF/88 prevé a criacéo de entidades da Administrac&o Indireta. Trata-se de pessoas juridicas vinculadas a Administragéo Direta (no caso da Administragéo Federal, a um Ministério) cuja fung3o é executar tarefas de interesse publico de maneira descentralizada. A descentralizagao consiste na transferéncia da titularidade de determinadas atividades a pessoas juridicas criadas para executarem as mesmas. Veja o que determina 0 texto constitucional: XIX - somente por lei especifica poderé ser criada autarquia e autorizada @ instituicéio de empresa publica, de sociedade de www.estrategiaconcursos.com.br 5de137 Aula 06 - Prof Nadia / economia mista e de fundagéo, cabendo @ lei complementar, neste Ultimo caso, definir as areas de sua atuacao; XX - depende de autorizagao legislativa, em cada caso, a criagéo de subsidiarias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participagao de qualquer delas em empresa privada; Observa-se que as autarquias s6 podem ser criadas por lei especifica. Isso porque essas entidades séo pessoas juridicas de direito publico, que realizam atividades tipicas do Estado. Jé as sociedades de economia mista e empresas ptblicas precisam de autorizacao em lei para serem criadas. Essas entidades séo pessoas juridicas de direito privado que poderdo tanto prestar servigos publicos quanto ‘explorar atividades econémicas. Por fim, as fundacées publicas tanto poderdo ser criadas quanto ter sua criagéo autorizada por lei. No primeiro caso, teraéo personalidade juridica de direito publico, sendo uma espécie de autarquia (fundacées autarquicas). No segundo, ter8o personalidade juridica de direito privado, Em ambos os casos, contudo, caberé a lei complementar definir as dreas de sua atuaco. No que se refere ao art. 37, XX, da CF, observa-se que depende de autorizacéo legislativa, em cada caso, a criagéo de subsididrias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participag3o de qualquer delas em empresa privada. Nao ha necessidade de aprovacao do Poder Executivo, uma vez que a autorizagao se da por lei, conforme o texto constitucional. (TIDFT — 2015) As autarquias so servigos auténomos, criados por lei, com natureza juridica de direito privado e personalidade juridica prépria. Comentarios: As autarquias so pessoas juridicas de direito publico, ‘ criadas por lei. Questéo errada. (TIDFT - 2015) As empresas publicas e as sociedades de economia mista séo entidades com natureza juridica de direito privado e capital exclusivo do ente estatal que as instituir. Comentarios: Nas empresas ptiblicas, o capital é 100% ptiblico. Nas 6 de 137 www.estrategi Aula 06 - Prof Nadia / sociedades de economia mista, a maioria das agdes € do Estado, nao havendo obrigatoriedade de que todo o capital seja publico. Questao errada. 3-Regime Juridico da Administracéo x Regime Juridico-Administrativo: Essas séo duas expressdes muito parecidas e, por isso, acabam sendo erroneamente consideradas sinénimas. No entanto, elas tém significados diferentes. © Regime Jurfdico da Administragao é 0 conjunto de normas (principios e regras) as quais se submete a Administrag&o Publica, o que engloba o regime de direito pUblico e o regime de direito privado. Perceba que a Administragéo Publica, em suas relagdes, pode atuar com supremacia perante os particulares (relacéo vertical) ou em pé de igualdade com estes (relacdo horizontal). Na primeira situagdo, ird vigorar o regime de direito publico; na segunda, 0 regime de direito privado. Um exemplo de situagdo em que a Administragéo esté envolvida em uma relago horizontal é quando ela celebra um contrato de aluguel com um particular. O Regime juridico-administrativo, por sua vez, 6 o regime de direito ptblico ao qual se submete a Administragao Publica. E esse regime que rege as relages em que a Administragio atua com supremacia perante os administrados. Trata-se de uma relacdo vertical, na qual a Administragdo é dotada de prerrogativas especiais. Ha 2 (dois) principios que fundamentam o regime juridico-administrativo: i) a supremacia do interesse publico e; ii) a indisponibilidade do interesse piblico. 0 principio da supremacia do interesse ptiblico determina que em caso de conflito entre o interesse pUblico e o de particulares, aquele deve prevalecer. Em razéo da supremacia do interesse pblico, a Administracao goza de prerrogativas especiais, das quais decorre a verticalidade nas relacdes entre esta e os particulares. Podera, por exemplo, determinar a desapropriagéo de um imével ou, ainda, prever as chamadas clausulas exorbitantes em contratos administrativos. Ja o princi da indisponibilidade do interesse ptiblico estabelece que a Administragéo somente pode atuar quando autorizada por lei, nos limites estipulados pela norma legal. Veda ao administrador a pratica de atos que implicam rentincia a direitos do Poder Publico ou que onerem injustificadamente a sociedade. Em virtude da indisponibilidade do interesse pliblico, a Administragao esta sujeita a determinadas restrigées. Ao adquirir bens, por exemplo, a Administracdo deverd realizar prévia licitagSo. www.estrategiaconcursos.com.br 7de137 Aula 06 - Prof* Nadia / 4-Principios Explicitos da Administragado Publica: A Administragao Publica, em todos os seus niveis, deveré observar certos jos constitucionais em sua atuacdo. Esses principios esto expressos LEGALIDADE | fmpessoaLrpaot MORALIDADE PUBLICIDADE EFICIENCIA no art. 37, da CF/88: Art. 37. A administracéo publica direta e indireta de qualquer dos Poderes da Unido, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municipios obedecera aos principios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiéncia e, também, ao sequinte: (...) S80 5 (cinco) os principios constitucionais da Administragéo Publica: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiéncia. Esses principios vinculam toda a Administragéo Publica (seja a administragao direta ou indireta), dos trés Poderes (Executivo, Legislativo e Judicidrio) e de todas as esferas da federacao (Unido, Estados, Distrito Federal e Municipios). a) Principio da legalidade: A legalidade ¢ principio essencial dentro de um Estado democratico de direito, representando a submissao do Estado 4 lei. E por meio da observancia das leis que se concretiza a vontade do povo e, assim, atendido o interesse ptiblico, Ressalte-se que, ao falarmos em “lei”, no estamos nos referindo apenas @ lei formal, elaborada pelo Poder Legislative. Pelo principio da legalidade, devem ser observadas as normas em geral, inclusive os atos infralegais (decretos, portarias e instrugdes normativas). Segundo o principio da legalidade, a Administragéo Publica somente pode fazer o que esté expressamente previsto em normas juridicas. Assim, a Administracéio sé pode agir segundo a lei ("secundum legem"), jamais contra a lei (“contra legem”) ou além da lei (“praeter legem”), com base apenas nos costumes. www.estrategiaconcursos.com.br 8de137 Aula 06 - Prof Nadia / E claro, as vezes, as normas deixam certa liberdade de escolha para o administrador publico; dizemos que, nesse caso, ha discricionariedade da Administrag&o. Por exemplo, a concessao de licenca a um servidor, para tratar de interesse particular, € discricionariedade da Administracdo (que poderd decidir por conceder ou nao a licenga). Para os particulares, o principio da legalidade tem uma conotagao diferente: a eles, € licito fazer tudo aquilo que a lei ndo proibe. Enquanto a Administragéo Publica deve agir da maneira que a lei determina, os particulares tém maior liberdade de atuacdo e sé ndo podem fazer o que a lei Ihes proibe. b) Principio da impessoalidade: © principio da impessoalidade ¢ também conhecido como principio da finalidade ou, ainda, principio da isonomia. Para compreender 0 exato alcance desse principio, € necessario analisd-lo em suas 4 (quatro) diferentes acepces. Na primeira acepc&io, de finalidade, o principio da impessoalidade traduz a ideia de que toda atuacéo da Administracéo deve buscar a satisfacdo do interesse publico. Quando um ato é praticado com objetivo diverso, é nulo, por desvio de finalidade. O administrador é mero executor do ato, que serve para manifestar a vontade do Estado. Pode-se dizer, portanto, que o principio da impessoalidade decorre do principio da supremacia do interesse publico. Segundo a doutrina, em sentido amplo, o principio da impessoalidade busca 0 atendimento do interesse ptiblico, enquanto em sentido estrito, visa atender a finalidade especifica prevista em lei para o ato administrativo. Ressalta-se que, sempre que o ato administrativo satisfizer sua finalidade especifica, a finalidade em sentido amplo também tera sido atendida. Nesse sentido, destaca-se a lig&o de Hely Lopes Meirelles: "(...) 0 principio da impessoalidade, referido na Constitui¢éo de 1988 (art. 37, “caput”), nada mais é que o classico principio da finalidade, o qual impée 20 administrador publico que sé pratique o ato para o seu fim legal. E o fim legal é unicamente aquele que a norma de direito indica expressa ou virtualmente como objetivo do ato, de forma impessoal”. * Na segunda acepeiio, 0 principio da impessoalidade traz a ideia de vedacdo A promocdo pessoal. O agente publico néo pode utilizar as realizagdes da Administracdo Publica para promocéo pessoal. Fundamenta-se essa ldgica no art. 37, § 19, da CF/88, que dispée o seguinte: ? MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 21* Edicéo, 1995 www.estrategiaconcursos.com.br 9de 137 a = Aula 06 - Prof Nadia / § 1° - A publicidade dos atos, programas, obras, servicos e campanhas dos 6rgos publicos devera ter cardter educativo, informativo ou de orientacao social, dela néo podendo constar nomes, simbolos ou imagens que caracterizem promog&o pessoal de autoridades ou servidores publicos. Uma terceira acepc&o do principio da impessoalidade € aquela que o relaciona @ isonomia. E 0 que se verifica, por exemplo, na exigéncia de concurso publico para o acesso aos cargos ptblicos. A oportunidade de se ter acesso a esses cargos é igual para todos. Outro exemplo dessa acepgao do principio da impessoalidade diz respeito ao pagamento das dividas do Estado, que deverd observar, em regra, a ordem cronolégica de apresentacéo dos precatérios (art. 100, CF/88). Finalmente, a quarta acepcSo do principio da impessoalidade é a que considera que os atos praticados pelo agente ptiblico néo séo imputaveis a ele, mas ao 6rgdo ou entidade em nome do qual ele age. A aco dos agentes é, portanto, impessoal. Essa regra é extraida do art. 37, § 6°, da CF/88: § 6° - As pessoas juridicas de direito publico e as de direito privado prestadoras de servigos publicos respondero pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra 0 responsavel nos casos de dolo ou culpa. Destaca-se, ainda, que uma importante aplicagSo do principio da impessoalidade diz respeito a consideracao dos atos praticados por agente de fato (putativo) como validos. Agente de fato é aquele individuo que ingressa na Administragao Publica irregularmente. Devido a teoria da aparéncia (0 agente parece ser servidor publico “de direito”), seus atos s8o mantidos quando atingem terceiros de boa-fé, pois a Administracao é impessoal. ¢) Principio da moralidade: A moralidade administrativa & principio que impée aos agentes ptblicos a atuacao ética e honesta na gestdo da coisa publica. N3o basta que o administrador publico atue segundo a Lei; além disso, ele deve agir segundo 9s principios da probidade e boa fé. Assim, é perfeitamente possivel que um ato administrativo esteja em conformidade com a lei, mas contrarie o principio da moralidade, podendo, entao, ser anulado. Além de erigir 0 principio da moralidade a vetor fundamental de atuacdo da Administragao Publica, a Constituigéo Federal de 1988 buscou concretiza-lo em diversos dispositivos. www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 137 a = Aula 06 - Prof Nadia / Como instrumento de controle da moralidade administrativa, o art. 5°, LXXIIL, previu a agdo popular, que pode ser proposta por qualquer cidadao: LXXIIT - qualquer cidadéo é parte legitima para propor ac&o popular que vise a anular ato lesivo ao patriménio publico ou de entidade de que o Estado participe, & moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patriménio histérico e cultural, ficando 0 autor, salvo comprovada mé-fé, isento de custas judiciais e do 6nus da sucumbéncia. © art. 37, § 4°, CF/88, por sua vez, prevé a responsabilizagéo por atos de improbidade admit Os’ atos de improbidade administrativa publica, a indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao Erario. Tudo isso sem prejuizo da aco penal cabivel, que também poderé ser proposta. § 4° - Os atos de improbidade administrativa importarao a suspenséo dos direitos politicos, a perda da fungao publica, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erério, na forma e gradacao previstas em lei, sem prejuizo da agao penal cabivel. E bastante comum assertivas como a seguinte: “Atos de improbidade administrativa importaro a ‘ 2 Seeadinh perda da fungdo publica e dos direitos politicos”. Essa assertiva esté ERRADA, pois a improbidade administrativa gera suspensdo dos direitos politicos. d) Principio da publicidade: O principio da publicidade deve ser analisado em duas acepcées diferentes: - Exigéncia de publicacéo em drgao oficial como requisito de eficacia dos atos administrativos gerais que devam produzir efeitos externos ou onerem o patriménio puiblico; = Exigéncia de transparéncia da Administragao em sua atuagdo, de forma a possibilitar o controle pelos administrados. Na primeira acepc&o, deve ficar claro que a Administracéo tem a obrigagdo de tornar ptiblicos os seus atos. Com efeito, a publicidade dos atos administrativos é requisito de eficacia dos atos administrativos gerais e de efeitos externos ou, ainda, daqueles que onerem o patriménio publico. Exemplo de ato geral e de efeito externo 6 a publicacdo de uma Portaria: esta www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 137 Aula 06 - Prof Nadia / somente produzira seus efeitos (seré eficaz) apés a publicacéo no Didrio Oficial da Unido. Na segunda acepcéo, a Administragéo Publica tem a obrigacdo de dar conhecimento aos administrados (cidad&os) da conduta interna de seus agentes. Segundo o art. 5°, XXXII, “todos os cidadéos tém o direito de receber dos 6rgaos pliblicos informacées de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral". O principio da publicidade evidencia-se, assim, na forma de uma obrigag’o de transparéncia. XXXII - todos tém direito a receber dos érgdos publicos informagées de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que sergo prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindivel 4 seguranca da sociedade e do Estado. A partir da leitura do dispositivo supratranscrito, é possivel concluir que os 6rgios ptiblicos n&o precisam fornecer aos cidadéos toda e qualquer informagéo de que disponham. As_ informagées cujo sigilo seja imprescindivel a seguranca da sociedade e do Estado nao precisam ser fornecidas. Cabe destacar, ainda, que somente com a publicidade dos atos administrativos é que torna-sé vidvel o exercicio do controle da Administragao, seja este controle realizado pelos préprios cidadaos (controle social) ou pelos chamados 6rgaos de controle (CGU e TCU). Com base no principio da publicidade, o STF entendeu ser valida a divulgacéo da remuneracdo bruta, cargos e funcées titularizados por servidores pUblicos, bem como dos érgaos de sua formal lotagdo. Isso porque, sendo essas informagdes de interesse coletivo ou geral, estdo expostas a divulgago oficial. Nao cabe, de acordo com a Corte, “falar de intimidade ou de vida privada nesse caso, pois os dados objeto da divulgagao em causa dizem respeito a agentes ptiblicos enquanto agentes publicos mesmos; ou, na linguagem da prépria Constituicéo, agentes estatais agindo “nessa qualidade” (§6° do art. 37)".? ) Principio da eficiéncia: O principio da eficiéncia passou a estar expresso na Constituic&o a partir da EC n° 19/98, que o introduziu com 0 objetivo de promover uma quebra de paradigma na Administracdo Publica, substituindo a antiga administragdo burocratica pelo novo modelo: a administracéo gerencial. A administracdo * bleno, S$ 3902 AgR-segundo / SP - SAO PAULO, Rel. Min. Ayres Britto, j. 09.06.2011, DJe-189 DIVULG 30- 09-2011 PUBLIC 03-10-2011. www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 137 Aula 06 - Prof Nadia / gerencial tem énfase na obtengdo de resultados e na participag&o do cidadao, que é visto como cliente dos servigos publicos. O art. 37, CF/88 impée verdadeiro dever de eficiéncia a Administragéo Publica. Nao basta que os agentes ptiblicos atuem em conformidade com os ditames da legalidade. E necessério que desempenhem suas atribuigdes da melhor forma possivel, a fim de obter os melhores resultados. Deve-se buscar a melhoria da qualidade dos servicos publicos e a raciona gastos ptiblicos. A Administragdo Publica deve observar o prin: economicidade, que determina que seja avaliado o custo/beneficio dos gastos ptiblicos. O principio da eficiéncia se manifesta em diversos dispositivos constitucionais: - O art. 41, § 4°, estabelece que a avaliacdo especial de desempenho por comissao instituida com essa finalidade é condigéio para aquisigao de estabilidade por servidor publico. - O art. 41, § 19, III, estabelece a possibilidade de perda do cargo por servidor pUblico mediante procedimento de avaliagéo periédica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. - O art. 37, § 8°, estabelece a possibilidade de que a Administracéo Publica celebre contratos de gestao com érgaos e entidades da administragdo direta e indireta, fixando metas de desempenho para o rgaio ou entidade. - O art. 37, § 39, prevé que lei disciplinaré as formas de participacdo do usuario na administraao publica direta e indireta. Esse dispositivo busca promover a gestao participativa. - O art. 39, § 2, dispde que a Unido, os Estados e o Distrito Federal manterdo escolas de governo para a formacao e o aperfeicoamento dos servidores publicos, constituindo-se a participacdo nos cursos um dos requisitos para a promocao na carreira, facultada, para isso, a celebragao de convénios ou contratos entre os entes federados. Esse dispositivo se destina a garantir a capacitag3o profissional dos servidores pUblicos, com o intuito de melhorar a qualidade do servico prestado pela Administragéio Publica. Observa-se que a celebracéio de convénios ou contratos visando & manuteng&o de escolas de governo para formac&o e aperfeigoamento dos servidores publicos é facultativa. - O art. 39, § 79, estabelece que “lei da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municipios disciplinaré a aplicagéo de recursos orcamentérios provenientes da economia com despesas correntes www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 137 Aula 06 - Prof Nadia / em cada érgao, autarquia e fundagéo, para aplicagéo no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernizagao, reaparelhamento e racionalizag3o do servico publico, inclusive sob a forma de adicional ou prémio de produtividade.” Essa é a previsdo de adicional ou prémio de produtividade, como forma de estimular a exceléncia no servico puiblico e dar concretude ao principio da eficiéncia. - O art. 70, caput, prevé que o controle da Administracdo Publica devera, dentre outros parametros, observar a economicidade. 5- Principios Implicitos da Administracao Publica: Além dos principios explicitos no texto constitucional (art. 37), hé também os principios implicitos da Administracéo Publica. Nao nos aprofundaremos no estudo de cada um deles, pois af estariamos entrando na seara do Direito Administrativo. Para fins do estudo do Direito Constitucional, basta que tenhamos uma breve nocdo sobre os principais dentre esses principios. a) Controle judicial dos atos administrativos: No Brasil, adota-se o sistema inglés de jurisdigao Gnica, no qual o Poder Judiciario pode efetuar © controle dos atos administrativos. Decorre do principio da inafastabilidade de jurisdig&io, segundo o qual “a lei nao excluiré da apreciacéo do Poder Judicidrio leséo ou ameaca a direito” (art. 5°, XXXV). E diferente do sistema francés, do contencioso administrativo, no qual os atos administrativos nao séo apreciados pelo Poder Judiciario. b) Principio da autotutela: Segundo esse principio, a Administragao Publica tem competéncia para controlar seus préprios atos, anulando-os (quando ilegais) ou revogando-os (por motivo de convénio e oportunidade). A Stimula n° 473, do STF, dispde que “A Administrag&o pode anular seus proprios atos, quando eivados de vicios que os tornam ilegais, porque deles néo se originam direitos; ou revogé-los, por motivo de conveniéncia ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciacao judicial.” ¢) Presuncao da seguranca jurfdica: © principio da seguranga juridica é um principio implicito que encontra previsdo no art. 2° da Lei n° 9.784/99. Esse principio impée que as normas sejam interpretadas de forma a garantir o atendimento do fim ptblico a que se dirigem, vedada a aplicacao retroativa de nova interpretacao. d) Principio da motivagdo: Um dos requisitos dos atos administrativos 6 0 motivo, que é a situacéio de fato ou de direito que autoriza a edic&o do ato. A motivac&o consiste na declaracao dos motivos que fundamentaram o ato. www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 137 Aula 06 - Prof Nadia / e) Principio da razoabilidade e da proporcionalidade: Os principios da razoabilidade e da proporcionalidade estao intimamente relacionados. A doutrina majoritéria considera, inclusive, que o princfpio da proporcionalidade est contido no principio da razoabilidade. O principio da proporcionalidade consiste na adequacSo entre os meios e os fins almejados; caso 0 ato administrativo ndo respeite essa relacdo, sera desproporcional e, portanto, passivel de invalidag’o pelo Poder Judiciario. © principio da razoabilidade possui trés aspectos: i) adequacdo; ii) necessidade e; ili) proporcionalidade em sentido estrito. Assim, esses trés aspectos devem ser observados para a aferigéo da razoabilidade de um determinado ato. A adequacao consiste em observar se 0 meio escolhido é o mais adequado para se alcancar o fim perseguido. A necessidade, por sua vez, consiste em analisar se o meio utilizado é 0 melhor ou menos oneroso para alcangar o jetivo do ato. Por tiltimo, a proporcionalidade, conforme jé comentamos, é ig&io da relagéio entre os meios e os fins almejados. f) Principio da continuidade do servico ptiblico: Os servigos puiblicos nao podem sofrer solucdo de continuidade, isto é, nao podem ser paralisados. E em razao desse principio que podem ser impostas restrigdes ao direito de greve dos servidores publicos (art. 37, VII). Recorde-se que o direito de greve dos servidores publicos é norma constitucional de eficacia limitada. (TRE / GO - 2015) O regime juridico-administrativo brasileiro esté fundamentado em dois principios dos quais todos os demais decorrem, a saber: 0 principio da supremacia do interesse publico sobre o privado e o principio da indisponibilidade do interesse publico. Comentarios: Esses principios so os pilares do regime juridico *icar} administrative. Questo correta. (FUB - 2015) Apesar de o principio da moralidade exigir que os atos da administracéo publica sejam de ampla divulgagao, veda-se a publicidade de atos que violem a vida privada do cidadao. Comentarios: E 0 principio da publicidade que exige ampla divulgacao dos www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 137 Aula 06 - Prof Nadia / atos da Administracao Publica. Quest&o errada. (FUB - 2015) A pretexto de atuar eficientemente, é possivel que a administraco pratique atos n&o previstos na legislacao. Comentarios: No se pode invocar a eficiéncia para descumprir a lei. Pelo principio da legalidade, a Administracdo somente pode fazer aquilo que esté expressamente previsto em normas juridicas, Questao errada. (IPT / SP - 2014) 0 regime juridico administrative e 0 regime juridico da Administragdo Publica so expressées sinénimas. Comentarios: Essas duas expressées tém significados distintos. O regime Juridico da Administrago é 0 conjunto de normas (principios e regras) aos quais se submete a Administraco Publica, 0 que engloba o regime de direito publico e o regime de direito privado. Por outro lado, regime jurfdico- administrativo é 0 regime de direito publico ao qual se submete a Administrag&o Publica. Questdo errada. 6- Agentes Publicos: 6.1- Acesso aos cargos, empregos e funcées publicas: Segundo 0 art. 37, inciso I, CF/88, “os cargos, empregos e funcées publicas so acessiveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei”. Os brasileiros, para que possam ter acesso aos cargos, empregos e€ funcées ptiblicas, devem cumprir os requisitos definidos em lei. Assim, somente a lei é que pode definir os requisitos para acesso a cargos publicos. O STF ja se manifestou varias vezes seguindo esse entendimento: a) Simula Vinculante n° 44 (STF): "Sé por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitagéo de candidato a cargo piiblico." Em outras palavras, um edital de concurso publico sé pode trazer a exigéncia de exame psicotécnico se a lei que criou o cargo assim o tiver estabelecido. www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 137 Aula 06 - Prof Nadia / b) SGmula n° 14 (STF): “Nao é admissivel, por ato administrativo, restringir, em razéo da idade, inscrig&o em concurso para cargo puiblico." ©) "A exigéncia de experiéncia profissional prevista apenas em edital importa em ofensa constitucional.” * ) "A fixagao do limite de idade via edital no tem o condéo de suprir a exigéncia constitucional de que tal requisito seja estabelecido por lei.” e) “Editais de concurso publico nao podem estabelecer restriga0 a pessoas com tatuagem, salvo situagées excepcionais em razéo de conteudo que viole valores constitucionais”.° Segundo o STF “o fato de uma pessoa possuir tatuagens, visiveis ou no, nao poderia ser tratado pelo Estado como pardmetro discriminatério quando do deferimento de participagéo em concursos de provas e titulos para ingresso em carreira publica”. A opgao pela tatuagem esté diretamente relacionada a liberdade de expressao e de manifestagao (art. 5°, IN e IX). Ha que se fazer, entretanto, uma ressalva. Algumas tatuagens possuem contetido que viola valores constitucionalmente protegidos, como aquelas que fazem apologia a ideias terroristas e racistas ou que preguem a violéncia e a criminalidade. Estas podem ser um obstdculo para que um cidadéo ingresse na Administragao Publica. Os estrangeiros também podem ter acesso a cargos, empregos e funcdes publicas. No entanto, para eles a regra é um pouco diferente. Eles sé podem ocupar cargos, empregos e fungées publicas quando a lei assim o autorizar. Ha necessidade de que exista uma lei definindo as hipéteses em que os estrangeiros poderao ter acesso aos cargos ptiblicos. Destaca-se que essa lei ndo podera estabelecer distingées arbitrarias e abusivas, privilegiando determinados estrangeiros em detrimento de outros, em funcdo do pais de origem. Ressalta-se, ainda, que essa previsio constitucional se aplica igualmente aos estrangeiros residentes ou nao no pais, permitindo, por exemplo, que, apés a edigdo da referida lei, estes tenham acesso a cargos, empregos ou fungées ptiblicas em repartigdes brasileiras no exterior. * RE 558.833-AgR. Rel. Min. Ellen Gracie. Julgamento em 08.09.2009. © RE 559.823-AgR. Rel. Min. Joaquim Barbosa. Julgamento em 27.11.2007. ° RE 898450/SP, Rel. Min. Luiz Fux, 17.8.2016. www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 137 Aula 06 - Prof Nadia / Percebe-se, dessa maneira, que o acesso de brasileiros a cargos ptiblicos é norma de efica: contida. Todos os brasileiros tém direito a ocupar cargos publicos, podendo a lei estabelecer requisitos, restringindo esse acesso. Por ‘outro lado, o acesso de estrangeiros a cargos ptiblicos é norma de efica: limitada. Assim, para que estrangeiros possam ocupar cargos na Administragéio, sera necessdria a edigdio de lei autorizadora. BRASILEIROS DEVEM CUMPRIR REQUISITOS LEGAIS ACESSO. AOS ARGOS PUBLICOS ESTRANGEIROS & NECESSARIO LEI AUTORIZADORA 6.2- Concurso Publico: © art. 37, inciso Il, CF/88, dispde que “a investidura em cargo ou emprego publico depende de aprovacao prévia em concurso publico de provas ou de provas e titulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeacées para cargo em comissao declarado em lei de livre nomeago e exoneracao". Desse dispositivo, podemos extrair varias regras importantes: a) © acesso aos cargos e empregos piiblicos depende de pré aprovacao em concurso ptiblico, Nesse sentido, o STF editou a Sumula Vinculante n° 43, que diz: “é inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovacéo em concurso puiblico destinado ao seu provimento, em cargo que néo integra a carreira na qual anteriormente investido". b) © concurso piiblico deve ser de provas ou de provas e titulos. Assim, no se admite a realizagéo de concurso ptblico com base unicamente em avaliagao de titulos. Cabe destacar que, segundo o STF, o mero exercicio de fung’o ptiblica nao pode ser considerado como titulo, uma vez que isso representaria violacao ao principio da isonomia. ¢) A exigéncia de concurso piblico vale para 0 provimento de cargos e empregos na administracdo piiblica direta e indireta, inclusive para empregos em sociedades de economia mista e empresas publica. 7 ADI 3.443/MA, Rel. Min. Carlos Velloso, 09.09.2005. www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 137 Aula 06 - Prof Nadia / d) A exigéncia de concurso ptiblico sé vale para o provimento de cargos efetivos. A nomeacao para cargos em comissao independe de concurso publico. O prazo de validade do concurso é definido pelo edital. Segundo o art. 37, III, CF/88, o prazo de validade sera de até 2 (dois) anos, prorrogavel uma vez por igual periodo. A contagem do prazo de validade é feita a partir da homologago, que é 0 ato administrativo que atesta a concluséo do concurso ptblico. Dentro do prazo de validade do concurso é que poderao ser nomeados ou contratados os aprovados. Ha vasta jurisprudéncia do STF e do STJ acerca do tema “concursos ptiblicos”. A seguir, reproduziremos os mais importantes entendimentos sobre o assunto: a) Segundo o STF, a aprovacéo em concurso dentro do numero de vagas previsto no edital garante direito subjetivo do candidato a nomeac&o®. Assim, se o edital prevé 30 vagas para o cargo de Auditor- Fiscal, os 30 primeiros colocados ter3o direito subjetivo a serem nomeados. Em outras palavras, a Administrac3o ndo poderé deixar de nomeé-los. “E pode a Administragéo nomear um candidato fora da ordem de classificacéo? Nomear 0 26° antes do 1°, por exemplo?” Nao pode. A Administragéo deveré nomear os candidatos aprovados observando a ordem de classificagao. Mas isso j4 aconteceu no passado... Tanto é que o STF chegou a editar a Smula n° 15 para evitar que algum candidato melhor classificado fosse preterido: “Dentro do prazo de validade do concurso, 0 candidato aprovado tem o direito 4 nomeacao, quando o cargo for preenchido sem observancia da classificagao”. Assim, se 0 15° colocado de um concurso for nomeado, por ébvio, todos aqueles que esto a sua frente também o deverao ser. No RE n° 598.099 / MS, o STF deixou consignado que € possivel que, em situago excepcionalissima, a Administracio deixe de nomear os candidatos aprovados dentro do numero de vagas. No entanto, essa situag8o deverd ser caracterizada pela superveniéncia, imprevisibilidade e gravidade. b) O STF considera que, comprovada a necessidade de pessoal e a existéncia de vaga, configura preterigéo de candidato aprovado em concurso ptiblico o preenchimento da vaga, ainda que de forma temporaria’. Suponha, por exemplo, que existam vagas para ® RE 598,099. Rel. Min. Gilmar Mendes. Julgamento em 10.08.2011. ° AI 820065/GO, Rel. Min, Rosa Weber, j, 21.08.2012, p. 05.09.2012. www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 137 Aula 06 - Prof Nadia / determinado cargo publico e comprovada necessidade de pessoal. Além disso, existem candidatos aprovades em concurso ptiblico no cadastro de reserva. Ao invés de chamé-los, todavia, a Administracéo faz diversas contratagdes temporérias. Claro esté que os candidatos que estavam em cadastro de reserva foram preteridos. ¢) Segundo 0 ST3, “a aprovacéo do candidato dentro do cadastro de reserva, ainda que fora do numero de vagas inicialmente previstas no edital do concurso publico, confere-lhe o direito subjetivo 4 nomeagao para o respectivo cargo se, durante o prazo de validade do concurso, demonstrado o interesse da Administracéo Publica, surgirem novas vagas, seja em razo da criacéo de novos cargos mediante lei, seja em virtude de vacdncia decorrente de exonerago, demissSo, aposentadoria, posse em outro cargo inacumulével ou falecimento".'° d) Segundo o STF, a eliminagao do candidato de concurso ptblico que esteja respondendo a inquérito ou acdo penal, sem sentenca penal condenatéria transitada em julgado, fere o principio da presuncaéo de inoc€ncia‘'. Ora, se n3o houve sentenga penal condenatoria transitada em julgado, o candidato nao pode ser considerado culpado (art. 5°, LVI). ) Segundo o STF, nao ha direito 4 prova de segunda chamada nos testes de aptidao fisica, em razdo de circunstancias pessoais, ainda que de caréter fisiolégico ou de forga maior, salvo disposicao em contrario no edital."? Assim, em regra, inexiste direito 4 remarcacao de teste de aptidao fisica em raz&o de problema pessoal de satide. f) Segundo o STF, o edital de concurso publico podera estabelecer que a classificacdo seja feita por unidade da federacdo, ainda que disso resulte que um candidato possa se classificar, em uma delas, com nota inferior ao que, em outra, ndo alcance a classificago respectiva. Assim, admite-se que a concorréncia seja regionalizada. Isto é bastante comum. Pode existir um concurso com 15 vagas para Minas Gerais, 10 vagas para Sdo Paulo e 30 vagas para o Rio de Janeiro. Os candidates as vagas de Minas Gerais concorrerdo apenas entre si, assim como os candidatos &s vagas de So Paulo e do Rio de Janeiro. g) Segundo o STF, o edital de um concurso publico néo pode ser alterado, exceto para corrigir erro material ou em virtude de imposicéo de lei. Nesse sentido, “em face do principio da legalidade, pode a Administracéo Publica, enquanto nao concluido e homologado o * AgRg no RMS 38117 / BA, Julgamento em 18.12.2012. 11 AI 741.101-AgR, Rel. Min. Eros Grau. Julgamento em 28-4-2009 ® RE 630.733. Rel. Min. Gilmar Mendes. Julgamento em 15.05.2013. .concursos.com.br 20 de 137 www.estrategi Aula 06 - Prof Nadia / concurso publico, alterar as condigées do certame constantes do respectivo edital, para adapta-las 4 nova legislacao aplicavel 4 espécie, visto que, antes do provimento do cargo, 0 candidato tem mera expectativa de direito 4 nomeag&o ou, se for o caso, a participagéo na segunda etapa do processo seletivo”. h) © Supremo Tribunal Federal entende que, caso uma questdo de concurso cobre assunto nao incluso no edital, é possivel o controle jurisdicional, por ser o edital a lei do concurso. Entretanto, é bom que vocé saiba que esse controle nao é possivel, de acordo com o STF, quando se trata de avaliar os critérios ‘de correcéo da banca examinadora, de analisar a formulac&o de questdes ou de avaliar as respostas. Para complementar, citamos trecho de julgado do STF relacionado a esse entendimento: “o Poder Judicidrio seria incompetente para substituir-se & banca examinadora de concurso publico no reexame de critérios de correcao das provas e de conteddo das questées formuladas. Assentou-se que, existente previséo de determinado tema, cumpriria ao candidato estudar e procurar conhecer, de forma global, os elementos que pudessem ser exigidos nas provas, de modo a abarcar todos os atos normativos e casos paradigméticos existentes. Do contrério, significaria exigir-se das bancas examinadoras a previséo exaustiva, no edital de qualquer concurso, de todos os atos normativos e de todos os ‘cases’ atinentes a cada um dos pontos do conteudo programético do concurso, 0 que fugiria razoabilidade”. i) Segundo 0 STJ, 0 candidato aprovado que foi tardiamente nomeado por forca de decisdo judicial nao tem direito a ser indenizado pelo periodo em que no trabalhou.’* Isso evita que continuem ocorrendo aquelas “indenizagdes milionarias” de servidores que conseguiram a nomeag&o quase vinte anos depois da realizago do concurso, muitas vezes prestes a se aposentarem. Quem nao conhece um caso desses? O STJ “acabou com a festa”! j) Segundo o STF, na ocorréncia de vaga, a Administragéio, ao prové-la, deve primeiro oferecer ao servidor classificado em Concurso de Remocdo, para somente entéo nomear candidato habilitado em Concurso Publico, ainda que jA ocupe cargo de provimento efetivo © MS 308060/DF, rel. Min. Luiz Fux, 28.08.2012. ™ EResp1.117.974/RS, Corte Especial, Rel. Min. Eliana Calmon, Rel.p/Acordao Min. Teori Albino Zavascki, DJE 19.12.2011. www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 137 Aula 06 - Prof Nadia / pertencente ao Quadro de Pessoal do respectivo érgdo.'° Com isso, impossibilita-se que o Auditor-Fiscal da Receita Federal que ficou durante anos na fronteira, esperando por uma remoco, veja sua téo sonhada vaga em sua cidade natal ser ofertada a candidatos a novo concurso pUblico, em detrimento dele. Isso j4 aconteceu no passado, pode acreditar! Apés esse grande repertério jurisprudencial, continuamos no estudo do tema dos concursos ptiblicos. Vejamos 0 que dispée o art. 37, IV, CF/88: IV - durante 0 prazo improrrogével previsto no edital de convocagao, aquele aprovado em concurso publico de provas ou de provas e titulos seré convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira; Ha muita confuséo quanto ao significado do termo “prazo improrrogavel”. Ora, sabemos que o prazo de validade do concurso ptblico é de até 2 anos, prorrogavel uma vez por igual periodo. Devemos considerar que findo esse periodo é que o prazo se torna improrrogavel. A CF/88 n&o impede que, no prazo de validade de um concurso, a Administrago realize novo concurso para o mesmo cargo. No entanto, o art. 37, IV, estabelece a prioridade de nomeacdo para os aprovados no concurso anterior sobre os novos aprovados. © art. 37, VIII, CF/88, assegura um percentual dos cargos e empregos ptiblicos para portadores de deficiéncia: VIII - a lei reservaré percentual dos cargos e empregos publicos para as pessoas portadoras de deficiéncia e definira os critérios de sua admissao; Note que é a lei que definira os critérios de admissdo das pessoas portadoras de deficiéncia, jamais o administrador publico. Também é& importante ressaltar que, de acordo com as atribuigdes do cargo, esta podera prever que ndo haverd reserva de vagas a essas pessoas. Nesse sentido, a Lei 8.112/90 prevé, em seu art. 5°, § 2°, que: § 2° As pessoas portadoras de deficiéncia é assegurado o direito de se inscrever em concurso publico para provimento de cargo cujas atribuicées sejam compativeis com a deficiéncia de que s&o portadoras; para tais pessoas ser3o reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso. “MS 31267 MS, Min. Ricardo Lewandowsky, j. 24.04.2012, p. 27.04.2012 .concursos.com.br 22 de 137 www.estrategi Aula 06 - Prof Nadia / Continuando nossa andlise do art. 37 da Constituic&o, determina o texto constitucional que: IX - a lei estabeleceré os casos de contrataco por tempo determinado para atender a necessidade temporaria de excepcional interesse publico; Esse dispositivo prevé a contratagdo de pessoal sem concurso piblico, por tempo determinado. Esse pessoal nao ocupa cargo publico, néo esta sujeito ao regime estatutario a que se submetem os servidores ptiblicos titulares de cargo efetivo e em comissao. Em outras palavras, nao estio sujeitos a Lei n° 8.112/90. Também néo estao sujeitos 4 Consolidagao das Leis do Trabalho (CLT), a no ser nos termos em que a lei especifica que os rege define. Esses agentes ptiblicos sao estatutarios, pois tém seu proprio estatuto de regéncia, que define seu regime juridico. Exercem fungéo publica remunerada temporaria, tendo vinculo juridico-administrativo com a Administrago Publica. Sujeitam-se ao regime geral de previdéncia social (RGPS) e suas lides com o Poder Publico contratante sao de competéncia da Justica comum, federal ou estadual (ou do Distrito Federal), conforme o caso. Para a utilizagao do instituto da contratag&o temporaria, excecéio a contratagao mediante concurso publico, 6 necessério 0 cumprimento de trés requisitos: a) Excepcional interesse publico; b) Temporariedade da contratacdo; c) Hipéteses expressamente previstas em lei. A lei mencionada como requisito serd editada pela entidade contratadora, podendo ser federal, estadual, distrital ou municipal, conforme a respectiva competéncia constitucional. Contudo, nao sera possivel, segundo o STF, a contratago temporaria por lei que fixe “hipdteses abrangentes e genéricas de contratacao, sem definir qual a contingéncia fatica emergencial apta a ensejé-la", bem como para “o exercicio de servicos tipicos de carreira e de cargos permanentes de Estado, sem concurso ou motivacéo de excepcional relevancia" que o justifique (STF, Pleno, ADI 3116/AP, decisdo 14.02.2011). (TRT - 3° Regido - 2015) Empresa publica estadual pretende contratar advogados para preenchimento de Rpesrtican empregos publicos vagos em seu departamento juridico. Considerando que os advogados ndo exercerdo a funcéio de direcdo, chefia e de assessoramento, a empresa_publica www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 137 Aula 06 - Prof Nadia / deverd contraté-los mediante concurso publico, valido pelo prazo de dois anos, prorrogavel uma vez por igual periodo, sendo vedada a livre nomeagio pelo dirigente da entidade. Comentarios: E isso mesmo. A admissdo de empregados ptblicos também depende da realizagdo de concurso publico, com prazo de validade de 2 anos, prorrogavel uma vez por igual periodo. Questao correta. (TCU - 2015) 0 prazo de validade de concurso piblico é de até dois anos, podendo ele ser prorrogado enquanto houver candidatos aprovados no cadastro de reserva. Comentai De fato, 0 prazo de validade do concurso publico é de 2 (dois) anos. No entanto, ele s6 pode ser prorrogado por igual periodo (mais 2 anos). Questo errada. (DPE / PE - 2015) Conforme entendimento atual do STF, é dever da administracdo publica nomear candidato aprovado em concurso ptblico dentro das vagas previstas no edital, em razdo do principio da boa-fé e da protecdo da confianga, salvo em situagdes excepcionais caracterizadas pela necessidade, superveniéncia e imprevisibilidade. Comentarios: Os candidatos aprovados dentro do numero de vagas previsto no edital tém direito subjetivo 4 nomeagao, ou seja, a Administracao tem o dever de nomeé-los. Essa é a regra_geral, que somente pode ser excepcionada em situagdes excepcionalissimas, nas quais_fiquem caracterizadas a —necessidade, —superveniéncia.e imprevisibilidade. Questo correta. (UEG - 2015) & constitucional a criagio de cargos temporarios mesmo para atender situagdes que nao sejam de necessidade tempordria de excepcional interesse ptblico. Comentarios: Os cargos temporarios servem, exclusivamente, para atender a necessidade temporaria de excepcional_interesse 24 de 137 www.estrategi Aula 06 - Prof Nadia / publico. Questo errada. (UEG - 2015) De acordo com o texto constitucional, durante o prazo de validade previsto no edital de concurso pUblico, no é possivel a abertura de novo concurso para o mesmo cargo. Comentarios: A CF/88 no impede que, no prazo de validade de um concurso, a Administracdo realize neve concurso para o mesmo cargo. No entanto, fica estabelecida a prioridade de nomeacéo para os aprovados no concurso anterior sobre os novos aprovados. Questo errada. 6.3- Cargos em comissao e funcgées de confiang: No art. 37, inciso V, a Carta da Republica trata das fungdes de confianca e dos cargos em comissao: V - as funcées de confianca, exercidas exclusivamente_por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissao, 2 serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condicées e percentuais minimos previstos em lel, destinam-se apenas as atribuigées de direcdo, chefia e assessoramento; E importante que vocé néo confunda cargos em comissdo com fungées de confianga. Sao coisas diferentes. As fungdes de confianca sdo exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, regra introduzida pela EC n° 19/98. Os cargos em comiss&o, por sua vez, so de livre nomeagao e exoneracao. Todavia, existe previsdo em lei de um percentual minimo dos cargos em comisséo que devem ser ocupados por servidores de carreira. Tanto os cargos em comissao quanto as fungées de confianga destinam-se apenas as atribuiges de direcdo, chefia e assessoramento. Nesse sentido, © STF ja declarou a inconstitucionalidade de lei estadual que criou cargos em comissdo com atribuigdes de natureza técnica. Esquematizando... www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 137 Aula 06 - Prof Nadia / FUNCOES DE EXCLUSIVAS DE SERVIDORES OCUPANTES DE CARGO| CONFIANGCA, EFETIVO. CARGOS EM PODEM SER PREENCHIDOS SEM CONCURSO PUBLICO, MAS Al ‘COMISSAO_ LEI DEVE ESTABELECER PERCENTUAIS MINIMOS A’ SEREM| PREENCHIDOS POR SERVIDORES DE CARREIRA No que se refere a nomeagdes para cargos em comisséo, é importante o entendimento do STF sobre o nepotismo, pratica de nomear parentes para cargos em comisséo e fungées de confianca. A Corte considera ofensiva a pratica do nepotismo, vedando inclusive 0 “nepotismo cruzado”, que ocorre quando dois agentes ptiblicos nomeiam parentes um do outro, para mascarar a contratacao. © STF entende que a pratica do nepotismo ofende os principios da moralidade e da impessoalidade, devendo a vedacio a esta pratica ser observada por todos os Poderes da Repiblica e por todos os entes da Federacio, independentemente de lei formal. Que tal lermos a Sdmula Vinculante n° 13 em sua integra? "A nomeagao de cénjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa juridica, investido em cargo de direcéo, chefia ou ao | assessoramento, para 0 exercicio de cargo em comissio ou jatento! Ge confianca, ou, ainda, de funcéo gratificada na administracéo piblica direta e indireta, em qualquer dos poderes da Unido, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municipios, compreendido o ajuste mediante designagdes reciprocas, viola a Constituig&o Federal.” E importante destacar que a vedagao ao nepotismo nado alcanca a nomeacdo para cargos politicos. Assim, 0 governador de um Estado pode nomear seu irmao para o cargo de secretério estadual, por exemplo. (UEG — 2015) A investidura em qualquer cargo publico Ao" rouse exige prévia aprovacéio em concurso publico. raticar! *!9° P Provag pt www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 137 Aula 06 - Prof Nadia / Comentarios: A nomeacéo para cargo em comisséo independe de aprovacao em concurso pubblico. Questo errada. (UFRB - 2015) As fungdes de confianga, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comiss&o, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condicdes e percentuais mini previstos em lei, destinam-se apenas as_atribui direcdo, chefia e assessoramento. Comentai Isso mesmo! As fungées de confianca e os cargos de comissdo se destinam apenas as atribuicées de direcdo, chefia e assessoramento. Cabe destacar que as funcdes de confianga somente podem ser exercidas por servidores ocupantes de cargos efetivos. Questo correta. 6.4- Direitos Sociais dos servidores publicos: Nesse tépico, estudaremos sobre os direitos sociais dos servidores publicos. Inicialmente, comentamos sobre o direito A associacao sindical, 0 qual é assegurado pelo art. 37, VI, CF/88: VI - é garantido ao servidor publico civil 0 direito 4 livre associag&o sindical. © servidor ptiblico tem, portanto, 0 poder de se associar a um sindicato. Entretanto, destaca-se que a Stimula 679 do STF proibe a convencao coletiva para fixagao de vencimentos dos servidores ptiblicos. Destaca- se, ainda, que aos militares séo vedadas a sindicalizagao e a greve (art. 142, IV, CF), sem excecao. Os servidores ptiblicos civis também tém 0 dircito de greve, conforme art.37, VII: VII - 0 direito de greve seré exercido nos termos e nos limites estabelecidos em lei especifica. Observe que, ao contrario do direito & associagdo sindical, que é uma norma constitucional de eficdcia plena, o direito de greve do servidor publico é uma www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 137 Aula 06 - Prof Nadia / norma constitucional de eficacia limitada. Em tese, € necessaria uma lei para que os servidores puiblicos possam usufruir do direito de greve. Como tal lei ainda n&o foi editada, o STF, no julgamento de trés mandados de injung&o, adotando a posicéo concretista geral, determinou a aplicacao ao setor publico, no que couber, da lei de greve vigente no setor privado (Lei n° 7.783/1989) até a edicdo da lei regulamentadora. Destaca-se, porém, que a Corte decidiu pela inaplicabilidade do direito de greve a determinados servidores ptblicos, como, por exemplo, as forcas policiais, devido a indole de sua atividade. Segundo o Pretério Excelso, “servidores puiblicos que exercem atividades relacionadas 4 manuteng&o da ordem publica e a seguranca publica, 4 administragéo da Justica - ai os integrados nas chamadas carreiras de Estado, que exercem atividades indelegdveis, inclusive as de exac&o tributdria - e a satide publica" estéo privados do direito de greve (STF, Rcl. 6568-SP, Rel. Min. Eros Grau). Mais recentemente, também examinando a problematica do direito de greve, 0 STF decidiu que a Administragéo Ptblica deve descontar da remuneracgao dos servidores publicos grevistas os dias de paralisacdo. O desconto da remuneragao somente nao ser cabivel quando ficar demonstrado que a greve foi provocada por conduta ilicita do Poder Ptiblico.!° A Carta Magna assegura, ainda, aos servidores publicos, os seguintes direitos sociais (art. 39, § 3°): a) Salario minimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais basicas e as de sua familia com moradia, alimentac&o, educac&o, sate, lazer, vestudrio, higiene, transporte e previdéncia social, com reajustes periédicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculacdo para qualquer fim; b) Garantia de salario, nunca inferior ao minimo, para os que percebem remuneracéo varidvel; ¢) Décimo terceiro salario com base na remuneracéo integral ou no valor da aposentadoria; d) Remuneragéo do trabalho noturno superior 8 do diurno; e) Saldrio-familia pago em razo do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei; * RE n° 693.456, Rel. Min. Dias Toffoli. Julg: 27.10.2016. www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 137 Aula 06 - Prof Nadia / f) Duracéo do trabalho normal n&o superior a oito horas didrias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensagao de hordrios e a redugao da jornada, mediante acordo ou convengio coletiva de trabalho; g) Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; h) Remuneracao do servico extraordinario superior, no minimo, em cinquenta por cento a do normal; i) Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um tergo a mais do que o salario normal; j) Licenca 4 gestante, sem prejuizo do emprego e do salario; I) Licenga-paternidade, nos termos fixados em lei; m) Protegéo do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos especificos, nos termos da lei; 1) Redugdo dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de satide, higiene e seguranca; ©) Proibigéo de diferenga de salarios, de exercicio de fungdes e de itério de admissdo por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil. (TRT 3° Regidio - 2015) Em que pese a Constituigdo Federal assegurar aos servidores publicos o direito de greve, © exercicio regular desse direito depende da edic&o de lei federal tratando da matéria, ndo podendo ser garantido por decisio proferida_ pelo Supremo Tribunal Federal em mandado de injungao. Comentarios: E possivel, sim, que 0 direito de greve seja assegurado por meio de mandado de injungao impetrado no STF. O direito de greve dos servidores publicos € norma de eficdcia limitada, dependente, portanto, da edic&o de lei regulamentadora. Até hoje, essa lei ndo foi editada. Questo errada. 6.5- Remuneragao dos servidores publicos: artigo 37, inciso X, CF/88 estabelece o seguinte sobre a remuneracao dos www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 137 Aula 06 - Prof Nadia / X - a remunerago dos servidores publicos e 0 subsidio de que trata o § 4° do art. 39 somente poderao ser fixados ou alterados por lei especifica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisdo geral anual, sempre na mesma data e sem distinggo de indices; Antes de iniciarmos a anélise do dispositivo, cumpre fazermos algumas elucidagdes. A remuneracio dos servidores publicos pode se dar por meio de subsidios, vencimentos ou salarios. A primeira delas, 0 subsidio, é uma forma de remunerago fixada em parcela nica, sem acréscimo de qualquer gratificacéio, adicional, abono, prémio, verba de representacéo ou outra espécie remuneratéria. E remuneracao obrigatéria para os agentes politicos e para servidores ptiblicos de determinadas carreiras (Advocacia-Geral da Unido, Defensoria Publica, Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, procuradorias dos estados e do DF, Policia Federal, Policia Rodovidria Federal, policias civis, policias militares e corpos de bombeiros militares). Além disso, pode ser facultativamente adotado, a critério do legislador ordindrio, para servidores publicos organizados em carreira (art. 39, § 8°, CF). E 0 caso dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil, por exemplo. Vejamos 0 que diz o art. 39, § 4°, CF/88 sobre o subsidio dos agentes politicos: § 4° - O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretarios Estaduais e Municipais serao remunerados exclusivamente por subsidio fixado em parcela Unica, vedado 0 acréscimo de qualquer gratificagao, adicional, abono, prémio, verba de representacéo ou outra espécie remuneratéria, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. J4 os vencimentos compreendem a remuneracéo em sentido estrito, percebida pelos servidores ptiblicos. O artigo 41 da Lei 8.112/90 estabelece que remuneracéio é 0 vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecunidrias permanentes estabelecidas em lei. Finalmente, 0 salario é a forma remuneratéria paga aos empregados pUblicos, contratados sob regime celetista. E 0 caso do Presidente de uma empresa publica, por exemplo. A alteragéo da redag&o do dispositivo, promovida pela EC n° 19/98 garantiu expressamente ao servidor publico o principio da periodicidade, ou seja, no minimo, uma reviséo geral anual da remuneracio. Nesse sentido, entendeu o STF que trata-se de “norma constitucional que impée ao Presidente da Republica o dever de desencadear o processo de elaboracao da lei anual de .concursos.com.br 30 de 137 www.estrategi 5 A Aula 06 - Prof* Nadia / reviso geral da remuneragao dos servidores da Uni&o", concluindo que “seu atraso configurou-se desde junho/1999, quando transcorridos os primeiros doze meses da data da edicao da referida EC n° 19/98". A iniciativa das leis que fixam a remuneracao e 0 subsidio dos agentes piblicos depende do cargo a que se refiram. As principais esto previstas no esquema a seguir: CARGOS DA CAMARA DOS CAMARA DOS DEPUTADOS (ART. DEPUTADOS 51, IV, CF) CARGOS DO SENADO FEDERAL SENADO FEDERAL (ART. 52, XIII, IINICIATIVA DE LEIS QUE FIXAM REMUNERACAO] ESUBSIDIO MINISTROS DO STF MEMBROS E JUIZES DE TRIBUNAISE, SEUS SERVICOS AUXILIARES 'DEPUTADOS ESTADUAIS, ;OVERNADOR, VICE-GOVERNADOR ASSEMBLEIA LEGISLATIVA E SECRETARIOS DE ESTADO Alguns subsidios s&o fixados por decreto legislativo, dispensada a sang&o do Presidente da Republica (art. 49, CF): SUBSIDIOS FIXADOS POR DECRETO LEGISLATIVO DEPUTADOS E ‘SENADORES MINISTROS DE ESTADO O art. 37, XI, CF/88 estabelece 0 denominado teto constitucional de remuneracéo dos servidores publicos. Vamos lé-lo na integra? XI - a remuneragao e o subsidio dos ocupantes de cargos, fungées e empregos publicos da administracéo direta, autarquica e www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 137 Aula 06 - Prof Nadia / fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da Uniéo, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municipios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes politicos e os proventos, pensées ou outra_ espécie_remuneratéria, —_percebidos cumulativamente ou ndo, incluidas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, no podergo exceder 0 subsidio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando- se como limite, nos Municipios, 0 subsidio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, 0 subsidio mensal do Governador no Ambito do Poder Executivo, 0 subsidio dos Deputados Estaduais e Distritais no ambito do Poder Legislative e 0 subsidio dos Desembargadores do Tribunal de Justia, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsidio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no ambit do Poder Judiciério, aplicdvel este limite aos membros do Ministério Publico, aos Procuradores e aos Defensores Publicos; Desse dispositivo, cuja redaco é longa e complexa, é possivel extrair o seguinte: a) A remunerac&o de todos os servidores e empregados ptiblicos esta sujeita a um teto remuneratério geral do funcionalismo publico, que é o subsidio dos Ministros do STF. b) © texto constitucional prevé a _ existéncia de subtetos remuneratérios nos Municipios, Estados e Distrito Federal. c) Nos Municipios, a remuneragao de todos os servidores e empregados publicos tém como limite o subsidio do Prefeito. Esse é o subteto remuneratério nos Municipios. d) Nos Estados e no Distrito Federal, 0 subteto é variavel por Poder. No Poder Executivo, o limite é o subsidio do Governador. No Poder Legislative, © limite é © subsidio dos deputados estaduais e distritais. No Poder Judicidrio, o limite é 0 subsidio dos desembargadores do Tribunal de Justiga (esse limite também se aplica aos membros do Ministério Publico, aos Procuradores e aos Defensores Puiblicos). A literalidade da CF/88 prevé que o subsidio dos desembargadores do Tribunal de Justica esta limitado a 90,25% do subsidio dos itros do STF. A Associagao dos Magistrados Brasileiros (AMB) ingressou com Agao Direta de Inconstitucionalidade (ADIn) no STF com o objetivo de impedir que os magistrados estaduais tivessem seu subsidio limitado a esse montante. Como consequéncia, o STF decidiu que esse limite nado se aplica aos membros da magistratura estadual, mas apenas aos servidores do www.estrategiaconcursos.com.br 32. de 137 Aula 06 - Prof Nadia / Poder Judiciario.”” Isso se deve ao carater nacional e unitério do Poder Judiciario, considerando-se uma violagéo a isonomia estabelecer limites remuneratérios diferentes entre magistrados federais e estaduais. A EC n° 47/2005 estabeleceu, ainda, a possibilidade de que os Estados eo Distrito Federal, mediante emenda & Constituiggo Estadual, fixem um subteto tinico, ao invés de termos subtetos especificos por Poder (art. 37, § 12). Quando isso ocorrer, o subteto Unico deveré ser o subsidio dos desembargadores do Tribunal de Justica. Destaque-se que esse limite nao sera aplicdvel aos parlamentares (deputados estaduais, deputados distritais e vereadores). Novamente, para facilitar a memorizacéo do dispositivo, sintetizaremos as principais regras referentes ao teto constitucional na tabela a seguir: Teto Cargos Subsidio dos Ministros do STE Todos, em qualquer esfera da Federagao Subsidio do Prefeito Todos os cargos municipais Subsidio do Governador ‘Todos os cargos do Executivo estadual Subsidio dos deputados estaduais Todos os cargos do Legislative estadual distritais Subsidio dos desembargadores do ‘Teto obrigatério para os servidores do Tribunal de Justiga Judiciario estadual (exceto juizes, por determinagio do STE*) Subsidio dos desembargadores do Teto facultativo para os Estados e Distrito Tribunal de Justica (até 90,25% do Federal (nao se aplica a deputados subsidio dos Ministros do STF) estaduais ¢ a distritais, nem a vereadores) Excetuam-se dos limites remuneratérios constitucionais as parcelas indenizatérias fixadas em lei. Os limites incluem, entretanto, o somatério das remuneracées, subsidios, proventos e pensdes percebidos pelos agentes publicos. No que se refere ao salario dos empregados ptiblicos das empresas pUblicas e sociedades de economia mista e suas subsididrias, os tetos s6 se aplicam as que receberem recursos da Unido, dos Estados, do Distrito Federal e dos municipios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral (CF, art. 37, §9°). Ainda sobre o sistema remuneratério dos servidores publicos, vejamos o que ispe o art. 37, XII: 7 ADIN 3.854/DF, Rel. Min, Cezar Peluso. Julgamento em 28.02.2007. www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 137 Aula 06 - Prof Nadia / XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciério n&o podergo ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo; Esse dispositivo consagra que os vencimentos pagos aos servidores do Poder Executivo séo um limite aos valores pagos pelos outros Poderes a seus servidores. E claro que isso vale para cargos cujas atribuicées sejam semelhantes. © art. 37, XIII, CF/88, busca impedir que o legislador ordindrio estabelega reajustes automaticos de remuneracio ou aumentos em cascata: XIII - é vedada a vinculagao ou equiparacao de quaisquer espécies remuneratérias para o efeito de remuneragéo de pessoal do servico publico; Sobre o assunto, o STF ja declarou a inconstitucionalidade de lei estadual que estabelecia vinculacdo entre o reajuste dos subsidios do Governador ao reajuste concedido aos servidores publicos estaduais. 18 Destacamos, ainda, o que dispde a Sumula Vinculante n° 42, do STF: "E inconstitucional a vinculagéo do reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou municipais a indices federais de corregéo monetaria.” O art. 37, XIV, da CF/88 determina que os acréscimos pecuniarios percebidos por servidor publico néo seréo computados nem acumulados para fins de concessao de acréscimos ulteriores. XIV - os acréscimos pecuniarios percebidos por servidor publico n&o sero computados nem acumulados para fins de concessao de acréscimos ulteriores; Com esse dispositivo, busca-se impedir uma situagéo bastante comum no passado. Depois de exercer durante certo periodo uma fungao gratificada, 0 servidor a incorporava a seu vencimento, Ao assumir uma nova fung&o, o valor desta seria calculado levando-se em consideragao 0 seu vencimento ja acrescido da gratificagSo anterior. Com essa incidéncia cumulativa, havia servidores ganhando valores totais de remuneragao bastante elevados. Assim, atualmente, 0 entendimento que se tem é 0 de que qualquer gratificagao ou adicional teré como base de calculo o vencimento basico do servidor publico. O art. 37, garante a irredutibilidade dos vencimentos dos cargos publicos: +8 ADI. 3.491/RS, Rel. Min Carlos Ayres Britto. Julgamento em 27.09.2006. www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 137 a = Aula 06 - Prof Nadia / XV - o subsidio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos publicos sao irredutiveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4°, 150, II, 153, III, e 153, § 20, I; Segundo o STF, essa garantia néo impede a criacdo ou majoracdo de tributos incidentes sobre os subsidios, os vencimentos, a aposentadoria e a pensdo. Além disso, a forma de cdlculo dos vencimentos pode ser modificada, apenas o valor destes é que nao. (13 / SP - 2015) Os acréscimos pecuniérios percebidos por servidor puiblico seréo computados e acumulados para fins de concessao de acréscimos ulteriores. Comentarios: Segundo o art. 37, XIV, “os acréscimos pecuniérios percebidos por servidor publico no serdo computados nem acumulados para fins de concesséo de acréscimos Rpeeicar! ulteriores". Questo errada. (T3_/ SP - 2015) Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judicidrio no poderao ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo. Comentarios: E exatamente o que prevé o art. 37. XII, CF/88. Questo correta 6.6 - Acumulagéo remunerada de cargos, empregos e fungées publicas: A Constituigdo Federal prevé, como regra geral, a vedacdo a acumulacdo remunerada de cargos, empregos e funcées publicas. Essa proibicao de acumular também se estende aqueles que ocupam empregos e fungdes em autarquias, fundacgées, empresas ptblicas, sociedades de economia mista, sua subsididrias e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder ptiblico. A proibigéo de acumular é ampla, alcancando todas as esferas de governo (Uni&o, Estados, Distrito Federal e Municipios), todos os Poderes (Legislativo, Executivo e Judicidrio) e toda a Administracdo Publica (direta ou indireta). Assim, uma pessoa que ocupe cargo ptiblico federal (qualquer que seja 0 Poder) n&o poderé, em regra, acumuld-lo com um cargo ptiblico em outra esfera de governo (federal, estadual ou municipal). www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 137 Aula 06 - Prof Nadia / A Constituiggo Federal de 1988 estabelece excegées a4 regra geral de proibig&o de acumulago de cargos. Vejamos o que dispée o art. 37, XVI: XVI - é vedada a acumulagéo remunerada de cargos publicos, exceto, quando houver compatibilidade de horarios, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: a) ade dois cargos de professor; b) a de um cargo de professor com outro técnico ou cientifico; ¢) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de satide, com profissées regulamentadas; XVII - a proibig&o de acumular estende-se a empregos e fungées e abrange autarquias, fundagdes, empresas publicas, sociedades de economia mista, suas subsididrias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder publico; Assim, € possivel a acumulacéo de cargos ptblicos em certos casos, mas mesmo assim € necessario que exista compatibilidade de horarios. Sdo admissiveis a acumulacao de: a) 2 cargos de professor. E possivel, por exemplo, que uma pessoa atue como professor em duas universidades publicas. b) 1 cargo de professor com outro técnico ou cientifico. E possivel que um servidor ocupante de “cargo técnico ou cientifico” seja, simultaneamente, professor em uma universidade pUblica. AtengSo! Nao se admite a acumulacdo remunerada de dois “cargos técnicos ou cientificos”. ¢) 2 cargos ou empregos privativos de profissionais de satide. E possivel, por exemplo, que um individuo tenha 2 cargos publicos de médico, em érgaos diferentes. Uma questao que gera muitas divides é a respeito dos conceitos de “cargo téc e de “cargo cientifico”. 0 ST) considera cargo cientifico como sendo 0 “conjunto de atribuigdes cuja execugdo tem por finalidade investigagéo coordenada e sistematizada de fatos, predominantemente de especulacao, visando a ampliar 0 conhecimento humano”. Por sua vez, cargo técnico é 0 “conjunto de atribuigdes cuja execugéo reclama conhecimento especifico de uma rea do saber". Com base nesses conceitos, ha o entendimento de que, em regra, se a lei exige qualificagdo de nivel superior, o cargo sera “técnico ou cientifico”. Entretanto, se o cargo de nivel superior exercer atividade meramente administrativa, deixara de ser considerado “técnico ou cientifico”. www.estrategi 36 die 137 TE Aula 06 - Prof Nadia / Essa légica também se aplica aos cargos de nivel médio. Se o cargo de nivel médio exigir conhecimentos técnicos especificos (técnico em contabilidade e técnico em informatica, por exemplo), ele sera enquadrado como “técnico ou cientifico”. Por outro lado, se o cargo de nivel médio envolver atividades meramente burocraticas, ficaré excluido do conceito de “técnico ou cientifico”. A legislag&o n&o enquadra um cargo como sendo “técnico ou cientifico”. Isso acaba ficando numa “zona cinzenta", de apreciacéio pela propria Administragao Publica e, eventualmente, pelos tribunais do Poder Judicidrio. Apenas como exemplo, o STJ jé decidiu que o cargo de oficial de policia civil néo tem natureza técnica ou cientifica. iil Segundo o STF, 0 art. 37, XVI, “c’, da Constituicao \ INDO Federal autoriza a acumulagdo de dois cargos de médico, 1 nao sendo compativel interpretacéo ampliativa para mais fundo abrigar no conceito 0 cargo de perito criminal com especialidade em medicina veterinaria. A vedag&o @ acumulacéo remunerada de cargos diz respeito apenas a atribuigé6es ptblicas. Ela néo alcanga atividades privadas. O servidor publico poderd, ent&o, exercer atividades privadas, desde que nao sejam incompativeis com o regime juridico proprio do cargo. Por exemplo, a Lei n° 8.112/90 proibe que servidores pUblicos participem da geréncia ou administrago de sociedade privada. A Constituig&o estabelece, ainda, outras possibilidades de acumulagao de cargos. Destaque-se, porém, que, em todo e qualquer caso de acumulaco, haverd necessidade de compatibilidade de horarios. Vejamos a tabela abaixo: Artigo da CF Permissio ‘Art. 38, IIT ‘Actimulo do cargo de vereador e outro cargo, emprego ou fangdo, sem prejuizo da remuneragio do cargo eletivo ‘Art. 95, paragrafo Permissdo para que juizes exercam 0 magistério ainico, 1 ‘Axi 125,§5%, IL, “a” | Permissdo para que membros do Ministério Piiblico exercam o magistério E relevante destacar que, havendo acumulagio licita de cargos, sera necessdrio que seja observado o teto remuneratério do funcionalismo publico. E 0 que se depreende da leitura da parte final do art. 37, XVI, quando se diz que deveré ser “observado em qualquer caso o disposto no inciso XI”. www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 137 Aula 06 - Prof Nadia / Ressalto que esse € um tema controverso no Ambito do Direito Administrativo. Na doutrina, ha quem defenda que o teto constitucional deve ser observado em relacgéo 4 soma da remuneracao dos cargos; por outro lado, hd autores que consideram que o teto constitucional deve ser considerado para cada cargo, isoladamente. Na jurisprudéncia, o tema também nao é pacifico. No STF, a matéria esta pendente de julgamento no RE 612.975 / MT, em relacdo ao qual jé foi reconhecida repercussdo geral. No STJ, ha decisées nos dois sentidos, mas a tendéncia parece ser a de se reconhecer que a aplicagéo do. teto constitucional deve levar em consideragao cada cargo, isoladamente. "Tratando-se de cumulag&o legitima de cargos, a remuneracéo do servidor publico no se submete ao teto constitucional, devendo os cargos, para este fim, ser considerados [soladamente". (RMS n° 33.134/DF). No Ambito do Poder Judicidrio, o Conselho Nacional de Justiga (CNJ) editou a Resolugdo n° 13/2006, que estabelece que as verbas permanentes relativas a remuneracdo ou provento decorrente do exercicio do magistério estéo excluidas da incidéncia do teto constitucional. © art. 37, §10, CF/88 estabelece importante regra sobre os proventos de aposentadoria. Como regra geral, € vedada a acumulacdo de proventos de aposentadoria pago pelo regime proprio de previdéncia social (RPPS) com a remuneragdo do cargo em atividade. Suponha, por exemplo, que Jodo se aposente como Analista Judicidrio. Depois de aposentado, ele é aprovado e toma posse no cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil. Podera ele acumular a aposentadoria com a remuneracao do cargo de Auditor? A resposta é ndo, nos termos do art. 37, §10, CF/88. § 10 - £ vedada a percepgao simulténea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 coma remuneracao de cargo, emprego ou fung&o publica, ressalvados os cargos acumulaveis na forma desta Constituic&o, os cargos eletivos e 0s cargos em comissdo declarados em lei de livre nomeacdo e exoneragao. Ha 3 (trés) exceges a vedacdo de percepcao simultanea de proventos de aposentadoria do RPPS com a remuneraciio do cargo em atividade: a) Cargos acumulaveis: Um Analista Judicidrio aposentado nao pode receber os proventos de sua aposentadoria com a remunerago do cargo de Auditor-Fiscal RFB. No entanto, é possivel que um Analista Judiciario www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 137 Aula 06 - Prof Nadia / receba os proventos de sua aposentadoria e, além disso, a remuneracdo de um cargo plblico de professor. Isso sera possivel porque os dois cargos (Analista Judicidrio e professor) séo acumulaveis. b) Cargos eletivos: Um Analista Judiciério aposentado pode receber os proventos de sua aposentadoria e a remuneragao do cargo de Deputado Federal, para 0 qual foi eleito. ) Cargos em comisséo: Suponha que um Delegado da Policia Federal se aposente e, apéds isso, seja nomeado Diretor-Geral da Agéncia Brasileira de Intelig&ncia (ABIN). Como trata-se de cargo em comissao, ele poderé acumular a remuneracao do cargo com os proventos de aposentadoria no cargo de Delegado da Policia Federal. (TRT 3° Regido — 2015) Servidor publico aposentado no cargo pliblico de engenheiro estadual esta em vias de ser nomeado para o exercicio de cargo publico em comissao, privativo de engenheiro, declarado por lei de livre nomeagSo e exonerag’o. Nessa situagdo, a luz da Constituigo Federal, o servidor poder exercer 0 cargo ptiblico em comissdo e perceber a respectiva remuneracao cumulada com os proventos da aposentadoria, tendo em vista que a vedac&o constitucional 4 acumulac’o desses valores nao se aplica aos cargos em comissao declarados em lei de livre nomeacao e exoneracao. Comentarios: E plenamente possivel que uma pessoa acumule os jeux, Proventos de aposentadoria do RPPS com a remuneracao de aticargo em comissao. E o que esta previsto no art. 37, §10, ‘CF/88. Questao correta. (TCE / CE - 2015) Servidor publico estadual ocupante de cargo de Procurador do Estado teve sua aposentadoria concedida em 2014, apés completar os requisitos constitucionais. Atualmente, na inatividade, foi aprovado em concurso pliblico para emprego de advogado em empresa publica estadual, tendo tomado posse. De acordo com a Constituigéo Federal, é admissivel a percepgdo simultanea da remuneragéo do emprego ptblico com os proventos da aposentadoria anteriormente concedida, tendo 0 servidor o direito a uma segunda aposentadoria decorrente da relago de emprego, ao completar os requisitos constitucionais. www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 137 Aula 06 - Prof Nadia / Comentarios: Na situacéo apresentada, néo é possivel a percepcao simulténea dos proventos de aposentadoria do RPPS com a remuneracéo de cargo plblico. Isso porque os cargos mencionados na questéo ndo sao acumuldveis. Questéo errada. (DPE / RO - 2015) Paulo, servidor publico estadual, foi aprovado em outro concurso publico, este ultimo organizado pela Unio. Ao ser convocado para apresentar os documentos previstos no edital, visando a posse, teve divida se poderia acumular os cargos. De acordo com a sistematica constitucional, é correto afirmar que Paulo pode acumular os cargos ptiblicos caso haja compatibilidade de horérios e um deles seja de professor e, 0 outro, técnico ou cientifico. Comentai Isso mesmo! Se um cargo for de professor e outro for um cargo técnico ou cientifico, seré possivel a acumulacéo remunerada. Questo correta. 6.7- Servidores Publicos e Mandato Eletivo: O art. 38, da Carta Magna traz as regras aplicaveis aos servidores que estiverem no exercicio de mandato eletivo: Art. 38. Ao servidor piblico da administragdo direta, autérquica e fundacional, no exercicio de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposicdes: I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficaré afastado de seu cargo, emprego ou funcao; II - investido no mandato de Prefeito, serd afastado do cargo, emprego ou funcéo, sendo-Ihe facultado optar pela sua remuneracéio; III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de hordrios, perceberd as vantagens de seu cargo, emprego ou fungo, sem prejuizo da remuneracgéo do cargo eletivo, e, nao havendo compatibilidade, sera aplicada a norma do inciso anterior; IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercicio de mandato eletivo, seu tempo de servico sera contado para todos os efeitos legais, exceto para promoco por merecimento; www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 137 Aula 06 - Prof Nadia / V - para efeito de beneficio previdenciério, no caso de afastamento, os valores sero determinados como se no exercicio estivesse. Qualquer que seja o mandato eletivo federal, estadual ou distrital, o servidor ficara afastado do seu cargo, emprego ou fungao (art.38, I). Nao importa se ele esté ocupando um cargo no Poder Executivo (Presidente ou Governador) ou no Poder Legislative (Senador, Deputado Federal, Deputado Estadual ou Deputado Distrital). Se ele estiver exercendo mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ocorreré 0 afastamento do cargo. Destaque-se que essa regra de afastamento vale tanto para os servidores ocupantes de cargo efetivo quanto para os ocupantes de cargo em comissao. E qual remuneragéo serd recebida pelo servidor afastado para exercer mandato eletivo federal, estadual ou distrital? Essa é uma boa pergunta. Ele receberdé a remuneracdo do mandato eletivo, obrigatoriamente. E se o servidor publico for investido em mandato eletivo municipal? Nessa caso, temos regras diferentes. O servidor que for investido no mandato de Prefeito, sera afastado do cargo e podera optar pela remuneragao do seu cargo ou pela remuneragao do mandato eletivo. Por outro lado, o servidor investido no mandato de Vereador podera acumular os dois cargos (mandato eletivo e cargo publico), desde que haja compatibilidade de horarios. Receberd, nesse caso, as duas remuneracées. Se ndo houver compatibilidade de hordrios, o servidor investido no mandato de Vereador seré afastado do cargo, podendo optar pela remuneracao. Todas essas regras so sintetizadas a seguir: Cargo Eletivo Regra Cargos do Executive ou do | Afastamento do cargo efetivo ou em comissao, fungao ou Legislative Federal, | emprego puiblico. A remuneracao percebida sera a do Estadual ou Distrital__| cargo eletivo. Prefeito Alastamento do cargo efetivo ou em comissao, fungao ou emprego publico. A remuneragao poderd ser a do cargo eletivo ou a do cargo efetivo ou em comissio, fungdo ou emprego puiblico, de acordo com a opeao do servidor. Vereador Podera, caso haja compatibilidade de horarios, acumular © cargo politico com o cargo efetive ou em comissao, fungao ou emprego piiblico. Nesse caso, recebera as duas www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 137 Aula 06 - Prof Nadia / remuneragées. Caso nao haja compatibilidade, sera afastado do cargo efetivo ou em comissdo, fungdo ou emprego piiblico, podendo optar pela remuneragio de qualquer um deles, O art. 38, IV, da CF/88 determina, ainda, que nos casos de afastamento do servidor, seu tempo de exercicio no mandato eletivo sera contado como tempo de servico para todos os efeitos legais, exceto para promocéo por merecimento, Para efeito de beneficio previdencidrio, no caso de afastamento, os valores seréo determinados como se no exercicio estivesse. (DPE / RO - 2015) Renan, servidor publico estadual ocupante do cargo efetivo de Analista Juridico da Defensoria Publica de Rondénia, elegeu-se Deputado Estadual. Com base na Constituigéo da Repliblica, Renan se houver compatibilidade de horério, poderé acumular ambos os ZZ. mux 270s, mas ter que escolher a remuneragao de um deles. raticar! , Comentarios: © servidor ptblico investido em mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficaré afastado de seu cargo, emprego ou fungéio. Sua remuneragdéo seré a do cargo eletivo. Questao errada. 6.8- Regime Juridico dos Servidores Publicos: © art. 39, da CF/88 estabelece que cada um dos entes federativos devera instituir regime juridico Gnico e planos de carreira para os servidores da administragao direta, das autarquias e das fundacdes publicas. No ambito federal, o regime juridico dos servidores publicos € a Lei n® 8.12/90. Diz-se que os servidores publicos estéio submetidos a um regime estatutario. Art. 39. A Unido, os Estados, 0 Distrito Federal e os Municipios instituiréo, no dmbito de sua competéncia, regime juridico Unico e planos de carreira para os servidores da administracéo publica direta, das autarquias e das fundagées publicas. § 1° A fixacéo dos padrées de vencimento e dos demais componentes do sistema remuneratério observaré: I - 2 natureza, 0 grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada carreira; II - os requisitos para a investidura; III - as peculiaridades dos cargos. www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 137 Aula 06 - Prof Nadia / Assim, em cada nivel federativo, os servidores pUblicos deverdo ter sua vida funcional disciplinas pelas mesmas regras, contidas em lei. Destaque-se que essa lei deverd ser de iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo. O art. 39, § 1°, CF/88, determina os aspectos a serem observados quando da fixacdo da remuneraco dos servidores publicos. Sao eles: a) A natureza, 0 grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada carreira; b) Os requisitos para a investidura; ¢) As peculiaridades dos cargos. Instituido pela Reforma do Aparelho do Estado, que pretendeu implantar o modelo Gerencial de Administragéo Publica no Brasil, esse dispositivo visa a garantir uma maior remuneracdéo aos cargos de maior complexidade e responsabilidade, bem como aqueles que exigem maior especializagao como requisito para a investidura. Busca-se, com isso, garantir a isonomia na remuneragéo dos servidores puiblicos, tratando-se desigualmente os desiguais. © art. 41, da CF/88 traz regras acerca da estabilidade dos servidores publicos € sobre hipéteses de perda do cargo. Art, 41. Sdo estdveis apés trés anos de efetivo exercicio os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso publico. § 1° O servidor publico estvel sé perderé o cargo: T- em virtude de sentenga judicial transitada em julgado; II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; lI - mediante procedimento de avaliacéo periédica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. § 2° Invalidada por sentenga judicial a demisséo do servidor estdvel, ser ele reintegrado, e 0 eventual ocupante da vaga, se estdvel, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenizagéo, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remunerag&o proporcional ao tempo de servico. § 3° Extinto 0 cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estdvel ficaré em disponibilidade, com remunerag&o proporcional ao tempo de servico, até seu adequado aproveitamento em outro cargo. www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 137 Aula 06 - Prof* Nadia / § 4° Como condigao para a aquisic&o da estabilidade, é obrigatéria a avaliacao especial de desempenho por comissao instituida para essa finalidade. A estabilidade se aplica aos servidores plblicos estatutdrios ocupantes de cargos efetivos. N&o cabe falar em estabilidade para servidores ocupantes de cargos em comissdo. Para aquisicéo da estabilidade, so necessdrios quatro requisitos: a) Aprovagao em concurso puiblico b) Nomeago para cargo ptblico efetivo. ¢) 3 (trés) anos de efetivo exercicio do cargo. d) Avaliac&o especial de desempenho por comisséo instituida para esse fim (art. 41, § 4°). CONCURSO PUBLICO NOMEACAO PARA CARGO PUBLICO EFETIVO ‘TRES ANOS DE EFETIVO EXERCICIO DO CARGO r 6 2 8 2 2 é a 8 O servidor estével somente podera perder o cargo nas hipéteses do art. 41, § 1° e do art. 169, § 3°: a) Sentenca judicial transitada em julgado. Suponha que uma deciséo judicial transitada em julgado condene o servidor por improbidade administrativa. Uma das consequéncias ser a perda do cargo pblico. b) Processo administrative em que Ihe seja assegurada ampla defesa. Apés um processo administrativo regular, o servidor publico que cometeu alguma falta grave podera ser demitido, perdendo o cargo publico. cc) Procedimento de avaliacdo periédica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. O servidor também poderd perder o cargo por insuficiéncia de desempenho. www.estrategiaconcursos.com.br 44 de 137 Aula 06 - Prof Nadia / d) Excesso de despesa com pessoal (art. 169, § 3°). As despesas com pessoal estao limitadas pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LC n° 101/2000). Caso esses limites sejam descumpridos, o Poder Executivo deverd adotar certas medidas: i) reducdo em pelo menos 20% das despesas com cargos em comissdo e fungées de confianca; exoneragéo de servidores nao-estaveis. Se essas medidas naéo forem suficientes, 0 servidor estavel pode vir a perder o cargo. © artigo 41, § 2° trata, ainda, dos institutes da reintegrag&o, recondugao, disponibilidade e aproveitamento, aplicaveis unicamente a servidores estaveis. A reintegragao é forma de provimento que se aplica quando um servidor estavel é de jo e, depois, retorna ao cargo anteriormente ocupado, por ter sua demissio invalidada por sentenga judicial. Suponha, por exemplo, que Mario, servidor estével do INSS, é demitido através de processo administrativo. Apés isso, ele ingressa com ago judicial e sobrevém sentenca que invalida a demissdo. Mario ira retornar ao Seu cargo no INSS: ocorrera reintegracéo. Vamos a outra situagao... Mario, servidor estavel do INSS, é demitido por meio de processo administrative no qual Ihe é assegurada ampla defesa. Pedro, servidor do IBAMA, & aprovado no concurso do INSS e nomeado para o cargo antes ocupado por Mario. Apés ingressar com acao judicial e passados alguns anos, Mario é reintegrado ao seu cargo no INSS, em virtude de sentenca que cancela sua demisséo. E o que acontece com Pedro? Pedro, se estavel, sera Teconduzido ao seu cargo de origem (o IBAMA). A reconducao é, assim, forma de provimento caracterizado pelo retorno de servidor estavel ao seu cargo de origem em razéio de reintegracdo de servidor que anteriormente ocupava o cargo"?. Destaque-se que nao havera qualquer indenizagao a Pedro. Hd 2 (duas) outras possibilidades de se resolver a situacéo de Pedro. A reintegragéo de Mario poderé ensejar: i) 0 aproveitamento de Pedro em outro cargo ou; ii) colocago de Pedro em disponibilidade, com remuneracgéo proporcional ao tempo de servico. Para fixar nosso entendimento, transcrevo novamente o art. 41, § 2°: § 2° Invalidada por sentenca judicial a demisséo do servidor estavel, serd ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se Essa é a tinica hipétese constitucional de recondugo. A Lei n° 8.112/90 estabelece que outra hipétese de reconducao é a inabilitacio em estagio probatorio relativa a outro cargo. www.estrategiaconcursos.com.br 45 de 137 Aula 06 - Prof Nadia / estével, reconduzido a0 cargo de origem, sem direito a indenizagéo, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remunerag&o proporcional ao tempo de servico. O art. 41, § 3°, trata de outra hipétese de disponibilidade de servidor publico: § 3° Extinto 0 cargo ou declarada a sua desnecessidade, 0 servidor estével ficaré em disponibilidade, com remuneragéo proporcional ao tempo de servico, até seu adequado aproveitamento em outro cargo. A extingao de cargo ptiblico ou declaragéo de sua desnecessidade ensejara a colocag&o do servidor estavel em disponibilidade, até seu adequado aproveitamento em outro cargo. Isso ocorrerd, por exemplo, quando um érg&o publico ou mesmo uma entidade da administragSo indireta for extinta. O servidor estavel ficaraé em disponibilidade até que seja aproveitado em ‘outro 6rgao. Cabe enfatizar que a colocacéo em disponibilidade é sempre feita com remuneracio proporcional ao tempo de servico. Reintegragio Provimento que ocorre quando o servidor estavel DEMITIDO retorna ao cargo anteriormente ocupado, por ter sua demisséo invalidada por sentenga judicial. Recondugao, | Sea vaga do reintegrado estiver ocupada por servidor ESTAVEL, aproveitamento e | este sera reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenizagio, disponibilidade | _aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade, com remuneracao proporcional ao tempo de servico Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, 0 servidor estavel ficard em disponibilidade, com remuneracao proporcional ao tempo de servigo, até seu adequado aproveitamento em outro cargo. (TRT 2° Regido - 2015) Invalidada por sentenga judicial a demisséo de servidor estavel, seré ele reintegrado, e 0 eventual ocupante da vaga, se estdvel, reconduzido ao cargo de origem, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneragao proporcional ao tempo de i cn Servigo, além de ser devida indenizacdo equivalente pelo raticar! exercicio do cargo do servidor reintegrado. Comentai No seré devida indenizac&o. Questéo errada. www.estrategiaconcursos.com.br 46 de 137 Aula 06 - Prof Nadia / (TRE / RR - 2015) Em relaco aos servidores publicos, a Constituigso estabelece que, uma vez estdveis, somente podem perder o cargo em virtude de sentenca judicial e de processo administrativo, assegurada ampla defesa. Comentarios: © servidor publico estével também poderé perder 0 cargo mediante procedimento de avaliagdo periédica_ de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. Questao errada. 6.9 - Estabilidade Extraordinaria: Para maior aprofundamento no tema “estabilidade”, faz-se necessario 0 estudo do art. 19 do ADCT da Constituic&o. Segundo o dispositive, os servidores ptiblicos civis da Unido, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municipios, da administrago direta, autarquica e das fundacées publicas, em exercicio na data da promulgacgao da Constituiggo, ha pelo menos cinco anos continuados, e que nao tenham sido admitidos na forma regulada no art. 37, da Constituigéo (ou seja, via concurso publico!), considerados estaveis no servico ptiblico. Trata-se da chamada estabilidade extraordinaria ou ‘excepcional. Essa estabilidade é diferente daquela prevista no art. 41 da Carta Magna, a chamada estabilidade ordinéria. Na ordinaria, a estabilidade se da para servidores investidos em cargos mediante concurso publico. Na extraordinaria, garante-se aos servidores o exercicio das funcées plblicas que desempenhavam quando da promulgagao da CF/88. Esses servidores, para que possam se efetivar, deverdio, de qualquer maneira, se submeter a concurso publico. O concurso publico é, afinal, a Gnica forma de investidura em cargo ptiblico de provimento efetivo prevista no ordenamento juridico brasileiro. Nesse sentido, entende o STF que sao inconstitucionais todas as demais formas de admissao, investidura em cargos pliblicos ou insergéio em carreira daqueles servidores estabilizados na forma do art. 19 do ADCT**. Por seu cardter didético, vale a leitura da ligdo da Ministra Carmem Lucia: A norma do art. 19 do ADCT da Constituic&o brasileira possibilita o surgimento das seguintes situagées: a) o servidor é estavel por forca do art. 19 do ADCT e ndo ocupa cargo de provimento efetivo; ® STF, ADI n® 180/RS; RE n® 157214/PA, www.estrategiaconcursos.com.br 47 de 137 Aula 06 - Prof Nadia / b) o servidor que se tornou estavel nos termos do art. 19 do ADCT ocupa cargo de provimento efetivo apés ter sido aprovado em concurso publico para o provimento deste cargo; ¢) o servidor ocupa cargo de provimento efetivo em razéo de aprovacdo em concurso publico e é estével nos termos do art. 41 da CR. O STF jé se manifestou sobre essas hipdteses e, quanto as listadas nos itens a e b, firmou o entendimento de que, independentemente da estabilidade, a efetividade no cargo sera obtida pela imprescindivel observancia do art. 37, II, da CR”. Também é elucidativa a ligéo do Ministro Mauricio Corréa: Efetividade e estabilidade. Nao hé que confundir efetividade com estabilidade. Aquela é atributo do cargo, designando o funcionario desde o instante da nomeac&o; a estabilidade 6 aderéncia, é integracdo no servico publico, depois de preenchidas determinadas condigées fixadas em lei, e adquirida pelo decurso de tempo. Estabilidade: art. 41 da CF e art. 19 do ADCT. A vigente Constitui¢ao estipulou duas modalidades de estabilidade no servico publico: a primeira, prevista no art. 41 (...). A nomeagéo em carter efetivo constitui-se em condi¢ao primordial para a aquisicao da estabilidade, que é conferida ao funcionério publico investido em cargo, para 0 qual foi nomeado em virtude de concurso publico. A segunda, prevista no art. 19 do ADCT, é um favor constitucional conferido aquele servidor admitido sem concurso publico ha pelo menos cinco anos da promulgagéo da Constituigéo. Preenchidas as condi¢ées insertas no preceito transitério, o servidor é estavel, mas néo é efetivo, e possui somente o direito de permanéncia no servico publico no cargo em que fora admitido, todavia sem incorporag&o na carreira, néo tendo direito @ progress&o funcional nela, ou a desfrutar de beneficios que sejam privativos de seus integrantes. O servidor que preenchera as condigées exigidas pelo art. 19 do ADCT-CF/1988 é estével no cargo para o qual fora contratado pela administracéo publica, mas no é efetivo. N3o é titular do cargo que ocupa, ndo integra a carreira e goza apenas de uma estabilidade especial no servico publico, que néo se confunde com aquela estabilidade regular disciplinada pelo art. 41 da CF. Néo tem direito a efetivag3o, a n3o ser que se submeta a concurso publico, quando, aprovado e nomeado, faré jus 4 contagem do * ADI 114, voto da Rel. Min, Carmen Lucia, julgamento em 26-11-2009, Plendrio, DJE de 3-10- 2011. www.estrategiaconcursos.com.br 48 de 137 Aula 06 - Prof Nadia / tempo de servico prestado no periodo de estabilidade excepcional, como titulo.*? No que se refere 4 contagem do prazo minimo de cinco anos de exercicio da fungdo antes da promulgagao da CF/88 para a aquisicao da estabilidade, entende o STF que, no caso dos professores, breves intervalos nas contratag6es, decorrentes mesmo da natureza do servico (magistério), nao descaracterizam o direito do servidor. Também eventuais faltas ao servico néo obstam a aquisigéo da estabilidade extraordindria. Para o STF, a assiduidade absoluta nao foi erigida em requisito essencial de estabilidade do art. 19 das Disposigdes Transitorias”. A estabilidade extraordindria nao se aplica aos ocupantes de cargos, fungées e empregos de confianca ou em comissdo, nem aos que a lei declare de livre exonerac3o (demissiveis “ad nutum"), conforme disposig&0 do § 2° do art. 19 do ADCT. Também no se aplica aos professores de nivel superior (ou seja, aos docentes das universidades), nos termos da lei (art. 19, § 3°, ADCT). 6.10 - Regime Previdenciario dos Servidores Publicos: O artigo 40 da CF/88 trata do regime previdenciario aplicdvel aos servidores titulares de cargos efetivos da Unido, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municipios, incluidas suas autarquias e fundacdes. Esse regime previdencidrio é denominado RPPS (Regime Préprio de Previdéncia Social) e difere do RGPS (Regime Geral de Previdéncia Social). Enquanto o RPPS se aplica aos servidores ptiblicos efetivos, o RGPS se aplica: a) aos trabalhadores celetistas; b) aos agentes publicos ocupantes exclusivamente de cargos em comissao; ) aos ocupantes de empregos publicos ¢; d) aos ocupantes de funcdes temporérias. * RE 167.635, Rel. Min, Mauricio Corréa, julgamento em 17-9-1996, Segunda Turma, Dide 7- 2-1997. 23 RE 187.955, Rel. Min.Septilveda Pertence, julgamento em 15-10-1999, Primeira Turma,DJ de 5-11-1999, www.estrategiaconcursos.com.br 49 de 137 Aula 06 - Prof Nadia / Nesse tépico da aula, iremos tratar do RPPS, que é aplicdvel aos servidores publicos titulares de cargos efetivos. Cabe destacar, desde ja, que cada um dos entes federativos ira instituir regime de previdéncia aplicdvel a seus servidores. Entretanto, esses regimes de previdéncia deverao seguir as diretrizes estabelecidas pelo art. 40, da Constituigio Federal de 1988, que é norma que vincula toda a Administracéo Publica, de todas as esferas da federacao. Que tal lermos, juntos, o “caput” do art. 40? Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municipios, incluidas ‘suas autarquias e fundagées, é assegurado regime de previdéncia de carater contributivo e solidério, mediante contribuig&o do respectivo ente publico, servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilibrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. Depreende-se da leitura do “caput” que o regime tem carater contributivo e solidario. E contributivo porque contribuem para o financiamento do sistema (por meio de tributos) o ente ptiblico, os servidores ativos e inativos eos pensionistas. E é, também, soliddrio, pois busca minimizar a desigualdade social e garantir a todos os segurados condicgées dignas de vida por meio de tributacéo daqueles que podem arcar com esse énus, inclusive de aposentados e pensionistas. No art. 40, § 1°, estdo previstas as hipéteses de concessdo de aposentadoria pelo regime préprio dos servidores publicos estatutdrios. Vamos lé-lo na integra? § 1° Os servidores abrangidos pelo regime de previdéncia de que trata este artigo seréo aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3° e 17: I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuigéo, exceto se decorrente de acidente em servico, moléstia profissional ou doenga grave, contagiosa ou incurével, na forma da lei; II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuic&o, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar; III - voluntariamente, desde que cumprido tempo minimo de dez anos de efetivo exercicio no servico publico e cinco anos no cargo efetivo em que se daré a aposentadoria, observadas as seguintes condi¢ées: www.estrategiaconcursos.com.br 50 de 137 Aula 06 - Prof Nadia / a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuic&o, se homem, e cinquenta e cinco anos de idade e trinta de contribuic&o, se mulher; b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuigao. Existem as seguintes formas de aposentadoria para os servidores publicos estatutérios: a) Aposentadoria por invalidez permanente: O servidor com invalidez permanente iré se aposentar com proventos proporcionais ao tempo de contribuig&io. Caso a invalidez seja decorrente de acidente em servico, moléstia profissional ou doenca grave, contagiosa ou incurével, a lei definiraé a forma de calculo dos proventos. Em Ambito federal, a Lei n° 8.112/90 prevé que a aposentadoria por invalidez decorrente de “acidente em servico, moléstia profissional ou doenga grave, contagiosa ou incurdével” se daré com proventos integrais. b) Aposentadoria compulséria: Até a edigaéo da EC n° 88/2015 (conhecida como “PEC da Bengala”), os servidores ptiblicos federais, estaduais e municipais deveriam se aposentar compulsoriamente aos 70 anos. Chegando aos 70 anos, nao havia outra alternativa sendo a aposentadoria compulséria. Com a EC n° 88/2015, a redacao do art. 40, § 19, II, foi modificada e passou a prever que os servidores ptblicos seréo aposentados compulsoriamente aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar. Como se vé, trata-se de norma de eficacia limitada, dependente de regulamentagdo para produzir todos os seus efeitos. Até que fosse editada a mencionada lei complementar, os servidores ptblicos continuariam se aposentando compulsoriamente aos 70 anos de idade. Todavia, a lei regulamentadora jé foi editada. E a Lei Complementar n° 152/2015, aplicavel aos servidores ptiblicos de todas as esferas federativas, bem como aos membros do Poder Judicidrio, Ministério Publico, Defensorias Publicas e Tribunais de Contas. Assim, hoje, a aposentadoria compulsoria de servidores publicos j4 se dd aos 75 (setenta e cinco) anos. www.estrategiaconcursos.com.br S1de 137 a = Aula 06 - Prof Nadia / A EC n° 88/2015 também inseriu um dispositivo no Ato das Disposigées Constitucionais Transitérias (ADCT), 0 qual trata da aposentadoria compulséria dos Ministros do STF, Ministros dos Tribunais Superiores e Ministros do TCU. Segundo 0 art. 100, ADCT, enquanto nao entrar em vigor a lei complementar mencionada no art. 40, , § 19, II, os Ministros do STF, Ministros dos Tribunais Superiores e Ministros do TCU iréo se aposentar compulsoriamente aos 75 (setenta e cinco) anos de idade. Trata-se de regra de aplicagio automatica, independente de edicéo de qualquer norma regulamentadora. E relevante destacar que o art. 100, ADCT, estabelece que a ay aposentadoria compulséria desses Ministros deve ser INDO realizada “nas condicées do artigo 52, da Constitui¢z0 ais fundo | “edera!”. Essa reara foi interpretada no sentido de que os Ministros do STF, dos Tribunais Superiores e do TCU, caso desejem se aposentar apés os 70 (setenta) anos, devem se submeter a uma nova sabatina pelo Senado Federal. No ambito da ADI n° 5316, que questiona a constitucionalidade da Emenda Constitucional n° 88/2015, 0 STF decidiu que “a exigéncia de nova sabatina para permanéncia de ministros no cargo viola o principio da separagao dos Poderes, cléusula pétrea da Constituigéo Federal, e compromete a independéncia e a liberdade dos magistrados, que no podem ter sua atuagdo avaliada por outro Poder, depois de anos de investidura no cargo”. Assim, em medida cautelar na ADI n° 5316, 0 STF suspendeu os efeitos da expresso “nas condigdes do artigo 52 da Constituigéo Federal", que consta da redagdo da EC n° 88/2015. ©) Aposentadoria voluntaria: O servidor podera se aposentar voluntariamente. Mas para isso deveré possuir tempo minimo de 10 (dez) anos de efetivo exercicio no servico ptiblico e 5 (cinco) anos de exercicio no cargo efetivo e, ainda, cumprir os seguintes requisitos: www.estrategiaconcursos.com.br 52. de 137 Aula 06 - Prof Nadia / - 60 anos de idade e 35 anos de contribuig&o, se homem, e 55 anos de idade e 30 anos de contribuicao, se mulher, com proventos calculados com base nas contribuigées do servidor, atualizadas ”*; ou - 65 anos de idade, se homem, e 60 anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuicao.” Vale destacar que, os requisitos de idade e tempo de contribuigéo sero reduzidos em 5 (cinco) anos para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercicio das fungdes de magistério na educagio infantil e no ensino fundamental e médio. (art. 60, § 5°). Segundo o STF, essa “aposentadoria especial” deve ser concedida aos professores ainda que esses nado desenvolvam a atividade de magistério exclusivamente em sala de aula. Assim, 0 tempo de atividade como diretor ou coordenador pedagégico também é computado para fins de aposentadoria especial do professor. Vale a pena observar que a lei nao podera estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuigao ficticio (art. 40, § 10). Aposentadoria | Com proventos proporcionais ao tempo de contribuigio, em todos os porinvalidez | casos, EXCETO quando a invalidez decorrer de acidente em servigo, permanente | moléstia profissional ou doenga grave, contagiosa ou incuravel, NA FORMA DA LEL Aposentadoria Aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de compulséria idade, na forma de lei complementar; Voluntaria, apés 60 anos de idade e 35 anos de contribuigao, se homem; © tempo minimo 55 anos de idade e 30 anos de contribuigéo, se mulher; de dez anos de > Proventos calculados com base nas contribuicdes do servidor, efetivo exercicio atualizadas no servigo > Professor ou professora que comprove exclusivamente tempo #0 art, 19, da Lei n° 10.887/2004, ao regulamentar esse dispositivo, prevé que , no célculo dos proventos de aposentadoria, seré considerada a média aritmética simples das maiores remuneracées, utilizadas como base para as contribuicdes do servidor aos regimes de previdéncia a que esteve vinculado, correspondentes a 80% (citenta por cento) de todo 0 periodo contributive desde a competéncia julho de 1994 ou desde a do inicio da contribuicéo, se posterior aquela competéncia. ®° Na aposentadoria com proventos proporcionais ao tempo de contribuigo, sobre o valor obtido nos termos do art. 19, da Lei n° 10.887/2004, ha a aplicacdo de fracéo que tem no numerador o tempo de contribuic&o efetivo e no denominador o tempo de contribuic&o total exigido. Por exemplo, se um homem contribui 20 anos para o RPPS, devera ser multiplicada a frag 20/35 pelo valor obtido nos termos do art. 19, da Lei no 10.887/2004. www.estrategiaconcursos.com.br 53 de 137 Aula 06 - Prof Nadia / Piiblico e cinco de efetivo exercicio das fungdes de magistério na educagao anos no cargo infantil e no ensino fundamental e médio: tempo de efetivo em que contribuicao e idade reduzidos em cinco anos (CF, art. 40, § 5°) se daria 65 anos de idade, se homem; aposentadoria 60 anos de idade, se mulher; > Proventos proporcionais ao tempo de contribuigéo O art. 40, § 2°, CF/88 reza que os proventos de aposentadoria e as pensées, por ocasiao de sua concessdo, nao poderdo exceder a remuneragao do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de referéncia para a concesséo da pensdo. Note que essa vedacao se restringe aos cargos efetivos. As regras previdencidrias para os comissionados sao diferentes, estando estes submetidos ao regime geral de previdéncia social. Por sua vez, 0 art. 40, § 3°, determina que para o calculo dos proventos de aposentadoria, por ocasigio da sua concesséo, serao consideradas as remuneracées utilizadas como base para as contribuicgées do servidor aos regimes de previdéncia proprios dos servidores titulares de cargo efetivo e o art. 201, na forma da lei. Esse dispositivo foi inserido pela EC n° 41/2003, que eliminou a aposentadoria com proventos integrais (salvo no caso de invalidez permanente que decorra de acidente em servico, moléstia profissional ou doenga grave, contagiosa ou incuravel) para os servidores que ingressarem no servico pliblico apés a sua promulgacéo. Assim, para os servidores que ingressaram no servigo pUblico apés a EC n° 41/2003, nao cabe mais falar em aposentadoria com proventos integrais; para eles, o valor da aposentadoria seré baseado na média das remuneragées sobre as quais o servidor contribuiu.2° Os valores dessas remuneragées, de acordo com 0 § 17 do mesmo artigo, serdo devidamente atualizados, na forma da lei. Mesmo com o fim da aposentadoria com proventos integrais, continua valida a regra segundo a qual os proventos de aposentadoria e as pensées, por ocasio de sua concessdo, ndo poderdo exceder a remuneracao do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de referéncia para a concesséo da pensdo. O art. 40, § 4°, da Carta Magna veda a adocdo de requisitos e critérios diferenciados para a concessdo de aposentadoria aos abrangidos pelo regime proprio dos servidores titulares de cargo efetivo, ressalvados, nos termos definidos em leis complementares, os casos de servidores portadores de deficiéncia; que exercam atividades de risco e cujas atividades sejam °° © calculo exato se da pela aplicacdo da regra do art. 1°, da Lei n° 10.887/2004. www.estrategiaconcursos.com.br 54 de 137 Aula 06 - Prof Nadia / exercidas sob condicées especiais que prejudiquem a sade ou a integridade fisica. Assim, nessas trés situacées (servidores portadores de deficiéncia, servidores que exercam atividades de risco e servidores cujas atividades sejam exercidas sob condigdes especiais que prejudiquem a satide ou a integridade fisica) admite-se a adocdo de requisitos e critérios diferenciados para a concess§o de aposentadoria aos servidores abrangidos pelo RPPS. Esses requisitos e critérios diferenciados devem ser regulados, todavia, por Ici complementar, a qual ainda nao foi editada pelo Congresso Nacional. Tendo em vista a omisséio do Congresso Nacional, foram muitos os mandados de injung&o impetrados no STF, nos quais servidores publicos, por exercerem atividades sob condicdes especiais prejudiciais & saude ou a integridade fisica, pleitearam a concesséo de aposentadoria especial. O STF, em inumeros julgados, decidiu que, para viabilizar o exercicio do direito, a autoridade administrativa responsavel pela concesséo de aposentadoria deveria, por analogia, aplicar o art. 57, da Lei n° 8.213/91 (Regime Geral de Previdéncia Social), que trata da aposentadoria especial. Como os casos eram reiterados, o STF formulou a Stimula Vinculante n° 33, cujo enunciado deve cair bastante nos proximos concursos: “Aplicam-se ao servidor publico, no que couber, as regras do regime geral da previdéncia social sobre aposentadoria especial de que trata o artigo 40, § 4°, inciso III da Constituicéo Federal, até a edicao de lei complementar especifica.” Em outras palavras, enquanto no for editada lei complementar versando sobre concessio de aposentadoria especial a servidores publicos, a Administragéo deveré aplicar, por analogia, as regras do RGPS acerca da aposentadoria especial. O art. 40, § 7°, CF/88, trata da concessio do beneficio de pensdo por morte: § 7° Lei disporé sobre a concessdo do beneficio de penséo por morte, que ser igual: I - a0 valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até 0 limite maximo estabelecido para os beneficios do regime geral de previdéncia social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso aposentado a data do dbito; ou II - ao valor da totalidade da remuneragao do servidor no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite maximo estabelecido para os beneficios do regime geral de previdéncia social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da www.estrategiaconcursos.com.br 55 de 137 Aula 06 - Prof Nadia / parcela excedente a este limite, caso em atividade na data do obito. A pergunta é a seguinte: qual o valor do beneficio de pensdo por morte? Depende. Se o servidor que faleceu ja estivesse aposentado, o valor da pens&o por morte seré a totalidade dos proventos do servidor falecido, até o teto estabelecido para os beneficios do RGPS, acrescido de 70% da parcela excedente a esse limite. Se o servidor que faleceu estivesse em atividade, © valor da pens&o por morte seré a totalidade da remuneraco do servidor no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite estabelecido para os beneficios do RGPS, acrescido de 70% da parcela excedente a esse limite. SERVIDOR *TOTALIDADE DOS PROVENTOS DO SERVIDOR FALECIDO, APOSENTADO ATE O TETO ESTABELECIDO PARA OS BENEFICIOS DO| QUANDO DO REGIME GERAL, ACRESCIDO DE 70% DA PARCELA| OBITO EXCEDENTE A ESSE LIMITE SERVIDOR EM *TOTALIDADE DA REMUNERACAO DO SERVIDOR ATIVIDADE FALECIDO, ATE O TETO ESTABELECIDO PARA OS QUANDO DO BENEFICIOS DO REGIME GERAL, ACRESCIDO DE 70% DA OBITO PARCELA EXCEDENTE A ESSE LIMITE © art. 40, §§ 8°, CF/88 garante o reajustamento dos beneficios (aposentadoria e pensdo por morte) para preservar-Ihes, em carater permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei. A Lei 8.213/91 dispde sobre esse reajuste. Sobre os proventos de aposentadoria e pensdes concedidos pelo RPPS (Regime Proprio de Previdéncia Social) que excederem o limite maximo estabelecido pelo RGPS (Regime Geral de Previdéncia Social), haverd a incidéncia de contribuicio previdencidria (art. 40, §18). Em outras palavras, até o teto do RGPS, nao ha incidéncia de contribuig&o previdenciaria; ultrapassado esse valor, havera incidéncia da contribuicéo. Quando o beneficidrio de aposentadoria ou pensdo for portador de doenca incapacitante, a contribuigdo previdenci idira somente sobre as parcelas dos proventos de aposentadoria e pensdo que superem o dobro do limite maximo estabelecido para o RGPS (art. 40, § 21). www.estrategiaconcursos.com.br 56 de 137 Aula 06 - Prof Nadia / Também é relevante comentar sobre a adocdo de regime de previdéncia complementar, que é facultativa para cada ente federativo. Destaque-se que o regime de previdéncia complementar é instituido por lei de iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo. No Ambito federal, a Lei n° 12.618/2012 instituiu o regime de previdéncia complementar dos servidores publicos federais. § 14 - A Unido, os Estados, o Distrito Federal e os Municipios, desde que instituam regime de previdéncia complementar para os seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo, poderao fixar, para © valor das aposentadorias e pensées a serem concedidas pelo regime de que trata este artigo, o limite maximo estabelecido para os beneficios do regime geral de previdéncia social de que trata o art. 201. § 15. O regime de previdéncia complementar de que trata o § 14 sera instituido por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, observado 0 disposto no art. 202 e seus paragrafos, no que couber, por intermédio de entidades fechadas de previdéncia complementar, de natureza publica, que oferecerSo aos respectivos participantes planos de beneficios somente na modalidade de contribuicéo definida. § 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opcéio, 0 disposto nos §§ 14 e 15 poderé ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no servico publico até a data da publicagao do ato de instituigéo do correspondente regime de previdéncia complementar. © §14 estabelece que os entes federativos que instituam regime de previdéncia complementar poderdo fixar, para o valor das aposentadorias e pensées, o limite maximo do RGPS. O §16 garante que a adeso ao regime de previdéncia complementar sera facultativa para os servidores que tenham ingressado no servico ptiblico antes da instituigo do regime. Existe, ainda, o chamado abono de permanéncia, regulado pelo art. 40, §19. Esse beneficio seré concedido aos servidores que tenham cumprido os requisitos para aposentadoria voluntéria e optado por permanecer em atividade. O abono de permanéncia é equivalente ao valor da sua contribuig3o previdencidria até completar as exig@ncias para aposentadoria compuls6! § 19. O servidor de que trata este artigo que tenha completado as exigéncias para aposentadoria voluntaria estabelecidas no § 1°, III, 'a”, e que opte por permanecer em atividade fard jus a um abono de permanéncia equivalente ao valor da sua contribuigéo previdencidria até completar as exigéncias para aposentadoria compulséria contidas no § 1°, II. 87 de 137 www.estrategi Aula 06 - Prof Nadia / Por fim, 0 art. 40, § 20, da CF/88, veda a existéncia de mais de um regime préprio de previdéncia social para os servidores titulares de cargos efetivos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo regime em cada ente estatal. Essa regra visa a evitar a criacdo de regimes proprios favorecidos para determinados cargos, garantindo a isonomia. (UEG - 2015) A aposentadoria por invalidez, em regra, sera proporcional, mas, quando decorrente de acidente em servigo, moléstia profissional ou doenca grave, contagiosa ou incuravel, na forma da lei, sera integral. Comentarios: Em ambito federal, a Lei n° 8.112/90 prevé que a aposentadoria por invalidez decorrente de “acidente em servico, moléstia profissional ou doenca grave, contagiosa ou incuravel" se daré com proventos integrais. Questéo 3 correta. Gd iicar (UEG - 2015) E assegurado, aos servidores publicos titulares de cargos efetivos e em comissao, regime préprio de previdéncia social, de carter contributivo e solidério, mediante contribuig&o social dos servidores ativos e inativos. Comentarios: Os servidores publicas ocupantes, exclusivamente, de cargos em comissao n&o se sujeitam ao RPPS, mas sim ao RGPS. Questiio errada. 7- Administracao Tributaria: © artigo 37, XVIII, da Constituicao, estabelece que a adm fazend4ria e seus servidores fiscais terao, dentro de suas areas de competéncia e jurisdicgo, precedéncia sobre os demais setores administrativos, na forma da lei. Esse artigo ressalta a importancia da Administracao Tributdria e de seus servidores para o Estado brasileiro, por serem eles os responsaveis pela arrecadagSo de recursos indispensaveis 4 sua manutengao. No inciso XXII so assegurados, inclusive, recursos prioritarios para a Administracdéo 58 de 137 www.estrategi Aula 06 - Prof Nadia / tributéria, podendo ser assegurades até mesmo por vinculag&o de receitas de impostos: XXII - as administragées tributérias da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municipios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras especificas, ter&o recursos prioritérios para a realizacdo de suas atividades e atuargo de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informacées fiscais, na forma da lei ou convénio. (13 7 SP - 2015) A Administracio fazendéria e os servidores que exercerem o controle interno tero, dentro de suas dreas de competéncia e jurisdicéo, precedéncia sobre os demais setores administrativos, na forma da lei. r?9 praticar! Comentarios: Os servidores que exercem o controle interno nao tém a prerrogativa de precedéncia sobre os demais setores administrativos. Essa prerrogativa é somente das AdministragSes Tributarias. Questo errada. 8- Contrato de Gestao: © contrato de gestéo, também denominado acordo-programa, foi uma das inovacgées trazida pela EC n° 19/98, que buscou implementar no Brasil a denominada administragéo gerencial. Esté intimamente relacionado ao principio da eficiéncia na Administracao Publica. O contrato de gestéo é um ajuste firmado entre 6rgaos da Administragéo direta, entre um é6rgéo e entidade da Administracdo indireta ou entre um 6rg4o e entidade paraestatal, qualificada como organizac&o social. Por meio do contrato de gestdo, o Poder Publico fixa metas de desempenho para o érgao ou entidade com quem foi celebrado o ajuste. Vejamos, agora, o que dispée o art. 37, § 8°, CF/88 sobre o contrato de gest&o: § 8° A autonomia gerencial, orcamentéria e financeira dos érgaos e entidades da administracéo direta e indireta poderé ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder publico, que tenha por objeto a fixag&o de metas de desempenho para 0 6rgao ou entidade, cabendo a lei dispor sobre: I- 0 prazo de duracao do contrato; www.estrategiaconcursos.com.br 59 de 137 Aula 06 - Prof Nadia / II - os controles e critérios de avaliacéo de desempenho, direitos, obrigacées e responsabilidade dos dirigentes; III - a remunerac&o do pessoal. Os objetivos do contrato de gestao variam, conforme se trate de pacto firmado no 4mbito da Administracaéo ou entre a Administracéo e as entidades paraestatais (organizacgées sociais). No primeiro caso, objetiva-se aumentar a autonomia gerencial, operacional e financeira do érg3o ou entidade da Administrag3o, de modo a permitir-Ihe atingir as metas estabelecidas no acordo. Cabe destacar que as autarquias ou fundagdes publicas que celebrarem contrato de gestéo com o Poder Publico sero qualificadas como agéncias executivas, cumpridos os requisitos legais. No segundo caso, 0 efeito é contrario: visa-se aumentar o controle sobre as entidades paraestatais, que passam a obedecer a algumas regras de regime juridico publico. Assim, restringe-se a autonomia da entidade privada. Por meio do contrato de gestdo celebrado com entidades paraestatais, 0 Poder Pdblico transfere a prestagdo de determinados servicos ptiblicos, nao exclusivos de Estado. A doutrina faz algumas criticas ao instituto do acordo-programa. A principal delas se refere a impossibilidade de celebracdo de contrato pela Administragao Direta com seus préprios érgdos, por serem estes desprovidos de personalidade juridica. Outra critica importante é que o contrato nao é lei e, portanto n&o seria instrumento habil para ampliar a autonomia financeira e orgamentéria dos érg3os ou entidades que o firmarem. 9- Obrigatoriedade de Licitacdo: A Constituiggo, como forma de proteger os principios da legalidade, impessoalidade, moralidade e probidade, determinou a obrigatoriedade de licitacdo. Trata-se de procedimento formal, disciplinado em lei, de observancia obrigatéria para as aquisicées do Poder Ptiblico (obras, servigos, compras). O art. 37, XXI, da Constituic&o Federal, determina que: XXI - ressalvados os casos especificados na legislacéo, as obras, servicos, compras e alienagées seréo contratados mediante processo de licitagéo publica que assegure igualdade de condigées a todos os concorrentes, com cldusulas que estabelecam obrigagdes de pagamento, mantidas as condigées efetivas da proposta, nos termos da lei, 0 qual somente permitira as exigéncias de qualificagéo técnica e econémica indispensaveis 4 garantia do cumprimento das obrigagées. www.estrategiaconcursos.com.br 60 de 137 Aula 06 - Prof Nadia / A obrigatoriedade da licitago, decorrente do principio da indisponibilidade do interesse ptiblico, visa garantir 4 Administragaéo a proposta mais vantajosa, possibilitando que todos oferecam seus bens e servicgos aos érgéos estatais. Busca-se, com isso, impedir conluios entre agentes pUblicos e terceiros, que acarretam negocios desfavoraveis para a Administrag’o, ou, ainda, favoritismos ou perseguigdes, que nao se coadunam com o principio da igualdade. Destaca-se, porém, que a Carta Magna permite que alguns casos excepcionais sofram ressalva na legislagéo. Como se trata de situacdes excepcionais, as hipéteses em que a licitacéo é afastada compéem um rol taxativo na legislagio, em respeito ao carater finalistico da norma constitucional. 10- Improbidade Administrativa: Os atos de improbidade administrativa possuem natureza civil e séo tipificados em lei federal (Lei n° 8.429/92). Caracterizam-se por ferirem, jireta ou indiretamente, os principios da administragao publica, por uma conduta imoral do agente publico, que visa ou obter vantagens materiais indevidas ou gerar prejuizos ao patriménio ptblico. Vejamos o que determina a Carta da Republica, no art. 37: § 4° Os atos de improbidade administrativa importar&o a suspenséo dos direitos politicos, a perda da fungao publica, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erdrio, na forma e gradacao previstas em lei, sem prejuizo da agao penal cabivel. Os atos de improbidade administrativa podem ser de trés tipos: i) atos que importam enriquecimento ilicito; ii) atos que causam prejuizo ao atos que atentam contra os principios da Administragao PUiblica. As sanges a eles aplicdveis so determinadas pela Lei 8.429/92. No que se refere a esse tema, a cobranga mais comum é 0 tipo de penalidade a eles aplicdvel: SUSPENSAO DOS DIREITOS POLITICOS, PERDA DA FUNCAO PUBLICA. _nostoxmnanenossiss RESSARCIMENTO AO ERARIO 2e Oe Be Bae Sas Zaz SEs 26 a www.estrategiaconcursos.com.br 61 de 137

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